Você está na página 1de 214

GERÊNCIA DE ENSINO

COORDENADORIA DE RECURSOS DIDÁTICOS

ELEMENTOS
DE
MÁQUINAS

Mecânica

CSO-Ifes-55-2009
ELEMENTOS
DE
MÁQUINAS

PROF. JOÃO PAULO BARBOSA, M.SC.

São Mateus, Março de 2011.

CSO-Ifes-55-2009
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Sumário
1 Introdução de Elementos de Máquinas ....................................................... 2

2 Elementos de Fixação ................................................................................... 5

3 Rebites ............................................................................................................ 8

4 Pinos Cavilhas e Contra-pinos ................................................................... 23

5 Parafusos ..................................................................................................... 29

6 Porcas ........................................................................................................... 49

7 Arruelas ........................................................................................................ 56

8 Anéis elásticos ............................................................................................. 59

9 Chavetas ....................................................................................................... 64

10 Elementos de Apoio .................................................................................... 71

11 Guias ............................................................................................................. 72

12 Buchas e Mancais de Deslizamento........................................................... 76

13 Rolamentos e Mancais de Rolamento........................................................ 80

14 Elementos de Trabsmissão ...................................................................... 103

15 Eixos e Árvores .......................................................................................... 106

16 Engrenagens .............................................................................................. 110

17 Transmissão por polias e correias ........................................................... 128

18 Correntes .................................................................................................... 142

19 Acoplamentos ............................................................................................ 146

20 Cabos de Aço ............................................................................................. 160

21 Elementos Elásticos .................................................................................. 168

22 Elementos de Vedação .............................................................................. 177

23 Freios .......................................................................................................... 189

24 Amortecedores .......................................................................................... 193

25 Embreagens ............................................................................................... 199

1
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

CAPÍTULO 1
1 Introdução de Elementos de Máquinas

1.1 Tipos de Elementos de Máquinas

Elementos de fixação;
Elementos de Apoio;
Elementos elásticos;
Elementos de Transmissão;
Elementos de vedação.

1.1.1 Elementos de fixação

Rebites, Parafusos, Porcas, Arruelas, Anéis elásticos, etc...

Rebite Parafuso Porca

Anel Elástico Arruela

1.1.2 Elementos de Apoio

Buchas, mancais, rolamentos, guias, etc...

Mancal Rolamento Bucha

Guia

2
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

1.1.3 Elementos elásticos

Molas, anéis elásticos, etc...

Mola de Compressão Mola de Torção

Aplicações Diversas

1.1.4 Elementos de Transmissão

Engrenagens, polias e correias, acoplamentos, etc...

Caixa de Marcha de um carro Transmissão por Correias

Transmissão por Engrenagens Engrenagens

3
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

1.1.5 Elementos de vedação

Anéis de borracha, retentores, juntas, etc...

Retentor Anéis de Borracha

Motor Trifásico:

Exemplo de um motor elétrico, representado em uma vista explodida:

4
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

CAPÍTULO 2
2 Elementos de Fixação

2.1 Introdução dos Elementos de Fixação

Na mecânica é muito comum a necessidade de unir peças como chapas, perfis e


barras. Qualquer construção, por mais simples que seja, exige união de peças entre
si.
Entretanto, em mecânica as peças a serem unidas, exigem elementos próprios de
união que são denominados elementos de fixação.
Numa classificação geral, os elementos de fixação mais usados em mecânica são:
rebites, pinos, cavilhas, parafusos, porcas, arruelas, chavetas etc.
A união de peças feita pelos elementos de fixação pode ser de dois tipos: móvel ou
permanente.
No tipo de união móvel, os elementos de fixação podem ser colocados ou retirados
do conjunto sem causar qualquer dano às peças que foram unidas. É o caso, por
exemplo, de uniões feitas com parafusos, porcas, chavetas e arruelas.

No tipo de união permanente, os elementos de fixação, uma vez instalados, não


podem ser retirados sem que fiquem inutilizados. É o caso, por exemplo, de uniões
feitas com rebites e soldas.

Tanto os elementos de fixação móvel como os elementos de fixação permanente


devem ser usados com muita habilidade e cuidado porque são, geralmente, os
componentes mais frágeis da máquina. Assim, para projetar um conjunto mecânico é
preciso escolher o elemento de fixação adequado ao tipo de peças que irão ser
unidas ou fixadas. Se, por exemplo, unirmos peças robustas com elementos de
fixação fracos e mal planejados, o conjunto apresentar· falhas e poder· ficar
inutilizado. Ocorrerá, portanto, desperdício de tempo, de materiais e de recursos
financeiros. Ainda é importante planejar e escolher corretamente os elementos de
fixação a serem usados para evitar concentração de tensão nas peças fixadas.
Essas tensões causam rupturas nas peças por fadiga do material.
Fadiga de material significa queda de resistência ou enfraquecimento do material
devido a tensões e constantes esforços.

5
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

2.2 Tipos de elementos de fixação

Para você conhecer melhor alguns elementos de fixação, apresentamos a seguir


uma descrição simples de cada um deles.

Rebite
O rebite é formado por um corpo cilíndrico e uma cabeça. É fabricado em aço,
alumínio, cobre ou latão É usado para fixação permanente de duas ou mais peças.

Pino
O pino une peças articuladas. Nesse tipo de união, uma das peças pode se
movimentar por rotação.

Cavilha
A cavilha une peças que não são articuladas entre si.

Contra-pino ou cupilha
O contrapino ou cupilha é uma haste ou arame com forma semelhante à de um
meio-cilindro, dobrado de modo a fazer uma cabeça circular e tem duas pernas
desiguais.

Introduz-se o contrapino ou cupilha num furo na extremidade de um pino ou


parafuso com porca castelo. As pernas do contrapino são viradas para trás e,
assim, impedem a saída do pino ou da porca durante vibrações das peças fixadas.

6
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Parafuso
O parafuso é uma peça formada por um corpo cilíndrico roscado e uma cabeça, que
pode ter várias formas.

Porca
A porca tem forma de prisma, de cilindro etc. Apresenta um furo roscado. Através
desse furo, a porca é atarraxada ao parafuso.

porca sextavada
Arruela
A arruela é um disco metálico com um furo no centro. O corpo do parafuso passa por
esse furo.

Anel elástico
O anel elástico é usado para impedir deslocamento de eixos. Serve, também, para
posicionar ou limitar o movimento de uma peça que desliza sobre um eixo.

Chaveta
A chaveta tem corpo em forma prismática ou cilíndrica que pode ter faces paralelas
ou inclinadas, em função da grandeza do esforço e do tipo de movimento que deve
transmitir.
Alguns autores classificam a chaveta como elementos de fixação e outros autores,
como elementos de transmissão. Na verdade, a chaveta desempenha as duas
funções.

Chaveta

7
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

CAPÍTULO 3
3 Rebites
O primeiro par de lentes com graus unido por aros de ferro e rebites surge na
Alemanha em 1270. Esses óculos primitivos não têm hastes e são ajustados apenas
sobre o nariz. Pouco depois, modelos semelhantes ao alemão aparecem em várias
cidades italianas.
Levi, que depois de escutar reclamações sobre a cor de suas calças as pintou de
índigo, deu origem ao termo “blue jeans”. O dia 20 de maio de 1873, considerado
oficialmente o “aniversário” da peça, guarda uma história preciosa: Jacob Davis, um
judeu originário da Lituânia e alfaiate na cidade de Reno (Nevada), disse a Levi que
havia descoberto nos rebites de metal uma forma de evitar rasgos nas calças.
A solda é um bom meio de fixação mas, por causa do calor, ela causa alterações na
superfície das peças e das barras devido suas espessuras. O elemento mais
indicado, portanto, é o rebite.
A fixação por rebites é um meio de união permanente. A figura abaixo mostra a
rebitagem para unir duas peças.

8
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Devido a importância dos rebites como elementos de fixação permanente. Um rebite


compõe-se de um corpo em forma de eixo cilíndrico e de uma cabeça. A cabeça
pode ter vários formatos. Os rebites são peças fabricadas em aço, alumínio, cobre
ou latão. Unem rigidamente peças ou chapas, principalmente, em estruturas
metálicas, de reservatórios, caldeiras, máquinas, navios, aviões, veículos de
transporte e treliças.

Rebites (trabalham ao corte). Não necessita de ajustamento perfeito, pois


preenchem os furos por deformação do rebite

Vantagens das ligações Rebitadas:


• Barata e simples;
• Maior facilidade de reparação;
• Aplicação a materiais de má soldabilidade;
• Execução simples;
• Não exige operário qualificado;
• Controle de qualidade simples.

Desvantagens das ligações Rebitadas:


• Não desmontável;
• Maior peso da união;
• Campo de aplicação reduzido (chapas);
• Não recomendável a carregamentos dinâmicos;
• Redução de resistência do material rebitado furação.

3.1 Tipos de rebite e suas proporções

O quadro a seguir mostra a classificação dos rebites em função do formato da


cabeça e de seu emprego em geral.

9
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

A fabricação de rebites é padronizada, ou seja, segue normas técnicas que indicam


medidas da cabeça, do corpo e do comprimento útil dos rebites.
No quadro a seguir apresentamos as proporções padronizadas para os rebites. Os
valores que aparecem nas ilustrações são constantes, ou seja, nunca mudam.

O quadro apresenta alguns tipos de rebite, segundo a forma de suas cabeças. Mas
é grande a variedade dos tipos de rebite. Um mecânico precisa conhecer o maior
número possível para saber escolher o mais adequado a cada trabalho a ser feito.
Vamos ver outros exemplos.

Em estruturas metálicas, você vai usar rebites de aço de cabeça redonda:

10
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Diâmetros padronizados: de 10 até 36 mm (d). Comprimentos úteis padronizados: de


10 até 150 mm (L).
Em serviços de funilaria você vai empregar, principalmente, rebites com cabeça
redonda ou com cabeça escareada. Veja as figuras que representam esses dois
tipos de rebites e suas dimensões:

Existem também rebites com nomes especiais: de tubo, de alojamento explosivo etc. O
rebite explosivo contém uma pequena cavidade cheia de carga explosiva. Ao se
aplicar um dispositivo elétrico na cavidade, ocorre a explosão. Para que você
conheça um pouco esses rebites com denominações especiais, apresentamos
ilustrações de alguns deles.

11
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Além desses rebites, destaca-se, pela sua importância, o rebite de repuxo,


conhecido por rebite ”pop”. É um elemento especial de união, empregado para fixar
peças com rapidez, economia e simplicidade.
Abaixo mostramos a nomenclatura de um rebite de repuxo.

Os rebites de repuxo podem ser fabricados com os seguintes materiais metálicos:


aço-carbono; aço inoxidável; alumínio; cobre; monel (liga de níquel e cobre).

3.2 Especificação de rebites

Para adquirir os rebites adequados ao seu trabalho, é necessário que você conheça
suas especificações, ou seja:
• De que material é feito
• O tipo de sua cabeça
• O diâmetro do seu corpo
• O seu comprimento útil

O comprimento útil do rebite corresponde à parte do corpo que vai formar a união. A
parte que vai ficar fora da união é chamada sobra necessária e vai ser usada para
formar a outra cabeça do rebite. No caso de rebite com cabeça escareada, a altura
da cabeça do rebite também faz parte do seu comprimento útil. O símbolo usado
para indicar comprimento útil é L e o símbolo para indicar a sobra necessária é z. Na
especificação do rebite é importante você saber qual será o seu comprimento útil (L)
e a sobra necessária (z). Nesse caso, é preciso levar em conta:
• O diâmetro do rebite
• O tipo de cabeça a ser formado
• O modo como vai ser fixado o rebite: a frio ou a quente

As figuras mostram o excesso de material (z) necessário para se formar a segunda


cabeça do rebite em função dos formatos da cabeça, do comprimento útil (L) e do
diâmetro do rebite (d).

12
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

3.3 Processos de rebitagem

A segunda cabeça do rebite pode ser feita por meio de dois processos: manual e
mecânico.

Processo manual: esse tipo de processo é feito à mão, com pancadas de martelo.
Antes de iniciar o processo, é preciso comprimir as duas superfícies metálicas a
serem unidas, com o auxilio de duas ferramentas: o contra-estampo, que fica sob as
chapas, e o repuxador, que é uma peça de aço com furo interno, no qual é
introduzida a ponta saliente do rebite.

Após as chapas serem prensadas, o rebite é martelado até encorpar, isto é, dilatar e
preencher totalmente o furo. Depois, com o martelo de bola, o rebite é “boleado”, ou
seja, é martelado até começar a se arredondar. A ilustração mostra o “baoleamento”.

Em seguida, o formato da segunda cabeça é feito por meio de outra ferramenta


chamada estampo, em cuja ponta existe uma cavidade que ser· usada como matriz
para a cabeça redonda.

Processo mecânico
O processo mecânico é feito por meio de martelo pneumático ou de rebitadeiras
pneumáticas e hidráulicas. O martelo pneumático é ligado a um compressor de ar
por tubos flexíveis e trabalha sob uma pressão entre 5 Pa 7 Pa, controlada pela
alavanca do cabo.
O martelo funciona por meio de um pistão ou êmbolo que impulsiona a ferramenta
existente na sua extremidade. Essa ferramenta é o estampo, que dá a forma à
cabeça do rebite e pode ser trocado, dependendo da necessidade.

13
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Abaixo ilustramos, em corte, um tipo de martelo pneumático para rebitagem.

A rebitadeira pneumática ou hidráulica funciona por meio de pressão contínua.


Essa máquina tem a forma de um C e é constituída de duas garras, uma fixa e outra
móvel com estampos nas extremidades.

Se compararmos o sistema manual com o mecânico, veremos que o sistema manual


é utilizado para rebitar em locais de difícil acesso ou peças pequenas.
A rebitagem por processo mecânico apresenta vantagens, principalmente quando é
usada a rebitadeira pneumática ou hidráulica. Essa máquina é silenciosa, trabalha
com rapidez e permite rebitamento mais resistente, pois o rebite preenche
totalmente o furo, sem deixar espaço. Entretanto, as rebitadeiras são máquinas
grandes e fixas e não trabalham em qualquer posição. Nos casos em que é
necessário o deslocamento da pessoa e da máquina, é preferível o uso do martelo
pneumático.

A estrutura em "C", construída em aço de liga forjado, passa por um rigoroso


processo de fabricação em máquinas CNC, tratado térmicamente em diversas fases
do processo. Obtendo-se uma estrutura de alta resistência totalmente livre de
tensões internas.

Dados de Aplicação
A forma correta da cabeça do rebite se produz utilizando uma força adequada.
A força requerida depende do tamanho do rebite, material, grau de dureza.
Na rebitagem a frio, o corpo do rebite é esmagado preenchendo completamente os
furos antes da cabeça estar formada, resultando numa rebitagem extremamamente
forte. No processo de rebitagem a frio, o material sofre o encruamento, resultando
num acréscimo das propriedades mecânicas do rebite.

14
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Passos na formação de rebites


O Rebite é encaixado nas peças a unir conforme ilustrado abaixo, em seguida o
rebite é parcialmente formado e no passo seguinte, o rebite é totalmente formado.
Verifica-se que antes da cabeça estar formada o rebite preencheu completamente o
furo.
A cabeça abaulada pré-formada também é conformada em cabeça cônica

Rebite de repuxo ou pop


Adequado para fixação de chapas de alumínio, calhas, dobradiças e fechadura em
portas de aço e uso diversos.

D1 = Ø do Corpo do Rebite

D2 = Ø da Cabeça do Rebite
k= Altura da Cabeça
d= Ø do Prego
L= Comprimento do Rebite
dimensões em milímetros

Equipamentos para rebitagem de repuxo

Rebitagem a quente e a frio


Tanto a rebitagem manual como a mecânica podem ser feitas a quente ou a frio

A rebitagem a quente é indicada para rebites com diâmetro superior a 6,35 mm,
sendo aplicada, especialmente, em rebites de aço.

A rebitagem a frio é feita por martelamento simples, sem utilizar qualquer fonte de
calor. É indicada para rebites com diâmetro de até 6,3 mm, se o trabalho for mão, e
de 10 mm, se for à máquina.

15
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

3.4 Ferramentas para rebitagem

Você vai ver um exemplo de como se faz rebitagem, usando rebite de cabeça
escareada chata. Assim, você tem uma noção do processo de rebitagem. Antes,
porém, é preciso que você conheça as principais ferramentas usadas na rebitagem:
estampo, contra-estampo e repuxador.

Estampo
É uma ferramenta usada para dar forma a uma peça.

Contra-estampo
O contra-estampo é na verdade um estampo colocado em posição oposta à do
estampo. Também é de aço temperado e apresenta um rebaixo semi-esférico no
qual é introduzida a cabeça do rebite. O rebaixo semi-esférico pode apresentar
vários diâmetros a fim de alojar cabeças de rebites de diversas dimensões.
Abaixo mostramos um modelo de contra-estampo.

No caso de peças pequenas, pode-se utilizar o contra-estampo fixo a uma morsa; no


caso de peças grandes, o contra-estampo pode ser apoiado no piso, sobre uma
chapa de proteção.

Repuxador
O repuxador comprime as chapas a serem rebitadas. É feito de aço temperado e
apresenta três partes: cabeça, corpo e face. Na face existe um furo que aloja a
extremidade livre do rebite.

16
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

3.5 Defeitos de rebitagem


Os principais defeitos na rebitagem são devidos, geralmente, ao mau preparo das
chapas a serem unidas em má execução das operações nas fases de rebitagem.

Os defeitos causados pelo mau preparo das chapas são:

Furos fora do eixo, formando degraus - Nesse caso, o corpo rebitado preenche o
vão e assume uma forma de rebaixo, formando uma incisão ou corte, o que diminui
a resistência do corpo.

Chapas mal encostadas - Nesse caso, o corpo do rebite preenche o vão existente
entre as chapas, encunhando-se entre elas. Isso produz um engrossamento da
secção do corpo do rebite, reduzindo sua resistência.

Diâmetro do furo muito maior em relação ao diâmetro do rebite – O rebatimento


não é suficiente para preencher a folga do furo. Isso faz o rebite assumir um eixo
inclinado, que reduz muito a pressão do aperto.

Os defeitos causados pela má execução das diversas operações e fases de


rebitagem são:

Aquecimento excessivo do rebite - Quando isso ocorre, o material do rebite terá


suas características físicas alteradas, pois após esfriar, o rebite contrai-se e então a
folga aumenta. Se a folga aumentar, ocorrerá o deslizamento das chapas.

Rebitagem descentralizada - Nesse caso, a segunda cabeça fica fora do eixo em


relação ao corpo e a primeira cabeça do rebite e, com isso, perde sua capacidade
de apertar as chapas.

Mal uso das ferramentas para fazer a cabeça - A cabeça do rebite é rebatida
erradamente e apresenta irregularidades como rebarbas ou rachaduras.

17
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

O comprimento do corpo do rebite é pequeno em relação espessura da chapa


- Nessa situação, o material disponível para rebitar a segunda cabeça não é
suficiente e ela fica incompleta, com uma superfície plana.

3.6 Eliminação dos defeitos


Para eliminar os defeitos é preciso remover a cabeça do rebite. Isso pode ser feito
por três processos: com talhadeira, com lima e com esmerilhadeira.

Eliminação com talhadeira


A cabeça do rebite é aberta em duas partes e depois extraída.

A cabeça do rebite pode ser extraída inteira, com uma talhadeira trabalhando de
lado.

Depois de eliminada uma das cabeças, o restante do rebite é extraído com um saca-
pinos sobre o qual se aplicam alguns golpes com o martelo.

Eliminação com esmerilhadeira


A esmerilhadeira é uma máquina-ferramenta que desgasta o material por meio da
ação abrasiva exercida pelo rebolo. A cabeça do rebite pode ser esmerilhada e o
corpo retirado com saca-pinos ou por meio de furação.
Abaixo, é ilustrado um rebolo esmerilhando a cabeça de um rebite e uma broca
removendo-o em seguida.

18
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Eliminação com lima


A lima é usada quando se trata de chapas finas que não podem sofrer deformações.
O corpo do rebite pode ser retirado por meio de furação, com broca de diâmetro
pouco menor que o diâmetro do rebite.
Para finalizar, algumas recomendações sobre procedimentos de segurança durante
as operações de rebitagem:
• Use óculos de segurança
• Use protetor auricular durante todo o trabalho.
• Escreva com giz a palavra “quente” na peça onde houver rebites aquecidos.
• Verifique se todas as ferramentas estão em ordem antes de iniciar o trabalho.
• Tome cuidado quando executar rebitagem à máquina; é preciso saber operá-
la corretamente.

3.7 Dimensionamento dos rebites

Cisalhamento
Um corpo é submetido ao esforço de cisalhamento quando sofre a ação de um
carregamento (força cortante) que atua na direção transversal ao seu eixo.

A tensão de cisalhamento (τ) é obtida pela razão entre força cortante e área de
corte (seção transversal).
Fcortante
τ=
A
As tabelas de propriedades dos materiais geralmente não fornecem os valores das
tensões (ruptura ou escoamento) de cisalhamento. Adota-se portanto critérios
práticos a partir dos dados fornecidos para tração.
A tensão de cisalhamento ocorre comumente em parafusos, rebites e pinos que
ligam diversas partes de máquinas e estruturas. Haverá casos em que o esforço
cortante será simples (uma seção apenas) ou duplo (duas seções), como é o caso
de um rebite que conecta três chapas.

19
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Tensão de esmagamento
A condição ideal de cisalhamento ocorre quando as forças cortantes atuam
exatamente no mesmo plano. Mas na prática não é isso que ocorre: não atuando no
mesmo plano, as forças produzem além do esforço de corte, esforços de
esmagamento e flexão. O momento fletor possui baixa intensidade, e por isso, pode
ser desprezado. Mas no caso do dimensionamento de juntas rebitadas, parafusadas,
pinos, chavetas, etc, devemos verificar se a pressão de contato (tensão de
esmagamento) está abaixo do limite admissível (tensão de escoamento dividido pelo
coeficiente de segurança).

