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Realidade Brasileira
Realidade Brasileira
Primeira República: elite agrária e a política da economia cafeeira.............................. 3
O Estado Getulista......................................................................................................... 12
Democracia e rupturas democráticas na segunda metade do século XX...................... 15
A redemocratização e a busca pela estabilidade econômica......................................... 19
História dos negros no Brasil: luta antirracista, conquistas legais e desafios atuais..... 20
História dos povos indígenas do Brasil: luta por direitos e desafios atuais.................... 26
Dinâmica social no Brasil: estratificação, desigualdade e exclusão social.................... 41
Manifestações culturais, movimentos sociais e garantia de diretos das minorias......... 47
Desenvolvimento econômico, concentração da renda e riqueza................................... 50
Desenvolvimento sustentável e meio ambiente............................................................. 78
Biomas brasileiros: uso racional, conservação e recuperação...................................... 79
Matriz energética: fontes renováveis e não renováveis................................................. 89
Mudança climática.......................................................................................................... 90
Transição energética...................................................................................................... 96
População: estrutura, composição e dinâmica............................................................... 98
Desenvolvimento urbano brasileiro: redes urbanas; metropolização; crescimento das
cidades e problemas urbanos........................................................................................ 102
Infraestrutura urbana e segregação socioespacial........................................................ 103
Desenvolvimento rural brasileiro: estrutura e concentração fundiária; sistemas produ-
tivos e relação de trabalho no campo............................................................................ 104
A inserção do Brasil no sistema internacional............................................................... 109
Estado Democrático de Direito: a Constituição de 1988 e a afirmação da cidadania.... 124
Exercícios....................................................................................................................... 126
Gabarito.......................................................................................................................... 134
1 Azevedo, Gislane. História: passado e presente / Gislane Azevedo, Reinaldo Seriacopi. 1ª ed. São Paulo.
Ática.
— Consolidação da República
Em 15 de novembro de 1889, o marechal Deodoro da Fonseca proclamou a República. Apesar das divergên-
cias que existiam sobre o tipo de república a ser construída no país, as elites que dominavam a política em São
Paulo, Minas Gerais e no Rio Grande do Sul defendiam o federalismo, em oposição à centralização imperial2.
Paulistas e mineiros defendiam propostas inspiradas no liberalismo e tinham, sobretudo os paulistas, o mo-
delo estadunidense como referência, em relação à autonomia dos estados e às liberdades individuais.
No Rio Grande do Sul, havia um importante grupo de políticos liderado por Júlio de Castilhos. Esse grupo
defendia, com base nos ideais positivistas, a instauração de uma ditadura republicana que, ao garantir a ordem,
levaria o país ao progresso. Já no Rio de Janeiro, a capital da República, existia um grupo de republicanos
radicais, chamados de jacobinos. Eram civis e militares, alguns deles positivistas, que defendiam de maneira
exaltada o regime republicano e opunham-se de maneira contundente à volta da monarquia.
2 História. Ensino Médio. Ronaldo Vainfas [et al.] 3ª edição. São Paulo. Saraiva.
O Estado Getulista
— Governo Provisório
Ao assumir a chefia do governo provisório em 1930, apoiado pelos militares, Getúlio Vargas aboliu a Consti-
tuição de 1891, dissolveu o Congresso Nacional, as Assembleias Legislativas estaduais e as Câmaras munici-
pais e instituiu um regime de emergência. Com exceção do governador Olegário Maciel, de Minas Gerais, todos
os demais (na época, chamados de presidentes de estado) foram substituídos por interventores, pessoas da
confiança do presidente, escolhidos por ele entre os egressos do movimento tenentista3.
Em São Paulo, a nomeação do tenentista pernambucano João Alberto Lins de Barros para interventor provo-
cou descontentamento entre as elites, que passaram a exigir um interventor civil e paulista. Os desdobramentos
do descontentamento da população em relação a Vargas levaram à deflagração da Revolução Constituciona-
lista, em julho de 1932.
Devido à debilidade de suas convicções ideológicas, o tenentismo perdeu muito de sua influência junto ao
governo Vargas. Vários de seus representantes voltaram para os quartéis, outros se aliaram ao comunismo ou
a grupos simpatizantes do fascismo. Os que continuaram no governo permaneceram subordinados ao presi-
dente.
— Legislação Trabalhista
A obra pela qual o governo de Getúlio Vargas é mais lembrado é a legislação trabalhista, iniciada com a cria-
ção do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, em novembro de 1930. As leis de proteção ao trabalhador
regularam o trabalho de mulheres e crianças, estabeleceram jornada máxima de oito horas diárias de trabalho,
criaram o descanso semanal remunerado e garantiram o direito a férias (já concedido anteriormente, em 1923,
porém nunca colocado em prática) e à aposentadoria, entre outras novidades.
Esse conjunto de leis seria sistematizado em 1943, com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Ao
mesmo tempo, em 1931 0 governo aprovou a Lei de Sindicalização, que estabelecia o controle do Ministério do
Trabalho sobre a ação sindical. Os sindicatos passaram a ser órgãos consultivos do poder público; só podiam
funcionar com autorização do Ministério do Trabalho, que, por sua vez, tinha poderes de intervenção tão impor-
tantes nas atividades sindicais que podia até afastar diretores.
Assim, anarquistas e comunistas foram afastados do movimento sindical pelo governo e reagiram à lei,
considerada autoritária, por meio de greves e manifestações. Aos poucos, porém, diversos setores sindicais
passaram a acatá-la.
3 Azevedo, Gislane. História: passado e presente / Gislane Azevedo, Reinaldo Seriacopi. 1ª ed. São Paulo.
Ática.
Definição
“Abertura Política” é a denominação de uma sequência de atividades cuja finalidade era promover uma
lenta, gradual e segura transição do regime militar que para o regime democracia nos últimos dois mandatos
da ditadura.
• “Lenta, gradual e segura”: o lema que definiu o início da abertura política foi criado no governo do general
Ernesto Geisel indicava o modo como o líder pretendia conduzir o processo de restauração da democracia.
