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MANUAL DE FORMAÇÃO
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ÍNDICE
1. Desenvolvimento Infantil 3
1.1. Condições Básicas do Desenvolvimento na 4
Infância
1.2. Desenvolvimento Normal e Patológico 5
2. Formas de Disciplina 19
3. Educação Esfincteriana 31
3.1. A aprendizagem da higiene 32
3.2. Processo de Aquisição do Controlo dos 32
Esfíncteres
3.3. Enurese 33
3.3.1. Enurese infantil 33
3.3.2. Conselhos que ajudam as crianças com 34
enurese
3.3.3. Enurese na adolescência 34
3.3.4. Quais as consequências da enurese? 35
3.3.5. O papel dos pais 36
3.3.6. Evitar a vergonha 36
3.4. Encoprese 37
3.4.1. Como surge a encoprese? 37
3.5. Origem das perturbações de eliminação 38
3.6. Tratamento 39
3.7. O papel dos pais 39
4. Sono e problemas associados 39
4.1.Distúrbios do sono nas diversas faixas etárias 42
4.1.1. Pré-escolar (três a seis anos) 42
4.1.2. idade escolar (dos 6 aos 13 anos) 44
4.1.3. Sono na Adolescência 49
4.2. Mudanças de atitudes 50
5. Stress e Resiliência 51
5.1. O que é o stress 51
5.2. Causas do Stress 52
5.3. Stress e a Adolescência 53
5.4. Fases de Evolução do Stress 54
5.5. Como Lidar com o Stress? 55
56
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7.Perturbação de hiperatividade e défice de 60
Atenção
7.1. Qual é a Causa? 60
7.2. Como se pode tratar a PHDA 62
7.3. Outras perturbações que por vezes acompanham 63
a PHDA
7.4. Repercussões da hiperatividade no relacionamento 64
familiar
7.5. A hiperatividade e a família 65
66
7.6. O papel da escola
7.7. Estratégias para o professor lidar com hiperativos 68
8. Depressão Infantil 69
8.1 Conceito de Depressão 69
8.2. O que é a depressão Infantil? 70
8.3. Principais sinais e sintomas da depressão infantil 71
8.4. Principais fatores que podem desencadear a 71
depressão infantil
8.5. Depressão Infantil e rendimento escolar 75
76
8.6. Papel dos Pais/ educadores na depressão infantil
8.7. Prevenir a depressão infantil 76
9. Criança Isolada 77
10. Papel da Família 79
10.1.Tipos de família 80
10.2. A família e a escola 80
82
12. Referências Bibliográficas 85
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1. Desenvolvimento Infantil
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Desenvolvimento é um conceito amplo que se refere a uma
transformação complexa, contínua, dinâmica e progressiva, que incluí
além do crescimento, a maturação, a aprendizagem e os aspetos
psíquicos e sociais.
Desenvolvimento psicossocial é o processo de humanização,
que inter-relaciona aspetos biológicos, psíquicos, cognitivos,
ambientais, sócio económicos e culturais, mediante o qual a criança
vai adquirindo maior capacidade para se mover, coordenar, sentir,
pensar e interagir com os outros e o meio que a rodeia; em síntese, é
o que lhe permitirá incorporar de forma ativa e transformadora na
sociedade em que vive.
1.1. Condições Básicas do Desenvolvimento na Infância
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senão um prolongamento do equipamento biológico com o qual
a criança nasce.
O Aparelho visual e flexibilidade manual permitem a
coordenação e habilidade para construir e usar equipamentos.
Isto pode ser observado através do que chamamos de Visão e
Movimentos finos motores.
A Capacidade de se comunicar através da fala, que envolve a
competência auditiva e a escuta, e o uso da fala e da
linguagem. Por isso a criança pequena é chamada infante,
porque não fala, embora possa comunicar de outras maneiras.
O surgimento da fala é um dos aspetos importantes no
acompanhamento do bebé e o seu atraso é uma das queixas
mais comuns. A avaliação da fala e da linguagem consta
sempre de qualquer escala ou roteiro de avaliação do
desenvolvimento da criança.
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Entender o que é o desenvolvimento normal e o que é
patológico é compreender as alterações comportamentais e
psíquicas, ou seja, se estas são muito exacerbadas ou são de longa
duração. Existem igualmente situações em que o normal e o
patológico se apresentam intimamente ligados, com limites muito
ténues, o que não deixa de sugerir que os critérios de normalidade e
de patologia variam em função da forma como se olha para o
individuo, tendo em conta todos os contextos onde este está inserido.
Sabemos que na fase inicial do desenvolvimento infantil, um
bebé depende inteiramente de uma outra pessoa para se desenvolver
e que na maioria das vezes esse "outro" é sua mãe. Sem ela (ou um
seu substituto) o bebé, ao contrário de outros animais, não é capaz
de ir à busca do seu alimento. Ou seja, se um bebé não tem quem
cuide dele (alimente, agasalhe etc.), fale com ele, e o deseje, ele
morre.
Desta forma, observamos que o desenvolvimento ocorre por
etapas ou fases, que correspondem a determinados períodos da vida.
Cada um desses períodos tem suas próprias características e seus
ritmos. Ainda que não se deva perder de vista que cada criança tem
seu próprio padrão de desenvolvimento.
Iremos então abordar, o período da infância, mais especificamente a
partir dos três anos, e da adolescência.
A infância é o período de grande desenvolvimento físico,
marcado essencialmente pelo gradual crescimento da altura e do
peso (especialmente nos primeiros três anos de vida e durante a
puberdade).
Mais do que isto, é um período onde o ser humano se
desenvolve psicologicamente, envolvendo graduais mudanças no
comportamento da pessoa e na aquisição das bases da sua
personalidade.
De uma forma sintetizada, iremos descrever estas etapas:
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Etapa dos 3 /4 anos
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Desenvolvimento Moral
• Começa a distinguir o certo do errado;
• As opiniões dos outros acerca de si própria assumem grande
importância para a criança;
• Consegue controlar-se de forma mais eficaz e é menos agressiva;
• Utiliza ameaças verbais extremas, como por exemplo "Eu mato-
te!", sem ter noção das suas implicações;
SINAIS DE ALERTA
• Medos excessivos;
• Ansiedade de separação extrema;
• Enurese noturna;
• Timidez;
•Comportamentos de bullying (agressividade) relativamente aos
pares;
• Inibição manifesta nas brincadeiras e na linguagem;
• Comportamentos ritualísticos, sobretudo à volta da comida;
• Problemas na fala persistentes: vocabulário pobre, inferior a 1500
palavras; má articulação das consoantes e vogais;
• Falta de interesse pelos outros:
• Pouca capacidade para fantasiar;
• Grande dificuldade em aceitar as regras;
• Situações extremas de comportamentos desafiantes e opositores,
com grande dificuldade de auto-consolo.
• Sono: dificuldade em adormecer sozinho; insónias
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• Conhece as cores, os números, etc.; pode identificar e distinguir
euros e cêntimos;
• Capacidade para memorizar histórias e repeti-las;
• É capaz de agrupar e ordenar objetos tendo em conta o tamanho
(do mais pequeno ao maior);
• Começa a entender os conceitos de "antes" e "depois", "em cima"
e "em baixo", etc., bem como conceitos de tempo: "ontem", "hoje",
"amanhã";
Desenvolvimento Social
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repetidamente os olhos, fungar, chuchar no dedo, etc.;
• Preocupa-se em agradar aos adultos;
• Maior sensibilidade relativamente às necessidades e sentimentos
dos outros;
• Envergonha-se facilmente;
SINAIS DE ALERTA
·Medos excessivos;
·Ansiedade de separação extrema;
·Enurese noturna;
·Timidez;
·Comportamentos de bullying relativamente aos pares;
·Inibição manifesta nas brincadeiras;
·Comportamentos ritualísticos, sobretudo à volta da comida;
·Problemas na fala persistentes;
·Falta de interesse pelos outros;
·Ansiedade: tiques; onicofagia (roer as unhas);
·Sono: dificuldade em adormecer sozinho; insónias.
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Desenvolvimento Social
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Etapa dos 7/8 anos
Desenvolvimento Intelectual
• Está menos interessada nas questões sexuais;
• Está disponível para a aprendizagem. Utiliza um pensamento
reflexivo; os pensamentos podem basear-se na lógica; consegue
resolver problemas de maior complexidade; Boa capacidade de
atenção e concentração;
• Gosta de colecionar objetos e fala acerca dos seus desejos e
projetos, textos e desenhos;
• Baseia-se mais na realidade.
Desenvolvimento Social
É mais responsável e independente, preocupando-se em fazer bem
as coisas;
• Pode por vezes retirar-se ou evitar o contacto com os outros,
sobretudo adultos, numa tentativa de construir uma "consciência de
si" mais autónoma;
Desenvolvimento Emocional
É mais responsável e independente, preocupando-se em fazer bem
as coisas;
Pode por vezes retirar-se ou evitar o contacto com os outros,
sobretudo adultos, numa tentativa de construir uma "consciência de
si" mais autónoma;
Desenvolvimento Moral
Pode vivenciar sentimentos de culpa e vergonha;
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SINAIS DE ALERTA
• Preocupação excessiva com a competição e o seu desempenho,
principalmente na escola;
• Comportamentos desafiantes extremos;
• Despreocupação constante com a conclusão de tarefas/trabalhos;
• Excessiva dependência das figuras cuidadoras em tarefas que são
apropriadas à sua idade, como por exemplo: pentear-se; ir à loja;
apertar os sapatos; encontrar a casa de banho num restaurante;
isolamento social: poucos amigos e envolvimentos em atividades
com outras crianças;
• Pequenos furtos;
• Grande necessidade de dizer mentiras;
• Enurese noturna;
• Dificuldades escolares;
• Sono: dificuldade em adormecer sozinho; insónias.
