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DOCUMENTO REFERENCIAL DO

PÓLO DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO


AÇU/MOÇORÓ - RN

Coordenação Geral
Francisco Mavignier Cavalcante França (Ambiente de Políticas)

Coordenação do Workshop
Walmir Marques de Andrade Lima (Ambiente de Políticas)
João Nilton Castro Martins (Gerente do Pólo)

Equipe de Elaboração

Antônio Pereira Neto (Ambiente de Políticas)


Ricardo Lima de Medeiros Marques (Consultor - IICA)

Colaboração Técnica

Antônio Renan Moreira Lima (Ambiente de Políticas)


Carlos Antônio Geminiano da Costa (Etene)
Francisco Raimundo Evangelista (Etene)
Maurício Teixeira Rodrigues (Etene)
José Ivan Caetano Fernandes (Ambiente de Implementação)
ÍNDICE

1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................. 3

2. INTRODUÇÃO........................................................................................................ 5

2.1. ESTRUTURA DO DOCUMENTO ............................................................................... 5


2.2. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA REGIÃO SEMI-ÁRIDA .............................................. 7
2.3. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO PÓLO AÇU/MOÇORÓ ........................................... 10

3. DIAGNÓSTICO DOS FATORES ALAVANCADORES E RESTRITIVOS ...... 17

3.1. DISCUSSÃO SOBRE OS TEMAS ESPECÍFICOS ...................................................... 17


3.2. FATORES ALAVANCADORES E RESTRITIVOS ........................................................ 23
3.2.1. INFRA-ESTRUTURA............................................................................................. 23
3.2.2. MEIO AMBIENTE.................................................................................................. 24
3.2.3. PESQUISA E DESENVOLVIMENTO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA ....................... 25
3.2.4. CAPACITAÇÃO, GESTÃO E ORGANIZAÇÃO DOS PRODUTORES.................... 26
3.2.5. PRODUÇÃO E MERCADO DE INSUMOS .......................................................... 27
3.2.6. PROMOÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO................................................................. 28
3.2.7. AGROINDÚSTRIA................................................................................................. 30

4. AÇÕES PROPOSTAS .......................................................................................... 32

4.1. INFRA-ESTRUTURA ...................................................................................... 32


4.2. PESQUISA E DESENVOLVIMENTO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA ............... 32
4.3. MEIO AMBIENTE............................................................................................ 33
4.4. CAPACITAÇÃO, GESTÃO E ORGANIZAÇÃO DOS PRODUTORES.......... 34
4.5. PRODUÇÃO E MERCADO DE INSUMOS.................................................... 35
4.6. PROMOÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO ........................................................... 36
4.7. AGROINDÚSTRIA .......................................................................................... 36

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 38

ANEXOS.................................................................................................................... 39
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 3

1. APRESENTAÇÃO

O Banco do Nordeste, em sua missão de promover o desenvolvimento


sustentável de toda a região Nordeste, elegeu como uma das suas macro-
estratégias a potencialização do desenvolvimento de setores dinâmicos da
economia regional, dentre os quais se assinala a cadeia agroalimentar, com
foco nos pólos agroindustriais.

Não obstante as vantagens comparativas, os investimentos já realizados e os


significativos avanços alcançados em algumas dessas áreas, persistem, ainda,
vários fatores restritivos impedindo que suas potencialidades sejam
plenamente exploradas.

A adoção dessa estratégia objetiva dar sustentabilidade e competitividade às


atividades econômicas, gerando maiores e mais rápidos retornos econômicos
e sociais dos investimentos públicos e privados alocados, contribuindo, assim,
para a redução das desigualdades inter-regionais, interiorização com
desconcentração industrial e, em conseqüência, promoção do bem-estar
econômico e social das populações envolvidas.

Assim, o Banco do Nordeste selecionou áreas dinâmicas da região, a serem


prospectadas durante o biênio 1997/98, sendo o Pólo Açu/Moçoró uma dessas
áreas.

Localizado na região semi-árida do Estado do Rio Grande do Norte, este Pólo


afigura-se como uma das áreas de grande potencial de desenvolvimento da
irrigação e do complexo agroindustrial. O Pólo detém recursos naturais e
vantagens comparativas significativas para seu crescimento e dinamização de
toda a área sob sua influência, pelo que tem atraído o interesse crescente de
governos e de investidores privados, internos e externos, dos vários elos da
cadeia produtiva.

Nesse contexto, surge o presente documento referencial, a partir do qual o


Banco do Nordeste, em parceria com segmentos do Governo, da iniciativa
privada e da sociedade civil organizada, desenvolverá ações que visam
eliminar ou reduzir significativamente os elementos restritivos à expansão da
base econômica produtiva local e regional, tendo como objetivo geral o
desenvolvimento sustentável do Pólo Açu/Moçoró.

Como resultados esperados deste Documento, podem-se destacar:

• aumento da renda da população e conseqüente elevação do nível de


bem-estar;
• aumento significativo da área irrigada;
• redução da taxa de analfabetismo;
• infra-estrutura econômica e social suficiente para dar sustentação ao
dinamismo econômico do Pólo;
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• integração horizontal e vertical das unidades produtivas;


• implantação de um complexo econômico formado pelos setores da
fruticultura e olericultura.
• inserção do Pólo nos mercados consumidores nacional e internacional;
• projetos e empreendimentos sustentáveis nos aspectos: econômico,
social, ambiental e político, no horizonte de tempo adequado;
• tornar a área do Pólo livre de problemas fitossanitários, para atender
às exigências do mercado externo.
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2. INTRODUÇÃO

2.1. Estrutura do Documento

Entendendo o planejamento integrado como um processo dinâmico para o


alcance do desenvolvimento sustentável, o Banco do Nordeste elaborou este
trabalho constituído de seis fases:

1. Conhecimento da realidade do Pólo, envolvendo as etapas de:


a) mobilização das comunidades que integram o Pólo para
realização do trabalho;
b) realização de levantamentos preliminares de dados e estudos
técnicos sobre a área em estudo;
c) identificação das potencialidades naturais e econômicas da
Região, bem como da infra-estrutura existente;
d) identificação dos pontos que se apresentam como obstáculos à
potencialização das atividades de toda a cadeia agroalimentar;
2. Ampliação dos estudos técnicos com a realização de um workshop nas
cidades Pólo de Açu/Moçoró, ocorrido nos dias 20 e 21 de outubro de
1997, contando com a participação de técnicos do Banco, do Governo
do Estado do Rio Grande do Norte, do Ministério do Planejamento e
Orçamento e de outras instituições ligadas ao “agribusiness”(∗)
nacional, especialmente da região Nordeste.
O workshop compreendeu: nivelamento dos presentes com palestras
sobre agribusiness e sobre a metodologia e estratégias de atuação
nos pólos, proferidas por representante do Pensa/USP e do Banco,
respectivamente, e sobre a metodologia de desenvolvimento local,
proferida por representantes de outras instituições, além de visitas
técnicas de grupos de trabalho sobre temas específicos. No final
ocorreu um debate em sessão plenária sobre os resultados das
discussões em grupo.
3. Consolidação dos dados e informações coletadas no evento e
sistematização dos resultados das discussões dos temas
selecionados, o que deu origem a este documento .
4. Realização, prevista para o início de 1998, de outros eventos no Pólo,
os quais terão como objetivo a apresentação do presente documento
referencial ao Governo do Estado e às lideranças econômicas,
políticas e sociais. Nestas oportunidades serão também firmados os
compromissos de apoio governamental, bem como do engajamento

(∗ ) “Agribusiness” - Negócio agropecuário que corresponde à soma total de operações de


produção e distribuição de suprimentos(insumos), operações de produção nas unidades rurais
e o armazenamento, processamento e distribuição dos produtos e itens produzidos por ele.
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dos demais órgãos, da sociedade civil organizada e dos agentes


produtivos atuantes nos municípios do Pólo.
5. Criação da gerência do Pólo, da equipe de articulação e da equipe
executiva local, em conformidade com a metodologia proposta pelos
documentos do Plano Brasil em Ação.
6. Execução dos trabalhos pela sociedade local, pelas instituições
públicas envolvidas e pelos agentes produtivos, sob a coordenação de
um gerente indicado pelo Banco do Nordeste.
Os estudos técnicos do Banco e de outras instituições levantados, juntamente
com as informações colhidas no workshop, serviram de base à elaboração
desta proposta.
O caráter multidisciplinar e multiinstitucional adotado e a participação
democrática de todos os agentes da comunidade nas discussões permitiram
gerar um documento que reflita a realidade do Pólo e a indicação das ações
voltadas para o desenvolvimento da região. Estiveram presentes
representantes das seguintes instituições:

l Banco do Nordeste do Brasil S.A.


l Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
l Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio Grande do
Norte(Eparn).
l Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia
Legal(MMA/SRH).
l Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO).
l Programa de Estudos dos Negócios do Sistema Agroindustrial –
Universidade de São Paulo (Pensa/USP).
l Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).
l Secretaria de Agricultura do Estado do Rio Grande do Norte.
l Secretaria do Planejamento do Estado do Rio Grande Norte.
l Secretaria Especial do Governo do Rio Grande do Norte.
l Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae).
l Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
l Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do
Norte(Emater-RN).
l Sistema Nacional de Empregos (Sine).
l Escritórios Privados de Elaboração de Projetos.
l Prefeitura Municipal de Moçoró (RN).
l Prefeitura Municipal de Açu (RN).
l Prefeitura Municipal de Baraúna(RN).
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l Prefeitura Municipal de Upanema(RN).


l Lideranças políticas (vereadores e prefeitos).
l Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama).
l Escola Superior de Agricultura de Moçoró (Esam).
l Representantes do setor produtivo local como: Frunorte, Maisa e
Fazenda São João.
l Associação dos Produtores de Frutas do Rio Grande do Norte.
l Agentes produtivos da área comercial.
l Produtores rurais isolados (10 representantes).
l Associações e cooperativas.
l Organizações não governamentais.
l Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Moçoró (RN).

Naquele encontro de trabalho foram abordados diversos aspectos da realidade


do Pólo, levantando-se fatores alavancadores e restritivos que afetam sua
sustentabilidade, identificando-se, também, as possíveis contribuições de cada
agente para a consecução dos objetivos propostos.
Para a sistematização dos temas, o público-alvo do encontro foi dividido em
equipes multidisciplinares e multiinstitucionais que abordaram questões
relativas a: Infra-Estrutura; Meio Ambiente; Pesquisa e Desenvolvimento;
Capacitação e Organização; Produção e Mercado de Insumos; Promoção e
Comercialização e Agroindústria.