– Lenta: devido a não haver conformidade nas Forças Armadas com relação à abertura política. Enquanto
uns não concordavam com a adoção de medidas mais radicais e extremistas, outros defendiam (e empreen-
diam) tentados terroristas contra instituições.
– Gradual: conforme o Pacote de Abril (nome atribuído pela a um conjunto de medidas impostas por Ernesto
Geisel, abril de 1977), ainda não era o momento ideal para que os militantes abrissem mão das eleições majo-
ritárias indiretas.
– Segura: tinha o objetivo de assegurar o controle da ascensão da esquerda ao poder, para que o processo
democratização não eclodisse em uma revolução semelhante às que ocorreram na China e em Cuba. Ainda,
por meio da Lei Falcão, conseguiu-se dificultar a divulgação das propostas dos candidatos oponentes.
• Lei da Anistia: promulgada no Governo de João Figueiredo, essa lei isentou os militares de seus crimes co-
metidos no decorrer da ditadura, além de dispensar, também, aqueles que tinham sido condenados por crimes
políticos e os militares e agentes que atuaram ilegalmente durante o regime.
• “Diretas Já»: o impulso que avançou o movimento também recuperou o pluripartidarismo. Mesmo que
sua aprovação tenha ocorrido em função de fragmentar a esquerda, o pluripartidarismo permite representação
política aos mais diversos grupos, sendo, assim, um fator essencial em um regime democrático. O retorno pelo
à democracia somente seria possível por meio da eleição direta para presidente da República, assim, o movi-
mento “Diretas Já”, em contrapartida à divisão provocada pelo pluripartidarismo, gerou o engajamento político
desses grupos em busca de desse ideal comum.
• Revogação do AI-5: outra medida indispensável na luta pela democracia, decretada no Governo de Ernes-
to Geisel.
• Eleição de Tancredo Neves: o marco da transição de regimes aconteceu em 1985, de forma indireta, e o
candidato eleito contava com aprovação de boa parte da bancada governamental, ou seja, agradou os milita-
res. E, mesmo que Neves não tenha assumido o cargo, o governo que se seguiu reafirmou o êxito dos militares,
já que a esquerda só chegaria à Presidência da República quase vinte anos depois.
A formação da cultura afro-brasileira remonta ao período colonial, quando milhares de africanos vieram para
o Brasil através do trafico negreiro. O grande número de negros vindo no período colonial acabou por formar
a maior população de origem africana fora da África. A cultura afro-brasileira foi marcada pelas referências
culturais europeia e indígena.
É importante ressaltar que essa manifestação cultural não se deu de forma homogênea, já que os africanos
que vieram ao Brasil tinham distintas origens, forçando a apropriação e a adaptação para que suas práticas
culturais sobrevivessem. Os rituais e costumes africano apenas deixaram de ser proibidos em 1930, durante o
governo de Getúlio Vargas.
Assim, com o fim da perseguição, a cultura africana começou a ser mais valorizada, até que, em 2003, é
promulgada a lei nº 10.639 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), exigindo as escolas brasileiras de ensino
fundamental e médio que abarquem em seus currículos o ensino da história e cultura afro-brasileira.
Devido à quantidade de escravos recebidos e também pela migração interna destes, os estados de Mara-
nhão, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do
Sul foram os mais influenciados. A maioria dos povos veio trazido da Angola, Congo e Moçambique, eles forma-
vam os Bantos. Já os Sudaneses, vieram da África ocidental, Sudão e da Costa da Guiné.
I. Aspectos da Cultura Afro-Brasileira
Podemos dizer que a cultura afro-brasileira compõe os costumes, as tradições, a mitologia, o folclore, a lín-
gua, a culinária, a música, a dança, a religião, enfim, o imaginário cultural brasileiro.
Um exemplo de como a cultura africana esta presente na nossa sociedade estão nas festividades, como o
Carnaval, a maior festa popular brasileira, a festa de São Benedito, principal festa do Congado (expressão da
cultura afro-brasileira), comemorada no final de semana após a Páscoa; e a festa de Iemanjá, realizada no dia
2 de fevereiro.
Na música influência afro-brasileira está patente em expressões como Samba, Jongo, Carimbo, Maxixe,
Maculelê, Maracatu e utilizam instrumentos variados, com destaque para Afoxé, Atabaque, Berimbau e Tambor.
Por conseguinte, não podemos perder de vista que estas expressões musicais são também corporais, uma vez
que refletem formas de dançar, como no caso do Maculelê, uma dança folclórica brasileira, e do samba de roda,
uma variação musical do samba. Podemos ressaltar outras expressões de música e dança como as danças
rituais, o Tambor de Crioula, e os estilos mais contemporâneos como o samba-reggae e o axé baiano. Final-
mente, merecendo um destaque especial a Capoeira, uma mistura de dança, música e artes marciais proibida
no Brasil durante muitos anos e declarada Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade em 2014.
A culinária é outro elemento típico da cultura afro-brasileira. Ela introduziu as panelas de barro, o leite de
coco, o feijão preto, o quiabo, dentre muitos outros. Entretanto, os alimentos mais conhecidos são aqueles da
culinária baiana, preparados com azeite dendê e pimentas, como Abará, Vatapá e o Acarajé, bem como o Qui-
bebe nordestino, preparado com carne-de-sol ou charque; além dos doces de pamonha e cocada. Por fim, o
prato brasileiro mais conhecido de todos é a Feijoada, criada pelos escravos como uma apropriação da feijoada
portuguesa e produzida a partir dos restos de carne que os senhores de engenho não consumiam.
A religião afro-brasileira se caracterizou pelo sincretismo com o catolicismo, união de aspectos do cristia-
nismo às suas tradições religiosas para que pudessem realizar as práticas religiosas africanas secretamente.
Assim, nasceram do sincretismo o Batuque, o Xambá, a Macumba e a Umbanda, enquanto se preservaram
algumas variações africanas da Quimbanda, Cabula e o Candomblé.