Desenvolvimento Intelectual
O seu pensamento está mais organizado e lógico
Preocupa-se em perceber a razão das coisas que a rodeiam;
Sobrestima frequentemente as suas capacidades, com consequente
frustração em caso de insucesso;
Desenvolvimento Social
Faz novos amigos com facilidade, preocupando-se em estabelecer
relações recíprocas; pode desenvolver uma relação mais próxima
com uma criança do mesmo sexo; considera o grupo de amigos
importante;
Gosta da escola;
Não se envolve tanto em conversas com a família durante a refeição,
prefere comer depressa para iniciar outra atividade;
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Desenvolvimento Emocional
Exige mais amor e compreensão da figura materna;
Tem mais segredos;
Pode ser excessivamente auto-crítica, com tendência para
dramatizar as situações em que antecipa dificuldades;
Exibe menos medos e mais razoáveis;
Pode resistir e argumentar contra instruções e pedidos feitos pelos
adultos;
Aprecia recompensas imediatas pelo seu comportamento;
Desenvolvimento Moral
Pode vivenciar sentimentos de culpa e vergonha;
SINAIS DE ALERTA
Preocupação excessiva com a competição e o seu desempenho,
principalmente na escola;
Comportamentos desafiantes extremos;
Despreocupação constante com a conclusão de tarefas/trabalhos;
Excessiva dependência das figuras cuidadoras em tarefas que são
apropriadas à sua idade, como por exemplo: pentear-se; ir à loja;
apertar os sapatos; encontrar a casa de banho num restaurante;
Isolamento social: poucos amigos e envolvimentos em atividades
com outras crianças;
Pequenos furtos;
Grande necessidade em dizer mentiras;
Enurese noturna;
Medos excessivos;
Grande ansiedade;
Sono: dificuldade em adormecer sozinho; insónias.
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Manifesta preferência por trabalhos e tarefas mais complexas;
• Tem interesses definidos e uma grande curiosidade; procura e
memoriza factos; emprega um raciocínio e pensamento abstratos;
• As diferenças individuais tornam-se mais marcadas;
• Gosta de ler, escrever e de utilizar livros e referências;
Desenvolvimento Social
Rapazes e raparigas diferem em termos de personalidade,
características e interesses;
• Grande orientação para o grupo, formado por elementos do mesmo
sexo: preferência por atividades de jogo cooperativo e de equipa;
• Maior interesse nas relações afetivas e atividades sociais;
Desenvolvimento Emocional
Pode exibir alguns problemas de comportamento, sobretudo quando
não se sente aceite pelos outros;
• Está a tornar-se cada vez mais independente e "merecedora" de
confiança;
Desenvolvimento Moral
Tem consciência de justiça;
• É altamente competitiva;
• Tem ainda dificuldade em assumir os erros mas tem maior
capacidade de aceitar as falhas e de se responsabilizar por elas;
• Grande perceção do certo e errado;
SINAIS DE ALERTA
• Preocupação excessiva com a competição e o seu desempenho,
principalmente na escola;
• Comportamentos desafiantes extremos;
• Despreocupação constante com a conclusão de tarefas/trabalhos;
• Excessiva dependência das figuras cuidadoras em tarefas que são
apropriadas à sua idade, como por exemplo: fazer pequenos recados;
escolher a roupa que vai vestir no dia seguinte; fazer os trabalhos de
casa; preparar a mochila para a escola;
• Isolamento social: poucos amigos e envolvimentos em atividades
com outras crianças;
• Pequenos furtos;
• Grande necessidade em mentir;
• Enurese noturna;
• Grande ansiedade;
• Medos excessivos;
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• Muita insegurança;
• Sono: dificuldade em adormecer sozinho; insónias.
ADOLESCÊNCIA
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Adolescência inicial – 11 aos 14 anos
Adolescência Média – 15 aos 17 anos
Adolescência Final – 18 aos 21 (Esta ultima fase marca o inicio
da idade adulta).
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Para muitos autores, o mal-estar sentido pelos jovens, na sociedade
atual, tem a ver com a indefinição do seu estatuto social.
No entanto, a adolescência não é obrigatoriamente uma fase
perturbada, até porque grande parte dos problemas, são
ultrapassados na passagem de jovem para adulto.
A adolescência não pode ser compreendida sem se ter em
conta os aspetos fisiológicos, afetivos, intelectuais, sociomorais e
cognitivos.
ASPETOS FISIOLÓGICOS
Entrada na puberdade, onde ocorrem mudanças corporais,
principalmente ao nível dos órgãos sexuais, dando a
possibilidade de ejaculação e a menstruação.
Os órgãos sexuais entram em funcionamento e são estas as
modificações que vão marcar a sexualidade adolescente, por
uma genitalidade, e pela capacidade da função reprodutora.
A ossificação da mão que se completa e um aumento do
tamanho do coração.
Ocorrem modificações ao nível dos odores corporais,
nomeadamente o suor.
Acne, seborreia, variações de peso, etc.
ASPETOS AFETIVOS:
As transformações corporais levam o jovem a voltar-se para si
próprio, procurando perceber o que se está a passar, para se
entender mais profundamente como pessoa.
Utiliza diários, isola-se, pode ter devaneios, pintar, tocar
música, chorar, agressividade, mudanças súbitas de humor.
Fecham-se muito sobre si próprios, comunicando pouco com os
adultos.
A incompreensão leva por vezes à vitimização, sendo esta uma
frequente projeção da sua própria dificuldade em se
compreenderem intimamente.
Grande ansiedade, relativamente às mudanças corporais, não
gostando de algumas características físicas: nariz, altura, peso,
rabo, seios, etc.
Assumir a sua imagem corporal, sendo esta a representação
afetiva que se faz do próprio corpo. Esta representação está
relacionada com os afetos gerais de autoconfiança e a
autoestima alta ou baixa que cada um tem. A forma como nos
vemos, o autoconceito e o modo como gostamos de nós
(autoestima) são muito influenciados pelo meio onde vivemos e
a maneira como se é visto e aceite pelos outros.
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ASPETOS INTELECTUAIS
Maturidade intelectual.
Pensamento formal:
Novas perspetivas, exercitar a mente, pôr-se questões,
questionar várias situações, qual a melhor solução, aprender a
criticar, interrogar, etc.
Raciocínio hipotético-dedutivo (consiste na construção de
hipóteses, que serão testadas posteriormente).
Refletir antes de agir
Gosto pela fantasia e pela imaginação
Formação de ideias próprias
Reaparecimento do egocentrismo, mas trata-se de um
egocentrismo intelectual, ou seja, as suas teorias sobre o
mundo aparece como sendo única e correta.
2. FORMAS DE DISCIPLINA
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é difícil encontrar alguém que esteja disposto a aceitar um papel
inferior e submisso na vida, desta forma, as crianças estão
simplesmente, a seguir modelos que existem à sua volta: elas
também querem ser tratadas com dignidade e respeito.
É importante salientar que igualdade, não significa “o mesmo”.
Obviamente as crianças não podem ter todos os direitos que
decorrem de mais experiência, competência e maturidade. Contudo
merecem ter o direito a uma oportunidade de desenvolver as
competências de que necessitam, num ambiente de afabilidade e de
firmeza e não num contexto de culpabilização, de vergonha e de
sofrimento.
O desejo de ser tratado com dignidade e respeito é, uma
mudança positiva na nossa sociedade. Necessitamos, simplesmente,
de tomar consciência da importância desta mudança e perceber que,
hoje, a cooperação baseada no respeito mútuo e na responsabilidade
partilhada é mais eficaz do que o controlo autoritário.
A segunda mudança prende-se com o facto de nas sociedades
de hoje as crianças disporem de menos oportunidades para aprender
a responsabilidade e a motivação. Já não “precisamos” de crianças
que sejam contribuintes importantes para a nossa sobrevivência
económica. Pelo contrário, em nome do amor, afeto, dão-se às
crianças, sem qualquer esforço ou investimento da sua parte, ou
treino de competências é, simplesmente, negligenciado em virtude
dos horários superpreenchidos, ou por outro lado, ainda não se
compreendeu a importância educativa da contribuição da criança, ou
seja, muitas vezes, retiramos-lhe a oportunidade de experienciarem
sentimentos de pertença e o sentido de que são importantes, através
de contribuições responsáveis e, depois criticamo-las por não
desenvolverem sentido de responsabilidade.
É de realçar que as crianças não desenvolvem sentido de
responsabilidade quando os pais e os professores são demasiado
rigorosos e controladores, ou pelo contrário, demasiado permissivos.
As crianças aprendem a ser responsáveis quando disfrutam de
oportunidades de aprendizagem, num ambiente de gentileza, de
firmeza, de dignidade e de respeito.
Desta forma é muito importante sublinhar que a eliminação das
punições não significa que as crianças devam ser autorizadas a fazer
tudo o que querem. Devemos oferecer-lhes oportunidades para
experienciarem a responsabilidade em relação direta com os
privilégios que usufruem.
Como consequência, caso o contrário aconteça, as crianças
tornam-se “recipientes dependentes”, que sentem que a única forma
de conseguir a pertença e o sentido de que são importantes é a
manipulação das outras pessoas, de forma a coloca-las ao seu
serviço. Há crianças que desenvolvem crenças, tais como, “ Não serei
amado, se os outros não tomarem conta de mim.” Outras pensam
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que como não conseguem fazer nada que não suscite vergonha e
sofrimento, então não vale a pena gastar tempo e energia em faze-lo.
Por outro lado, temos crianças que gastam as suas energias,
inteligência e tempo, de forma errada, orientando os seus
comportamentos mais para a manipulação, rebeldia e para a fuga.
Desta forma, estas crianças não desenvolvem as perceções e as
competências necessárias para se tornarem pessoas capazes.
Alguns autores (Glenn & Nelsen, 2002) identificaram “Sete
Perceções e Competências Significativas”, que estes julgam ser
necessárias para o desenvolvimento de pessoas capazes. Elas são:
Perceções fortes sobre as capacidades pessoais. A criança tem
que acreditar que é Capaz;
Perceções fortes de que se é importante nas relações primárias.
“ Eu dou o meu contributo significativo”
Fortes perceções de poder pessoal e de influência sobre a vida.
“Consigo influenciar aquilo que acontece comigo”.
Fortes competências interpessoais. Capacidade de
compreender as emoções pessoais e de utilizar esta
compreensão para desenvolver a autodisciplina e o
autocontrole).
