Você está na página 1de 4

M8- A Economia e política no Estado Novo

GRUPO I - ESTAGNAÇÃO DO MUNDO RURAL E EMIGRAÇÃO

Doc. 2 - POPULAÇÃO ATIVA – Continente e Ilhas (1970-1991)


Doc. 1 - POPULAÇÃO AGRÍCOLA EM
PORTUGAL (1940-1960)- em % da população ativa (%)

Doc. 3. – A REGULAMENTAÇÃO DA EMIGRAÇÃO DURANTE O ESTADO NOVO


A. Considerando que o Estado tem o direito e o dever de coordenar e regular
a vida económica e social da nação, com o objetivo de estabelecer o
equilíbrio populacional, das profissões, dos empregos, do capital e do
trabalho e, também, de desenvolver a povoação dos territórios nacionais,
proteger os emigrantes e disciplinar a emigração […] o governo decreta […]
o seguinte: art. 1.º - […] quando as circunstâncias especiais o impuserem, o
Governo pelo Ministro do Interior poderá determinar a suspensão total ou
parcial da emigração para determinado país ou região. art. 2.º - compete ao
Ministro do Interior, […] conforme os casos estabelecer, de harmonia com a Embarque de colonos portugueses
com destino a Angola, 1955.
evolução das circunstâncias as normas relativas ao condicionamento da
emigração. art. 3.º - […] os portugueses que se proponham ausentar-se do
território nacional […] deverão ser portadores de passaporte de emigrante.
[…] art. 5.º - o recrutamento no país, de indivíduos de nacionalidade
portuguesa para trabalharem no estrangeiro depende de autorização da
Junta de Emigração […].

Decreto-Lei n.º 44 427, 29 de junho, 1962.

B. art.4º - a concessão de passaporte de emigrante é pedida por meio de


requerimento no qual o impetrante*requerente declare onde pretende
estabelecer-se, e que será instruído com documentos destinados a provar:
1º. a sua identidade; 2º. que tem a saúde e robustez física necessárias; 3º.
que tem trabalho ou manutenção assegurada no país de destino […]; 4º. que
tem autorização de entrada no país de destino; 5º. que a manutenção das
pessoas de família a seu cargo fica devidamente assegurada; 6º. que, sendo
maior de 18 e menor de 45 anos, satisfaz os preceitos das leis e
regulamentos militares aplicáveis; […] 9º. que tem habilitações literárias
exigidas por lei.

Decreto-Lei nº 44 428, 29 de junho, 1962.

1. Refira, com base nos documentos 1 a 3, três consequências económicas e sociais da


estagnação do mundo rural.
2. Apresente três características da emigração portuguesa entre os anos 50 e 70.
II GRUPO - AS OPÇÕES DO CRESCIMENTO ECONÓMICO PORTUGUÊS (DE 1950 A 1970)
Doc. 1 - A EVOLUÇÃO COMPARADA DO PIB PER CAPITA (em dólares por referência ao valor de 1990)

(a)Com a Grécia e a Turquia a partir de 1913


Fonte A. Maddison, 1995, cit Ramos Silva, A regulação da economia no salazarismo,
ISEG/Universidade Técnica de Lisboa, 1999.

DOC. 2- NOVAS PERSPETIVAS FACE ÀS OPÇÕES DA ECONOMIA PORTUGUESA SEGUNDO MARCELO CAETANO
Deixaremos então perecer a Europa - este continente ao qual a civilização moderna teve o que tem de mais
precioso na Filosofia, e na Arte, na Ciência e na Técnica, e do qual irradiaram para o resto do orbe*mundo,
generosamente, as conceções, as invenções e as formas de vida que os outros povos hoje utilizam, mesmo
quando delas desdenham? É certo que o que individualiza a Europa é a sua Cultura, o seu espírito portanto. A
Europa é um espírito. Mas nenhum espírito pode subsistir nesta condição terrena, que é a nossa, sem um
invólucro, uma base material. Se a independência das Nações me parece indispensável à manutenção do
espírito europeu, […] nada impede que os Estados europeus colaborem mais intimamente entre si na
prossecução de fins comuns, pondo ponto a velhas rivalidades que só têm concorrido para as suas dificuldades
presentes. A atual comunidade dos Seis tem uma população à roda dos 170 milhões de habitantes e o seu
comércio externo representa 1/5 do valor do comércio mundial. A sua produção de carvão é um sétimo da
produção de todo o Mundo, e produz a quinta parte do aço também em relação à produção mundial. Estamos,
portanto, perante uma realidade muito séria e que seria imprudente desconhecer.
Marcello Caetano, O Planeamento até ao II Plano de Fomento (1959).
http://www.isa.utl.pt/ceap/index_files/memoria&prospectiva1.pdf