Influência Africana no Brasil5
A influência africana no processo de formação da cultura afro-brasileira começou a ser delineada a partir do
tráfico negreiro. Quando milhões africanos “deixaram” forçadamente o continente africano e despontarem no
Brasil para exercer o trabalho compulsório.
5 http://www.acordacultura.org.br/artigos/29082013/a-influencia-africana-no-processo-de-formacao-da-cul-
tura-afro-brasileira
• Indígena: em 1492, quando chegou à América, Colombo achou que tinha desembarcado nas Índias e
chamou de índios os habitantes da região. O nome resultou de um erro e contém a falsa visão de que todos os
habitantes da América nesse período eram iguais, com a mesma cultura. Portanto hoje se prefere empregar o
termo indígena.
História dos Povos Indígenas e a Formação Sociocultural Brasileira6
Segundo o censo do IBGE de 20107, o Brasil conta com uma população de 896.917 pessoas que conside-
ram-se indígenas. Destes, 324.834 vivem em cidades e 572.083 em áreas rurais, o que corresponde aproxima-
damente a 0,47% da população total do país.
A maior parte dessa população distribui-se por milhares de aldeias, situadas no interior de 700 Terras Indí-
genas, de norte a sul do território nacional.
Esses números representam os sobreviventes da colonização do território brasileiro ao longo de 500 anos
de exploração. Ao ponto que estima-se que, na época da chegada dos europeus, fossem mais de 1.000 povos,
somando entre 2 e 4 milhões de pessoas. Sendo que, nos dias hoje, encontramos no território brasileiro 246
povos falantes de mais de 150 línguas diferentes.
Contudo para tratar o assunto na atualidade, é necessário ter em mente seis pontos:
Ocupação: populações humanas já habitavam a terra hoje denominada Brasil antes da chegada dos euro-
peus, com ocupações que variam entre 40.000 e 2.000 anos antes do presente, e que ainda se mantinham por
volta de 1.500. Essas populações habitavam territórios que interagiam com seu modo de vida e seus costumes.
Origem: não existe um consenso sobre a origem das populações indígenas. Pesquisas apontam migrações
vindas do norte da América, da Polinésia e de outras áreas do planeta. Essas populações foram chamadas de
nativas ou originárias por já habitarem o lugar antes da chegada dos europeus.
Permanência: muitos dos grupos que habitam o território brasileiro possuem vínculos com os primeiros po-
vos aqui estabelecidos.
História: o ser humano surgiu na África, aproximadamente 3 milhões de anos atrás. A partir de então vem
adaptando-se ao ambiente, até resultar no Homo sapiens sapiens, que data de 40.000 anos. Durante todo esse
período, chamado de pré-história, ocorreram migrações para diversas partes do mundo, até chegar à América.
As fontes de informação sobre esse período são de origem arqueológica, visto que as populações que habi-
tavam o Brasil eram ágrafas (não possuíam sistema de escrita). A partir de 1500 esses grupos que haviam se
separado pelos fluxos migratórios entram em contato novamente, com a chegada dos portugueses.
Cultura: como qualquer outro grupo humano, os povos indígenas possuem culturas resultantes da história
e das relações entre os homens e o ambiente que os cerca. Essa cultura sofreu diversas transformações por
conta dos contatos realizados nos últimos 500 anos, de maneira nem sempre pacífica.
Limites Geográficos: os limites entre países, estados ou municípios muitas vezes são criados a partir de re-
ferências que não coincidem com os limites de habitação dos povos indígenas. Em muitos casos, os povos que
hoje vivem em uma região de fronteiras internacionais já ocupavam essa área antes da criação das divisões
entre os países; é por isso que faz mais sentido dizer povos indígenas no Brasil do que do Brasil.
Discussões
Sobre os povos indígenas, pela visão dos portugueses “eles eram selvagens e muito cruéis”. Essa visão,
construída com base nos valores europeus da época marcou o processo de colonização.
Alguns arqueólogos afirmam que a ocupação da América ocorreu há cerca de 15.000 anos. Outros, porém,
dizem que isso ocorreu antes, por volta de 50.000 anos atrás.
6 http://pib.socioambiental.org/
7 https://indigenas.ibge.gov.br/graficos-e-tabelas-2.html
8 Chagas, Nádia Moreira; Mota, Lúcio Tadeu. O Guairá nos Séculos XVI e XVII – As Relações Intercultu-
rais http://projetos.unioeste.br/projetos/cidadania/images/stories/ArquivosPDF/biblioteca/O_Guair_nos_sec._
XVI_e_XVII_.pdf
9 http://www.ambienteterra.com.br/paginas/indio/seusdireitos.html
11 https://bit.ly/2v73uqH
14 CANCLINI, Nestor Garcia. Culturas Híbridas: estratégias para entrar e sair da Modernidade.3ª. Edição.
São Paulo: Edusp, 2000.
COSTA, Alda Cristina. O embate entre o visível e o invisível: a construção social da violência no jornalismo
e na política. 2010. Universidade Federal do Pará, Belém.
http://www.videonasaldeias.org.br/2009/.
Todos sabemos, pela própria experiência do dia-a-dia, que nossa sociedade apresenta contradições: e de-
sigualdades. Nas grandes cidades por exemplo, ao lado de mansões luxuosas encontramos favelas e pessoas
morando embaixo de viadutos.
Vivemos, portanto, em uma sociedade profundamente desigual. Se quisermos fazer uma descrição desse
tipo de sociedade, podemos trabalhar com o conceito de estratificação social. Mas se nosso objetivo for analisar
historicamente os conflitos entre os diversos grupos que a compõem, devemos recorrer ao conceito de classes
sociais.
Seja qual for o método escolhido, é preciso levar em conta também que alguns indivíduos ou mesmo grupos
de pessoas podem mudar de posição social. Para estudar esses casos utilizamos o conceito de mobilidade
Social
Estratificação social
A expressão estratificação deriva de estrato, que quer dizer camada. Por estratificação social entende-se
a distribuição de indivíduos e grupos em camadas hierarquicamente superpostas dentro de uma sociedade.
