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MAURICIO DIAS DUARTE // BIBLIOTECONOMIA // R.A.

07995
BELLOTTO, Heloísa Liberalli. Arquivo: estudos e reflexões. Belo Horizonte.
Editora UFMG, 2014.
Biblioteca de apoios em arquivos.
O texto Biblioteca de apoio em arquivos integra o último livro publicado
pela Professora Doutora Heloísa Liberalli Bellotto, que tem como currículo um
grande conhecimento na área de História (Bacharel e Doutorado pela USP),
Ciência da Informação e Documentação (Bacharelado pela FESP) e
Arquivologia (Especialização pela Escuela de Documentalistas, ES)1,
desenvolvendo trabalhos com foco sobretudo na Área de Arquivos, mas também
em áreas relacionadas a Biblioteconomia, tendo períodos como professora
universitária e tendo sido coordenadora de diversos grupos de estudo e cursos
de pós-graduação nessas áreas.
O texto em questão se direciona a não só bibliotecários ou técnicos em
biblioteconomia, mas também para profissionais que atuam em bibliotecas em
geral, sejam elas públicas ou privadas, pensadas para um público mais amplo
ou um público mais específico.
Primeiramente, a autora busca apresentar o número e a variedade de
espaços que possuem bibliotecas para dar uma ideia da variedade de acervos e
espaços de possibilidade de atuação: Bibliotecas públicas municipais, estaduais
e federais, mas também aponta como públicas os espaços ligados aos três
poderes, espaços educacionais, culturais, bibliotecas técnicas, cientificas,
artísticas, de entretenimento e esporte, religioso, e outros, além de outras ligadas
a industrias, serviços, de espaços menores como escritórios jurídicos,
arquitetura, laboratórios farmacêutico, hospitalares, memorialistas, são só
alguns espaços dentro dos possíveis para a formação de acervos e a
consolidação de um espaço que vise fornecer informação de fácil acesso,
necessitando mecanismos de facilitação de pesquisa e acesso a informação2.
Dentro da atuação do bibliotecário, o texto indica também a respeito da
compreensão dessa multiplicidade de atuações possíveis, que colabora na
identificação das funções que devemos assumir como profissionais, e dos
caminhos potenciais para o desenvolvimento da profissão que, conforme aponta
Mueller, são elementos importantes para os profissionais dessa área.3
Para apresentar a variedade, a autora prefere categorizar as bibliotecas
em duas categorias, embora compreenda que existe outros modelos possíveis
e que essas não são definições estáticas: aquelas dentro de espaços de

1 Dados do Currículo Lattes, disponível em:


<http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783264Y0>. Acessado em:
03/12/2017.
2 BELLOTTO, Heloísa Liberalli. Arquivo: estudos e reflexões. Belo Horizonte. Editora UFMG,

2014. p.116.
3 MUELLER, Suzana Pinheiro Machado et al. Perfil do bibliotecário, serviços e responsabilidades

na área de informação e formação profissional. Revista de Biblioteconomia de Brasília, v. 17,


n. 1, p. 63-70, 1989.
atividade meio, ligadas a estruturas de sustentação material e operacional a
diversos setores, e de atividades fim, com funções de execução, que atua e
serve a sociedade. Justificando a separação a autora aponta:
A alusão às atividades-meio e às atividades-fim de uma entidade
tem sua razão de ser: posicionar o caso das bibliotecas
institucionais que não tem a autonomia de uma biblioteca pública.
Elas são parte de uma entidade, e não o seu todo.4
Ainda que as bibliotecas, conforme a autora aponta, tem sua criação e
função final intimamente ligada aos objetivos específicos de cada entidade, no
caso das atividades-meio mais voltadas a facilitadora e nas atividades-fim mais
voltadas a objetivos administrativos, financeiros e técnicos, a simplificação tende
a empobrecer as possibilidade de atender seu público interno para além das
suas obrigações burocráticas e finalidades de criação, devendo ser pensada em
cada caso uma vez que sua autonomia e sua liberdade em pensar a si mesmo
muitas vezes se vê entre diversos entraves.
A partir de um debate bibliográfico e alguns exemplos de caso, a autora
aponta como direcionamento que sempre se deve pensar na formação de
acervos a fim de corresponder as funções da instituição observando seu público,
questões possíveis de se explorarem e local em que está inserido, fomentando
atividades de diversas naturezas em função das suas temáticas.
Embora enfatize mais a questão das bibliotecas em arquivos e a
necessidade de atender pesquisadores, o caso pode ser ampliado a outras
áreas, sempre lembrando que, conforme cita, o aperfeiçoamento dos serviços e
a descoberta das potencialidades e novas vocações das bibliotecas sempre
segue pelo desenvolvimento de ações em diferentes frentes, como ações de
seleção, tratamento técnico, destaque e manutenção da coleção.5
O texto conclui fazendo um alerta de que a excelência dos serviços de
informações não é somente necessária por si mesma, como também é
fundamental para dar sustentação a outros profissionais, alavancando a
urgência de ações e de estudo a respeito dessas áreas nos espaços de arquivos,
exemplo que atende outras bibliotecas técnicas.
BIBLIOGRÁFIA:
BELLOTTO, Heloísa Liberalli. Arquivo: estudos e reflexões. Belo Horizonte.
Editora UFMG, 2014. P.116-130.
MUELLER, Suzana Pinheiro Machado et al. Perfil do bibliotecário, serviços e responsabilidades
na área de informação e formação profissional. Revista de Biblioteconomia de Brasília, v. 17,
n. 1, p. 63-70, 1989.

4
Ibidem BELLOTO, p.117.
5
Idem, p.130.

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