Fortes competências interpessoais. Capacidade de trabalhar
com os outros e de desenvolver amizades através da
comunicação, da cooperação, da negociação, da partilha, da
empatia e da escuta.
Fortes competências sistémicas. Capacidade de reagir aos
limites e às consequências da vida quotidiana com
responsabilidade, flexibilidade e integridade.
Fortes competências de julgamento. Capacidade de utilizar a
sabedoria e de avaliar as situações segundo valores adequados.
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Tipo de interação Características Atitudes
“Estas são as regras a
que tens que te submeter
Ordem sem
e este é o castigo que
liberdade
Severidade receberás pela sua
Ausência de opções
(controlo Excessivo) violação” – Nesta as
“Fazes, porque eu
crianças não são
quero.”
envolvidas no processo
de tomada de decisão.
“Não existem regras.
Estou certo que nos
Liberdade sem
amaremos mutuamente e
Permissividade ordem
de que seremos felizes, e
(ausência de Opções ilimitadas
tu um dia mais tarde,
limites) “Podes fazer tudo o
terás a possibilidade de
que quiseres”.
escolher as tuas próprias
regras”.
“Decidiremos as regras
em conjunto, para
Liberdade com benefícios de ambos.
ordem Também decidiremos
Disciplina Positiva Opções limitadas juntos, as soluções que
(firmeza com “Podes escolher, serão úteis para todas as
dignidade e dentro de limites partes envolvidas quando
respeito) que demostrem surgirem problemas.
respeito para com Quando eu decidir sem a
todos”. tua opinião, usarei
firmeza com bondade,
dignidade e respeito”.
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Dissimulação – “ Da próxima vez, não me deixarei apanhar!”
Autoestima reduzida – “ Sou uma pessoa má”
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que mantem com os outros, bem como a forma como pensam que os
outros os veem.
O comportamento é orientado para uma finalidade
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Dreikun (1974), citado por Nelsen (2002), afirma que não
devemos fazer nada por uma criança que ela consiga fazer sozinha.
Pois quando fazemos demasiado pelas crianças retiramos-lhe a
oportunidade de desenvolverem, através da sua própria experiência,
a crença de que são capazes
Os mesmos autores referem ainda que o primeiro passo no
ensino do interesse social é a criança confiar em si própria. Assim ela
estará pronta a ajudar os outros e a sentir-se extremamente capaz de
o fazer.
Na verdade, nós encontramo-nos numa época de superpais e
super-professores e super-adultos, na qual as crianças aprendem a
esperar que o Mundo as sirva, em vez de estarem ao serviço do
Mundo. Estão são as crianças que pensam que é injusto se não obtêm
aquilo que desejam.
Para contrariar estes ciclos viciosos, devemos então estimular o
interesse social, incluindo as crianças e os jovens na participação de
discussões, regras, opiniões, nas responsabilizações de determinadas
tarefas, bem como a partilha das mesmas.
A partilha de tarefas bem como a estimulação para as
responsabilidades e competências, faz aumentar o sentimento de
pertença, bem como experienciarem o interesse social.
O interesse social através do aconselhamento de pares
O trabalho a pares estimula o interesse social, bem como
fortalece as responsabilidades, aceitação social, sentimento de
pertença e de partilha.
Igualdade
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Outros receiam que as crianças nunca irão aprender a proceder
melhor, se não lhes provocarem medo e humilhação.
Este tipo de comportamento na verdade acontece porque a
grande maioria tem medo e não sabe proceder de outra forma, e
pensa que se não incutir sentimentos de culpa, vergonha, sofrimento,
estará a agir de forma permissiva.
Muitas vezes os adultos encobrem os seus medos, agindo de
uma forma ainda mais controladora.
No entanto, podemos efetivamente utilizar um método, que não
é permissivo, mas motiva as crianças a agir melhor, sem interferir na
autoestima da criança.
Nós, adultos também somos corresponsáveis pelos erros que as
crianças cometem, pois quer dizer que não dedicámos tempo
suficiente à sua formação e estimulação. Assim devemos de ensinar
às crianças que os erros cometem-se e que estes são uma
oportunidade de aprendizagem
Este processo de aprendizagem implica:
O reconhecimento do erro: “Cometi um erro!”
Reconciliação: “Peço desculpa!”
Resolução: “vamos trabalhar juntos na solução”
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As crianças precisam de errar antes de acertar, os erros, os
acidentes, os desajeitamentos são necessários para que se
desenvolvam bem, aprendam, e se sintam confiantes.
Existem algumas estratégias disciplinares que poderão ser
classificadas em três principais métodos:
Métodos Positivos
Métodos Neutros
Métodos Negativos.
Métodos Positivos
São aqueles que promovem o autocontrolo, a responsabilidade,
a cooperação, o reconhecimento dos erros e o impacto que eles
provocam nos outros. Por isso, a forma positiva de disciplinar vale a
pena ser experimentada na educação das crianças.
As estratégias positivas são as que deverão ser privilegiadas
em primeiro lugar, atendendo que são eficazes a curto, médio e longo
prazo, por respeitarem a criança. Alguns dos métodos positivos
englobam os avisos, fazer uma pausa, reparar, pedir perdão, planear,
entre outros.
OS AVISOS
Ajudam a criança a estabelecer limites referentes a atividades
de que não quer prescindir. Avisar antecipadamente a criança da
mudança da atividade que irá ocorrer brevemente, os pais estão a
ajudar a prepará-la para a frustração que daí advêm. “Daqui a 15
minutos vamos ter que arrumar os teus brinquedos para ires para a
cama”. Passado 5 minutos o aviso deverá ser lembrado e finalmente
no último momento é efetuado de forma firme "chegou a hora. Eu
ajudo-te a arrumares as coisas".
Os avisos preparam a criança para os acontecimentos seguintes
e oferecem consistência à tomada de decisão dos pais, fazendo
diminuir a resistência da criança e ajudam a preparar-se para a
mudança. Esta estratégia funciona apenas se for cumprida. Utilizar os
avisos de forma consistente e firme não é o mesmo que usar a
rigidez, o autoritarismo ou as ordens.
FAZER UMA PAUSA
É também conhecido por diversos nomes como fora-de-jogo, o
retiro, a paragem da ação, o tempo de reflexão, o descanso, entre
outros.
De qualquer modo, fazer uma pausa significa sempre um
isolamento breve e imediato, num ambiente inofensivo e seguro. Para
o efeito, poderá ser utilizado uma cadeira, o quarto da criança ou
uma divisão da casa onde não existam muitos estímulos e permita
que a criança se acalme, sem interação dos pais.
A criança para se controlar não precisa de ficar isolada mais
tempo do que o necessário. O período de pausa deverá ser curto e
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proporcional à idade, sendo recomendado um minuto por cada ano.
Assim três anos correspondem a três minutos de pausa.
Depois da criança se acalmar, os pais devem conversar sobre a
situação, calmamente de modo a fazê-la perceber que apesar de a
deixarem sozinha não a estão a abandonar. Porém, uma criança
forçada a sentar-se numa cadeira ou num canto da sala perante os
olhares de um grupo de colegas poderá fazer com que se sinta
humilhada.
OPORTUNIDADE DE REPETIR O COMPORTAMENTO
CORRECTAMENTE
É uma ótima maneira da criança readquirir o autocontrolo e
sentir-se recompensada. Os pais ao ajudarem a criança a fazer as
coisas bem, estarão a dar-lhe uma oportunidade de ser bem-sucedida
e competente.
No entanto, insistir demasiado numa segunda tentativa poderá
fazer que a criança se senta insegura nas suas capacidades. Assim, a
tarefa poderá ser decomposta em pequenos passos, solicitando à
criança para repetir apenas os passos que é capaz de fazer bem e
elogiá-la por isso.
Quando os pais reconhecem o comportamento positivo dos seus
filhos, estes vêem-se como pessoas bem-sucedidas e boas. Esta
autoimagem positiva motivará a criança a cooperar como também lhe
proporcionará mais amor-próprio, confiança e sentido de
competência.
OPORTUNIDADE DE REPARAR
Inclui as consequências das ações, reparar e pedir perdão. As
desculpas e as reparações ajudam a criança a reconhecer os
sentimentos dos outros e a respeitá-los.
As crianças mostram-se muito mais empáticas quando os pais
têm o hábito de chamá-las a atenção para as consequências do seu
comportamento, "vê como ela ficou triste".
Para ajudar a criança a estabelecer a ligação entre o seu
comportamento e a necessidade de reparação, os pais devem
escolher consequências que resultem da má ação. Uma consequência
que não esteja relacionada com a ação poderá tornar-se confusa para
algumas crianças impedindo-as de aprender a lição.
As consequências para serem eficazes devem ser impostas no
momento presente para que a criança compreenda a relação entre a
ação e o resultado.
As consequências escolhidas pelos pais devem afetar
diretamente a criança "até ao almoço se o jogo continuar
desarrumado no sofá, vou ter que guardá-lo no meu quarto até à
noite".
Se a consequência demorar tempo demais (ficar sem o jogo a
semana inteira) a criança acaba por perder o interesse no jogo, o que
deixa de ser um incentivo a um melhor comportamento.
OBTER O PERDÃO
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É o propósito do pedido de desculpas e da reparação. As
crianças ao saberem que podem ser perdoadas, aprenderão a
perdoar-se a si próprias no futuro. O perdão possui um efeito
libertador. O facto da criança se sentir perdoada, cria a esperança e o
incentivo para melhorar o seu comportamento.
O PLANEAMENTO
Ensina a criança a planear e a resolver problemas, além de a
ajudar a aprender a prestar atenção aos seus sentimentos.
Muitos dos comportamentos inadequados da criança são
previsíveis que aconteçam em determinados contextos. As situações
que poderão provocar problemas devem ser discutidas previamente,
no sentido de planear alternativas em conjunto, "eu sei que é difícil
para ti, andares de carro durante tanto tempo. Que coisas podemos
trazer para te manteres distraído?"
O HUMOR
Constitui uma estratégia agradável de ajudar a criança a
assumir o controlo dos seus sentimentos e a alterá-los, modificando
por conseguinte os seus atos.
