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Sebenta de DIP das aulas teóricas do prof. Blanco Morais e com notas do manual do prof.

Eduardo Correia Batista.

2 Períodos da história do DIP


Períodos de evolução do DIP (3):
1º fase: A Antiguidade Clássica – período incerto – relações entre as entidades pré-estaduais –
relações que eram estabelecidos entre Roma e um conjunto de povos circundantes - ius
gentium – direito aplicado a estrangeiros que se encontravam em Roma, aplicava-se a
convenções, tratados ou acordos estabelecidos com outros povos, e nas fronteiras.

2ª Fase: Desde a idade média até ao início da idade moderna, ao tratado de Vestefália – direito
muito centrado na Europa – noção de que os estados cristãos formariam aquilo que se chama
a Respublica Christiana – relevância papal – determinava o que eram guerras justas e injustas,
determinadas disposições relevantes em matéria religiosa, sancionava monarcas que não
cumprissem com as suas diretrizes, tinha as bulas papais, que reconheciam os territórios a
descobrir, declarava a Guerra Santa.

Evolução da noção de ius gentium, - escola clássica espanhola – Francisco Vitória –


transformação no Ius inter gentes – o direito entre os povos

3ª fase – da Paz de Vestefália às Revoluções liberais - com o fim da guerra dos 30 anos
resultaram dois tratados – paz de Vestefália (3):

1 – Esmaecimento do poder da igreja – separação entre Igreja e Estado

2 – Afirmação da soberania do estado

3 – Afirmação de um direito internacional

Período de afirmação do DIP (3)


1ª Fase – da Idade contemporânea ao fim da 1GM – independência das colónias sul
americanas – princípio da autodeterminação dos povos; ideia de que as relações jurídicas
internacionais se estabelecem entre estados soberanos e não casas reais; afirmação externa
da soberania dos estados – habituação à guerra.

Fim da primeira guerra – criação da Sociedade das Nações – objetivo – prevenir conflitos da
mesma magnitude

2ª fase – Pós-guerra e bipolarismo internacional – fim da segunda guerra – criação das nações
unidas – nações vencedoras da SGM – objetivo de garantir a paz internacional; atividades de
cooperação económica, social e cultura; tutela e defesa dos direitos do homem. Movimento da
autodeterminação dos povos coloniais – grande desenvolvimento do DIP – novos sujeitos –
governos de exílio, por ex. DIP com uma cariz mais positiva – o DIP deve ser reconduzido às
suas fontes, e estas aplicadas. Escola anglo-saxónica com influência – valorização da
jurisprudência e da força do precedente. Criação de tribunais arbitrais.

3ª Fase – Queda do Miro de Berlim – entrada transitória num mundo unipolar. Hoje em dia,
mundo multipolar – DIP com uma fase unilateralista – estados intervém militarmente fora das
regras especificas da UN ex. intervenção anglo-americana no Iraque – anarquia das relações
internacionais e enfraquecimento da ONU – enfraquecimento geral do DIP geral ou comum, e
reforço do DIP especial. Fortalecem-se organizações internacionais de tipo regional ex. EU –
regionalismo internacional – fase de blocos regionais – fase atual.

Definição conceptual de DIP (4)


1 – Critério dos sujeitos – DIP como conjunto de normas jurídicas que regulariam as relações
entre Estados.

2 – Critério do Objeto – DIP como conjunto de normas jurídicas que regulariam matérias e
questões específicas da sociedade internacional. Definição também insuficiente – Direito penal
é matéria própria do direito interno, com regras de direito internacional penal.

3 – Critério das Fontes – André Gonçalves Pereira – noção formalista – DIP como conjunto de
normas jurídicas produzidas e reveladas por processos próprios da sociedade internacional.
Existem fontes especificas e próprias da sociedade internacional – mas estas normas destinam-
se a regular o quê?

4 – Critério estrutural – DIP como conjunto de normas de direito produzidas por fontes
próprias de direito internacional, que se destinam a reger as relações jurídicas internacionais.

Fontes de direito internacional – modos de produzir, revelar e justificar normas jurídicas


internacionais que regem a sociedade internacional.

