Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Curitiba - PR
2014
1
GOVERNO DO PARANÁ
Instituto Emater - Vinculado à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento
Organização Instituto Emater:
Engenheiro Agrônomo Milton Satoshi Matsushita, Doutor em Economia e
Política Florestal, Instituto Emater, Curitiba, Paraná, Brasil
matsushita@emater.pr.gov.br
CDU 528
Maria Sueli da Silva Rodrigues - 9/1464
2
AUTORES
3
Ênio Antônio Bragagnolo (Capítulo XV)
Engenheiro Agrônomo, Especialista em Gestão Ambiental, Instituto Emater,
Tupãssi, Paraná, Brasil - eniobragagnolo@emater.pr.gov.br
4
José Kalusz (Capítulo VII)
Técnico Agrícola, Instituto Emater, Fernandes Pinheiro, Paraná, Brasil
josekalusz@emater.pr.gov.br
Milton Satoshi Matsushita (Capítulos I, II, IV, VI, VII, X, XI, XII e XIII)
Engenheiro Agrônomo, Doutor em Economia e Política Florestal, Instituto
Emater, Curitiba, Paraná, Brasil - matsushita@emater.pr.gov.br
5
Nelma Pereira Cunha (Capítulos II e IV)
Administradora, Instituto Emater, Curitiba, Paraná, Brasil
nelma@emater.pr.gov.br
Nelson Harger (Capítulo XV)
Engenheiro Agrônomo, Doutor em Fertilidade do Solo, Instituto Emater, Apuca-
rana, Paraná, Brasil - nelsonharger@emater.pr.gov.br
Oromar João Bertol (Capítulos II, VI e VII)
Engenheiro Agrônomo, Doutor em Conservação da Natureza, Instituto Emater,
Curitiba, Paraná, Brasil - oromar@emater.pr.gov.br
Paulo Augusto de Andrade Lima (Capítulo VI)
Engenheiro Florestal, Especialista em Administração Pública, Instituto Emater,
Curitiba, Paraná, Brasil - pauloaugusto@emater.pr.gov.br
Paulo Roberto Fiorillo (Capítulo VI)
Engenheiro Agrônomo, Especialista em Gestão de Recursos Naturais, Instituto
Emater, Curitiba, Paraná, Brasil - paulofiorillo@emater.pr.gov.br
Reinaldo Tadeu Oliveira Rocha (Capítulo VII)
Engenheiro Agrônomo, Especialista em Geoprocessamento e Solos, Instituto
Emater, Irati, Paraná, Brasil - reinaldorocha@emater.pr.gov.br
Roberto Tuyoshi Hosokawa (Capítulo XI)
Engenheiro Florestal, Ph.D., UFPR, Curitiba, Paraná, Brasil - rth@japan.org.br
Rodolfo Mayer (Capítulo III)
Engenheiro Agrônomo, Especialista em Geoprocessamento, Instituto Emater,
Maringá, Paraná, Brasil - rodolfomayer@seab.pr.gov.br
Rosane Dalpiva Bragatto (Capítulo VIII)
Engenheira Agrônoma, Mestre em Desenvolvimento Regional, Instituto Ema-
ter, Saudade do Iguaçu, Paraná, Brasil - rosanebragato@emater.pr.gov.br
Sérgio Mudrovitsch de Bittencourt (Capítulo VII)
Engenheiro Agrônomo, Especialista em Gestão Ambiental, Instituto Emater,
Curitiba, Paraná, Brasil - sergiomb@emater.pr.gov.br
Udo Bublitz (Capítulo XII)
Engenheiro Agrônomo, Especialista em Manejo dos Recursos Naturais e
Estradas Rurais, Instituto Emater, Curitiba, Paraná, Brasil
udobublitz@emater.pr.gov.br
Valdir Tambosetti (Capítulo XII)
Zootecnista, Especialização em Pecuária Leiteira, Instituto Emater, Guarapua-
va, Paraná, Brasil - tambozetti@emater.pr.gov.br
Viviana dos Santos (Capítulo VI)
Pedagoga, Especialista em Psicopedagogia, Fundação Terra, Lapa, Paraná,
Brasil - vivi_anasantos@hotmail.com
6
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ............................................................................................9
PREFÁCIO .....................................................................................................11
8
APRESENTAÇÃO
10
PREFÁCIO
Organizador:
Milton Satoshi Matsushita
Engenheiro Agrônomo, Doutor em Economia e Política Florestal
Instituto Emater, Curitiba, Paraná, Brasil
matsushita@emater.pr.gov.br
12
CAPÍTULO I
MODELO DE DESENVOLVIMENTO
MUNICIPAL SUSTENTÁVEL COM
APOIO DE SISTEMA DE INFORMAÇÕES
GEOGRÁFICAS: PINHALÃO - PR
Milton Satoshi Matsushita 1
Edson Roberto Vaz Ronque 2
1
Engenheiro Agrônomo, Doutor em Economia e Política Florestal, Instituto Emater,
Curitiba, Paraná, Brasil - matsushita@emater.pr.gov.br
2
Engenheiro Agrônomo, Mestre em Entomologia, Instituto Emater, Pinhalão, Paraná,
Brasil - edsonronque@emater.pr.gov.br
13
14
INTRODUÇÃO
MATERIAIS E MÉTODOS
1 Dados originais
2 Método
b) Dados secundários
b.1) Documento da EMATER-Paraná e Prefeitura Municipal de Pi-
nhalão, denominado de “Levantamento de Dados Municipais-LDM”,
obtido através de entrevistas com todos os produtores rurais do muni-
cípio, tendo como base o ano agrícola de 1998 (julho de 1997 a junho
de 1998).
21
b.2) “Realidade Municipal” elaborada anualmente pela EMATER-
Paraná, contendo dados do setor agropecuário municipal.
b.3) Documentos existentes na prefeitura e nos diversos órgãos
ligados ao setor agropecuário do município (planos municipais, relató-
rios, dados do IBGE, INCRA).
c) Dados primários
c.1) Seleção das bacias hidrográficas Pedrilha e Santos, observan-
do-se as questões sociais (concentração de pequenos produtores), im-
portância econômica e áreas de riscos e necessidade de preservação
ambiental. Elaboração de questionário para levantamento de dados
complementares, com a participação de diversos setores da socieda-
de local. Realização de levantamentos de dados complementares das
propriedades rurais, através de visitas às propriedades e entrevistas
estruturadas realizadas com seus proprietários.
c.2) Georreferenciamento da área da sede principal das proprie-
dades rurais das bacias hidrográficas Pedrilha e Santos, áreas com
atividades de risco ambiental e estradas rurais do município com uso
de GPS de navegação.
23
e) Processamento das cartas topográficas
O software SPRING possibilitou o uso da base cartográfica vetori-
zada, a partir da qual foi gerado o modelo numérico do terreno, utiliza-
do na elaboração dos mapas de classes de declividade, classes hipso-
métricas (altitude) e carta de exposição ao sol que, em conjunto com
o mapa de solos e mapa de preservação permanente, contribuíram
para definição da aptidão dos solos do município e para subsidiar com
informações científicas as decisões quanto às melhores alternativas
técnicas, econômicas e ambientalmente sustentáveis.
e.1) Geração das classes de declividade
O mapa de declividade do município foi gerado automaticamente
com uso do software SPRING, utilizando-se as cartas topográficas re-
gistradas, vetorizadas com coordenadas e altitudes, contendo curvas
de nível espaçadas de 20 em 20 metros, pontos cotados em topos de
elevações e rios como linhas de quebra, sendo o seu resultado clas-
sificado em porcentagem, segundo as classes de relevo reconhecidas
pela EMBRAPA (1999).
e.2) Geração das classes de altimetria
O mapa de classes de altimetria foi gerado automaticamente com
uso do software SPRING, utilizando-se as cartas topográficas regis-
tradas, vetorizadas com coordenadas e altitudes, contendo curvas de
nível espaçadas de 20 em 20 metros. Em função das cotas das curvas
de nível existentes no município, as classes de altimetria foram divi-
didas com intervalos de 100 em 100 metros, conforme faixas abaixo
definidas: 501 a 600, 601 a 700, 701 a 800, 801 a 900 e acima de 900
metros de altitude em relação ao nível do mar.
e.3) Geração das classes de exposição ao sol
O mapa de classes de exposição ao sol foi gerado automaticamen-
te com uso do software SPRING, utilizando-se as cartas topográficas
registradas, vetorizadas com coordenadas e altitudes, contendo curvas
de nível espaçadas de 20 em 20 metros, pontos localizados em áreas
elevadas e rios como linhas de quebra, classificadas conforme exposi-
ção aos pontos cardeais: leste, oeste, norte e sul.
As faces foram classificadas conforme o seu ângulo de exposição
ao sol, sendo face leste de 45º a 135º, face sul de 135º a 225º, face
oeste de 225º a 315º e face norte de 0º a 45º e de 315º a 360º.
Após a criação do mapa digital de classes de exposição ao sol do
município foi realizado o cruzamento deste com o mapa digital das
bacias hidrográficas, gerando automaticamente o mapa digital de clas-
24
ses de exposição ao sol das bacias hidrográficas, através do uso do
software ArcView.
Em função deste trabalho ser realizado em vários ambientes de
SIG, faz-se necessária a integração dos arquivos digitais, exportando-
se os arquivos gerados no SPRING (classes de declividade, classes
de altimetria e classes de exposição ao sol) no formato E00, para que
possa ser convertido pelo software IMPORT71 da ESRI em um formato
aceito pelo ArcView.
Fonte: Lepsch et al. (1983) e Osaki (1984), adaptado pelos autores (2000)
26
RESULTADOS E DISCUSSÃO
1 Núcleo de informações
Para apoiar o processo de desenvolvimento municipal sustentável,
o município de Pinhalão criou o Núcleo de Informações, que tem por
objetivo ser um agente catalizador entre as forças do governo e da
comunidade local, organizando e facilitando o acesso dos indivíduos,
grupos e instituições formais e informais às informações e tecnologias,
dando-lhes a possibilidade de participar nas decisões de interesse da
coletividade.
A organização dos atores individuais, atores coletivos e atores cor-
porativos no Conselho de Desenvolvimento Municipal fortalece as suas
decisões, tornando as ações executadas pelo Núcleo de Informações
compatíveis com os interesses dos moradores e outros agentes rela-
cionados com as microbacias hidrográficas
Microbacia Hidrográfica
Itens
Pedrilha Santos Lavrinha Triângulo Decol
Nº total de produtores 363 159 152 158 116
Nº total de proprietários 183 52 47 56 78
Nº total de arrendatários 219 96 110 101 54
Área total da microbacia (ha) 1.699 2.734 4.271 4.392 8.895
Área média por produtor (ha) 4,68 17,20 28,10 27,80 76,69
População rural total 1.191 470 538 514 387
Densidade demográfica (hab/km2) 70 17 13 12 4
População rural - 18 a 65 anos 689 280 292 303 219
R.B. total da bacia (US$/ano) 2.581.469 2.51.545 1.574.074 961.528 690.440
R.B. total por produtor (US$/ano) 7.526 17.765 10.636 6.724 6.703
Renda bruta (US$/ha/ano) 1.519 897 369 219 78
Renda bruta (US$/adulto/ano) 3.451 8.254 5.127 2.828 2.818
Renda bruta (US$/habitante/ano) 2.167 5.216 2.926 1.871 1.784
Fonte: EMATER-Paraná (1999b)
Bacia Hidrográfica
Itens
Pedrilha Santos Lavrinha Triângulo Decol
Café em produção - ha/bacia 439,82 52,32 155,65 187,35 59,04
Café em produção - ha/propriedade 3,05 1,69 2,51 3,07 2,46
Café em produção - produtor/bacia 144 31 62 61 24
Café novo - ha/bacia 56,75 93,63 65,11 34,3 412,81
Café novo - ha/propriedade 1,26 5,85 1,25 1,14 45,87
Café novo - produtores/bacia 45 16 52 30 9
Milho safra normal - ha/bacia 161,17 70,25 95,61 63,07 126,78
Milho safra normal - ha/bacia 161,17 70,25 95,61 63,07 126,78
Milho safra normal - produtor/bacia 81 16 34 38 28
Morango - ha/bacia 16,47 20,99 4,94 0,45 3,94
Morango - ha/propriedade 0,24 0,33 0,62 0,11 0,23
Morango - produtores/bacia 68 64 8 4 17
Feijão das águas - ha/bacia 114,87 25,24 3,41 10,34 103,06
Feijão das águas - ha/propriedade 1,77 2,8 0,85 1,15 2,34
Feijão das águas-produtores/bacia 65 9 4 9 44
Fonte: EMATER-Paraná (1999b)
Bacia Hidrográfica
Itens
Pedrilha Santos Lavrinha Triângulo Decol
Tanque piscicultura - m /bacia
2
47.595 12.713 20.035 3.152 14.734
Tanque piscicultura-m2/propriedade 951 1.589 1.054 350 1.637
Piscicultura - produtores/bacia 50 8 19 9 9
Vacas em lactação - cabeças/bacia 865 148 130 78,2 281
Vacas em lactação - cab./propried. 10,95 4,77 4,48 2,17 11,71
Vacas em lactação - produtor/bacia 79 31 29 36 24
Fonte: EMATER-Paraná (1999b)
34
As áreas com práticas de conservação de solos são pequenas,
representando apenas 3,1% da área do município. Enquanto 35,52%
realizam cultivo mecanizado com equipamentos próprios ou alugados,
66,75% realizam o cultivo com tração animal e 91,08% realizam o culti-
vo manualmente. As produtividades das principais explorações produ-
tivas do município estão apresentadas na Tabela 4.
Bacia Hidrográfica
Itens
Pedrilha Santos Lavrinha Triângulo Decol
Produtividade milho normal - sc/ha 34,59 48,79 42,49 28,40 40,56
Produtividade feijão águas - sc/ha 14,01 19,75 7,92 10,98 17,61
Produtividade do café - sc/ha 46,79 55,64 31,19 49,90 35,94
Produtividade morango - kg/ha 32.742,08 32.324,54 20.799,6 32.500 51.805,07
Produtividade leite-l/vaca lact./ano 209,15 817,74 1.065,88 333,68 12,17
Fonte: EMATER-Paraná (1999b)
35
Tabela 5 - Assistência técnica recebida pelos produtores rurais das ba-
cias hidrográficas do município de Pinhalão
Bacia Hidrográfica
Itens
Pedrilha Santos Lavrinha Triângulo Decol
Bacias Hidrográficas
Residência do
Proprietário Pedrilha Santos
nº % nº %
Propriedade rural 78 41,1 68 41,0
Outra propriedade rural 27 14,2 28 16,9
Sede de Pinhalão 48 25,3 48 28,9
Outros 37 19,5 22 13,3
Total 190 100,0 166 100,0
Bacias Hidrográficas
Classes de área
das propriedades Pedrilha Santos
nº % área (ha) nº % área (ha)
< a 5,0 ha 75 39,5 231,84 50 30,1 156,74
5,1 a 10,0 25 13,2 187,74 40 24,1 312,85
10,1 a 15,0 29 15,3 365,06 20 12,0 254,83
15,1 a 20,0 22 11,6 404,67 29 17,5 489,95
20,1 a 25,0 11 5,8 249,02 10 6,0 230,34
> que 25,0 ha 28 14,7 1.639,70 17 10,2 1.127,14
Total 190 100,0 3.078,03 166 100,0 2.571,85
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
1) Conclusões
O modelo de desenvolvimento municipal sustentável com apoio de
sistemas de informações geográficas, demonstrado na Figura 1, é a
contribuição central deste trabalho. O modelo foi obtido através do uso
adequado dos recursos naturais e ambientais, organização das infor-
mações e pela participação comunitária.
38
FIGURA 3 - MAPA DE CLASSES DE APTIDÃO DOS SOLOS POR
MICROBACIA HIDROGRÁFICA
Fonte: Elaborado pelos autores (2000)
39
As informações analisadas demonstram que no município de Pi-
nhalão as propriedades localizadas nas microbacias com menores áre-
as médias possuem atividades mais intensivas, apresentando maior
utilização dos solos e da mão de obra, gerando maiores receitas glo-
bais ao município.