F
σ esm =
e.φ
Onde,
τesm = tensão de esmagamento [MPa];
F = força de esmagamento (mesma de cisalhamento) [N];
e = espessura da chapa [mm];
Ø = diâmetro do parafuso [mm].
Nas juntas rebitadas, além do diâmetro do rebite, temos que determinar uma
distância mínima entre os centros dos rebites e a extremidade da chapa, para que os
esforços cisalhantes sejam suportados. Desta forma deve ser satisfeita a condição
de que a resistência oferecida pelas duas áreas cisalhadas deve ser no mínimo igual
a área de seção transversal do rebite. Como o esforço cortante sobre a chapa é o
mesmo sobre o rebite, temos:
FRebite=Fchapa

τRebite . ARebite = τchapa . Achapa

τ Re bite .(π .φ 2 / 4) = τ Chapa .2.b.e

τ Re bite π .φ 2
b= ×
τ Chapa 8e

Onde,

20
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

b = distância do centro do rebite à extremidade da chapa [mm];


Ø = diâmetro do rebite [mm];
e = espessura da chapa [mm];
τRebite = tensão no rebite (admissível) [MPa];
τChapa = tensão na chapa (admissível) [MPa].
EXEMPLO:
Calcular o diâmetro do rebite para o caso de cisalhamento simples com uma carga F
= 2 kN. O material do rebite e da chapa é aço ABNT 1020 LQ. Considere Sg = 4. A
seguir, calcule a tensão de esmagamento e a distância 50 mínima do centro do
rebite até a extremidade da chapa para ambos os casos. Espessura da chapa = 7
mm.

a) Tensão de escoamento por cisalhamento;


τe = 0,6 σe
τe = 0,6 . 210 = 126 MPa
b) Tensão admissível;
τadm = τe / 4 = 31,5 MPa

c) Área da seção do rebite;


4A = 2000 / 31,5
A = 15,9 mm²

d) Diâmetro do rebite;
15,9 = . ز / 4
Ø = 4,5 mm

e) Tensão de esmagamento;
σesm = 2000 / 7 . 4,5
σesm = 63,5 MPa
σesm > σadm
Como σesm deu maior que a σadm (210 / 4 = 52,5 MPa), deve-se
redimensionar o diâmetro do rebite.

52,5 = 2000 / 7 . Ø
Ø = 5,4 mm

f) Distância mínima centro do rebite até extremidade da chapa.


b = 1 . ( .ز / 8 .e)
b = 1,6 mm

21
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

EXERCÍCIOS
1 - Determinar o diâmetro do pino submetido a força cortante de 1,2 kN, sendo Aço
ABNT 1010 LQ e Sg = 2.

2 - Calcular o diâmetro do pino submetido a corte duplo, por uma carga de 1,2
kN, sendo Aço ABNT 1010 LQ e Sg = 2.

22
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

CAPÍTULO 4
4 Pinos Cavilhas e Contra-pinos
O que são pinos, cavilhas e cupilhas? Como e quando são usados? Para que
servem?
Os pinos e cavilhas tem a finalidade de alinhar ou fixar os elementos de máquinas,
permitindo uniões mecânicas, ou seja, uniões em que se juntam duas ou mais
peças, estabelecendo, assim, conexão entre elas.

As cavilhas, também, são chamadas pinos estriados, pinos entalhados, pinos


ranhurados ou, ainda, rebite entalhado. A diferenciação entre pinos e cavilhas leva
em conta o formato dos elementos e suas aplicações.

Pinos e cavilhas se diferenciam pelos seguintes fatores:


• Utilização
• Forma
• Tolerância de medidas
• Acabamento superficial
• Material Tratamento térmico

4.1 Pinos
Os pinos são usados em junções resistentes a vibrações. Há vários tipos de pino,
segundo sua função.

TIPO FUNÇÃO
1. Pino Cônico Ação de Centragem.
2. Pino Cônico com A ação de retirada do pino de furos cegos é facilitado por
Haste Roscada um simples aperto da porca
3. Pino Cilíndrico Requer um furo de tolerância rigorosas e é utilizados
quando são aplicadas as forças cortantes.
4. Pino Elástico ou Apresenta elevada resistência ao corte por ser assentado
pino tubular partido. Em furos com variação de diâmetros consideráveis
5. Pino de guia Serve para alinhar elementos de máquinas. A distância
entre os pinos deve ser bem calculada para evitar o risco
de ruptura.

23
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Para especificar pinos e cavilhas deve-se levar em conta seu diâmetro nominal, seu
comprimento e função do pino, indicada pela respectiva norma.

4.2 Cavilha

A cavilha é uma peça cilíndrica, fabricada em aço, cuja superfície externa recebe
três entalhes que formam ressaltos. A forma e o comprimento dos entalhes
determinam os tipos de cavilha. Sua fixação é feita diretamente no furo aberto por
broca, dispensando-se o acabamento e a precisão do furo alargado.

Classificação de cavilhas

24
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Segue uma tabela de classificação de cavilhas segundo tipos, normas e utilização.

4.3 Cupilha ou Contra-pino


Cupilha é um arame de secção semi-circular, dobrado de modo a formar um corpo
cilíndrico e uma cabeça.

Contra-pinos Especiais
Para eletrificação, isoladores e ferragens. Fabricados em aço (ferro), cobre, latão,
alumínio e aço inox. São confeccionados conforme desenho ou amostra.

Sua função principal é a de travar outros elementos de máquinas como porcas.

25
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

26
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

27
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

28
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

CAPÍTULO 5
5 Parafusos
O parafuso é uma peça formada por um corpo cilíndrico roscado e uma cabeça, que
pode ter várias formas.

Historia do parafuso
Na antiguidade, o matemático grego Archytas of Tarentum (428 - 350 aC.) foi
responsável pela invenção do parafuso. No 1o século aC., os parafusos de madeira
foram usados em todo o mundo Mediterrâneo em dispositivos como prensas de óleo
e de vinho. Arquimedes ( 287 AC – 212 AC) desenvolveu o princípio da rosca e
utilizou-o para a construção de dispositivos para a elevação de água na irrigação. Os
romanos aplicaram o princípio de Arquimedes para conduzir material em minas.
Também existem evidências de que componentes parafusados foram aplicados em
instrumentos cirúrgicos em 79 AC. Os parafusos de metal só apareceram na Europa
a partir do ano de 1400. O primeiro documento impresso sobre parafusos consta
num livro do começo do século XV. Mais tarde, no mesmo século, Johann
Gutenberg incluiu parafusos entre os fixadores na sua impressora. Os cadernos de
Leonardo Da Vinci, do fim do século XV e começo do século XVI, incluem vários
desenhos de máquinas para fabricar parafusos, mas a primeira máquina concreta
para este propósito foi inventada em 1568 por Jacques Besson, um matemático
francês. Pelos fins do século XVII, os parafusos já eram componentes comuns nas
armas de fogo. O britânico Henry Maudslay patenteou o parafuso de fenda em 1797;
um dispositivo similar foi patenteado por David Wilkinson nos Estados Unidos no ano
seguinte. Na atualidade o parafuso esta presente em praticamente todos os
aparelhos e estruturas construídos pelo homem.

A padronização
A capacidade de fazer roscas uniformes não foi suficiente para garantir a
uniformidade, visto que cada fabricante preferia ter seu próprio padrão. Era
necessário definir padrões nacionais e internacionais. Na Inglaterra o próprio passo
significativo neste sentido ocorreu em 1841, quando Joseph Whitworth apresentou
ao Instituto dos engenheiros civis seu trabalho "Um sistema uniforme de roscas de
parafusos".
Whitworth propôs que para parafusos de certas dimensões as roscas deveriam ser
iguais em passo, profundidade e forma. Ele recomendou um ângulo de 55 graus
entre um lado do fio de rosca e outro. O número de fios por polegada deveria ser
especificado para cada diâmetro de parafuso. A rosca devia ser arredondada na

29
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

crista e no vale em 1/6 de profundidade. Em 1881 o sistema de Whitworth já tinha


sido adotado como padrão britânico.
Nos EUA o movimento para padronização começou em 1864. William Sellers, um
montador de ferramentas de máquinas na Filadélfia, persuadiu o Instituto Franklin
daquela cidade a reunir um comitê que procuraria estabelecer padrões nacionais.
Sellers tinha várias objeções ao sistema de Whitworth. Dizendo que o ângulo de
corte de 55 graus era difícil de aferir, argumentava que 60 graus era o ideal e que
resultaria em roscas mais resistentes. Ele também achava que o padrão de
arredondamento da rosca de Whitworth resultava num encaixe incerto entre
parafuso e porca resultando roscas mais frágeis, ele propôs roscas com cristas e
vales planos.
O Instituto Franklin acabou por adotar o sistema Sellers recomendando-o como
padrão nacional onde roscas de parafusos devem ser feitos de lados planos com
ângulo entre eles de 60 graus, tendo uma superfície plana no topo e no fundo igual a
1/8 do passo. Pelo fim do século o sistema de Sellers já era padrão para os EUA e
boa parte da Europa.
A incompatibilidade dos sistemas Whitworth e Sellres trouxe dificuldades nas 1ª e 2ª
Guerras mundiais, quando as forças armadas americanas e britânicas precisavam
de peças intercambiáveis. Desde 1918 e continuando até 1948, os dois países os
dois países estudaram as formas para reconciliar os sistemas. Numa conferencia em
Washington em 1948, os EUA, Canadá e Grã-Bretanha adotaram o sistema
unificado que incorpora aspectos do sistema Whitworth e Sellers. O papel principal
na padronização das roscas de parafusos em polegada foi do Instituto Industrial de
Fixadores, constituído pelos maiores produtores de fixadores da América do Norte.
No mesmo ano a Organização Internacional para a Padronização (ISO) iniciou um
trabalho para estabelecer um sistema padrão de rosca de parafuso que pudesse ser
aplicado mundialmente. Quando o trabalho terminou em 1964 e foi adotado numa
conferência internacional em Nova Deli, consistia em dois sistemas: O sistema ISO
polegada (ISO Inch Screw Thread System) o mesmo que sistema unificado e o
sistema ISO métrico (ISO Metric Screw Thread System), que era uma nova fórmula
para substituir os diversos sistemas métricos nacionais.
Com base no argumento de que os fixadores feitos de acordo com o sistema métrico
eram inferiores aos feitos de acordo com a norma ISO polegada, o Instituto de
Fixadores Industriais recomendou em 1970 que um sistema métrico mais
aperfeiçoado fosse desenvolvido. Em 1971 o grupo propôs o Sistema Métrico Ótimo
(Optimum Metric Fastener System). Entre outras coisas, o plano previa um perfil
baseado no formato que tornou-se padrão para fixadores aeroespaciais e fixadores
com melhor resistência à fadiga. A proposta levou a um sistema similar que agora é
o padrão métrico internacional:o sistema ANSI/ISO (ANSI: American National
Standards Institute).
Várias outras organizações se preocupam com padrões de fixadores,
freqüentemente especificando quais são os fixadores padronizados mais
apropriados para uma determinada indústria. Nos EUA essas organizações incluem
a American Society for Testing and Materials (ASTM), a American National
Standards Institute (ANSI), a Society of Automotive Engeneers (SAE) e outros.
Tomados em conjunto, suas atividades incluem por volta de 8000 padrões para
fixadores, que cobrem assuntos como: material, configuração, dimensões,
tolerâncias e características mecânicas. Se forem incluídos os fixadores especiais,
os diversos acabamentos e revestimentos superficiais junto de todas as
combinações de diâmetros e comprimentos, o total de itens na área de fixadores
supera os dois milhões.

30
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Todo parafuso tem rosca de diversos tipos. Para você compreender melhor a noção
de parafuso e as suas funções, vamos, antes, conhecer roscas.

5.1 Roscas

Rosca é um conjunto de filetes em torno de uma superfície cilíndrica.

As roscas podem ser internas ou externas. As roscas internas encontram-se no


interior das porcas. As roscas externas se localizam no corpo dos parafusos.

As roscas permitem a união e desmontagem de peças.

Os filetes das roscas apresentam vários perfis. Esses perfis, sempre uniformes, dão
nome às roscas e condicionam sua aplicação.

5.2 Perfil da rosca (secção do filete)

Triangular
É o mais comum. Utilizado em parafusos e porcas de fixação, uniões e tubos.

Trapezoidal
Empregado em órgãos de comando das máquinas operatrizes (para transmissão de
movimento suave e uniforme), fusos e prensas de estampar (balancins mecânicos).

31
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Redondo
Emprego em parafusos de grandes diâmetros e que devem suportar grandes
esforços, geralmente em componentes ferroviários. É empregado também em
lâmpadas e fusíveis pela facilidade na estampagem.

Dente de serra
Usado quando a força de solicitação é muito grande em um só sentido (morsas,
macacos, pinças para tornos e fresadoras).

Quadrado
Quase em desuso, mas ainda utilizado em parafusos e peças sujeitas a choques e
grandes esforços (morsas).

Dependendo da inclinação dos filetes em relação ao eixo do parafuso, as roscas


ainda podem ser direita e esquerda. Portanto, as roscas podem ter dois sentidos: à
direita ou à esquerda.

Na rosca direita, o filete sobe da direita para a esquerda, conforme


a figura.

Na rosca esquerda, o filete sobe da esquerda para a direita, conforme


a figura.

32
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

5.3 Nomenclatura da rosca

Independentemente da sua aplicação, as roscas tém os mesmos elementos,


variando apenas os formatos e dimensões.

P = passo (em mm) i = ângulo da hélice


d = diâmetro externo c = crista
d1 = diâmetro interno D = diâmetro do fundo da porca
d2 = diâmetro do flanco D1 = diâmetro do furo da porca
a = ângulo do filete h1 = altura do filete da porca
f = fundo do filete h = altura do filete do parafuso

Roscas triangulares

As roscas triangulares classificam-se, segundo o seu perfil, em três tipos:


• Rosca métrica
• Rosca whitworth
• Rosca americana

Para nosso estudo, vamos detalhar apenas dois tipos: a métrica e a whitworth.

Rosca métrica ISO normal e rosca métrica ISO fina NBR 9527.
ângulo do perfil da rosca:

a = 60º.
Diâmetro menor do parafuso

33
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

(Ø do núcleo):
d1 = d - 1,2268P.
Diâmetro efetivo do parafuso
(Ø médio):
d2 = D2 = d - 0,6495P.
Folga entre a raiz do filete da
porca e a crista do filete do
parafuso:
f = 0,045P.

Diâmetro maior da porca:


D = d + 2f:
Diâmetro menor da porca (Ø furo):
D1 = d - 1,0825P;
Diâmetro efetivo da porca (Ø médio):
D2 = d2.
Altura do filete do parafuso:
he = 0,61343P.
Raio de arredondamento da raiz do filete do parafuso:
rre = 0,14434P.
Raio de arredondamento da raiz do filete da porca:
rri = 0,063P.

A rosca métrica fina, num determinado comprimento, possui maior número de filetes
do que a rosca normal. Permite melhor fixação da rosca, evitando afrouxamento do
parafuso, em caso de vibração de máquinas.
Exemplo: em veículos.

Rosca Whitworth normal - BSW e rosca Whitworth fina - BSF

Fórmulas:
a = 55º
P = 1” / no de fios
hi = he = 0,6403P
rri = rre = 0,1373P
d=D
d1 = d - 2he
D2= d2 = d - he

A fórmula para confecção das roscas Whitworth normal e fina é a mesma. Apenas
variam os números de filetes por polegada.

34
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

5.4 Introdução de Parafusos

Parafusos são elementos de fixação, empregados na união não permanente de


peças, isto é, as peças podem ser montadas e desmontadas facilmente, bastando
apertar e desapertar os parafusos que as mantém unidas.

As cabeças dos parafusos, por sua vez, podem ser:


 sextavadas - predominantes em construção de máquinas;
 de Fenda (cabeça escariada);
 de sextavado interno (Allen).

As principais vantagens dos parafusos São:


- Baixo custo;
- Facilidades de montagem e desmontagem;

5.5 Fabricação

Parafusos podem ser fabricados:


• por conformação plástica: prensagem ou rolagem,
• por usinagem: torneamento ou fresamento.

Numa montagem por parafuso, podemos ter como elementos:


• O próprio parafuso;
• A porca;
• Hastes dotadas de roscas - fusos;
• Arruelas,
• Dispositivos de segurança.

As cabeças dos parafusos, por sua vez, podem ser


• Sextavadas - predominantes em construção de máquinas;
• Fenda (cabeça escariada),
• Sextavado interno (Allen).

As principais vantagens dos parafusos São:


• Baixo custo;
• Facilidades de montagem e desmontagem;

As principais aplicações dos parafusos são:


• Parafusos de fixação em uniões desmontáveis;
• Parafusos obturadores para tapar orifícios;
• Parafusos de transmissão de forças;
• Parafusos de movimento para transformar movimentos retilíneo em rotativos e
vice-versa.

35
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

As principais desvantagens nos parafusos de fixação são:


• Possibilidade de ocorrer desaperto durante o funcionamento do equipamento.
• Baixo rendimento de transmissão e o elevado desgaste dos flancos das
roscas.
5.6 Perigos nas uniões parafusadas
Alguns perigos característicos das uniões parafusadas devem ser conhecidos e
trabalhados quando se utiliza este tipo de união. São eles:
• incerteza sobre grandeza das forças externas - aumentar o coeficiente de
segurança;
• aperto inconveniente do parafuso - excessivo ou insuficiente;
• não uniformidade de aperto para uniões com vários parafusos - controle do
torque através de torquímetro ou controle da tensão através de micrômetro;
• apoio unilateral do parafuso, gerando tensões de flexão;
• perda de protensão, por dilatação térmica ou deformação plástica;
• solicitações adicionais devido a choques;
• auto-afrouxamento devido a trepidações;
• corrosão química e eletrolítica;
• desgaste da rosca de movimento,
• fratura por fadiga (geralmente na seção transversal do primeiro filete
carregado).

Que fatores influenciam a escolha de parafusos?


• Função;
• Propriedades;
• Método de montagem;
• Qualidade;
• Garantia;
• Custo de aplicação.

Como é que eu devo especificar um parafuso?


A especificação exata de um parafuso consiste em:
• São usadas as dimensões genérica standard, DIN para métrico; BS916 para
polegadas;
• Cabeça e tipo de fenda quando exista;
• Tipo de rosca;
• Diâmetro do parafuso ou peça;
• Comprimento do parafuso. (geralmente deste a cabeça à ponta);
• Qualidade de aço e resistência;
• Acabamento - tratamento galvânico.

Os parafusos se diferenciam pela forma da rosca, da cabeça, da haste e do tipo de


acionamento.

Em geral, o parafuso é composto de duas partes: cabeça e corpo.

36
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

O corpo do parafuso pode ser cilíndrico ou cônico, totalmente roscado ou


parcialmente roscado. A cabeça pode apresentar vários formatos; porém, há
parafusos sem cabeça.

Há uma enorme variedade de parafusos que podem ser diferenciados pelo formato
da cabeça, do corpo e da ponta. Essas diferenças, determinadas pela função dos
parafusos, permite classificá -los em quatro grandes grupos: parafusos passantes,
parafusos não-passantes, parafusos de pressão, parafusos prisioneiros.

5.7 Parafusos passantes

Esses parafusos atravessam, de lado a lado, as peças a serem unidas, passando


livremente nos furos. Dependendo do serviço, esses parafusos, além das porcas,
utilizam arruelas e contra porcas como acessórios. Os parafusos passantes
apresentam-se com cabeça ou sem cabeça.

37
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

5.8 Parafusos não -passantes

São parafusos que não utilizam porcas. O papel de porca é desempenhado pelo furo
roscado, feito numa das peças a ser unida.

5.9 Parafusos de pressão

Esses parafusos são fixados por meio de pressão. A pressão é exercida pelas
pontas dos parafusos contra a peça a ser fixada. Os parafusos de pressão podem
apresentar cabeça ou não.

5.10 Parafusos prisioneiros

São parafusos sem cabeça com rosca em ambas as extremidades, sendo


recomendados nas situações que exigem montagens e desmontagens frequentes.
Em tais situações, o uso de outros tipos de parafusos acaba danificando a rosca dos
furos.
As roscas dos parafusos prisioneiros podem ter passos diferentes ou sentidos
opostos, isto é, um horário e o outro anti-horário.

38
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Vimos uma classificação de parafusos quanto à função que eles exercem. Veremos,
a seguir, alguns tipos de parafusos.

39
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Segue um quadro síntese com características da cabeça, do corpo, das pontas e


com indicação dos dispositivos de atarraxamento.

40
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Ao unir peças com parafusos, o profissional precisa levar em consideração quatro


fatores de extrema importância:
• Profundidade do furo broqueado;
• Profundidade do furo roscado;
• Comprimento útil de penetração do parafuso
• Diâmetro do furo passante.

Esses quatro fatores se relacionam conforme mostram as figuras e a tabela a seguir.

Ø - diâmetro do furo broqueado


d - diâmetro da rosca
A - profundidade do furo broqueado
B - profundidade da parte roscada
C - comprimento de penetração do parafuso
d1 - diâmetro do furo passante

A classificação geral dos parafusos é quanto à função que eles exercem e alguns
fatores a serem considerados na união de peças. Alguns tipos de parafusos
bastante usados em mecânica.

Parafuso de cabeça sextavada


As medidas das partes dos parafusos são proporcionais ao diâmetro do seu corpo.
Em desenho técnico, esse parafuso é representado da seguinte forma:

41
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

d = diâmetro do parafuso;
k = altura da cabeça (0,7 d);
s = medida entre as faces paralelas do sextavado (1,7 d);
e = distância entre os vértices do sextavado (2 d);
L = comprimento útil (medidas padronizadas);
b = comprimento da rosca (medidas padronizadas);
R= raio de arredondamento da extremidade do corpo do parafuso.

Aplicação
Em geral, esse tipo de parafuso é utilizado em uniões em que se necessita de um
forte aperto da chave de boca ou estria. Esse parafuso pode ser usado com ou sem
rosca.
Quando usado sem rosca, o rosqueamento é feito na peça.