Essa distribuição se dá pela posição social dos indivíduos, das atividades que eles exercem e dos papéis que
desempenham na estrutura social.
Na sociedade capitalista contemporânea, as posições sociais são determinadas basicamente pela situação
dos indivíduos no desempenho de suas atividades produtivas (capitalistas X proletários).
Contudo, nessa mesma sociedade os indivíduos podem desempenhar outros papéis e alcançar novas posi-
ções sociais como na religião que praticam, o partido político em que militam, as funções sociais que desempe-
nham, a profissão que exercem (médico x pedreiro).
15 Camila Veras Mota. Brasil é o segundo pior em mobilidade social em ranking de 30 países. Institu-
to Humanitas Unisinos. http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/579960-brasil-e-o-segundo-pior-em-mobilida-
de-social-em-ranking-de-30-paises.
— Contracultura
Nos Estados Unidos e nos países da Europa Ocidental, entre as décadas de 1950 e 1960, muitos jovens
passaram a criticar os modos de vida tradicionais e a criar novos estilos de vida e de relações sociais. Esse
conjunto de contestações da juventude daquela época ficou conhecido como contracultura16.
O movimento da contracultura começou nos EUA, quando uma geração de intelectuais e poetas dos anos
1950 - a beat generation - passou a criticar os valores conservadores da sociedade estadunidense. Eles nega-
vam o individualismo e o consumismo do chamado american way ofl ife. Allen Ginsberg, William Burroughs e
Jack Kerouac são os nomes mais conhecidos desse movimento.
O último escreveu um livro bastante divulgado, On the road, de 1957 - que no Brasil foi lançado como Pé na
estrada. Na década de 1960, a contracultura continuou a expressar a rebeldia de jovens das classes médias
contra o consumismo, a cultura de massa, a sociedade industrial e a padronização dos comportamentos. Eles
também se mostravam insatisfeitos com o autoritarismo de seus pais e dos governantes.
16 História. Ensino Médio. Ronaldo Vainfas [et al.] 3ª edição. São Paulo. Saraiva.
• Controle da nação por meio dos Atos Institucionais, dispositivos contrários à Constituição Federal
• Intervenção estatal na economia, com desenvolvimento econômico nos padrões capitalista e tecnoburo-
crático, com dependência monetária internacional
• Movimento Sindical: ressurgiu a partir de 1974, confrontando a ditadura de forma mais direta e caracteri-
zando o fim dos anos 1970 como uma intensa onda de greves, que sofreram fortes repressões.
• Vanguarda Popular Revolucionária (VPR): movimento de guerrilha formado por militares dissidentes, cria-
do em 1966, contrário à postura do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e à sua inoperância diante ao Golpe de
1964.
• Movimentos das comunidades eclesiais de base: articulados pela Igreja Católica, especialmente pelos
adeptos à Teologia da Libertação, esses grupos denunciavam episódios de prisões políticas e torturas, reivindi-
cando direitos humanos mínimos.
• Associações de moradores: esses grupos se multiplicavam no período do regime militar, com o objetivo de
lutar por melhores condições de vida, principalmente em relação à saúde, educação e saneamento.
• Movimento sanitarista: naquele sistema, a saúde pública estava limitada a poucos e respaldada no Insti-
tuto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), fundado em 1974, para dar assistência
apenas aos trabalhadores das zonas urbanas e que possuíam registro em carteira, ou seja, previdenciários.
• Movimento estudantil: Impulsionados pela Reforma Universitária de 1968 e pelo Decreto no 477, que
suspendeu quaisquer manifestações estudantis, e, ainda pelo Ato Institucional n. 5 (AI5), os estudantes se
encarregaram da principal atuação no enfrentamento à ditadura. A União dos Estudantes (UNE) teve papel
fundamental nesse movimento.
17 ARAÚJO, Wagner Frederico Gomes de. As estatais e as parcerias públicoprivadas: o Project Finance
como estratégia de garantia de investimentos em infraestrutura e seu papel na reforma do estado brasileiro. in:
PRÊMIO DEST MONOGRAFIAS: EMPRESAS ESTATAIS. Embrapa Informação Tecnológica, Brasília, DF.2009
- Adaptado
18 MATOS, Patrícia de Oliveira. Análise dos planos de desenvolvimento elaborados no Brasil após o II PND.
Dissertação (mestrado) Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2002. Adaptado
19 Idem
20 PEDRAS, Guilherme Binato Villela. História da dívida pública no Brasil: de 1964 até os dias atuais
23 IPOLITO, Danilo Bueno. História do Plano Real. Universidade de São Paulo, Jornalismo.
24 VELHO, Eduardo. Os Ciclos Diferenciados e o Desafio da Política Monetária Pró-Cíclica. Disponível em:
http://agriforum.agr.br/os-ciclos-diferenciados-e-o-desafio-da-politica-monetaria-pro-ciclica/
25 CRUZ, Adriana inhudes Gonçalves, Et al. A Economia Brasileira: Conquistas dos Últimos dez anos e
perspectivas para o futuro. Adaptado
26 Ribeiro, Francielle Camila Santos, Et al. A EVOLUÇÃO DO PRODUTO INTERNO BRUTO BRASILEIRO
ENTRE 1993 E 2009
A relação entre meio ambiente e desenvolvimento sustentável é um dos temas mais prementes da atualida-
de, refletindo a necessidade urgente de reavaliar as práticas econômicas e sociais à luz dos impactos ambien-
tais. O conceito de desenvolvimento sustentável surge como uma resposta à crescente consciência de que o
modelo de desenvolvimento econômico vigente, muitas vezes baseado na exploração excessiva de recursos
naturais, não é viável a longo prazo. Assim, busca-se um equilíbrio entre crescimento econômico, conservação
ambiental e equidade social.