E a necessidade de manter estas propriedades produtivas, utilizan-
do adequadamente os recursos humanos e naturais disponíveis, gerou
demanda para elaboração de um modelo de desenvolvimento muni-
cipal sustentável, estabelecendo equilíbrio entre os fatores sociais,
econômicos e ambientais, mantendo e viabilizando estas propriedades
através de atividades que valorizem o uso da mão de obra e gerem alta
renda por unidade de área.
Os resultados constituem subsídios para a capacitação de técni-
cos no uso de sistemas de informações geográficas com objetivo de
desenvolvimento municipal sustentável e no processo de interpretação
e democratização das informações.
As informações genéricas serão disponibilizadas na Internet nos
sites da Prefeitura Municipal (nomes da(s) prefeitura(s) e do Instituto
Emater.
As informações gerais de cada setor serão disponibilizadas nos de-
partamentos da prefeitura (nomes da(s) refeitura(s) e nas instituições
públicas e privadas.
As informações mais detalhadas que necessitam de tratamentos
estão disponíveis no Núcleo de Informações do município de Pinhalão.
3) Limitações do estudo
Os municípios possuem características diferentes quanto aos re-
cursos naturais e humanos, às atividades econômicas e à organização
social. Mas como os objetivos e as atividades produtivas são desen-
volvidos de forma semelhante, os resultados da pesquisa, que são es-
pecíficas para Pinhalão, servem de referência para outros municípios,
cuja agropecuária é a base da economia, repetirem este trabalho com
vistas ao desenvolvimento municipal sustentável.
4) Recomendações
Com relação às divisas intermunicipais definidas por linhas imagi-
nárias (secas), e que historicamente são motivos de discussão com os
municípios vizinhos, foram identificados erros nos mapas das divisas
municipais, portanto, a sugestão é que os municípios (Pinhalão, Ibaiti,
Japira e Tomazina) em conjunto com o órgão competente e responsá-
vel pelas questões fundiárias no estado do Paraná, Secretaria Estadu-
al do Meio Ambiente (SEMA), procurem legalizar esta situação.
Devido ao interesse do município de Pinhalão em ampliar a área
de cultivo de produtos orgânicos, o Conselho de Desenvolvimento
Municipal deve promover discussões participativas de esclarecimen-
to, conscientização e orientação dos produtores, buscando soluções
conjuntas quanto às alternativas técnicas, econômicas e ambientais
corretas para criar um produto com qualidade reconhecida na região,
estado e país.
42
REFERÊNCIAS
43
MATTAR, F.N. Pesquisa de marketing. São Paulo: Atlas, 1996.
OSAKI, F. Microbacias - Práticas de conservação de solos. Curitiba:
Câmara brasileira do livro, 1994.
Paraná Cidade. Municípios do Paraná: Dados gerais de Pinhalão. dis-
ponível em: <http://celepar6.pr.gov.br.br/municípios/municipio.asp/htm>
acesso em: 26/03/2001.
POZZEBON, M. e FREITAS, H.M.R. Construindo um EIS (enterprise
information system) da (e para a) empresa. In: Revista de adminis-
tração. São Paulo v. 31, n. 4. p. 19-30, outubro/dezembro de 1996.
SECRETARIA DE ESTADO DA AGRICULTURA E DO ABASTECI-
MENTO DO PARANÁ-SEAB. Manual operativo de fundo de manejo
e conservação dos solos e controle da poluição. 4. versão. Curitiba:
SEAB, 1992. 96 p.
SILVA, J.S. Planejamento agropecuário municipal: os papeis da
pesquisa e da extensão. In: Planejamento municipal. (série Agricultu-
ra familiar, 4). Brasília: EMBRAPA, 1999. p. 41-52.
WEBER, E.J. Uso de sistemas de informação geográfica como
subsídio ao planejamento em áreas agrícolas: um caso no planal-
to do Rio Grande do Sul. Dissertação (mestrado em Sensoriamento
Remoto), Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1995.
44
CAPÍTULO II
USO DE SISTEMA DE INFORMAÇÕES
GEORREFERENCIADAS (SIG)
COMO FERRAMENTA DE APOIO
NA ELABORAÇÃO DE PLANOS DE
DESENVOLVIMENTO RURAL E
URBANO - NOVA ESPERANÇA - PR
José Francisco Lopes Júnior 1
Milton Satoshi Matsushita 2
Nelma Pereira Cunha 3
Oromar João Bertol 4
1
Zootecnista, Mestre em Zootecnia, Instituto Emater, Nova Esperança, Paraná, Brasil
josefrancisco@emater.pr.gov.br
2
Engenheiro Agrônomo, Doutor em Economia e Política Florestal, Instituto Emater,
Curitiba, Paraná, Brasil - matsushita@emater.pr.gov.br
3
Administradora, Instituto Emater, Curitiba, Paraná, Brasil - nelma@emater.pr.gov.br
4
Engenheiro Agrônomo, Doutor em Conservação da Natureza, Instituto Emater,
Curitiba, Paraná, Brasil - oromar@emater.pr.gov.br
45
46
INTRODUÇÃO
Material
Foram utilizadas diversas fontes de dados originais para caracteri-
zação física e socioeconômica do município de Nova Esperança:
- Mapa político em formato digital em coordenadas planas UTM, do
estado do Paraná com as divisas entre municípios, elaborado pela
Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA), órgão responsável
pelo cadastro fundiário no estado do Paraná.
- Mapa de solos em formato digital em coordenadas planas UTM,
elaborado pelo Centro Nacional de Pesquisa de Solos da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA Solos), em 1986
e vetorizado pela EMBRAPA Solos em 1999.
- Base cartográfica (cartas topográficas) do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) em escala 1:50.000.
- Cartas MI-2756/2 (Nova Esperança), MI-2756/3 (Floraí) e MI-
2756/4 (Mandaguaçú), elaboradas a partir de fotografias aéreas de
julho de 1980, restituídas, desenhadas e impressas em 1990.
- Carta MI-2756/1 (Paranavaí), elaborada a partir de fotografias aé-
reas de 1996, restituídas, desenhadas e impressas em 2000.
- Imagem de satélite LANDSAT 7 TM, órbita ponto WRS 223-76, em
formato digital, imageada em março de 2.002, com composição co-
lorida 3 (azul), 4 (verde) e 5 (vermelho), e pancromática, distribuída
no Brasil pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Métodos
A elaboração de um plano de desenvolvimento deverá buscar a in-
tegração de várias formas de dados (primários e secundários), através
da utilização de tecnologia de geoprocessamento como instrumento
de apoio.
a) Preparação e Armazenamento de Dados
Os dados coletados foram organizados, digitados, vetorizados e
armazenados, em formato que facilita o processamento, recuperação
e integração com uso de programas específicos.
52
a.1) Escaneamento das Cartas Topográficas
As cartas topográficas, em meio analógico (papel) foram conver-
tidas em arquivos digitais (eletrônicos), através do escaneamento em
uma resolução de 300 dpi e salvas como imagem com formato tiff.
a.2) Registro das Cartas Topográficas
Os registros das cartas topográficas digitais foram realizados no
software SPRING, utilizando-se os parâmetros cartográficos no siste-
ma de coordenadas planas UTM e modelo da Terra no datum horizon-
tal: SAD-69 e datum vertical: Imbituba-SC.
Para o registro das cartas foram utilizados pontos conhecidos,
com latitude e longitude, coletados a campo e diretamente na carta
topográfica original, sendo estas coordenadas transferidas ao software
SPRING através do teclado do computador e ajustadas aos pontos
geográficos escolhidos na imagem.
As cartas topográficas registradas em formato digital foram expor-
tadas pelo SPRING para o formato tiff, para terem compatibilidade com
o software AutoCad 14.
a.3) Vetorização das cartas topográficas
As cartas topográficas foram vetorizadas na tela do computador
com uso do software AutoCad 14, usando como base as cartas topo-
gráficas escaneadas e registradas (imagem raster contínua em forma-
to analógico), onde os temas hidrografia, sistema viário, curvas de ní-
vel com equidistância de 20 metros, pontos e textos foram vetorizados
em camadas (layers) distintas.
As camadas foram vetorizadas e ajustadas com as coordenadas
planas UTM (x e y), sendo que na camada curvas de nível e pontos, in-
seriu-se posteriormente as altitudes das curvas e dos pontos (cotas z).
Após a vetorização das quatro cartas topográficas, as mesmas fo-
ram unidas e recortadas no perímetro do município, e exportadas em
formato DXF (Drawing interchange file) para serem abertas no softwa-
re SPRING, onde foram geradas as classes de declividade, classes de
altimetria e classes de exposição ao sol.
a.4) Geração do mapa de bacias hidrográficas
O mapa digital das bacias hidrográficas foi elaborado levando-se
em consideração a hidrografia, as curvas de nível e os pontos cotados,
53
localizando-se as nascentes, os rios e o sentido para onde conver-
gem as águas, unindo a outros rios até formarem as cinco microba-
cias hidrográficas do município. A vetorização foi realizada com uso do
software AutoCad 14, criando o perímetro de cada bacia, traçando-se
uma linha imaginária nos pontos mais elevados, que são os divisores
de água, levando-se em consideração a organização social da comu-
nidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
a) Localização Geográfica
O gerenciamento do território municipal dá-se por meio de conhe-
cimento de seus limites, assim, qualquer ação sobre o município deve
ter como base o mapa municipal, que é um documento sistemático de
55
características político-administrativas e geográficas.
O município de Nova Esperança está entre sete municípios con-
frontantes, apresentados na Figura 3.
d) Estrutura Fundiária
O município de Nova Esperança, bem como grande parte das cida-
des da região norte e noroeste do estado do Paraná tiveram sua colo-
nização realizada pela Companhia de Terras Norte do Paraná (CTNP)
de capital inglês.
58
O mapa base é formado pela representação gráfica das fronteiras
entre as propriedades e pela distribuição dos imóveis rurais no território
municipal (Figura 6).
O mapa da estrutura fundiária permite uma visão panorâmica e
simultânea de todos os imóveis rurais e de outros atributos existentes
no banco de dados, tais como a área total de cada imóvel rural, o perí-
metro, o proprietário, bem como a identificação dos imóveis limítrofes.
59
Tabela 2 - Distribuição das áreas do município de Nova Esperança,
Paraná
60
FIGURA 7 - DIVISAS MUNICIPAIS COM NECESSIDADE DE REVISÃO DO
MUNICÍPIO DE NOVA ESPERANÇA - PR
e) Altimetria
A Altimetria se refere à representação das elevações do terreno
através do fatiamento do relevo em cotas altimétricas que visam de-
monstrar através de classes coloridas sua distribuição espacial (Figura
8).
As altitudes de modo geral, variam de 300 a 550 metros nas áreas
próximas aos ribeirões.
Nota-se que a separação das classes de altimetria é pouco acen-
tuada já que as partes mais elevadas representam somente 2,96% da
área total da bacia (550m até 600m), como pode ser observado na
Tabela 3.
61
FIGURA 8 - CLASSES DE ALTIMETRIA DO MUNICÍPIO DE NOVA
ESPERANÇA - PR
f) Declividade
A declividade foi dividida em 5 classes de acordo com o sistema
brasileiro de classificação de solos da Embrapa (1999), como pode ser
visualizado no mapa abaixo (Figura 9).
62
FIGURA 9 - CLASSES DE DECLIVIDADE DO MUNICÍPIO DE NOVA ESPE-
RANÇA - PR
f) Pedologia
A identificação e mapeamento dos solos subsidiam os planejamen-
tos agrícolas, levantamentos do uso da terra, estudos de terras para
irrigação, monitoramentos ambientais e outros.
Os resultados obtidos foram satisfatórios na identificação dessa
classe temática, a partir da quantificação e da espacialização dos di-
versos tipos de solos encontrados na área do município. Foram iden-
tificadas as seguintes ordens de solos: Latossolos, Argissolos e Nitos-
solos.
64
A Figura 11 apresenta o mapa da área contendo a representação
geográfica das diversas classes de solos no município de Nova Espe-
rança.
h) Uso do Solo
O uso do solo identifica o propósito econômico ou social para o
qual a terra é utilizada e a ocupação identifica a cobertura física ou bio-
lógica do solo. Com o auxílio do geoprocessamento e levantamento de
campo, foi possível elaborar o mapa de uso e ocupação do solo para o
município de Nova Esperança (Figura 14).
69
FIGURA 15 - SISTEMA VIÁRIO URBANO DO MUNICÍPIO DE NOVA
ESPERANÇA/PR
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
75
76
CAPÍTULO III
PROCESSO DE GESTÃO MUNICIPAL
COM USO DE SISTEMA DE
INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS NO
MEIO RURAL: MARIALVA - PR
Rodolfo Mayer *
*
Engenheiro Agrônomo, Especialista em Geoprocessamento, Instituto Emater, Maringá,
Paraná, Brasil - rodolfomayer@seab.pr.gov.br
77
78
INTRODUÇÃO
80
de tratamento e localização, etc. ligados em rede; [...] em 1964, MIDAS, no
Serviço Florestal de USA, desenvolve-se o primeiro SIG para gerenciamento
dos recursos naturais; [...] em 1968, o Departamento de Censo de USA, desen-
volve o DIME (Dual Independent Map Encoding) para a representação digital
das redes de estradas e zonas de limites censitários; [...] na década de 70,
desenvolveram-se definições de uso da cartografia e de estrutura topológica
dos dados; [...] na década de 80, realizaram-se diferenciações criticas entre
CAD, DBMS, SIG, etc. Em HARVARD, a computação gráfica e a análise es-
pacial implementam o desenvolvimento do SIG. Muitos pioneiros e softwares
de SIG são criados e distribuídos para construir os mais diversos aplicativos;
[...] a década de 90 promete caracterizar-se, não apenas pelo avanço de har-
dware (especialmente quanto à “mips” e os meios de armazenamento a nível
de gigabytes), mas, sobretudo, a nível de modelos e metodologias dos aplica-
tivos, evidenciando o domínio do uso da informação nos diferentes campos da
atividade humana.”
O SIG nos dias de hoje é extremamente necessário para o desen-
volvimento e estudos em diversas áreas.
“O geoprocessamento utiliza técnicas matemáticas e computacionais para o
tratamento de informações geográficas e tem sido cada vez mais utilizado para
a análise de recursos naturais. Essa ferramenta é especialmente útil para pa-
íses de grande dimensão e com deficiência de informações em escalas ade-
quadas, pois apresenta um grande potencial para a tomada de decisões sobre
planejamentos urbanos e ambientais, principalmente por ser uma tecnologia
que apresenta um custo relativamente baixo” (ASSAD & SANO, 1998; FLO-
RENZANO, 2002).
O SIG é um sistema computacional que permite armazenar e in-
tegrar feições gráficas e atributos dos dados que estão georreferen-
ciados, ou seja, localizados na superfície terrestre e numa projeção
cartográfica qualquer (ASSAD & SANO, 1998; FLORENZANO, 2002).
Tal sistema engloba programas, procedimentos e módulos, ou subsis-
temas, inteirados e projetados para dar suporte ao armazenamento,
processamento, análise, modelagem e exibição de dados e/ou infor-
mações espacialmente referenciadas, constituídas numa única base
de dados.
Dispondo de um conjunto de ferramentas e operações que per-
mitam a integração e análise dos dados, de maneira a transformá-los
em informações úteis para tomada de decisões, o SIG normalmente
integra outros sistemas, como o processamento digital de imagens,
análise estatística, análise geográfica, digitalização (para ser capaz de
realizar estas operações) e ainda dispor de entrada e saída de dados
em diversos formatos, tendo como ponto central um banco de dados
(LAMPARELLI, ROCHA & BORGHI, 2001).
81
Com esses módulos é possível realizar uma série de modelagens,
entre as quais se pode destacar o modelo digital de elevação (MDE),
que é uma representação matemática contínua da distribuição espa-
cial das variações de altitude numa área. Ele é construído a partir das
curvas de nível e pontos altimétricos (GEPLAN, 2007).