A promoção do encontro de trabalho em Açu/Moçoró e, em continuidade, o


desenvolvimento de ações para implementação da presente proposta refletem
a decisão do Banco do Nordeste de construir, de forma ágil e efetiva, soluções
para os problemas regionais, em articulação com a sociedade civil organizada,
demais órgãos governamentais e iniciativa privada.
Nesse sentido, cabe registrar a valiosa contribuição dos participantes do
primeiro workshop de Açu/Moçoró, responsáveis diretos pelo sucesso dos
trabalhos.

Para os desdobramentos deste documento referencial, faz-se também


imprescindível o trabalho conjunto do Banco e de todos os parceiros
envolvidos com o processo de desenvolvimento sustentável do Nordeste e,
em particular, de Açu/Moçoró, uma vez, que para a superação dos obstáculos
ao desenvolvimento da área, exigem-se diferentes competências e recursos.

2.2. Características Gerais da Região Semi-Árida

A zona semi-árida do Nordeste brasileiro está situada na parte mais oriental do


continente sul-americano. Essa região tem uma população de,
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aproximadamente, 17,0 milhões de habitantes e apresenta como


características naturais definidoras: a pluviosidade baixa e irregular, em torno
de 750 mm/ ano, em média, concentrada em uma única estação de 3 a 5
meses, com ocorrência de períodos agudos de estiagem, quando a
precipitação pluviométrica cai para cerca de 450 - 500mm/ano em algumas
zonas; temperaturas altas, com taxas elevadas de evapotranspiração e
balanço hídrico negativo, durante parte do ano; insolação muito forte (2800
horas/ano), aliada à baixa umidade relativa; solos oriundos de rochas
cristalinas, predominantemente rasos, pouco permeáveis, sujeitos à erosão e
de razoável fertilidade natural ; predominância da vegetação de caatinga, que
abrange cerca de 1,0 milhão de km2 e com sucessão de vegetação indicativa
de processo de degradação ambiental.

Integram esta zona cerca de 900 municípios do Nordeste que correspondem


a mais de 50 % do total territorial da Região.

Predomina nas condições edafoclimáticas do semi-árido a exploração agrícola


de sequeiro de alto risco, instável e de baixa produtividade.

Semelhante ao espaço nordestino, onde coexistem regiões distintas, no sertão


semi-árido o quadro geral também não tem nada de homogêneo, apresentando
diversas áreas naturais, onde mudam os solos, a vegetação e até o clima,
influindo nas atividades econômicas locais.

A zona definida como semi-árida divide-se nas áreas naturais chamadas de:
Caatinga, Sertão, Seridó, Carrasco, Cariris Velhos, Curimataú e parte Norte do
Estado de Minas Gerais. Afora essas zonas naturais, o semi-árido possui
ainda outras áreas que são consideradas enclaves, por apresentarem
características especiais formadas por solos sedimentares ou cristalinos
profundos, relevo plano e suave ondulado com excelentes características para
a agricultura. Estas áreas são:

a) as áreas de vales de rios intermitentes perenizados por água de açude


como os rios Acaraú, Curu, Jaguaribe e Piranhas-Açu; as áreas de
vales de rios perenes como o Parnaíba/Gurguéia e o rio São
Francisco;
b) as áreas de serras úmidas como a Ibiapaba, Araripe, Baturité e
Borborema;
c) áreas secas de solos férteis como Irecê, serra do Apodi e serra do Mel.
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FIGURA 1
LOCALIZAÇÃO DO PÓLO AÇU/MOÇORÓ - RN

Pólo de
PI Açu/Moçoró

MA CE

RN

PB

PE

AL

SE
BA

MG

Em algumas dessas áreas se encontram localizados os pólos de


desenvolvimento do semi-árido. Existem, neste espaço, áreas potencialmente
aproveitáveis, onde se tem bom suprimento de recursos hídricos (água
armazenada, água no subsolo, rio perene ou perenizado, etc.) e solos
profundos, bem drenados, que podem ser explorados com tecnologia da
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irrigação. São áreas para serem cultivadas com uma agricultura mais
tecnificada, baseada na horticultura(fruticultura e olericultura), de modo a
maximizar os recursos de solo e água, com vistas à obtenção de altas
produtividades, economicidade das explorações e estabilidade dos
empreendimentos.
Tendo por base a disponibilidade de recursos naturais, a região semi-árida de
Açu/Moçoró do Estado do Rio Grande do Norte, no contexto da economia
regional, tende a cumprir as funções econômicas básicas a saber:

a) pólo de fruticultura irrigada, com potencial para diversificação e


produção em larga escala de frutas para exportação;

b) pólo agroindustrial processador de frutas e hortaliças.

A exploração racional de todas as potencialidades da região semi-árida de


Açu/Moçoró com a fruticultura irrigada, a existência de mão-de-obra
abundante, razoável capacidade empreendedora dos produtores e mobilização
associativa das comunidades, aliadas à farta disponibilidade de recursos
naturais, são fatores de atração de agroindústrias, favorecendo o
estabelecimento das cadeias de produção de frutas e olerícolas.

A visão sistêmica do agribusiness gera maior agregação de valor à produção


local, permitindo incrementos expressivos no nível de emprego e de renda,
contribuindo para o desenvolvimento sustentado da região.

2.3. Características Gerais do Pólo Açu/Moçoró

O Pólo Açu/Moçoró compreende os município de: Moçoró, Açu, Baraúna,


Carnaubais, Upanema, Ipanguaçu, Alto do Rodrigues, Afonso Bezerra,
Pendências, Serra do Mel e Itajá (vide anexo 1), tendo como centros urbanos
mais dinâmicos as cidades de Moçoró e Açu. Estando situado no extremo
oeste do Estado do Rio Grande do Norte, este Pólo se caracteriza pela
produção de frutas e olerícolas irrigadas, predominando as cucurbitáceas
como melão e melancia. A irrigação, entretanto, passou a pesar no cômputo
geral em face da existência de duas grandes bacias hidrográficas na Região,
formada pelos rios Piranhas e Apodi, bem como outras bacias de menor porte,
como a do rio Moçoró. O grande potencial hídrico do Pólo é representado pela
oferta de 2,4 bilhões de metros cúbicos de água acumulada na barragem
Armando Ribeiro Gonçalves, no rio Piranhas, parte dela utilizada para
irrigação no Projeto Público do Baixo Açu.
Os principais dados sócio-econômicos do Pólo de Desenvolvimento Integrado
Açu/Moçoró são apresentados no Anexo 2.
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FIGURA 2

EM AÇÃO

PÓLO
AÇU / MOÇORÓ

Serra do Mel
Moçoró
Baraúna Carnaubais
Alto Rodrigues
Pendências
Upanema Afonso Bezerra
Ipanguaçu
Açu Itajá
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A tendência, no entanto, é o aproveitamento, também, da água subterrânea


para irrigação, cujo aqüífero cobre os municípios da Chapada do Apodí, onde
se destacam os aqüíferos aluviais Calcáreo Jandaíra, Formação Barreira e
Arenito Açu. Muito antes da irrigação pública chegar à região com o Projeto de
Irrigação do Baixo Açu, os produtores locais já tinham iniciado a exploração
hortícola usando como fonte de abastecimento d´água para irrigação os poços
profundos, de boa vazão e com água de excelente qualidade e baixa
manutenção.

Quanto ao potencial dos solos, estima-se que esteja acima de um milhão de


hectares, dos tipos I e II, segundo a classificação usada pela Embrapa, nos
municípios do Pólo. Os tipos de solos mais comuns encontrados são os
cambissolos eutróficos, os latossolos, os podzólicos e as areias quartzosas.

Plantio de Melão Irrigado em Baraúna – RN

O clima é quente e seco, com precipitação média de 600 mm/ano, umidade


relativa de 65%, temperatura média de 28 graus centígrados. As precipitações
concentram-se nos meses de março a maio.
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Tomate Irrigado em Açu – RN

A partir de certo tempo, a região tornou-se conhecida como a maior produtora


de melão no Brasil e uma das mais importantes produtoras de frutas, de uma
forma geral. Aproveitando-se da isenção fiscal de ICMS proporcionada pelo
governo do Rio Grande do Norte, diversos empresários se instalaram na área,
criaram empresas que hoje são conhecidas no Brasil e no exterior. Em relação
à cadeia comercial, alguns empresários do Pólo Açu/Moçoró possuem o seu
domínio, chegando, inclusive, a manter contratos internacionais para o ano
todo.

A grande vantagem do Pólo Açu/Moçoró é sua proximidade e eqüidistância


dos centros consumidores de Fortaleza, Natal, João Pessoa e Recife. Como
ponto positivo de logística de transporte para exportação, pode-se citar sua
proximidade do porto de Mucuripe em Fortaleza, do futuro porto de Pecém
(200 a 250 km de distância) e do porto de Natal e de Recife/Suape (350 km).

Em termos de área plantada pela iniciativa privada sobressaem as culturas de


melão, banana, coco, cajueiro e outras. Atualmente a área de irrigação pública
no Baixo Açu é de 5.500 hectares, mas há uma expressiva área de irrigação
privada que está em franca expansão.

O aproveitamento dos produtos é feito por agroindústrias de pequeno, médio e


grande porte. A maior concentração se dá no aproveitamento para polpa de
frutas, sucos e castanha de caju.
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Melão Irrigado em Baraúma - RN

As potencialidades do Pólo Açu/Moçoró podem ser ainda evidenciadas pelos


seguintes fatores:
a) satisfatória infra-estrutura hídrica, energia elétrica e gás natural,
estradas pavimentadas, telefonia, etc.
b) proximidade dos principais mercados consumidores do Nordeste e do
exterior;
c) disposição e vontade política do governos federal e estadual de
investir no setor de infra-estrutura da região;
d) eqüidistância dos principais portos do Nordeste;
e) inserção da região em área contemplada com recursos do FINOR e
FNE;
f) disponibilidade de terras irrigadas em perímetros públicos para serem
ocupadas por agricultores profissionalizados e empresários;
g) tecnologia disponível para exploração da produção de frutas e
hortaliças;
h) mão-de-obra disponível, parte dela com razoável nível de qualificação;
i) topografia plana possibilitando a mecanização agrícola e o emprego de
alta tecnologia;
j) organização dos produtores rurais em associações;
l) investimentos realizados pela iniciativa privada na produção de frutas
com alta tecnologia, especialmente as culturas de melão e de
melancia;
m) acesso já estabelecido dos produtores locais aos mercados nacional e
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internacional
n) vocação do Brasil para ser supridor mundial de frutas tropicais;
o) ampla possibilidade de cultivos de espécies de frutas e hortaliças;

Apesar das potencialidades identificadas, a região apresenta pontos de


estrangulamento de caráter geral. Nos capítulos seguintes deste documento
serão analisados, com maior profundidade, os fatores alavancadores e
restritivos do Pólo Açu/Moçoró, bem como as ações recomendadas para
potencializar seu desenvolvimento.
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 16

FIGURA 3
Pólo Açu/Moçoró x Principais Mercados

EUROPA
ESTADOS
UNIDOS

ÁSIA
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 17

3. DIAGNÓSTICO DOS FATORES ALAVANCADORES E RESTRITIVOS

3.1. Discussão Sobre os Temas Específicos

INFRA-ESTRUTURA

O grande problema enfrentado pelo Pólo Açu/Moçoró refere-se à questão das


estradas, tanto as federais como as estaduais, principalmente no período das
chuvas e após estas, quando ficam completamente esburacadas, onerando a
produção e comprometendo o transporte de frutas e hortaliças.