Pronunciar alguma afirmação com sentido de humor sobre uma
situação que está a aborrecer toda a gente, constitui uma forma de
ver as coisas sob outra perspetiva, impedindo que os problemas
assumam grandes proporções.
Este método faz maravilhas, especialmente com as crianças
mais pequenas. A diversão ou a distração poderá ser uma estratégia
promotora de boa disposição, no sentido de facilitar a cooperação por
parte da criança.
AS ROTINAS
São essenciais na vida das crianças. Desde cedo precisam de
ter horas para comer, dormir, brincar, estar com a mãe e com o pai
etc. A criança habituada às rotinas responde bem a afirmações firmes
como: "agora está na hora de fazer isto...?" ou "agora vamos fazer
aquilo...".
Normalmente as crianças são resistentes a mudanças, pois
precisam de tempo para fazer as coisas num ritmo ordenado.
As rotinas conferem repetição, ritmo, segurança e
previsibilidade. A imprevisibilidade perturba a criança, mantendo-a
em estado de alerta.
MÉTODOS NEUTROS
Poderão ser utilizados pontualmente visto que a sua eficácia é
limitada a curto e a médio prazo. Estes métodos são apenas úteis
algumas vezes e dependem da criança e da situação específica.
São sobretudo indicados quando os métodos positivos se
revelam em parte ineficazes ou quando a situação exige uma
intervenção rápida (por exemplo quando a segurança da criança está
em perigo).
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Exemplos de estratégias neutras incluem a perda de um
privilégio, cancelamento de convites ou adiar atividades agradáveis,
proibir jogos de computador e televisão, ignorar o mau
comportamento etc.
MÉTODOS NEGATIVOS
Dizem respeito a todas as estratégias de disciplina que
prejudicam a médio e a longo prazo a autodisciplina.
Algumas das estratégias negativas eventualmente utilizadas na
educação dos filhos incluem, as ameaças, as humilhações, os gritos e
os sermões, as críticas e os castigos físicos. Estes métodos negativos
desvalorizam a criança, destroem os laços afetivos entre pais e filhos
e, produzem ressentimentos, raiva e hostilidade.
Os sentimentos de inferioridade, rejeição e diminuição da
autoestima induzidos por estes métodos poderão perdurar ao longo
do desenvolvimento da criança, podendo até serem transportados
para a vida adulta, afetando o seu equilíbrio emocional.
Assim sendo podemos concluir que a disciplina é um desafio
para toda a vida e que os alicerces da aprendizagem começam muito
cedo, a partir do momento que o bebé nasce.
As experiências vividas nos primeiros anos de vida são
determinantes para o futuro. Investir na primeira infância é preparar a
criança para a vida. Para que venham a ser pessoas responsáveis,
íntegras, conscientes, participativas e ativas na sociedade e, acima
de tudo que sejam felizes, as crianças devem ser orientadas com
consistência, firmeza, muito carinho e amor.
3. EDUCAÇÃO ESFINCTERIANA
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podem estar relacionadas com a educação esfincteriana inadequado
são as infeções urinárias de repetição, enurese, obstipação, recusa
em ir à casa de banho e a encoprese.
3.1. A aprendizagem da higiene
3.3. ENURESE
3.3.1. Enurese Infantil
A Enurese define-se como a passagem involuntária de urina
para as roupas ou cama, depois de idade em que a criança devia ter
feito a aprendizagem do controlo dos esfíncteres (a idade cronológica
da criança deve ser de no mínimo 5 anos, ou, para crianças com
atrasos do desenvolvimento, uma idade mental de no mínimo 5
anos), e na ausência de outra patologia orgânica.
Para corresponder a um diagnóstico de Enurese, a micção deve
ocorrer no mínimo duas vezes por semana por pelo menos 3 meses,
ou então deve causar um sofrimento ou prejuízo significativo no
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funcionamento social, académico ou outras áreas importantes na vida
do indivíduo
É fundamental relembrar que a enurese é involuntária, pelo que
a criança não deve ser castigada ou culpabilizada. Um ambiente de
ansiedade ou rigor excessivos em relação a este problema podem
tornar-se nocivos e adiar a resolução.
A enurese consiste na micção involuntária a partir de uma idade
na qual já se deveria ter adquirido o controlo da bexiga.
Na ausência de situações adversas, o controlo dos esfíncteres,
quer diurno quer noturno, ocorre, em cerca de 98% das crianças, até
aos 5 anos de idade.
A enurese pode ser noturna (quando ocorre apenas durante o
sono) ou diurna (quando ocorre com a criança acordada). A noturna é
de longe a mais comum. São vários os fatores que contribuem para
esta situação e, geralmente, estão relacionados com a profundidade
do sono, a menor capacidade da bexiga e uma maior produção de
urina durante a noite.
A enurese noturna pode ser considerada de dois tipos:
Primária – Sendo a que ocorre todas as noites;
Secundária - quando se verifica após um período de controlo
prévio, geralmente mais de um ano. A secundária exige a
investigação de fatores orgânicos e emocionais
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lo com a prescrição de um médico especialista na área. Estes
medicamentos fundamentam a sua ação na produção de um efeito
antidiurético.
3.3.3. Enurese na adolescência
Estudos mostram que entre 2 a 5% dos adolescentes
permanecem enuréticos, causando sérios problemas ao nível familiar,
social e de autoestima para a o jovem.
Desta forma, surge a questão “Porque é que alguns
adolescentes ainda urinam na cama?”
Existem várias possíveis para esta questão, nomeadamente:
A predisposição genética (a possibilidade dos filhos terem
enurese aumenta entre 45 a 75 % se 1 ou os 2 pais
(respetivamente) tiveram enurese.
A produção de maior quantidade de urina durante o sono (o
normal é as pessoas produzirem menos urina durante o sono,
por ação de uma hormona chamada Vasopressina. Os jovens
que não produzem esta hormona em quantidade suficiente, a
micção ocorre porque o volume de urina produzido é maior do
que a capacidade da bexiga.
Imaturidade neurológica no mecanismo de acordar ou na
inervação (atividade dos nervos nas funções orgânicas) da
bexiga.
Fator emocional – raramente é fator que desencadeia, mas a
Enurese influência de forma muito negativamente a
personalidade da criança, através de sentimentos de vergonha
e culpa.
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A enurese como já vimos anteriormente, tem tratamento, sendo
este bastante benéfico não só para o jovem, mas também para os
seus familiares.
O controlo noturno da micção significa para o jovem que ele é
competente, que tem controlo sobre seu corpo. Significa que venceu
esta etapa da vida, e rapidamente recupera sua autoestima. Para a
família significa uma vitória, uma etapa vencida na socialização deste
jovem, a certeza de que ele não era doente, somente demorou um
pouco mais para conseguir o controlo noturno da micção.
Para que este tratamento seja eficaz, o jovem e os seus pais
deverão ir a um médico especialista, que após conhecer o histórico da
criança, examina-la e solicitar exames, poderá indicar o tratamento
ideal para cada caso. As opções incluem:
Restrição hídrica - o jovem deve estar motivado, e não ingerir
líquidos 2 horas antes de deitar, até que tenha total controlo
sobre sua micção. Também deve evitar produtos que
contenham cafeína, pois ela é diurética e estimula a contração
da bexiga.
Urinar ao deitar e ao levantar - é essencial criar o hábito de
urinar logo antes de deitar e logo ao acordar, esvaziando
completamente a bexiga.
Recompensa pelas noites secas - A motivação é
importantíssima. Os pais devem valorizar cada dia de vitória,
com elogios, carinhos, demonstrando seu contentamento e
participando ativamente do tratamento.
Treinamento da micção – com exercícios que orientam o
controle do ato de urinar.
Tratamento da obstipação ("intestino preso" ou "prisão de
ventre") – há uma importante correlação entre estes problemas,
e a cura da constipação aumenta a possibilidade de sucesso no
controle da micção;
Alarmes - é a terapia de condicionamento. De noite o jovem usa
o sensor próximo aos genitais, sensível às primeiras gotas de
urina, e que dispara um alarme sonoro fixo na roupa, no ombro,
para acorda-la. O jovem levanta, vai à casa de banho e urina.
Após 3 a 6 meses, criou-se o condicionamento e não precisará
mais do sensor para saber que bexiga cheia é hora de urinar.
Tem alto nível de sucesso, e ausência de efeitos colaterais.
Medicação que diminui a produção noturna de urina, com
ótimos resultados. É útil ao dormir na casa dos amigos, ou
durante acampamentos e viagens. Em menos de 5% dos
pacientes podem ocorrer efeitos colaterais, como náuseas e
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dores abdominais. Só deve ser usado com acompanhamento
médico.
Acompanhamento psicológico - é importante auxiliar o jovem a
não se sentir culpado e recuperar sua autoestima, acreditando
na sua capacidade de vencer.
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enurese, a encoprese é apenas um dos sintomas de um quadro
psicopatológico, pois esta pode aparecer associada a sintomas, tais
como, tiques, manipulações (roer as unhas, sucção no polegar),
gaguez, timidez, medos, birras, delinquência, etc.
Regra geral, não há qualquer doença de base responsável por
este problema. Cerca de 80% das crianças têm história de obstipação
(prisão de ventre) ou de dor a defecar desde há alguns anos.
Os pais ao verem os filhos com as cuecas sujas com fezes,
normalmente líquidas, pensam que o filho tem diarreia, embora o
problema seja exatamente o oposto.
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Outro fator, poderá ser a associação da eliminação com dor e as
experiências aversivas durante a aprendizagem e manutenção dos
hábitos de higiene podem, nalguns casos, ser causa direta.
O que fazer nestas situações? O Primeiro é necessário retirar as
fezes duras que estão no reto. Esta fase pode demorar alguns dias e
em geral só é possível com a ajuda de clisteres. Depois de esvaziado
o reto e toda a parte terminal do intestino é necessário evitar que
esta situação se repita, assegurando a ida diária à casa de banho.