“Existem diversas formas de entrada de dados nesse sistema, das quais as
principais são aquelas oriundas dos equipamentos de posicionamento por sa-
télite e sensoriamento remoto, que é a tecnologia que permite obter imagens e
outros tipos de dados, da superfície terrestre, através da captação e do registro
da energia refletida ou emitida pela superfície. A obtenção dos dados é feito à
distância, isto é, sem que haja o contato físico entre o sensor e a superfície
terrestre” (FLORENZANO, 2002).
As plataformas mais utilizadas de sensoriamento remoto são os
aviões (plataforma aérea) e satélites (plataforma espacial), podendo
também ser utilizadas plataformas terrestres. O termo sensoriamen-
to remoto se refere especificamente aos métodos que se utilizam da
energia eletromagnética na detecção e medida das características de
objetos, incluindo-se as energias relativas a luz, calor e ondas de rá-
dios (LAMPARELLI, ROCHA & BORGHI, 2001; CENTENO, 2003).
Características do SIG
O SIG possibilita a definição, mensuração, classificação, enumera-
ção de elementos geográficos no mundo real e, a partir destas ativida-
des, é possível analisar o mundo real de maneira a viabilizar atuações
sobre ele mesmo, seja por meio de operações, manutenções, geren-
ciamento, construção, entre outros.
São funções do SIG: aquisição, gerenciamento, análise e exibição
de resultados. A aquisição se dá por meio da conversão de informações
analógicas em digitais. Podem ser citadas como fontes de aquisição as
fotografias aéreas, mapas, cartas, imagens de satélite entre outras.
Já a função de gerenciamento está relacionada à inserção, remoção
ou modificação de dados. Por sua vez, a função de análise permite o
exame de dados conexos através das tarefas de seleção e agregação
de informações, controle da geometria e topologia, conjugação de in-
formações temáticas e extração de informações estatísticas. Por fim, a
função de exibição de resultados está ligada à representação de dados
manipulados podendo ser constituída somente de dados não-gráficos.
O SIG, para permitir que as funções supradescritas atinjam suas
82
finalidades, efetua as chamadas operações espaciais, essenciais do
SIG, uma vez que é fundamental que ele permita operações espaciais
sobre os dados. Sobre a união de dados convém relembrar que so-
mente o SIG pode unir dados gráficos e não gráficos (ou conjunto dos
mesmos).
Acerca da manipulação de dados é necessário destacar alguns as-
pectos. Um SIG precisa propiciar a recuperação de informações, seja
em razão de critérios tanto espaciais quanto não-espaciais. A mani-
pulação de dados vetoriais recai sobre dados de características posi-
cionais e topológicas. São operações deste tipo de manipulação: de-
terminação do polígono envolvente, união de áreas (por meio da qual
transforma áreas contíguas numa única área), intersecção (calcula
objetos a partir da intersecção de objetos contidos em um ou mais ma-
pas), cálculo de distância e área entre dois objetos e manipulação de
conexões entre pontos (soluciona problemas de cálculo de custos de
deslocamento e definição de caminhos mínimos numa rede). Destaca-
se ainda a manipulação de dados raster baseada na implementação
de operações mais simples.
Estrutura fundiária
A distribuição da terra no Brasil é produto histórico, resultado do
83
modo de como ocorreu no passado, tendo início ainda no período co-
lonial com a criação das capitanias hereditárias e sesmarias, caracteri-
zada pela entrega da terra pelo dono da capitania a quem fosse de seu
interesse ou vontade, em suma, como no passado a divisão de terras
foi desigual e os reflexos são percebidos até os dias de hoje, sendo
uma questão extremamente polêmica e que divide opiniões.
Portanto a estrutura fundiária é como as propriedades rurais es-
tão organizadas, sendo que esta organização pode ser pelo tamanho,
exploração, função social, áreas de preservação ambiental e outras
formas de estrutura. Em relação a sua dimensão pode-se classificar
em minifúndios, que são áreas extremamente pequenas e insuficien-
tes para o sustento da família em relação às necessidades básicas de
vida e alimentação e, por outro lado, os latifúndios, que são as grandes
áreas que muitas vezes exploram o extrativismo, tendo a necessidade
de mudança de comportamento, pela perda da capacidade produtiva
e degradação das áreas em relação ao ambiente, comprometendo a
sustentabilidade da atividade.
O sistema de informações geográficas contribui para identificar,
dimensionar e localizar as propriedades rurais, classificando-as pelo
número de módulos rurais, facilitando o planejamento de atividades
que permitam absorver a força de trabalho do agricultor e sua família,
garantindo a sua subsistência e o progresso econômico e social.
MATERIAIS E MÉTODOS
Localização
Preparo de materiais
a) Escaneamento do mapa fundiário
O mapa fundiário, em meio analógico (papel) foi convertido em ar-
quivos digitais (eletrônicos), através do escaneamento em uma reso-
lução de 300 dpi (dots per inch - pontos por polegada) e salvas como
imagem com formato tiff.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os softwares de geoprocessamento disponíveis no mercado faci-
litam a elaboração dos mapas digitais e a estruturação de banco de
dados, possibilitando atualizações rápidas conforme os fatores de
anexação, subdivisão ou desapropriação de áreas que podem ocorrer,
permitindo gerar informações atualizadas para o processo de tomada
de decisão, tornando-se uma ferramenta essencial para elaboração
e execução dos mais diversos tipos de projetos como infraestrutura,
meio ambiente, planejamento rural e tantos outros conforme a neces-
sidade dos trabalhos a serem desenvolvidos no município.
Estrutura fundiária
A Estrutura Fundiária representa a distribuição espacial das pro-
priedades dentro de um determinado espaço, possibilitando a visuali-
zação e estudo das atividades econômica, social e ambiental no meio
rural. O mapa da Figura 1 apresenta a visualização espacial da estru-
tura fundiária atualizada por este trabalho com quase 2.000 imóveis
rurais com suas glebas diferenciadas por cores, destacando-se, tam-
bém, suas estradas e as áreas urbanizadas como a sede do município
e seus distritos.
Com uso de ferramenta de SIG correlacionou-se o mapa da distri-
buição espacial das propriedades (Figura 1) com o banco de dados, do
qual selecionou-se todas as propriedades da gleba Keller para visua-
lizar na tela do computador todos os campos que contém as informa-
ções básicas de cada propriedade. A partir do banco de dados é possí-
vel realizar outras consultas (Figura 2), obtendo os dados estatísticos
como a somatória total em hectares, número de propriedades, a maior
e a menor área em hectares e outras informações da gleba Keller.
Possibilita também gerar gráficos, relatórios por ordem alfabética
dos proprietários, por tamanho dos imóveis em hectares, pelo número
do lote, selecionar no banco de dados o imóvel para localizar na tela
do computador tendo a visão espacial da área e tantas outras informa-
ções que sejam de interesse do gestor.
89
FIGURA 1 - MAPA DA ESTRUTURA FUNDIÁRIA DO MUNICÍPIO DE
MARIALVA - PARANÁ
Fonte: Instituto Emater (2010)
90
FIGURA 2 - CONSULTA DE TODOS OS IMÓVEIS DA GLEBA KELLER,
MUNICÍPIO DE MARIALVA - PARANÁ
Fonte: Instituto Emater (2010)
91
Com o aumento da agricultura familiar, é necessário um planeja-
mento em toda a cadeia produtiva para promover a utilização de tec-
nologias que permitam identificar estas áreas. O SIG, por integrar um
banco de dados junto a uma base digital cartográfica, permite, de for-
ma rápida, a visualização espacial das informações relativas às áreas
de interesse. Assim, por meio do Sistema (correlacionado com a Figura
1 mapa da estrutura fundiária), foi possível obter o gráfico de estrati-
ficação que evidencia a estrutura fundiária do município de Marialva
(Gráfico 1).
Observa-se pelo gráfico que a maior concentração de imóveis (719
propriedades) possui área inferior a 5,00 ha totalizando 1.486,00 ha,
ou seja, um pouco mais de 3% das áreas dos imóveis do município, o
que caracteriza, em sua maioria, a subdivisão de propriedades rurais
em pequenas chácaras, adquiridas por famílias que fazem parceria
com produtores maiores, até conquistaram o seu espaço na atividade
para trabalhar por conta própria, ampliando a agricultura familiar. Em
relação às propriedades entre 5,00 ha e 100,00 ha a diversificação de
explorações é bem ampla, pois os imóveis maiores são explorados por
grandes culturas e pastagem, enquanto que os menores são explora-
dos por flores, horticultura, avicultura, fruticultura e outras espécies,
sendo a principal a uva fina de mesa.
As propriedades acima de 100,00 ha são minoria, 69 imóveis, mas
que acumulam uma área de 13.099,00 ha, exploradas por pastagem,
cana de açúcar e culturas anuais. Buscando visualizar a disposição
espacial dessas áreas, gerou-se o mapa da Figura 3, que apresenta a
distribuição espacial das propriedades.
Observa-se pelo mapa que a maioria das pequenas propriedades
estão distribuídas próximas ao perímetro urbano da cidade de Marialva
e, também, nos distritos de Aquidaban, São Miguel do Cambuí e São
Luis e que as grandes propriedades encontram-se espacialmente loca-
lizadas nas regiões limítrofes do município.
Para compreender a estrutura fundiária, faz-se necessário, além
de analisar a distribuição estratificada das áreas no município, obser-
var outros fatores que influenciam no uso e ocupação do solo.
92
FIGURA 3 - MAPA DE ESTRATIFICAÇÃO DAS PROPRIEDADES,
MUNICÍPIO DE MARIALVA - PARANÁ
Fonte: Instituto Emater (2010)
98
Alguns produtores vêm diversificando sua agricultura com cultivos
de uvas rústicas para a industrialização e processamento de suco con-
centrado e geléia, através de agroindústrias, agregando valor a sua
produção e aproveitando melhor a mão de obra familiar.
Ademais, foi fundada uma cooperativa para produção de vinho, o
que deverá delinear o perfil futuro da viticultura no município com o
incremento de novas tecnologias em todos os setores produtivos até a
comercialização.
O desenvolvimento altera o meio ambiente e, devido a essas mu-
danças, vão surgindo outras possibilidades de investimentos. Assim, o
SIG torna-se, neste processo, uma ferramenta que possibilita diversas
aplicabilidades em várias áreas de atuação em que cada segmento
pode tirar o proveito conforme a sua visão empreendedora.
Um banco de dados bem estruturado permite o acompanhamen-
to e análise temporal das áreas em estudo, fornecendo informações
importantes, além da estrutura espacial para a tomada de decisão no
planejamento e administração em todos os segmentos da cadeia pro-
dutiva que atuam no município, passando pelo agricultor, assistência
técnica, cooperativas, comércio de insumos, órgãos estadual, órgãos
federal e principalmente a administração municipal.
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
100
REFERÊNCIAS
101
102
CAPÍTULO IV
PROJETO PARANÁ BIODIVERSIDADE:
PROPOSIÇÃO PARA ADEQUAÇÃO DE
USO DO SOLO RURAL
Luiz Marcos Feitosa dos Santos1
Milton Satoshi Matsushita2
Nelma Pereira Cunha Hagemaier3
Gracie Abad Maximiano4
Erni Limberger5
1
Engenheiro Agrônomo, Mestre em Engenharia Agrícola, Área de Concentração Irrigação
e Drenagem, Instituto Emater, Curitiba, Paraná, Brasil - feitosa@emater.pr.gov.br
2
Engenheiro Agrônomo, Doutor em Economia e Política Florestal, Instituto Emater,
Curitiba, Paraná, Brasil - matsushita@emater.pr.gov.br
3
Administradora, Instituto Emater, Curitiba, Paraná, Brasil - nelma@emater.pr.gov.br
4
Geógrafa, Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Curitiba, Paraná, Brasil
gracie@sema.pr.gov.br
5
Engenheiro Florestal, Mestre em Agronomia, Área de Concentração Produção Vegetal,
Instituto Emater, Paranavaí, Paraná, Brasil - ernilimberger@emater.pr.gov.br
103
104
INTRODUÇÃO
2 Material
2.1 Imagens de Satélite SPOT
Para identificar classes de uso e cobertura vegetal foram utilizadas
as imagens do satélite SPOT ortorretificadas, composição colorida nas
bandas R(1), G(2), B(3) com resolução espacial de 10 metros e banda
pancromática com resolução espacial de 5 metros, obtidas em 2004
e 2005, projeção UTM (Universal Transversa de Mercator), Meridiano
Central 51º Oeste (Fuso 22), Datum Horizontal SAD 69 (South American
Datum) em formato tiff.
3 Métodos
a) preparo do material
Identificação de recursos cartográficos disponíveis/existentes
(cartas topográficas em meio digital e analógico)
Aquisição de GPS (Global Position System)
Obtenção de imagens de satélite, para a elaboração de mapas
temáticos.
110
Obtenção de programa de SIG, sensoriamento remoto e Sistema
de Posicionamento Global (GPS).
b) preparo da equipe de atuação
Capacitação da estrutura técnica em SIG
Capacitação da estrutura técnica em sensoriamento remoto
Capacitação da estrutura técnica em uso de GPS
Definição do modelo metodológico a ser adotado para o uso de
SIG
Capacitação da estrutura técnica para aplicação do modelo
metodológico definido.
3.7 Conflito
3.8 Proposição
RESULTADOS E DISCUSSÃO
115
FIGURA 3 - CLASSES DE DECLIVIDADE DO CORREDOR CAIUÁ-ILHA
GRANDE, REGIÃO DE PARANAVAÍ
Fonte: Projeto Paraná Biodiversidade (2004)
117
FIGURA 4 - CLASSES DE PAISAGEM DO CORREDOR CAIUÁ-ILHA
GRANDE, REGIÃO DE PARANAVAÍ
Fonte: Projeto Paraná Biodiversidade (2004)
com 47,85 ha, Agricultura perene em APP com 7,75 ha e Cultura anual
em área inapta para mecanização em apenas 3,10 ha.
Em relação à Reserva Legal - RL e Áreas de Preservação Perma-
nente - APP, o Código Florestal estabelece: a necessidade de se man-
ter, a título de reserva legal, vinte por cento da propriedade rural com
área de floresta ou outra forma de vegetação nativa, Brasil (1965) e
considerando a área total estudada e a cobertura florestal existente
nos estágios de desenvolvimento não mais passíveis de corte raso,
existe um passivo ambiental de aproximadamente 58.568,08 ha de
floresta a ser recuperado para a recomposição da Reserva Legal. É
um cálculo estimado a ser confirmado com o planejamento individual
das propriedades, objetivo não previsto neste trabalho. Providenciado
o planejamento das propriedades, diferença significativa pode ser
encontrada visto que a lei permite ao órgão ambiental autorizar, em
alguns casos, Brasil (1965), a inclusão da APP no cômputo da Reserva
Legal e, ainda, pode vir a ser computado como Reserva Legal parte da
121
área com vegetação de várzea. Referente às classes de uso, as áreas
com vegetação de várzea somam 14.416,47 ha, dos quais 3.614,72 ha
constam como APP. Restando 10.801,75 com potencial de sanar parte
do passivo da RL apurado (Tabela 1). Portanto, o passivo florestal da
Reserva Legal - RL na área estudada fica entre 58,60 mil ha e 47,80
mil ha (54,98% a 67,40% do exigível), enquanto que o passivo da APP
é de 6.503,65 ha (38,40% do exigível), conforme Tabela 2.
4.1.6 Proposição
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
127
CAMPOS, J.B. (organizador). Parque Estadual de Ilha Grande: re-
conquista e desafios. Maringá: IAP - Instituto Ambiental do Paraná,
1999. 118p.
CASTRO FILHO, C. e MUZILLI, O. Uso e manejo dos solos de baixa
aptidão agrícola. Londrina: IAPAR, 1999. 270 p.
CHRISTOFOLETTI, A. Geomorfologia. São Paulo: Blucher, 1974.
DIAS, J.L. A paisagem e o geossistema como possibilidade de
leitura da expressão do espaço sócio-ambiental rural. Confins,
Número 1. Disponível em: <http://confins.revues.org/document10.html.