Fontes próprias (6): Tratados; O costume internacional; os atos jurídicos unilaterais; princípios
do Direito Internacional; jurisprudência; doutrina.

Relações jurídicas internacionais (3):


Ligações que se estabelecem entre sujeitos de direito internacional – o IP visa estabelecer
normas que regem as regras jurídico internacionais de caráter publico.

1 – Relações de subordinação – posição de domínio em relação a outros sujeitos ex. estados


vassalos

2 - Relações de reciprocidade – relações horizontais que visam satisfazer os interesses


recíprocos de sujeitos.

3 – Relações de coordenação – visam satisfazer interesses coletivos – cooperação económica,


tratamento humanitário de presos de guerra, questões relacionadas com tribunais
internacionais para a definição de crimes de guerra, crimes contra a paz ou humanidade – fins
inerentes à própria sociedade internacional. Regidos por tratados, em regra, unilaterais,
celebrados por mais de dois estados.

Situações duvidosas – se de cooperação ou reciprocidade. Se o objeto da relação for comum


dos interesses da comunidade internacional, coordenação.
Sistema de fontes (4)
As fontes de DIP são modos de produção, revelação e justificação das normas de direito
internacional. Podemos classifica-las em:

1 – Fontes formais – processos de produção e revelação de normas jurídicas internacionais. Ex.


tratado e costume

1 - Produção voluntária – elemento da vontade do sujeito de DI é relevante

2 – Formação espontânea – costume internacional

2 – Fontes materiais – aludem aos valores que fundamentam as normas jurídicas


internacionais

Princípios de DIP - enunciados jurídicos de valores internacionais.

3 – Fontes imediatas – implicam que as normas se apliquem direita e imediatamente a uma


relação jurídica controvertida (litígio) ex. convenções internacionais; costume; atos jurídicos
unilaterais

4 – Fontes mediatas – sustentam a aplicação das fontes primárias – podem fundamentar a


razão pela qual se aplica um princípio e não outro ex. jurisprudência; doutrina; equidade
contra legem (derrogatória)

Normas, princípios e regras


Normas – dotadas de critérios de generalidade e abstração

Princípios – maior indeterminabilidade – mandatos de otimização

Regras – mandatos de definição – mais preciso.

Hierarquia de fontes
Não há hierarquia entre fontes imediatas – difundida tese – tratado e costume encontram-se
no mesmo plano hierárquico, podendo as suas normas revogar-se mutuamente, mas há um
primado das imediatas sobre as mediatas.

Revogar – eliminar do ordenamento um ato por meio de um outro ato de hierarquia idêntica
ou superior

Derrogar- afastar por um ato a aplicação de uma norma.

Dentro dessas fontes pode haver hierarquia:

1 – art. 53 º CV: ius cogens – direito imperativo – é nulo todo o tratado que no momento da
sua conclusão seja incompatível com uma norma imperativa de DI. Norma imperativa – só com
a mesma natureza pode ser derrogada – diz respeito a bens jurídicos – tem de ser aceite por
todos os estados.
Problema da identificação do ius cogens – Jorge Miranda – acha o art. 7 da CRP a sua
exemplificação. Mas até agora nenhum tribunal internacional o reconhece, não o usa como
fundamento.

2 – 4 convenções de genebra sobre o tratamento de POW – são impostas mesmo quando os


estados não as subscrevem – normas de DI geral.

3 – Os estados não podem entre si celebrar tratados internacionais que contrariem as


disposições da carta das nações unidas.

Art. 38 TIJ
Norma de referência para a enumeração das fontes de DI

Críticas e comentários

1 – Linguagem obsoleta – “princípios das nações civilizadas” – expressão anterior à


descolonização

2 – Mistura entre fontes materiais, formais, diretas e indiretas

3 – Lacuna – omitem-se os atos jurídicos unilaterais

4 – Problema da elevação indevida da equidade a fonte de direito

Equidade – ajusta a norma ao caso concreto

Secundum legem – quando atua interpretativamente. CBM não considera fonte de


direito

Contra legem – revoga ou derroga normas de tratados ou de costume – cria uma regra
de direito – é fonte de direito.

