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DOC. 2- NOVAS PERSPETIVAS FACE ÀS OPÇÕES DA ECONOMIA PORTUGUESA SEGUNDO MARCELO CAETANO
Deixaremos então perecer a Europa - este continente ao qual a civilização moderna teve o que tem de mais
precioso na Filosofia, e na Arte, na Ciência e na Técnica, e do qual irradiaram para o resto do orbe *mundo,
generosamente, as conceções, as invenções e as formas de vida que os outros povos hoje utilizam, mesmo
quando delas desdenham? É certo que o que individualiza a Europa é a sua Cultura, o seu espírito portanto. A
Europa é um espírito. Mas nenhum espírito pode subsistir nesta condição terrena, que é a nossa, sem um
invólucro, uma base material. Se a independência das Nações me parece indispensável à manutenção do
espírito europeu, […] nada impede que os Estados europeus colaborem mais intimamente entre si na
prossecução de fins comuns, pondo ponto a velhas rivalidades que só têm concorrido para as suas
dificuldades presentes. A atual comunidade dos Seis tem uma população à roda dos 170 milhões de
habitantes e o seu comércio externo representa 1/5 do valor do comércio mundial. A sua produção de carvão é
um sétimo da produção de todo o Mundo, e produz a quinta parte do aço também em relação à produção
mundial. Estamos, portanto, perante uma realidade muito séria e que seria imprudente desconhecer.
Marcello Caetano, O Planeamento até ao II Plano de Fomento (1959).
http://www.isa.utl.pt/ceap/index_files/memoria&prospectiva1.pdf
1. Identifique a lei criada em 1945 com vista a dinamizar a economia e a criar novas indústrias.
2. Selecione a opção correta para cada uma das seguintes afirmações:
1. A “evolução comparada do PIB” permite afirmar que Portugal era, nos anos 50, um país…
(A) economicamente atrasado face aos restantes países europeus.
(B) economicamente desenvolvido face à Grécia e a Espanha.
(C) economicamente mais desenvolvido que a Irlanda.
(D) economicamente desenvolvido devido ao dinamismo do setor agrícola.
2. A “evolução do PIB” nos anos 70 permite concluir que…
(A) os planos quinquenais possibilitaram o crescimento da economia portuguesa.
(B) os planos de industrialização possibilitaram o crescimento da economia portuguesa.
(C) os planos de fomento possibilitaram o crescimento da economia portuguesa.
(D) os planos diretores possibilitaram o crescimento da economia portuguesa.
3. Marcello Caetano ao afirmar que “a Europa - este continente ao qual a civilização moderna teve o que tem
de mais precioso ( …) A Europa é a sua Cultura (…) A Europa é um espírito”, revela…
(A) interesse por que Portugal se mantenha isolado na Europa.
(B) interesse político pela aproximação de Portugal à Europa.
(C) vontade em aderir imediatamente ao projeto europeu.
(D) interesse na manutenção da política de autarcia.
4. Marcello Caetano ao afirmar que “ (…) se a independência das Nações me parece indispensável (…) nada
impede que os Estados europeus colaborem (…) entre si na prossecução de fins comuns” defende…
(A) o valor do Estado-Nação acima de tudo embora aberto à cooperação multilateral.
(B) a autarcia em ligação com o corporativismo.
(C) o reforço do poder dos Estados mediante a formação de uma federação de Estados Europeus.
(D) a soberania dos Estados europeus integrados no que Churchill designou como “Estados Unidos da
Europa”.
3. Refira, a partir do documentos 1 e 2, três das opções da economia portuguesa no final da
década de 60 a 1973.
B. As últimas considerações levam-me a encarar […] problemas de África. Literalmente a África arde; arde
mesmo nas […] das fronteiras portuguesas. E porque arde a África? Não pensemos que é […] pela
fatalidade de um movimento histórico que arrasta as suas populações para a rebeldia, a subversão, a
forçada dispersão e independência; arde porque lhe deitam o fogo de fora. […] Repetirei uma velha ideia,
hoje, ao que parece, generalizada: a África é o complemento da Europa, imprescindível à sua defesa,
suporte necessário da sua economia. […] Nós não pensamos em negar o relativo atraso de algumas
regiões e a deficiência de alguns serviços. É evidente faltarem estradas e pontes, faltarem hospitais,
faltarem escolas, e faltarem até, senhores, elementos de polícia e forças de defesa. Porque milagre então,
de Timor a Cabo Verde, há paz e todos podem notar o tranquilo viver das populações? Porque pode
atravessar-se de lés-a-lés Angola ou Moçambique, não se contando senão com a boa disposição do nativo,
a sua fraterna ajuda, no fundo o seu portuguesismo?
A. A Assembleia Geral […] convida os membros administrantes a examinar a conveniência de adotar nos
Doc.territórios
3 – A CONDENAÇÃO INTERNACIONAL
não autónomos DO investimento
uma política de COLONIALISMOque PORTUGUÊS
assegure o desenvolvimento económico
equilibrado e o progressivo aumento do rendimento per capita dos habitantes desses territórios.
Resolução 1329 da ONU, 12 de dezembro, 1958.
