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04/11/2022 10:16 OneNote

Os Novos Modelos de Gestão Participativa em Museus 


quinta-feira, 20 de maio de 2021  11:55 

A autora apresenta as bases teóricas do seu trabalho de gestão muito pautadas na noção de coletivo,
nos potenciais da criação e interação de saberes diversos, o que demanda, com isso, participações
diversas, de pessoas diversas. 
Com isso, pensa-se na atuação de maneira horizontal, distanciando-se de modelos de gestão obsoletos,
por estes serem reflexos de uma sociedade que não inclusiva. Desta forma, o trabalho de Lorena Sancho
se baseia na busca pela aplicação de uma gestão participativa em alguns museus europeus trazendo,
para isso, a perspectiva cultural e intercultural como fonte inspiradora de ação - sendo que entendo a
interculturalidade como a variedade de saberes e bagagens que cada indivíduo participante tem e de
que maneira agrega ao projeto total. 
 São essas características diversas que tornam o trabalho rico e amplo, pois consegue abarcar diversas
camadas de conhecimento e participação, construindo, com isso, um modelo de atuação que traga
resultados construtivos para um recorte da sociedade, mas que promova, ainda assim, a disseminação
dos resultados dessas ações para a sociedade como um todo. 
Dentre as formas de atuação, é interessante observar como a autora, e o grupo com o qual ela trabalha,
buscaram por analisar primeiramente o contexto dos museus escolhidos e quais desafios ele apresenta
no quesito de interação com a sociedade e promoção do desenvolvimento desta, isto porque, percebe-
se como o contexto é quem dá as ferramentas e possibilidades de ação, firmando, portanto, a noção de
que não há um único modelo de gestão, por isso ele deve ser pensado e discutido em conjunto com o
meio em que se encontra a instituição, para entender e abarcar as realidades e as problemáticas
existentes nessas. 
Outro aspecto importante em um gestão plural e participativa, é a possibilidade de autonomia das
grupos que compõem o projeto, o que proporciona uma divisão do trabalho mais efetiva e produtiva,
uma vez que, cada segmento, pensando por si, mas contando com a colaboração de um todo, também
participativo e determinado, faz as coisas se desenrolarem e chegarem ao público de maneira mais
orgânica.  
Entender os participantes do processo, assim como suas participações, como peças integrantes e
necessárias para o proceder da construção do fazer museal.  
Outra etapa muito importante no processo de gestão é a sistematização das formas de atuação, uma
vez que além de organizar os planos, ajuda a entender quais as especificidades das ações e as
finalidades delas, isto é, o que se busca com sua aplicação. 
Com a apresentação do modelo de gestão do Museu do Traje, em São Brás de Alportel, pode-se
perceber uma integração do museu com a sociedade, um museu vivo e que perpassa e intercruza com
as vivências e cotidianos da área que abarca, tendo consciência e comprometimento com os indivíduos
e os resultados dessa interação e das potencialidades dela para a comunidade.  
Para isso, a autora desenvolve quatro pilares para a construção de uma gestão participativa em
camadas, que proporcione, desta forma, um museu integrado e interligado, formando uma rede de
apoio e gestão, isso através das ideias de Museu Visível, Museu do Dia a Dia, Museu Integrador e Museu
do Longo Tempo, sendo o Museu Visível o conjunto de atividades relacionadas a estrutura do museu, ao
museu palpável, que organiza e possibilita pontes; o Museu do Dia a Dia refere-se às atividades
cotidianas do museu, voltadas para a interação com a sociedade; o Museu Integrador que se empenha
em um trabalho mais íntimo, para aproximar e integrar os membros e incentivar seus projetos, como
uma comunidade colaborativa; e o Museu do Tempo Longo, que integra as iniciativas voltadas para
ações de desenvolvimento da comunidade, ações que se desenvolvem mais a longo prazo.  
É interessante perceber, então, as diversas possibilidades de agência e atuação do museu, havendo
espaço para diversos tipos de público e visando diferentes objetivos e abordagens, mantendo, desta
forma, o museu como um organismo vivo e atuante. 
Outro modelo de gestão utilizado foi o OPTI, em que, em instituições financeiras buscam pela
conservação e comunicação do seu patrimônio histórico. Para isso, além da conservação material dos
objetos que servem de suporte de memória da instituição, é preciso passar a se trabalhar a memória dos
indivíduos que experienciaram a história, que, no caso trabalhado pela autora e sua equipe, se trata de
uma empresa que funcionou no contexto da Revolução Industrial, por isso deve haver uma
responsabilidade com a comunidade que viveu e vive as consequências desse fato, assim como as
gerações seguintes, que herdaram as memórias e uma noção de mundo embasada nesse contexto. O
museu, então, nessa circunstância, busca por uma gestão que entenda as pessoas como agentes no
processo, seja como visitante, parceiro, voluntário, funcionário etc., em busca de uma gestão mais
humanista e compartilhada.  
 
 
 

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