As formações vegetais são tipos de vegetação facilmente identificáveis na paisagem e que ocupam extensas
áreas. É o elemento mais evidente na classificação dos biomas. Estes, por sua vez, são sistemas em que solo,
clima, relevo, fauna e demais elementos da natureza interagem entre si formando tipos semelhantes de cober-
tura vegetal, como as Florestas Tropicais, as Florestas Temperadas, as Pradarias, os Desertos e as Tundras.
Em escala planetária, os biomas são unidades que evidenciam grande homogeneidade nas características de
seus elementos.
30 Biomassa é a quantidade total de matéria viva de um ecossistema, geralmente expressa em massa por
unidade de área ou de volume.
http://www.inf.furb.br/sisga/educacao/ensino/mapaVegetacao.php
https://www.nerdprofessor.com.br/mapa-vegetacao-do-brasil/
Características das Formações Vegetais Brasileiras
As principais formações vegetais no território brasileiro são:
Floresta Amazônica (floresta pluvial equatorial): é a maior floresta tropical do mundo, totalizando cerca de
40% das florestas pluviais tropicais do planeta. No Brasil, ela se estende por 3,7 milhões de km² e 10% dessa
área constitui unidades de conservação. Cerca de 15% da vegetação da Floresta Amazônica foi desmatada,
sobretudo a partir da década de 1970 com a construção de rodovias e a instalação de atividades mineradoras,
garimpeiras, agrícolas e de exploração madeireira. Em razão do predomínio das planícies e dos planaltos de
baixa altitude, a topografia não provoca modificações profundas na fisionomia da floresta, que apresenta três
estratos de vegetação:
→ Caaigapó (do tupi-guarani, “mata molhada”) ou igapó: desenvolveu-se ao longo dos rios, numa área per-
manentemente alagada. Em comparação com os outros estratos da floresta é o que possui menos quantidade
de espécies e é constituído por árvores de menor porte, incluindo palmeias e plantas aquáticas, destacando-se
a vitória-régia;
→ Várzea: área sujeita a inundações periódicas, com a vegetação de médio porte raramente ultrapassando
os 20 m de altura, como o pau-mulato e a seringueira. Como se situa entre a matas de igapó e de terra firme,
possui características de ambas;
31 Em geografia e ecologia, a antropização é a conversão de espaços abertos, paisagens e ambientes
naturais pela ação humana.
http://educacao.globo.com/geografia/assunto/geografia-fisica/dominios-morfoclimaticos.html
Em 1965, o geógrafo Aziz Ab’Sáber (1924-2012) estabeleceu uma classificação dos domínios morfoclimáti-
cos brasileiros, na qual cada domínio corresponde a uma diferente associação das condições de relevo, clima
e vegetação. Assim, por exemplo, o domínio equatorial amazônico é formado por terras baixas (relevo), flores-
tadas (vegetação) e equatoriais (clima).
As fontes de energia são de grande importância para o desenvolvimento de um país. No Brasil, as principais
fontes de energia são a energia hidrelétrica, petróleo, biocombustíveis e carvão mineral.
• Hidrelétrica: utiliza usinas hidrelétricas para a produção de eletricidade.
• Petróleo: utilizado para produzir combustíveis como a gasolina e óleo diesel e abastecer usinas termelétri-
cas.
• Carvão Mineral: utilizado para produzir energia termelétrica e é a matéria prima para as indústrias siderúr-
gicas.
• Biocombustíveis: são combustíveis alternativos originados de produtos vegetais e renováveis.
— Fontes de Energia Renováveis e não renováveis
As fontes de energia não renováveis são aquelas que podem se esgotar do planeta, por não terem regene-
ração. As renováveis podem se regenerar e portanto, não agridem tanto o meio ambiente.
• Fontes de Energia não Renováveis: petróleo, carvão mineral, energia nuclear e gás natural.
• Fontes de Energia Renováveis: energia solar, energia eólica, biocombustíveis, energia hidráulica e energia
geotérmica.
Efeito Estufa
Sempre ouvimos falar que o efeito estufa é o grande vilão do aquecimento global, que não deixa de ser ver-
dade. Mas uma coisa precisa ficar clara: é graças a ele que existe vida em nosso planeta. O efeito estufa é um
fenômeno natural que faz com que a temperatura média do globo se conserve nos limites necessários para a
manutenção da vida, em torno de 14,5 graus Celsius.
Ele ocorre em razão da existência de gases, como o carbono, que estão naturalmente na atmosfera e im-
pedem a dissipação para o espaço de parte da radiação vinda do Sol, que é absorvida e refletida pela Terra32
O problema é que, por causa da ação do homem, esse benéfico “cobertor” atmosférico está se transforman-
do num forno. O intenso uso de combustíveis fósseis, especialmente carvão e petróleo, e a utilização predatória
da terra (desmatamento, queimadas, depósitos de lixo) liberam na atmosfera uma imensa quantidade de gases
que retêm calor, como dióxido de carbono, metano e óxidos de nitrogênio, intensificando o efeito estufa.
O IPCC defende a tese de que essas atividades teriam causado um aumento de 0,7 grau no século XX.
Aumento das emissões
Desde a Revolução Industrial, há mais de 200 anos, nossas atividades econômicas são baseadas na queima
de combustíveis fósseis. A energia que consumimos para gerar eletricidade e aquecimento, para nos locomo-
vermos em viagens de carro, avião ou navios e para mover a atividade manufatureira contribui com cerca de
metade das emissões dos gases de efeito estufa.
32 http://www.mundoedu.com.br/uploads/pdf/554aaa4b0e16e.pdf
Imagem de setembro de 2004, feita por satélite de monitoramento da NASA que mostra o buraco na camada
de ozônio sobre a Antártida. Este buraco é consequência da emissão de gases ao longo de anos, em todo o
planeta.
Chuva Ácida
Trata-se de chuva, neve ou neblina com alta concentração de ácidos em sua composição. Com a denomi-
nação genérica de chuva ácida, sua origem são os óxidos de nitrogênio (NOx) e o dióxido de enxofre (SO²)
liberados na atmosfera pela queima de combustíveis fósseis (principalmente o carvão mineral).
