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2ª Fase: Desde a idade média até ao início da idade moderna, ao tratado de Vestefália – direito
muito centrado na Europa – noção de que os estados cristãos formariam aquilo que se chama
a Respublica Christiana – relevância papal – determinava o que eram guerras justas e injustas,
determinadas disposições relevantes em matéria religiosa, sancionava monarcas que não
cumprissem com as suas diretrizes, tinha as bulas papais, que reconheciam os territórios a
descobrir, declarava a Guerra Santa.
3ª fase – da Paz de Vestefália às Revoluções liberais - com o fim da guerra dos 30 anos
resultaram dois tratados – paz de Vestefália (3):
Fim da primeira guerra – criação da Sociedade das Nações – objetivo – prevenir conflitos da
mesma magnitude
2ª fase – Pós-guerra e bipolarismo internacional – fim da segunda guerra – criação das nações
unidas – nações vencedoras da SGM – objetivo de garantir a paz internacional; atividades de
cooperação económica, social e cultura; tutela e defesa dos direitos do homem. Movimento da
autodeterminação dos povos coloniais – grande desenvolvimento do DIP – novos sujeitos –
governos de exílio, por ex. DIP com uma cariz mais positiva – o DIP deve ser reconduzido às
suas fontes, e estas aplicadas. Escola anglo-saxónica com influência – valorização da
jurisprudência e da força do precedente. Criação de tribunais arbitrais.
3ª Fase – Queda do Miro de Berlim – entrada transitória num mundo unipolar. Hoje em dia,
mundo multipolar – DIP com uma fase unilateralista – estados intervém militarmente fora das
regras especificas da UN ex. intervenção anglo-americana no Iraque – anarquia das relações
internacionais e enfraquecimento da ONU – enfraquecimento geral do DIP geral ou comum, e
reforço do DIP especial. Fortalecem-se organizações internacionais de tipo regional ex. EU –
regionalismo internacional – fase de blocos regionais – fase atual.
2 – Critério do Objeto – DIP como conjunto de normas jurídicas que regulariam matérias e
questões específicas da sociedade internacional. Definição também insuficiente – Direito penal
é matéria própria do direito interno, com regras de direito internacional penal.
3 – Critério das Fontes – André Gonçalves Pereira – noção formalista – DIP como conjunto de
normas jurídicas produzidas e reveladas por processos próprios da sociedade internacional.
Existem fontes especificas e próprias da sociedade internacional – mas estas normas destinam-
se a regular o quê?
4 – Critério estrutural – DIP como conjunto de normas de direito produzidas por fontes
próprias de direito internacional, que se destinam a reger as relações jurídicas internacionais.
Fontes próprias (6): Tratados; O costume internacional; os atos jurídicos unilaterais; princípios
do Direito Internacional; jurisprudência; doutrina.
Hierarquia de fontes
Não há hierarquia entre fontes imediatas – difundida tese – tratado e costume encontram-se
no mesmo plano hierárquico, podendo as suas normas revogar-se mutuamente, mas há um
primado das imediatas sobre as mediatas.
Revogar – eliminar do ordenamento um ato por meio de um outro ato de hierarquia idêntica
ou superior
1 – art. 53 º CV: ius cogens – direito imperativo – é nulo todo o tratado que no momento da
sua conclusão seja incompatível com uma norma imperativa de DI. Norma imperativa – só com
a mesma natureza pode ser derrogada – diz respeito a bens jurídicos – tem de ser aceite por
todos os estados.
Problema da identificação do ius cogens – Jorge Miranda – acha o art. 7 da CRP a sua
exemplificação. Mas até agora nenhum tribunal internacional o reconhece, não o usa como
fundamento.
Art. 38 TIJ
Norma de referência para a enumeração das fontes de DI
Críticas e comentários
Contra legem – revoga ou derroga normas de tratados ou de costume – cria uma regra
de direito – é fonte de direito.
2 – Recesso -??????