2007>. Acesso em: 10/03/2009.
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema
brasileiro de classificação de solos. Brasília: EMBRAPA Produção
de Informação, 1999.
Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha - FEBRAPDP. Encontro
Nacional de Plantio Direto na Palha. Londrina-PR: FEBRAPDP,
2008. 184 P.
IAPAR, Instituto Agronômico do Paraná. Cartas Climáticas do Paraná.
Consorcio Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras. Londrina, 2000.
IVANAUSKAS, N.M.; RODRIGUES, R.R. e NAVE, A.G. Fitossociologia
de um trecho de Floresta Estacional - Semidecidual em Itatinga.
Scientia Forestalis n. 56, São Paulo, 1999.
LEPSCH, I.F. Manual para levantamento utilitário do meio físico
e classificação de terras no sistema de capacidade de uso.
Campinas: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1983.
MAACK, R. Geografia física de Estado do Paraná. Curitiba:
Universidade Federal do Paraná: Instituto de Biologia e Pesquisas
Tecnológicas, 1968. 350p.
Ministério da Agricultura - MA. Aptidão agrícola das terras do Paraná.
Brasília: BINAGRI, 1981. 140p.
PARANÁ. Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral.
Projeto Paraná Biodiversidade: Manual Operativo. Curitiba: 2002.
PENTEADO, M.M. Fundamentos de Geomorfologia. Biblioteca
Geográfica Brasileira, Série D, Nº 3. Rio de Janeiro: IBGE, 1974.
128
PORTO, M.F.A e PORTO, R.L. Gestão de bacias hidrográficas.
Estudos Avançados vol. 22 nº 63. São Paulo, 2008.
ROSS, J.L.S. Geomorfologia: ambiente e planejamento. São Paulo:
Editora Contexto, 1990.
SACOMAN, A. COCAMAR: Projeto Arenito Nova fronteira. Maringá:
Coopergraf, 2004.104p.
SECRETARIA DE ESTADO DA AGRICULTURA E DO
ABASTECIMENTO DO PARANÁ-SEAB. Manual operativo de fundo
de manejo e conservação dos solos e controle da poluição. 4.
versão. Curitiba: SEAB, 1992. 96 p.
SCHAITZA, E.G.; CHANG, M.; OLIVEIRA, E.B.; LIMBERGER, E.;
SANTOS, L.M.F.; SHIMIZU, J.Y.; GOBOR, D.; SIQUEROLO, E.F.;
MAXIMIANO, G.A.; AGUIAR, A.V.; SOUSA, L.P.; BIANCO, A.J.;
SANTOS, E.S.; PASSARELLI, I.; FREITAS, J.C.; DOMINGUES, R.;
GONÇALVES, A.R.; GARBELINI, W.A.; SANTOS, J.F.; MORIS, A.C.;
SABOT, A.L. e SANTOS, A.S. Implantação e manejo de florestas
em pequena propriedade no Estado do Paraná: um modelo para
a conservação ambiental, com inclusão social e viabilidade
econômica. Colombo: Embrapa Floresta, 2008. 49p. (Documen-
tos/Embrapa Floresta, ISSN 1517-526X; 167).
SUGUIO, K. e BIGARELLA, J. Ambientes Fluviais. 2ª Edição.
Florianópolis: Editora da UFSC e UFPR. 1990.
TEODORO, V.L.L.; TEIXEIRA. D.; COSTA, D.J.L. e FULLER, B.B. O
conceito de bacia hidrográfica e a importância da caracterização
morfométrica para o entendimento da dinâmica ambiental local.
Revista Uniara nº 20. Araraquara, 2007.
TRICART, J. Ecodinâmica. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística. Superintendência de Recursos Naturais e Meio ambiente.
Diretoria Técnica. Rio de Janeiro, 1977.
VARGAS, M.C. O gerenciamento integrado dos recursos hídricos
como problema socioambiental. Ambiente & Sociedade, nº 5.
Campinas, 1999.
YASSUDA, E.R. Gestão de recursos hídricos: fundamentos e
aspectos institucionais. Revista de Administração Pública. Fundação
Getúlio Vargas, v. 27, nº 2. Rio de Janeiro, 1993.
129
130
CAPÍTULO V
GEOPROCESSAMENTO EM APOIO AO
ESTUDO DE SISTEMA DE PRODUÇÃO
NO PROJETO REDES DE REFERÊNCIA
PARA A AGRICULTURA FAMILIAR NO
NOROESTE DO PARANÁ
Belmiro Ruiz Marques 1
Edson Luiz Diogo de Almeida 2
1
Engenheiro Agrônomo, Especialista em Manejo e Administração de Recursos Naturais,
Instituto Emater, Maringá, Paraná, Brasil - belmiro@emater.pr.gov.br
2
Engenheiro Agrônomo, Mestre em Agronomia, Instituto Emater, Maringá, Paraná, Brasil
edsonalmeida@emater.pr.gov.br
131
132
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
138
A impressão dos mapas foi realizada em impressoras jato de tinta
colorida, para uso diário dos extensionistas e também em impressoras
profissionais com figuras em tamanhos maiores, para uso em metodo-
logias extensionistas de difusão grupal (Figuras 7 e 8).
RESULTADO E DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
143
144
CAPÍTULO VI
PLANO DE RECUPERAÇÃO DO
ASSENTAMENTO
CONTESTADO: LAPA - PR
Paulo Augusto de Andrade Lima1 Emerson Pedro Baduy8
Adelson Raimundo Angelo2 Leila Aubrift Klenk9
3
Milton Satoshi Matsushita Michele Cristina Lang10
Oromar João Bertol4 Jonas Daniel Ribas da Cruz11
Paulo Roberto Fiorillo5 Viviana dos Santos12
6
Lucio Tadeu Araujo Luiz Antonio Caldani13
José Américo Righetto7
1
Engenheiro Florestal, Especialista em Administração Pública, Instituto Emater, Curitiba,
Paraná, Brasil - pauloaugusto@emater.pr.gov.br
2
Geógrafo, Especialista em Gestão de Recursos Hídricos, Instituto Emater, Curitiba,
Paraná, Brasil - adelsonangelo@emater.pr.gov.br
CONTINUA
145
3
Engenheiro Agrônomo, Doutor em Economia e Política Florestal, Instituto Emater,
Curitiba, Paraná, Brasil - matsushita@emater.pr.gov.br
4
Engenheiro Agrônomo, Doutor em Conservação da Natureza, Instituto Emater,
Curitiba, Paraná, Brasil - oromar@emater.pr.gov.br
5
Engenheiro Agrônomo, Especialista em Gestão de Recursos Naturais, Instituto Emater,
Curitiba, Paraná, Brasil - paulofiorillo@emater.pr.gov.br
6
Engenheiro Agrônomo, Instituto Emater, Curitiba, Paraná, Brasil
lucio@emater.pr.gov.br
7
Engenheiro Agrônomo, Especialista em Comercialização de Hortigranjeiros, Instituto
Emater, Curitiba, Paraná, Brasil - righetto@emater.pr.gov.br
8
Engenheiro Agrônomo, Especialista em Administração Pública, Instituto Emater, Balsa
Nova, Paraná, Brasil - baduy@emater.pr.gov.br
9
Engenheira Agrônoma, Mestre em Ciência do Solo, Instituto Emater, Lapa, Paraná,
Brasil - leilaklenk@emater.pr.gov.br
10
Engenheira Agrônoma, Especialista em Agronegócio com ênfase em Mercados,
Fundação Terra, Lapa, Paraná, Brasil - michelelang@ig.com.br
11
Técnico Agrícola, Instituto Emater, Rio Negro, Paraná, Brasil
jonasdaniel@emater.pr.gov.br
12
Pedagoga, Especialista em Psicopedagogia, Fundação Terra, Lapa, Paraná, Brasil
vivi_anasantos@hotmail.com
13
Engenheiro Agrônomo, Especialista em Fertilidade e Manejo de Solos, Instituto Emater,
Curitiba, Paraná, Brasil - caldani@emater.pr.gov.br
146
INTRODUÇÃO
MATERIAIS E MÉTODOS
Desenvolvimento do trabalho
A estrutura do relatório seguiu o formato recomendado pelo Termo
de Referência Técnica assinado entre o Instituto Nacional de Coloni-
zação e Reforma Agrária (INCRA) no Paraná e o Instituto Ambiental
do Paraná (IAP) em 8 de agosto de 2008 para o cadastro no Sistema
de Manutenção, Recuperação e Proteção da Reserva Florestal Legal
e Áreas de Preservação Permanente (SISLEG), para o licenciamen-
to Ambiental dos Projetos de Assentamentos da Reforma Agrária no
Estado do Paraná e pela Resolução CONAMA 387, com o objetivo de
favorecer a análise das equipes técnicas do INCRA e IAP.
As informações coletadas no campo com uso de GPS de navega-
ção e uso das imagens de satélite, hidrografia, curvas de nível e pontos
cotados serviram de subsídio para verificação dos rios, corpos d’água,
nascentes, estradas, ajustes no mapa de solos, geração do mapa de
ocupação e uso do solo, conflitos e proposições ambientais.
151
A declividade é a inclinação da superfície do terreno em relação
ao plano horizontal, referenciada através de um gradiente de variação
no valor da elevação, que pode ser medido em graus (0 a 90°) ou em
porcentagem (%). Os mapas de classes de declividade foram gerados
com uso do software Spring 5.1.8 disponibilizado pelo Instituto Nacio-
nal de Pesquisas Espaciais (INPE), utilizando dados da carta número
2856-2, contendo a base hidrográfica do Estado do Paraná na escala
de 1:50.000, pontos cotados e curvas de nível com equidistância (dis-
tância vertical entre as curvas de nível) de 20 metros.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
153
FIGURA 1 - LEVANTAMENTO E RECONHECIMENTO DOS SOLOS
Fonte: Instituto Emater - Levantamento de Campo (2011)
157
4) Uso, ocupação do solo e cobertura vegetal
A descrição da vegetação na área do Assentamento do Contestado
segue a resolução nº 2, de 18/03/1994 do CONAMA (BRASIL, 1994)
que fornece os parâmetros necessários para o enquadramento dos
diversos estágios sucessionais em que se encontram as formas de ve-
getação nativa da área do assentamento, identificadas a partir das visi-
tas em campo com o apoio de imagens do Google Earth, Spot e Alos.
Total 3.182,41
Fonte: Instituto Emater - Levantamento de Campo (2011)
158
FIGURA 5 - MAPA DE USO E OCUPAÇÃO DA TERRA
Fonte: Instituto Emater - Levantamento de Campo (2011)
159
FIGURA 6 - MAPA DE CONFLITOS AMBIENTAIS LEGAIS
Fonte: Instituto Emater - Levantamento de Campo (2011)
164
Quanto às áreas de APP que estão cobertas com espécies exó-
ticas urge uma solução judicial, pois a recomposição com a vegeta-
ção nativa só ocorrerá quando da remoção de tais plantas. As plan-
tas Pinus ssp existentes às margens dos rios e córregos estão ge-
rando sementes que são disseminadas por toda a área, e abafam o
desenvolvimento da vegetação nativa nas áreas de APP. Novamente,
afirma-se a necessidade de encaminhamento de uma decisão judicial,
pois a permanência destas espécies compromete a manutenção do
equilíbrio ambiental na área de assentamento e gera riscos de pragas
e doenças em reflorestamentos da região.
a.2) Restauração de Áreas de Reserva Legal
Situação Atual
Existe averbada na matrícula do Imóvel uma área de 1.240,10 ha
como área de reserva legal, sendo necessário restaurar ¼ da área
ou 300,32 ha. São aproximadamente 258 ha cobertos com refloresta-
mentos de exóticas e 42 ha com atividades antrópicas (agropecuária/
saibreira/benfeitorias).
Medidas Mitigadoras e Compensatórias
Duas situações se apresentam nestas áreas reflorestadas: A pri-
meira refere-se às áreas com reflorestamentos idosos não explorados.
Nestas áreas, após a remoção das espécies exóticas, a recomposição
se dará por regeneração natural com adensamento com espécies na-
tivas. O entrave legal não permite nenhuma ação até a decisão judi-
cial. A segunda situação é a das áreas nas quais já houve a retirada
da madeira e a vegetação espontânea tem-se desenvolvido. Porém,
as sementes de Pinus ssp encontraram nestes ambientes condições
para seu crescimento, de forma desordenada e densa, sufocando a
vegetação nativa. Nestas áreas, a derrubada com o uso de motosserra
é suficiente. Poucos casos necessitarão a remoção dos exemplares
derrubados da área. Com o fechamento do dossel das nativas, o pinus
não encontrará condições para germinação. Quanto à área com plan-
tada com eucaliptos, permanece a dúvida sobre os direitos da madeira
em função da rebrota.
Após a retirada destas espécies exóticas, a recomposição se dará
através da regeneração natural e com adensamentos com espécies
165
que poderão proporcionar alternativas de renda e alimentar (produção
de pinhão, erva mate, frutíferas nativas, mel). As atividades agropecu-
árias cessarão nestas áreas e as benfeitorias serão deslocadas para
fora. Novamente, a regeneração natural recomporá as áreas.
Próxima à área da sede comunitária, à beira da estrada de quem
vem de Balsa Nova, foi aberta uma frente de lavra que foi utilizada
como material de revestimento nas estradas internas. Hoje se encontra
desativada. A saibreira, devidamente recuperada, deverá ser integrada
à Reserva Legal. Não existe mais solo que permita o plantio, porém,
as técnicas de hidro-semeaduras poderão conter o processo de carre-
amento de sedimentos. Também, a construção de drenos desviando
as águas de chuvas evitará que os sedimentos continuem a afetar a
trafegabilidade da estrada adjacente.
a.3) Remoção de espécie invasora
Situação Atual
Os Pinus ssp têm-se disseminado com facilidade e vigor em toda a
área do assentamento.
Exemplares jovens são encontrados em lotes dos assentamentos,
em áreas de preservação permanente e em áreas de reserva legal.
Onde encontra condições propícias a espécie gera uma densa popula-
ção que sufoca qualquer outra forma de vegetação.
Medidas Mitigadoras e Compensatórias
Os exemplares jovens desta espécie devem ser eliminados siste-
maticamente.
A manutenção destas plantas comprometerá a ocupação das áre-
as dos assentamentos.
A remoção destas espécies exóticas em APP deverá seguir a por-
taria Resolução SEMA 028 de 17/08/1998 que estabelece normas para
corte de exóticas em APP, bem como a recomposição da mata ciliar.
a.4) Subprograma degradação e erosão dos solos
Situação atual
A quase inexistência de práticas de controle de erosão na maioria
das áreas, solos descobertos, uso de motomecanização, monocultu-
ras, baixa fertilidade natural do solo e perda da fertilidade pelo manejo
166
inadequado levaram à degradação e empobrecimento dos já frágeis
solos do assentamento.
Medidas mitigadoras e compensatórias
Para controlar os processos erosivos será necessária a adoção de
práticas mecânicas, físicas e culturais, de acordo com o sistema pro-
dutivo de cada unidade produtiva/lote.
a.5) Subprograma poluição e contaminação do meio ambiente com re-
síduos sólidos e líquidos
Situação atual
Ao redor de algumas residências encontram-se diversos materiais
espalhados. Além disso, os destinos das águas usadas não são ade-
quados.
Medidas mitigadoras e compensatórias
As famílias deverão participar de cursos de capacitação em sanea-
mento ambiental, bem como construção de equipamentos para destino
adequado de efluentes.