Esses compostos reagem com o vapor de água presente na atmosfera, formando o ácido nítrico (HNO³) e o
ácido sulfúrico (H²SO4), que, mais tarde, se precipitam e alteram as características do solo e da água, prejudi-
cando lavouras, florestas e a vida aquática. Também danificam edifícios e monumentos históricos.
Transição energética
Você sabe o que é a “transição energética”? Essa palavra está cada vez mais em evidência com a mudança
climática em todo o mundo. A necessidade de ações mais focadas na redução de emissão de gases do efeito
estufa (GEE), como na utilização de geração energia com fontes renováveis, é essencial para o planeta.
Desde os primórdios da civilização humana passamos por algum tipo de transição energética. Seja ela hu-
mana, animal ou até mesmo aquela vinda da queima dos combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão. A
evolução de uma comunidade ou região pode ser analisada com base na forma de controlar e consumir energia.
33 https://querobolsa.com.br/enem/biologia/problemas-ambientais
Transição energética consiste em passar de uma matriz de fonte de energia que utiliza combustíveis fósseis,
como Petróleo, gás natural e carvão, que são grandes emissores de Carbono (CO2) na atmosfera, para fontes
renováveis, como sol, água, vento e biomassa, que emitem menos gases de efeito estufa.
Portanto, a política de transição no Brasil busca a eletricidade renovável e ampliar essa participação para
ajudar os setores industriais e de transportes a reduzir a pegada de carbono. Além de serem competitivos, ao
mesmo tempo em que também usa os combustíveis de Baixo Carbono para cobrir o restante dessa oferta.
Fonte: https://www.gov.br/mme/pt-br/assuntos/noticias/transicao-energetica-a-mudanca-de-energia-que-o-
-planeta-precisa
O crescimento da população brasileira, nas últimas décadas, está ligado principalmente ao crescimento ve-
getativo (ou natural). A queda nesse crescimento apresenta outras justificativas que merecem atenção.
• Maior custo para criar filhos;
• Acesso a métodos anticoncepcionais;
• Trabalho feminino extradomiciliar;
• Acesso a tratamento médico;
• Saneamento básico.
Fonte: IBGE
Fonte: IBGE
PEA (População Economicamente Ativa)
É a população que exerce atividade remunerada nas formas da lei. Nos países desenvolvidos, os ativos
são predominantemente a população adulta, enquanto nos subdesenvolvidos tanto os jovens quanto os idosos
trabalham juntamente com os adultos.
— Definição e função
Cidade
Area industrializada e povoada com zonas residenciais e comerciais. A cidade é uma zona urbana, o contrá-
rio de zona rural, ou seja, é a parte do município em que há uma grande concentração de pessoas e estruturas
industriais.
As zonas rurais, também denominadas de campo, são partes de um município em que são utilizadas para
atividades da agricultura e agropecuária, onde há pouquíssima industrialização, e são áreas que abrigam pai-
sagens naturais.
As zonas urbanas e rurais coexistem, são dependentes umas das outras, pois a zona urbana utiliza produtos
produzidos nas zonas rurais e as zonas rurais comercializam com as zonas urbanas.
— Industrialização e Urbanização
Os processos de industrialização e urbanização são interligados, desde a revolução industrial as cidades
começaram a se desenvolver de forma que o movimento de pessoas aumentou e consequentemente, a urba-
nização se desenvolveu. Quanto maior o número de pessoas, mais consumiam e produziam, movimentando
assim, a indústria e ocasionando também deu rápido desenvolvimento.
O crescimento da Indústria em todos os países do mundo, mas principalmente na Inglaterra, proporcionou
diversas transformações no espaço geográfico. Além de um maior movimento de pessoas, estruturas relacio-
nadas ao transporte, como trens, metrô, veículos em geral, ruas asfaltadas, grandes centros comerciais, entre
outros, foram criadas e desenvolvidas. Isso, mas principalmente o fator de empregos na área industrial, acabou
causando o êxodo rural, que é quando as pessoas que residem nas zonas rurais se mudam para a zona urbana
a fim de encontrar empregos e condições melhores de vida, o que ocorreu bastante no processo da revolução
Industrial.
— Urbanização Brasileira e Regiões Metropolitanas
A urbanização brasileira iniciou-se no século XX, com o desenvolvimento da indústria o êxodo rural come-
çou a acontecer, em meados de 1950, e portanto, a urbanização a se desenvolver principalmente no Sudeste
do país. Algo que influenciou bastante esse desenvolvimento foi a política de desenvolvimento dos governos
Getúlio Vargas e Juscelino Kubistchek que prometiam “50 anos em 5”. Nos anos 60, a urbanização começa a
se desenvolver no centro-oeste do país. Hoje, mais de 70% da população do Brasil reside em áreas urbanas,
portanto as regiões diferem bastante em relação a infraestruturas. As regiões do Sudeste e do Sul são mais
desenvolvidas, enquanto o Nordeste ainda tem uma grande carência. Assim, a urbanização junto da industria-
lização causou buracos na sociedade, como a desigualdade social e falta de oportunidades para as pessoas.
— A Questão Agrária e Conflitos no Campo no Brasil
A questão agrária diz respeito a conflitos que ocorrem no meio rural, nos meios de produção agrícolas e a
relação entre o capitalismo e o trabalho rural. Com a modernização deste espaço rural, problemas como a desi-
gualdade, concentração de terras e êxodo rural acabaram se intensificando. A urbanização causou um aumento
na demanda de produtos agrícolas, e como consequência, meios de acelerar essa produção, como o uso de
agrotóxicos. Isso diminui o preço dos produtos enquanto produtos industrializados tem seu preço elevado.
