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PROVA DE CONSULTA
RESPOSTAS:
1. Dado o contexto de surgimento e aprimoramento das práticas museais e, com isso, a
previsão de um futuro vindouro para a área da museologia, em vista do desenvolvimento e
diversificação de suas aplicabilidades técnicas, interações com comunidades e a busca por novas
formas de gestão e financiamento, a determinação na criação do plano museológico tem sido
uma preocupação na área de gestão, pois percebe-se como o modelo de gestão compartilhada,
com interdisciplinaridade e interculturalidade têm sido mais proveitosos e benéficos para o
desenvolvimento de uma ação mais comprometida com as diversas realidades e públicos
sociais, e as possibilidades de ação.
Essas medidas se tornam importantes porque, sendo o museu uma instituição com agencia
social, ele deve se preocupar em servir às demandas da sociedade.
Dito isso, voltamo-nos para a análise do plano museológico do o Museu Histórico e Pedagógico
Índia Vanuíre, localizado no município paulista, Tupã, o qual foi palco de conflitos violentos
com indígenas da região, os Kaingang, devido a construção de uma estrada de ferro em seus
territórios, no ano de 1910.
Com o conflito de extermínio dos Kaingang acontecendo, indígenas de outras etnias foram
reunidos em um local provisório, levando a personalidades como Vanuíre, indígena e contadora
de histórias e tradições do seu povo, a se manifestar nesse momento na busca pelo fim dos
confrontos. Ficou conhecida, portanto, como "A Pacificadora", e por isso o museu a
homenageia, em 1966, através da nomeação da instituição por Museu Histórico e Pedagógico
Índia Vanuíre.
"O Museu possui um acervo de cerca de 24.000 itens, sendo que a maior parcela é composta
pela coleção etnográfica coletada pelo Sr. Luiz de Souza Leão e sua esposa Nair Ghedini, com
grande destaque para as culturas Krenac e Kaingang. O Museu ainda abriga coleções históricas
da cidade de Tupã, além de taxidermia, fotografias e documentos." (p. 26).
Além da rica coleção etnográfica, o museu sempre apresentou atividades educativas e culturais
voltadas para o município de Tupã e para a integração com sua comunidade, em atividades
voltadas para a valorização dos povos e culturas indígenas.
No entanto, apesar do potencial da instituição, havia carências em relação a estrutura física e
administrativa organizacional. Para isso, Marília Xavier Cury desenvolveu um plano
museológico que abarcasse a manutenção física do museu, assim como uma orientação para os
projetos complementares a serem desenvolvidos por ele. Com isso, já é possível perceber um
importante ponto no processo de criação de um plano museológico: o planejamento das
atividades a longo prazo, deixando os subsídios necessários para a realização delas e da
autogestão da instituição, o que deve promover, portanto, a manutenção das ações e agências do
museu.
Quanto ao seu programa de gestão, o museu possui parceria com outras instituições culturais,
como a Secretaria de Estado da Cultura e a Cultural de Amigos do Museu Casa da Portinari, o
que possibilita um maior apoio, principalmente financeiro e, assim, atividades mais regulares no
museu. Além disso, o programa divide a gestão em núcleos, de acordo com as especificidades
relativas a cada área de atuação do museu, isto é, núcleo de gestão institucional, núcleo de
comunicação, núcleo de museologia, núcleo de pesquisa e núcleo de educação, o que
proporciona uma lógica administrativa mais organizada e mais focada, uma vez que cada núcleo
será gerido por um especialista na área, além de haver a possibilidade (e necessidade) de
integração entre esses núcleos.
Por fim, a escolha desse plano museológico se deu devido ao meu interesse por analisar a
construção de um planejamento para uma instituição já existente, a fim de perceber o
diagnóstico da instituição e da sua realidade e como, a partir disso, se orienta as tomadas de
decisões estratégicas para o uso mais eficaz dos recursos. Isso porque penso que, durante minha
formação como museóloga e dado o contexto local dos museus brasileiros, é interessante que se
saiba como administrar e integrar os recursos e condições de instituições já existentes e em
funcionamento.