Para isso, poderá ser recorrer a medicamentos, tais com, laxantes
orais, que tornarão as fezes moles e evitarão que a defeção seja
dolorosa. Esta terapêutica deve durar meses até que se tenha
estabelecido uma rotina diária.
É recomendável uma dieta que seja rica em fibras, ou seja, sopa
de legumes todos os dias e saladas. Também é importante que beba
muita água para que as fezes sejam mais moles.
6.6. Tratamento
Uma vez que um terço das crianças têm encoprese porque não
sabem defecar - julgam que está a fazer força para fora quando, na
verdade, estão a contrair o esfíncter e a evitar a dejeção.
A atitude dos pais em relação à encoprese também é um
determinante psicológico muito importante, uma vez que a aquisição
da higiene é um desafio as competências educacionais dos pais. A
atitude dos pais quando é pouco correta e sistemática, ou quando
centra mais a atenção nos insucessos do que nos sucessos da
criança, favorece a emergência destas perturbações.
Por isso, caso a criança apresente regularmente as cuecas sujas
com fezes, mesmo que esta tente disfarçar ou prometa que não volta
a acontecer, os pais não devem zangar-se com a criança, pois esta
não o fez de propósito.
A questão é que é verdadeiramente penoso e embaraçoso para
a criança. Desta forma, os pais, deverão encarar isto com a seriedade
de qualquer problema médico.
7. SONO E PROBLEMAS ASSOCIADOS
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ele é respeitado, principalmente nas grandes cidades. As atividades
crescentes das crianças, obrigações, atividades extracurriculares,
muitas vezes impõem um padrão de sono irregular, insatisfatório, e
em ambientes e condições inadequadas.
É essencial o conhecimento das funções e características do
sono, para que possamos entender melhor os diversos distúrbios de
comportamento da criança decorrentes dos maus hábitos na hora de
dormir e o significado dos múltiplos despertares noturnos.
Segundo estudos polissonográficos (ou exames de sono) e
eletrencefalográficos (exames ao cérebro), o sono normal divide-se
em vários ciclos no decorrer da noite, sendo que cada ciclo dura em
média 90 minutos no adulto e 50 minutos no lactente.
Após cada ciclo de sono é possível o indivíduo passar por um
leve despertar, nem sempre consciente. Este fato normal será
importante na avaliação da criança que acorda muito à noite.
Cada ciclo de sono divide-se em dois tipos fisiologicamente
distintos:
Não – REM - Non rapid eye movements ou “ Movimento não
rápido dos olhos”
REM rapid eye movements, ou "Movimento rápido dos olhos".
Sono NREM
O sono NREM (ou não-REM) ocupa cerca de 75% do tempo do sono e
divide-se em quatro períodos distintos conhecidos como estágios 1, 2,
3 e 4.
Estágio 1:
Começa com uma sonolência. Dura aproximadamente cinco minutos.
A pessoa adormece. É caracterizado por ser semelhante ao do estado
de vigília. Esse estágio tem uma duração de um a dois minutos,
estando o indivíduo facilmente despertável. Predominam sensações
de vagueio, pensamentos incertos. Nessa fase, a atividade onírica
(sonhos) está sempre relacionada com acontecimentos vividos
recentemente.
Estágio 2:
Caracteriza-se por a pessoa já dormir, porém não profundamente.
Dura cerca de cinco a quinze minutos. Nessa fase, os despertares por
estimulação táctil, fala ou movimentos corporais são mais difíceis do
que no anterior estágio. Aqui a atividade onírica (sonhos) já pode
surgir sob a forma de sonho com uma história integrada.
Estágio 3:
Tem muitas semelhanças com o estágio 4, daí serem quase sempre
associados em termos bibliográficos quando são caracterizados.
Nessas fases, os estímulos necessários para acordar são maiores. Do
estágio 3 para o estágio 4, há uma progressão da dificuldade de
despertar. Esse estágio tem a duração de cerca de quinze a vinte
minutos.
Estágio 4:
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São quarenta minutos de sono profundo. É muito difícil acordar
alguém nessa fase de sono. Depois, a pessoa retorna ao terceiro
estágio (por cinco minutos) e ao segundo estágio (por mais quinze
minutos). Entra, então, no sono REM.
O sono NREM tem, pois, um papel revitalizande, sendo
essencialmente um período de conservação e recuperação de energia
física.
Sono REM
O sono REM caracteriza-se por uma intensa atividade registrada
no eletroencefalograma (EEG) seguida por flacidez e paralisia
funcional dos músculos esqueléticos. Nesta fase, a atividade cerebral
é semelhante à do estado de vigília.
Nesta fase do sono, a atividade onírica (sonho) é intensa, sendo
sobretudo sonhos envolvendo situações emocionalmente muito
fortes.
Estudos também demonstram que é durante o REM que sonhos
ocorrem. A fase representa 20 a 25% do tempo total de sono e surge
em intervalos de sessenta a noventa minutos. É essencial para o
bem-estar físico e psicológico do indivíduo
É a fase do sono na qual ocorrem os sonhos mais vívidos.
Durante esta fase, os olhos movem-se rapidamente e a atividade
cerebral é similar àquela que se passa nas horas, em que se está
acordado. As pessoas acordadas durante o sono REM, normalmente,
sentem-se alertas, com maior índice de atenção, ou mais dispostas e
prontas para a atividade normal.
No lactente cada estágio perfaz cerca de 50% do ciclo. A
duração do sono REM vai diminuindo com a idade, chegando a 20%
do sono total no adulto. A partir dos seis meses o estágio não-REM
começa a dividir-se em 4 fases. As fases l e 2 correspondem ao
adormecer, e as fases 3 e 4 ao sono profundo, quantificado pela
dificuldade em se acordar o indivíduo. O estágio REM também
corresponde a um período de sono profundo.
Durante este estágio a pessoa só acorda mediante fortes
estímulos afetivos (p. ex. o choro da criança para a mãe, o ruído do
telefone para o médico, etc.)
A privação do sono REM causa perturbações mentais
significativas, chegando a surto psicótico em sete dias de privação.
Para além destas características, devemos igualmente salientar
que a duração do sono varia com a idade, ou seja:
Um bebé à nascença, dorme cerca de 16 a 18 horas por dia;
Por volta dos 6 meses, dorme entre 14 a 15 horas por dia;
Aos 3/4 anos de idade, dorme 12horas por dia;
Aos 10/12 anos de idade, dorme 10 horas por dia;
Na idade adulta, este dorme cerca de 7 a 8 horas por dia;
E, por último durante o envelhecimento, dormimos cerca de 5 a
6 hora por dia;
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4.1.DISTÚRBIOS DO SONO NAS DIVERSAS FAIXAS ETÁRIAS
4.1.1. Pré-escolar (três a seis anos)
Os problemas mais comuns nesta faixa etária são a relutância a
ir para a cama e os pesadelos. Nesta idade sentem grande prazer em
participar das atividades da família até tarde:
Medos:
Do escuro, de ficar sozinho, de insetos e animais. As sombras
no quarto em meia-luz podem ser interpretadas como monstros, pela
frequente confusão entre fantasia e realidade. O "quarto escuro"
favorece o contato com o "mundo interno" (mundo mental, de
fantasias), por dificuldade de se ver o mundo externo (que está no
"escuro"). Aí a criança passa a entrar em contato com os "maus" e
"bons" pensamentos, sentimentos e fantasias. E são estas fantasias,
inconscientes, que se forem terroríficas, vão provocar os medos,
"projetados" em objetos do mundo externo.
Adaptação social:
Após os três anos, devem-se avaliar causas psicológicas,
ambientais ou orgânicas, e diferenciá-las de fases normais do
desenvolvimento.
Geralmente a partir desta idade (ou mesmo antes), a criança
começa a conquistar o mundo fora do lar.
Nesta adaptação social, início de escolinha, relacionamento com
novos amiguinhos e professores, grandes ansiedades são
mobilizadas. P. ex., a ansiedade de separação pode ser revivida. Os
pais devem apoiar a criança nesta conquista progressiva da
independência, demonstrando satisfação por suas novas conquistas e
encorajando a aquisição de novas habilidades. Os problemas gerais
de adaptação na vida fora do lar também podem ser causa de
distúrbios do sono.
Colocação de limites:
Os filhos de pais que trabalham fora podem querer prolongar o
tempo precioso em que ficam com eles, negando-se a ir deitar. Por
outro lado, os pais, pelo sentimento de culpa de permanecerem
pouco tempo perto de seus filhos, podem ter dificuldades em colocar
limites, agravando o problema.
O ideal é que se organizem para que tenham algum tempo
disponível para a criança, mesmo que curto, mas que seja constante
e previsível. Este tempo deve ser respeitado para ficar realmente com
a criança, e não ser aproveitado para outras coisas, como ler jornal ou
ver televisão, dando-lhe atenção em qualidade, já que não se pode
dar em quantidade.
Esta conduta aumentará a confiança nos pais, podendo contar
com eles, ao menos no horário combinado.
Hiperestimulação:
Evitar televisão, jogos de computador ou consolas e histórias
que provoquem muita emoção, bem como brincadeiras excitantes
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antes de dormir. Dar preferência para atividades relaxantes e avisar a
criança com antecedência de que o horário de dormir se aproxima,
para que tenha tempo de terminar sua brincadeira.
Rituais:
Seja qual for a causa, o pré-escolar normalmente protesta na
hora de dormir. Aumentam os rituais, pedem para contar histórias,
pedem mais abraços e beijos, outro copo com água, solicitam mais
cinco minutos, fazem chantagens, etc. Insistem em dormir na cama
dos pais ou próximo a eles.
Nesses casos, a dificuldade dos pais na execução de sua
autoridade reforça este distúrbio de comportamento, provocando sua
piora. Por outro lado, os pais devem aprender a ter sensibilidade
suficiente para diferenciar as ansiedades e medos genuínos,
frequentes nesta faixa etária, e tranquilizarem a criança.
Pesadelos:
Após os três anos, algumas crianças já relatam sonhos. Os
pesadelos, sonhos carregados de ansiedade, geralmente acordam a
criança. Ocorrem durante o estágio REM do sono, em geral no último
terço da noite. Se forem frequentes podem assustar a criança,
fazendo com que ela tenha medo de ir dormir.