Parafusos com sextavado interno / Parafuso Allen

O parafuso Allen é fabricado com aço de alta resistência à tração e submetido a um


tratamento térmico após a conformação. Possui um furo hexagonal de aperto na
cabeça, que é geralmente cilíndrica e recartilhada. Para o aperto, utilizase uma
chave especial: a chave Allen. Os parafusos Allen são utilizados sem porcas e suas
cabeças são encaixadas num rebaixo na peça fixada.

De cabeça cilíndrica com sextavado interno (Allen). Em desenho técnico, este tipo
de parafuso é representado na seguinte forma:

onde:
A = d = altura da cabeça do parafuso;
e = 1,5 d = diâmetro da cabeça;
t = 0,6 d = profundidade do encaixe da chave;
s = 0,8 d = medida do sextavado interno;
d = diâmetro do parafuso.

42
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Aplicação
Em geral, esse tipo de parafuso é utilizado para travar elementos de máquinas. Por
ser um elemento utilizado para travar elementos de máquinas, esses parafusos são
fabricados com diversos tipos de pontas, de acordo com sua utilização. Veja a
seguir:

As medidas dos parafusos com sextavado interno com e sem cabeça e o alojamento
da cabeça, são especificadas na tabela, a seguir. Essa medidas variam de acordo
com o diâmetro (d).

43
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Parafusos de cabeça com fenda


De cabeça escareada chata com fenda. Em desenho técnico, a representação é a
seguinte:

onde:
· diâmetro da cabeça do parafuso = 2 d;
· largura da fenda = 0,18 d;
· profundidade da fenda = 0,29 d;
· medida do ângulo do escareado = 90º

Aplicação
São fabricados em aço, aço inoxidável, inox, cobre, latão, etc. Esse tipo de parafuso
é muito empregado em montagens que não sofrem grandes esforços e onde a
cabeça do parafuso não pode exceder a superfície da peça.

De cabeça redonda com fenda


Em desenhos técnico, a representação È feita como mostra a figura.

onde:
diâmetro da cabeça do parafuso = 1,9 d;
raio da circunferência da cabeça = d;
largura da fenda = 0,18 d;
profundidade da fenda = 0,36 d.

Aplicação
Esse tipo de parafuso é também muito empregado em montagens que não sofrem
grandes esforços. Possibilita melhor acabamento na superfície. São fabricados em
aço, cobre e ligas, como latão.

De cabeça cilíndrica boleada com fenda


Em desenho técnico, a representação é feita como mostra a figura.

44
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

onde:
diâmetro da cabeça do parafuso = 1,7 d;
raio da cabeça = 1,4 d;
comprimento da parte cilíndrica da cabeça = 0,66 d;
largura da fenda = 0,18 d;
profundidade da fenda = 0,44 d.

Aplicação
São utilizados na fixação de elementos nos quais existe a possibilidade de se fazer
um encaixe profundo para a cabeça do parafuso, e a necessidade de um bom
acabamento na superfície dos componentes. Trata-se de um parafuso cuja cabeça é
mais resistente do que as outras de sua classe. São fabricados em aço, cobre e
ligas, como latão.

De cabeça escareada boleada com fenda

onde:
diâmetro da cabeça do parafuso = 2 d;
raio da cabeça do parafuso = 2 d;
largura da fenda = 0,18 d;
profundidade da fenda = 0,5 d.

Aplicação
São geralmente utilizados na união de elementos cujas espessuras sejam finas e
quando é necessário que a cabeça do parafuso fique embutida no elemento.
Permitem um bom acabamento na superfície. São fabricados em aço, cobre e ligas
como latão.

Parafuso auto-atarraxante
O parafuso auto-atarraxante tem rosca de passo largo em um corpo cônico e é
fabricado em aço temperado. Pode ter ponta ou não e, às vezes, possui entalhes
longitudinais com a função de cortar a rosca à maneira de uma tarraxa. As cabeças
têm formato redondo, em latão ou chanfradas e apresentam fendas simples ou em
cruz (tipo Phillips).
Esse tipo de parafuso elimina a necessidade de um furo roscado ou de uma porca,
pois corta a rosca no material a que é preso. Sua utilização principal é na montagem
de peças feitas de folhas de metal de pequena espessura, peças fundidas macias e
plásticas.

45
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Parafuso para pequenas montagens


Parafusos para pequenas montagens apresentam vários tipos de roscas e cabeças
e são utilizados para metal, madeira e plásticos.

Parafusos com rosca soberba para madeira


São vários os tipos de parafusos para madeira. Apresentamos, em seguida, os
diferentes tipos e os cálculos para dimensionamento dos detalhes da cabeça.

Aplicação
Esse tipo de parafuso também é utilizado com auxílio de buchas plásticas. O
conjunto, parafuso-bucha é aplicado na fixação de elementos em bases de
alvenaria. Quanto à escolha do tipo de cabeça a ser utilizado, leva-se em
consideração a natureza da união a ser feita. São fabricados em aço e tratados
superficialmente para evitar efeitos oxidantes de agentes naturais.

5.11 Dimensionamento dos parafusos

Tração no Parafuso
Pmax Pmax .4
σ= = ≤ σ adm ; σadm ≅ 0,6 . σe, para carregamento estático;
S π .d12
σadm ≅ 1,4 . σA, para carregamento pulsante;
4.Pmax σadm ≅ 0,7 . σA, para carregamento alternado.
d1 =
π .σ adm

46
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Cortante no parafuso
Apesar de ser regra de projeto garantir que o parafuso não trabalhe submetido à
força cortante, pode-se calcular esta solicitação da forma:
P P.4
τ= = ≤ τ adm ;
S π .d12
4.P
d1 = .
π .τ adm

Designação de Parafusos:

47
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

48
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

CAPÍTULO 6
6 Porcas
Porca é uma peça de forma prismática ou cilíndrica geralmente metálica, com um
furo roscado no qual se encaixa um parafuso, ou uma barra roscada. Em conjunto
com um parafuso, a porca é um acessório amplamente utilizado na união de peças.
A porca está sempre ligada a um parafuso. A parte externa tem vários formatos para
atender a diversos tipos de aplicação. Assim, existem porcas que servem tanto como
elementos de fixação como de transmissão.

Material de fabricação
As porcas são fabricadas de diversos materiais: aço, bronze, latão, alumínio,
plástico. Há casos especiais em que as porcas recebem banhos de galvanização,
zincagem e bicromatização para protegê-las contra oxidação

Tipos de rosca
O perfil da rosca varia de acordo com o tipo de aplicação que se deseja. As porcas
usadas para fixação geralmente tem roscas com perfil triangular.

As porcas para transmissão de movimentos tem roscas com perfis quadrados,


trapezoidais, redondo e dente de serra.

6.1 Tipos de porca


Para aperto manual são mais usados os tipos de porca borboleta, recartilhada alta e
recartilhada baixa.

Porcas Sextavadas
Utilizadas para segurar a carga no sistema / tirante pela proteção ou ajuste
determinados no projeto. Usos diversos, em automóveis, residências e indústrias.

49
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Porcas Quadradas
Usos diversos, em automóveis, residências e indústrias.

Porcas Recartilhadas
Para aperto manual são mais usados os tipos de porca borboleta, recartilhada alta e
recartilhada baixa.

Porca borboleta
A porca borboleta tem saliências parecidas com asas para proporcionar o aperto
manual. Geralmente fabricada em aço ou latão, esse tipo de porca é empregado
quando a montagem e a desmontagem das peças são necessárias e frequentes.

Porca cega (ou remate)


As porcas cega baixa e cega alta, além de propiciarem boa fixação, deixam as peças
unidas com melhor aspecto. Nesse tipo de porca, uma das extremidades do furo
rosqueado é encoberta, ocultando a ponta do parafuso. A porca cega pode ser feita
de aço ou latão, é geralmente cromada e possibilita um acabamento de boa
aparência.

Para ajuste axial (eixos de máquinas), são usadas as seguintes porcas:

Porcas auto travante ou Parlok


Essa porca possui nylon em seu interior, que trava a porca no parafuso.

50
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Porca Castelo
A porca castelo é uma porca hexagonal com seis entalhes radiais, coincidentes dois
a dois, que se alinham com um furo no parafuso, de modo que uma cupilha possa
ser passada para travar a porca.

Observe a aplicação da porca sextavada chata.

Porcas rápidas
Para montagem de chapas em locais de difícil acesso, podemos utilizar as porcas:

Porca rápida Porca rápida Dobrada

Porcas de fendas

Características das porcas de fendas:


A baixa deformação da rosca do elemento macho permite reutilizar diversas vezes
os elementos de fixação;
Bom comportamento quanto à resistência à vibração;
Excelente comportamento às variações de temperatura;
Nenhuma agressão nem marcação na superfície de apoio da porca sobre a peça.

51
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Fenda Simples
O principio de auto-travamento da porca fenda simples consistes em comprimir os
flancos de alguns filetes de rosca do elementos macho sobre seus setores. Este
princípio é obtido executando-se uma fenda calibrada na parte central do hexágono
da porca, que é amassada sob uma carga específica. Na montagem, a porca retorna
à sua forma primitiva, gerando uma pressão sobre os filetes de rosca e que cria um
torque de travamento constante e independente do aperto.

Fenda Dupla
Principio de funcionamento: O auto travamento da porca de fenda dupla consiste em
comprimir os flancos de alguns filetes de rosca do elemento macho sobre dois dos
seus setores, em planos diferentes e deslocados a 180º. Esse princípio é obtido
executando-se duas fendas calibradas na gola superior da porca, que são amassada
sob carga específica. Para obter uma montagem correta, pé fundamental que o
elemento macho exceda a porca em pelo menos dois filetes da rosca.

Outros tipos de porcas

52
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

53
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

54
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

55
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

CAPÍTULO 7
7 Arruelas
A maioria dos conjuntos mecânicos apresenta elementos de fixação. Onde quer que
se usem esses elementos, seja em máquinas ou em veículos automotivos, existe o
perigo de se produzir, em virtude das vibrações, um afrouxamento imprevisto no
aperto do parafuso. Para evitar esse inconveniente utilizamos um elemento de
máquina chamado arruela.

As arruelas têm a função de distribuir igualmente a força de aperto entre a porca, o


parafuso e as partes montadas. Em algumas situações, também funcionam como
elementos de trava. Os materiais mais utilizados na fabricação das arruelas são aço-
carbono, cobre e latão.

7.1 Tipos de arruela


Existem vários tipos de arruela: lisa, de pressão, dentada, serrilhada, ondulada, de
travamento com orelha e arruela para perfilados. Para cada tipo de trabalho, existe
um tipo ideal de arruela.

Arruela lisa
Além de distribuir igualmente o aperto, a arruela lisa tem, também, a função de
melhorar os aspectos do conjunto. A arruela lisa por não ter elemento de trava, é
utilizada em órgãos de máquinas que sofrem pequenas vibrações.

7.1.1 Arruela de pressão


A arruela de pressão é utilizada na montagem de conjuntos mecânicos, submetidos
a grandes esforços e grandes vibrações. A arruela de pressão funciona, também,
como elemento de trava, evitando o afrouxamento do parafuso e da porca. É, ainda,
muito empregada em equipamentos que sofrem variação de temperatura
(automóveis, prensas etc.).

56
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Arruela dentada
Muito empregada em equipamentos sujeitos a grandes vibrações, mas com
pequenos esforços, como, eletrodomésticos, painéis automotivos, equipamentos de
refrigeração etc. O travamento se dá entre o conjunto parafuso/porca. Os dentes
inclinados das arruelas formam uma mola quando são pressionados e se encravam
na cabeça do parafuso.

Arruela serrilhada
A arruela serrilhada tem, basicamente, as mesmas funções da arruela dentada.
Apenas suporta esforços um pouco maiores. É usada nos mesmos tipos de trabalho
que a arruela dentada.

Arruela ondulada
A arruela ondulada não tem cantos vivos. É indicada, especialmente, para
superfíciespintadas, evitando danificação do acabamento. É adequada para
equipamentos que possuem acabamento externo constituído de chapas finas.

Arruela de travamento com orelha


Utiliza-se esta arruela dobrando-se a orelha sobre um canto vivo da peça. Em
seguida, dobra-se uma aba da orelha envolvendo um dos lados chanfrado do
conjunto porca/parafuso.

Arruela para perfilados


É uma arruela muito utilizada em montagens que envolvem cantoneiras ou perfis em
ângulo. Devido ao seu formato de fabricação, este tipo de arruela compensa os
ângulos e deixa perfeitamente paralelas as superfícies a serem parafusadas.

57
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Os tipos de arruelas mais usados são os vistos até aqui. Porém, existem outros tipos
menos utilizados:

58
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

CAPÍTULO 8
8 Anéis elásticos
O anel elástico é um elemento usado em eixos ou furos, tendo como principais
funções:
• Evitar deslocamento axial de peças ou componentes.
• Posicionar ou limitar o curso de uma peça ou conjunto deslizante sobre o
eixo.

Deslocamento axial é o movimento no sentido longitudinal do eixo

Esse elemento de máquina é conhecido também como anel de retenção, de trava ou


de segurança.

8.1 Instalação dos Anéis Elásticos


Anéis elásticos são instalados sempre com as bordas chanfradas (laminadas)
voltadas para a peça que está limitando. Dessa forma, a pressão sobre o anel
elástico será exercida na área onde a borda do anel está paralela à parede da
canaleta. Se instalar incorretamente, o anel elástico exercerá pressão sobre as
bordas chanfradas ou laminadas que podem comprimir o anel elástico e com a
possibilidade de desalojá-lo da canaleta.

8.2 Material de fabricação e forma


Fabricado de aço-mola, tem a forma de anel incompleto, que se aloja em um canal
circular construído conforme normalização.

Aplicação: para eixos com diâmetro entre 4 e 1 000 mm. Trabalha externamente:
• Norma DIN 471.

59
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Aplicação: para furos com diâmetro entre 9,5 e 1 000 mm. Trabalha internamente
• Norma DIN 472.

Aplicação: para eixos com diâmetro entre 8 e 24 mm. Trabalha externamente


· Norma DIN 6799.

Aplicação: para eixos com diâmetro entre 4 e 390 mm para rolamentos.

Anéis de secção circular · Aplicação: para pequenos esforços axiais.

Tendo em vista facilitar a escolha e seleção dos anéis em função dos tipos de
trabalho ou operação, existem tabelas padronizadas de anéis, como as que seguem.

60
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

61
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

62
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Na utilização dos anéis, alguns pontos importantes devem ser observados:


• A dureza do anel deve ser adequada aos elementos que trabalham com ele.
• Se o anel apresentar alguma falha, pode ser devido a defeitos de fabricação
ou condições de operação.
• As condições de operação s„o caracterizadas por meio de vibrações, impacto,
flexão, alta temperatura ou atrito excessivo.
• Um projeto pode estar errado: previa, por exemplo, esforços estáticos, mas as
condições de trabalho geraram esforços dinâmicos, fazendo com que o anel
apresentasse problemas que dificultaram seu alojamento.
• A igualdade de pressão em volta da canaleta assegura aderência e
resistência.
• O anel nunca deve estar solto, mas alojado no fundo da canaleta, com certa
pressão.
• A superfície do anel deve estar livre de rebarbas, fissuras e oxidações.
• Em aplicações sujeitas à corrosão, os anéis devem receber tratamento
anticorrosivo adequado.
• Dimensionamento correto do anel e do alojamento.
• Em casos de anéis de secção circular, utilizá-los apenas uma vez. ·
• Utilizar ferramentas adequadas para evitar que o anel fique torto ou receba
esforços exagerados.
• Montar o anel com a abertura apontando para esforços menores, quando
possível.
• Nunca substituir um anel normalizado por um “equivalente”, feito de chapa ou
arame sem critérios.

Para que esses anéis não sejam montados de forma incorreta, é necessário o uso
de ferramentas adequadas, no caso, alicates. Vejamos alguns tipos de alicate:

Alicates para anéis externos

Alicates para anéis internos

63
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

CAPÍTULO 9
9 Chavetas
É um elemento mecânico fabricado em aço. Sua forma, em geral, é retangular ou
semicircular. A chaveta se interpõe numa cavidade de um eixo e de uma peça. A
chaveta tem por finalidade ligar dois elementos mecânicos.

Classificação:
As chavetas se classificam em:
• chavetas de cunha;
• chavetas paralelas;
• chavetas de disco.

Chavetas de cunha
As chavetas tem esse nome porque são parecidas com uma cunha. Uma de suas
faces é inclinada, para facilitar a união de peças.

As chavetas de cunha classificam-se em dois grupos: · chavetas longitudinais; ·


chavetas transversais.

Chavetas longitudinais.

64
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

São colocadas na extensão do eixo para unir roldanas, rodas, volantes etc.
Podem ser com ou sem cabeça e sua montagem e desmontagem é fácil.

Sua inclinação é de 1:100 e suas medidas principais são definidas quanto a:


• altura (h);
• comprimento (L);
• largura (b).

As chavetas longitudinais podem ser de diversos tipos: encaixada, meia-cana, plana,


embutida e tangencial. Veremos as características de cada desses tipos.

Chavetas encaixadas
São muito usadas. Sua forma corresponde àdo tipo mais simples de chaveta de
cunha. Para possibilitar seu emprego, o rasgo do eixo é sempre mais comprido que
a chaveta.

Chaveta meia-cana
Sua base é côncava (com o mesmo raio do eixo). Sua inclinação é de 1:100, com ou
sem cabeça. Não é necessário rasgo na ·árvore, pois a chaveta transmite o
movimento por efeito do atrito. Desta forma, quando o esforço no elemento
conduzido for muito grande, a chaveta desliza sobre a árvore.

Chaveta plana
Sua forma é similar à da chaveta encaixada, porém, para sua montagem não se
abre rasgo no eixo. É feito um rebaixo plano.

65
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Chavetas embutidas
Essas chavetas tem os extremos arredondados, conforme se observa na vista
superior ao lado. O rasgo para seu alojamento no eixo possui o mesmo comprimento
da chaveta. As chavetas embutidas nunca tem cabeça.

Chavetas tangenciais
São formadas por um par de cunhas, colocado em cada rasgo. São sempre
utilizadas duas chavetas, e os rasgos são posicionados a 120º. Transmitem fortes
cargas e são utilizadas, sobretudo, quando o eixo está submetido a mudança de
carga ou golpes.

Chavetas transversais
São aplicadas em união de peças que transmitem movimentos rotativos e retilíneos
alternativos.

Quando as chavetas transversais são empregadas em uniões permanentes, sua


inclinação varia entre 1:25 e 1:50. Se a união se submete a montagem e
desmontagem frequentes, a inclinação pode ser de 1:6 a 1:15.

66
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Chavetas paralelas ou lingüetas


Essas chavetas tem as faces paralelas, portanto, não tem inclinação. A transmissão
do movimento È feita pelo ajuste de suas faces laterais às laterais do rasgo da
chaveta. Fica uma pequena folga entre o ponto mais alto da chaveta e o fundo do
rasgo do elemento conduzido.

As chavetas paralelas não possuem cabeça. Quanto à forma de seus extremos, eles
podem ser retos ou arredondados. Podem, ainda, ter parafusos para fixarem a
chaveta ao eixo.

Chaveta de disco ou meia-lua (tipo woodruff)


É uma variante da chaveta paralela. Recebe esse nome porque sua forma
corresponde a um segmento circular.

É comumente empregada em eixos cônicos por facilitar a montagem e se adaptar à


conicidade do fundo do rasgo do elemento externo.

67
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Tolerâncias para chavetas


O ajuste da chaveta deve ser feito em função das características do trabalho. A
figura mostra os três tipos mais comuns de ajustes e tolerâncias para chavetas e
rasgos.

Dimensionamento das chavetas

Será calculada da mesma forma que rebites e pinos, com a diferença que sua área
não será circular. O primeiro passo é encontrar a força cisalhante, que será torque
(momento torçor) dividido pelo raio do eixo. Depois é só aplicar a fórmula de tensão
cisalhante utilizando como área o comprimento vezes a largura. Para verificar a
tensão de esmagamento, a espessura vezes diâmetro será substituída por
comprimento vezes altura menos a profundidade do rasgo (chamada de t1, que
geralmente é ± 60% da altura). Em geral, a chaveta é dimensionada em função do
eixo por meio de tabela. Mas é sempre correto verificar se tais dimensões suportam
a força cisalhante e a tensão de esmagamento.

68
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

EXEMPLO
Calcular a dimensão da chaveta para uma polia (20 mm largura) num eixo com
diâmetro 20 mm, que transmite um torque de 50 N.m. Considerar Aço ABNT 1020
LQ, Sg = 2, b = h e t1 = 0,6h. Verificar tensão de esmagamento.

a) Tensão de escoamento por cisalhamento:


τe = 0,6 τe
τe = 0,6 . 210 = 126 MPa

b) Tensão admissível:
τadm = τe / Sg
τadm = τe / 2 = 63 MPa

c) Força cisalhante que atua na chaveta:


F = T / distância
F = 50000 / 10 = 5 kN

d) Área cisalhante:
A = F / τadm
b . 20 = 5000 / 63
b = 3,97 ~ 4 mm

e) Tensão de esmagamento:
τesm = F / (h - 0,6h) . L
τesm = 5000 / 0,4 . 4 . 20 = 312,5 MPa

como τadm (210 / 2)= 105 MPa, τesm > τadm. Então, a chaveta deve ser
redimensionada.
f) Redimensionamento pela tensão de esmagamento:
105 = 5000 / (h - 0,6.h) . 20
h = b = 6 mm

EXERCICIOS
1 - Uma engrenagem transmite um torque de 400 N.m. No mesmo eixo da
engrenagem há uma luva de acoplamento para um motor elétrico com 4 parafusos
cujos centros estão distantes 6 cm do eixo. O eixo possui diâmetro = 50 mm.
Calcular a largura da chaveta (comprimento = 6 cm) e o diâmetro dos parafusos,
considerando aço ABNT 1020 LQ e Sg = 3. Posteriormente, calcular tensão de
esmagamento para os parafusos (espessura da luva = 12 mm) e chaveta (sendo
altura = 1,4 vezes a largura e t1 = 60% da altura). Caso a tensão de esmagamento
seja superior, redimensione os elementos.

