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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE PROENÇA-A-NOVA - 160799

Escola Básica e Secundária Pedro da Fonseca

Ficha de Avaliação História A

11º Ano 11 de março de 2020

GRUPO I – A IMPLANTAÇÃO DO LIBERALISMO EM PORTUGAL: ANTECEDENTES E A


INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
Documento 1 - As mudanças políticas de 1820, na perspetiva de Almeida Garrett (1821)
Já temos uma Pátria, que o despotismo nos havia roubado [...]. Empreendo pois (e hei de prová-lo) demonstrar a
legitimidade [do] Conselho Militar de 24 de Agosto [de 1820] […]. E quantos meios tinha eu de provar a minha opinião!
Descrever os males que sofríamos, o cativeiro em que jazíamos, o desprezo, a insolência com que a corte do Rio de
Janeiro [...] nos oprimia [...]? Dizer o atrevimento, a barbaridade com que os mais [...] ambiciosos homens forçavam o
nosso Soberano a faltar à palavra que nos dera de voltar para Portugal? Apresentar os meios indiretos com que
arruinavam o nosso comércio, destruíam as nossas fábricas, menosprezavam a nossa agricultura? [...] Resgatar a
memória [...] de Gomes Freire de Andrade e dos outros mártires da Pátria e da liberdade? [...] Invocar argumentos,
apontar a autoridade de Rousseau [...] e de Condorcet? De tudo me valerei para tornar claro aos olhos dos portugueses
[...] uma obra que deve ser pública, que é de todos e para todos, e destinada a instruir um Povo Rei nos seus direitos,
nas suas obrigações.
Almeida Garrett, “Já temos uma Pátria, que nos havia roubado o despotismo”, in Antologia do Pensamento Político
Português – Liberalismo, Socialismo, Republicanismo, Porto, Editorial Inova, 1970, pp. 59-61 [texto adaptado].

Documento 2 - Discurso de D. Pedro I*, imperador do Brasil, na abertura da Assembleia Geral, Constituinte e
Legislativa (3 de maio de 1823)
O Brasil, que por mais de trezentos anos sofreu o indigno nome de colónia […], logo que o Senhor D. João VI, rei de
Portugal, meu Augusto Pai, o elevou à categoria de reino pelo decreto de 1815, exultou de prazer. [...] Assim que em
Portugal se proclamou a liberdade, o Brasil gritou Constituição Portuguesa, assentando que, por esta prova de
confiança […] seria por eles ajudado [...], não esperando nunca ser enganado. [Mas] os brasileiros que verdadeiramente
amavam o seu país jamais tiveram a intenção de se sujeitarem a uma Constituição em que todos não tivessem parte
[...]. A liberdade que Portugal apetecia dar ao Brasil convertia-se para nós em escravidão e faria a nossa ruína total, se
continuássemos a executar as suas ordens, o que aconteceria se não fossem os heroicos esforços de tantos
representantes do povo brasileiro [...] implorando-me que ficasse. Parece-me que o Brasil seria desgraçado, se eu os
não atendesse, como atendi [...]. Mal tinha acabado de proferir estas palavras: “Como é para o bem de todos e
felicidade geral da Nação, diga ao povo que fico”. [...] Vemos hoje a Nação representada por tão dignos deputados. [...]
Está junta a Assembleia para constituir a Nação. [...] Como imperador constitucional, [...] disse ao povo que com a
minha espada defenderia a Pátria, a Nação e a Constituição.

* D. Pedro IV de Portugal.

in http://livros.universia.com.br [consultado em 05/03/2015 – adaptado].


1. O “despotismo”, no contexto a que o autor se refere, associa-se ao regime político:
(A) monarquia;
(B) tirania;
(C) absolutismo;
(D) república.

2. Nomeia o motivo que conduziu à fixação da corte no Rio de Janeiro.

3. Explicita dois argumentos usados pelo autor para justificar eclosão da revolução liberal de
1820.
Os dois argumentos devem ser articulados com informações do documento 1.

1
4. Explicita dois fatores que contribuíram para a independência do Brasil.
Um fator deve ser articulado com informações do documento 1 e outro com informações do documento 2.