5 – Precedências aplicativas em termos de fontes mediatas – as fontes não têm qualquer


hierarquia, todavia existe um preceito que estipula: dá-se uma precedência aplicativa aos
tratados ou convenções, depois ao costume, e de seguida aos princípios. Isto não significa que
não possam haver sequencias diferentes, isto é, precedência diferente. Esta é apenas a regra
geral.

Fontes de direito internacional


1 – Princípios – fontes materiais e enunciados jurídicos com grande indeterminação.
Justificam normas. Têm carater normativo. Têm duas formas:

1 – Provêm do direito interno – princípio da boa fé; princípio da proporcionalidade; do


caso julgado; do abuso do direito; ônus da prova; segurança jurídica; o princípio que atribui
aos tribunais superiores, em caso de dúvida, a sua própria opinião

2 – Originários do direito internacional - respeito pela integridade territorial dos


estados; princípio de não usar a força; da não interferência nas questões internas dos estados;
da autodeterminação dos povos sobre ocupação estrangeira; princípio da especialidade das
organizações sociais.
2 – Atos jurídicos unilaterais – decisão tomada por um sujeito de DI que atua por
si próprio, não dependendo de outro sujeito. Dois tipos:

1 - Autónomos – manifestações válidas e eficazes da vontade, não dependendo da


existência de uma outra fonte que autorize, permita este ato. 4 tipos

1. Protesto –manifestação de desagrado de um sujeito relativamente à


conduta de outro. Ato com eficácia normativa. Ato unilateral que põe termo à formação de um
costume.

2- Renúncia – sujeito pode declarar que não quer exercer um determinado


direito

3 – Promessa – declaração de intenção futura – figura mais frágil

4 – Reconhecimento – ato político, mas que tem consequências jurídicas.

2 – Não autónomos – dependem do regime que a esse propósito tenha sido


estabelecido

1 – Denuncia – estado vinculado a uma convecção declara pretender deixar de


estar vinculado à mesma

2 – Recesso -??????

3 – Reserva – declaração em que um estado se vincula a uma organização


social

4 – Adesão – não participando numa convenção, podem ratifica-la

3 – Auto normativos – o sujeito é o primeiro destinatário desses efeitos. É o caso da


promessa e da renúncia. Pode produzir efeitos para outros estados.

4 – Hétero normativos – o destinatário é outro ou outros sujeitos de DIP. é o caso do


reconhecimento e do protesto.

3 – Jurisprudência – resolve as lacunas no DIP – resolvidas por meio do precedente. A


doutrina serve como complemento.

4 – Equidade contra legem – há certas disposições em tratados que causam


conflitos, danos, desigualdade. A equidade tempera o rigor do direito e a ideia de justiça,
adaptando a norma ao caso concreto. Os tribunais só decidem perante a equidade se as partes
o aceitarem.

5 – Acordos administrativos – superioridade hierárquica das convenções


relativamente a outras que lhe dão a execução. Este acordo deve subordinar-se (e não
revogar) o tratado principal. Para haver o acordo administrativo, o tratado principal deve
prever a concretização das suas disposições.

6 – Costume
Prática reiterada com convicção de obrigatoriedade

Teoria dos dois elementos:

Elemento material – diuturnitas – uso – prática constante de uma dada conduta – cria
precedente, e que vai sempre no mesmo sentido

Elemento psicológico – opinio iuris – convicção de obrigatoriedade- estados que adotam uma
dada conduta devem-na cumprir

Jusnaturalismo – existência de uma ordem jurídica de valor intemporal e absoluto. Direito


natural é o fundamento da obrigatoriedade do Direito positivo, incluindo o DIP.

Qual o elemento mais importante?

1 – Teoria do pacto tácito – sobrevaloriza o elemento psicológico – só se forma uma regra


consuetudinária quando os estados têm vontade de que essa prática se converta em norma.
Crítica – só se aplica aos costumes locais.

2 – Teoria do comportamento habitual – sobrevaloriza o uso – onde há uma prática reiterada


pensa-se haver costume. Crítica – confunde uma prática por uma regra

3 – Teoria objetivista – prof. Gonçalves Pereira – teoria formalista – dá relevância aos dois
aspetos, que não se impõem. O costume nasce de forma espontânea e não voluntária, e com
a prova do tempo, com um número de práticas uniformes praticadas no mesmo sentido.
Nascem com 10 ou 5 anos, dependendo do autor. Regência vai de encontro aqui, mas sem
estipular qual o tempo necessário.