1. Identifique a lei criada em 1945 com vista a dinamizar a economia e a criar novas indústrias.
2. Selecione a opção correta para cada uma das seguintes afirmações:
1. A “evolução comparada do PIB” permite afirmar que Portugal era, nos anos 50, um país…
(A) economicamente atrasado face aos restantes países europeus.
(B) economicamente desenvolvido face à Grécia e a Espanha.
(C) economicamente mais desenvolvido que a Irlanda.
(D) economicamente desenvolvido devido ao dinamismo do setor agrícola.
2. A “evolução do PIB” nos anos 70 permite concluir que…
(A) os planos quinquenais possibilitaram o crescimento da economia portuguesa.
(B) os planos de industrialização possibilitaram o crescimento da economia portuguesa.
(C) os planos de fomento possibilitaram o crescimento da economia portuguesa.
(D) os planos diretores possibilitaram o crescimento da economia portuguesa.
3. Marcello Caetano ao afirmar que “a Europa - este continente ao qual a civilização moderna teve o que tem
de mais precioso ( …) A Europa é a sua Cultura (…) A Europa é um espírito”, revela…
(A) interesse por que Portugal se mantenha isolado na Europa.
(B) interesse político pela aproximação de Portugal à Europa.
(C) vontade em aderir imediatamente ao projeto europeu.
(D) interesse na manutenção da política de autarcia.
4. Marcello Caetano ao afirmar que “ (…) se a independência das Nações me parece indispensável (…) nada
impede que os Estados europeus colaborem (…) entre si na prossecução de fins comuns” defende…
(A) o valor do Estado-Nação acima de tudo embora aberto à cooperação multilateral.
(B) a autarcia em ligação com o corporativismo.
(C) o reforço do poder dos Estados mediante a formação de uma federação de Estados Europeus.
(D) a soberania dos Estados europeus integrados no que Churchill designou como “Estados Unidos da
Europa”.
3. Refira, a partir do documentos 1 e 2, três das opções da economia portuguesa no final da década
de 60 a 1973.

III GRUPO – A POLÍTICA COLONIAL APÓS A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL: FOMENTO


ECONÓMICO E MANUTENÇÃO DO COLONIALISMO
Doc. 1 - MOVIMENTO DE PASSAGEIROS ENTRE PORTUGAL E AS SUAS COLÓNIAS (1938-1974)

NUNO VALÉRIO (coord.), Estatísticas históricas, 2001.

Doc. 2 - SALAZAR E A POLÍTICA ANTICOLONIALISTA INTERNACIONAL


A. Aqui e no Ultramar, […] o Português de qualquer cor ou raça sente essa unidade tão vivamente que toma
as discussões como ameaças [ao] espírito da unidade: seria pensar numa espécie de exclusivo ou privilégio
que negasse a um português o direito de trabalhar ou de servir em qualquer fração do território, segundo as
suas aptidões. O Governo tem o espírito aberto a todas as modificações da estrutura administrativa, menos
às que possam atingir a unidade da Nação e o interesse geral.
Salazar, Discurso, 30 Março, 1956.

B. As últimas considerações levam-me a encarar […] problemas de África. Literalmente a África arde; arde
mesmo nas […] das fronteiras portuguesas. E porque arde a África? Não pensemos que é […] pela fatalidade
de um movimento histórico que arrasta as suas populações para a rebeldia, a subversão, a forçada dispersão
e independência; arde porque lhe deitam o fogo de fora. […] Repetirei uma velha ideia, hoje, ao que parece,
generalizada: a África é o complemento da Europa, imprescindível à sua defesa, suporte necessário da sua
economia. […] Nós não pensamos em negar o relativo atraso de algumas regiões e a deficiência de alguns
serviços. É evidente faltarem estradas e pontes, faltarem hospitais, faltarem escolas, e faltarem até,
senhores, elementos de polícia e forças de defesa. Porque milagre então, de Timor a Cabo Verde, há paz e
todos podem notar o tranquilo viver das populações? Porque pode atravessar-se de lés-a-lés Angola ou
Moçambique, não se contando senão com a boa disposição do nativo, a sua fraterna ajuda, no fundo o seu
portuguesismo?

Salazar, Discurso, 23 de Maio, 1959.


Doc. 3 – A CONDENAÇÃO INTERNACIONAL DO COLONIALISMO PORTUGUÊS

1. Identifique, com base no documento 4, três dos objetivos que orientaram a política de
colonização e desenvolvimento económico das colónias
2. Compare, com base nos documentos 2 e 3, os argumentos utilizados por Salazar e pela ONU
quanto ao colonialismo.

Você também pode gostar