69
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

70
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

CAPÍTULO 10
10 Elementos de Apoio
Atrito Deslizante Atrito Rolante

Introdução aos elementos de apoio


De modo geral, os elementos de apoio consistem de acessórios auxiliares para o
funcionamento de máquinas. Os elementos de apoio são: buchas, guias, rolamentos
e mancais.
Na prática, podemos observar que buchas e mancais são elementos que funcionam
conjuntamente. Apenas para facilitar o estudo, eles são descritos separadamente.
Para que você tenha uma visão geral dos assuntos a serem estudados em são
apresentadas algumas das principais informações relativas aos elementos de apoio.

Guias
A guia tem a função de manter a direção de uma peça em movimento. Por exemplo,
numa janela corrediça, seu movimento de abrir e de fechar é feito dentro de trilhos.
Esses trilhos evitam que o movimento saia da direção. A guia tem a mesma função
desses trilhos. Numa máquina industrial, como uma serra de fita, a guia assegura a
direção da trajetória da serra. Geralmente, usa-se mais de uma guia em máquinas.
Normalmente, se usa um conjunto de guias com perfis variados, que se denomina
barramento. Existem vários tipos de barramento, conforme a função que ele exerce.

Buchas e Mancais de Deslizamento


Com a introdução das rodas de aço manteve-se o problema com atritos. A solução
encontrada foi a de colocar um anel de metal entre o eixo e as rodas. Esse anel,
mais conhecido como bucha, reduz bastante o atrito, passando a constituir um
elemento de apoio indispensável. As buchas podem ser classificadas, quanto ao tipo
de solicitação, em buchas de fricção radial e de fricção axial.
Em determinados trabalhos de usinagem, há a necessidade de furação, ou seja, de
fazer furos. Para isso È preciso que a ferramenta de furar fique corretamente
posicionada para que os furos sejam feitos exatamente nos locais marcados. Nesse
caso, são usadas as buchas-guia para furação e também para alargamento dos
furos.

Rolamentos e Mancais de Rolamentos


Os mancais como as buchas tem a função de servir de suporte a eixos, de modo a
reduzir o atrito e amortecer choques ou vibrações. Eles podem ser de deslizamento
ou rolamento. Os mancais de deslizamento são constituídos de uma bucha fixada
num suporte. São usados em máquinas pesadas ou em equipamentos de baixa
rotação.

71
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

CAPÍTULO 11
11 Guias
A guia é um elemento de máquina que mantém, com certo rigor, a trajetória de
determinadas peças. Para ficar clara sua descrição, apresentamos, como exemplo,
a ilustração de uma porta corrediça do box de um banheiro.

Tipos
No caso de se desejar movimento retilíneo, geralmente são usadas guias
constituídas de peças cilíndricas ou prismáticas. Essas peças deslizam dentro de
outra peça com forma geométrica semelhante, conforme ilustrações.

As guias podem ser abertas ou fechadas, como pode ser visto nas ilustrações a
seguir.

Classificação
As guias classificam-se em dois grupos: guias de deslizamento e de rolamento. As
guias de deslizamento apresentam-se, geralmente, nas seguintes formas:

72
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Em máquinas operatrizes são empregadas combinações de vários perfis de guias de


deslizamentos, conhecidos como barramento. O quadro a seguir apresenta alguns
perfis combinados e sua aplicação.

Réguas de ajuste
Quando uma ou mais peças se movimentam apoiadas em guias, as superfícies
entram em contato por atrito. Com o passar do tempo, o movimento vai provocando
desgaste das superfícies dando origem a folga no sistema, mesmo que ele seja
sempre lubrificado. Para evitar que essa folga prejudique a precisão do movimento,
é preciso que ela seja compensada por meio de réguas de ajuste. As réguas têm
perfil variado, de acordo com a dimensão da folga. Para você compreender melhor
o uso das réguas de ajuste, observe as ilustrações.
Tipos de barramentos e suas respectivas réguas de ajuste.

73
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Guias de rolamento
As guias de rolamento geram menor atrito que as guias de deslizamento. Isto ocorre
porque os elementos rolantes giram entre as guias. Os elementos rolantes podem
ser esferas ou roletas, como ilustrações apresentadas no quadro a seguir.

Os tipos de guias ilustrados foram utilizados, inicialmente, em máquinas de medição.


Atualmente, são largamente empregados em m·quinas de Comando Numérico
Computadorizado (CNC).

As guias de rolamento foram desenvolvidas para aplicações de transporte de carga


médias e pesadas. Sua principal característica é a composição dos rolamentos que
permitem combinações de forças axiais e radiais, oferecendo melhor dissipação dos
esforços sobre o trilho.O produto oferece a vantagem de instalação simples com
baixo custo, por se tratar de rolamentos vedados com lubrificação permanente, são
livres de manutenção e de vida útil longa.

74
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Material de fabricação
Geralmente, o barramento, ou seja, conjunto de guias de deslizamento é feito com
ferro fundido. Conforme a finalidade do emprego da guia, ela pode ser submetida a
um tratamento para aumentar a dureza de sua superfície. O barramento é muito
usado em máquinas operatrizes como, por exemplo, em um torno.

75
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

CAPÍTULO 12
12 Buchas e Mancais de Deslizamento
O movimento rotativo entre as rodas e os eixos, ocasiona problema de atrito que, por
sua vez, causa desgaste tanto dos eixos como das rodas. Para evitar esse problema
nas rodas modernas, surgiu a idéia de se colocar um anel de metal entre o eixo e a
roda. Esse anel de metal é chamado bucha.

As buchas são elementos de máquinas de forma cilíndrica ou cônica.


Servem para apoiar eixos e guiar brocas e alargadores. Nos casos em que o eixo
desliza dentro da bucha, deve haver lubrificação. Podem ser fabricadas de metal
antifricção ou de materiais plásticos. Normalmente, a bucha deve ser fabricada com
material menos duro que o material do eixo.

Classificação
As buchas podem ser classificadas quanto ao tipo de solicitação. Nesse sentido,
elas podem ser de fricção radial para esforços radiais, de fricção axial para esforços
axiais e cônicas para esforços nos dois sentidos.

Radial Axial Cônicos

12.1 Buchas de Fricção Radial


Essas buchas podem ter várias formas. As mais comuns são feitas de um corpo
cilíndrico furado, sendo que o furo possibilita a entrada de lubrificantes.
Essas buchas são usadas em peças para cargas pequenas e em lugares onde a
manutenção seja fácil. Em alguns casos, essas buchas são cilíndricas na parte
interior e cônicas na parte externa. Os extremos são roscados e tem três rasgos
longitudinais, o que permite o reajuste das buchas nas peças. São usados em
máquinas pesadas ou em equipamentos de baixa rotação.

76
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

12.2 Bucha de fricção axial


Essa bucha é usada para suportar o esforço de um eixo em posição vertical.

12.3 Bucha cônica


Esse tipo de bucha é usado para suportar um eixo do qual se exigem esforços
radiais e axiais. Quase sempre essas buchas requerem um dispositivo de fixação e,
por isso, são pouco empregadas.

77
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Mancais
O mancal pode ser definido como suporte ou guia em que se apóia o eixo.
No ponto de contato entre a superfície do eixo e a superfície do mancal, ocorre
atrito. Dependendo da solicitação de esforços, os mancais podem ser de
deslizamento ou de rolamento.

12.4 Mancais de deslizamento


Geralmente, os mancais de deslizamento são constituídos de uma bucha fixada num
suporte. Esses mancais são usados em máquinas pesadas ou em equipamentos de
baixa rotação, porque a baixa velocidade evita superaquecimento dos componentes
expostos ao atrito.

O uso de lubrificantes nas buchas permite reduzir esse atrito e melhorar a rotação do
eixo. As buchas são, em geral, corpos cilíndricos ocos que envolvem os eixos,
permitindo-lhes uma melhor rotação. São feitas de materiais macios, como o bronze
e ligas de metais leves.

78
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

79
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

CAPÍTULO 13
13 Rolamentos e Mancais de Rolamento
Quando necessitar de mancal com maior velocidade e menos atrito, o mancal de
rolamento é o mais adequado. Os rolamentos são classificados em função dos seus
elementos rolantes.
Veja os principais tipos, a seguir.

São geralmente constituídos de dois anéis concêntricos, entre os quais são


colocados elementos rolantes como esferas, roletes e agulhas. Os rolamentos de
esfera compõem-se de:

O anel externo é fixado no mancal, enquanto que o anel interno é fixado diretamente
ao eixo.

As dimensões e características dos rolamentos são indicadas nas diferentes normas


técnicas e nos catálogos de fabricantes. Ao examinar um catálogo de rolamentos, ou
uma norma específica, você encontrará informações sobre as seguintes
características:

80
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Características dos rolamentos:


D: diâmetro externo;
d: diâmetro interno;
R: raio de arredondamento;
L: largura.

Vantagens
• Menor atrito e aquecimento;
• Maixa exigência de lubrificação;
• Coeficiente de atrito de partida (estático) não superior ao de operação
(dinâmico);
• Intercambialidade internacional;
• Mantém a forma de eixo;
• Pequeno aumento da folga durante a vida útil;
• Fácil inspeção e manutenção;
• Utilizado em altas temperaturas.

Desvantagens
• Maior sensibilidade aos choques;
• Maiores custos de fabricação;
• Tolerância pequena para carcaça e alojamento do eixo;
• Ocupa maior espaço radial;
• Não suporta cargas tão elevadas como os mancais de deslizamento.

13.1 Mancais de Rolamento


Quando necessitar de mancal com maior velocidade e menos atrito, o mancal de
rolamento é o mais adequado.

81
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

82
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

13.2 Rolamentos

Os rolamentos podem ser de diversos tipos: fixo de uma carreira de esferas, de


contato angular de uma carreira de esferas, autocompensador de esferas, de rolo
cilíndrico, autocompensador de uma carreira de rolos, autocompensador de duas
carreiras de rolos, de rolos cônicos, axial de esfera, axial autocompensador de rolos,
de agulha e com proteção.
Os tipos de rolamentos a ser utilizado, depende dos seus elementos rolantes e dos
esforços que o rolamento esta sofrendo.

Elementos Rolantes

Ponto e Linha de Contato Dimensões dos Rolamentos

Carga Radial nos Rolamentos Rolamentos para Cargas Radiais

Carga Axial nos Rolamentos Rolamentos para Cargas Axiais

83
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Cargas Combinadas nos Rolamentos

84
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

85
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

86
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Elementos que temos em diversos tipos de rolamentos:

Rolamento de uma carreira fixa de esferas:

Rolamento autocompensador de rolos:

Rolamento Axial de esferas:

87
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

a) Rolamento fixo de uma carreira de esferas


É o mais comum dos rolamentos. Suporta cargas radiais e é apropriado para
rotações mais elevadas.
Sua capacidade de ajustagem angular é limitada. É necessário um perfeito
alinhamento entre o eixo e os furos da caixa.

b) Rolamento de contato angular de uma carreira de esferas


Admite cargas axiais somente em um sentido e deve sempre ser montado contra
outro rolamento que possa receber a carga axial no sentido contrário.

- Carga radial - Bom


- Carga axial - Bom
- Rotação - Moderado à muito bom
- Desalinhamento - Fraco à moderado
- Localização axial - Nas duas direções quando utilizadas
em pares e com ajuste correto
- Observações - Capacidade de carga axial depende
do ângulo de contato inicial, ex. ângulo grande, carga axial alta

c) Rolamento autocompensador de esferas


É um rolamento de duas carreiras de esferas com pista esférica no anel externo, o
que lhe confere a propriedade de ajustagem angular, ou seja, de compensar
possíveis desalinhamentos ou flexões do eixo.

88
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

d) Rolamento de rolo cilíndrico


É apropriado para cargas radiais elevadas. Seus componentes são separáveis, o
que facilita a montagem e desmontagem.

e) Rolamento autocompensador de uma carreira de rolos


Seu emprego é particularmente indicado para construções em que se exige uma
grande capacidade para suportar carga radial e a compensação de falhas de
alinhamento.

f) Rolamento autocompensador de duas carreiras de rolos


É um rolamento adequado aos m ais pesados serviços. Os rolos são de grande
diâmetro e comprimento. Devido ao alto grau de oscilação entre rolos e pistas, existe
uma distribuição uniforme da carga.

- Carga radial - Muito bom


- Carga axial - Moderado
- Rotação - De fraco a moderado
- Desalinhamento - Muito bom
- Localização Axial - Nas duas direções com algum movimento final
- Observações -Versátil quando utilizado a uma baixa rotação

89
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

 O desalinhamento permissível dos rolamentos autocompensadores de rolos


variam dependendo do tamanho, série e cargas aplicadas no rolamento.
 Aproximadamente 1° à 2.5° com cargas médias.

g) Rolamento de rolos cônicos


Além de cargas radiais, os rolamentos de rolos cônicos também suportam cargas
axiais em um sentido. Os anéis são separáveis. O anel interno e o externo podem
ser montados separadamente. Como só admitem cargas axiais em um sentido,
torna-se necessário montar os anéis aos pares, um contra o outro.

NOTA: Os rolamentos de rolos cônicos suportam cargas radiais e axiais dependendo


da configuração de montagem.

h) Rolamento axial de esfera


Ambos os tipos de rolamento axial de esfera (escora simples e escora dupla)
admitem elevadas cargas axiais, porém, não podem ser submetidos a cargas
radiais. Para que as esferas sejam guiadas firmemente em suas pistas, é necessária
a atuação permanente de uma carga axial mínima.

90
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Nota: Suportam a carga axial em um sentido e os rolos de escora dupla suportam a


carga axial em ambos os sentidos

NOTA 1: No intuito de minimizar a influência de desvios na instalação, existem


rolamentos axiais de esferas com contra-placa e assentamento esférico no anel
externo.

NOTA 2: Os rolamentos axiais de esferas normalmente são montados com ajuste


deslizante entre a caixa e o anel externo. Desde que o carregamento aplicado seja
puramente axial.

i) Rolamento axial autocompensador de rolos


Possui grande capacidade de carga axial devido à disposição inclinada dos rolos.
Também pode suportar consideráveis cargas radiais. A pista esférica do anel da
caixa confere ao rolamento a propriedade de alinhamento angular, compensando
possíveis desalinhamentos ou flexões do eixo.

j) Rolamento de agulha
Possui uma seção transversal muito fina em comparação com os rolamentos de
rolos comuns. É utilizado especialmente quando o espaço radial é limitado.

91
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

k) Rolamentos com proteção


São assim chamados os rolamentos que, em função das características de trabalho,
precisam ser protegidos ou vedados. A vedação é feita por blindagem (placa).
Existem vários tipos. Os principais tipos de placas são:

As designações Z e RS são colocadas à direita do número que identifica os


rolamentos. Quando acompanhados do número 2 indicam proteção de ambos os
lados.

Folga Interna dos Rolamentos

Fixando qualquer um dos anéis, interno ou externo, a folga é a intensidade de


deslocamento do outro anel, quando movimentado para cima e para baixo, ou para a
direita e para a esquerda

Aspetos Fundamentais:
• Lubrificação: Permitir que entre as pistas de rolagem e os elementos
rolantes seja estabelecida uma película lubrificante separando estas
superfícies.
• Montagem: Montagens muito interferentes tendem a reduzir a folga nos
rolamentos.
• Diferença de Temperatura: O material do rolamento sob efeito de
temperatura elevada, tende a reduzir a folga radial devido a dilatação térmica.

92
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Símbolos de Furo
Regras:

1ª Regra: Para rolamentos fixos de uma carreira de esferas pequenos e miniaturas


(diâmetro de 1 à 9 mm). O número de identificação é composto por 3 dígitos, sendo
que o último dígito indica a dimensão do furo em milímetros.
601 : . Ø = 1 m m;
602 : . Ø = 2 mm;
609 : . Ø = 9 mm.

2ª Regra: Para as quatro dimensões abaixo, a regra é fixa:


xx00 : . = Ø =10 mm;
xx01 : . = Ø 12 mm;
xx02 : . = Ø = 15 mm;
xx03 : . = Ø = 17 mm.

3ª Regra: Para furos acima de 20 mm, têm-se uma regra, na qual, basta multiplicar
os dois últimos dígitos por 5.
xx04 : . Ø = 20 mm (04 x 5);
xx05 : . Ø = 25 mm;
xx96 : . = Ø = 480 mm.

4ª Regra: Para furos maiores que 480 mm, após a série dimensional, acrescenta-se
uma barra ( / ) e a dimensão nominal do diâmetro interno.
xx/500 : . Ø = 500 mm;
xx/1800 : . Ø = 1800 mm;
xx/7800 : . Ø = 7800 mm.

Cuidados com os rolamentos

Na troca de rolamentos, deve-se tomar muito cuidado, verificando sua procedência e


seu código correto.
Antes da instalação é preciso verificar cuidadosamente os catálogos dos fabricantes
e das máquinas, seguindo as especificações recomendadas.

Na montagem, entre outros, devem ser tomados os seguintes cuidados:


 verificar se as dimensões do eixo e cubo estão corretas;
 usar o lubrificante recomendado pelo fabricante;
 remover rebarbas;
 no caso de reaproveitamento do rolamento, deve-se lavá-lo e lubrificá -lo
imediatamente para evitar oxidação;
 não usar estopa nas operações de limpeza;
 trabalhar em ambiente livre de pó e umidade.

Defeitos comuns dos rolamentos

Os defeitos comuns ocorrem por:


 ·desgaste;
 ·fadiga;
 ·falhas mecânicas.

93
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Desgaste

O desgaste pode ser causado por:


 deficiência de lubrificação;
 presença de partículas abrasivas;
 oxidação (ferrugem);
 desgaste por patinação (girar em falso); · desgaste por brinelamento.

Fadiga
A origem da fadiga está no deslocamento da peça, ao girar em falso. A peça se
descasca, principalmente nos casos de carga excessiva. Descascamento parcial
revela fadiga por desalinhamento, ovalização ou por conificação do alojamento.

Falhas mecânicas
O brinelamento é caracterizado por depressões correspondentes aos roletes ou
esferas nas pistas do rolamento. Resulta de aplicação da pré-carga, sem girar o
rolamento, ou da prensagem do rolamento com excesso de interferência.

Goivagem é defeito semelhante ao anterior, mas provocado por partículas


estranhas que ficam prensadas pelo rolete ou esfera nas pistas.

Sulcamento é provocado pela batida de uma ferramenta qualquer sobre a pista


rolante.

Queima por corrente elétrica é geralmente provocada pela passagem da corrente


elétrica durante a soldagem. As pequenas áreas queimadas evoluem rapidamente
com o uso do rolamento e provocam o deslocamento da pista rolante.

94
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

As rachaduras e fraturas resultam, geralmente, de aperto excessivo do anel ou


cone sobre o eixo. Podem, também, aparecer como resultado do girar do anel sobre
o eixo, acompanhado de sobrecarga.

O engripamento pode ocorrer devido a lubrificante muito espesso ou viscoso. Pode


acontecer, também, por eliminação de folga nos roletes ou esferas por aperto
excessivo.

Tabelas dos tipos construtivos de Rolamentos e suas características:

95
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Seleção de Rolamentos
1° - Tipo de Rolamento 2° - Dimensões do Rolamento

3° - Definição da folga Interna 4 – Definição da Gaiola Interna

5 – Lubrificação

96
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Tabela de Designações de Rolamentos para Seleção

97
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

98
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

99
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

100
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

101
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

102
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

CAPÍTULO 14
14 Elementos de Trabsmissão

Com esses elementos são montados sistemas de transmissão que transferem


potência e movimento a um outro sistema. Na figura abaixo, a polia condutora
transmite energia e movimento à polia conduzida.

Os sistemas de transmissão podem, também, variar as rotações entre dois eixos.


Nesse caso, o sistema de rotação é chamado variador. As maneiras de variar a
rotação de um eixo podem ser:
• por engrenagens;
• por correias;
• por atrito.

Abaixo, temos a ilustração de um variador por engrenagens acionado por um motor


elétrico.

103
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Descrição de alguns elementos de transmissão


Apresentamos, a seguir, uma breve descrição dos principais elementos de máquina
de transmissão: correias, correntes, engrenagens, rodas de atrito, roscas, cabos de
aço e acoplamento.

Engrenagens
Também conhecidas como rodas dentadas, as engrenagens são elementos de
máquina usados na transmissão entre eixos. Existem vários tipos de engrenagem.

engrenagens cilíndricas de dentes retos


Correias
São elementos de máquina que transmitem movimento de rotação entre eixos por
intermédio das polias. As correias podem ser contínuas ou com emendas. As polias
são cilíndricas, fabricadas em diversos materiais. Podem ser fixadas aos eixos por
meio de pressão, de chaveta ou de parafuso.

Correntes
São elementos de transmissão, geralmente metálicos, constituídos de uma série de
anéis ou elos. Existem vários tipos de corrente e cada tipo tem uma aplicação
específica.

104
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Rodas de atrito
São elementos de máquinas que transmitem movimento por atrito entre dois eixos
paralelos ou que se cruzam.

Roscas
São saliências de perfil constante em forma de hélice (helicoidal). Se movimentam
interna ou externamente, em torno de uma superfície cilíndrica ou cônica. Roscas de
transporte ou movimento transformam o movimento giratório em longitudinal. Ex.:
utilizadas em tornos e prensas.

Cabos de Aço
São feitos de arame trefilados a frio. Inicialmente o arame é enrolado de modo a
formar pernas. Depois as pernas são enroladas em espirais em torno de um
elemento central, chamado núcleo ou alma.

Acoplamento
É um conjunto mecânico que transmite movimento entre duas peças.

105
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

CAPÍTULO 15
15 Eixos e Árvores
Você já pensou o que seria do homem sem a coluna vertebral para lhe dar
sustentação. Toda a estrutura de braços, mãos, pernas e pés seria um amontoado
de ossos e músculos sem condições de transmitir movimento. Isso é um exemplo
para facilitar as explicações sobre eixos e árvores.

Definição:
• EIXO- peça que passa pelo centro de um corpo e em volta da qual esse corpo
executa rotação;
• ÁRVORE- peça semelhante ao eixo, porém, ela que executa a rotação ao
invés do corpo;
• EIXO-ÁRVORE- peça que atua como eixo e árvore ao mesmo tempo.