As ferrovias estão em condições precárias, necessitando de recuperação e


modernização.

O aeroporto de Moçoró não possui estrutura para operar com aeronaves


cargueiras de maior porte para o transporte de frutas, considerado essencial
ao escoamento rápido e seguro, nos períodos de entressafra nos mercados
externos, constituindo-se uma alternativa para os exportadores. Há, portanto,
necessidade de ampliação e modernização do aeroporto local.

Outro problema grave diz respeito aos deficientes sistemas de energia elétrica
e telefonia (rural e urbana). Mencionadas infra-estruturas são essenciais ao
bom funcionamento do parque agroindustrial, à comunicação rápida e, em
síntese, à competitividade dos empreendimentos.

Existem ainda problemas relacionados com armazenagem, packing houses,


câmaras frias e aqueles referentes à qualidade de vida e ao progresso social,
como escolas, abastecimento d´água, serviços de saúde, saneamento básico,
destacando-se os problemas de esgotamento sanitário e tratamento de
resíduos líquidos e sólidos.

O Pólo Açu/Moçoró tem, como uma de suas vantagens, a proximidade dos


grandes centros consumidores do Nordeste. A maior distância para Fortaleza é
de 350 km, estando os grandes centros produtores a menos de 400 km Natal.
A região é bem servida pela rodovia BR 304, que se encontra em estado
regular a bom, nos sentidos Moçoró a Natal e Moçoró a Fortaleza.

As considerações acima mostram que existe uma série de marcos críticos que
impedem o desenvolvimento completo do Pólo e requerem investimentos
maciços como forma de viabilizar a produção e a comercialização.
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MEIO AMBIENTE

Nesta questão, o Pólo Açu/Moçoró requer uma atenção redobrada, em face da


ação intensiva do homem para a exploração econômica dos recursos naturais,
que tem colocado em risco o meio ambiente, destacando-se o uso de
agrotóxicos sem os cuidados devidos, o desmatamento sem acompanhamento
e autorização do órgão responsável, a salinização dos solos, a sobreutilização
das águas dos aqüíferos subterrâneos e a poluição causada pela urbanização
desenfreada.

No Pólo Açu/Moçoró, a ação antrópica com o uso intensivo dos solos com a
irrigação já está causando impactos sobre o meio ambiente. A introdução
intensiva de espécies exóticas de frutas e hortaliças deu lugar ao surgimento
de pragas e doenças que antes não existiam na área, necessitando constantes
tratamentos fitossanitários.

O desmatamento de grandes áreas para serem irrigadas constitui um sério


risco à flora e fauna, podendo desobstruir a passagem do vento, causando,
assim, problemas nas culturas.

O uso excessivo de água provoca a salinização dos solos, principalmente os


aluviais, a erosão laminar causa o assoreamento dos canais de drenagem que
levam as águas para os leitos dos rios, alterando o regime hidrológico.

Todos esses aspectos são acompanhados de um serviço pouco eficiente, por


parte dos órgãos responsáveis pela fiscalização.

Por fim, a intensificação da urbanização causada pela atratividade das áreas


de economia dinâmica sem investimentos compatíveis com o afluxo humano
acarreta o lançamento nos rios de esgotos sanitários sem tratamento e a
poluição causada pelo lixo urbano etc.

Por outro lado, esse processo contém aspectos positivos ao transformar solos
anteriormente considerados como marginais ou improdutivos em solos
economicamente aproveitáveis; a introdução de tecnologias modernas; a
geração de grande quantidade de empregos diretos e indiretos; a implantação
de agroindústrias; a diversificação e dinamização de centros urbanos; a
geração de toda uma gama de serviços correlatos e, principalmente, a
elevação da renda “per capita”.

Diante do exposto, faz-se necessária a implementação, pela sociedade civil


organizada, pelas entidades govenamentais e não-governamentais, de ações
que maximizem o aproveitamento das potencialidades existentes,
paralelamente e de providências que minimizem as conseqüências danosas do
desenvolvimento econômico ao meio ambiente.
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 19

PESQUISA E DESENVOLVIMENTO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA

Os problemas de Pesquisa e Desenvolvimento e Assistência Técnica no Pólo


em apreço são semelhantes aos que ocorrem nas diversas áreas irrigadas do
Nordeste. Os recursos materiais e humanos, além de poucos, são mal
distribuídos.

Evidentemente, essa constatação não invalida nem desqualifica os enormes


esforços dos técnicos que estão na labuta diária e dando o melhor de si para
atender à demanda crescente por novos materiais genéticos, adaptação de
novas variedades ao solo e ao clima da região, voltadas para atender às
exigências do consumidor. Muitas vezes se observa certa falta de sintonia
entre o que os técnicos pesquisam e o que as classes trabalhadoras e
empresariais demandam.

No geral, não há uma ação coordenada da pesquisa para que atenda às


demandas da iniciativa privada, com respostas bastante positivas.

Irrigação é uma atividade de forte componente tecnológico. Países que


desenvolveram programas de irrigação sem avanços em pesquisa apresentam,
atualmente, grandes problemas tecnológicos, com reflexos bastante fortes
sobre a rentabilidade dos negócios, o meio ambiente e as condições de vida
das populações envolvidas.

De fato, nunca foi realizado um programa permanente e consistente de


pesquisa em agricultura irrigada no Estado. No início do programa de irrigação
do Dnocs, a pesquisa era um item considerado e cada um dos perímetros
irrigados tinha uma estação experimental. Isso porque havia consciência dos
idealizadores do programa quanto à importância e necessidade de geração e
adaptação de tecnologia para as principais culturas às condições locais de
solo, clima e manejo.

No entanto, as pesquisas conduzidas em tais estações experimentais não


passaram de simples introdução e competição de variedades. Estudos que
contemplassem parâmetros de irrigação, calendários de rega, manejo de água
e solo e interações água x fertilizantes, para citar alguns, não foram
realizados, e se o foram, a sua modéstia não permitiu que os resultados
fossem aplicados. Além disso, há necessidade de avanços da pesquisa na
área de mercado e gestão.

A assistência técnica pública apresenta sérias dificuldades, funcionando sob


condições extremamente precárias, por falta de definição de prioridades, por
ausência de programas de treinamento e capacitação e por falta de renovação
de pessoal. (Souza, 1994.)

Além do mais, a demanda por assistência técnica é, muitas vezes, maior que a
capacidade de atendimento da Emater. Por mais que melhorem as condições
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 20

da empresa, a dinâmica da irrigação é tão grande que somente o incentivo à


implantação de empresas privadas vai sanear as necessidades desses
serviços.

CAPACITAÇÃO, GESTÃO E ORGANIZAÇÃO DOS PRODUTORES

A agricultura irrigada e, principalmente, a agricultura irrigada com fruticultura


requer um nível de especialização bastante elevado. Os complexos processos
de produção e comercialização necessitam de profissionais especializados no
campo da assistência técnica e de produtores bastante capacitados. A prática
da agricultura irrigada com pessoas inabilitadas compromete o uso dos
recursos de solo, água e a própria sobrevivência dos trabalhadores e
produtores rurais.

No caso do Pólo Açu/Moçoró, existe a Escola Superior de Agricultura de


Moçoró(Esam), que tem dado grande contribuição na especialização da mão-
de-obra rural, notadamente na formação de técnicos de nível superior.

Quanto à gestão e à organização, o Pólo ainda tem muito a evoluir, como


todos os demais, apesar das experiências de longos anos. Os modelos de
gestão e organização implantados, baseados em cooperativas e associações,
têm claudicado pela falta de treinamento constante de mão-de-obra, nos
aspectos técnicos e gerenciais, e de uma definição clara de competências
entre os diversos atores.

Nos perímetros públicos predominou a ênfase nas estruturas de engenharia


hidráulica e de irrigação, com pouco destaque na preparação adequada do
material humano. Não ocorreu, nesses anos, o fortalecimento de estruturas
organizacionais em condições de construir seu próprio desenvolvimento e
condições de assumir a gestão dos seus negócios, predominando ainda uma
forte dependência do Governo Federal.

Somente em anos mais recentes é que está ocorrendo uma mudança de


atitude, diante da emancipação dos perímetros, ou seja, transferir aos
irrigantes todas as obrigações e a administração desses empreendimentos.
No novo modelo de gestão, o distrito de irrigação é o responsável pelo
bombeamento, operação e manutenção da infra-estrutura de uso comum. As
cooperativas e as associações são responsáveis pela produção e
comercialização, juntamente com as empresas privadas.

Por essa razão, é indispensável um elevado grau de profissionalismo e


capacitação técnica e gerencial dos produtores e de suas organizações para a
inserção competitiva desses empreendimentos e de seus pares no mercado
global. A capacitação não deve restringir-se à produção, mas deve ser
enfatizada nos aspectos de pós-colheita e de gestão.
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 21

PRODUÇÃO E MERCADO DE INSUMOS

O Pólo Açu/Moçoró vem se destacando pelo elevado nível de produção,


principalmente de frutas e de castanha de caju, e do grande crescimento dos
mercados para produção industrial de insumos e equipamentos agrícolas,
transportes e de produtos industrializados. Diversas firmas especializadas em
produtos agropecuários têm-se instalado na Região atraídas pelo uso intensivo
desses produtos na produção. A conseqüência disso é que, ao substituir uma
agricultura atrasada por uma de padrão tecnológico superior, aumenta-se a
produção e a renda, são estabelecidos novos canais de comercialização e
instalam-se as agroindústrias.

O melão é o principal produto de exportação do Rio Grande do Norte e


responde por 95% da produção nacional.

Na tabela, a seguir, mostra-se a evolução da área irrigada e da produção do


melão no Estado, onde a região do Pólo é a maior produtora.

ÁREA COLHIDA E QUANTIDADE PRODUZIDA DE MELÃO NO RN 1989 a


1992
ANO 1989 1990 1991 1992

ÁREA COLHIDA 1.071 1.628 2.433 2.296


QUANT.PROD.(t) 14.130 23.896 32.019 33.833
Fonte: Anuário Estatístico do Rio Grande do Norte, 1993, SEPLAN/IDEC

PROMOÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO

Este tema, sem diminuir a importância dos demais que interagem de forma
sistêmica, é, certamente, um dos mais importantes no contexto da agricultura
irrigada.