— Rede e Hierarquia Urbana Brasileira
Hierarquia Urbana é a organização de cidades em níveis hierárquicos de subordinação, ou seja, cidades mé-
dias têm influência sobre as menores. Dizemos maior em relação a produtividade, bens e serviços oferecidos, e
não em relação a seu tamanho físico. A hierarquia também integra as cidades em uma rede urbana, uma rede
que as conecta econômica, social e culturalmente. Pode ser categorizada em:
A urbanização é o processo de crescimento das cidades em população e extensão territorial, que ocorre prin-
cipalmente pela migração do campo para a cidade, chamada de êxodo rural. A urbanização está relacionada às
dinâmicas socioespaciais, que são as transformações que ocorrem no espaço geográfico em decorrência das
relações sociais, econômicas, políticas, culturais e ambientais que nele se desenvolvem.
As dinâmicas socioespaciais nas cidades envolvem diversos aspectos, como:
– Aspectos econômicos: referem-se às atividades produtivas que se realizam nas cidades, como indústria,
comércio, serviços e finanças. Essas atividades geram empregos, renda, impostos e desenvolvimento para as
cidades, mas também podem provocar desigualdades sociais, concentração de riquezas e dependência exter-
na.
– Aspectos políticos: referem-se às formas de organização e gestão das cidades, como os poderes públi-
cos, os partidos políticos, os movimentos sociais e as instituições participativas. Esses atores influenciam nas
decisões sobre o planejamento urbano, as políticas públicas, a distribuição de recursos e a garantia de direitos
para os cidadãos urbanos.
– Aspectos culturais: referem-se às manifestações artísticas, religiosas, linguísticas, gastronômicas e outras
que expressam a diversidade e a identidade dos grupos sociais que vivem nas cidades. Essas manifestações
contribuem para a valorização da cultura urbana, mas também podem gerar conflitos, preconceitos e exclusões.
– Aspectos ambientais: referem-se às condições naturais e antrópicas que afetam a qualidade de vida nas
cidades, como o clima, a vegetação, a poluição, o saneamento básico e o uso do solo. Essas condições podem
gerar benefícios ou problemas para os habitantes urbanos, como conforto térmico, áreas verdes, enchentes,
ilhas de calor e deslizamentos.
As dinâmicas socioespaciais nas cidades também estão relacionadas aos riscos e desastres urbanos, que
são eventos adversos que podem causar danos materiais e humanos nas áreas urbanas. Esses eventos podem
ser de origem natural ou antrópica (causados ou agravados pela ação humana), como terremotos, furacões,
incêndios, explosões e acidentes. Os riscos e desastres urbanos estão associados à vulnerabilidade social e
ambiental das populações urbanas, especialmente as mais pobres e marginalizadas.
O Brasil, com sua extensa área territorial e vasta diversidade de biomas, é uma potência agrícola global. O
desenvolvimento do setor agrícola não foi apenas resultado de seus recursos naturais, mas também de práti-
cas, inovações e esforços para transferir conhecimentos técnicos aos agricultores. Nesse cenário, a extensão
rural se consolidou como uma ponte entre a pesquisa agropecuária e o campo, desempenhando um papel
central na modernização da agricultura brasileira.
A agricultura brasileira, desde o período colonial, foi marcada por distintas formas produtivas, desde latifún-
dios monocultores até pequenas propriedades familiares. Porém, a falta de acesso à informação e tecnologia
foi por muito tempo um limitador do desenvolvimento agrícola, principalmente para pequenos e médios produ-
tores. Nesse contexto, a extensão rural surgiu como um mecanismo para diminuir essa lacuna, propondo uma
relação mais próxima e direta com o homem do campo, visando sua capacitação e empoderamento.
Apesar de ser reconhecido primordialmente por sua importância política e administrativa como sede do
governo federal, o Distrito Federal tem uma relevante parcela rural, que abriga desde produções familiares até
experimentações agrícolas. Estas áreas rurais, por estarem próximas ao centro político, acabam por vezes re-
fletindo as dinâmicas e transformações das políticas agrícolas do país de maneira mais imediata.
A extensão rural se apresenta não apenas como transmissão de técnicas, mas como uma via de mão dupla,
na qual extensionistas e agricultores trocam experiências, adaptam soluções e co-criam estratégias para en-
frentar os desafios do campo. Ao longo da história brasileira, essa prática tem passado por diversas metamor-
foses, espelhando os desafios socioeconômicos e ambientais de cada época.
Assim, ao explorar a trajetória da extensão rural no Brasil e no Distrito Federal, mergulhamos em uma nar-
rativa sobre desenvolvimento, inovação, desafios e adaptações, reconhecendo a centralidade do setor agrícola
na formação socioeconômica do país e a importância de conectar ciência, prática e tradição no campo.
— Origens (até a década de 1940)
Um país de base agrária
Ao longo de sua história colonial e nos primeiros momentos como nação independente, o Brasil teve sua
economia fortemente ancorada na agricultura. Grandes ciclos econômicos, como o do açúcar, café e borracha,
deram forma à nossa paisagem econômica e social. No entanto, a produção agrícola era muitas vezes baseada
em práticas tradicionais, com pouca intervenção tecnológica.
Os primeiros passos da extensão rural
Antes da oficialização da extensão rural como uma prática sistemática, já existiam iniciativas isoladas que
buscavam levar conhecimentos mais avançados ao campo. Estas iniciativas eram frequentemente conduzidas
por escolas agrícolas, sociedades rurais e até mesmo por missionários. Era uma fase onde a extensão estava
mais ligada à ideia de educação rural e alfabetização do que à transmissão de técnicas agrícolas avançadas.
Influência internacional e modelos iniciais
O conceito de extensão rural, como é entendido hoje, teve suas raízes em modelos desenvolvidos principal-
mente nos Estados Unidos no final do século XIX e início do século XX. O “Modelo Smith-Lever”, por exemplo,
instituído nos EUA em 1914, teve grande influência na forma como o Brasil começou a perceber a necessidade
de uma ação organizada de extensão. A ideia de conectar universidades, pesquisadores e agricultores come-
çou a ganhar força, reconhecendo-se que a pesquisa agrícola não seria efetiva sem uma ponte direta com o
produtor.