Os eixos e árvores podem ter perfis lisos ou compostos, em que são montadas as
engrenagens, polias, rolamentos, volantes de máquina, etc.

Os eixos e as árvores podem ser fixos ou giratórios e sustentam os elementos


de máquina.
No caso dos eixos fixos, os elementos (engrenagens com buchas, polias sobre
rolamentos e volantes) é que giram.

Quando se trata de eixo-árvore giratório, o eixo se movimenta juntamente com seus


elementos ou independentemente deles como, por exemplo, eixos de afiadores
(esmeris), rodas de trole (trilhos), eixos de máquinas-ferramenta, eixos
sobre mancais.

106
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Material de fabricação
Os eixos e árvores são fabricados em aço ou ligas de aço, pois os materiais
metálicos apresentam melhores propriedades mecânicas do que os outros materiais.
Por isso, são mais adequados para a fabricação de elementos de transmissão:
• eixos com pequena solicitação mecânica são fabricados em aço ao carbono;
• eixo-árvore de máquinas e automóveis são fabricados em aço-níquel;
• eixo-árvore para altas rotações ou para bombas e turbinas são fabricados em
aço cromo-níquel;
• eixo para vagões são fabricados em aço-manganês.
• Eixos para vagões são fabricados em aço-manganês.

Quando os eixos e árvores têm finalidades específicas, podem ser fabricados em


cobre, alumínio, latão. Portanto, o material de fabricação varia de acordo com a
função dos eixos e árvores.

Tipos e características de árvores


Conforme sua funções, uma árvore pode ser de engrenagens (em que são
montados mancais e rolamentos) ou de manivelas, que transforma movimentos
circulares em movimentos retilíneos.
Para suporte de forças radiais, usam-se espigas retas, cônicas, de colar, de
manivela e esférica.

Para suporte de forças axiais, usam-se espigas de anéis ou de cabeça.

As forças axiais tem direção perpendicular a 90º à seção transversal do eixo,


enquanto as forças radiais têm direção tangente ou paralela à seção transversal do
eixo.

107
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Quanto ao tipo, os eixos podem ser roscados, ranhurados, estriados, maciços,


vazados, flexíveis, cônicos, cujas características estão descritas a seguir.

15.1 Eixos maciços


A maioria dos eixos maciços tem seção transversal circular maciça, com degraus ou
apoios para ajuste das peças montadas sobre eles. A extremidade do eixo é
chanfrada para evitar rebarbas. As arestas são arredondadas para aliviar a
concentração de esforços.

15.2 Eixos vazados


Normalmente, as máquinas-ferramenta possuem o eixo-árvore vazado para facilitar
a fixação de peças mais longas para a usinagem. Temos ainda os eixos vazados
empregados nos motores de avião, por serem mais leves.

15.3 Eixos cônicos


Os eixos cônicos devem ser ajustados a um componente que possua um furo de
encaixe cônico. A parte que se ajusta tem um formato cônico e é firmemente presa
por uma porca. Uma chaveta é utilizada para evitar a rotação relativa.

15.4 Eixos roscados


Esse tipo de eixo é composto de rebaixos e furos roscados, o que permite sua
utilização como elemento de transmissão e também como eixo prolongador utilizado
na fixação de rebolos para retificação interna e de ferramentas para usinagem de
furos.

108
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

15.5 Eixos-árvore ranhurados


Esse tipo de eixo apresenta uma série de ranhuras longitudinais em torno de sua
circunferência. Essas ranhuras engrenam-se com os sulcos correspondentes de
peças que serão montadas no eixo. Os eixos ranhurados são utilizados para
transmitir grande força

15.6 Eixos-árvore estriados


Assim como os eixos cônicos, como chavetas, caracterizam-se por garantir uma boa
concentricidade com boa fixação, os eixos-árvore estriados também são utilizados
para evitar rotação relativa em barras de direção de automóveis, alavancas de
máquinas etc.

Eixos-Árvores Flexíveis
Consistem em uma série de camadas de arame de aço enroladas alternadamente
em sentidos opostos e apertados fortemente. O conjunto é protegido por um tubo
flexível e a união com o motor é feita mediante uma braçadeira especial com uma
rosca.
São eixos empregados para transmitir movimento em ferramentas portáteis (roda de
afiar) e adequadas a forças não muito grandes e altas velocidades (cabo de
velocímetro).

109
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

CAPÍTULO 16
16 Engrenagens
As engrenagens, também chamadas rodas dentadas, são elementos básicos na
transmissão de potência entre árvores. Elas permitem a redução ou aumento do
momento torsor, com mínimas perdas de energia, e aumento ou redução de
velocidades, sem perda nenhuma de energia, por não deslizarem. A mudança de
velocidade e torção é feita na razão dos diâmetros primitivos. Aumentando a
rotação, o momento torsor diminui e vice-versa. Assim, num par de engrenagens, a
maior delas terá sempre rotação menor e transmitirá momento torsor maior. A
engrenagem menor tem sempre rotação mais alta e momento torsor menor.

O movimento dos dentes entre si processa-se de tal modo que no diâmetro primitivo
não há deslizamento, havendo apenas aproximação e afastamento. Nas demais
partes do flanco, existe ação de deslizamento e rolamento. Daí conclui-se que as
velocidades periféricas (tangenciais) dos círculos primitivos de ambas as rodas são
iguais (lei fundamental do dentado).

Existem diferentes tipos de corpos de engrenagem. Para você conhecer alguns


desses tipos, observe as ilustrações.

110
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

16.1 Elementos básicos das engrenagens

(De) Diâmetro externo


É o diâmetro máximo da engrenagem De = m (z + 2).
(Di) Diâmetro interno
É o diâmetro menor da engrenagem.
(Dp) Diâmetro primitivo
É o diâmetro intermediário entre De e Di. Seu cálculo exato é Dp= De - 2m.
(C) Cabeça do dente
É a parte do dente que fica entre Dp e De.
(f) Pé do dente
É a parte do dente que fica entre Dp e Di.
(h) Altura do dente
É a altura total do dente De Di - 2 ou h = 2,166 . m
(e) Espessura de dente
É a distância entre os dois pontos extremos de um dente, medida à altura do Dp.
(V) Vão do dente
É o espaço entre dois dentes consecutivos. Não é a mesma medida de e.
(P) Passo
Medida que corresponde a distância entre dois dentes consecutivos,medida à altura
do Dp.

(M) Módulo
Dividindo-se o Dp pelo número de dentes (z), ou o passo (P) por p, teremos um
número que se chama módulo (M). Esse número é que caracteriza a engrenagem e
se constitui em sua unidade de medida. O módulo é o número que serve de base
para calcular a dimensão dos dentes.

111
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

(a) = Ângulo de pressão


Os pontos de contato entre os dentes da engrenagem motora e movida estão ao
longo do flanco do dente e, com o movimento das engrenagens, deslocam-se em
uma linha reta, a qual forma, com a tangente comum às duas engrenagens, um
ângulo. Esse ângulo é chamado ângulo de pressão (a), e no sistema modular é
utilizado normalmente com 20 ou 15º.

112
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

16.2 Tipos de engrenagens


As engrenagens não só apresentam tamanhos variados, mas também se
diferenciam em formato e tipo de transmissão de movimento.
Dessa forma, podemos classificar as engrenagens empregadas normalmente dentro
dos seguintes tipos:

16.2.1 Engrenagem cilíndrica de dentes retos


Os dentes são dispostos paralelamente entre si e em relação ao eixo. É o tipo mais
comum de engrenagem e o de mais baixo custo. É usada em transmissão que
requer mudança de posição das engrenagens em serviço, pois é fácil de engatar. É
mais empregada na transmissão de baixa rotação do que na de alta rotação, por
causa do ruído que produz.

Vantagens:
 Precisão na relação de movimento;
 Menor distância entre eixos;
 Transmissão por força normal (melhor);
 Relações cinemáticas determinadas pelo diâmetro primitivo;
 Menor Custo;

Desvantagens:
 Mais Barulho;
 Menor Potência.

16.2.2 Engrenagem cilíndrica de dentes helicoidais


Os dentes são dispostos transversalmente em forma de hélice em relação ao eixo.
É usada em transmissão fixa de rotações elevadas por ser silenciosa devido a seus
dentes estarem em componente axial de força que deve ser compensada pelo
mancal ou rolamento. Serve para transmissão de eixos paralelos entre si e também
para eixos que formam um ângulo qualquer entre si (normalmente 60 ou 90º).

113
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Vantagens
– Maior Potência;
– Engrenamento mais gradual (suave);
– Transmissão em ângulo;
– Menor Ruido.

Desvantagens
– Maior Custo;
– Solicitação mecânica na direção do eixo (rolamentos especiais, dupla
hélice);
– Maior atrito (lubrificação).

16.2.3 Engrenagem cilíndrica com dentes internos


É usada em transmissões planetárias e comandos finais de máquinas pesadas,
permitindo uma economia de espaço e distribuição uniforme da força. As duas rodas
do mesmo conjunto giram no mesmo sentido.

Planetária
É constituída por um conjunto de rodas dentadas: a roda dentada central existente
no interior, as rodas planetárias e a roda com dentado interior existente no exterior.
A engrenagem planetária tem uma maior durabilidade graças à sua qualidade
superior.

Engrenagem Interna Planetário

16.2.4 Engrenagem cilíndrica com cremalheira


A cremalheira pode ser considerada como uma coroa dentada com diâmetro
primitivo infinitamente grande. É usada para transformar movimento giratório em
longitudinal.

114
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

16.2.5 Engrenagem cônica com dentes retos


É empregada quando as árvores se cruzam; o ângulo de interseção é geralmente
90º, podendo ser menor ou maior. Os dentes das rodas cônicas têm um formato
também cônico, o que dificulta sua fabricação, diminui a precisão e requer uma
montagem precisa para o funcionamento adequado.

A engrenagem cônica é usada para mudar a rotação e direção da força, em baixas


velocidades.

Vantagens:
• Menor custo;
• Ligação em eixos angulares.

Desvantagens:
• Maior ruído;
Menor potência.

16.2.6 Engrenagem cilíndrica com dentes oblíquos


Seus dentes formam um ângulo de 8 a 20º com o eixo da árvore. Os dentes
possuem o perfil da envolvente e podem estar inclinados à direita ou à esquerda.

Os dentes vão se carregando e descarregando gradativamente. Sempre engrenam


vários dentes simultaneamente, o que dá um funcionamento suave e silencioso.
Pode ser bastante
solicitada e pode operar com velocidades periféricas até 160m/s. Os dentes oblíquos
produzem uma força axial que deve ser compensada pelos mancais.

115
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

16.2.7 Engrenagem cilíndrica com dentes em V


Conhecida também como engrenagem espinha de peixe. Possui dentado helicoidal
duplo com uma hélice à direita e outra à esquerda. Isso permite a compensação da
força axial na própria engrenagem, eliminando a necessidade de compensar esta
força nos mancais.

Para que cada parte receba metade da carga, a engrenagem em espinha de peixe
deve ser montada com árvores deve ser montada de modo que flutue no sentido
axial.
Usam-se grandes inclinações de hélice, geralmente de 30 a 45º. Pode ser fabricada
em peça única ou em duas metades unidas por parafusos ou solda. Neste último
caso só é admissível o sentido de giro no qual as forças axiais são dirigidas uma
contra a outra.

Pode ser fabricada em peça única ou em duas metades unidas por parafusos ou
solda. Neste último caso só é admissível o sentido de giro no qual as forças axiais
são dirigidas uma contra a outra.

Vantagens:
• Grande potência;
• Anula esforços axiais;
• Menor ruído.

Desvantagens:
• Maior custo.

16.2.8 Engrenagem cônica com dentes em espiral ou hipóidal


As engrenagens hipóides são uma variedade de engrenagens que, ao contrário das
cônicas, os seus eixos não se cruzam.
São empregadas para transmitir movimento e cargas elevadas entre eixos que não
se cruzam.
Empregada quando o par de rodas cônicas deve transmitir grandes potências e girar
suavemente, pois com este formato de dentes consegue-se o engrenamento
simultâneo de dois dentes.

116
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

O pinhão pode estar deslocado até 1/8 do diâmetro primitivo da coroa. Isso acontece
particularmente nos automóveis para ganhar espaço entre a carcaça e o solo.

Vantagens
• Desalinhamento dos eixos;
• Menor ruído;
• Maior potência.

Desvantagens
• Maior custo.

Essa engrenagem é usada em diferenciais de veículos.

117
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

16.2.9 Parafuso sem-fim e engrenagem côncava (coroa)


O parafuso sem-fim é uma engrenagem helicoidal com pequeno número (até 6) de
dentes (filetes).
Engrenagens sem-fim são usadas quando grandes reduções de transmissão são
necessárias. Esse tipo de engrenagem costuma ter reduções de 20:1, chegando até
a números maiores do que 300:1.
Muitas engrenagens sem-fim têm uma propriedade interessante que nenhuma outra
engrenagem tem: o eixo gira a engrenagem facilmente, mas a engrenagem não
consegue girar o eixo. Isso se deve ao fato de que o ângulo do eixo é tão pequeno
que quando a engrenagem tenta girá-lo, o atrito entre a engrenagem e o eixo não
deixa que ele saia do lugar. Essa característica é útil para máquinas como
transportadores, nos quais a função de travamento pode agir como um freio para a
esteira quando o motor não estiver funcionando.

Vantagens
• Menor ruído;
• Grande redução.

Desvantagens
• Elevado desgaste;
• Maior custo;
• Menor potência.

118
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

119
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

16.3 Cálculos

A razão entre o número de dentes nas rodas é diretamente proporcional à razão de


torque e inversamente proporcional à razão das velocidades de rotação. Por
exemplo, se a coroa (a roda maior) tem o dobro de dentes do pinhão, o torque da
engrenagem é duas vezes maior que o do pinhão, ao passo que a velocidade deste
é duas vezes maior que a da coroa.

Engrenagens - Relação de transmissão

Redução Simples

120
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Dupla Redução:

16.4 Redutores

São conjuntos mecânicos destinados a alterar a velocidade e o torque de uma


transmissão.

121
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Aplicações

122
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Componentes:

Classificação:

123
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Engrenagens de Carros

124
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

125
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

126
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

127
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

CAPÍTULO 17
17 Transmissão por polias e correias

As polias são peças cilíndricas, movimentadas pela rotação do eixo do motor e pelas
correias.
Para transmitir potência de uma árvore à outra, alguns dos elementos mais antigos e
mais usados são as correias e as polias. As transmissões por correias e polias
apresentam as seguintes vantagens:
• possuem baixo custo inicial, alto coeficiente de atrito, elevada resistência ao
desgaste e funcionamento silencioso;
• são flexíveis, elásticas e adequadas para grandes distâncias entre centros.

O que é uma Correia?


É o elemento da máquina que, sendo movimentado por uma polia motriz,
transmite força e velocidade à polia movida ou é utilizado para transportar
mercadorias, sendo um dos sistemas mais eficiente já inventado, e pode ser usado
em uma grande variedade de maquinas e aplicações.

São divididas em dois grandes grupos:

1. Correias para transporte (transportadoras): Geralmente largas esteiras,


utilizadas para transportar objetos, mercadorias, etc;
2. Correias de transmissão: Utilizadas para movimentar acionamentos que
exigem desde força, velocidade, sincronismo de movimento e/ou ambas.

128
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

17.1 Correias transportadoras


Utilizadas para transportar objetos, Mercadorias, etc;

17.2 Correias de Transmissão


Conjunto mecânico composto de duas ou mais polias unidas por uma ou mais
correias, para a realização de movimento e/ou força de um eixo (geralmente o eixo
do motor) a outro eixo (geralmente o eixo de maquinas).
Na transmissão por polias e correias, a polia que transmite movimento força é
chamada polia motora ou condutora.
A polia que recebe movimento e força é a polia movida ou conduzida.

Principais tipos de correias de transmissão são:


• Correias em perfil “V” - seu formato lembra a forma da letra “V” , quando
cortado ao meio ;
• Correias Sincronizadoras - Correias dentadas onde os dentes da correia
engrenam nos dentes da polias, sendo utilizadas em acionamento onde
requer sincronismo de movimentos e força ;
• Micro - V ou Poly V - Correia com pequenos frisos em V, que são mais
compactas que as correias em “V” convencionais ;
• Correias Variadoras de Velocidade - correia que, devido ao seu formato
lembra o perfil das correias em “V”, porém com uma construção muito mais
reforçada ,sendo utilizadas em acionamentos que exigem mudanças
periódicas de rotações.

Relação de transmissão ( i )
É a relação entre o número de voltas das polias (n) numa unidade de tempo e os
seus diâmetros. A velocidade periférica (V) é a mesma para as duas rodas.
V1 = V2 ∴ πD1n1 = πD2 n2

onde:
D1 = Diâmetro da polia menor;
D2 = Diâmetro da polia maior;
n1 = número de voltas por minuto (rpm) da polia menor;
n2 = rpm da polia maior.

129
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Logo:
V1 = V2 , πD1n1 = πD2 n2 , D1 n1 = D2 n 2

17.2.1 Transmissão por Correia Plana


Essa maneira de transmissão de potência se dá por meio do atrito que pode ser
simples, quando existe somente uma polia motora e uma polia movida (como na
figura abaixo), ou múltiplo, quando existem polias intermediárias com diâmetros
diferentes.

A correia plana, quando em serviço, desliza e portanto não transmite integralmente a


potência. A velocidade periférica da polia movida é, na prática, sempre menor que a
da polia motora. O deslizamento depende da carga, da velocidade periférica, do
tamanho da superfície de atrito e do material da correia e das polias. O tamanho da
superfície de atrito é determinado pela largura da correia e pelo ângulo de
abraçamento ou contato (a) (figura acima) que deve ser o maior possível e calcula-
se pela seguinte fórmula:

Para obter um bom ângulo de abraçamento é necessário que:


• a relação de transmissão i não ultrapasse 6:1;
• a distância entre eixos não seja menor que 1,2 (D1 + D2).

No acionamento simples, a polia motora e a movida giram no mesmo sentido. No


acionamento cruzado as polias giram em sentidos contrários e permitem ângulo de
abraçamento maiores, porém o desgaste da correia é maior.

130
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

A correia plana permite ainda a transmissão entre árvores não paralelas.

O que é uma Polia?

Parte de Elemento de máquinas, as polias são peças cilíndricas, movimentadas pela


rotação do eixo do motor e pelas correias. Uma polia é constituída de uma coroa ou
face, na qual se enrola a correia. A face é ligada a um cubo de roda mediante disco
ou braços.

Formato da polia plana


Segundo norma DIN 111, a superfície de contato da polia plana pode ser plana ou
abaulada. A polia com superfície plana conserva melhor as correias e a polia com
superfície abaulada guia melhor as correias. O acabamento superficial deve ficar
entre quatro e dez milésimos de milímetro (4~10µm).
Quando a velocidade da correia supera 25m/s é necessário equilibrar estática e
dinamicamente as polias (balanceamento).

A polia plana conserva melhor as correias, e a polia com superfície abaulada guia
melhor as correias. As polias apresentam braços a partir de 200 mm de diâmetro.
Abaixo desse valor, a coroa é ligada ao cubo por meio de discos.

131
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

17.2.2 Polias Trapezoidal


A polia em “V” recebe o nome de trapezoidal porque a superfície na qual a correia se
assenta apresenta a forma de trapézio ou de uma letra V.
As polias trapezoidais têm que ter canaletes (ou canais) e são dimensionadas de
acordo com o perfil padrão da correia a ser utilizada nestas polias.

Obs.: Todas as polias (sem exceção) devem respeitar as normas técnicas de


construção, e também respeitar as normas de tolerância, sempre se evitando polias
com construção de tolerância zero.

Perfil Lateral Básico

132
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

17.2.3 Polias Sincronizadora


As polias sincronizadoras apresentam dentes ou sulcos, onde os dentes das correias
sincronizadoras irão se encaixar para efetuar o sincronismo de movimento.

Perfil lateral básico:

Além das polias para correias planas e trapezoidais, existem as polias para cabos de
aço, para correntes, polias (ou rodas) de atrito e polias para correias redondas.
Algumas vezes, as palavras roda e polia são utilizadas como sinônimos.

133
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

134
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

17.2.4 Tensionador ou esticador

Quando a relação de transmissão supera 6:1, é necessário aumentar o ângulo de


abraçamento da polia menor. Para isso, usa-se o rolo tensionador ou esticador,
acionado por mola ou por peso.

A tensão da correia pode ser controlada também pelo deslocamento do motor sobre
guias ou por sistema basculante.

Polias Tensoras (esticadores)


São polias dentadas ou lisas que não transmitem potência no acionamento e são
usadas para tensionar as correias.
Usadas em acionamento onde as distâncias entre centros são muito pequenas ou a
correia a ser utilizada é muito grande. Existem dois tipos de polias tensoras.

Polia tensora interna


- A polia tensora deve ter o diâmetro igual ou maior que a menor polia do
acionamento ;
- Se o acionamento for por correia em V , deve- se utilizar polia tensora em V.
Se for por correia sincronizadora, usa-se polia tensora sincronizadora;
- Deve-se sempre colocar a polia tensora interna no meio do acionamento, para
não diminuir muito o ângulo de contato da polia motora com a correia ;
- Alinhar corretamente a polia tensora para não comprometer a vida útil da
correia.

135
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Polia tensora externa


- A polia tensora deve ter no mínimo o diâmetro uma vez e meia (x1,5) maior
do que o da menor polia do acionamento ;
- A polia tensora deve ter a largura igual ou maior do que a largura da correia ;
- A polia tensora externa deve ser sempre lisa, pois irá trabalhar nas costas da
correia, independente do tipo de correia ;
- Colocar sempre a polia tensora externa próxima à polia motora, para aumentar o
ângulo de contato da polia motora com a correia ;
- Alinhar corretamente a polia tensora para não comprometer a vida útil da correia.