Embora os estudos indiquem que há franca demanda para quase todos os


produtos, o fato de os produtores plantarem sem sinalizações adequadas de
mercado, sem o conhecimento dos canais de distribuição e sem a percepção
da sofisticada dinâmica que o envolve, têm gerado sérios transtornos na etapa
de comercialização.

Os produtores têm de se organizarem para acessar esses mercados de forma


contínua e segura. A organização pressupõe a criação de condições
apropriadas, a utilização de metodologias e sistemáticas que permitam fazer
avaliações precisas, sinalizar adequadamente aos agentes produtivos as
condições e tendências de mercado, orientando-os na tomada de decisões
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 22

quanto à escolha e definição do plano de culturas, época de colheitas e


volume de produtos a colocar no mercado.

Uma das ferramentas que mais ajudam na abertura e ampliação de mercados


é o uso do marketing, com a divulgação e promoção de nossos produtos e
atração de investimentos. Com essa ferramenta abrem-se grandes
perspectivas de comércio, especialmente para frutas. Os especialistas em
fruticultura têm afirmado que existe tendência de mercado internacional para
as frutas exóticas como: graviola, goiaba, cajá, caju irrigado, dentre outras.
Pode-se, portanto, incrementar o marketing desses produtos no mercado
internacional e abrir um grande nicho de comércio.

A questão do mercado não deve ser encarada num enfoque estático, mas sim
como extremamente dinâmico, que sofre mudanças em grande velocidade,
uma realidade que tende a acentuar-se, diante dos avanços tecnológicos da
informação. Assim, os estudos de mercado devem contemplar variáveis e
apresentar "n" alternativas num contexto estocástico, que potencialize acertos
e minimize erros, bem como elementos complementares, incluindo-se a
experiência de agentes que tenham tradição no acompanhamento de
mercados.

Deve-se montar uma estrutura mínima de técnicos, produtores e empresários


que realizem estudos constantes das tendências de mercado e desenvolvam
políticas de marketing, estabelecendo-se os elos das cadeias comerciais.
Dentro desse escopo se procurará identificar as diversas cadeias comerciais
dos diversos produtos, suas interligações e interseções, de forma que se criem
alternativas de comercialização para um leque de produtos, com maiores
chances de se obterem satisfatórios níveis de preços ao produtor.

AGROINDÚSTRIA

A agroindústria em geral se instala onde há disponibilidade de matérias-primas


para processamento, como no caso dos projetos de irrigação.

Com a implantação de agroindústrias, abre-se um mercado adicional para os


produtos oriundos da irrigação, possibilitando a maximização da renda do
produtor pela agregação de valor aos produtos, criando-se empregos estáveis
e bem remunerados, além de interiorizar o desenvolvimento.

No Pólo Açu/Moçoró, o processamento agroindustrial das frutas está


começando, como no caso das agroindústrias de polpas e sucos e das
beneficiadoras de castanha de caju. Há necessidade de um trabalho mais forte
de promoção e atração de investimentos privados para o fortalecimento desse
negócio promissor.

Outra forma de se dinamizarem os investimentos no processamento seria


incentivando-se as entidades associativas a fazer integração horizontal e
vertical, participando também do processamento agroindustrial, como forma de
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 23

agregar valor e criar alternativa para colocação dos excedentes de produção e


viabilizar os seus empreendimentos.

A modernização do setor agroindustrial não se deve restringir à incorporação


de máquinas e/ou uso de insumos modernos. Deve, porém, estar embasada
no relacionamento construtivo produção/processamento, onde produtores e
agro-industriais se vejam como parceiros cujo objetivo final e comum é atender
às exigências do consumidor.

O relacionamento agroindústria/produtor rural só será permanente se for


repensado, de modo a viabilizar mutuamente esses segmentos, permitindo-
lhes aproveitar-se das economias de escala e escopo proporcionadas pelos
processos de integração e verticalização. Ações predatórias hoje
predominantes só têm contribuído para o enfraquecimento da atividade. A
viabilização da agricultura irrigada, de uma forma geral, está associada à
implantação de agroindústrias próximas às áreas produtoras de matéria-prima.

A ênfase na etapa de pós-colheita é fundamental para o desenvolvimento do


agronegócio da fruticultura irrigada, destacando-se como elementos essenciais
ao funcionamento da cadeia como um todo e à geração de resultados
positivos, a instalação de packing houses e de cadeias de frios, além de um
rigoroso controle de qualidade.

3.2. Fatores Alavancadores e Restritivos

3.2.1. INFRA-ESTRUTURA

Alavancadores:

a) solos de alto potencial de utilização agrícola com irrigação,


associados a aqüíferos de grande vazão;
b) projetos de irrigação implantados e novos projetos em implantação,
com sistemas de irrigação modernos e disponibilidade de área para
expansão;
c) parque agroindustrial implantado e em expansão, permitindo à Região
grande possibilidade de crescimento da produção agropecuária e
agroindustrial;
d) disposição política dos representantes da Região para imprimir ações
visando à realização de projetos de infra-estrutura;
e) disponibilidade de energia elétrica(fornecida pela Cosern) e energia
alternativa, destacando-se as grandes reservas de gás natural, com
capacidade de atender a toda demanda;
f) grande parte da área do Pólo já está interligada por telefone celular.
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 24

Restritivos:

a) malha viária deficiente (estradas federais, estaduais e vicinais), haja


vista o mau estado de conservação, a necessidade de pavimentação
e ampliação das estradas vicinais;

b) a capacidade operacional do aeroporto local (Moçoró) é insuficiente e


incompatível com o afluxo real e potencial de passageiros, atraídos
pelos negócios gerados no Pólo. A estrutura de pouso e decolagem
de aviões cargueiros de grande porte para o escoamento da
produção de frutas é restrita;

c) distribuição de energia elétrica em quantidade insuficiente para o


potencial do Pólo;

d) rede de ensino básico insuficiente para atender às demandas na


aérea de abrangência do Pólo;

e) inexistência de escolas profissionalizantes que formem profissionais


de diversas áreas para atender à demanda de serviços
especializados, pelas empresas agrícolas e agroindustriais;

f) deficiente rede de saúde pública, sistema de saneamento e


abastecimento dágua;

g) insuficiência no volume, no fluxo e na capacidade de armazenagem


de água;

h) insuficiência da rede de telefônica urbana e rural;

i) inexistência e, ou, deficiência de cadeia de frios, bem como falta de


um centro de comercialização para os produtos do Pólo.

3.2.2. MEIO AMBIENTE

Alavancadores:

a) início de um processo de conscientização dos irrigantes e da


sociedade quanto à importância de se preservar o meio ambiente;

b) desenvolvimento urbano com oferta mais eqüânime dos serviços


sociais, acarretando menor pressão sobre os recursos naturais, mais
precisamente os recursos de água.
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 25

Restritivos:

a) elevado grau de desmatamento;

b) salinização dos solos, em face do uso inadequado da água e por falta


de drenagem;

c) processo de poluição ambiental ocasionado por fatores diversos;

d) uso de defensivos agrícolas sem os cuidados necessários, colocando


em risco mananciais hídricos e a saúde da população, principalmente
dos trabalhadores que lidam diretamente com os produtos;

e) disseminação de pragas e doenças oriundas de outras áreas e de


outros países, exigindo uma aplicação cada vez maior de defensivos
agrícolas.

3.2.3. PESQUISA E DESENVOLVIMENTO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA

Alavancadores:

a) existência da Escola Superior de Agricultura de Moçoró(Esam);

b) perímetro irrigado em expansão, capaz de desenvolver pesquisas e se


tornar fonte geradora de novas tecnologias, podendo servir de efeito
demonstração;

c) condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento de pesquisas na


área de fruticultura e olericultura;

d) zona livre de mosca-das-frutas, uma exigência dos grandes mercados


consumidores;

e) existência de escritórios de assistência técnica da Emater, empresas


particulares e órgãos de treinamento e capacitação como Sebrae,
Senar, bem como diversos programas de treinamento de mão-de-obra.

Restritivos:

a) insuficiência de pessoal qualificado para atender às demandas de


pesquisa e assistência técnica;

b) inexistência de programas de formação e reciclagem de


DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 26

pesquisadores;

c) as pesquisas nem sempre atendem às demandas dos agentes


produtivos e do mercado;

d) insuficiência de recursos financeiros para pesquisa e difusão


tecnológica;

e) precariedade dos serviços de assistência técnica e extensão rural, em


função do número insuficiente de técnicos e da falta de um programa
de treinamento e reciclagem para eles;

f) baixo nível de capacitação dos produtores;

g) falta e, ou, insuficiência de publicação dos resultados de pesquisas e


difusão de tecnologias;

h) ausência de articulação entre pesquisa e assistência técnica, com


grandes prejuízos para o segmento produtivo, especialmente para os
pequenos produtores.

3.2.4. CAPACITAÇÃO, GESTÃO E ORGANIZAÇÃO DOS PRODUTORES

Alavancadores:

a) existência da Escola Superior de Agricultura de Moçoró (Esam);

b) existência de mão-de-obra disponível, maioria desqualificada,


entretanto parte dela apta à execução dos serviços mais
especializados requeridos na atividade de fruticultura irrigada (técnicos
de ciências agrárias, operadores de máquinas, serviços de
laboratórios, etc.);

c) existência de outras instituições com condições de capacitar os


produtores;

d) existência de uma base organizacional dos produtores rurais


(associações, cooperativas e sindicatos), a qual conta atualmente com
um grande apoio dos agentes de desenvolvimento do Banco do
Nordeste;

e) existência de infra-estruturas físicas para treinamentos;

f) existência de meios de comunicação com rádios, telefonia, entre


outros, para difusão de programas de comunicação de massa;

g) existência de grandes grupos empresariais no pólo, com know how em


DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 27

negócios agrícolas que pode ser difundido entre os demais produtores.

Restritivos:

a) elevado grau de analfabetismo, como inibidor do processo de


capacitação e organização;

b) falta de uma política educacional voltada para o setor primário, com


grade curricular e calendário compatível com as demandas das
atividades econômicas da região;

c) dificuldade de organização, por conta de problemas trabalhistas,


legislação complexa e consciência empresarial;

d) baixo nível de capacitação técnica e gerencial da maioria dos


produtores e demais agentes do agribusiness;

e) falta de consciência do papel de cada um no processo de


desenvolvimento da Região;

f) forte resistência cultural às mudanças e receptividade a novas


idéias/tecnologias;

g) não democratização da informação, concentração em poucas


empresas (elitização da informação);

h) falta de um compromisso maior de todos, especialmente dos agentes


governamentais, com a capacitação dos agentes do agribusiness;

i) baixo nível de organização da comunidade em associações e


cooperativas e empresas;

j) deficiente estrutura organizacional das empresas e falta de uma ação


mais forte que permita o fortalecimento dessa organizações.