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
REFERÊNCIAS
172
CAPÍTULO VII
METODOLOGIA PARA DAR
SUPORTE AO PLANEJAMENTO DE
BACIAS HIDROGRÁFICAS NO PROGRAMA
DE GESTÃO DE SOLO
E ÁGUA EM MICROBACIAS
1
Engenheiro Agrônomo, Doutor em Economia e Política Florestal, Instituto Emater,
Curitiba, Paraná, Brasil - matsushita@emater.pr.gov.br
2
Engenheiro Agrônomo, Mestre em Engenharia Agrícola, Área de Concentração Irrigação
e Drenagem, Instituto Emater, Curitiba, Paraná, Brasil - feitosa@emater.pr.gov.br
3
Engenheiro Agrônomo, Doutor em Conservação da Natureza, Instituto Emater,
Curitiba, Paraná, Brasil - oromar@emater.pr.gov.br
4
Engenheiro Agrônomo, Especialista em Geoprocessamento e Solos, Instituto Emater,
Irati, Paraná, Brasil - reinaldorocha@emater.pr.gov.br
5
Técnico Agrícola, Instituto Emater, Fernandes Pinheiro, Paraná, Brasil
josekalusz@emater.pr.gov.br
6
Engenheiro Agrônomo, Especialista em Gestão Ambiental, Instituto Emater, Curitiba,
Paraná, Brasil - sergiomb@emater.pr.gov.br
173
174
INTRODUÇÃO
3 Métodos
182
FIGURA 2 - LOCALIZAÇÃO DA MICROBACIA
Fonte: Elaborado pelos autores (2014)
RESULTADOS E DISCUSSÃO
192
FIGURA 7 - MAPA DE USO E COBERTURA DA TERRA
Fonte: Elaborado pelos autores (2013)
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
197
198
CAPÍTULO VIII
GESTÃO DE PROPRIEDADES RURAIS
NA REGIÃO DE PATO BRANCO
Rosane Dalpiva Bragatto1
Herivelto Holowka2
Marcia de Andrade3
Edivan Jose Possamai4
Jose Antonio Nunes Vieira5
1
Engenheira Agrônoma, Mestre em Desenvolvimento Regional, Instituto Emater, Sauda-
de do Iguaçu, Paraná, Brasil - rosanebragato@emater.pr.gov.br
2
Engenheiro Agrônomo, Instituto Emater, Pato Branco, Paraná, Brasil
herivelto@emater.pr.gov.br
3
Economista Domestico, Instituto Emater, Chopinzinho, Paraná, Brasil
marciadeandrade@emater.pr.gov.br
4
Engenheiro Agrônomo, Mestre em Agronomia Produção Vegetal, Instituto Emater, Pato
Branco, Paraná, Brasil - edivanjp@emater.pr.gov.br
5
Médico Veterinário, Instituto Emater, Pato Branco, Paraná, Brasil
josenunesvieira@emater.pr.gov.br
199
200
INTRODUÇÃO
Microbacia hidrográfica
O termo microbacia hidrográfica diz respeito a uma área delimitada
do terreno para onde convergem todos os declives, isto é, para onde
convergem as águas de uma determinada região. É uma área geográ-
fica compreendida entre um fundo de vale, que pode ser o canal de um
rio, sanga ou córrego, e os espigões, que são os divisores de água,
ou seja, linhas que delimitam os pontos a partir dos quais as águas da
chuva escorrem. Na prática as microbacias têm início na nascente dos
pequenos cursos de água e à medida que a água segue seu curso vai
se unindo a outras, formando as bacias hidrográficas (OSAKI, 1994).
As microbacias hidrográficas são consideradas unidades naturais
de planejamento agrícola e ambiental, nas quais podem ser implanta-
dos padrões técnicos de uso e manejo integrado de solos e recursos
hídricos, bem como, em decorrência da riqueza de informações que
podem ser levantadas, constituírem instrumentos de interesse científi-
co. Considerada a “melhor unidade de planejamento por se encontrar
fisicamente bem caracterizada e também porque toda a área de ter-
ra (fração) por menor que seja sempre se integra a uma microbacia”
(OSAKI, 1994, p.555). Portanto, desde a nascente até a foz, um curso
de água está sujeito as alterações antrópicas no que diz respeito às
mudanças qualitativas e quantitativas das águas.
A aplicação do SIG aliada a um conjunto de procedimentos me-
todológicos possibilita localizar e identificar as características físicas
da área de estudo. Ao considerar uma área geográfica de uma micro-
bacia hidrográfica como a área de estudo no universo do mundo real
203
encontra-se nos fenômenos a serem representados (CÂMARA, 2001),
e as informações de interesse como, cadastro urbano e rural, dados
geofísicos, topográficos e tipos de solo, seu uso e ocupação podem
ser agrupados, analisados e sobrepostos para esta unidade dos dados
espaciais, garantindo o acesso eficiente e rápido ao usuário das infor-
mações por ele gerenciadas.
Gestão de propriedades
A propriedade rural deve ser vista e administrada como uma em-
presa. Qualquer propriedade precisa dar retorno para garantir a sobre-
vivência e a prosperidade.
Sendo assim, a gestão de propriedades rurais tem como desafios
a melhoria dos resultados socioeconômicos, financeiros e ambientais.
Estes resultados são consequência da conscientização de uma visão
de longo prazo e de sustentabilidade em detrimento da visão imedia-
tista.
Das várias atividades desenvolvidas pelos gestores das propriedades
agrícolas estão as do processo decisório. São estas que definem o su-
cesso ou não de um estabelecimento. A propriedade física e todas as
atividades nela inseridas apresentarão um desempenho, fruto de deci-
sões de seus gestores. Ter um processo decisório competitivo é uma
segurança para garantir a sustentabilidade de uma propriedade rural.
Dentre as decisões destacam-se: planejamento de tarefas de cam-
po; seleção de máquinas e equipamentos; gestão do processo de com-
pra, manutenção e substituição de máquinas e equipamentos; seleção
da cultura; segurança das pessoas sob a responsabilidade do gestor;
análise de custos; gestão da responsabilidade social da propriedade.
Além disso, em suas decisões, na avaliação de sistemas de produção
deve-se avaliar o risco que determinada tecnologia possa propiciar aos
agricultores (SANTOS et al., 2002).
O melhor uso do solo depende da disponibilidade e habilidade do
proprietário em usá-lo adequadamente e o manejo sustentado dos
agroecosistemas passa pelo planejamento de uso dos mesmos na
abordagem da complexidade ambiental, avaliando os problemas e le-
vando em conta seus diversos aspectos, que são interdependentes.
Dentre os fatores internos, aqueles localizados geograficamente
dentro da unidade de produção e/ou que são de propriedade rural,
usados no geoprocessamento estão os recursos naturais processados
204
no geoprocessamento: fertilidade do solo; tipo de solo; área disponí-
vel; quantidade de chuva; temperatura do ar; disponibilidade de água;
topografia (relevo).
O SIG também pode produzir confronto de cenários por meio de
simulação elaborada, pois tem capacidade de comparar séries de da-
dos temporais, pela sobreposição de imagens ou mapas de diferentes
datas (SANTOS, 2004). Tem poder de previsão e estrutura o problema
e suas consequências, simplifica a realidade e pode adotar conceitos
subjetivos, fornecendo ao planejador instrumentos de análise pela in-
terpretação das mudanças ocorridas no uso do solo, pela possibilidade
de analisar dados georreferenciados e convencionais, tendo como re-
sultados mapas e relatórios que irão apoiar o processo de tomada de
decisão.
Abastecimento d’água
A água destinada ao consumo humano considerada segura é
aquela cujos parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radio-
ativos atendem aos padrões de potabilidade e não oferecem riscos
à saúde. No Brasil esses padrões são regulamentados pela portaria
2914/2011 do Ministério da Saúde (2012). Quanto aos parâmetros mi-
crobiológicos, determina que para a água ser potável, isto é, poder ser
consumida sem causar riscos à saúde de pessoas e animais, ela não
deve apresentar coliformes termotolerantes, também conhecidos como
coliformes fecais.
Na maioria das propriedades rurais dos agricultores familiares na
região de Pato Branco, a água consumida é proveniente de nascentes
ou poços escavados, cuja origem é do lençol freático. Essa água pode
estar contaminada por não haver uma proteção adequada ou em con-
sequência da contaminação do lençol freático, que pode acontecer por
dejetos de animais, esgotos a céu aberto, cemitérios, lixões, fossas
negras (buracos feitos na terra cheios de pedras ou não, nos quais é
jogado, sem tratamento prévio, o esgoto do banheiro).
Com base nos resultados de análise de água de nascentes de sis-
temas alternativos individuais do meio rural obtidos no ano de 2011
pela 7ª Regional de Saúde do Paraná1, em torno de 60% das amostras
1
Dados não publicados
205
analisadas apresentaram contaminação por coliformes termotoleran-
tes, indicando água imprópria para o consumo. Nesse caso é neces-
sário fazer o tratamento da água, sendo que a cloração é o processo
mais utilizado, por ser um método simples, de baixo custo e eficiente.
Por meio de acompanhamento realizado em propriedades rurais
de agricultores familiares assistidos pelo Instituto Emater, estima-se
que grande parte das nascentes usadas não possuem proteção ade-
quada, ficando expostas a enxurradas, partículas de solo, restos vege-
tais e ejeções de animais.
Além dos prejuízos à saúde da população rural, a água contami-
nada também pode causar perdas econômicas, principalmente nas
unidades produtoras de leite, ao ser utilizada na higienização dos te-
tos das vacas e nos equipamentos de ordenha. Segundo Otenio et al.
(2010), da Embrapa Gado de Leite, a qualidade da água na atividade
leiteira tem sido determinante na obtenção de melhores resultados,
pois interfere na qualidade do leite, auxiliando na redução da conta-
gem bacteriana, deixando de ser veículo de contaminação durante a
ordenha e conservação do leite ordenhado. A água contaminada pode
ter bactérias que causam mastite e que contaminam o leite, podendo
provocar acidez.
Em análise dos fatos, a adoção do SIG pode contribuir para identifi-
car espacialmente, através da confecção de mapas temáticos, a forma
de ocupação das terras, observando os aspectos legais, localizando as
nascentes, para o planejamento sustentável, considerando a atividade
antrópica, as áreas e focos de contaminação. Neste contexto a utiliza-
ção do SIG é fundamental para uma rápida e precisa interpretação das
informações físico-espaciais, pois permitem a geração de bancos de
dados temporais, que atuam como base para cruzamentos e ajustes
do grande número de informações.
MATERIAL E MÉTODOS
Métodos
As microbacias hidrográficas (ottobacias) trabalhadas foram defi-
nidas através de arquivos georreferenciados e ortorretificados, forne-
cidas pela equipe de Geoprocessamento do Instituto Emater, Unidade
Estadual.
O uso do solo, as áreas produtivas, bem como a localização das
nascentes foram vetorizados a partir dos mapas analógicos das pro-
priedades, imagens de satélite, imagens do Google Earth e levanta-
mento a campo com GPS de navegação.
Para a caracterização de cada propriedade foi seguida a seguinte
sequência: no ambiente ArcMap e QGis, foram delimitados os polígo-
nos do perímetro da área total de cada propriedade. Em seguida, estes
207
foram divididos nos diferentes tipos de uso do solo, com base no levan-
tamento de campo e nas imagens de satélite.
Estabelecidos os polígonos foi realizada a denominação e quantifi-
cação dos diferentes usos.
As nascentes identificadas a campo com uso de GPS de navega-
ção, e os dados foram processados no ambiente ArcMap e QGis. A
partir dos pontos levantados elaborou-se tabela com dados de cada
nascente: a localização, o nome do proprietário e o resultado da análi-
se biológica da água.
Materiais
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Microbacias Hidrográficas
212
FIGURA 3 - FASES DE RELEVO PRESENTES NA MICROBACIA DO RIO
BONITO, CONFORME CLASSIFICAÇÃO DA EMBRAPA (2006)
Fonte: Instituto Emater, 2013. Dados de pesquisa de campo
O Rio Bonito, com largura do leito menor que 10 metros, tem uma
extensão total dos canais de drenagem de 1ª, 2ª e 3ª ordem de 58,88
km (Figura 4) e com a presença de 75 nascentes de águas.
Na Figura 5 encontra-se o mapa de ocorrência dos solos da mi-
crobacia do Rio Bonito. A quantificação em hectares e percentual é
apresentada na Tabela 5, indicando que em 1,7% da área ocorre a
presença de Neossolo Regolítico Distrófico, em 36,9% da área ocor-
re Nitossolo Vermelho Distroférrico típico e em 46,2% da área ocorre
Latossolo Vermelho Distroférrico. Ainda em áreas de ocorrência de
Neossolos, verificou-se a presença de pequenas áreas de CAMBIS-
SOLOS e NITOSSOLOS em associação, porém com a dominância dos
NEOSSOLOS. Para fins de classificação de unidades de paisagens,
apresentada posteriormente, optou-se pelo uso da classe de solos pre-
dominante em cada área.
213
FIGURA 4 - MAPA HIDROGRÁFICO E ORDEM HIERÁRQUICA DOS CANAIS
DE DRENAGEM DO RIO BONITO
Fonte: Instituto Emater, 2013. Dados de pesquisa de campo
215
FIGURA 6 - MAPA DE OCUPAÇÃO DO SOLO DA MICROBACIA RIO BONITO
Fonte: Instituto Emater, 2012. Dados de pesquisa de campo
216
FIGURA 7 - MAPA DE UNIDADES DE PAISAGEM E HIDROGRAFIA DA
MICROBACIA RIO BONITO
Fonte: Instituto Emater, 2012. Dados de pesquisa de campo
219
Tabela 4 - Tipo do solo, uso atual do solo e capacidade de uso das áre-
as manejadas (cultivos florestais, culturas anuais de grãos e culturas
permanentes) na Microbacia do Rio Bonito
Capacidade de Uso
Classificação Área do Solo
% do total Uso Atual
do Solo (ha) Unidade de
Área Paisagem2
Cultivos florestais 0,51 UP4
Cultivos florestais 1,22 UP5
Cultivos florestais 0,62 UP6
NEOSSOLO Culturas anuais (grãos) 49,79 UP4
REGOLÍTICO 59,71 1,7% Culturas anuais (grãos) 106,90 UP5
Distrófico Culturas anuais (grãos) 107,71 UP6
Pastagens cultivadas 23,23 UP4
Pastagens cultivadas 21,65 UP5
Pastagens cultivadas 16,35 UP6
Cultivos florestais 0 UP2
Cultivos florestais 0 UP3
NITOSSOLO Culturas anuais (grãos) 209,56 UP2
VERMELHO 1290,91 36,9% Culturas anuais (grãos) 751,35 UP3
Distroférrico Pastagens cultivadas 20,65 UP2
Pastagens cultivadas 51,59 UP3
Cultivos florestais 0 UP1
LATOSSOLO Cultivos florestais 0 UP2
Culturas anuais (grãos) 392,28 UP1
VERMELHO 1615,84 46,2%
Culturas anuais (grãos) 1016,41 UP2
Distróférrico Pastagens cultivadas 4,81 UP1
Pastagens cultivadas 9,39 UP2
Fonte: Instituto Emater, 2013. Dados de pesquisa de campo
2
Para maior informação sobre as Unidades de Paisagem e as aptidões das áreas, ver
Anexo 01.
220
área da microbacia. Outro uso é a destinação para forrageamento dos
animais, com o cultivo de pastagens permanentes ou mesmo como
potreiros, que somados correspondem por 4,22% da área. As lavouras
permanentes, compostas principalmente pelo cultivo de pinus, euca-
liptos e de frutíferas em geral, compõem 0,6% da área da microbacia.
A partir do diagnóstico espacializado em cada microbacia hidro-
gráfica, conforme exemplificado na microbacia Rio Bonito (Figuras 3 a
10) e das ações elencadas anteriormente, foi estabelecido o seguinte
cronograma de trabalho: a) Definição dos produtores beneficiados, le-
vando em consideração o interesse em participar das atividades do
programa e das propostas consensadas. Além disso, há a participa-
ção do Grupo Gestor Municipal (GGM) na definição das famílias a se-
rem beneficiadas; b) Visitas às famílias definidas, para levantamento e
quantificação das ações a serem executadas dentro das linhas gerais
definidas, podendo ocorrer a definição de uma ou mais ações dentro
de cada propriedade, e não coincidente entre outras propriedades; c)
Realização do diagnóstico e plano de ação participativo; d) Aprova-
ção do diagnóstico e plano de ação participativo consensado com os
agricultores da microbacia, posteriormente aprovação no Grupo Gestor
Municipal e Regional; e) Elaboração do plano de aplicação dos recur-
sos individualmente e grupal, com os devidos termos de compromisso
com os produtores; f) Solicitação de recursos financeiros à Unidade
Técnica Estadual (UTE); g) Aplicação dos recursos e acompanhamen-
to aos produtores.