Nestes casos está indicada pesquisar-se as fontes de ansiedade.
Os pais devem suprir as necessidades da criança de diálogo, afeto,
segurança, regularidade dos hábitos de sono e proteção contra
hiperestimulações diversas.
Rotina:
Na hora de dormir, a criança deve ser avisada com
antecedência, para que tenha tempo de guardar os brinquedos,
colocar o pijama, escovar os dentes, urinar.
Estes rituais devem ser encorajados, mas é importante que não
sejam excessivos. A criança deve deitar-se de preferência sempre na
mesma cama, no mesmo quarto, favorecendo a transição vigília sono.
Devemos lembrar, no entanto, que os pais que têm dificuldades
em colocar limites na hora de dormir, com certeza o têm também em
outras situações durante o dia, como na hora de comer, de brincar,
de tomar banho, etc.
Hipersónia e apneias:
Nas crianças que apresentam híper sonolência diurna, deve-se
suspeitar de apneia do sono, embora esta causa seja rara em pré-
escolares, causando vários despertares noturnos.
Os múltiplos despertarem noturnos, interfere com o
crescimento da criança.
Já que a primeira infância e a adolescência são períodos de
crescimento rápido, é possível que necessitem mais desta fase do
sono durante estes períodos de desenvolvimento. Portanto, nas
crianças com défice de crescimento, pesquisar detalhadamente
também os hábitos de sono, além de outras investigações pertinentes
a cada caso.
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O ronco é a tentativa vigorosa em tentar passar o ar através de
uma glote parcialmente obstruída por hipertrofia de amígdalas ou
adenoides. Raramente esta pode ser uma causa das apneias do sono.
4.1.2. Idade Escolar (dos 6 aos 13 anos)
Os distúrbios de sono nesta faixa etária são menos frequentes,
embora possam persistir alguns rituais, ou solicitam a permanência
de alguma luz acesa. As parassónias (são a manifestação noturna em
forma de movimentos anormais durante o sono), resultando na
interrupção do sono.
Vários problemas podem afetar o sono das crianças.
Geralmente, não são graves e passam com a idade, mas é preciso
dar-lhes atenção e ajudar a criança a ultrapassá-los. Muitas vezes, o
melhor remédio é a paciência.
Aparecem nesta faixa etária: insónias, sonambulismo, terror
noturno, sonilóquio (falar a dormir), enurese noturna, bruxismo.
Insónias
As insónias podem ser um problema temporário nas crianças,
muitas vezes associados aos momentos críticos do desenvolvimento.
Muitos outros fatores podem contribuir para um mau dormir, como
qualquer mudança, seja, esta, de quarto, de casa, de colégio ou
escola, alterações na família ou doença.
Sonambulismo
Sonambulismo é definido como um “semi-acordar e andar”. É
de certa forma semelhante ao terror noturno, dado que se fica na tal
zona cinzenta entre o acordar e o não acordar, no final do ciclo não-
REM, equivalente ao sono profundo. Pode também corresponder a
fases de transição de ritmo de sono e a sonhos, e ocorre cerca de
duas horas após o deitar, embora seja variável de pessoa para
pessoa.
Quando se sonha, o corpo fica imobilizado, caso contrário
viveríamos (havendo quem o faça), os sonhos de uma forma viva. Em
algumas pessoas, sobretudo crianças, os mecanismos de
“paralisação”, não estão completamente desenvolvidos, pelo que a
pessoa vive o sonho ou a fase de transição de ciclo vagueando pela
casa.
A criança com sonambulismo é incapaz de comportamentos
complexos como comer lanche na cozinha, escovar os dentes, etc.
Estão de fato em risco de acidentes e devem ser protegidas. O
sonambulismo é mais frequente na infância e diminui na
adolescência, provavelmente devido ao amadurecimento do Sistema
Nervoso Central (SNC). Pode persistir por toda a vida. Indivíduos que
apresentam sonambulismo têm incidência de enurese noturna mais
alta que a população geral.
Os episódios duram segundos ou minutos, ocorrendo nas
primeiras horas de sono. São dificilmente acordados e quando o são,
ou ao despertar pela manhã, existe amnésia do evento. Não é
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considerado fenómeno epilético, embora alguns estudos demonstrem
que o sonambulismo pode estar associado à epilepsia.
Para reduzir o risco de acidente, podemos:
Ter uma luz de presença nos corredores e halls;
Se a criança dormir num beliche, deverá ficar sempre na cama
de baixo;
Proteger as escadas;
Fechar as portas exteriores;
Quando der conta que o seu filho anda pela casa, reencaminhe-
o suavemente para a cama, orientando o percurso, sem falar ou
dizendo um mínimo de palavras possíveis com um voz suave e
carinhosa.
O sonambulismo passa com a idade, mas se piorar é importante
falar com um médico.
Terror noturno
Podem ter início no pré-escolar e persistir até a idade escolar. A
criança sente-se subitamente, com os olhos abertos, fica agitada,
gritando e chorando com expressão de terror. Mostra-se desorientada,
não reconhece as pessoas que estão ao pé de si e podem ainda
referir que estão a ver pessoas estranhas ou animais. Mesmo
estimulado, raramente acorda, e caso acorde só se recorda
confusamente ou não se recorda do episódio.
Dura de 10 segundos a 20 minutos e quando a criança
conseguir acalmar-se volta a dormir calmamente. Durante o episódio
há aumento substancial da frequência cardíaca, e respiratória,
podendo ocorrer ocasionalmente intervalos de apneia.
Nos adultos, geralmente as parassónias associam-se a
distúrbios psicopatológicos.
O terror noturno diferencia-se dos pesadelos, que são sonhos
que causam medo ou ansiedade. Ocorrem com maior frequência que
o terror noturno, sendo mais comuns entre 3 e 8 anos, quando a
confusão entre realidade, fantasia e conteúdo de sonhos é mais
intensa.
Perante episódios de terror noturno, os pais podem atuar de
duas formas:
Apesar de esta não ser muito eficaz, os pais podem tentar que a
criança acorde. Se ela acordar e percecionar os pais, significa que já
rompeu com o estádio anterior e partir daí poderá regressar ao sono,
se bem que possa mostrar medo.
Outra forma, que resulta com bastante frequência é não
acordar a criança e, pelo contrário reencaminha-la para o sono, como
se estivéssemos a contar uma história, como por exemplo, “ e depois
veio o Ruca, ou a Barbie (ou qualquer outro desenho animado que
goste mais), e mais o teu ursinho, e então os maus forma embora e
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foram todos fazer um grande ó-ó porque estavam muito cansados e
foi muito bom.”
Tudo isto em voz “off”, calma e tranquila, ajeitando a criança na
cama e transformando esse momento de completa disrupção numa
reorganização corporal e mental. Passado um pouco a criança está a
dormir.
Pesadelos
Os sonhos acontecem na fase REM do sono, quatro a cinco
vezes em cada noite, mas depende de pessoa para pessoa, do que se
passou durante o dia e da fase de desenvolvimento em que se
encontra.
Alguns sonhos são aterradores. E se a um pesadelo, um “sonho
mau”, como as crianças tão bem designam (porque também há
sonhos bons, reconfortantes, engraçados e que até desejamos que
continuem quando acordamos), se junta um estádio de alerta prévio
mais intenso, então é provável que a criança acorde e se sinta
derreada e com medo.
Desconhece-se o que desencadeia o tipo de sonho. A atividade
cerebral é intensa e pode ser o cruzamento de informação e a
associação de ideias que gera um enredo desagradável. Sabe-se que
certos incómodos físicos, tais como, camas pequenas, dormir sobre
um braço ou uma perna que esteja a magoar, ter a bexiga distendida,
ter frio, podem desencadear sonhos menos agradáveis.
A idade dos pesadelos, começa sobretudo por volta dos três
anos, coincidente com a fase em que a fantasia é mais intensa. Os
sonhos são como filmes, de vez em quando há filmes, “que metem
medo”, e ter um pesadelo de vez em quando é normal. Se estes se
acentuarem e tornarem-se numa rotina, então é sinal que a criança
não está bem, podendo até ser apenas num período de mais stress,
como por exemplo, a entrada ou mudança de escola, mudança de
casa, nascimento de um irmão, a morte de alguém próximo, etc.
Vários autores referem que os estímulos recentes, em termos de
“timing” de ir para a cama, pode influenciar o tipo de sonho. Dito de
outra forma, se uma criança estiver a ver um filme de terror antes de
se deitar, terá mais probabilidades de ter um pesadelo. No entanto,
tudo depende, mais do que o conteúdo, do inesperado e de como a
criança vive a situação.
Ou seja, um filme de terror é inesperado, com cenas em que até
nós próprios não conseguimos antecipar o que vem a seguir. Este é
um fenómeno de insegurança. Outra coisa são as histórias infantis em
que há vilões, desde o lobo mau à bruxa má, em que a criança sabe
“que o bem irá triunfar”.
O que devemos fazer quando uma criança acorda de um
sonho mau?
A criança acorda mesmo e muitas vezes e até consegue
lembrar-se do sonho. É importante a presença dos pais para
testemunhar que “tudo não passou de um pesadelo”. E isso tem que
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ser dito mas, sobretudo, mostrado de uma forma afetiva, com
abraços, beijinhos e muito colinho. Só através do mimo, a criança
consegue libertar-se do medo.
A voz tranquila da mãe ou do pai ajudam muito, mas para isso
não podem estar a pensar em si, na noite interrompida, no trabalho
do dia seguinte ou que já não vão dormir essa noite.
Às vezes é preciso mostrar à criança que não existe nenhum
monstro escondido, mesmo que para isso seja necessário fazer uma
vistoria ao quarto.
E, por último dizer-lhe taxativamente “Tiveste um sonho mau,
foi só um sonho!”. Posteriormente, pode utilizar o boneco ou um
peluche que a criança goste (servindo este de objeto transicional), e
contar uma história, em que tudo vai ser bom e bem mais divertido.