3.2.5. PRODUÇÃO E MERCADO DE INSUMOS

Alavancadores:

a) aumento da produção de frutas com elevados índices de


produtividade;

b) condições apropriadas para criação de empresas âncoras que


possam fazer integração horizontal com organizações de pequenos
produtores para as etapas de produção e comercialização;
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 28

c) possibilidade de expansão da área irrigada, especialmente no Projeto


Baixo Açu;

d) implantação, no Pólo, de empresas que produzem e comercializam


insumos;

e) excepcionais condições edafoclimáticas favoráveis à produção de


frutas e olerícolas;

f) possibilidade de diversificação de culturas, fortalecendo a


sustentabilidade econômica e ambiental dos empreendimentos e da
região;

g) disponibilidade de crédito de longo prazo na rede bancária oficial;

h) surgimento de produtores emergentes e competitivos que podem


contribuir decisivamente no processo de desenvolvimento do Pólo.

Restritivos:

a) falta de zoneamento, dificultando o planejamento agrícola;

b) indefinição dos pacotes tecnológicos e de pesquisas para fins


específicos, que assegurem maximização da produção e da renda;

c) falta de sintonia entre a política de crédito rural e os pacotes


tecnológicos;

d) precariedade nos serviços de informação de mercados, restritos aos


grandes produtores que têm como buscá-los e utilizá-los;

e) precariedade no fornecimento de peças de reposição de máquinas e


equipamentos (grande distância dos centros fornecedores);

f) complicada legislação trabalhista com elevados encargos sociais, um


ônus considerável incidente sobre a produção e os insumos;

g) deficiência ou precariedade da infra-estrutura de estradas, energia,


comunicação, portos, aeroportos, habitação, saneamento, escolas e
instalações de beneficiamento, em face das necessidades de um pólo
dinâmico.

3.2.6. PROMOÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO

Alavancadores:

a) posição geográfica do Pólo Açu/Moçoró privilegiada em relação aos


mercados consumidores do Nordeste e do exterior;
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 29

b) existência de empresas com larga experiência em exportação de


frutas para os mercados nacional e internacional;

c) posição geográfica do Pólo Açu/Moçoró privilegiada em relação aos


portos da região, facilitando o escoamento das produtos;

d) grande aceitação do mercado externo por frutas tropicais, com amplas


possibilidades de expansão;

e) lançamento do Programa de Fruticultura Irrigada do Nordeste, pelo


Governo Federal, que tem na fruticultura uma das grandes prioridades
para a Região;

f) disponibilidade de mecanismos alternativos de mercado para


comercialização, como o sistema de comercialização de ativos
agropecuários em bolsas de mercadorias - Convênio do Banco do
Nordeste com as bolsas regionais para o mercado à vista;

g) existência de sistemas avançados de informação de preços e mercado


inclusive em “real time”, a exemplo do Agrocast (Agência Estado) e do
Sistema de Informações de Preços Para Gerenciamento dos
Mercados Agropecuários do Nordeste(Sigman), desenvolvido pelo
Banco do Nordeste;

h) consciência geral entre técnicos, produtores, entidades


governamentais e não-governamentais de que o Nordeste brasileiro é
a região que detém, mundialmente, as melhores condições de
produção de frutas tropicais;

i) existência de mecanismos alternativos de mercado, financeiros ou


não, de apoio à produção e comercialização (venda antecipa da
produção, contratos de risco na venda da produção entre produtores e
tradings, financiamento externo à produção/agroindustrialização
atrelado à exportação, dentre outros);

j) o Banco do Nordeste tem, como um de seus projetos prioritários, o


projeto Promoção de Investimentos, um valioso instrumento de apoio
à promoção dos produtos e empreendimentos da região.

Restritivos:

a) deficiência na infra-estrutura de pós-colheita e na cadeia de frios;

b) problemas de pós-colheita relacionados à qualidade dos produtos,


criando grandes dificuldades na comercialização;

c) falta, precariedade ou má informação aos produtores em geral, por


parte do Ministério da Agricultura e de órgãos afins, sobre
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 30

classificação e padronização de produtos, constituindo-se grande


entrave à comercialização e deságio na venda dos produtos;

d) falta de espírito associativista dos pequenos produtores, dificultando o


acesso às informações e aos canais de comercialização, ao crédito, à
geração de escala, dentre outros problemas;

e) ausência de empresas especializadas em promoção na região, de


instrumentalização adequada das empresas e organizações dos
produtores para cumprir esse papel;

f) influência política nas estruturas de comercialização, uma das razões


de grandes distorções e prejuízos, especialmente para os pequenos
produtores;

g) não estruturação adequada das cooperativas da região para


comercializar a produção, de forma eficiente;

h) carência de informação de mercado;

i) desarticulação institucional em torno da questão da comercialização da


produção agropecuária e agroindustrial;

j) falta de preparo dos produtores e de disseminação de mecanismos de


comercialização apropriados aos pequenos produtores;

l) falta de articulação entre pequenos produtores e suas representações,


com médias e grandes empresas, além de interesses antagônicos:
pequenos produtores são meros fornecedores de grandes empresas,
as quais passam a exercer, como principal atividade, o papel de
tradings.

3.2.7. AGROINDÚSTRIA

Alavancadores:

a) grande potencial para expansão da produção de frutas e hortaliças


industrializáveis;

b) projeto público de irrigação em implantação com grande potencial


produtivo para aproveitamento agroindustrial;

c) disponibilidade de energia e reservas de gás natural, fundamentais à


expansão das agroindústrias;
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 31

d) existência de incentivos fiscais e financeiros do Governo do Estado do


Rio Grande do Norte para a implantação de agroindústrias;

e) proximidade dos grandes centros consumidores do Nordeste.

Restritivos:

a) falta de estímulo à implantação de pequenas agroindústrias;

b) pouca integração entre as pequenas e as grandes agroindústrias,


resultando no não aproveitamento das potencialidades locais e baixa
qualidade da matéria-prima e dos produtos processados;

c) falta integração e sintonia entre as atividades agrícolas e


agroindustriais;

d) elevado endividamento das empresas agropecuárias e agroindustriais;

e) quebra de contrato de agroindustriais com produtores e vice-versa,


gerando elevado grau de falta de confiança entre os agentes;

f) falta de estudos de mercado e de perfis de segmentos de consumo


para produtos agroindustriais;

g) elevados custos da produção agroindustrial;

h) número insuficiente de técnicos especializados em agroindústria e em


serviços de apoio.
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 32

4. AÇÕES PROPOSTAS

Como resultado das discussões nas comissões de trabalho, foi sugerida a


formação de grupos interinstitucionais, com vistas a desenvolver as seguintes
ações para potencializar os fatores alavancadores e minimizar os restritores:

4.1. INFRA-ESTRUTURA

a) construir o canal da lagoa do Piató;

b) realizar investimentos em telefonia rural e urbana;

c) realizar a construção de subestação e a ampliação das linhas de


transmissão de energia elétrica;

d) melhorar e ampliar a malha viária, como a que liga Moçoró a Limoeiro


do Norte e Russas;

e) complementar as obras dos aeroportos locais, criando condições para


pouso e decolagem de aviões cargueiros de grande porte, para
transporte de frutas em períodos de entressafra nos mercados
concorrentes externos;

f) promover a privatização de estradas, portos e aeroportos para


melhorar a eficiência dos serviços e reduzir os custos de escoamento
da produção;

g) efetivar a construção da adutora Açu/Moçoró;

h) efetivar a construção do complexo Castanhão/Jaguaribe/Moçoró;

i) fortalecer e reestruturar a Escola Agrotécnica do Vale do Açu;

j) dotar o Pólo de cadeias de frios para acondicionar adequadamente a


produção e de centros de comercialização (mercado do produtor).

4.2. P & D E ASSISTÊNCIA TÉCNICA

a) criar um centro de difusão de tecnologias com estrutura moderna e


capaz de atender às demandas do Pólo, em face dos novos requisitos
de competitividade dos mercados;

b) criar incentivos financeiros para a formação de um quadro de


pesquisadores nas empresas;
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 33

c) definir os pacotes tecnológicos para a produção de frutas e olerícolas


que se adaptem à Região;

d) formar difusores de tecnologias para prestar assistência técnica nos


aspectos de produção e comercialização;

e) produzir e publicar boletins técnicos de boa qualidade, distribuindo-os


a todos os produtores e demais agentes do agribusiness;

f) difundir as tecnologias já existentes através da assistência técnica e


outros agentes, definindo-se prioridades com foco na demanda,
destacando-se: a fruticultura e a olericultura, os aspectos de
agroindustrialização e informação;

g) incluir ainda, na definição das linhas de pesquisa, estudos de


mercados, aspectos de pós-colheita, diferenciação e aprimoramento
de produtos e qualidade, além de inovações na área de gestão
administrativa e tecnológica;

h) sensibilizar a iniciativa privada quanto à necessidade de uma


participação mais efetiva no desenvolvimento de pesquisa, inclusive
arcando com o ônus ou financiando algumas dessa ações ou de parte
delas;

i) definir um programa de apoio aos órgãos de pesquisa e mobilizar


esforços junto aos governos estadual e federal a fim de aportar maior
volume de recursos para esse fim;

j) definir prioridades de pesquisa, segundo a demanda dos produtores do


Pólo e dos consumidores;

l) promover encontros anuais de técnicos de ensino, pesquisa e


extensão;

m) promover a integração entre centros de pesquisa locais e


Embrapa/Enparn/ (Estações Experimentais).

4.3. MEIO-AMBIENTE

a) difundir, entre os produtores, técnicas adequadas de irrigação e


manejo dos solos;
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 34

b) definir técnicas de controle ambiental, observar e difundir, entre os


produtores, as recomendações e exigências legais do Protocolo Verde
(1 ), inclusive quanto à prevenção da desertificação;

c) realizar levantamento das reservas hídricas do subsolo e definir as


condições de uso;

d) construir reservatórios pluviais para suprir parte das demandas do


Pólo e diminuir a pressão sobre os aqüíferos subterrâneos;

e) disciplinar e coibir o uso indiscriminado de agrotóxicos por intermédio


de fiscalização dos órgãos competentes, bem como disseminar as
regras para utilização desses produtos entre os agentes produtivos;

f) difundir a agricultura alternativa e estudar novos métodos de controle


de pragas e doenças, que preservem o meio ambiente (variedades
resistentes, exploração em períodos de baixa incidência de pragas e
doenças, manejo integrado de pragas, uso de defensivos biológicos,
etc.);

g) fazer controles fitossanitários, inclusive com erradicação de pomares


contaminados, para o caso de doenças e pragas de difícil controle e de
rápida propagação, que possam colocar em risco o sistema econômico
local e regional;

h) definir e implantar um plano de desenvolvimento que seja


economicamente viável, socialmente justo e ecologicamente
adequado.