6 – Costume
Prática reiterada com convicção de obrigatoriedade
Elemento material – diuturnitas – uso – prática constante de uma dada conduta – cria
precedente, e que vai sempre no mesmo sentido
Elemento psicológico – opinio iuris – convicção de obrigatoriedade- estados que adotam uma
dada conduta devem-na cumprir
3 – Teoria objetivista – prof. Gonçalves Pereira – teoria formalista – dá relevância aos dois
aspetos, que não se impõem. O costume nasce de forma espontânea e não voluntária, e com
a prova do tempo, com um número de práticas uniformes praticadas no mesmo sentido.
Nascem com 10 ou 5 anos, dependendo do autor. Regência vai de encontro aqui, mas sem
estipular qual o tempo necessário.
1 – O requerente de um dado processo que envolve o costume tem o ônus de provar a sua
existência em tribunal
4 – Comunicados oficiais
Tipos de costume
Há uma tendência para os tratados ocuparem espaço face ao costume ex. convenção de
Montego Bay. Porque há a tendência para a positivação do costume? – especialização do DIP.
Sobre o regime do objetor persistente: “Acresce que, apesar de algumas posições doutrinárias
e mesmo jurisprudenciais ou declarações de Estados nesse sentido, não existe nenhum
precedente de facto em que um Estado se tenha conseguido furtar a uma norma costumeira
pela circunstância de a ter recusado de forma consistente desde o início do processo
costumeiro para a sua vigência. A alegada regra do objetor persistente não existe. “
“Existe mesmo quem vá mais longe e sustente que também os novos Estados independentes
gozam de um período de tempo em que podem recusar a sua vinculação a normas
costumeiras anteriores, num ato paralelo ao recesso dos tratados – Andrea Rapisardi –
Mirabelli. Mas trata-se de posições defendidas em nome de meras construções teóricas e que
não encontram qualquer precedente em apoio.”
Pressupostos do Costume:
1 – Estadualidade – cabe aos estados criar o DIP costumeiro – pressuposto da prática. Só cabe
aos estados – CV 1986 art. 53
1 – Normas convencionais – soluções que os seus autores consideram as mais adequadas -art
38 CV
Requisitos do Costume:
Modificação do Costume:
2 – Por via de adoção de atos coletivos contrários – derrogação de normas por parte de
estados.
7 – Tratados
Tratado – fonte de DIP que não existe em direito interno. Acordo concluído por escrito entre
Estados e regido pelo direito internacional – art. 2 a) CV. Alguma doutrina acrescenta-lhe a
exigência de terem sido celebrados entre sujeitos de DIP.
Aspetos terminológicos – surge sobre várias designações, como convenção, acordo, carta,
constituição, declaração, protocolo, ato final, ata final, acordo por troco de notas ou
concordata.
Convenção – tratados codificatórios – muitas vezes das Nações Unidas ou nas conferências
interamericanas.
Classificação de tratados:
1 – Objeto
1 – Tratado lei – composto por regras de natureza geral que se aplicam a uma
pluralidade de sujeitos
2 – Âmbito material
3 – Pluralidade de partes
4 – Forma
2 - Corpo normativo – normas que a convenção tem a título principal. O primeiro art. mostra
qual o objeto da convenção.
4 - Anexos – conjunto de docs para os quais o corpo normativo remete. Têm valor jurídico
distinto: especificações, aspetos normativos subsidiários, listagens. Podem ter valor
equivalente ao tratado, podem ter um valor vinculante ou subsidiário – normas técnicas –
disposições que não são jurídicas – normação técnica.
Negociação da convenção
1 - Elaboração do texto – uma parte apresenta um anteprojeto ou critérios gerais que
considera relevantes. Há rondas negociais, com distanciamento mensal, mas durante este
tempo ocorre comunicação entre as partes, onde se resolvem pontos ainda abertos. Pode
haver um recurso a especialistas.
Vinculação do texto
Momento principal em que o estado exprime o seu consentimento – terá de cumprir de boa fé
aquilo a que se vinculou. Há várias formas de expressão de consentimento – art.11.
Produção de eficácia – art. 24 CV. Na falta destas disposições, entra em vigor quando há
consentimento de todos os estados que participaram na convenção. Têm eficácia jurídica
entre estados e organizações internacionais a nível de litígios – art. 102º CNU – obriga o registo
de todas as convenções no secretariado geral das nações unidas. Para produzir efeitos
internos, tem de estar publicado no DR. Mas PT pode estar em incumprimento por não colocar
na data estipulada no DR.