A análise do sonho deverá ficar para o dia seguinte, num
ambiente de brincadeira, do género “Vê lá o que foste sonhar! Sabes
quando era pequenina, um dia sonhei que um elefante tinha saído do
Jardim Zoológico e dava banho a toda a gente com a sua tromba!”.
Convém compreender quando os pesadelos se repetem ou
quando são sempre o mesmo tema, e há algum fator na vida da
criança que lhe possa estar a provocar stress. Se estes persistirem,
será conveniente falar com o pediatra e caso seja necessário ir a uma
consulta de psicologia.
Sonilóquios: (Falar dormindo)
O conteúdo é incompreensível, e não revela segredos como se
acredita. Os sonilóquios apresentam-se em vários graus: desde
murmúrios, palavras isoladas, até discurso claro com frases
coerentes. A voz é monótona, porém com tom mais afetivo. Não tem
significado patológico na criança.
Enurese
Também é um distúrbio do despertar, ocorrendo na fase 4.
Existem dois tipos de enurese noturna: a primária e a secundária.
A enurese primária, é frequentemente um problema familiar,
sugere razões médicas ou orgânicas, como obstruções uretrais em
meninos e uretra ectópica em meninas. É diagnosticada numa criança
maior que cinco anos de idade que até então não tenha conseguido
um controle esfincteriano adequado por um período de pelo menos
um ano.
Por outro lado, na enurese secundária, está frequentemente
relacionada com fatores emocionais. Como outros distúrbios do
despertar, a enurese piora quando a criança sofre algum stresse,
possivelmente porque os stresses emocionais causam mais
despertares durante o sono e com isto, mais oportunidades para
urinar na cama.
Entretanto, o ato de molhar a cama durante o sono profundo
(fase 4) geralmente tem pouco significado simbólico (nem sempre
significa que a criança quer manipular o ambiente, punir os pais ou
externar conflitos sexuais). No entanto, há crianças que
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conscientemente molham a cama quando já acordadas, merecendo
então, interpretações psicológicas.
Portanto, na anamnese, deve-se levar em consideração
detalhes de quando ocorre a enurese, se nas primeiras horas de sono
ou logo ao acordar.
A enurese primária depende do retardo da maturação do
controle esfincteriano.
Na enurese secundária, a criança já teve um controle por pelo
menos um ano, depois volta a urinar na cama. Inúmeras técnicas
comportamentais são tentadas, como diminuir a ingestão de líquidos,
acordar a criança à noite e colocá-la para urinar, etc.
Estas medidas podem funcionar em alguns casos e por algum
tempo, mas é sempre aconselhável a indicação de uma avaliação
psicológica e psicoterapia para a resolução de conflitos emocionais. A
enurese secundária associa-se às vezes a distúrbios da fala,
imaturidade afetiva, crises de birra e desordens de lateralização
hemisférica.
Bruxismo: (ranger de dentes)
É mais frequente no estágio REM, podendo também ocorrer na
fase 2 do estágio não-REM. Pode ocorrer em pessoas normais, mas é
mais frequente em psicóticos.
O tratamento da maior parte das parassónias nesta faixa etária
é somente a orientação dos pais de que é um problema transitório,
não é sério e não requer nenhuma intervenção farmacológica
específica ou psicoterapêutica, com exceção da enurese noturna.
É importante respeitar os hábitos de sono, e se caso seja
necessário, fazer uma sesta após a escola, pois a falta de sono
aumenta a necessidade da fase 4, aumentando assim a frequência
das parassónias. No entanto, estudos mostram que não é
recomendável a sesta durante o dia, quando esta interfere com o
sono noturno.
Quando as parassónias persistem até a adolescência, ou se
iniciarem nela, convém consultar um neurologista para excluir
distúrbio convulsivo.
A ausência de atonia muscular durante o estágio REM,
manifesta-se por extrema agitação durante o sono, principalmente no
último terço da noite. Pode estar associada a tumores ou
malformações vasculares do tronco cerebral, já que esta região
associa-se à inibição do tono muscular durante o estágio REM.
4.1.3. Sono na Adolescência
Na fase da adolescência, o ritmo de sono é diferente. Foi
comprovado cientificamente que o adolescente passa por alterações
hormonais que fazem com que o seu ciclo de sono-vigília fique
alterado. Assim, é comum o adolescente sentir sono durante o
período da manhã e tornar-se alerta a partir do meio da tarde.
Mesmo assim, crianças e adolescentes permanecem
constantemente envolvidos em atividades sociais que são comuns
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entre seus amigos, fazendo com que a regulação do ciclo de sono-
vigília, que já é perturbado naturalmente nestas fases, fique cada vez
mais alterado. Uma boa noite de sono é deixada de lado em prol da
exposição a jogos e salas de bate-papo em computadores; programas
de televisão; passeios e baladas à noite.
Os adolescentes e estudantes jovens não dormem o suficiente.
Vão para a cama cada vez mais tarde apesar dos horários da escola,
permanecerem matutinos. Isto torna-se mais grave quanto é
conhecido que na adolescência há uma maior necessidade de dormir.
Para além da privação de sono alguns desenvolvem uma síndrome de
atraso de desenvolvimento.
A privação de sono em adolescentes tem como principais
consequências:
Sonolência diurna
Mau desempenho escolar
Fadiga
Maior risco de acidentes de carro ou motorizadas
Mau humor, falta de motivação
Maior uso de estimulantes e de álcool
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Stress é a resposta do organismo a determinados estímulos que
representam circunstâncias súbitas ou ameaçadoras. Para se adaptar
à nova situação, o corpo desencadeia reações que ativam a produção
de hormonas, entre elas a adrenalina. Assim o indivíduo fica em
"estado de alerta" e em condições de reagir.
Em segundos as hormonas espalham-se pelas células do corpo,
a respiração e batimentos cardíacos aceleram; sintomas denominados
"reação de luta ou fuga". Ao acalmar-se, o corpo reequilibra- se, o que
não acontece quando os efeitos do stress já são graves.
No fundo Stress é uma reação a qualquer mudança que requer
um reajustamento ou resposta da nossa parte. Podemos controla-lo,
porque afinal, ele tem origem na forma como lidamos e respondemos
às situações “stressantes”.
Há alguns autores que defende, a ideia que uma certa dose de
stress pode ser um bom contributo para se trabalhar melhor. O stress
permite manter as pessoas mais atentas e estimuladas. Por outro
lado, o stress também pode provocar angústia, tensão e receio de
falhar. E quando atinge níveis excessivos, este pode mesmo ser o
maior responsável por situações depressivas
Todos temos stress, mas nem sempre é possível evitar ou
alterar as situações que nos podem causar um excesso de stress.
Sentimo-nos presos e incapazes de alterar este sentimento. Quando o
stress persiste, os seus efeitos criam desarmonia no corpo que
enfraquece, perde resistências e pode adoecer.
As dificuldades de lidar com as pressões do dia-a-dia como
aturar problemas financeiros, questões familiares, violência urbana,
problemas no trânsito, mau relacionamento com colegas de trabalho
ou chefes, possibilitam o aparecimento do stress.
A Organização Mundial de Saúde coloca os problemas
cardiovasculares, sobretudo a hipertensão, em primeiro lugar na lista
das doenças profissionais. Mas logo a seguir, surgem também as
perturbações psíquicas e físicas diretamente relacionadas com o
stress, que atingem mais de 50 por cento dos trabalhadores.
Assim a questão que se coloca é: “De quem será a
responsabilidade?” Uma das possíveis respostas, pode estar nas
exigências arbitrárias e abusivas da atual globalização da economia e
o novo ritmo da nossa vida.
A chave para lidar com o stress é identificar os sintomas e as
causas na sua vida e aprender formas de eliminar e reduzir este
excesso de energia acumulada.
5.2. Causas do Stress
O stress pode ser causado por algo que requer uma adaptação
ou mudança no nosso meio habitual. O nosso corpo reage a estas
mudanças com respostas físicas, mentais e emocionais.
Todos temos os nossos meios de reagir às mudanças, por isso
as causas do stress podem variar de pessoa para pessoa, no entanto,
existem causas comuns, tais como:
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A morte
Multidões
Os congestionamentos de trânsito
Casamento
Gravidez
Prazos
Problemas judiciais
Mudança de emprego
Acidentes
Divórcio
Novo emprego
Reforma
Problemas financeiros
Doenças
Agressões políticas e socais
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Isolamento nos relacionamentos
Sentir uma agitação constante
Fobias e ataques de pânico
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Sinais ao nível Psicológico:
Falta de concentração (parece alheado, distrai-se com
facilidade, …)
Desânimo (triste, sem motivação para realizar as atividades que
antes gostava de fazer, …)
Impaciência (grita ao menor reparo, atira com objetos, …)
2. Fase de exaustão
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Excesso de atividade/ má distribuição do tempo.
Acúmulo de raiva e sentimentos negativos.
Problemas de relacionamento.
Descontrole diante de situações críticas.
Preocupação excessiva.
Falta de descanso e lazer.
Dificuldade de lidar com as perdas
Aprenda a relaxar.
Técnicas cognitivo-comportamentais,
Treino de aptidões sociais,
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Técnicas de relaxamento,
Terapêutica medicamentosa,
Etc.
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9. CRIANÇA SOBREDOTADA
1. Desenvolvimento precoce
3. Criatividade invulgar
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músicas novas, que desenvolve novas figuras, estruturas ou modelos,
que enfrenta e resolve situações problemáticas de forma própria e
invulgar, poderá ser potencialmente talentosa.
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Preferem a complexidade à simplicidade; têm uma forma de
pensamento interdisciplinar, diversidade de interesses e
versatilidade.
Capacidade de atenção e concentração longa e de tal modo
intensa que excluem tudo o que se passa à sua volta - reagem
mal às interrupções.
Grande energia, vivacidade e prontidão, períodos de esforço
intenso voluntário precedendo a invenção - ficam frustrados
com a inatividade e a ausência de projetos.
Manifestam insistentemente desejo de aprender a ler muito
mais cedo de que é vulgar e por vezes conseguem aprender
sem ajuda específica, só através das suas capacidades de
observar e análise; usam facilmente vocabulário complicado e
construções de frases não vulgares.