34 JUBRAN, Bruno Mariotto. Relações internacionais: conceitos básicos e aspectos teóricos. Secretaria de
Planejamento e Desenvolvimento Regional. Fundação de Economia e Estatística Siegfried Emanuel Heuse.
Porto Alegre: 2015.
No Estado democrático de direito, as autoridades políticas estão sujeitas ao poder do povo, uma
vez que é a população quem escolhe seus representantes para criarem as leis, os legisladores
(soberania popular).
No Estado Democrático Brasileiro, as funções típicas e indelegáveis do Estado são exercidas por indivíduos
eleitos pelo povo para tanto, de acordo com regras pré-estabelecidas que regerão o pleito eleitoral. O aspecto
do termo “de Direito” refere-se a que “tipo de direito” exercerá o papel de limitar o exercício do poder estatal.
No Estado democrático de direito, apenas o direito positivo (isto é, aquele que foi codificado e aprovado pe-
los órgãos estatais competentes, como o Poder Legislativo) poderá limitar a ação estatal, e somente ele poderá
ser invocado nos tribunais para garantir o chamado “império da lei”. Todas as outras fontes de direito, como o
Direito Canônico ou o Direito natural, ficam excluídas, a não ser que o direito positivo lhes atribua esta eficácia,
e apenas nos limites por ele estabelecidos.
Neste contexto, destaca-se o papel exercido pela Constituição. Nela delineiam-se os limites e as regras para
o exercício do poder estatal (onde se inscrevem os chamados “Direitos e Garantias fundamentais”), e, a partir
dela, e sempre a tendo como baliza, redige-se o restante do chamado “ordenamento jurídico”, isto é, o conjunto
das leis que regem uma sociedade.
Nota-se que é imprescindível no Estado democrático de direito a existência de uma Constituição. No entan-
to, não devemos restringir o elemento democrático à limitação do poder estatal e a democracia ao instituto da
representação política, uma vez que o princípio democrático não se reduz a um método de escolha dos gover-
nantes pelos governados.
Nos dias atuais o Estado Democrático de Direito tem um significado de fundamental importância no desen-
volvimento das sociedades, sendo um dos fundamentos essenciais de organização das sociedades políticas
do mundo moderno, tendo em vista que é um sistema institucional em que há previsão e proteção aos direitos
fundamentais.
Diante de todo o exposto, em linhas gerais, podemos definir como requisitos para a caracterização de um
“Estado Democrático de Direito”: o império das leis; a forma federativa de Estado; o enunciado de garantia de
direitos individuais; governo legitimamente eleito pelo povo.
Características do Estado Democrático de Direito
Para que o Estado Democrático de Direito funcione, é fundamental que exista a distinção dos poderes exe-
cutivos e que os tribunais sejam independentes, assim como os legisladores, para garantir a imparcialidade
das decisões. Foi a partir desta concepção que surgiu a divisão dos três poderes: o poder judiciário, o poder
legislativo e o poder executivo.
O funcionamento desta divisão de poderes estabelece então que em uma democracia parlamentar, o le-
gislativo, representado pelo parlamento, limita o poder do executivo, que é o governo. Este não estará livre
para agir à vontade, porém deve constantemente garantir o apoio parlamentar, uma vez que ele representa a
vontade do povo. Desta mesma forma, o poder judiciário pode fazer um contraponto a determinadas decisões
governamentais.
Princípio Constitucional Democrático35
A concepção teórica de Estado de direito cumpre a missão de limitar o poder político para estabelecer o im-
pério do direito, o “governo das leis e não dos homens”, o que pode aparentar mero atrelar-se à “liberdade dos
modernos” assente no distanciamento e na restrição do poder, na defesa contra o mesmo.
Por sua vez, a concepção teórica de Estado democrático busca um poder, uma ordem de domínio legitimada
pelo povo na sua titularidade e no seu exercício, organizada e exercida em uma dinâmica que não se desvin-
cula do povo (na formulação de Lincoln: governo do povo, pelo povo, para o povo), o que pode aparentar mero
atrelar-se à “liberdade dos antigos”, amiga da convivência com o poder.
Exercícios
Trabalhadores homenageiam Vargas pelos seus 10 anos de governo na Esplanada do Castelo. Rio de Ja-
neiro, 9 de novembro de 1940.
Disponível em: http://novahistorianet.blogspot.com Acesso em: 17 set. 2010.
No que se refere à política trabalhista, Getúlio Vargas conjugou com bastante sucesso uma forte repressão
ao movimento operário com a criação de um conjunto de leis que representaram avanço para os trabalhadores.
No dia 1o de maio de 1943, foi assinado o Decreto-Lei no 5.452 que instituía a Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT) e unificava toda a legislação trabalhista já existente no país. Desde então, a CLT sofreu altera-
ções, mas, tendo em vista o Decreto de 1943, registra-se que, naquela ocasião, os trabalhadores obtiveram as
seguintes conquistas:
I - adoção no território nacional da Carteira Profissional, que passou a ser obrigatória para o exercício de
qualquer emprego assalariado;
II - estabelecimento do limite máximo de 8 horas diárias para a jornada de trabalho do empregado; III - direito
a todo empregado de um descanso semanal de 24 horas consecutivas.
IV - aprovação do salário mínimo, pago diretamente pelo empregador a todo trabalhador do sexo masculino.
V - liberação para a formação de mais de um Sindicato representativo da mesma categoria econômica ou
profissional, ou profissão liberal, sem restrições por parte do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio.
Estão corretas APENAS as conquistas apresentadas em
(A) I, II e III.
(B) I, III e IV.
(C) I, III e V.
(D) II, IV e V.
(E) III, IV e V.
Gabarito
1 E
2 D
3 C
4 A
5 A
6 C
7 C
8 B
9 A
10 C
11 B
12 D
13 B
14 A
15 E
16 B
17 A
18 E
19 A
20 A