Elementos provatórios do costume

1 – O requerente de um dado processo que envolve o costume tem o ônus de provar a sua
existência em tribunal

2 – Há tratados que fazem referência a costumes ou que o substituem

3 – Há decisões de tribunais que aplicam regras consuetudinárias

4 – Comunicados oficiais

Tipos de costume

1 – Local – ex. direito de passagem – 1960 união indina vs. Portugal

2 – Regional – ex. direito de asilo, plataforma continental, pescas

3 – Geral ou universal ex. direito dos mares – convenção de Montego Bay

Há uma tendência para os tratados ocuparem espaço face ao costume ex. convenção de
Montego Bay. Porque há a tendência para a positivação do costume? – especialização do DIP.

Existe uma verdadeira superioridade hierárquica do Costume sobre o tratado. O primeiro é


fundamento de validade do segundo e regula o seu modo de formação – incapacidade do
tratado de revogar uma norma costumeira.

Sobre o regime do objetor persistente: “Acresce que, apesar de algumas posições doutrinárias
e mesmo jurisprudenciais ou declarações de Estados nesse sentido, não existe nenhum
precedente de facto em que um Estado se tenha conseguido furtar a uma norma costumeira
pela circunstância de a ter recusado de forma consistente desde o início do processo
costumeiro para a sua vigência. A alegada regra do objetor persistente não existe. “

“Existe mesmo quem vá mais longe e sustente que também os novos Estados independentes
gozam de um período de tempo em que podem recusar a sua vinculação a normas
costumeiras anteriores, num ato paralelo ao recesso dos tratados – Andrea Rapisardi –
Mirabelli. Mas trata-se de posições defendidas em nome de meras construções teóricas e que
não encontram qualquer precedente em apoio.”

Pressupostos do Costume:

1 – Estadualidade – cabe aos estados criar o DIP costumeiro – pressuposto da prática. Só cabe
aos estados – CV 1986 art. 53

2 – Publicidade – somente podem ser considerados prática costumeira os atos praticados


pelos Estados de forma pública, assumindo-os abertamente.

Composição do costume– quais os atos que a compõem:

1 – Normas convencionais – soluções que os seus autores consideram as mais adequadas -art
38 CV

2 - Atos unilaterais de conferencias e organizações

Requisitos do Costume:

1 – Generalidade – art. 38 nº1 b) ETIJ

Quantidade e qualidade dos Estados – uma norma costumeira vincula os estados da


comunidade, independentemente de cada um destes ter participado na sua formação ou de
ter dado o seu consentimento em relação a esta.

2 – Reiteração – permite a generalização da prática

3 - Consistência – coerência na adesão.

Modificação do Costume:

1 – Por via de desenvolvimento – processo de alargamento que respeita integralmente a


norma costumeira anterior.

2 – Por via de adoção de atos coletivos contrários – derrogação de normas por parte de
estados.

3 – Por via da sua violação

7 – Tratados
Tratado – fonte de DIP que não existe em direito interno. Acordo concluído por escrito entre
Estados e regido pelo direito internacional – art. 2 a) CV. Alguma doutrina acrescenta-lhe a
exigência de terem sido celebrados entre sujeitos de DIP.
Aspetos terminológicos – surge sobre várias designações, como convenção, acordo, carta,
constituição, declaração, protocolo, ato final, ata final, acordo por troco de notas ou
concordata.

Convenção – tratados codificatórios – muitas vezes das Nações Unidas ou nas conferências
interamericanas.

Mais designações específicas na pág. 154.