4.4. CAPACITAÇÃO, GESTÃO E ORGANIZAÇÃO DOS PRODUTORES

a) realizar esforços e parcerias entre governos, iniciativa privada e


sociedade local para eliminar ou reduzir o analfabetismo e melhorar o
nível da mão-de-obra na área de abrangência do Pólo;

b) incluir no currículo escolar as disciplinas que versem sobre práticas


agrícolas, noções de associativismo, de gestão e de cadeias produtivas,
incentivando a profissionalização dos diversos elos das cadeias
produtivas e comerciais;

1
Protocolo Verde é um documento assinado por um grupo composto por integrantes do
Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ministério da Fazenda (MF), Ministério do Planejamento
(MPO), Ministério da Agricultura (MA), Banco Central e os bancos oficiais (BNDES, Banco do
Brasil, Banco do Nordeste, Caixa Econômica Federal e Basa), para apresentar diretrizes,
estratégias, recomendações e mecanismos operacionais o objetivo de inserir a variável
ambiental no processo de concessão e gestão do crédito e dos benefícios fiscais às atividades
produtivas.
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 35

c) inserir, no programa de capacitação, ações específicas voltadas à


preparação de mão-de-obra especializada para a agroindústria e os
respectivos serviços de apoio;

d) incluir na grade curricular dos sistemas de ensino e nos programas de


capacitação de produtores, princípios de educação ambiental;

e) incentivar a criação de cooperativa de serviço para refrigeração,


prestadoras de serviços aos segmentos produtivos;

f) estabelecer parcerias entre governos, instituições públicas e privadas,


para elaboração, financiamento e execução de programa de
capacitação para técnicos e produtores, em questões técnicas, gestão
empresarial e organização;

g) aparelhar e fortalecer as instituições de pesquisa e extensão com


recursos materiais, financeiros e humanos, bem como oferecer aos
profissionais da assistência técnica as condições apropriadas a
prestação de um bom serviço;

h) informar e sensibilizar os produtores rurais, através de programa


educacional, formal ou não, sobre novas tecnologias e sobre os
negócios agrícolas;

i) democratizar o sistema de informações e o conhecimento, hoje elitizado


e restrito às grandes empresas, permitindo o acesso a todos os agentes
do agronegócio;

j) definir planos de capacitação e dar continuidade às ações planejadas;

l) sensibilizar e motivar as populações envolvidas para a organização e o


fortalecimento de entidades associativas (associações, cooperativas,
etc.);

m) criar fundos específicos para estruturação de cooperativas e credenciá-


las a beneficiar- se do Recoop;

l) investir em formação, treinamento e reciclagem dos profissionais da


agricultura e na capacitação dos produtores.

4.5. PRODUÇÃO E MERCADO DE INSUMOS

a) fazer um diagnóstico do setor agrícola e definir zoneamento para


facilitar o planejamento da produção agrícola;

b) direcionar o crédito rural àquelas atividades que disponham de pacotes


tecnológicos bem definidos;
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 36

c) incentivar o uso de energia alternativa de forma a baixar os custos de


produção;

d) manter banco de dados sobre produtos e insumos da região e incentivar


as compras coletivas de insumos;

e) criar condições para a produção ou instalação de revendedores de


peças de reposição de máquinas e equipamentos.

4.6. PROMOÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO

a) ampliar e modernizar a rede de packing houses e as cadeias de


frios, bem como os serviços e equipamentos inerentes à pós-colheita,
que permitam agregar valor ao produto, gerar escala e reduzir custos
na comercialização;

b) definir e executar, pari pAçu à proposta da alínea “a”, um programa


permanente e amplo de qualidade total, articulado ao programa de
capacitação massiva, que abrange todos os produtores;
c) criar organizações de produtores de frutas e olerícolas focadas na
promoção e comercialização dos produtos;
d) estabelecer parcerias e mecanismos que viabilizem a comercialização
da produção dos pequenos produtores e abrir novos canais de
comercialização;
e) manter banco de dados com informações de mercado e acesso a
fontes de informações do Brasil e do exterior (Sicam, Internet,
Agrocast, etc.), disponibilizando-as para as cooperativas e demais
organizações de produtores;
f) preparar os atores das cadeias produtivas para a formação de
alianças, fusões e joint venture de empresas.

4.7. AGROINDÚSTRIA

a) apoiar a criação de pequenas agroindústrias e incentivar a


agroindustrialização naquelas cooperativas que disponham de
condições para isso (condições locacionais, gestão profissionalizada,
requisitos técnicos, dentre outras);

b) incentivar a integração das organizações de produtores locais a


empresas transnacionais com know-how em pós-colheita,
comercialização e distribuição de produtos hortifrutícolas no Brasil e
no exterior;

c) melhorar a integração entre produtores e agroindustriais, bem como


DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 37

entre pequenas e grandes agroindústrias, para um melhor


aproveitamento das potencialidades, gerar economia de escala
(redução de custos e aumento das margens de rentabilidade), além de
contribuir para a melhoria das matérias-primas e dos produtos
elaborados;

d) renegociar as dívidas das agroindústrias que estão em dificuldades, as


condições de encargos, prazos e outras condições para garantir a
sobrevivência e sustentabilidade dos empreendimetos;

e) criar a figura de um árbitro para decidir as questões de quebra de


contrato entre agroindustriais e produtores;

f) definir, com base em estudos de mercados e perfis agroindustriais, a


pauta de produção agroindustrial para os diversos mercados
alternativos;

g) reduzir custos de produção incentivando o uso de gás natural, a


redução da carga tributária (via isenção ou diferimento), bem como o
aumento da eficiência das plantas agroindustriais;

h) fazer protocolos de intenção para operacionalizar as parcerias entre as


instituições, definindo agenda de compromisso.
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 38

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BNDES. Complexo agroalimentar, 1994. 26p.


SOUZA, H. R. Agricultura Irrigada e Desenvolvimento Sustentável no
Nordeste do Brasil, 1994.

PAVAN, R. Segurança alimentar e agribusiness, 1993.


BANCO DO NORDESTE. ETENE. Estudo sobre Agroindústria do
Nordeste – Caracterização e Hierarquização de Pólos
Agroindustriais, 1992.
__________. Estudo sobre Agroindústria do Nordeste – Análise
Macroestatística da Agroindústria, 1992.
__________. Estudo sobre Agroindústria do Nordeste – Agroindústria
de Produtos Alimentares,1991.
__________. Estudo sobre Agroindústria do Nordeste – Retrospecto
e Perspectiva da População e Renda do Nordeste, 1992.
__________. Estudo sobre Agroindústria do Nordeste – Situação
Atual e Perspectivas da Produção Irrigada, 1990.
__________. Estudo sobre Agroindústria do Nordeste – As
Cooperativas e Associações de Irrigantes no Contexto da
Agroindústria, 1991.
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 39

ANEXOS
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 40

ANEXO 1

METODOLOGIA DE SELEÇÃO DOS MUNICÍPIOS DOS PÓLOS


DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 41

ANEXO 1

METODOLOGIA DE SELEÇÃO DOS MUNICÍPIOS DOS PÓLOS


DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO
,

Resumidamente, o método consiste em classificar os municípios segundo cada


um dos indicadores escolhidos, somando-se as diversas posições
(classificação ordinal) alcançadas por cada um deles, para a obtenção de um
resultado final ("score"). Esse somatório ordenado constitui o "ranking" dos
municípios que podem então ser agrupados de acordo com a sua dispersão
em torno da média (medida em termos de desvio-padrão, quartis, quintis etc.)
Foram escolhidos para cada um dos municípios candidatos a integrar o Pólo,
cinco variáveis que, em conjunto, representariam o seu processo de
dinamização econômica. São elas:

a) número de hectares irrigados pelo setor público;


b) quantidade de “megawatts” consumidos na área rural;
c) valor bruto da produção agropecuária;
d) valor bruto da produção agropecuária por quilômetro quadrado;
e) valor financiado pelo Programa de Irrigação do Fundo Constitucional de
Financiamento do Nordeste (FNE-Proir).

Para as primeiras quatro variáveis utilizarem-se os valores do último ano


disponível, enquanto os financiamentos foram considerados no período 1990-
97.
Em seguida, a pontuação média dos municípios permitiu que se calculasse a
pontuação média dos pólos. Aqueles municípios cuja pontuação situou-se
igual ou acima da média geral do Pólo foram selecionados para entrar na
primeira fase.

Além desses critérios, foram utilizadas ainda as seguintes convenções:

1) Os municípios desmembrados dos municípios selecionados também foram


incluídos.
Justificativa: Os municípios desmembrados faziam parte da área do
município-origem selecionado e não existem dados atualizados disponíveis
para analisar esses novos municípios.
2) Procurou-se, à medida do possível, constituir pólos com áreas contíguas,
haja vista as importantes vantagens proporcionadas por essa característica,
tanto como elemento facilitador da integração dos agentes produtivos,
como viabilizadora das necessárias articulações institucionais.
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 42

3) Alguns municípios, embora tenham atingido a média, não foram


selecionados por fazerem parte de outro pólo de desenvolvimento ou não
estão contíguos;
Justificativa: Alguns pólos apresentam uma área distante da área
atualmente mais dinâmica, composta por outros municípios que, num
segundo momento, poderão formar um novo pólo de desenvolvimento.
4) Alguns municípios, embora não tenham atingido a média, foram
selecionados por estarem dentro da área dinâmica do Pólo.
Justificativa: Na maior parte são municípios que possuem um considerável
potencial de desenvolvimento, além de estarem geograficamente
encravados no Pólo, de forma que sua exclusão tornaria descontígua a
área escolhida.
5) Aqueles municípios contíguos aos Pólos, com área de irrigação expressiva
em início de operação, foram considerados como municípios do Pólo,
mesmo ficando abaixo da média geral.

"Ranking" Geral dos Municípios do Pólo Açu/Moçoró


Irrig. FINANC.
Energia ÍNDICES
Municípios Pública VBP VBP/Km2 PROIR, Médias
Rural GERAIS
P=2 P=2
Ipanguaçu 6 5 6 7 14 7,6 1,0000
Carnaubais 2 6 8 8 12 7,2 0,9605
Moçoró 2 8 4 5 16 7,0 0,9211
Açu 2 7 5 4 8 5,2 0,6842
Alto do Rodrigues 4 3 2 3 10 4,4 0,5789
Serra do Mel 2 1 7 6 2 3,6 0,4737
Gv. Dix Sept Rosado 2 4 3 2 4 3,0 0,3947
Afonso Bezerra 4 2 1 1 6 2,8 0,3684
Upanema 2 1 1 1 6 2,8 0,3684

Média Geral = 40,80/ 8 = 5,10.


