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FICHA DE AVALIAÇÃO SUMATIVA – VIVER EM PORTUGUÊS – Portugal e a sua História

2.º Técnico/a de Manutenção de Máquinas de Calçado e Marroquinaria – Aprendizagem

Duração da Prova: 90 minutos setembro de 2023

Formando: _____________________________________________ N.º ______

Classificação Assinatura
_____________________________________ Formador: ______________________________

Lê atentamente as fontes que se seguem e responde corretamente às questões.

Documento 1

Manifesto da nação portuguesa aos soberanos e povos da Europa pela Junta Provisional do Governo Supremo
da Nação (1820)

«Toda a Europa sabe as extraordinárias circunstâncias que, no ano de 1807, forçaram o Senhor D. João
VI, então Príncipe Regente de Portugal, a passar com a Sua Real Família aos seus domínios transatlânticos
[…]. A ruína da sua povoação, começada pela emigração dos habitantes, que seguiram o seu Príncipe, […]
aumentou-se pelas duas funestas invasões de 1809 e 1810, e pelas perdas inevitáveis de uma dilatada e
porfiosa guerra de sete anos. […]. Ainda de vez em quando se avivava em seus corações algum lume de
esperança de que o Rei viria ao meio deles ouvir suas queixas, e dar o possível remédio a males tão
rezados e opressivos. […] Ela, porém, foi-se desvanecendo pouco a pouco […]. Nem a força das armas, nem
os hábitos inveterados, nem o decurso dos tempos podem jamais despojar a Nação da faculdade, e invariável
direito, que sempre conserva, de […] melhorar a forma do seu Governo, de prescrever-lhe justos limites e de
fazê-lo útil aos governados […]. Eis aqui, pois, os verdadeiros princípios que dirigiram os Portugueses
[…] para darem a esse Trono as bases sólidas da Justiça e da Lei […]. Foram estes os votos de todos
os Portugueses, quando proclamaram a necessidade de uma Constituição, de uma Lei fundamental, que
regulasse os limites do Poder e da Obediência, que afiançasse para o futuro os direitos e a felicidade do
Povo.»
Documento 2

«A força dos males nacionais, já sem limites, não me deixou escolher: a honra
não me permitiu ver por muito mais tempo em vergonhosa inércia a majestade real,
[…] todas as classes da nação com diabólico estudo deprimidas, e todos nós o
desprezo da Europa e do mundo, […] e em lugar dos primitivos direitos nacionais
que vos prometeram recobrar em 24 de agosto de 1820, deram-vos a sua ruína, o rei
reduzido a um mero fantasma; a magistratura diariamente despojada e ultrajada; a
nobreza, […] reduzida ao abatimento […]; a religião e seus ministros objeto de mofa
e escárnio […] vinde juntar-vos ao estandarte que levo em minhas mãos […]. Acho-
me no meio de valentes e briosos Portugueses, decididos como eu a morrer ou a
restituir Sua Majestade à sua liber- dade e autoridade, e a todas as classes seus 1
direitos […] e juremos não tornar a real mão

15 senão depois de Sua Majestade estar restituída à sua autoridade. Não acrediteis que
quere- mos restaurar o despotismo, operar reações ou tomar vinganças; juremos pela religião
e pela honra que só queremos a união de todos os Portugueses e um total esquecimento das
opiniões passadas.
restituir Sua Majestade à sua liberdade e autoridade, e a todas as classes seus direitos […] e juremos não tornar
a real mão senão depois de Sua Majestade estar restituída à sua autoridade. Não acrediteis que queremos
restaurar o despotismo, operar reações ou tomar vinganças; juremos pela religião e pela honra que só queremos
a união de todos os Portugueses e um total esquecimento das opiniões passadas.»

Proclamação de D. Miguel na Vila-Francada

Documento 3
Oposição entre liberais e absolutistas

1. O decreto napoleónico que “[forçou] o Senhor D. João VI, então Príncipe Regente de Portugal, a
passar com a Sua Real Família aos seus domínios transatlânticos […].” (Doc. 1) foi…

A. o bloqueio nacional.
B. o bloqueio continental.
C. o bloqueio marítimo.
D. o bloqueio internacional.

2. Nomeia o regime político abolido em 1820 e que, segundo D. Miguel, fez do rei “[…] um mero
fantasma.” (Doc. 2).
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3. Transcreve uma afirmação do documento 2 que expresse as razões da reação absolutista.