GRUPO II - A IMPLANTAÇÃO DO LIBERALISMO EM PORTUGAL


Documento 1 – O confronto entre liberais e absolutistas, perspetiva de um exilado em Londres (1828)
Os testemunhos dos contemporâneos nas suas memórias são largamente coincidentes quando falam dos
acontecimentos ocorridos em 1820. Xavier de Araújo refere que em Portugal se sentia “a humilhação de ser colónia do
Brasil”. [...] Os principais publicistas da imprensa emigrada [...] tinham defendido [...] a necessidade de se convocarem
Cortes. O centro da conspiração era o [...] Sinédrio [...] de início com juristas [...] o movimento estendeu--se a outros
elementos nomeadamente a militares [...]. A 24 de agosto, no Porto, onde o movimento se iniciara, as forças militares
reúnem-se, fazem a leitura de proclamações e criam [...] uma Junta Provisional [...], entretanto, a matriz do regime fora
definida. As Cortes não seriam convocadas à maneira tradicional [...], e assegurou-se, à partida, um papel de relevo
para a soberania da nação [...]. Entre fevereiro e março de 1821, votaram-se “as bases da Constituição” [...] apenas se
concedia ao rei veto suspensivo sobre as decisões das Cortes [...] adotava-se o modelo unicameral [...]. Do seu texto
fazia parte, assim, uma explícita afirmação da igualdade civil: “a lei é igual para todos” [...] a forma do sufrágio [passou]
a ser direto [...] sem restrições censitárias [...] e com toda a abrangência inicial, o movimento vintista conseguira
parcialmente os objetivos. Embora contrariado, D. João VI voltou a Portugal e jurou a nova Constituição [...]. A 27 de
maio, o infante D. Miguel, regressado do Brasil [...], promovido a cabeça da contrarrevolução, deslocou-se com alguma
tropa para Vila Franca de onde dirigiu proclamações e apelos de “libertemos o rei” [...]. Mais tarde, miguelismo e
contrarrevolução tornar-se-iam sinónimos.
História Política Contemporânea: Portugal 1808-2000 (Org. António Costa Pinto e Nuno Gonçalo Monteiro), Objetiva,
Lisboa, 2019, pp. 55 a 66 [adaptado].

Portugueses exilados
a partir da Corunha e de Ferrol para Plymouth-Inglaterra (1828)
Militares Civis Mulheres/Menores/Criados Total

1893 332 158 2383


Documento 2 - O exílio de liberais portugueses para Inglaterra (1828)

Documento 3 - D. Pedro e D. Miguel: caricatura no jornal francês La Caricature (julho de 1833)

À esquerda: D. Pedro, apoiado pela Grã-Bretanha.

À direita: D. Miguel, apoiado pelas potências absolutistas da Europa

1. A afirmação “Os acontecimentos ocorridos


em 1820” remete para…
(A) as invasões francesas.
(B) a fuga da família real para o Brasil.
(C) a abolição da monarquia.
(D) a revolução liberal portuguesa.

2. A “forma do sufrágio [que passou] a ser


direto […] sem restrições censitárias” significa
que votavam todos…
(A) os homens com rendimentos e que
pagavam impostos.
(B) os homens com privilégios e
alfabetizados.
(C) os homens, independentemente do
nascimento e da riqueza.
(D) os homens e as mulheres com
rendimentos.

2
3. Ordena cronologicamente os acontecimentos relativos à implantação do liberalismo em
Portugal.

(A) Início da guerra civil entre absolutistas e liberais. (B) Reação absolutista da Abrilada.
(C) Outorga da Carta Constitucional. (D) Saída da família real para o Brasil.
(E) Aprovação da primeira Constituição.

4. A afirmação a “única lei fundamental da monarquia portuguesa é a Carta Constitucional” está


associada à tendência do liberalismo português designada…
(A) constitucionalismo.
(B) vintismo.
(C) cartismo.
(D) setembrismo.

5. Desenvolve o tema A implantação do liberalismo em Portugal entre 1820 e 1834:


realizações e dificuldades, abordando o tópico de orientação seguinte:

- as dificuldades na instauração do liberalismo: entre a contrarrevolução e a vitória dos liberais.

Na tua resposta,

- analisa o tópico de orientação, apresentando três elementos para o mesmo;


- relaciona os elementos apresentados com o tema;
- integra, pelo menos, uma informação relevante de cada um dos documentos,1 a 3.