Classificação de tratados:
1 – Objeto

1 – Tratado lei – composto por regras de natureza geral que se aplicam a uma
pluralidade de sujeitos

2 – Tratados contratos – típicos de relações de reciprocidade – obrigações e deveres

2 – Âmbito material

1 – Tratados gerais – equivalentes a leis gerais e abstratas

2 – Tratados especiais – tratam com detalhe uma determinada situação

Perante ambos, prevalece o geral

3 – Pluralidade de partes

1- Tratados bilaterais – celebrados entre 2 estados

2 – Tratados multilaterais – celebrados entre vários estados

4 – Forma

1 – Tratados solenes – o momento em que o texto é fixado é o momento em que ele é


ratificado, ou seja, em que ele se vincula

2 – Acordos sob forma simplificada ou executive agreaments – no momento em que é


fixado, ele vincula-se. Na ordem jurídica portuguesa não é possível – têm de ser solenes – é
necessário o processo de assinatura. Figura mais predominante em países anglos – saxónicos.

Tratados orais – art. 3 e 36 nº1 CV

Estrutura das convenções internacionais (4):


1 - Preâmbulo – elemento interpretativo da convenção. Tem conceitos indeterminados. Dá o
contexto. Não tem valor normativo.

2 - Corpo normativo – normas que a convenção tem a título principal. O primeiro art. mostra
qual o objeto da convenção.

3 - Disposições ou cláusulas finais e transitórias – explicita quando entra em vigor, aspetos


relevantes relativamente à sua aplicação, quem o vai dirimir.

4 - Anexos – conjunto de docs para os quais o corpo normativo remete. Têm valor jurídico
distinto: especificações, aspetos normativos subsidiários, listagens. Podem ter valor
equivalente ao tratado, podem ter um valor vinculante ou subsidiário – normas técnicas –
disposições que não são jurídicas – normação técnica.

Negociação da convenção
1 - Elaboração do texto – uma parte apresenta um anteprojeto ou critérios gerais que
considera relevantes. Há rondas negociais, com distanciamento mensal, mas durante este
tempo ocorre comunicação entre as partes, onde se resolvem pontos ainda abertos. Pode
haver um recurso a especialistas.

Plenipotenciários – quem tem legitimidade para representar o estado, organização


internacional ou outra entidade, na negociação de um tratado. Regra geral, deve apresentar
um documento comprovativo da sua qualidade de representante e do âmbito dos seus
poderes. Art. 7 CV. A prática veio dispensar da apresentação de plenos poderes determinadas
entidades que gozam de uma presunção da sua existência por força das suas funções – art. 7
nº1 b) CV – Chefes de Estado, de Governo e os ministros dos negócios estrangeiros. Os chefes
de missão diplomática gozam de plenos poderes apenas em relação a tratados bilaterais entre
os dois estados – art. 3 nº1 c) CV. Art. 8 CV – um ato de uma pessoa que , nos termos do art. 7,
não goza de plenos poderes, só vinculará o Estado se este o vier a confirmar.

2 – Autenticação do texto – opera, em regra através da assinatura – negociações terminaram –


texto da convenção definitivamente fixado. Há um conjunto de condutas ligadas ao princípio
da boa fé – art.18 CV. Há outros instrumentos, previsto no art. 12 CV: rúbrica – tanto vale
como um elemento provisório ou assinatura; assinatura ad referendu – quando há dúvidas
sobre certas questões, em que é necessário confirmação. Depois desta, vale como assinatura;
adoção – não quer dizer que mais tarde se vincule – necessita da aprovação do governo,
parlamento, e ratificação presidencial.

Vinculação do texto

Momento principal em que o estado exprime o seu consentimento – terá de cumprir de boa fé
aquilo a que se vinculou. Há várias formas de expressão de consentimento – art.11.

Ratificações imperfeitas – quando a convenção é inconstitucional – orgânica, formal ou


material – vícios internos que levam a problemas jurídicos internacionais. Uma solução – art.
46 nº1 e 2 – só as invalidades a nível de competência orgânica relevam – têm de ser
inconstitucionalidade evidentes e têm de recair sobre matéria de importância fundamental.

Produção de eficácia – art. 24 CV. Na falta destas disposições, entra em vigor quando há
consentimento de todos os estados que participaram na convenção. Têm eficácia jurídica
entre estados e organizações internacionais a nível de litígios – art. 102º CNU – obriga o registo
de todas as convenções no secretariado geral das nações unidas. Para produzir efeitos
internos, tem de estar publicado no DR. Mas PT pode estar em incumprimento por não colocar
na data estipulada no DR.

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