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4. O fracasso da Vila-Francada levou D. Miguel a reagir com…

A. a Convenção do Gramido C. a Convenção de Évora Monte.


B. a Abrilada D. o pronunciamento militar do Porto.

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Documento 4
Preâmbulo do Decreto de 30 de agosto de 1852
«Senhora! A viação pública em Portugal carece de um grandíssimo desenvolvimento e exige um
poderoso impulso.
Quase sem estradas, sem canais e sem caminhos-de-ferro, deve este país a sua existência comercial
anterior aos mares que banham o seu extremo litoral e aos rios que regam o seu território […].
Em um país tão pequeno como o nosso, e estando a capital colocada numa posição quase média
a respeito de todo o reino, é certo que temos em Lisboa mais prontas notícias de Londres, de Paris
ou de Bruxelas do que podemos ter de Chaves ou de Bragança. […] Este grande corpo não tem
artérias nem veias por onde se faça a circulação, que somente pode conservar a existência; e as
dificuldades de trânsito que são barreiras não interrompidas entre os habitantes do mesmo povo
clamam incessantemente por um remédio pronto e eficaz, que nos aproxime do viver das nações
cultas, abreviando as distâncias, para comunicação dos homens e permutação dos produtos.»
Diário do Governo, n.º 206, de 1 de setembro de 1852

Documento 5
Fontes Pereira de Melo visto pela imprensa – Ilustração Luso-Brasileira
(6/11/1858)

5. Identifica, com base no documento 4, três dos indicadores do atraso de Portugal, em meados do
século XIX.

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6. Explicita, a partir do documento 5, três das características da política económica do fontismo.


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Documento 6

O MOMENTO DA CRISE DECISIVA DA MONARQUIA

Na expectativa de uma tremenda catástrofe nacional (perda de colónias, consignação dos rendimentos
públicos a sindicatos estrangeiros [...]) importa que a nação tenha um partido seu que pugne pela sua
dignidade e independência [...]. Esta convicção tem sido o estímulo para a formação espontânea do
Partido Republicano Português [...]. A data afrontosa – 11 de janeiro de 1890 – não poderá mais ser
esquecida; porque [...] fixa o momento da convulsão profunda e da crise decisiva em que se acha a nação 5
portuguesa. [...]
O facto brutal [...] de 11 de janeiro, que é uma desonra para a diplomacia europeia, que deixou um
pequeno Estado ao abandono, diante do arbítrio de uma potência mercantil, [...] esse facto veio
evidenciar [...] que a monarquia é incapaz de manter a integridade do território português e a dignidade
da sua autonomia; que os governos monárquicos se têm sucedido no poder [...] esgotaram [...] as forças 10
económicas deste país, deixando-o desarmado e sem recursos para uma resistência natural contra a
mais leve agressão estrangeira; e, por último, que os partidos monárquicos que monopolizam a
governação [dão] provas [...] de absoluta incapacidade governativa [...].
Não satisfeitos ainda com a ruína política de Portugal, preparam a derrocada económica,
consignando os rendimentos da nação a desvairados empréstimos [...]. 15
A monarquia [...] não tem apoio moral; mantém-se apenas pela indiferença geral. [...] O que é a
República senão uma nacionalidade exercendo por si mesma a própria soberania [...]. No estado atual
da crise só existe uma solução nacional, prática e salvadora – a proclamação da República.

Diretório do Partido Republicano, O Século, 12 janeiro de 1891.

7. Transcreve dois excertos do documento 6 que evidenciam que o Ultimato acentuou o descrédito da
monarquia.
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8. Explicita duas características da situação internacional em que se enquadrou a “data afrontosa – 11


de janeiro de 1890” (Doc. 6, l. 4).
Fundamenta a tua resposta com excertos relevantes do documento.
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9. Transcreve um excerto do documento 6 que comprove a defesa da soberania nacional por parte dos
republicanos.
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10. Nomeia a forma de exercício do poder político subjacente na afirmação “os governos monárquicos
se têm sucedido no poder [...]” (Doc. 6, l. 10).
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Documento 7 Documento 8
AFONSO COSTA (1910) DESPESA COM A EDUCAÇÃO (1890-1912)