Municípios acima da média geral = Ipanguaçu, Carnaubais, Moçoró, Açu.
Municípios do Pólo: Ipanguaçu, Itajá, Carnaubais, Baraúna, Moçoró, Alto do
Rodrigues, Pendências, Afonso Bezerra, Serra do Mel e Açu.
Municípios que entraram no Pólo por ter área irrigada em início de operação
(convenção 5): Pendências, Upanema, Afonso Bezerra, Alto do Rodrigues.
Município que entrou no Pólo por desmembramento de município acima da
média(convenção 1): Itajá.
Obs.: O município de Serra do Mel entrou no Pólo, porque é um município
trabalhado pelo Banco do Nordeste dentro da metodologia de desenvolvimento
local.
Obs.: Foram criados os seguintes municípios:
De Moçoró criaram-se os municípios de Baraúnas, Serra do Mel;
De Carnaubais criou-se o município de Serra do Mel;
De Açu criou-se também o município de Serra do Mel;
De Ipanguaçu criou-se o município de Itajá.
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 43

ANEXO 2

DADOS SÓCIO-ECONÔMICOS DOS MUNICÍPIOS DO PÓLO


AÇU/MOÇORÓ
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 44

ANEXO 2
DADOS SÓCIO-ECONÔMICOS DOS MUNICÍPIOS DO PÓLO
AÇU/MOÇORÓ

INDICADORES SÓCIO-ECONÔMICOS DO MUNICÍPIO DE AÇU

ESPECIFICAÇÃO ANO UNIDADE QUANTIDADE

ASPECTOS FÍSICOS

Área Terrestre - km2 1.297,5


Distância da Capital - km 206
Pluviosidade Média - mm 883,2

DEMOGRAFIA

População Masculina 1996 hab. 22.020


População Feminina 1996 hab. 23.034
População Urbana 1996 hab. 32.647
População Rural 1996 hab. 12.407
População Total 1996 hab. 45.054

EDUCAÇÃO

Unidades de Ensino (Escolas) 1995 unid. 109


Alunos Matric. Pré-Escolar 1995 unid. 2.551
Alunos Matric. 1° Grau 1995 unid. 11.970
Alunos Matric. 2° Grau 1995 unid. 1.441

SAÚDE

Unidades de Saúde 1994 unid. 8


Número de Leitos 1994 unid. 48

SANEAMENTO BÁSICO

Ligações de Água 1994 unid. -

ENERGIA ELÉTRICA

Consumidores Residenciais 1994 unid. 7.155


Consumidores Industriais 1994 unid. 24
Consumidores Comerciais 1994 unid. 595
Consumidores Rurais 1994 unid. 4.631
Consumidores de Iluminação Púb. 1994 unid. 1
Total de Consumidores 1994 unid. 12.498
Consumo Residencial 1994 MWh 6.905
Consumo Industrial 1994 MWh 547
Consumo Comercial 1994 MWh 2.212
Consumo Rural 1994 MWh 13.398
Consumo de Iluminação Pública 1994 MWh 1.765
Outros Consumos 1994 MWh 1.360
Consumo total 1994 MWh 27.232
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 45

EXTRAÇÃO VEGETAL

Produção de Carvão Vegetal 1992 t 45


Produção de Lenha 1992 m³ 121.146
Produção de Madeira em Toras 1992 m³ 0
Valor da Prod. de Carvão Vegetal 1992 (1) R$ 3.097
Valor da Produção de Lenha 1992 (1) R$ 365.584
Valor da Prod. de Mad. em Toras 1992 (1) R$ -

AGRICULTURA
PRINCIPAIS PRODUTOS AGRÍCOLAS DE AÇU EM 1992
ÁREA ÁREA
VALOR
PRODUTOS PLANTADA COLHIDA
(CR$ 1,00)
(Hectares) (Hectares)
MELÃO (Mil frutos) 5.180 280 9.583.000.000
TOMATE (t) 1.500 60 3.000.000.000
ALGODÃO HERBÁCEO (t) 544 860 1.577.600.000
MANGA (Mil frutos) 4.943 195 1.482.900.000
FEIJÃO (t) 249 1.830 1.444.200.000
BANANA (Mil cachos) 54 30 783.000.000
CAJU (CASTANHA) (t) 202 2.880 767.600.000
BATATA-DOCE (t) 812 116 690.200.000
GOIABA (Mil frutos) 2.088 9 480.240.000
UVA (Mil cachos) 148 73 473.600.000
MILHO EM GRÃO (t) 117 1.300 280.800.000
COCO-DA-BAÍA (Mil frutos) 154 44 138.600.000
SORGO GRANÍFERO (t) 78 130 117.000.000
MELANCIA (Mil frutos) 70 25 77.000.000
LARANJA (Mil frutos) 139 8 52.820.000
MANDIOCA (t) 70 10 42.000.000
LIMÃO (Mil frutos) 429 6 34.320.000
MAMÃO (Mil frutos) 25 3 16.250.000
FONTE:IBGE - Censo Agropecuário - 1985.
Anuário Estatístico do Rio Grande do Norte - 1995.
NOTA: (1) Valores em cruzeiros Reais de 92, atualizados pelo IGP-DI(out-97/dez-92)para out/97.
(2) Valores em cruzeiros de 85, atualizados pelo IGP-DI(out-97/dez-85)para out/97.
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 46

INDICADORES SÓCIO-ECONÔMICOS DO MUNICÍIPIO DE BARAÚNA-RN

ESPECIFICAÇÃO ANO UNIDADE QUANTIDADE

Área Terrestre km2 893


Distância da Capital km 312
Pluviosidade Observada 1995 mm

População Residente Total 1996 Hab. 17.195


População Masculina 1996 Hab. 8.861
População Feminina 1996 Hab. 8.334
População Urbana 1996 Hab. 10.173
População Rural 1996 Hab. 7.022

Unidades de Ensino (Escolas) 1995 unid. 77


Número de Salas de Aula 1995 unid. 134
Alunos Matric. Pré-Escolar 1995 unid. 349
Alunos Matric. 1° Grau 1995 unid. 4.927
Alunos Matric. 2° Grau 1995 unid. 110

Unidades de Saúde 1995 unid. 4


Número de Leitos 1993 unid. 9
Número de Médicos 1994 unid.
Nascidos Vivos 1995 unid.
Taxa Mort. Infantil (1000 vivos) 1995 unid.

Ligações de Água 1995 unid.

Consumidores Residenciais 1995 unid. 2.898


Consumidores Industriais 1995 unid. 36
Consumidores Comerciais 1995 unid. 137
Consumidores Rurais 1995 unid. 42
Consumo de Iluminação Pública 1995 unid. 1
Total de Consumidores 1995 unid. 3.177
Consumo Residencial 1995 MWh 1.486
Consumo Industrial 1995 MWh 127
Consumo Comercial 1995 MWh 173
Consumo Rural 1995 MWh 382
Consumo de Iluminação Pública 1995 MWh 651
Outros Consumos 1995 MWh 413
Consumo Total 1995 MWh 3.450

Produção de Carvão Vegetal 1992 t 850


Produção de Lenha 1992 m³ 85.280
Produção de Madeira em Toras 1992 m³ 980
Valor da Prod. de Carvão Vegetal 1992 (1) R$ 13.408
Valor da Produção de Lenha 1992 (1) R$ 210.560
Valor da Prod. de Mad. em Toras 1992 (1) R$ 10.082

Arrecadação do IPI 1995 R$ -


Arrecadação do ICMS R$ 115.479
Receita Municipal R$ -
Fundo Particip. dos Municípios 1995 R$ 924.754
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 47

PRINCIPAIS PRODUTOS AGRÍCOLAS DE BARAÚNA EM 1992

ÁREA
ÁREA PLANTADA VALOR
PRODUTOS COLHIDA
(Hectares) (Cr$ 1,00)
(Hectares)
CAJU (CASTANHA)(t) 1.687 11.244
ALGODÃO HERBÁCEO (t) 900 6.000
FEIJÃO (t) 902 4.100 947.100.000
MILHO EM GRÃO (t) 900 6.000 630.000.000
BANANA (MIL CACHOS) 17 14 178.500.000
SORGO GRANÍFERO (t) 160 200 83.200.000
TOMATE (MIL FRUTOS) 30 1 19.500.000
MAMÃO (MIL FRUTOS) 14 9 9.100.000
COCO-DA-BAÍA (MIL FRUTOS) 22 5 8.800.000
MELANCIA (MIL FRUTOS) 5 6 5.500.000
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 48

INDICADORES SÓCIO-ECONÔMICOS DO MUNICÍPIO DE CARNAUBAIS-RN

ESPECIFICAÇÃO ANO UNIDADE QUANTIDADE

Área Terrestre - km2 864,1


Distância da Capital - km 240
Pluviosidade Média - mm 753,9

População Masculina 1996 hab. 5.543


População Feminina 1996 hab. 5.377
População Urbana 1996 hab. 4.359
População Rural 1996 hab. 6.561
População Total 1996 hab. 10.920

Unidades de Ensino (Escolas) 1995 unid. 35


Número de Salas de Aula 1995 unid. 59
Alunos Matric. Pré-Escolar 1995 unid. 458
Alunos Matric. 1° Grau 1995 unid. 2.100
Alunos Matric. 2° Grau 1995 unid. 143

Unidades de Saúde 1994 unid. 3


Número de Leitos 1994 unid.

Ligações de Água 1994 unid.