No que diz respeito aos processos produtivos, as ações previstas
com o trabalho do programa de Microbacias previu atuação relacio-
nada principalmente ao sistema produtivo de integração lavoura-pe-
cuária, com a expressão do sistema “grãos+leite”. Na área de grãos,
o programa previu uma ação mais focada para o manejo dos solos,
relacionado principalmente à qualificação do sistema de plantio direto.
Já com relação à bovinocultura de leite, as ações foram voltadas ao
manejo dos animais, pastagens e dos dejetos, com foco tanto ambien-
tal como na área produtiva. Quanto às práticas recomendadas na área
produtiva (grãos+leite), salienta-se que objetivam melhorar a eficiência
produtiva e econômica dos sistemas e estão relacionadas às práticas
propostas pelo Plano de Agricultura de Baixo Carbono do Ministério da
Agricultura do Governo Federal.
Tais atividades foram coordenadas pelo Grupo Gestor Municipal,
com a ação de forma direta dos escritórios municipais do Instituto Ema-
ter, Prefeituras Municipais e demais instituições parceiras do programa.
221
Gestão em Propriedades Rurais
224
Outra ação desenvolvida com base nos mapas georreferenciados
é o planejamento para a agricultura de precisão. A espacialização vi-
sual destacada de cada área produtiva possibilita planejar com maior
clareza, acurácia e precisão as ações, permitindo gerenciamento mais
eficaz em cada atividade desenvolvida na propriedade. Dentre as ati-
vidades, verifica-se o exemplo da atividade silvipastoril, com piquete-
amento, destacando-se o dimensionamento das áreas e espécies de
pastagens perenes (Figura 15), importante no planejamento forrageiro.
225
FIGURA 15 - MAPA DA ÁREA SILVIPASTORIL MOSTRANDO O PLANE-
JAMENTO DO PIQUETEAMENTO DE PASTAGENS PERENES NO CONDO-
MÍNIO PIZZOLATTO
Fonte: Instituto Emater, 2012. Dados de pesquisa de campo
Abastecimento de Água
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
230
ANEXO 1 - UNIDADES DE PAISAGEM (UP), DE APTIDÃO DAS TERRAS, A
PARTIR DO CRUZAMENTO DAS CLASSES DE SOLO COM AS CLASSES
DE DECLIVIDADE
231
As classes UEM (2011) foram assim definidas:
Classe boa - terras com aptidão boa são as que têm solos sem limitações significa-
tivas para a produção sustentável para uma determinada utilização, observando as
condições de manejo considerado.
Classe regular - terras com aptidão regular são as que têm solos com limitações mo-
deradas para a produção sustentável para uma determinada utilização, observando as
condições de manejo considerado. As limitações elevam a necessidade de insumos.
Classe restrita - terras com aptidão restrita apresentam solos com limitações fortes
para a produção sustentável para uma determinada utilização, observando as condi-
ções de manejo considerado. Essas limitações aumentam ainda mais a necessidade
de insumos.
Classe inapta - terras com aptidão inapta apresentam solos com condições que pa-
recem excluir a produção sustentável para uma determinada utilização em questão.
As terras consideradas inaptas para lavouras têm suas possibilidades analisadas para
usos menos intensivos (pastagem, silvicultura). No entanto, essas terras são, como
alternativa, indicadas para a preservação da flora e da fauna, recreação ou algum
outro tipo de uso não-agrícola. Trata-se de terras ou paisagens nas quais deve ser
estabelecida ou mantida uma cobertura vegetal, não só por razões ecológicas, mas
também para a proteção de áreas contíguas agricultáveis.
232
ANEXO 2 - CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DE AGRICULTORES/PROPRIEDA-
DES RURAIS DE REFERÊNCIAS
Município
Comunidade
Nome do Agricultor
Nome do Técnico
233
234
CAPÍTULO IX
SIG - CONSEQUÊNCIAS
SOCIOECONÔMICAS DA
ADEQUAÇÃO AMBIENTAL EM
PROPRIEDADES RURAIS NO
CONTEXTO DE MICROBACIA
HIDROGRÁFICA
César Roberto Silva Paz 1
Enio Giotto 2
1
Engenheiro Agrônomo, Mestre em Geomática - Tecnologia da Geoinformação, Instituto
Emater, Realeza, Paraná, Brasil - cesarpaz@emater.pr.gov.br
2
Engenheiro Florestal, Doutor em Engenharia Florestal e Professor Titular da UFSM,
Universidade Federal de Santa Maria - UFSM, Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil
giotto@ccr.ufsm.br
235
236
INTRODUÇÃO
239
FIGURA 2 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO MODELO METODOLÓGICO
ADOTADO
241
B
PROJEÇÃO UNIVERSAL TRANSVERSA DE MERCATOR - UTM
Datum Horizontal: South American Datum 1969 - Minas Gerais
Datum Vertical:Imbituba - Santa Catarina
Meridiano Central:51° W Gr - Fuso 22 S
242
Com base nas necessidades de informações para trabalhar um
Sistema de Informações Geográficas, criou-se um Cadastro Rural Mul-
tifinalitário com a pretensão de tornar-se um Banco de Dados perma-
nente, permitindo o seu uso através de amostragem e/ou senso, atu-
alização temporal, análise estatística e cálculos econômicos básicos.
243
Tabela 1 - Atividades Econômicas por Município - Sistemas de Produ-
ção (C) predominantes
Agroindústria - 2 2 4 1,05
Avicultura 5 2 17 24 6,28
Fruticultura - 1 - 1 0,26
Fumo - - 11 11 2,88
Grãos 24 15 119 158 41,36
Leite 20 24 89 133 34,82
Horticultura 1 1 2 4 1,05
Piscicultura - 2 1 3 0,79
Sericicultura 1 - 9 10 2,62
Serviços 0 3 15 18 4,71
Suinocultura 4 1 3 8 2,09
Reflorestamento 1 - 2 3 0,79
Outros - 4 1 5 1,31
RESULTADOS E DISCUSSÃO
246
D
247
E
248
F
FIGURA 5F - MAPAS DE ITERAÇÕES TEMÁTICAS RESULTANTES DO SIG
DA MICROBACIA RIO SARANDI
249
G
250
Um Sistema de Planejamento Territorial que, em palavras mais ob-
jetivas, é dedicado ao planejamento, permite inspecionar e analisar,
por varredura de toda a extensão territorial da base de dados utilizada,
localizações e correlações de interesse do usuário, permitindo também
o equacionamento de situações ambientais, tais como o levantamento
de áreas de riscos e de potenciais conflitos de utilização do território,
estimativas de impactos ambientais, criação de cenários prospectivos,
definição de unidades e normas de manejo e zoneamentos territoriais
para diferentes finalidades como proteção ambiental e planejamento
econômico, fornecendo conhecimentos indispensáveis para utilização
racional dos recursos ambientais disponíveis. XAVIER DA SILVA (2007)
252
A mata de galeria nesta área especifica é de 553,51 ha, equiva-
lente a 55,60% conforme verificado no estudo de uso do solo em APP.
O déficit a implantar nesta microbacia hidrográfica é de 451,81 ha ou
44,40% da área de mata ciliar para cumprir a legislação. Neste cálculo
não está descontada a largura média dos rios que é de 6,0 m.
A delimitação do espaço de Área de Preservação Permanente
da microbacia demonstrada no mapa acima, e seus respectivos usos
apresentados na Tabela 3, apontam conflitos de uso distribuídos em
todo o curso dos rios, onde são destacados:
- Importante influência das áreas urbanas que merece estudo espe-
cifico;
- A área inadequada de pastagem atinge a 20,09% da APP.
- Significativo número de sedes de propriedades em área de APP,
totalizando 21,23 ha, muitas com benfeitorias de alto valor.
- As lavouras anuais correspondem a 14,81% da APP, constituindo-
se um conflito impactante sobre a água em razão do uso sistemá-
tico de agrotóxico nesta região.
- A presença de pastagens e animais, fato considerado crítico e tal-
vez o de maior desafio para os gestores ambientais, em razão da
importância da pecuária leiteira para a estabilidade socioeconômi-
ca da região.
255
A propriedade rural como célula de decisão
A Tabela 4 apresenta os valores médios resultantes da aplicação
da sequência metodológica proposta através da compilação de dados
da pesquisa de campo que comparou informações da atual situação
das propriedades em estudo, por agrupamento homogêneo, com simu-
lações da solução do passivo ambiental.
Considerando o tamanho das propriedades, constata-se significati-
va diferença. Cultivos de grãos com 22,24ha têm a maior área média,
leite 14,23ha, seguido de fumo e sericicultura com 9,18ha caracterizan-
do atividade com intenso emprego de mão de obra.
Com relação à Superfície de Área Útil - SAU e sua comparação
com a área total, os porcentuais mostram-se semelhantes entre os sis-
temas de produção estudados.
Observando a situação de proteção de águas, evidenciada pelas
denominadas Áreas de Preservação Permanente, fica evidente que
a atividade leiteira tem a menor cobertura florestal, ou seja, 47%, em
função da necessidade de usar a área para pastagem. Os grãos com
59% e sericicultura e fumo abrangem 56% da APP com floresta.
As áreas para a formação dos 20% de Reserva Legal são seme-
lhantes nos sistemas grãos, sericicultura e fumo, ficando 37%, enquan-
to o leite conta com 30% da cobertura com espécies nativas necessá-
rias.
ROA
com APP 950,64 3,00
SAU
ROA R$ ROA
Grãos 930,35 com RL 801,33 18,26
SAU HA SAU
ROA
com RL + APP 775,45 20,90
SAU
* Sericicultura e Fumo
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
1
Engenheiro Agrônomo, Mestre em Engenharia Agrícola, Área de Concentração Irriga-
ção e Drenagem, Instituto Emater, Curitiba, Paraná, Brasil - feitosa@emater.pr.gov.br
2
Engenheiro Agrônomo, Doutor em Economia e Política Florestal, Instituto Emater,
Curitiba, Paraná, Brasil - matsushita@emater.pr.gov.br
3
Engenheiro Agrônomo, Doutor em Engenharia Florestal, Área de Concentração em
Solos Florestais e Silvicultura de Precisão, Embrapa, Curitiba, Paraná, Brasil
itamar.bognola@embrapa.br
265
266
INTRODUÇÃO
268
1 Solos no estado do Paraná
1.1 Argissolos
São solos constituídos por material mineral, que têm como carac-
terísticas diferenciais a presença de horizonte B textural (gradiente tex-
tural de B/A > 1,5) de argila de atividade baixa ou alta, conjugada com
saturação por bases baixa ou caráter alítico. O horizonte B textural
(Bt) encontra-se imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizon-
te superficial, exceto o hístico, sem apresentar, contudo, os requisitos
estabelecidos para serem enquadrados nas classes dos Luvissolos,
Planossolos, Plintossolos ou Gleissolos.
1.2 Cambissolos
São solos constituídos por material mineral, com horizonte B inci-
piente subjacente a qualquer tipo de horizonte superficial, desde que
em qualquer dos casos não satisfaçam os requisitos para serem en-
quadrados nas classes dos Vertissolos, Chernossolos, Plintossolos e
Organossolos. Têm sequência de horizontes A ou hístico, Bi, C, com
ou sem R.
1.3 Chernossolos
São solos constituídos por material mineral que tem como caracte-
rísticas diferenciais: alta saturação por bases e horizonte A chernozê-
mico sobrejacente a horizonte B textural ou B incipiente com argila de
atividade alta, ou sobre horizonte C carbonático ou horizonte cálcico,
ou ainda sobre a rocha, quando o horizonte A apresentar concentração
de carbonato de cálcio. O horizonte A chernozêmico pode ser menos
espesso (com 10 cm de espessura ou mais) quando seguido de hori-
zonte B com caráter ebânico.
269
1.4 Espodossolos
São solos constituídos por material mineral com horizonte B es-
pódico subjacente a horizonte eluvial E (álbico ou não), ou subjacente
a horizonte A, que pode ser de qualquer tipo, ou ainda, subjacente a
horizonte hístico com espessura insuficiente para definir a classe dos
Organossolos. Apresentam, usualmente, sequência de horizontes A,
E, B espódico, C, com nítida diferenciação de horizontes.
1.5 Gleissolos
São solos hidromórficos, constituídos por material mineral, que
apresentam horizonte glei dentro de 150 cm da superfície do solo, ime-
diatamente abaixo de horizontes A ou E (com ou sem gleização), ou de
horizonte hístico com espessura insuficiente para definir a classe dos
Organossolos. Não apresentam textura exclusivamente areia ou areia
franca em todos os horizontes dentro dos primeiros 150 cm da superfí-
cie do solo ou até um contato lítico. Também não apresentam horizonte
vértico ou horizonte B textural com mudança textural abrupta acima
ou coincidente com horizonte glei ou qualquer outro tipo de horizonte
B diagnóstico acima do horizonte glei. Horizonte plíntico, se presente,
deve estar a profundidade superior a 200 cm da superfície do solo.
1.6 Latossolos
Os Latossolos são solos constituídos por material mineral, com
horizonte B latossólico imediatamente abaixo de qualquer um dos ti-
pos de horizonte superficial, exceto o horizonte hístico. São solos em
avançado estágio de intemperização, muito evoluídos, como resultado
de enérgicas transformações do material constitutivo. São virtualmente
desprovidos de minerais primários ou secundários menos resistentes
ao intemperismo, e têm capacidade de troca de cátions da fração argila
inferior a 17 cmolc kg-1 de argila sem correção para carbono.
1.7 Luvissolos
O Luvissolo é encontrado somente como unidade secundária em
uma associação no levantamento de solos de 1981 (LARACH et al.,
1984). O Podzólico Bruno Acinzentado Eutrófico é atualmente denomi-
nado como Luvissolo Háplico Órtico planossólico. Os Luvissolos com-
270
preendem solos minerais, não hidromórficos, com horizonte B textural,
argila de atividade alta e saturação por bases elevada, imediatamente
abaixo do horizonte A ou horizonte E. Apresentam diversos horizontes
superficiais, exceto A chernozêmico e horizonte hístico.
1.8 Neossolos
1.9 Nitossolos
São solos constituídos por material mineral, com horizonte B níti-
co, textura argilosa ou muito argilosa (teores de argila maiores que
350 g kg-1 de solo a partir do horizonte A), estrutura em blocos suban-
gulares ou angulares, ou prismática, de grau moderado ou forte, com
cerosidade expressiva (na classe dos Nitossolos Vermelhos) nas su-
perfícies dos agregados e gradiente textural menor que 1,5.
1.10 Organossolos
São solos pouco evoluídos, com preponderância de características
devidas ao material orgânico. Normalmente de cores preta, cinzenta
muito escura ou brunada, resultantes de acumulação de restos vege-
tais, em graus variáveis de decomposição, em condições de drena-
gem restrita (ambientes mal ou muito mal drenados), ou em ambientes
úmidos e frios de altitudes elevadas, saturadas com água por apenas
poucos dias durante o período chuvoso.
274
3.1 Conjunto de solos com boa aptidão agrícola/alto potencial
agropecuário
Os solos com boa aptidão agrícola e alto potencial agropecuário
estão presentes nas 22 regiões administrativas do Instituto Emater,
com distribuição apresentada na Tabela 2.
282
3.3.1 Grupo 8 - Neossolos Regolíticos, Neossolo Quartzarênico e
Cambissolos com caráter léptico1
Limitações/restrições: Os solos deste grupo em geral são de pouca
profundidade podendo ocorrer presença de pedras próximas à super-
fície. A fertilidade natural varia desde baixa até alta. A mecanização e,
de certa forma, o controle da erosão, tornam-se difíceis e dispendiosos
principalmente nos declives elevados. Em regiões com ocorrência de
veranicos podem apresentar severa deficiência de água.