GRUPO III – AS TRANSFORMAÇÕES RESULTANTES DA NOVA ORDEM LIBERAL EM PORTUGAL


Documento 1 – Excertos da Legislação de Mouzinho da Silveira (1832)
Cometem delito contra a propriedade do cidadão aqueles que invadem e destroem os edifícios, muros, plantações,
sementeiras ou máquinas e outros estabelecimentos de agricultura, indústria ou manufatura. Qualquer indivíduo [...] que
julgar os seus direitos ofendidos [...] tem a faculdade de lhes obstar pelos meios legais e o seu direito de petição é
garantido na Carta [Constitucional] [...]. Serão [...] extintas as portagens e todas as leis, […] toda e qualquer
determinação que restringia a liberdade do comércio interior do país, ou seja, de terra para terra, ou de província para
província em todo o reino de Portugal [...].Os dízimos que pagavam os proprietários, os lavradores e quaisquer outras
pessoas [...] dos frutos da terra e das árvores, das pastagens, montados e cortes de madeira, dos animais e [...] de
todas as produções ficam desde já extintos, e não serão mais pagos. [...]
Coleção de decretos e regulamentos mandados publicar por Sua Majestade Imperial o Regente do Reino, Segunda
Série, Lisboa, Imprensa Nacional, 1834 [texto adaptado].

Documento 2 - Notícia sobre o Programa do Governo Setembrista (1836)


Tão rápidos têm sido os acontecimentos ocorridos desde o memorável dia 9 [de setembro de 1836] […]. Um movimento
popular, em que tomou parte toda a Nação, chamou ao governo com a Constituição de 1820 [1822] uma nova
Administração […]. Os novos Ministros professam todos as máximas da Liberdade progressiva, e sem pensamento
reservado vão seguir uma Política franca, Portuguesa, desinteressada, tendo só em vista a ordem, a paz, a segurança
pública e individual, o respeito às leis por cuja observância zelarão com todo o desvelo próprio de homens de sãos
princípios constitucionais. […]. Confiamos que animarão quanto deles dependerem a Agricultura, o Comércio, a
Indústria Nacional, promovendo a Instrução Pública, e procurando difundi-la por todas as classes de Cidadãos;
conscientes de que um Povo ignorante só pode convir aos déspotas e aos retrógrados, que prosperam e subsistem no
meio da servidão, dos abusos, da miséria, e do embrutecimento geral.
“O Nosso Estado Atual”, in jornal O Nacional de 13 de setembro de 1836 [adaptado].

1. Explicita duas transformações de caráter socioeconómico introduzidas pela legislação de


Mouzinho da Silveira.
As duas transformações devem conter excertos relevantes do documento 1.
2. Transcreve um excerto do documento 2 que evidencie a defesa do vintismo na revolução de
1836.

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3. A medida do governo setembrista que respondeu ao objetivo de promover “a Instrução Pública,
e procurando difundi-la por todas as classes de Cidadãos” foi a reforma de…

(A) Ferreira Borges, sobre a criação de escolas primárias.


(B) Passos Manuel, sobre a criação dos liceus.
(C) Mouzinho da Silveira, sobre a abolição dos forais.
(D) Costa Cabral, sobre a obrigatoriedade do ensino primário.

4. Associa cada um dos acontecimentos e personalidades relacionados com a instauração do


liberalismo em Portugal, presentes na coluna A, à descrição correspondente, que consta na coluna
B.

COLUNA A COLUNA B
(1) Primeiro rei que aceitou e jurou a Constituição de 1822.
(a) Mouzinho da Silveira (2) Consagrou o fim da dízima, dos direitos senhoriais, das corveias e dos privilégios fiscais.
(b) Setembrismo (3) “Um movimento popular […] chamou ao governo com a Constituição de 1820 [1822]” (Doc.2), fazendo
(c) D. João VI regressar ao poder a tendência oposta ao cartismo.
(4) Outorgou a Carta Constitucional, que consagrou a tendência mais conservadora e moderada do
liberalismo em Portugal.
(5) Documento constitucional de 1826 que consagrou o poder moderador do monarca.

I.1 I.2 I.3 I.4 II.1 II.2 II.3 II.4 II.5 III.1 III.2 III.3 III.4 Total
COTAÇÕES
10 15 20 20 10 10 20 10 20 20 20 10 15 200

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