Materiais para correia plana


• Couro de boi
Recebe emendas, suporta bem os esforços e é bastante elásticas.
• Material fibroso e sintéticos
Não recebe emendas (correia sem-fim), própria para forças sem oscilações, para
polia de pequeno diâmetro. Tem por material base o algodão, o pêlo de camelo, o
viscose, o perlon e o nylon.
• Material combinado, couro e sintéticos
Essa correia possui a face interna feita de couro curtido ao cromo e a externa de
material sintético (perlon). Essa combinação produz uma correia com excelente
flexibilidade, capas de transmitir grandes potências.

Transmissão por correia em V


A correia em V é inteiriça (sem-fim) fabricada com secção transversal em forma de
trapézio. É feita de borracha revestida por lona e é formada no seu interior por
cordonéis vulcanizados para absorver as forças.

O emprego da correia em V é preferível ao da correia plana e possui as seguintes


características:
• Praticamente não tem deslizamento.
• Relação de transmissão até 10:1.

136
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

• Permite uma boa proximidade entre eixos. O limite é dado por p = D + 3/2h (D
= diâmetro da polia maior e h = altura da correia).
• A pressão nos flancos, em consequência do efeito de cunha, triplica em
relação à correia plana.
• Partida com menor tensão prévia que a correia plana.
• Menor carga sobre os mancais que a correia plana.
• Elimina os ruídos e os choques, típicos da correia emendada com grampos.
• Emprego de até doze correias numa mesma polia.

Perfil e designação das correias em V


A designação é feita por uma letra que representa o formato e por um número que é
o perímetro médio da correia em polegada.
Os perfis são normalizados e denominam-se formato A, B, C, D e E, suas dimensões
são mostradas na figura a seguir.

137
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Perfil dos canais das polias


As polias em V têm suas dimensões normalizadas e são feitas com ângulos
diferentes conforme o tamanho. Dimensões normalizadas para polias em V

A correia não deve ultrapassar a linha do diâmetro externo da polia e nem tocar no
fundo do canal, o que anularia o efeito de cunha.

138
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Relação de transmissão (i) para correias e polias em V


Uma vez que a velocidade (V) da correia é constante, a relação de transmissão está
em função dos diâmetros das polias.

Para as correias em V, deve-se tomar o diâmetro nominal médio da polia (Dm) para
os cálculos. O diâmetro nominal calcula-se pela fórmula:
Dm = De - 2x
Onde:
De = diâmetro da polia
x = altura efetiva da correia
h = altura da correia

17.3 transmissão por correia dentada


A correia dentada em união com a roda dentada correspondente permitem uma
transmissão de força sem deslizamento. As correias de qualidade têm no seu interior
vários cordonéis
helicoidais de aço ou de fibra de vidro que suportam a carga e impedem o
alongamento.

139
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

A força se transmite através dos flancos dos dentes e pode chegar a 400N/cm2.’ O
perfil dos dentes pode ser trapezoidal ou semicircular, geralmente, são feitos com
módulos 6 ou 10. As polias são fabricadas de metal sinterizado, metal leve ou ferro
fundido em areia especial para precisão nas medidas em bom acabamento
superficial. Para a especificação das polias e correias dentadas, deve-se mencionar
o comprimento da correia ou o número de sulcos da polia, o passo dos dentes e a
largura. Procedimentos em manutenção com correias e polias A correia é
importante para a máquina. Quando mal aplicada ou frouxa, provoca a perda de
velocidade e de eficiência da máquina; quando esticada demais, há quebra dos
eixos ou desgaste rápido dos mancais. As polias devem ter uma construção rigorosa
quanto à concentricidade dos diâmetros externos e do furo, quanto à
perpendicularidade entre as faces de apoio e os eixos dos flancos, e quanto ao
balanceamento, para que não provoquem danos nos mancais e eixos. Os defeitos
construtivos das polias também influem negativamente na posição de montagem do
conjunto de transmissão.

Cuidados ao montar sua correia na máquina (qualquer tipo de correia)


• Não force a correia sob a polia com alavancas de chave de fenda, cabos de
martelo ou outro tipo de alavanca.
• Ao manter as polias na máquina, não amasse as polias, sejam as polias para
correias Perfil “V”, polias sincronizadoras ou outras.
• Retire dos canais ou dos dentes das polias, cavacos, parafusos, restos de
antigas correias ou outros “corpos estranhos” que podem danificar ou diminuir
a vida útil da correia.
• Ao projetar uma transmissão ou reformar uma máquina/transmissão, deixe
um espaço para regulagem entre o centro dos eixos de 10 milímetros
(mínimo) até 100 milímetros.
• A vida útil (durabilidade) de uma polia em geral é de 3 a 5 trocas de correias.
• Quando uma polia da transmissão está gasta, troque todas as polias da
transmissão.

140
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Dicas da para melhor conservação de suas correias e polias.


- Nunca lubrifique as correias, lubrifique somente as partes móveis da máquina
(rolamentos, mancais, eixos, etc.).
- Limpe as correias com estopa ou pano seco, nunca utilizando querosene, tiner,
gasolina, solupan ou outros.
- Não utilizar anti-derrapante entre polias e correias.
- Não utilizar “silicone ou graxa” entre polias entadas sincronizadoras e correias
sincronizadoras.
- Em caso de troca de correias, mantendo as mesmas polias, limpe as polias
retirando: cavacos, restos de borrachas ou poliuretano de dentro das polias ou ainda
outras impurezas.

141
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

CAPÍTULO 18
18 Correntes
As correntes transmitem força e movimento que fazem com que a rotação do eixo
ocorra nos sentidos horário e anti-horário. Para isso, as engrenagens devem estar
num mesmo plano. Os eixos de sustentação das engrenagens ficam perpendiculares
ao plano.

O rendimento da transmissão de força e de movimento vai depender diretamente da


posição das engrenagens e do sentido da rotação.

Transmissão

A transmissão ocorre por meio do acoplamento dos elos da corrente com os dentes
da engrenagem. A junção desses elementos gera uma pequena oscilação durante o
movimento.

142
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

18.1 Tipos de corrente


18.1.1 Corrente de rolos
A transmissão por correntes de rolos é um meio altamente eficiente e versátil para
transmitir potência mecânica em aplicações industriais. Este tipo de transmissão é
composto por uma engrenagem motriz, uma ou mais engrenagens movidas e por
um lance de corrente; este sistema assegura um rendimento de 98% em condições
corretas de trabalho, obtendo-se uma relação de velocidade constante entre a
engrenagem motriz e a movida.
É composta por elementos internos e externos, onde as talas são permanentemente
ligadas através de pinos e buchas; sobre as buchas são, ainda, colocados rolos.
Esta corrente é aplicada em transmissões, em movimentação e sustentação de
contrapeso e, com abas de adaptação, em transportadores; é fabricada em tipo
standard, médio e pesado.

Várias correntes podem ser ligadas em paralelo, formando corrente múltipla; podem
ser montadas até 8 correntes em paralelo.

18.1.2 Corrente de dentes

Nesse tipo de corrente há, sobre cada pino articulado, várias talas dispostas uma ao
lado da outra, onde cada segunda tala pertence ao próximo elo da corrente.

Dessa maneira, podem ser construídas correntes


bem largas e muito resistentes. Além disso,
mesmo com o desgaste, o passo fica, de elo a elo
vizinho, igual, pois entre eles não há diferença.
Esta corrente permite transmitir rotações
superiores às permitidas nas correntes de rolos. É
conhecida como corrente silenciosa (“silent
chain”).

143
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

18.1.3 Corrente de elos livres


Esta é uma corrente especial usada para transportadores e, em alguns casos, pode
ser usada em transmissões. Sua característica principal é a facilidade de retirar-se
qualquer elo, sendo apenas necessário suspendê-lo. É conhecida por “link chain”.

18.1.4 Corrente comum


Conhecida também por cadeia de elos, possui os elos formados de vergalhões
redondos soldados, podendo ter um vergalhão transversal para esforço. É usada em
talhas manuais, transportadores e em uma infinidade de aplicações.

18.1.5 Corrente de blocos


É uma corrente parecida com a corrente de rolos, mas, cada par de rolos, com seus
elos, forma um sólido (bloco). É usada nos transportadores e os blocos formam base
de apoio para os dispositivos usados para transporte.

144
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

18.2 Fabricação das correntes


As talas são estampadas de fitas de aço; os rolos e as buchas são repuxados de
chapas de aço ou enrolados de fitas de aço; os pinos são cortados de arames de
aço. As peças prontas são, separadamente, beneficiadas ou temperadas para
aproximadamente 60 rockwell.

Engrenagens para correntes


As engrenagens para correntes têm como medidas principais o
número de dentes (Z), o passo (p) e o diâmetro (d).

O passo é igual à corda medida sobre o diâmetro primitivo desde


o centro de um vão ao centro do vão consecutivo, porque a
corrente se aplica sobre a roda em forma poligonal.
O perfil dos dentes corresponde ao diâmetro
dos rolos da corrente e para que haja
facilidade no engrenamento, as laterais dos
dentes são afiladas e 10% mais estreitas que
a corrente.
Algumas rodas possuem o perfil modificado
para compensar o alargamento produzido
pelo desgaste. Os dentes são formados de tal
modo que os rolos colocados entre eles
tenham folga no flanco da frente e no flanco
de trás.

Vantagem das correntes:


• Maior potência de transmissão;
• Maior distância entre eixos;
• Múltiplos acionamento.

Desvantagens das correntes


• Alto desgaste;
• Ruído excessivo;
• Efeito poligonal.

145
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

CAPÍTULO 19
19 Acoplamentos
Acoplamento é um conjunto mecânico, constituído de elementos de máquina,
empregado na transmissão de movimento de rotação entre duas árvores ou eixos-
árvore.

Funções dos Acoplamentos


Unir dois eixos; Absorver choques e vibrações; Compensar desalinhamentos;
Transmitir torque, atuar como fusível.

Classificação
Os acoplamentos podem ser: Rígidos/Fixos, Elástico/Flexíveis, Móveis e Hidráulicos

19.1 Acoplamentos Fixos/Rígidos


Os acoplamentos fixos servem para unir árvores de tal maneira que funcionem como
se fossem uma única peça, alinhando as árvores de forma precisa. Por motivo de
segurança, os acoplamentos devem ser construídos de modo que não apresentem
nenhuma saliência.

146
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Aplicação
Transmitir elevadas potência em baixas velocidades; Conectar eixos longos

19.1.1 Acoplamento rígido com flanges parafusadas:


Esse tipo de acoplamento é utilizado quando se pretende conectar árvores, e é
próprio para a transmissão de grande potência em baixa velocidade.

19.1.2 Acoplamento com luva de compressão ou de aperto:


Esse tipo de luva facilita a manutenção de máquinas e equipamentos, com a
vantagem de não interferir no posicionamento das árvores, podendo ser montado e
removido sem problemas de alinhamento.

19.1.3 Acoplamento de discos ou pratos:


Empregado na transmissão de grandes potências em casos especiais, como, por
exemplo, nas árvores de turbinas. As superfícies de contato nesse tipo de
acoplamento podem ser lisas ou dentadas.

147
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

19.2 Acoplamentos Flexíveis


Os acoplamentos Flexíveis classificam-se em: Elásticos e Não Elásticos

Acoplamentos Flexíveis Elásticos


Esses elementos tornam mais suave a transmissão do movimento em árvores que
tenham movimentos bruscos, e permitem o funcionamento do conjunto com
desalinhamento paralelo, angular e axial entre as árvores.

Os acoplamentos elásticos são construídos em forma articulada, elástica ou


articulada e elástica. Permitem a compensação de até 6 graus de ângulo de torção e
deslocamento angular axial.

Veja a seguir os principais tipos de acoplamentos elásticos.

19.2.1 Acoplamento elástico de pinos


Os elementos transmissores são pinos de aço com mangas de borracha.

19.2.2 Acoplamento perflex


Os discos de acoplamento são unidos perifericamente por uma ligação de borracha
apertada por anéis de pressão. Esse acoplamento permite o jogo longitudinal de
eixos.

148
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

19.2.3 Acoplamento elástico de garras


As garras, constituÌdas por tocos de borracha, encaixam-se nas aberturas do
contradisco e transmitem o movimento de rotação.

19.2.4 Acoplamento elástico de fita de aço


Consiste de dois cubos providos de flanges ranhuradas, nos quais está montada
uma grade elástica que liga os cubos. O conjunto está alojado em duas tampas
providas de junta de encosto e de retentor elástico junto ao cubo. Todo o espaço
entre os cabos e as tampas é preenchido com graxa. Apesar de esse acoplamento
ser flexível, as árvores devem estar bem alinhadas no ato de sua instalação para
que não provoquem vibrações excessivas em serviço.

Observação:
Tamanho 3 a 11 – Usa – se grade elástica de camada simples;
Tamanho 12 a 190 – Usa-se grade elástica de camada dupla.

Aplica-se carga somente depois de completamente montado o acoplamento.


Grade externa (dourada) grade interna (prateada)

Peças do Acoplamento Tipo F


1 – Os anéis de neoprene são idênticos;
2 – As tampas de vedação são idênticas;
3 – Os cubos são simétricos, podendo, entretanto divergir no diâmetro dos furos e os
rasgos de chavetas;

149
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

4 – A grasde elastica de modelo menores é interiça. A de maiores compôe-se de


várias secções e camadas;
5 – A guarnição é colocada entre as tampas, impedindo, assim o vazamento da
graxa.

19.2.5 Acoplamento de dentes arqueados


Os dentes possuem a forma ligeiramente curvada no sentido axial, o que permite até
3 graus de desalinhamento angular. O anel dentado (peça transmissora do
movimento) possui duas carreiras de dentes que são separadas por uma saliência
central.

150
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Auto Travante com elemento de borracha

Acoplamento Auto travante com cruzeta de borracha

Acoplamento de Lamina

151
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

19.2.6 Acoplamentos flexíveis não Elásticos


São aqueles que, apesar de acomodar certos desalinhamento não possuem
elasticidade torsional, transmitindo todos os choque e sobrecargas.

19.3 Acoplamentos Móveis


São empregados para permitir o jogo longitudinal das árvores. Esses acoplamentos
transmitem força e movimento somente quando acionados, isto é, obedecem a um
comando.
Os acoplamentos móveis podem ser: de garras ou dentes, e a rotação é transmitida
por meio do encaixe das garras ou de dentes.
Geralmente, esses acoplamentos são usados em aventais e caixas de engrenagens
de máquinas-ferramenta convencionais.

152
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

19.4 Acoplamentos Hidráulicos

É constituído de 2 partes principais


- Uma roda de bomba, funcionando como impulsor
- Uma roda de turbina, funcionando como rotor
A roda da bomba é acionada pelo motor em virtude do efeito da força centrífuga, o
líquido submetido à uma pressão na periferia exterior. O óleo que foi jogado para a
periferia do acoplamento arrasta a roda de turbina que está acoplada ao eixo
acionado. No instante da partida não existe uma carga sobre o eixo acionado, e o
motor parte livre, alcançando sua rotação de regime. Enquanto o eixo acionado vai
sendo arrastado suave e gradativamente, motivo pelo qual estes acoplamentos são
usados em transmissões de altas potências.

19.4.1 Importância da carga de fluido

a – Quantidade insuficiente
- O escorregamento será maior que o previsto;
- A máquina poderá não partir;
- Caso partir, a temperatura de trabalho será alta podendo romper constantemente o
bujão fusível e/ou danificar os retentores

b- Quantidade em excesso
- Se comporta quase como um acoplamento rígido;
- Diminui – se o torque de aceleração do motor;
- A amperagem do motor permanece alta por mais tempo, aumentando o consumo;
- A máquina pode não partir;
- Em caso de sobrecarga da máquina o motor não estará protegido;
- O motor aquece mais.

153
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Construção e Funcionamento
O acoplamento opera com um volume constante de fluido de trabalho, em geral óleo
mineral. O torque transmitido pelo motor de entrada é convertido em energia cinética
no fluido operacional dentro do rotor da bomba ligado a este. No rotor da turbina,
esta energia hidrodinâmica é novamente reconvertida em energia mecânica. Para as
funções do acoplamento, podemos descrever três condições de operação:

Todo o fluido de trabalho repousa estático no acoplamento.

No circuito operacional do acoplamento, o fluido é acelerado com aumento da


rotação do rotor da bomba. O fluxo de circulação, assim desenvolvido, incide sobre o
rotor da turbina e, assim, a coloca em movimento. A curva do torque é determinada
pela curva característica do acoplamento e uma disposição adequada das câmaras
de compensação (câmara de retardo, carcaça da câmara anular) influencia a
característica de partida.

Devido à pequena diferença de rotação entre o rotor da bomba e o rotor da turbina


desenvolve-se uma condição de fluxo estacionário no acoplamento. É transmitido
ainda apenas o torque solicitado pela máquina de trabalho.

154
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Escolha do Acoplamento

Os fatores fundamentais para o dimensionamento de um acoplamento são a


potência e a rotação do motor de acionamento.

Tipos de Acoplamentos

155
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Acoplamento tipo T e DT
O uso deste tipo de acoplamento é recomendado quando se faz necessário um
amortecimento das vibrações e proteções contra sobrecarga para o motor e máquina
acionada; também podem ser aplicados em acionamentos mais simples na faixa de
baixas potências.
O acoplamento tipo DT tem dois circuitos de trabalho coaxiais que atuam em
paralelo. O circuito duplo resulta na duplicação da transmissão de potência com
mesmo tamanho do acoplamento.

Acoplamento tipo TV e TVV


A versão TV se caracteriza por uma "câmara de retardo" que está flangeada à roda
externa do acoplamento. Em repouso, uma proporção do fluido operacional fica
disposto nesta câmara. Reduzindo assim o volume na câmara de trabalho.
Assim, na partida do motor, um torque reduzido é transmitido simultaneamente,
oferecendo uma partida sem carga ao motor. Após a aceleração do motor, o
conteúdo da câmara de retardo esvazia-se para a câmara de trabalho em função do
tempo de modo que o torque total seja transmitido.
Se necessário para casos especiais de aplicação, o torque de partida do
acoplamento pode ser ainda mais reduzido mediante à instalação de uma câmara de
retardo maior (tipo TVV) obtendo-se assim uma aceleração ainda mais suave da
máquina.

Acoplamento tipo TVVS


Somando-se à câmara de retardo estendida a uma câmara anular auxiliar.
Durante as primeiras rotações nos procedimentos de partida, devido à força
centrífuga, a câmara acumuladora externa é completamente preenchida pelo fluido
de operação existente no circuito de trabalho. Em comparação com acoplamentos
sem a câmara anular, a quantidade de óleo existente na câmara de trabalho de um
acoplamento TVVS fica consideravelmente reduzida, resultando em uma redução do

156
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

torque transmitido durante a partida do motor. O aumento do torque ocorre em


função do tempo por esvaziamento da câmara de retardo para dentro da câmara de
retardo. Os eventos de partida podem ser adequados às necessidades da aplicação,
por meio do ajuste dos diâmetros dos giclês.
Este novo conceito de acoplamento foi concebido especialmente para o
acionamento de transportadores de correias. Em virtude do crescimento gradual do
torque, uma automática adaptação das condições da carga da correia é obtida.

Acoplamento tipo TRI e TVRI


A polia para correia em V ou plana que é flangeada na tampa do mancal permite a
obtenção de variadas rela de transmissão. Se necessário, a polia da correia pode
ser facilmente substituída.
Os acoplamentos TRI e TVRI são montados em balanço no eixo do motor ou no eixo
da máquina. As forças na correia são suportadas por um mancal na tampa do
mancal no cubo do acoplamento.
O tipo TRI encontra sua aplicação como auxiliar de partida e proteção contra
sobrecarga. Já o tipo TVRI com a câmara de retardo adicional é usado quando uma
partida especialmente suave é necessária.

157
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Defeitos, Causas e Prováveis Soluções

Defeitos Causa Provável Providencias


Observados
Motor defeituoso ou Checar motor (velocidade, consumo
incorretamente ligado de corrente, etc.)
Máquina acionada Checar a máquina e remover motivo
bloqueada do bloqueio
Máquina consumindo Checar consumo da potência
muita potência. compará-la com dados técnicos
padrões
Quantidade de óleo Checar o volume de óleo indicado
Não atinge excessiva, o motor não pelo fabricante, e o colocado no
a velocidade atinge a velocidade acoplamento Hidrodinâmico
Quantidade de óleo a Checar o volume de óleo indicado
menos pelo fabricante, e o colocado no
acoplamento Hidrodinâmico
Vazamento de óleo no Verificar estado das arruelas dos
Acoplamento parafusos fusíveis, dos de carga de
Hidrodinâmico óleo e aperto dos parafusos na
periferia do acoplamento
Hidrodinâmico
Quantidade de óleo a Checar o volume de óleo indicado
menos pelo fabricante e o colocado no
acoplamento Hidrodinâmico
Vazamento de óleo no Verificar estado das arruelas dos
acoplamento parafusos fusíveis, dos de carga de
Parafuso Hidrodinâmico óleo e aperto dos parafusos na
fusível periferia do acoplamento
derrete Máquina consumindo Checar consumo da potência
muita potência. compará-la com dados técnicos
padrões
Motor funcionando Apressar a passagem de estrela
muito tempo em estrela para triângulo

Mal alinhamento Realinhar de acordo com instruções


Rolamentos Checar toda a instalação. Localizar o
Instalação danificados barulho e vibração, ouvindo e
trabalhando medindo. Substituir rolamentos.
desuniformente
Sistema de fixação da Checar e apertar os elementos de
fundação solto fixação da fundação

158
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

19.5 Montagem de acoplamentos

Os principais cuidados a tomar durante a montagem dos acoplamentos são:


• Colocar os flanges a quente, sempre que possível.
• Evitar a colocação dos flanges por meio de golpes: usar prensas ou
dispositivos adequados.
• O alinhamento das árvores deve ser o melhor possível mesmo que sejam
• usados acoplamentos elásticos, pois durante o serviço ocorrerão os
desalinhamentos a serem compensados.
• Fazer a verificação da folga entre flanges e do alinhamento e concentricidade
do flange com a árvore.
• Certificar-se de que todos os elementos de ligação estejam bem instalados
antes de aplicar a carga.