O Neossolo Quartzarênico, sem representatividade no nível de
escala adotado por ser apenas inclusão nos solos do agrupamento,
ocorre em relevo plano ou suave ondulado, com textura arenosa ao
longo do perfil. Considerando-se o relevo de ocorrência, o processo
erosivo não é alto, porém, deve-se precaver com a erosão devido à
textura ser essencialmente arenosa. Embora não exista limitação física
para o desenvolvimento radicular em profundidade, este é prejudicado
pela reduzida quantidade de água disponível (textura essencialmente
arenosa) e pelos teores de matéria orgânica, fósforo e micronutrientes
muito baixos, redundando em baixíssima capacidade de troca de cá-
tions (CTC). A lixiviação de nitrato e potássio é intensa devido à textura
essencialmente arenosa.
Potencialidades: Pelas limitações e restrições que apresentam são
solos de utilização restrita e até inapta para a agricultura mecanizada.
Entretanto com o uso de tecnologias de base agroecológica, sistemas
integrados de produção com floresta, irrigação para as culturas mais
exigentes podem se tornar aptos e produtivos.
Proposições/recomendações: Para o uso sustentável dos solos
desse agrupamento, para as classes de declive inferiores a 20%, são
indicados sistemas tecnificados com integração lavora-pecuária-flores-
ta, o SPD integrado com intensivas práticas de controle à erosão e do
escorrimento superficial das águas pluviais, associadas a adubações
para elevar sua fertilidade e correção da acidez para neutralização do
alumínio do solo. Caso venha a ser utilizado por questões sociais lo-
cais, em relevos mais acentuados, deve ser sob cultivo mínimo se pos-
sível em sistema agroflorestal com práticas de controle da enxurrada,
inclusive visando recarga dos aquíferos e nascentes.
1
O caráter léptico: contato lítico entre 50 e 100 cm de profundidade.
283
3.4 Conjunto de solos inaptos para agricultura e restrito potencial
agropecuário
Os solos inaptos para agricultura e restrito potencial agropecuá-
rio estão presentes em 21 regiões administrativas do Instituto Emater,
com distribuição apresentada na Tabela 5.
2
Gleissolo Sálico incluindo os Tiomórficos.
286
Ressalvado pelo interesse social em função do uso já consolidado,
recomenda-se para os Espodossolos o ajuste do manejo e uso agríco-
la dos mesmos.
288
FIGURA 1 - SISTEMA PLANTIO DIRETO APRESENTANDO OS PRINCÍPIOS
FUNDAMENTAIS DO SISTEMA: PLANTIO SOBRE RESÍDUOS DE CULTIVO
ANTERIOR E TERRACEAMENTO DE BASE LARGA.
Foto: Acervo: Instituto Emater. Autor: Oromar João Bertol, 2013.
290
O segundo aspecto mostra, de forma concreta, que nos sistemas
ILPF tais problemas são menos evidentes e até mesmo insignificantes.
Os sistemas integrados em suas diversas modalidades, quando ade-
quadamente planejados, trazem vantagens econômicas para os pro-
dutores e oferta de alimentos de melhor qualidade. Conservam melhor
a biodiversidade por interagir positivamente com os ecossistemas local
e regional. Essas interações positivas são essenciais para a adaptação
dos agroecossistemas às mudanças climáticas e melhoria no balanço
das emissões de gases de efeito estufa. Devem ser contempladas nes-
ses sistemas as práticas preconizadas para uma agricultura de baixas
emissões de gases de efeito estufa - recuperação de áreas degrada-
das, fixação biológica de nitrogênio e tratamento de dejetos de ani-
mais, entre outras. As fotos mostram áreas em sistema ILPF (Figura 3)
e o sub-bosque em plantio de eucalipto visando a recuperação de área
degradada (Figura 4), retiradas na região Noroeste do Estado.
291
4.3 Sistemas Integrados de Produção com Base Agroecológica
(SIPBA)
292
FIGURA 5 - INÍCIO DO ESTABELECIMENTO DE AGROFLORESTA, RECU-
PERANDO A FERTILIDADE QUÍMICA E FÍSICA DO SOLO COM ESPÉCIES
LEGUMINOSAS
Foto: Acervo: Instituto EMATER. Autor: Luiz Marcos Feitosa dos Santos, 2011
RESULTADOS E DISCUSSÃO
297
FIGURA 7 - MAPA GERAL DOS GRUPOS DE SOLOS DO ESTADO COM DE-
LIMITAÇÃO DAS MACRORREGIÕES E REGIÕES DO INSTITUTO EMATER
Grupo Unidades de Solos por Grupo Ocorrentes na Região Área (ha) (%)
Grupo 01 01-LATOSSOLOS de textura média 509.708 51,2
Grupo 02 02-LATOSSOLOS de textura argilosa e muito argilosa 57.564 5,8
Grupo 03 03-NITOSSOLOS 10.775 1,1
Grupo 04 04-ARGISSOLOS com ausência de caráter abrúptico 285.063 28,7
Total de solos de boa aptidão agrícola e alto potencial agropecuário 863.109 86,7
Grupo 05 05-ARGISSOLOS com caráter abrúptico 69.405 7,0
Total de solos de regular aptidão agrícola e moderado potencial agropecuário 69.405 7,0
10-NEOSSOLO FLÚVICO, GLEISSOLO HÁPLICO e
Grupo 10 62.466 6,3
ORGANOSSOLOS
Total de solos inaptos para agricultura e restrito potencial agropecuário 62.466 6,3
299
FIGURA 8 - GRUPOS DE SOLOS NA UNIDADE REGIONAL DE PARANAVAÍ,
ESTADO DO PARANÁ
301
Tabela 8 - Grupos de solos na unidade regional de Maringá (área e %)
Grupo Unidades de Solos por Grupo Ocorrentes na Região Área (ha) (%)
Grupo 01 01-LATOSSOLOS de textura média 162.987 24,9
Grupo 02 02-LATOSSOLOS de textura argilosa e muito argilosa 130.980 20,0
Grupo 03 03-NITOSSOLOS 204.400 31,2
Grupo 04 04-ARGISSOLOS com ausência de caráter abrúptico 93.547 14,3
Total de solos de boa aptidão agrícola e alto potencial agropecuário 591.914 90,4
Grupo 05 05-ARGISSOLOS com caráter abrúptico 14.180 2,2
Total de solos de regular aptidão agrícola e moderado potencial agropecuário 14.180 2,2
Grupo 08 08-NEOSSOLOS REGOLÍTICOS 46.786 7,1
Total de solos de restrita aptidão agrícola e baixo potencial agropecuário 46.786 7,1
Grupo 10 10- GLEISSOLO HÁPLICO 1.890 0,3
Total solos inaptos para agricultura e restrito potencial agropecuário 1.890 0,3
Subtotal Solos 654.770 100,0
Água 3.591
Urbana 4.047
Total geral 662.408
303
Tabela 9 - Grupos de solos na unidade regional de Umuarama (área
e %)
Grupo Unidades de Solos por Grupo Ocorrentes na Região Área (ha) (%)
Grupo 01 01-LATOSSOLOS de textura média 341.915 34,8
Grupo 02 02-LATOSSOLOS de textura argilosa e muito argilosa 21.862 2,2
Grupo 03 03-NITOSSOLOS 21.031 2,1
Grupo 04 04-ARGISSOLOS com ausência de caráter abrúptico 298.127 30,4
Total de solos de boa aptidão agrícola e alto potencial agropecuário 682.935 69,6
Grupo 05 05-ARGISSOLOS com caráter abrúptico 229.363 23,4
Total de solos de regular aptidão agrícola e moderado potencial agropecuário 229.363 23,4
Grupo 09 09-NEOSSOLOS LITÓLICOS 743 0,1
10-NEOSSOLO FLÚVICO, GLEISSOLO HÁPLICO e
Grupo 10 68.815 7,0
ORGANOSSOLOS
Total de solos inaptos para agricultura e restrito potencial agropecuário 69.558 7,1
Subtotal Solos 981.856 100,0
Água 56.759
Urbana 2.039
Total geral 1.040.654
Grupo Unidades de Solos por Grupo Ocorrentes na Região Área (ha) (%)
Grupo 01 01-LATOSSOLOS de textura média 118.226 27,0
Grupo 02 02-LATOSSOLOS de textura argilosa e muito argilosa 67.231 15,4
Grupo 03 03-NITOSSOLOS 62.129 4,2
Grupo 04 04-ARGISSOLOS com ausência de caráter abrúptico 114.077 26,1
Total de solos de boa aptidão agrícola e alto potencial agropecuário 361.662 82,6
Grupo 05 05-ARGISSOLOS com caráter abrúptico 71.677 16,4
Total de solos de regular aptidão agrícola e moderado potencial agropecuário 71.677 16,4
Grupo 08 08-NEOSSOLOS REGOLÍTICOS 191 0,0
Total de solos de restrita aptidão agrícola e baixo potencial agropecuário 191 0,0
Grupo 10 10-NEOSSOLO FLÚVICO e GLEISSOLO HÁPLICO 4.094 0,9
Total de solos inaptos para agricultura e restrito potencial agropecuário 4.094 0,9
Subtotal Solos 437.624 100,0
Água 883
Urbana 1.272
Total geral 439.779
Grupo Unidades de Solos por Grupo Ocorrentes na Região Área (ha) (%)
Grupo 01 01-LATOSSOLOS de textura média 43.842 3,8
Grupo 02 02-LATOSSOLOS de textura argilosa e muito argilosa 468.483 40,6
Grupo 03 03-NITOSSOLOS 273.593 23,7
Grupo 04 04-ARGISSOLOS com ausência de caráter abrúptico 51.138 4,4
Total de solos de boa aptidão agrícola e alto potencial agropecuário 837.055 72,5
Grupo 05 05-ARGISSOLOS com caráter abrúptico 63.241 5,5
Grupo 07 07-CAMBISSOLOS com caráter Alumínico 998 0,1
Total de solos de regular aptidão agrícola e moderado potencial 64.239 5,6
agropecuário
Grupo 08 08-NEOSSOLOS REGOLÍTICOS 146.415 12,7
Total de solos de restrita aptidão agrícola e baixo potencial agro- 146.415 12,7
pecuário
Grupo 09 09-NEOSSOLOS LITÓLICOS 107.352 9,3
Grupo 10 10-GLEISSOLO HÁPLICO 9 0,0
Total de solos inaptos para agricultura e restrito potencial agrope- 107.361 9,3
cuário
Subtotal Solos 1.155.070 100,0
Água 4.154
Urbana 1.776
Total geral 1.161.001
Grupo Unidades de Solos por Grupo Ocorrentes na Região Área (ha) (%)
Total de solos de boa aptidão agrícola e alto potencial agropecuário 218.931 69,3
Total de solos de restrita aptidão agrícola e baixo potencial agropecuário 96.992 30,7
Água 89
Urbana 1.486
311
Tabela 13 - Grupos de solos na unidade regional de Londrina (área e
%)
Grupo Unidades de Solos por Grupo Ocorrentes na Região Área (ha) (%)
Grupo 01 01-LATOSSOLOS de textura média 69.694 10,1
Total de solos de boa aptidão agrícola e alto potencial agropecuário 591.316 85,8
Total de solos de regular aptidão agrícola e moderado potencial agropecuário 3.087 0,4
Total de solos de restrita aptidão agrícola e baixo potencial agropecuário 67.731 9,8
Total de solos inaptos para agricultura e restrito potencial agropecuário 26.846 3,9
Água 31.164
Urbana 2.465
312
FIGURA 15 - GRUPOS DE SOLOS NA UNIDADE REGIONAL DE CORNÉLIO
PROCÓPIO, ESTADO DO PARANÁ
Grupo Unidades de Solos por Grupo Ocorrentes na Região Área (ha) (%)
Grupo 01 01-LATOSSOLOS de textura média 1.029 0,1
Total de solos de boa aptidão agrícola e alto potencial agropecuário 483.860 67,4
Total de solos de regular aptidão agrícola e moderado potencial agropecuário 18.860 2,6
Total de solos de restrita aptidão agrícola e baixo potencial agropecuário 207.012 28,8
Total de solos inaptos para agricultura e restrito potencial agropecuário 8.157 1,1
Água 25.106
Urbana 1.558
314
5.9 Unidade regional de Santo Antônio da Platina
Na região de Santa Antônio da Platina (Figura 16) estão presentes
oito grupos de solos dos quais predominam os grupos de boa aptidão
agrícola e alto potencial agropecuário, com 41,1% do total de solos
da Região (Tabela 15). Em seguida ocorrem os grupos com regular
aptidão agrícola e moderado potencial agropecuário (38,4%). Em ter-
ceiro lugar tem-se o grupo de restrita aptidão agrícola e baixo potencial
agropecuário com 20,1%. Finalmente estão presentes os solos inaptos
para agricultura e restrito potencial agropecuário com representativida-
de de apenas 0,4%.
Grupo Unidades de Solos por Grupo Ocorrentes na Região Área (ha) (%)
Grupo 01 01-LATOSSOLOS de textura média 14.353 1,8
Grupo 02 02-LATOSSOLOS de textura argilosa e muito argilosa 112.255 14,1
Grupo 03 03-NITOSSOLOS 61.554 7,7
Grupo 04 04-ARGISSOLOS com ausência de caráter abrúptico 138.241 17,4
Total de solos de boa aptidão agrícola e alto potencial agropecuário 326.404 41,1
Grupo 05 05-ARGISSOLOS com caráter abrúptico 298.209 37,5
Grupo 06 06- CHERNOSSOLOS 6.905 0,9
Total de solos de regular aptidão agrícola e moderado potencial agropecuário 305.113 38,4
Grupo 08 08-NEOSSOLOS REGOLÍTICOS 159.890 20,1
Total de solos de restrita aptidão agrícola e baixo potencial agropecuário 159.890 20,1
Grupo 10 10- GLEISSOLO HÁPLICO 3.046 0,4
Total de solos inaptos para agricultura e restrito potencial agropecuário 3.046 0,4
316
5.10 Unidade regional de Ivaiporã
Conforme mostra a Figura 17 ocorrem na região nove grupos de
solos dos doze que ocorrem no Estado. A Tabela 16 mostra que 49,6%
dos solos da Região (grupos 01, 02, 03, 04) apresentam, em estado na-
tural, boa aptidão agrícola. Apresentam alto potencial agropecuário vis-
to que os fatores limitantes mais importantes podem ser minimizados
com emprego das tecnologias disponíveis como as relacionadas no Item
4. Em segundo lugar com 27,8% de representatividade encontram-se
os grupos de aptidão restrita e baixo potencial agropecuário. Em ter-
ceiro lugar com aptidão regular e moderado potencial tem-se os grupos
05 e 06 representando 12,0%. Finalmente com 10,6% vem os solos
inaptos representados pelos grupos 09 e 10. As limitações, potenciali-
dades e recomendações por grupo de solos estão descritas no Item 3.
Para o uso sustentável das áreas com os grupos de solos 02, 03,
04, 05, 06, e 07 indicam-se o Sistema de Plantio Direto integrado com
práticas de controle do escorrimento superficial das águas pluviais, a
produção integrada com o cultivo florestal nas diversas modalidades
317
de integração lavoura-pecuária-floresta: lavoura-pecuária nos declives
que permitam o uso racional da mecanização das práticas agrícolas,
e pecuária-floresta nos declives de 20% a 45%. Privilegiando sempre
e em todos os casos práticas incorporadoras de matéria orgânica no
solo, inclusive com a fixação biológica de nitrogênio.