Consumidores Residenciais 1994 unid. 1.217


Consumidores Industriais 1994 unid. 9
Consumidores Comerciais 1994 unid. 107
Consumidores Rurais 1994 unid. 29
Consumidores de Iluminação Púb. 1994 unid; 1
Total de consumidores 1994 unid. 1.388
Consumo Residencial 1994 MWh 763
Consumo Industrial 1994 MWh 18.168
Consumo Comercial 1994 MWh 104
Consumo Rural 1994 MWh 1.100
Consumo de Iluminação Pública 1994 MWh 250
Outros Consumos 1994 MWh 78
Consumo total 1994 MWh 20.671

Produção de Carvão Vegetal 1992 t 70


Produção de Lenha 1992 m³ 190.000
Produção de Madeira em Toras 1992 m³
Valor da Prod. de Carvão Vegetal 1992 (1) R$ 3.841
Valor da Produção de Lenha 1992 (1) R$ 573.366
Valorr da Prod. de Mad. em Toras 1992 (1) R$
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 49

PRINCIPAIS PRODUTOS AGRÍCOLAS DE CARNAUBAIS EM 1992

ÁREA PLANTADA ÁREA COLHIDA VALOR


PRODUTOS
(Hectares) (Hectares) (Cr$ 1,00)

MELÃO (Mil frutos) 18.400 800 33.120.000.000


FEIJÃO (t) 400 1.200 2.320.000.000
BANANA ( Mil cachos) 83 50 1.203.500.000
TOMATE (t) 1.200 30 1.200.000.000
MILHO EM GRÃO (t) 320 1.100 576.000.000
CAJU (CASTANHA) (t) 96 1.200 364.800.000
MANGA (Mil frutos) 900 143 225.000.000
COCO-DA-BAÍA (Mil frutos) 210 70 189.000.000
BATATA-DOCE (t) 210 30 178.500.000
SORGO GRANÍFERO (t) 30 50 45.000.000
ALGODÃO HERBÁCEO (t) 8 70 24.000.000
LIMÃO (Mil frutos) 210 3 18.900.000
MELANCIA (Mil frutos) 13 10 15.600.000
LARANJA (Mil frutos) 39 3 5.460.000
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 50

INDICADORES SÓCIO-ECONÔMICOS DO MUNICÍPIO DE IPANGUAÇU-RN

ESPECIFICAÇÃO ANO UNIDADE QUANTIDADE

Área Terrestre - km2 572,0


Distância da Capital - km 215
Pluviosidade Média - mm 939,9

População Masculina 1996 hab. 8.344


População Feminina 1996 hab. 8.112
População Urbana 1996 hab. 3.984
População Rural 1996 hab. 12.472
População Total 1996 hab. 16.456

Unidades de Ensino (Escolas) 1995 unid. 51


Número de Salas de Aula 1995 unid. 134
Alunos Matric. Pré-Escolar 1995 unid. 957
Alunos Matric. 1° Grau 1995 unid. 4.473
Alunos Matric. 2° Grau 1995 unid. 406

Unidades de Saúde 1994 unid. 8


Número de Leitos 1994 unid. 20

Ligações de Água 1994 unid.

Consumidores Residenciais 1994 unid. 969


Consumidores Industriais 1994 unid. 5
Consumidores Comerciais 1994 unid. 68
Consumidores Rurais 1994 unid. 17
Consumidores de Iluminação Púb. 1994 unid. 1
Total de consumidores 1994 unid. 1.104
Consumo Residencial 1994 MWh 681
Consumo Industrial 1994 MWh 530
Consumo Comercial 1994 MWh 152
Consumo Rural 1994 MWh 950
Consumo de Iluminação Pública 1994 MWh 319
Outros Consumos 1994 MWh 65
Consumo Total 1994 MWh 2.835

Produção de Carvão Vegetal 1992 t 14


Produção de Lenha 1992 m³ 44.775
Produção de Madeira em Toras 1992 m³
Valor da Prod. de Carvão Vegetal 1992 (1) R$ 1.119
Valor da Produção de Lenha 1993 (1) R$ 135.118
Valor da Prod. de Mad. em Toras 1994 (1) R$ -
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 51

PRINCIPAIS PRODUTOS AGRÍCOLAS DE IPANGUAÇU EM 1992

ÁREA
ÁREA COLHIDA VALOR
PRODUTOS PLANTADA
(Hectares) (Cr$ 1,00)
(Hectares)
TOMATE (t) 4.000 100 8.000.000.000
BANANA (Mil cachos) 347 185 5.031.500.000
ALGODÃO HERBÁCEO (t) 1.167 910 3.501.000.000
MANGA (Mil frutos) 11.323 340 3.396.900.000
MELÃO (Mil frutos) 928 78 1.763.200.000
FEIJÃO (t) 144 770 849.600.000
CAJU (CASTANHA) (t) 120 2.000 456.000.000
BATATA-DOCE (t) 419 71 356.150.000
ARROZ EM CASCA (t) 150 30 315.000.000
LARANJA (Mil frutos) 1.800 90 270.000.000
MILHO EM GRÃO (t) 56 960 134.400.000
COCO-DA-BAÍA (Mil frutos) 108 36 97.200.000
MAMÃO (Mil frutos) 144 15 93.600.000
LIMÃO (Mil frutos) 416 5 33.280.000
SORGO GRANÍFERO (t) 21 30 31.500.000
MELANCIA (Mil frutos) 26 13 31.200.000
MANDIOCA (t) 6 1 3.600.000
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 52

INDICADORES SÓCIO-ECONÔMICOS DO MUNICÍPIO DE MOÇORÓ-RN

ESPECIFICAÇÃO ANO UNIDADE QUANTIDADE

ASPECTOS FÍSICOS

Área Terrestre - km2 2.114,5


Distância da Capital - km 276

População Residente Total 1996 hab. 205.822


População Masculina 1996 hab. 98.661
População Feminina 1996 hab. 107.161
População Urbana 1996 hab. 190.045
População Rural 1996 hab. 15.777

Alunos Matric. Pré-Escolar 1994 unid. 12.480


Alunos Matric. Alfabet. 1994 unid.
Alunos Matric. 1° Grau 1994 unid. 47.323
Alunos Matric. 2° Grau 1994 unid. 7.469

Unidades de Saúde 1994 unid. 41


Número de Leitos 1994 unid. 823

Consumidores Residenciais 1994 unid. 43.094


Consumidores Industriais 1994 unid. 282
Consumidores Comerciais 1994 unid. 3.888
Consumidores Rurais 1994 unid. 1.241
Consumidores de Iluminação Púb. 1994 unid. 1
Total de consumidores 1994 unid. 48.879
Consumo Residencial 1994 MWh 46.509
Consumo Industrial 1994 MWh 81.986
Consumo Comercial 1994 MWh 24.650
Consumo Rural 1994 MWh 26.764
Consumo de Iluminação Pública 1994 MWh 11.269
Consumo Total 1994 MWh 213.062

Produção de Carvão Vegetal 1992 t 1.794


Produção de Lenha 1992 m3 55.444
Produção de Madeira em Toras 1992 m3 212
Valor da Prod. de Carvão Vegetal 1992(1) R$ 28.299
Valor da Produção de Lenha 1992(1) R$ 136.893
Valor da Prod. de Mad. em Toras 1992(1) R$ 3.257
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 53

PRINCIPAIS PRODUTOS AGRÍCOLAS DE MOÇORÓ 1992

Área VALOR
PRODUTOS Quantidade
(hectares) (Cr$ 1,00)

MELÃO (Mil frutos) 8.925 1.050 10.710.000.000


CAJU (CASTANHA) (t) 2.565 11.153 5.643.000.000
FEIJÃO (t) 1.493 6.732 1.634.835.000
MILHO EM GRÃO (t) 914 7.615 639.800.000
BANANA (Mil cachos) 56 44 582.400.000
ALGODÃO HERBÁCEO (t) 205 1.210 291.100.000
SORGO GRANÍFERO (t) 232 290 120.640.000
MANGA (Mil frutos) 360 5 90.000.000
MELANCIA (Mil frutos) 75 30 82.500.000
MANDIOCA (t) 560 70 61.600.000
MAMÃO (Mil frutos) 78 41 50.700.000
COCO-DA-BAÍA (Mil frutos) 43 10 18.275.000
BATATA-DOCE (t) 65 13 13.000.000
ARROZ EM CASCA (t) 3 18 5.940.000
LIMÃO (Mil frutos) 45 1 3.600.000
LARANJA (Mil frutos) 15 1 3.450.000
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 54

INDICADORES SÓCIO-ECONÔMICOS DO MUNICÍPIO DE UPANEMA-RN

ESPECIFICAÇÃO ANO UNIDADE QUANTIDADE

Área Terrestre - km2 857,3


Distância da Capital - km 251
Pluviosidade Média - mm -

População Masculina 1996 Hab. 5.265


População Feminina 1996 Hab. 4.965
População Urbana 1996 Hab. 5.776
População Rural 1996 Hab. 4.454
População total 1996 Hab. 10.230

Unidades de Ensino (Escolas) 1995 unid. 82


Alunos Matric. Pré-Escolar 1995 unid. 615
Alunos Matric. 1° Grau 1995 unid. 2.845
Alunos Matric. 2° Grau 1995 unid. 154

Unidades de Saúde 1994 unid. 4


Número de Leitos 1994 unid. 19

Ligações de Água 1994 unid. 768

Consumidores Residenciais 1994 unid. 1.207


Consumidores Industriais 1994 unid. 9
Consumidores Comerciais 1994 unid. 75
Consumidores Rurais 1994 unid. 36
Consumidores de Iluminação Púb. 1994 unid. 1
Total de Consumidores 1994 unid. 1.349
Consumo Residencial 1994 MWh 620
Consumo Industrial 1994 MWh 2.830
Consumo Comercial 1994 MWh 75
Consumo Rural 1994 MWh -
Consumo de Iluminação Pública 1994 MWh 317
Outros Consumos 1994 MWh 85
Consumo Total 1994 MWh 3.974

Produção de Carvão Vegetal 1992 t 36


Produção de Lenha 1992 m3 24.289
Produção de Madeira em Toras 1992 m3 1.210
Valor da Prod. de Carvão Vegetal 1992 (1) R$ 12
Valor da Produção de Lenha 1992 (1) R$ 1.166
Valor da Prod. de Mad. em Toras 1992 (1) R$ 266
DOCUMENTO REFERENCIAL DO PÓLO DE DESENVOLVIMENTO AÇU/MOÇORÓ 55

PRINCIPAIS PRODUTOS AGRICOLAS DE UPANEMA EM 1992

ÁREA
ÁREA COLHIDA VALOR
PRODUTOS PLANTADA
(Hectares) (Cr$ 1,00)
(Hectares)
FEIJÃO (t) 248 900 260.400.000
BANANA (MIL CACHOS) 24 14 252.000.000
CAJU (CASTANHA) (t) 75 300 150.000.000
ALGODÃO HERBACEO (t) 88 516 123.200.000
MILHO EM GRÃO (t) 165 1.100 115.500.000
ARROZ EM CASCA (t) 14 14 29.400.000
MANGA (MIL FRUTOS) 45 1 11.925.000
MELANCIA (MIL FRUTOS) 9 9 9.900.000
BATATA-DOCE (t) 25 6 7.250.000
MANDIOCA (t) 48 6 5.280.000

FONTE:IBGE - Censo Agropecuário - 1985.


Anuário Estatístico do Rio Grande do Norte - 1995.
NOTA: (1) Valores em Cruzeiros Reais de 92, atualizados pelo IGP-DI(out-97/dez-92)para out/97
(2) Valores em Cruzeiros de 85, atualizados pelo IGP-DI(out-97/dez-85)para out/97.

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