Os acoplamentos hidráulicos:
• Permite partida de motor sem carga alcançando velocidade de operação
antes da carga de trabalho
• Suaviza as partidas e reduz o consumo de corrente do motor em até 35%
• Capacidade de até 3.000 HP
• Extremamente resistente (não há contato metálico)
• Reduz choque nos componentes rotativos dos sistemas em condição de
sobrecarga

Esforços de desalinhamento geram calor

Termografia

159
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

CAPÍTULO 20
20 Cabos de Aço
Histórico
Nas escavações de Pompéia foi encontrado um cabo de bronze com 4,5 metros de
comprimento composto de 3 cordões com 19 fios.
Na China foram utilizados cabos primitivos de fibras vegetais para cruzar rios,
menciona-se o uso há mais de 1.500 anos antes de Cristo, os chineses já utilizam
cordões de arame.
No ano de 1500, Leonardo da Vinci, mencionou um monta-cargas de arame de ferro.
Os arames pela primeira vez foram recozidos a fim de diminuir a dureza e trabalhar
melhor a frio.
Já no ano de 1644 os cabos são utilizados no levantamento de cargas na
construção de fortalezas.
Em, 1818, na Alemanha, foram empregados cabos para levantamento de grandes
cargas em trabalhos de mineração, doze anos depois, na Inglaterra, inicia-se a
fabricação de cabos de arame para exploração de minérios.
Em 1840 aparecem os cabos de 6 cordões (pernas) com alma têxtil e torções
definidas. Daí em diante aconteceu a rápida evolução no processo de fabricação dos
cabos.
Uma das primeiras instalações de grande porte com cabos de aço para transporte
de pessoas é o conhecido BONDINHO DO PÃO DE AÇUCAR, na cidade do Rio,
construído em 1913, em funcionamento até hoje, sem acidentes.

20.1 Construção

160
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Torção das Pernas

TORÇÃO À DIREITA - quando as pernas são torcidas da esquerda para a direita.

TORÇÃO À ESQUERDA – quando as pernas são torcidas da direita para a


esquerda
TORÇÃO REGULAR – quando os fios de cada perna são torcidos em sentido oposto
à torção das próprias pernas (em cruz). Maior estabilidade

TORÇÃO LANG – quando os fios e as pernas são torcidas na mesma direção


(paralelo). Oferece maior resistência à abrasão e maior flexibilidade ao cabo.

20.2 Especificação

O primeiro número representa a quantidade de pernas


O segundo número representa a quantidade de arames em cada perna
As letras indicam o tipo de alma

6 x 19 + AACI

161
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

20.2.1 Classificação quanto à alma

AF – Alma de fibra natural ou AFA - Alma de fibra artificial (Maior flexibilidade).


AA – Alma de aço (Maior resistência à tração).
AACI – Alma de aço com cabo independente (Combina flexibilidade com resistência
à tração).

Nota: Os cabos AA possuem 7,5% de resistência à tração a mais e 10% no peso em


relação aos AF.

Tipos de fibra
As fibras naturais utilizadas normalmente são o sisal ou o rami.
A fibra artificial mais usada é o polipropileno (plástico).

Vantagens das fibras artificiais:


• não se deterioram em contato com agentes agressivos;
• são obtidas em maior quantidade;
• não absorvem umidade.

Desvantagens das fibras artificiais:


• são mais caras;
• são utilizadas somente em cabos especiais.

Flexibilidade

A flexibilidade do cabo está condicionada ao número de arames que o compõe.


• Pequena flexibilidade: construção 3 x 7, 6 x 7, 1 x 7 (cordoalha)
• Flexíveis: construção 6 x 19, 6 x 21, 6 x 25, 8 x 19, 18 x 7
• Extra flexível: construção 6 x 31, 6 x 37, 6 x 41, 6 x 43, 6 x 47, 6 x 61

Resistência dos cabos

162
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Obs.: A carga de ruptura efetiva diminui conforme aumenta o nº de fios

O fator de Segurança é a relação entre a carga de ruptura mínima e a carga


aplicada
a) Cordoalhas e cabos estáticos - 3 a 4;
b) Cabos de tração horizontal - 4 a 5;
c) Cabos para guincho e terraplanagem – 5;
d) Pontes rolantes e talhas elétricas - 6 a 8;
e) Elevadores baixa velocidade - 8 a 10;
f) Elevadores alta velocidade - 10 a16.

Pré-formação
É o processo de fabricação cuja finalidade é a de eliminar as tensões internas dos
arames

Vantagens:
a) Aumenta a flexibilidade
b) Maior resistência à fadiga de flexão
c) Elimina as tensões internas
d) Manutenção na sua posição original dos arames que se quebram
e) O não desenrolamento das extremidades cortadas

20.3 Tipos de Distribuição dos fios

20.3.1 Distribuição warrington


Os fios das pernas têm diâmetros menores na periferia

Maior flexibilidade
Menor resistência ao desgaste

20.3.2 Distribuição seale


As camadas são alternadas em fios grossos e finos.

Menor flexibilidade
Maior resistência à abrasão

163
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

20.3.3 Distribuição filler


As pernas contém fios de diâmetro pequeno que são utilizados como enchimento
dos vãos dos fios grossos.

Boa flexibilidade

20.3.4 Distribuição comum


Os fios das pernas possuem um único diâmetro.

Boa flexibilidade
Boa resistência ao desgaste

20.4 Seleção

Aplicação Cabo ideal

Pontes rolantes 6 x 41 Warrington Seale + AF (cargas frias) ou


AACI (cargas quentes), torção regular,
preformado, IPS, polido

Monta carga (guincho de obra) 6 x 25 Filler + AACI, torção regular, EIPS, polido

Perfuração por percussão 6 x 19 Seale + AFA (alma de fibra artificial), torção


regular à esquerda, IPS, polido

Cabo trator teleférico 6 x 19 Seale + AF, torção lang, IPS, polido

Elevadores de passageiros 8 x 19 Seale + AF, torção regular, traction steel,


polido

Pesca 6 x 19 Seale + AFA e 6 x 7 + AFA, torção regular,


galvanizado, IPS

Guindastes e gruas 6 x 25 Filler + AACI ou 19 x 7, torção regular, EIPS,


polido

Laços para uso geral 6 x 25 Filler + AF ou AACI, ou 6 x 41 Warrington


Seale + AF ou AACI, polido

Bate-estacas 6 x 25 Filler + AACI, torção regular, EIPS, polido

164
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

20.5 Manuseio

Enrolamento:

20.6 Medição do diâmetro

165
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

20.7 Inspeção

Passo:
É a distância entre dois pontos de um fio em torno da alma do cabo.

Falhas

A inspeção visual de um cabo se sobrepõe a qualquer norma ou método de


substituição dos mesmos

Identificação da hora da troca

• Número de arames rompidos em um passo


• Arames gastos pôr abrasão
• Corrosão
• Diminuição do diâmetro do cabo
• Maus tratos e nós

166
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Polias

Instalação

167
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

CAPÍTULO 21
21 Elementos Elásticos
História
Em 1656, na cidade de Haia, Holanda, Christian Huygens (1629-1695) concebeu um
relógio de pêndulo com escapo, que substituiu o fuso como instrumento regulador da
força da mola. Ao contrário dos outros progressos da relojoaria, porém, essa
invenção foi antes de tudo teórica. No lugar do fuso regulador da mola-motor,
Huygens imaginou um pêndulo, suspenso livremente por um cordão ou um fio.

Introdução
Ao longo da historia a mola sempre exerceu um importante papel no
desenvolvimento de equipamentos que sofrem força.A mola esta presente desde de
uma simples caneta, até em naves aeroespaciais, existe uma diversificada gama de
formatos e composição. Por definição mola é um objeto e com que se dá impulso ou
resistência a qualquer peça, para imprimir movimentos, amortecer embates, prender
um objeto, destinada a reagir, depois de haver sido dobrada, vergada, distendida ou
comprimida, apartir desta definição podemos notar a importância de tal peça para a
sociedade. Este trabalho tem por objetivo esclarecer as variáveis que caracterizam
uma mola, bem como citar as principais aplicações, explicar seu funcionamento e a
mostrar os mais importantes tipos de formatos de molas.
Uma mola é um objeto elástico flexível usado para armazenar a energia mecânica.
As molas são feitas geralmente de aço endurecido. Trata-se de um elemento único
ou uma associação de elementos (sistema) capaz de assumir notáveis deformações
elásticas sob a ação de forças ou momentos, e, portanto, em condições de
armazenar uma grande quantidade de energia potencial elástica.
Os elementos característicos das molas são a flecha, a flexibilidade e a rigidez.

Flecha
É a deformação sofrida pela mola sob a ação de uma determinada força, medida na
direção da própria força. Tal conceito pode estender-se também a um elemento
elástico sujeito a um binário, neste caso a força é substituída por um momento
aplicado e a deformação retilínea pelo deslocamento angular.

168
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Dois fatores determinam a quantidade de energia que um arco pode armazenar.

O primeiro é sua força de puxada do arco, a quantidade de força necessária para


armar o arco. A força de puxada de um arco aumenta conforme você vai puxando a
corda.

O segundo fator é a distância de puxada, a distância entre a posição da corda


quando relaxada e a posição quando está armada. A quantidade total de energia
que um arco pode criar é aproximadamente igual à metade do produto de sua força
de puxada pela distância de puxada. Ou seja, a força geral de um arco depende do
quão difícil é puxar sua corda e do quanto você consegue puxar essa corda para
trás.

21.1 Flexibilidade
É a capacidade de um determinado material se tornar flexível, que se pode dobrar,
curvar, etc.

Teoria Fisica das Molas


Na física clássica, uma mola pode ser vista como um dispositivo que armazene a
energia potencial esticando as ligações entre os átomos de um material elástico.

A lei de Hooke da elasticidade


Indica que a extensão de uma haste elástica (seu comprimento distendido menos
seu comprimento relaxado) é linear proporcional á sua tensão e á força usada para
esticá-la. Similarmente, a contração (extensão negativa) é proporcional à
compressão (tensão negativa). Esta lei relaciona-se somente quando a deformação
(extensão ou contração).
A flexibilidade de uma mola quantifica-se pelo valor constante da relação entre o
deslocamento, y, do ponto de aplicação da força atuante pela intensidade, P, da
força atuante

21.2 Rigidez
Propriedade de um material, de sofrer tensões sem se deformar permanentemente.
Sob tensão crescente, o material irá se deformar de forma elástica até o ponto em
que se deforma permanentemente, seja de forma rúptil, seja de forma dúctil o que
depende das propriedades reológicas do material e também das condições
termodinâmicas e do tempo em que a tensão é aplicada.
A rigidez de uma mola, também designada por constante de mola, k, é o inverso da
flexibilidade, isto é, a relação entre a intensidade da força atuante pelo
deslocamento respectivo.
A rigidez de uma mola, também designada por constante da mola, k, é o inverso da
flexibilidade, isto é, a relação entre a intensidade da força atuante pelo
deslocamento respectivo.

169
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

A mola é um objeto elástico flexível usado para armazenar a energia mecânica. As


molas são feitas de arame geralmente com matéria prima: aço endurecido.
Trata-se de um elemento único ou uma associação de elementos (sistema) capaz de
assumir notáveis deformações elásticas sob a ação de forças ou momentos, e,
portanto, em condições de armazenar uma grande quantidade de energia potencial
elástica.
As uniões elásticas são usadas para amortecer choques, reduzir ou absorver
vibrações e para tornar possível o retorno de um componente mecânico à sua
posição primitiva. Com certeza, você conhece muitos casos em que se empregam
molas como, por exemplo, estofamentos, fechaduras, válvulas de descarga,
suspensão de automóvel, relógios, brinquedos etc.

As associações entre duas molas podem ser de dois tipos: em série e em paralelo.
Numa associação em série as duas molas estão encadeadas de tal forma que o
deslocamento do ponto de aplicação da força é obtido pela soma das deformações
das duas molas. Por outro lado, a força atuante P, é a mesma que solicita cada uma
das molas.

Fabricação das molas


As molas são feitas de arame geralmente com matéria prima: aço endurecido.
- Trata-se de um elemento único ou uma associação de elementos (sistema) capaz
de assumir notáveis deformações elásticas sob a ação de forças ou momentos, e,
portanto, em condições de armazenar uma grande quantidade de energia potencial
elástica.

Formas de uso
As molas são usadas, principalmente, nos casos de armazenamento de energia,
amortecimento de choques, distribuição de cargas, limitação de vazão, preservação
de junções ou contatos.
Com certeza, você conhece muitos casos em que se empregam molas como, por
exemplo, estofamentos, fechaduras, válvulas de descarga, suspensão de automóvel,
relógios, brinquedos etc.

170
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

21.3 Tipos de mola


Os diversos tipos de molas podem ser classificados quanto à sua forma geométrica
ou segundo o modo como resistem aos esforços.
Quanto à forma geométrica, as molas podem ser helicoidais (forma de hélice) ou
planas.

Quanto ao esforço que suportam, as molas podem ser de tração, de compressão ou


de torção.

21.3.1 Molas de tração


São molas com a forma helicoidal em que as suas voltas são encostadas e que
normalmente apresentam argolas nas extremidades. Podem ser paralelas, cónicas.
A mola helicoidal de tração possui ganchos nas extremidades, além das espiras. Os
ganchos são também chamados de olhais. Para a mola helicoidal de tração
desempenhar sua função, deve ser esticada, aumentando seu comprimento. Em
estado de repouso, ela volta ao seu comprimento normal.

Composição da mola de tração


As molas de tração são compostas dos seguintes componentes:

Analise agora as características


da mola helicoidal de tração:

De→ diâmetro externo;


Di → diâmetro interno;
d→ diâmetro da seção do arame;
p → passo;
nº → número de espiras da mola.
h → altura das espiras

171
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

21.3.2 Molas de Compressão


A mola helicoidal de compressão é formada por espirais. Quando esta mola é
comprimida por alguma força, o espaço entre as espiras diminui, tornando menor o
comprimento da mola.

Composição da mola de compressão

De: diâmetro externo;


Di: diâmetro interno;
H: comprimento da mola;
d: diâmetro da seção do arame;
p: passo da mola;
nº: número de espiras da mola.

21.3.3 Mola de compressão cônica

dm: diâmetro menor;


Dm: diâmetro Maior;
H: comprimento da mola;
d: diâmetro da seção do arame;
p: passo da mola;
nº: número de espiras da mola.

172
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

21.3.4 Molas de torção


São molas fabricadas para fazer força à torção, quase sempre trabalhando em torno
de um eixo e as suas hastes podem ser direitas ou curvas. As molas de torção
podem ser simples ou duplas.

Composição da mola de torção

De: Diâmetro externo da mola;


Di: Diâmetro interno da mola;
H: comprimento da mola;
d: diâmetro da seção do arame;
p: passo;
nº: número de espiras;
r: comprimento do braço de alavanca;
a: ângulo entre as pontas da mola.

21.4 Dimensionamento das molas helicoidais


No dimensionamento de uma mola há, em geral, que atender aos seguintes fatores:
• Permitir alojar a mola no espaço disponível.
• Satisfazer os requisitos de rigidez.
• Enquadrar os valores do deslocamento e da força máximos aos valores impostos
pelo projeto.
• Satisfazer a condição de resistência, quer em condições estáticas quer em fadiga.
• Verificar que não há riscos de instabilidade no caso de molas comprimidas.

A expressão que nos dá a tensão de corte máxima é,


M P
τ= +
Wt A

173
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

em que W t é o módulo de resistência à torção e A é a área da secção. Considerando


que é,
πd 3 πd 2 D
Wt = , A= e M =P
16 4 2
então, por substituição na expressão (5) obtém-se,
8 PD 4 P
τ= +
πd 3 πd 2
Ao introduzirmos o fator C definido por,
D
C=
d
K é um fator de amplificação das tensões de corte, dado por, s
0,5
K s = 1+
C
A tensão para carregamento estático pode ser calculada por:
8 FD 8F
τ= 3
K s = 2 CK s
πd πd

21.5 Molas planas


As molas planas são feitas de material plano ou em fita. As molas planas podem ser
simples, prato, feixe de molas e espiral.

21.5.1 Molas pratos


Fabricada conforme norma DIN, atende a diversos setores, podendo ser usada para
aplicações que requerem cargas bastante altas em espaços confinados com
pequenos deslocamentos. É utilizada tipicamente em embreagens, transmissões,
conjunto de freio, válvulas, tubulações, aplicações de engenharia pesada e
aparelhos de comando elétrico. Além dos modelos comerciais, oferece opção de ser
fabricada conforme especificações do cliente.

174
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

21.5.2 Feixe de Molas


Os feixes de molas tem como característica atuar como elemento elástico e
estrutural nas suspensões de eixo rígido, absorvendo os movimentos de baixa
freqüência e grande amplitude proporcionando conforto e estabilidade. São
constituídos basicamente de barras denominadas lâminas ou folhas, unidas por um
parafuso (espigão) em sua parte central com exceção as mono- laminas (monoleaf).
Eles trabalham sob esforço de flexo-torção onde o esforço de flexão é predominante
e acrescido de componentes de torção. Os materiais aplicados na confecção dos
feixes de molas são aços-liga que apresentam como propriedades mecânicas alto
limite de elasticidade, dureza e fadiga.
As principais aplicações são: automóveis, pick-ups, caminhões leves, pesados e
jipes.
Os tipos de extremidades mais freqüentes são:
• Extremidade com olhete: aplicada em suspensões dianteiras e traseiras;
• Extremidade deslizante: aplicada as suspensões de 3° eixo (tipo balancim) e
veículo 6X4.

Os feixes de molas podem ser classificados como:


• Trapezoidal linear;
• Trapezoidal com auxiliar;
• Trapezoidal progressivo;
• Parabólico;
• Parabólico com duplo estágio;
• Parabólico com auxiliar;
• Mono-lâminas (monoleaf).

175
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

21.5.3 Molas espiral ou mola caracol


A mola espiral tem a forma de espiral ou caracol. Em geral ela é feita de barra ou de
lâmina com seção retangular. A mola espiral é enrolada de tal forma que todas as
espiras ficam concêntricas e coplanares. Utilizadas em portas, relógios, trenas etc.

Componentes da mola em espiral

176
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

CAPÍTULO 22
22 Elementos de Vedação
Conceito de vedação
Vedação é o processo usado para impedir a passagem, de maneira estática ou
dinâmica, de líquidos, gases e sólidos particulados (pó) de um meio para outro.
Esses elementos, geralmente, localizam-se entre duas peças fixas ou em duas
peças em movimento relativo. As junções cujas peças apresentam movimento
relativo se subdividem em girantes, quando o movimento é de Rotação,e
deslizantes, quando o movimento é de translação.
Os elementos de vedação atuam de maneira diversificada e são específicos para
cada tipo de atuação. Exemplos: tampas, bombas, eixos, cabeçotes de motores,
válvulas, etc. É importante que o material do vedador seja compatível com o produto
a ser vedado, para que não ocorra uma reação química entre eles. Se houver
reação química entre o vedador e o produto a ser vedado, poderá ocorrer
vazamento e contaminação do produto.

Tipos de junção
Na vedação existem diferentes aplicações, como acoplamentos, reservatório de
estocagem; junções móveis em movimento de rotação, neste casos precisamos
conhecer os tipos de junções.

Classificação
Os elementos de vedação classificam-se em dois grupos: de junções fixas e de
junções móveis.

Existem situações em que a vedação exige procedimentos específicos e certos


cuidados.
Muitas vezes, a vedação requer atenção aos seguintes aspectos:
 temperatura - no caso de se trabalhar em ambiente com temperatura muito
elevada, a vedação torna-se mais difícil;
 acabamento das peças - uma boa vedação requer bom acabamento das
superfícies a serem vedadas;
 pressão - quanto mais elevada for a pressão do fluido, tanto maior será a
possibilidade de escapamento, ou seja, a vedação torna-se mais difícil;
 estado físico - os fluidos líquidos são mais fáceis de serem vedados do que os
fluidos em estado gasoso.
Portanto, os elementos de vedação de máquinas devem ser adequados a esses
aspectos para que se evitem riscos de escapamento e até de acidentes.

Os materiais usados como elementos de vedação são: juntas de borracha, papelão,


velumóide, anéis de borracha ou metálicos, juntas metálicas, retentores, gaxetas,
selos mecânicos, etc.

177
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

22.1 Juntas de borracha


São vedações empregadas em partes estáticas, muito usadas em equipamentos,
flanges etc. Podem ser fabricadas com materiais em forma de manta e ter uma
camada interna de lona (borracha lonada) ou materiais com outro formato.

22.2 Anéis de borracha (ring)


São vedadores usados em partes estáticas ou dinâmicas de máquinas ou
equipamentos. Estes vedadores podem ser comprados nas dimensões e perfis
padronizados ou confeccionados colando-se, com adesivo apropriado, as pontas de
um fio de borracha com secção redonda, quadrada ou retangular. A vantagem do
anel padronizado é que nele não existe a linha de colagem, que pode ocasionar
vazamento. Os anéis de borracha ou anéis da linha ring são bastante utilizados em
vedações dinâmicas de cilindros hidráulicos e pneumáticos que operam à baixa
velocidade.

22.3 Juntas de papelão


São empregadas em partes estáticas de máquinas ou equipamentos como, por
exemplo, nas tampas de caixas de engrenagens. Esse tipo de junta pode ser
comprada pronta ou confeccionada conforme o formato da peça que vai utilizá-la.

22.4 Juntas metálicas


São destinadas à vedação de equipamentos que operam com altas pressões e altas
temperaturas. São geralmente fabricadas em aço de baixo teor de carbono, em
alumínio, cobre ou chumbo. São normalmente aplicadas em flanges de grande
aperto ou de aperto limitado.

178
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

22.5 Velumóide
O Guarnital é especificamente destinado à fabricação de juntas de vedação, para:
compressores, condutores de óleo, tampas de válvulas, flanges de tubulações, etc.
O Guarnital não corrói as partes metálicas com as quais está em contato, visto não
provocar fenômenos eletrolíticos por ser de atividade absolutamente neutra.

22.6 Juntas de teflon


Material empregado na vedação de produtos como óleo, ar e água. As juntas de
teflon suportam temperaturas de até 260ºc.