1. Perfeccionismo exagerado
3. Impulsividade perigosa
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empreendedores, a impulsividade leva-os a não perderem tempo com
detalhes. Quando são aventureiros são práticos, imediatistas e
gostam de correr riscos. Desmotivam-se facilmente quando são
forçados a ritmos mais lentos e se lhes exija um comportamento
tranquilo.
4. Hipersensibilidade emocional
7.1.Qual é a causa?
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Fatores genéticos
Fatores orgânicos adquiridos ou constitucionais: mais
frequente em prematuros; foram observadas alterações
cerebrais de neurotransmissores (dopamina e noradrenalina);
foram também identificadas alterações das dimensões de
certas zonas do cérebro (córtex pré-frontal, gânglios da base);
Fatores ambientais: a PHDA foi associada a exposição a
toxinas, como o chumbo, o álcool, o fumo do tabaco;
1. PREDOMINANTEMENTE DESATENTO
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Evitar, sentir repugnância ou estar relutante em envolver-
se em tarefas que requeiram um esforço mental mantido
(tais como trabalhos escolares ou de casa)
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de falta de atenção e hiperatividade-impulsividade e estiverem
presentes em múltiplas situações (por exemplo, em casa, na escola,
nas atividades extracurriculares).
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Aproximadamente 20 a 30% podem apresentar uma
perturbação da aprendizagem. Na escola podem notar-se dificuldades
na escrita, na matemática ou na dicção. A dislexia é frequente e 8%
podem vir a ter dificuldades na leitura.
Síndrome de Tourette:
Perturbação de Oposição-Desafio:
Perturbação da Conduta:
Ansiedade e Depressão:
Doença Bipolar:
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Abuso de drogas ou álcool:
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interessada em novidades". Para além disso os pais também
"acreditam que o tratamento com medicamentos pode tirar a
espontaneidade do pequeno" (Andrade & Gentile, 2000, p. 31).
Conforme afirmam vários especialistas, em casos leves, o
distúrbio pode ser tratado apenas com terapia e reorientação
pedagógica, pelo contrário "Os casos graves necessitam de
tratamento com medicamentos".
O tratamento poderá ser feito por um período mínimo de dois
anos, mas deve durar até a adolescência, quando os sintomas
diminuem ou desaparecem, graças ao amadurecimento do cérebro,
que equilibra a produção da dopamina (substância presente no
cérebro que transmitem o impulso nervoso de uma célula para outra
no cérebro).
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Aconselha-se igualmente aos pais para não se prenderem
demasiadamente ao problema da hiperatividade da criança;
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aluno, além de acentuar a hiperatividade”. (T0PAZEWSKI, 1999,
p. 57).
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Faça com que a rotina na turma seja clara e previsível, crianças
com TDAH têm dificuldade de se ajustar a mudanças de rotina;
Afaste-as de portas e janelas para evitar que se distraiam com
outros estímulos;
Deixe-as perto de fontes de luz para que possam enxergar bem;
Não fale de costas, mantenha sempre o contato visual;
Intercale atividades de alto e baixo interesse durante o dia, em
vez de concentrar o mesmo tipo de tarefa em um só período;
Repita ordens e instruções; faça frases curtas e peça ao aluno
para repeti-las, certificando-se de que ele entendeu;
Procure dar supervisão adicional aproveitando intervalo entre
aulas ou durante tarefas longas e reuniões;
Permita movimento na sala de aula. Peça à criança para ir
buscar materiais, apagar o quadro, recolher trabalhos. Assim
ela pode sair da sala quando estiver mais agitada e recuperar o
autocontrolo;
Esteja sempre em contato com os pais: anote no caderno do
aluno as tarefas escolares, mande bilhetes diários ou semanais
e peça aos responsáveis que leiam as anotações;
O aluno deve ter reforços positivos quando for bem-sucedido.
Isso ajuda a elevar sua autoestima. Procure elogiar ou
incentivar o que aquele aluno tem de bom e valioso;
Crianças hiperativas produzem melhor em salas de aula
pequenas. Um professor para cada oito alunos é indicado;
Coloque a criança perto de colegas que não o provoquem, perto
da mesa do professor na parte de fora do grupo;
Proporcione um ambiente acolhedor, demonstrando calor e
contato físico de maneira equilibrada e, se possível, fazer os
colegas também terem a mesma atitude;
Nunca provoque constrangimento ou menospreze o aluno;
Proporcione trabalho de aprendizagem em grupos pequenos e
favoreça oportunidades sociais. Grande parte das crianças com
TDAH consegue melhores resultados académicos,
comportamentais e sociais quando no meio de grupos
pequenos;
Adapte suas expectativas quanto à criança, levando em
consideração as deficiências e inabilidades decorrentes do
TDAH. Por exemplo: se o aluno tem um tempo de atenção muito
curto, não espere que se concentre em apenas uma tarefa
durante todo o período da aula;
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Proporcione exercícios de consciência e treinamento dos hábitos
sociais da comunidade. Avaliação frequente sobre o impacto do
comportamento da criança sobre ela mesma e sobre os outros
ajuda bastante.
Coloque limites claros e objetivos; tenha uma atitude disciplinar
equilibrada e proporcione avaliação frequente, com sugestões
concretas e que ajudem a desenvolver um comportamento
adequado;
Repare se a criança se isola durante situações recreativas
barulhentas. Isso pode ser um sinal de dificuldades: de
coordenação ou audição, que exigem uma intervenção
adicional.
Permaneça em comunicação constante com o psicólogo ou
orientador da escola. Ele é a melhor ligação entre a escola, os
pais e o médico.
8. DEPRESSÃO INFANTIL
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A perda de interesse ou prazer quase sempre está presente,
pelo menos em algum grau. Os indivíduos podem relatar menor
interesse por passatempos, "não se importar mais", ou a falta de
prazer com qualquer atividade anteriormente considerada agradável.
8.2. O que é a depressão Infantil?
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A Depressão infantil é caracterizada pela presença dos
seguintes sinais e sintomas, os quais podem se apresentar de forma
mascarada:
Sonolência ou insônia,
Perda de peso
Fadiga excessiva,
Queixas físicas,
Irritabilidade,
Sentimentos de culpa,
Sentimentos de desvalia,
Sentimentos depressivos,
Choro,
Afeto deprimido,
Hiperatividade ou hipoatividade.
Enurese e encoprese
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Muitos fatores podem levar uma criança à depressão. Segundo
os estudos de alguns autores, as causas podem estar relacionadas
com problemas familiares.
Alcoolismo,
Etc.
Episódios Depressivos
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de interesse ou prazer, despertar matinal precoce, várias horas antes
da hora habitual de despertar, agravamento matinal da depressão,
lentidão psicomotora acentuada, agitação, perda do apetite, perda de
peso e perda da libido.
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O Transtorno pode, contudo, comportar breves episódios
caracterizados por um ligeiro aumento de humor e de atividade
(hipomania), sucedendo imediatamente a um episódio depressivo, e
por vezes precipitados por um tratamento antidepressivo.
Ansiedade Generalizada
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Esta categoria inclui :
E exclui:
DISTÚRBIO DA APRENDIZAGEM
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A incidência de problemas emocionais, mais especificamente
depressão, ocorre com certa frequência em crianças no inicio da
escolaridade e normalmente estão associados a outras dificuldades
de comportamento ou académicas.
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Quando a Depressão Infantil, está instalada, uma das
estratégias a usar pelos pais é estimular a criança a brincar,
participar de atividades recreativas e desportivas para que possa
melhorar seu humor e manter contato com outras crianças. Na
Depressão Infantil estas atividades não são contra indicadas, até pelo
contrário devemos estimulá-las constantemente.
9. Criança Isolada
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colegas somente em momentos específicos e sobretudo perante a
necessidade de realização de algumas tarefas (caso contrário, não
estariam aproximadas).
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A dificuldade de socialização, quando a criança não faz
amizades e se acostuma ao isolamento, significa que algo está
errado.
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A educação baseada numa autoridade baseada no respeito
mútuo, leva à construção de uma moral autónoma que consiste em
compreender o porquê das leis que a sociedade impõe e que
devemos respeitar, ou contribuir para modificar, participando com
base no respeito mútuo, no espírito de cooperação, de
responsabilidade social, criando-se assim uma identidade individual e
social devidamente consolidada.
Nos dias de hoje, assistimos aos mais variados tipos de família, tais
como:
Família Nuclear
Família Extensa
Que é composta por pais cujas relações são não só entre pais e
filhos. Uma família pode incluir avós, tios, primos e outros
parentes por sangue ou casamento.
Família Monoparental
Família Homoparental
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abordar algumas estratégias que possam promover essa
aproximação, tais como:
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As famílias devem ser envolvidas nas tomadas de decisão, quer
através da representação dos pais nos organismos da escola em que
esta representação já está prevista, quer em grupos de reflexão-ação
criados para a resolução de problemas que visem a melhoria da
escola. Isto pode ser concretizado se as escolas ajudarem a manter as
Associações de Pais ativas (facilitando espaço físico, reuniões de
coordenação com a direção da escola), procurarem cativar pais de
todos os níveis socioeconómicos e etnias e de diferentes grupos
profissionais que estão presentes na escola a fazerem parte das
Associações e criarem grupos de reflexão sobre problemáticas chave
onde incluam representantes dos pais.
Envolver a comunidade
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envolverem na escola, tais como, horários de trabalho pouco flexíveis,
falta de recursos, preocupações com questões de sobrevivência,
perceção de baixa competência para tratar de assuntos relacionados
com a escola e memórias negativas relacionadas com a sua própria
experiência com a escola.
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ensinos básico e secundário, sendo três os domínios considerados
para a sua intervenção:
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ouvirem e ouvir para as crianças falarem. Lisboa: Guerra e Paz
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DDA/H, DAE, Síndrome de Asperger, Síndrome de Gilles de la
Tourette, Doença Bipolar e outras – Um guia para pais, professores e
outros profissionais. Porto: Porto Editora.
MD.46/0 /PPF 81 de 76
MD.46/0 /PPF 82 de 76