B. Reconhecendo que o desejo de independência é a aspiração certa dos povos que estão subjugados à
dominação colonial e que a negação do direito de autodeterminação desses povos constitui uma ameaça ao
bem-estar da humanidade e à paz internacional; conscientes das suas responsabilidades mediante o artigo
14 da Carta; sabendo que o Governo de Portugal não transmitiu informações sobre os territórios que estão
sob a sua administração […] e não expressou qualquer intenção de o fazer […] 1. Considera que os
territórios sob administração portuguesa […] são territórios não autónomos […]. 2. Declara que há a
obrigação, por parte de Portugal, de transmitir informação […] sobre esses territórios sem mais demoras.
Resolução 1541 da ONU, 15 de dezembro, 1960.
1. Identifique, com base no documento 4, três dos objetivos que orientaram a política de
colonização e desenvolvimento económico das colónias
2. Compare, com base nos documentos 2 e 3, os argumentos utilizados por Salazar e pela ONU
quanto ao colonialismo.
Cartaz de propaganda eleitoral de Humberto Delgado Manifestação durante a final da “Taça de Portugal”,
"A cidade do Porto respondeu presente! Ao General jogo Académica-Benfica. Estádio Nacional, do
Doc. 4 - CARTA DE
Humberto Delgado". MARCELLO CAETANO A KAÚLZA DE Jamor, Lisboa.
ARRIAGA 1
(1971)
Tenho seguido com a mais desvelada atenção todos os problemas ligados à luta em África. Os comandantes-chefes
queixam-se sempre da falta de recursos – em dinheiro, homens, material. E não lhes posso negar razão. Mas nós
atingimos o limite máximo do esforço financeiro ao consagrar quase 45 % das receitas às despesas militares e de
segurança. O Ministério das Finanças declara também, com razão, que é impossível ir mais longe.
1.Doc.Associe os elementos
3 – MARCELLO CAETANOda coluna A, relacionados
– PERSPETIVA SOBREcom a o processo
AS ELEIÇÕES eleitoral ULTRAMARINA
E POLÍTICA em Portugal no
segundohoje
Encerra-se pós-guerra,
a campanhaàs eleitoral
designações correspondentes
[…], que queordeiro.
decorreu de modo se encontram na coluna B.
[…] Os candidatos da oposição que […]
deliberaram ir às urnas comunicaram que o faziam “apesar das intimidações recebidas”. […] O governo não intimidou
ninguém. […] Do que o governo tem sido acusado
COLUNA A […] é da liberdade com que, em escritosCOLUNA e discursos,
B se
propagandearam doutrinas subversivas, se fez a apologia da greve e da ação direta, se atacou a posição de Portugal
no Fundado
(A) Ultramar […].
emFala-se
outubro porde
vezes
1945emreuniu
regressar ao regime
diversas dos partidos:
correntes estaremos (1)
de oposição nós dispostos a tolerar a
Norton
intromissão na
ao Estado Novo. vida política portuguesa de partidos filiados, dependentes e observantes de
MatosInternacionais, seja a
segunda ou seja a terceira, apresente-se ela colorida com o amarelo do socialismo ou o vermelho cor de sangue do
comunismo?
(B) General, […]apresentado
Viu-se nesta campanha
como eleitoral
candidatoque haviapelaquem discutisse
União a política
Nacional às ultramarina,
(2) empregando […]
Craveiro
muitas das razões, dos argumentos e das soluções apresentados
eleições presidenciais de 1951 e que assumiu o cargo até 1958. no estrangeiro pelos adversários
Lopes de Portugal. […]
Temos de responder-lhes internamente, como o fazemos nas assembleias internacionais. E precisamos de mostrar
ao mundo que o governo, ao seguir determinada política, tem o apoio do eleitorado. […] Assumi há um ano as
(C) Contra-almirante apoiado pela União Nacional que defrontou (3) Quintão
minhas [responsabilidades]. Não fujo a elas. Agora cumpre ao eleitorado tomar as suas. Eu tenho a certeza de que
Humberto Delgado nas eleições presidenciais de 1958. Meireles
ele saberá escolher a causa da Pátria, a causa da Ordem, a causa do Ultramar português!
Comunicação de Marcello Caetano ao país, através da RTP, 24 de outubro, 1969.
(D) General que se apresentou como candidato oposicionista às eleições (4) MUD
presidenciais de 1949 e que por não ter garantias de um ato eleitoral
isento retirou a sua candidatura. (5) Arlindo
Vicente
(E) Designa as várias forças de oposição ao Estado Novo que
congregou diferentes organizações e figuras políticas, responsável pela (6) Oposição
apresentação de candidatos às eleições legislativas e presidenciais, a democrática
partir de 1945.
(7) Óscar
Carmona
(8) Américo
Thomaz
A sua resposta deve abordar, pela ordem que entender, três aspetos para cada um dos tópicos de
desenvolvimento:
Deve integrar na resposta, para além dos seus conhecimentos, os dados disponíveis nos documentos 1 a
4.
COTAÇÕES
I.1 I.2 II.1 II.2 II.3 III.1 III.2 IV.1 IV.2 IV. 3 TOTAL
20 20 5 20 20 20 30 10 5 50 200