22.7 Juntas de cortiça


Material empregado em vedações estáticas de produtos como óleo, ar e água
submetidos a baixas pressões. As juntas de cortiça são muito utilizadas nas
vedações de tampas de cárter, em caixas de engrenagens, etc.

22.8 Juntas de amianto


Material empregado na vedação de fornos e outros equipamentos. O amianto
suporta elevadas temperaturas e ataques químicos de muitos produtos corrosivos.

22.9 Retentores
O vedador de lábio, também conhecido pelo nome de retentor, é composto
essencialmente por uma membrana elastomérica em forma de lábio e uma parte
estrutural metálica semelhante a uma mola que permite sua fixação na posição
correta de trabalho.
A função primordial de um retentor é reter óleo, graxa e outros produtos que devem
ser mantidos no interior de uma máquina ou equipamento.

179
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

O retentor é sempre aplicado entre duas peças que executam movimentos relativos
entre si, suportando variações de temperatura. A figura a seguir mostra um retentor
entre um mancal e um eixo.

22.9.1 Função dos Retentores


A função primordial de um retentor é reter óleo, graxa e outros produtos que devem
ser mantidos no interior de uma máquina ou equipamento.
O retentor é sempre aplicado entre duas peças que executam movimentos relativos
entre si, suportando variações de temperatura.

22.9.2 Elementos de um retentor básico


Os elementos de um retentor básico encontram-se a seguir. Acompanhe as
legendas pela ilustração.

22.9.3 Tipos de perfis de retentores


As figuras seguintes mostram os tipos de perfis mais usuais de retentores. Como foi
visto, a vedação por retentores se dá através da interferência do lábio sobre o eixo.
Esta condição de trabalho provoca atrito e a consequente geração de calor na área
de contato, o que tende a causar a degeneração do material do retentor, levando o
lábio de vedação ao desgaste. Em muitas ocasiões provoca o desgaste no eixo na
região de contato com o retentor.

180
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

A diminuição do atrito é conseguida com a escolha correta do material elastomérico.


A tabela a seguir mostra quatro tipos de elastômeros e suas recomendações
genéricas de uso diante de diferentes fluidos e graxas, bem como os limites de
temperatura que eles podem suportar em trabalho.

22.9.4 Recomendações para a aplicação dos retentores


Para que um retentor trabalhe de modo eficiente e tenha uma boa durabilidade, a
superfície do eixo e o lábio do retentor deverão atender aos seguintes parâmetros:
• O acabamento da superfície do eixo deve ser obtido por retificação, seguindo
os padrões de qualidade exigidos pelo projeto.
• A superfície de trabalho do lábio do retentor deverá ser isenta de sinais de
batidas, sulcos, trincas, falhas de material, deformação e oxidação.
• A dureza do eixo, no local de trabalho do lábio do retentor, deverá estar acima
de 28 HRC.

22.9.5 Condições de armazenagem dos retentores


Durante o período de armazenamento, os retentores deverão ser mantidos nas
próprias embalagens. A temperatura ambiente deverá permanecer entre 10ºC e
40ºC.
Cuidados especiais precisam ser observados quanto aos lábios dos retentores,
especialmente quando eles tiverem que ser retirados das embalagens.

181
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

22.9.6 Cuidados na montagem do retentor no alojamento


• A montagem do retentor no alojamento deverá ser efetuada com o auxílio de
prensa mecânica, hidráulica e um dispositivo que garanta o perfeito
esquadrejamento do retentor dentro do alojamento.
• A superfície de apoio do dispositivo e o retentor deverão ter diâmetros
próximos para que o retentor não venha a sofrer danos durante a prensagem.
• O dispositivo não poderá, de forma alguma, danificar o lábio de vedação do
retentor.

22.9.7 Cuidados na substituição do retentor:


• Sempre que houver desmontagem do conjunto que implique desmontagem do
retentor ou do seu eixo de trabalho, recomenda-se substituir o retentor por um
novo.
• Quando um retentor for trocado, mantendo-se o eixo, o lábio do novo retentor
não deverá trabalhar no sulco deixado pelo retentor velho.
• Riscos, sulcos, rebarbas, oxidação e elementos estranhos devem ser evitados
para não danificar o retentor ou acarretar vazamento.
• Muitas vezes, por imperfeições no alojamento, usam-se adesivos (colas) para
garantir a estanqueidade entre o alojamento e o retentor. Nessa situação,
deve-se cuidar para que o adesivo não atinja o lábio do retentor, pois isso
comprometeria seu desempenho.

22.9.8 Análise de falhas e prováveis causas de vazamentos

182
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

22.10 Gaxetas

Gaxetas são elementos mecânicos utilizados para vedar a passagem de um fluxo de


fluido de um local para outro, de forma total ou parcial. Os materiais usados na
fabricação de gaxetas são: algodão, juta, asbesto (amianto), náilon, teflon,
borracha, alumínio, latão e cobre. A esses materiais são aglutinados outros, tais
como: óleo, sebo, graxa, silicone, grafite, mica etc.

A função desses outros materiais que são aglutinados às gaxetas é torná-las


autolubrificadas. Em algumas situações, o fluxo de fluido não deve ser totalmente
vedado, pois é necessária uma passagem mínima de fluido com a finalidade de
auxiliar a lubrificação entre o eixo rotativo e a própria gaxeta. A este tipo de trabalho
dá-se o nome de restringimento.
O restringimento é aplicado, por exemplo, quando se trabalha com bomba centrífuga
de alta velocidade. Nesse tipo de bomba, o calor gerado pelo atrito entre a gaxeta e
o eixo rotativo é muito elevado e, sendo elevado, exige uma saída controlada de
fluido para minimizar o provável desgaste. A caixa de gaxeta mais simples apresenta
um cilindro oco onde ficam alojados vários anéis de gaxeta, pressionados por uma
peça chamada sobreposta. A função dessa peça é manter a gaxeta alojada entre a
caixa e o eixo, sob pressão conveniente para o trabalho.

A seguir mostramos gaxetas alojadas entre um eixo e um mancal e a sobreposta.

As gaxetas são fabricadas em forma de cordas para serem recortadas ou em anéis


já prontos para a montagem.
As figuras seguintes mostram gaxetas em forma de corda, anéis e algumas de suas
aplicações.

183
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

22.10.1 Seleção da gaxeta

A escolha da gaxeta adequada para cada tipo de trabalho deve ser feita com base
em dados fornecidos pelos catálogos dos fabricantes. No entanto, os seguintes
dados deverão ser levados em consideração:
• material utilizado na confecção da gaxeta;
• dimensões da caixa de gaxeta;
• fluido líquido ou gasoso bombeado pela máquina;
• temperatura e pressão dentro da caixa de gaxeta;
• tipo de movimento da bomba (rotativo/alternativo);
• material utilizado na construção do eixo ou da haste;
• ciclos de trabalho da máquina;
• condições especiais da bomba: alta ou baixa temperatura; local de trabalho
(submerso ou não); meio (ácido, básico, salino) a que se encontra exposta.

184
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

22.10.2 Substituição da gaxeta

A gaxeta deve ser removida com um par de saca-gaxeta com tamanho adequado. O
interior da caixa de gaxeta deve ser bem limpo. O grau de limpeza poderá ser
verificado com o auxílio de um espelho ou lâmpada, caso seja necessário.

Caso não exista uma gaxeta padronizada, deve-se substituí-la por uma em forma de
corda, tomando cuidado em seu corte e montagem. O corte deverá ser a 45° para
que haja uma vedação. A gaxeta deverá ser montada escalonadamente para que
não ocorra uma coincidência dos cortes ou emendas, evitando assim possíveis
vazamentos conforme mostra a figura seguinte.

185
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

22.10.3 Falhas ou defeitos nas gaxetas

22.11 Selo mecânico


O selo mecânico é um vedador de pressão que utiliza princípios hidráulicos para
reter fluidos. A vedação exercida pelo selo mecânico se processa em dois
momentos: a vedação principal e a secundária.

186
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

22.11.1 Vedação principal


A vedação principal é feita num plano perpendicular ao eixo por meio do contato
deslizante entre as faces altamente polidas de duas peças, geralmente chamadas
de sede e anel de selagem. A sede é estacionária e fica conectada numa parte
sobreposta. O anel de selagem é fixado ao eixo e gira com ele. Para que as faces do
anel de selagem e da sede permaneçam sempre em contato e pressionadas,
utilizam-se molas helicoidais conectadas ao anel de selagem.
As figuras a seguir mostram alguns tipos de sedes e de anéis de selagem, bem
como um selo mecânico em corte.

22.11.2 Vedação secundária


A vedação secundária, aplicada à sede e ao anel de selagem, pode ser feita por
meio de vários anéis com perfis diferentes, tais como: junta, anel o'ring, anel "V",
cunha, fole etc.

22.11.3 Uso do selo mecânico


Os selos mecânicos são utilizados com vantagens em relação às gaxetas, pois não
permitem vazamentos e podem trabalhar sob grandes velocidades e em
temperaturas e pressões elevadas, sem apresentarem desgastes consideráveis.
Eles permitem a vedação de produtos tóxicos e inflamáveis.
A figura a seguir mostram exemplo de selo mecânico em corte.

187
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

22.11.4 Vantagens do selo mecânico

• Reduz o atrito entre o eixo da bomba e o elemento de vedação reduzindo,


consequentemente, a perda de potência.
• Elimina o desgaste prematuro do eixo e da bucha.
• A vazão ou fuga do produto em operação é mínima ou imperceptível.
• Permite operar fluidos tóxicos, corrosivos ou inflamáveis com segurança.
• Tem capacidade de absorver o jogo e a deflexão normais do eixo rotativo.

O selo mecânico é usado em equipamentos de grande importância como bombas de


transporte em refinarias de petróleo; bombas de lama bruta nos tratamentos de água
e esgoto; bombas de submersão em construções; bombas de fábricas de bebidas;
em usinas termoelétricas e nucleares.

188
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

CAPÍTULO 23
23 Freios
Freios Industriais são dispositivos elétricos ou mecânicos desenvolvidos para
dissipar a energia de um sistema em forma de calor.
As formas mais comuns de dissipar energia são: energia cinética e energia
potencial.

23.1 Freios Dinâmicos


São equipamentos elétricos auxiliares muito usados em acionamentos onde é
necessário reduzir a velocidade do eixo de entrada do redutor, antes de aplicar o
freio mecânico, que efetivamente irá segurar a carga.

Magnetorque ou freio de Foucault

Conversores de freqüência

189
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

23.2 Freios Mecânicos


São conjuntos formados por uma base estrutural, um par de alavancas articuladas e
um dispositivo auxiliar que fornece a força necessária para pressionar um tambor ou
disco.

23.2.1 Princípio de funcionamento

Os freios podem atuar (frenar) por:


• Ação de molas;
• Forças pneumáticas;
• Forças hidráulicas;
• Força mecânica.

E serem liberados (desfrenar) por:


• Força eletromagnética;
• Força pneumática;
• Força Hidráulica;
• Força mecânica.

Freios voltados para a segurança devem frenar por ação de molas, pois na falta de
energia estarão sempre fechados(frenados).

23.3 Tipos

Freios de Serviço
São utilizados na maioria das vezes no eixo de alta rotação, onde o torque de
frenagem é baixo, o que requer um freio menor e de baixo custo.

Freios de Estacionamento
São freios para atuação após a parada do equipamento, fornecendo ao sistema
maior segurança para eventuais manuseios e manutenções.

Freios de Emergência
Devem ser instalados no eixo de baixa rotação. Para pontes rolantes, guinchos e
enroladores de cabos deverão ser instalados no flange do tambor (local mais
seguro) ou no eixo do tambor.

Freio eletromagnético de sapata dupla - Mecânico

190
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Freio eletromagnético à disco

Freio eletrohidráulico de sapata

191
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Freio hidráulico à disco

23.4 Materiais

Tambores e Disco
Normalmente são fabricados em ferro fundido nodular, pois é o material que reuni as
melhores propriedades:
• Baixo coeficiente de expansão térmica;
• Boa resistência ao desgaste;
• Baixo índice de engripamento;
• Boa resistência mecânica;
• Baixo custo de produção.

Lonas de freios e pastilhas


As propriedades essenciais é a resistência ao calor, ao desgaste e um bom
coeficiente de atrito.
São fabricados a partir de misturas de fibras orgânicas e inorgânicas, impregnadas
com composto óleo resinoso.

192
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

CAPÍTULO 24
24 Amortecedores
Amortecedor pode ser definido como, qualquer componente de uma estrutura, cuja
finalidade seja, eliminar ou suavizar movimentos indesejados.

Tipos:
• Amortecedor hidráulicos;
- Duplo cilindro hidráulico;
- Pressurizados ou a gás;
- Cilindro celular;
- Cilindro concêntrico celular;
- Monotubos;
• Amortecedor visco-elástico;
• Amortecedor de massas sincronizados.

Funcionamento:

Duplo cilindro hidráulico

Problemas:
• Velocidade de acionamento;
• Cavitação;
• Espumação;

193
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Funcionamento

Pressurizados ou a gás

Aplicação - Suspensão

Amortecer as vibrações da massa não suspensa de forma a minimizar a amplitude


de movimento;
amortecer as vibrações da massa suspensa limita a amplitude de vibração;
Anular o balouçar do veículo.

194
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

24.1 Amortecedor visco-elástico

Vantagens

• a simplificação e a facilidade em obter as características pouco dispersas e


constantes com o tempo de uso;
• as características de degradação progressiva e perfeitamente detectável por
simples inspeção visual do elastômero;
• o uso em projeto do conceito de troca da peça em função do seu estado
geral, abandonando-se o conceito de troca por tempo de vida
independentemente do estado da peça.

Aplicação

195
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

24.2 Amortecedor de massas sincronizados

Aplicação

196
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

197
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

24.3 Suspensão

Função da Suspensão:
Absorver as irregularidades do solo transmitindo o mínimo possível para a carroceria

24.3.1 Tipos de Suspensão e suas aplicações

Eixo Rígido

Eixo Semi – Independente

Suspensão Independente

198
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

CAPÍTULO 25
25 Embreagens
Embreagem e um dispositivo que possibilita um acoplamento arbitrário, para
transmissão de torque entre um eixo motor e um movido.

A embreagem é responsável pelo acionamento das marchas.


Formada pelo disco de embreagem, diafragma, platô, garfo, coifa e rolamentos (do
volante e do eixo).
A embreagem transmite a rotação do motor à caixa de mudanças e daí para o
diferencial e às rodas.
Está localizada entre o motor e a caixa de transmissão, no interior de uma capa seca
e é acionada através de um comando em pedal.

25.1 Principais Finalidades

• Proporcionar partidas mais suaves e amortece vibrações;


• Transmitir torque;
• Interromper o acoplamento entre o eixo motor e o movido;
• Proteção contra sobrecargas.

Componentes de uma Embreagem

199
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

25.2 Principio de Funcionamento

• Tem o princípio de funcionamento muito simples, pois é baseado na força


atrito.
• Toda vez que um corpo desliza ou tenta deslizar sobre outro, surge o atrito,
que tenta impedir este movimento. Quanto maior a compressão de um corpo
sobre outro, maior será o atrito.
• A embreagem faz uso então do atrito para transmitir o movimento de rotação
do motor à caixa de transmissão.

25.2.1 Funcionamento

• No carro você precisa de uma embreagem porque o motor gira o tempo todo
enquanto as rodas não.
• Para um carro parar sem deixar o motor morrer, as rodas precisam estar
desconectadas do motor de alguma forma.
• A embreagem nos permite unir suavemente um motor em rotação a uma
transmissão que não está girando, através do controle da patinagem entre
eles.
• A embreagem funciona devido ao atrito entre o platô de embreagem, por
meio da sua placa de pressão, e o volante do motor. Quando o seu pé está
fora do pedal, as molas empurram a placa de pressão contra o disco de
embreagem, que por sua vez é pressionado contra o volante. Isso liga o
motor à árvore de entrada (árvore-piloto) do câmbio, levando-os a girar na
mesma velocidade.
• A quantidade de força que a embreagem pode suportar depende do atrito
entre o disco de embreagem e o volante, e da força que a mola aplica à placa
de pressão. A força de atrito na embreagem funciona como as pastilhas de
freio, exceto que a mola pressione o disco de embreagem em vez de
pressionar diretamente contra o a pastilha

25.3 Tipos de Embreagens

• Embreagem de disco:
– Mola membrana;
– Mola Helicoidal.
• Embreagem Hidráulica;
• Embreagem Pneumática;
• Embreagem Eletromagnética.

200
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

25.4 Embreagem Mecânica

25.4.1 Embreagem de Disco

A embreagem de disco é constituído de platô e disco, a transmissão de torque se dá


através do atrito entre esses componentes.

25.4.1.1 Platô de Disco

201
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

25.4.1.2 Disco

Constituído de amianto, materiais sintéticos e cerâmicos;

25.4.1.3 Platô

Solidário com o eixo motor;


Disco de pressão resistente ao desgaste e ao risco;

25.4.1.4 Molas

Mola Diafragma Mola Helicoidal

202
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

25.4.2 Tipo de Acionamento

O acionamento pode ser via cabo, pistão hidráulico ou pneumático.

25.5 Embreagem Hidráulica

25.5.1 Embreagem Hidráulica (Automática)

Transmissão de torque através do fluido;

Características:
• Permite partida de motor sem carga alcançando velocidade de operação
antes da carga de trabalho;
• Suaviza as partidas e reduz o consumo de corrente do motor em até 35%;
• Extremamente resistente (não há contato metálico);
• Reduz choque nos componentes rotativos;
• Não acopla diretamente a uma caixa de câmbio normal.

203
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

25.6 Embreagem Pneumática

Expansão das sapatas contra o tambor.

Características:
• Alta velocidade de aceleração e desaceleração;
• Freios de segurança atuados por molas;
• Alta margem de temperatura de trabalho;
• Aplicações de alta ciclagem e posicionamento;
• Extremamente resistente.

25.7 Embreagem Eletromagnética

Uma força eletromagnética atrai o platô e comprime o disco.

Características:
• Não necessita de regulagem;
• Fácil manutenção;
• Não gera torque residual;
• Extremamente resistente;
• É utilizada para baixos e médios torques.

204
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

25.8 Embreagem Auto-ajustável

A mola diafragma é suportada pela mola sensora;


O desgaste no revestimento do disco altera o ponto de trabalho da mola diafragma
(sistema convencional);
A mola sensora ativará um sistema de anéis que corrige a posição da mola
diafragma.

Características:
• reconhece o desgaste dos revestimentos;
• baixa força de acionamento, que permanece constante durante a vida da
embreagem
• proporciona maior vida útil da embreagem com o aumento da capacidade de
desgaste
• simplificação dos sistemas de acionamento
• evita a necessidade de servo-assistência
• redução do curso do pedal de embreagem com baixo esforço
• força de pedal constante para toda uma série de motores
• redução do curso de trabalho do rolamento.

205
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

25.9 Clutch-by-wire

Um sensor mede a posição do pedal;


O dado é transmitido para um módulo eletrônico;
Este por sua vez controla o atuador da embreagem.

Vantagens
• Melhor ergonomia;
• Melhor proteção em caso de acidente;
• Corrige algumas falhas do motorista;

206
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Aplicações de Embreagens:
• Veículos;
• Máquinas Operatrizes;
• Indústria (perfuração de poços de petróleo, embalagem de produtos, etc.).

Seleção de Embreagens:
• Torque transmitido;
• Característica da transmissão na partida (mais suave ou mais brusco);
• Padronizado (no caso de substituição).

Cuidados com a Embreagem:

a) Utilizá-la apenas quando necessário. Pois muitas vezes, sem perceber, o


motorista mantêm o pé esquerdo "descansando" sobre o pedal, isso provoca
um acionamento parcial do sistema, gerando calor e desgaste prematuro. É
uma causa bastante comum de embreagens que exigem substituição com
baixa quilometragem de uso.
b) Nas subidas, use o freio. Ao parar o carro em um semáforo ou cruzamento,
em subida, muitos seguram o carro só no freio do pedal, levando ao desgaste
prematuro da engrenagem. O certo é utilizar os freios (pedal) juntamente com
o freio de mão. Para sair, basta liberar a embreagem ao mesmo tempo que o
freio, reduzindo a "queima" da embreagem ao tempo mínimo necessário.
c) Respeite os limites do seu carro, não faça arrancadas bruscas pois todo uso
intenço da embreagem provoca desgastes.
d) A regulagem do pedal não deve ficar "alto" nem "baixo" demais, ou seja, o
ponto de acoplamento não pode estar muito distante do motorista nem muito
próximo, o que traz desconforto. Alguns automóveis têm ajuste automático de
folga. Normalmente o pedal da embreagem fica cerca de 10mm abaixo do
pedal do freio.
e) Atenção nas reduções. Ao reduzir marchas, evite ultrapassar o regime
máximo de rotações do motor para não forçar muito o disco de engrenagem.
f) Trepidação acontece quando tem um disco empenado, impregnado de óleo
lubrificante, ou um platô deformado por superaquecimento podem causar
trepidação ao se soltar o pedal de embreagem. Nesses casos, para saná-la
só trocando o conjunto.

Principais Defeitos:

207
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

208
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

209
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

26 Anexo A
Propriedades Mecânicas

210
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

Valores de τ

211
Elementos de Máquinas – IFES – Campus São Mateus – Prof. João Paulo Barbosa, M.Sc.

27 Referencias Bibliográficas:
Jack A. Collins, Projeto Mecânico de Elementos de Máquinas, editora LTC, 2006.

Cunha, Lamartine Bezzerra da, Elementos de Máquinas, editora LTC, 2005.

Sarkis Melconian, Elementos de Máquinas, editora Érica, 2000.

Gustav Niemann, Elementos de Máquinas – Vol. 1, editora Edgard Blucher, 2002.

Gustav Niemann, Elementos de Máquinas – Vol. 2, editora Edgard Blucher, 2002.

Gustav Niemann, Elementos de Máquinas – Vol. 3, editora Edgard Blucher, 2004.

Norton, Robert, Projeto de Máquinas, editora Bookman, 2000.

Joseph e. Shigley, Charles R. Mischke, Richard G. Budynas, Projeto de Engenharia


Mecânica, editora Bookman, 2005.

212

Você também pode gostar