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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO


DOCENTE PITÁGORAS BINDE
DISCENTES DÉBORA KEILA SARAIVA DE LIMA (20210038448); GABRIEL
FELIX ALVES MAIA (20220050802)

ROTEIRO DE ENTREVISTA COM O MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES


ACERCA DA DECISÃO DO STF EQUIPARAR INJÚRIA RACIAL A CRIME
DE RACISMO, CONSIDERANDO-A IMPRESCRITÍVEL

INTRUÇÃO DE ENTREVISTA

Saudações, Senhor Ministro do Supremo Tribunal Federal


Alexandre de Moraes, estamos aqui para conversar sobre um tema
bastante debatido e conhecido pela sociedade brasileira – o racismo no
Brasil, especialmente após o STF equiparar a injúria racial ao crime de
racismo, considerando-a imprescritível. A referida decisão, portanto,
gerou bastantes dúvidas e questionamentos entre os estudiosos e leigos,
bem como na população em geral. Assim, sendo o senhor uma pessoa
que domina este assunto e pode nos acrescentar muito neste percurso de
coleta de informações, o convidamos para este encontro.
A conversa aqui ora referida será conduzida por nós, Débora
Saraiva e Gabriel Maia, acadêmicos do curso de Direito da UFRN –
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. As informações aqui
coletadas serão utilizadas somente com fins acadêmico-científicos. Como
gostaríamos de nos concentrar mais no nosso encontro, pedimos a sua
permissão para iniciarmos e gravarmos a nossa conversa.

DOS BLOCOS E DAS PERGUNTAS

BLOCO 1 – TRAJETÓRIA DO MINISTRO NO STF (INTRODUÇÃO)

 Pergunta 1 – Sabemos que o Senhor tem um extenso currículo e uma


notável atuação no cenário jurídico brasileiro desde que obteve sua
graduação em Direito pela tradicional Faculdade de Direito do Largo de
São Francisco da Universidade de São Paulo. Poderia nos contar como
foram seus primeiros passos que culminaram em tamanha trajetória até
a atualidade, na qual o Senhor ocupa um cargo tão importante, o de
Ministro do STF?

BLOCO 2 – O PROBLEMA DO RACISMO NO BRASIL

 Pergunta 2 – O Senhor pontuou que “é objetivo fundamental da


República Federativa do Brasil "promover o bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas
de discriminação, conforme o artigo 3º, IV, da Constituição”. Contudo,
Sabemos que o racismo no Brasil não é praticado de forma velada, mas
sim escancarada, especialmente considerando os aspectos estruturais e
institucionais. As oportunidades no mercado de trabalho, a distribuição
de renda, o percentual da população carcerária e as condições
desiguais de moradia só ressaltam isso. O Senhor de fato enxerga este
problema como algo estruturado em nossa sociedade e que e cujo STF
tem competência para combater?

BLOCO 3 – O COMBATE AO RACISMO NO ORDENAMENTO JURÍDICO
BRASILEIRO

 Pergunta 3 – O Senhor citou que a Constituição considera inafiançável e


imprescritível a prática do racismo, não apenas de um tipo penal
nomeado "racismo". E isso vale tanto para o crime da Lei 7.716/1989,
que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor,
quanto para a injúria racial. O Ministro Lewandowski também declarou
que o racismo não se limita às condutas previstas pela Lei 7.716/1989.
Tendo em vista o tema de combate ao racismo adentrar diversas Leis
Brasileiras, o Senhor as considera suficientemente eficientes na luta
contra este mal que acomete nossa nação?

BLOCO 4 – A NEGLIGENCIA DA SOCIEDADE NO COMBATE AO RACISMO

 Pergunta 4 – O Ministro Barroso destacou que os efeitos sociais do


racismo não são reproduzidos só em ofensas, mas também em atos
cotidianos, sem que muitos tenham consciência disso. "Estamos todos
precisando passar por um processo de reeducação nessa matéria",
disse. A Ministra Cármen Lúcia também opinou que, mesmo no caso de
injúria racial, a vítima não é apenas a pessoa ofendida, mas toda a
humanidade. Contudo, ainda que “toda a humanidade” se enquadre
como ofendida, não vemos comentários satisfatórios da população
acerca do trabalho do STF em equiparar o crime de injúria racial a
racismo em termos de imprescritibilidade. Os comentários encontrados
na própria notícia divulgada no site da ConJur provam isso. A que o
Senhor atribui esta conduta da sociedade?

BLOCO 5 – INJÚRIA RACIAL X RACISMO


 Pergunta 5 - Nas leis brasileiras, têm-se uma distinção entre o crime de
racismo e o crime de injúria racial. Diante dessa perspectiva, gostaria de
saber mais sobre o que levou o Senhor a argumentar em prol da
equiparação do crime de racismo ao crime de injúria racial.

BLOCO 6 – IMPRESCRITIBILIDADE

 Pergunta 6 - O posicionamento tomado pelo senhor foi visto por algumas


pessoas, entre elas, profissionais do Direito, com uma forma de
“Ativismo Judicial”. Em face dessas críticas, o senhor poderia explicar
por que a decisão tomada não se configura como ativismo judicial, tanto
em sua visão quanto para o ordenamento jurídico.

BLOCO 7 –ATIVISMO JUDICIAL (?)

 Pergunta 7 - O ministro Nunes Marques, que foi o único a votar contra a


decisão do STF perante esse tema, argumentou que a
imprescritibilidade da injúria racial é uma competência exclusiva do
Poder Legislativo. Tendo essa questão em mente, poderia explicar os
motivos que levaram o Supremo Tribunal Federal, um órgão do Poder
Judiciário, a exercer uma função cuja competência é exclusiva do Poder
Legislativo.

BLOCO 8 – VISÃO DO MINISTRO SOBRE O TEMA

 Pergunta 8 - Como citado anteriormente, o ministro Nunes Marques foi o


único a votar contra essa decisão. Diante disso, o Senhor poderia dizer
como esse tema é visto pelos outros ministros. Que fatores os
motivaram a votar a favor dessa decisão. Existe algum ponto que traz
alguma divergência entre eles?

BLOCO 9 – VISÃO DOS DEMAIS MINISTROS SOBRE O TEMA

 Pergunta 9 - Perguntei anteriormente sobre a visão dos demais ministros


sobre esse tema. Neste momento, faço a seguinte pergunta: Como o
Senhor enxerga esse tema, considerando a atual situação da sociedade
brasileira. O Senhor cogitou a possibilidade de defender outros pontos
de vista e, consequentemente, outras posições perante esse tema e a
decisão tomada?
BLOCO 10 – A EQUIPARAÇÃO E OS BENEFÍCIOS FUTUROS

 Pergunta 10 – O Ministro Nunes Marques afirmou que "No crime de


injúria, o bem jurídico protegido é a honra subjetiva, e a conduta
ofensiva se dirige à dela. Já no crime de racismo, o bem jurídico tutelado
é a dignidade da pessoa humana, que deve ser protegida independente
de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional". Dessa forma,
tendo em vista que o crime de injúria racial passa do prazo prescricional
de 3 anos para imprescritível, o Senhor consegue vislumbrar melhoras
no que tange o combate ao racismo com este recente equiparação feita
pelo STF?

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