11. Explicita duas medidas implementadas pela I República. Uma das medidas deve ser articulada com
informações relevantes do documento 7 e a outra medida deve ser articulada com informações
relevantes do documento 8.
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Documento 9
A Constituição de 1911
Título II
Art.º 3.º
[...]
2.º – A lei é igual para todos [...];
4.º – A liberdade de consciência e de crença é inviolável [...]; 5
10.º – O ensino ministrado nos estabelecimentos públicos e particulares fiscalizados pelo Estado será
neutro em matéria religiosa;
11.º – O ensino primário elementar será obrigatório e gratuito [...];
18.º – À exceção do flagrante delito, a prisão não poderá executar-se senão por ordem escrita da
autoridade competente e em conformidade com a expressa disposição da lei. [...] 10
29.º – É reconhecido o direito à assistência pública; [...]
33.º – O estado civil e os respetivos registos são da responsabilidade exclusiva da autoridade civil.
Título III
Art.º 7.º
O poder legislativo é exercido pelo Congresso da República, formado por duas Câmaras, que se 15
denominam Câmara dos Deputados e Senado. [...]
Art.º 26.º – Compete privativamente ao Congresso da República:
1.º – Fazer leis, interpretá-las, suspendê-las e revogá-las [...]
5
4.º – Autorizar o poder executivo a realizar empréstimos [...]
19.º – Eleger o Presidente da República; 20
20.º – Destituir o Presidente da República, nos termos desta Constituição.
12. Com a Constituição de 1911 (Doc. 9) “O ensino ministrado nos estabelecimentos públicos e
particulares fiscalizados pelo Estado será neutro em matéria religiosa” (ll. 6-7) relaciona-se com…
(A) a aprovação do Estatuto do Trabalho Nacional e da criação de grémios.
(B) a aprovação da lei do Registo Civil.
(C) a aprovação da lei de Separação do Estado da Igreja.
(D) a aprovação da criação dos liceus.
13. No domínio dos direitos sociais, a Constituição de 1911 (Doc. 9) consagrou…
(A) a igualdade para todos.
(B) a liberdade religiosa.
(C) o direito à greve.
(D) a impossibilidade de ser preso sem culpa formada.
14. No domínio da organização política do Estado, a Constituição de 1911 (Doc. 9) estabeleceu…
(A) a concentração do poder no Presidente da República, atribuindo ao parlamento unicameral uma
ação fiscalizadora.
(B) o predomínio do poder legislativo sobre o poder executivo, fazendo do parlamento bicameral o
órgão-chave do regime.
(C) o equilíbrio entre os poderes legislativo, executivo e judicial, conferindo ao presidente um papel
moderador.
(D) o predomínio do poder executivo sobre o poder legislativo, dando ao governo autonomia na ação
política.

15. Seleciona a opção que atribui um título correto ao quadro.

(A) O rotativismo partidário.


(B) A instabilidade política durante a Ditadura Militar.
(C) A instabilidade política durante a 1.ª República.
(D) A organização política durante a 1.ª República.
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Documento 10

«E foi assim, nestas condições, sem agricultura, sem indústria, sem navegação, que a Guerra veio
surpreender Portugal. E foi sob um regime de salário baixíssimo e de um custo de vida exorbitante
e com uma organização incipiente que nós, operários, nos encontrávamos, quando fomos
assaltados na corrente de ambições excitadas pelo conflito.»

Movimento Operário Perante a Guerra e as Condições de Paz, tese elaborada pela União Operária Nacional, 1917

16. Seleciona a opção que vai ao encontro do significado do excerto.

(A) O descontentamento do operariado perante as dificuldades económico-financeiras


agravadaspela participação de Portugal na 1.ª Guerra Mundial.
(B) A participação militar dos operários na 1.ª Guerra Mundial foi essencial para Portugal
garantir os direitos sobre as colónias africanas.
(C) A satisfação dos operários portugueses com a legislação social republicana.

Documento 11

«Cidadãos! A Revolução é feita em nome da Liberdade, exige calma nos espíritos, respeito pela
vida e prosperidade alheia e confiança na autoridade. Viva a Pátria! Viva a República!»
Proclamação de Sidónio Pais, Lisboa, 8 de dezembro de 1917

17. Seleciona a opção que apresenta o acontecimento referido no excerto.

(A) Instauração da Ditadura, chefiada por Sidónio Pais.


(B) Instauração da Ditadura, chefiada por Gomes da Costa
(C) Implantação da República, chefiada por Sidónio Pais.

18. Analisa os documentos 12 a 15 e responde à questão 18.1.

ANOS GREVES CONVOCADAS

1910 85
1911 247
1912 35
1913 19
1916 7
1917 26
DOC.12 Embarque de soldados portugueses para
1919 21
a 1.ª Guerra Mundial, 1917.
1920 39

DOC. 13 Greves durante a 1.ª República.

7
DOC.14 Mulher a recolher alimentos
no lixo no início do século XX.
DOC.15 No início do século XX, muitas famílias tinham
que procurar alimentos em instituições de caridade.

18.1. Refere três fatores que contribuíram para a queda da 1.ª República e para a instauração de
um regime político que passou a vigorar após o golpe militar de 1926.

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Bom trabalho,

O Formador,

António Azevedo

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