Grupo Unidades de Solos por Grupo Ocorrentes na Região Área (ha) (%)
Grupo 02 02-LATOSSOLOS de textura argilosa e muito argilosa 413.131 37,5
Grupo 03 03-NITOSSOLOS 125.005 11,3
Grupo 04 04-ARGISSOLOS com ausência de caráter abrúptico 9.041 0,8
Total solos de boa aptidão agrícola e alto potencial agropecuário 547.176 49,6
Grupo 05 05-ARGISSOLOS com caráter abrúptico 116.587 10,6
Grupo 06 06-CAMBISSOLOS com ausência de caráter Alumínico 5.925 0,5
Grupo 07 07-CAMBISSOLOS com caráter Alumínico 9.624 0,9
Total de solos de regular aptidão agrícola e moderado potencial agropecuário 132.136 12,0
Grupo 08 08-NEOSSOLOS REGOLÍTICOS 306.485 27,8
Total de solos de restrita aptidão agrícola e baixo potencial agropecuário 306.485 27,8
Grupo 09 09-NEOSSOLOS LITÓLICOS 116.291 10,6
Grupo 10 10- GLEISSOLO HÁPLICO 12 0,0
Total de solos inaptos para agricultura e restrito potencial agropecuário 116.303 10,6
Subtotal Solos 1.102.100 100,0
Água 1.520
Urbana 301
Total geral 1.103.921
Grupo Unidades de Solos por Grupo Ocorrentes na Região Área (ha) (%)
Grupo 01 01-LATOSSOLOS de textura média 32.344 4,0
Grupo 02 02-LATOSSOLOS de textura argilosa e muito argilosa 374.733 46,5
Grupo 03 03-NITOSSOLOS 308.234 38,3
Grupo 04 04-ARGISSOLOS com ausência de caráter abrúptico 16.680 2,1
Total de solos de boa aptidão agrícola e alto potencial agropecuário 731.990 90,9
Grupo 05 05-ARGISSOLOS com caráter abrúptico 6.340 0,8
Grupo 06 06- CHERNOSSOLOS 456 0,1
Total de solos de regular aptidão agrícola e moderado potencial agropecuário 6.796 0,8
Grupo 09 09-NEOSSOLOS LITÓLICOS 50.296 6,2
10-NEOSSOLO FLÚVICO, GLEISSOLO HÁPLICO e ORGANOS-
Grupo 10 15.994 2,0
SOLOS
Total de solos inaptos para agricultura e restrito potencial agropecuário 66.290 8,2
Subtotal Solos 805.077 100,0
Água 38.805
Urbana 3.226
Total geral 847.108
Grupo Unidades de Solos por Grupo Ocorrentes na Região Área (ha) (%)
Grupo 01 01-LATOSSOLOS de textura média 715 0,1
Grupo 02 02-LATOSSOLOS de textura argilosa e muito argilosa 508.646 41,6
Grupo 03 03-NITOSSOLOS 406.582 33,3
Grupo 04 04-ARGISSOLOS com ausência de caráter abrúptico 1.702 0,1
Total de solos de boa aptidão agrícola e alto potencial agropecuário 917.645 75,1
Grupo 06 06- CHERNOSSOLOS 398 0,0
Total de solos de regular aptidão agrícola e moderado potencial agropecuário 398 0,0
Grupo 08 08-NEOSSOLOS REGOLÍTICOS 105.075 8,6
Total de solos de restrita aptidão agrícola e baixo potencial agropecuário 105.075 8,6
Grupo 09 09-NEOSSOLOS LITÓLICOS 194.582 15,9
Grupo 10 10- GLEISSOLO HÁPLICO 3.966 0,3
Total de solos inaptos para agricultura e restrito potencial agropecuário 198.549 16,3
Subtotal Solos 1.221.667 100,0
Água 54.875
Urbana 6.130
Total geral 1.282.672
323
Com os percentuais mostrados na Tabela 19 e considerando as
limitações, potencialidades e recomendações por grupo de solos apon-
tadas no Item 3, na Região configura-se predominância de solos de
alto potencial para produção com o Sistema Plantio Direto em 322.396
ha (grupos 02 e 03). Indicando-se inclusive para o Grupo 08 os sis-
temas integrados de produção lavoura-pecuária-floresta nos declives
que permitem, sem degradação, a motomecanização das práticas
agrícolas. Nos declives de 20% a 45% o sistema integrado pecuária-
floresta ou silvipastoril bem manejado pode apresentar produções sus-
tentáveis. O sistema agroflorestal com base agroecológica melhora as
possibilidades do uso sustentável nos solos do Grupo 8.
Grupo Unidades de Solos por Grupo Ocorrentes na Região Área (ha) (%)
Total de solos de boa aptidão agrícola e alto potencial agropecuário 322.396 56,6
Total de solos de restrita aptidão agrícola e baixo potencial agropecuário 160.559 28,2
Total de solos inaptos para agricultura e restrito potencial agropecuário 86.525 15,2
Água 2.753
Urbana 1.653
Grupo Unidades de Solos por Grupo Ocorrentes na Região Área (ha) (%)
Total de solos de boa aptidão agrícola e alto potencial agropecuário 410.603 45,5
Total de solos de regular aptidão agrícola e moderado potencial agropecuário 99.843 11,1
Total de solos de restrita aptidão agrícola e baixo potencial agropecuário 115.085 12,8
Total de solos inaptos para agricultura e restrito potencial agropecuário 276.125 30,6
Água 22.890
Urbana 2.256
Grupo Unidades de Solos por Grupo Ocorrentes na Região Área (ha) (%)
Grupo 02 02-LATOSSOLOS de textura argilosa e muito argilosa 32.652 17,4
Grupo 03 03-NITOSSOLOS 70.031 37,2
Total de solos de boa aptidão agrícola e alto potencial agropecuário 102.683 54,6
Grupo 08 08-NEOSSOLOS REGOLÍTICOS 45.060 24,0
Total de solos de restrita aptidão agrícola e baixo potencial agropecuário 45.060 24,0
Grupo 09 09-NEOSSOLOS LITÓLICOS 40.208 21,4
Grupo 10 10- GLEISSOLO HÁPLICO 100 0,1
Total de solos inaptos para agricultura e restrito potencial agropecuário 40.308 21,4
Subtotal Solos 188.051 100,0
Água 9.418
Urbana 697
Total geral 198.166
Para o uso sustentável das áreas com os grupos de solos 02, 03,
06 e 07 indicam-se o Sistema de Plantio Direto integrado com práticas
de controle do escorrimento superficial das águas pluviais. Indicam-se
a produção integrada com o cultivo florestal nas diversas modalidades
de integração lavoura-pecuária-floresta: lavoura-pecuária nos declives
que permitam a mecanização com baixo risco de degradação do solo e
rendimento aceitável das máquinas/equipamentos e pecuária-floresta
nos declives de 20% a 45%. Privilegiando práticas incorporadoras de
matéria orgânica, inclusive com a fixação biológica de nitrogênio.
329
Tabela 22 - Grupos de solos na unidade regional de Laranjeiras do Sul
(área e %)
Grupo Unidades de Solos por Grupo Ocorrentes na Região Área (ha) (%)
Total de solos de boa aptidão agrícola e alto potencial agropecuário 291.386 46,4
Total de solos de regular aptidão agrícola e moderado potencial agropecuário 11.909 1,9
Total de solos de restrita aptidão agrícola e baixo potencial agropecuário 278.465 44,3
Total de solos inaptos para agricultura e restrito potencial agropecuário 46.214 7,4
Água 13.430
Urbana 847
Grupo Unidades de Solos por Grupo Ocorrentes na Região Área (ha) (%)
Total de solos de boa aptidão agrícola e alto potencial agropecuário 655.549 47,2
Total de solos de regular aptidão agrícola e moderado potencial agropecuário 211.528 15,2
Total de solos de restrita aptidão agrícola e baixo potencial agropecuário 321.649 23,2
Total de solos inaptos para agricultura e restrito potencial agropecuário 199.569 14,4
Água 12.538
Urbana 1.557
333
FIGURA 25 - GRUPOS DE SOLOS NA UNIDADE REGIONAL DE IRATI, ES-
TADO DO PARANÁ
Para o uso sustentável das áreas com os grupos de solos 02, 03,
04, 05, 06 e 07 indicam-se o Sistema de Plantio Direto integrado com
práticas de controle do escorrimento superficial das águas pluviais.
Indicam-se a produção integrada com o cultivo florestal nas diversas
modalidades de integração lavoura-pecuária-floresta: lavoura-pecuária
nos declives que permitam a mecanização com baixo risco de degra-
dação do solo e rendimento aceitável das máquinas/equipamentos, e
pecuária-floresta nos declives de 20% a 45%. Privilegiando práticas
incorporadoras de matéria orgânica, inclusive com a fixação biológica
de nitrogênio.
Tendo em vista as restrições dos Neossolos e Cambissolos com
declive entre 45% e 100%, presentes por associações em diversos
grupos de solos, é importante que nas áreas com esses solos a fauna
seja protegida e a flora melhorada. Para tanto, indica-se para as áreas
com a cobertura florestal degradada o enriquecimento e adensamen-
to com espécies nativas de valor econômico, devendo ser exploradas
334
mediante técnicas extrativas não predatórias ou com agrofloresta tec-
nificada.
Grupo Unidades de Solos por Grupo Ocorrentes na Região Área (ha) (%)
Total de solos de boa aptidão agrícola e alto potencial agropecuário 213.303 35,2
Total de solos de regular aptidão agrícola e moderado potencial agropecuário 276.725 45,7
Total de solos de restrita aptidão agrícola e baixo potencial agropecuário 68.621 11,3
Total de solos inaptos para agricultura e restrito potencial agropecuário 46.511 7,7
Água 699
Urbana 1.379
336
Para o uso sustentável das áreas com os grupos de solos 01, 02,
03, 04, 05, 06 e 07 indicam-se o Sistema de Plantio Direto integrado
com práticas de controle do escorrimento superficial das águas plu-
viais. Indica-se a produção integrada com o cultivo florestal nas di-
versas modalidades de integração lavoura-pecuária-floresta: lavoura-
pecuária nos declives que permitam a mecanização com baixo risco
de degradação do solo e rendimento aceitável das máquinas/equipa-
mentos, e pecuária-floresta nos declives de 20% a 45%. Privilegiando
práticas incorporadoras de matéria orgânica, inclusive com a fixação
biológica de nitrogênio.
Grupo Unidades de Solos por Grupo Ocorrentes na Região Área (ha) (%)
337
Tendo em vista as restrições dos Neossolos e Cambissolos com
declive entre 45% e 100%, presentes por associações em diversos
grupos de solos, é importante que nas áreas com esses solos a fauna
seja protegida e a flora melhorada. Para tanto, indica-se para as áreas
com a cobertura florestal degradada o enriquecimento e adensamen-
to com espécies nativas de valor econômico, devendo ser exploradas
mediante técnicas extrativas não predatórias ou com agrofloresta tec-
nificada.
As áreas do Grupo 08, NEOSSOLOS REGOLÍTICOS e CAM-
BISSOLOS com caráter léptico (4,2%) podem apresentar produções
sustentáveis se exploradas mediante sistema agroflorestal com base
agroecológica.
Áreas dos grupos 09 e 10 (32,0% de solos inaptos) devem ser re-
servadas para conservação ambiental juntamente com áreas de outros
grupos que por força da legislação sejam destinadas para preservação
permanente (APP) e reserva legal (RL).
338
FIGURA 27 - GRUPOS DE SOLOS NA UNIDADE REGIONAL DE PONTA
GROSSA, ESTADO DO PARANÁ
Para o uso sustentável das áreas com os grupos de solos 01, 02,
03, 04, 05, 06 e 07 indica-se o Sistema de Plantio Direto integrado com
práticas de controle do escorrimento superficial das águas pluviais.
Indicam-se a produção integrada com o cultivo florestal nas diversas
modalidades de integração lavoura-pecuária-floresta: lavoura-pecuária
nos declives que permitam a mecanização com baixo risco de degra-
dação do solo e rendimento aceitável das máquinas/equipamentos, e
pecuária-floresta nos declives de 20% a 45%. Privilegiando práticas
incorporadoras de matéria orgânica, inclusive com a fixação biológica
de nitrogênio.
Tendo em vista as restrições dos Neossolos e Cambissolos com
declive entre 45% e 100%, presentes por associações em diversos
grupos de solos, é importante que nas áreas com esses solos a fauna
seja protegida e a flora melhorada. Para tanto, indica-se para as áreas
com a cobertura florestal degradada o enriquecimento e adensamen-
to com espécies nativas de valor econômico, devendo ser exploradas
mediante técnicas extrativas não predatórias ou com sistema agroflo-
restal tecnificado.
339
Tabela 26 - Grupos de solos na unidade regional de Ponta Grossa
(área e %)
Grupo Unidades de Solos por Grupo Ocorrentes na Região Área (ha) (%)
341
Para o uso sustentável das áreas com os grupos de solos 01, 02,
03, 04, 05, 06 e 07 indica-se o Sistema de Plantio Direto integrado com
práticas de controle do escorrimento superficial das águas pluviais.
Indica-se a produção integrada com o cultivo florestal nas diversas mo-
dalidades de integração lavoura-pecuária-floresta: lavoura-pecuária
nos declives que permitam a mecanização com baixo risco de degra-
dação do solo e rendimento aceitável das máquinas/equipamentos, e
pecuária-floresta nos declives de 20% a 45%. Privilegiando práticas
incorporadoras de matéria orgânica, inclusive com a fixação biológica
de nitrogênio.
Grupo Unidades de Solos por Grupo Ocorrentes na Região Área (ha) (%)
342
Tendo em vista as restrições dos Neossolos e Cambissolos com
declive entre 45% e 100%, presentes por associações em diversos
grupos de solos, é importante que nas áreas com esses solos a fauna
seja protegida e a flora melhorada. Para tanto, indica-se para as áreas
com a cobertura florestal degradada o enriquecimento e adensamen-
to com espécies nativas de valor econômico, devendo ser exploradas
mediante técnicas extrativas não predatórias ou com sistema agroflo-
restal tecnificado.
As áreas do Grupo 08, NEOSSOLOS REGOLÍTICOS e CAMBIS-
SOLOS com caráter léptico (16,4%) podem apresentar produções
sustentáveis se exploradas mediante sistema agroflorestal com base
agroecológica.
Áreas dos grupos 09, 10 e 12 (9,8% de solos inaptos) devem ser
reservadas para conservação ambiental juntamente com áreas de ou-
tros grupos que por força da legislação sejam destinadas para preser-
vação permanente (APP) e reserva legal (RL).
343
FIGURA 29 - GRUPOS DE SOLOS NA UNIDADE REGIONAL DE PARANA-
GUÁ, ESTADO DO PARANÁ
Para o uso sustentável das áreas com os grupos de solos 02, 04,
06 e 07 com potencial moderado a alto deve-se propiciar o desen-
volvimento de uma agricultura tecnificada, entretanto, suportado pelos
conhecimentos da agroecologia. Em casos, quando o principal fator
limitante é mitigado, por exemplo, drenagem adequada do ambiente
para controle do excesso d´água no perfil, pode-se melhorar o poten-
cial de alguns desses solos para atividades agropecuárias e para a sil-
vicultura. Neste caso excetuam-se as áreas com Gleissolo Tiomórfico
e outros solos com influência marinha.
Tendo em vista as restrições dos Neossolos e Cambissolos com
declive entre 45% e 100%, presentes por associações em diversos
grupos de solos, é importante que nas áreas com esses solos a fauna
seja protegida e a flora melhorada. Para tanto, indica-se para as áreas
com a cobertura florestal degradada o enriquecimento e adensamen-
to com espécies nativas de valor econômico, devendo ser exploradas
mediante técnicas extrativas não predatórias e desde que atendidas as
particularidades da legislação ambiental para a região.
344
Áreas dos grupos 09, 10, 11 e 12 (48,9% de solos inaptos) devem
ser reservadas para conservação ambiental juntamente com áreas de
outros grupos que por força da legislação sejam destinadas para pre-
servação permanente (APP) e reserva legal (RL).
6 Recomendações Finais
REFERÊNCIAS
347
Anexo 1 - LEGENDA DO MAPA DE SOLOS DO PARANÁ (BHERING e SANTOS, 2008)
A legenda descritiva do Mapa de Solos do Estado do Paraná apresenta 224 unidades de ma-
peamento, representando dez classes em nível de ordem no 1º nível e 36 classes em nível de
grande grupo no 3º nível do SiBCS, conforme pode ser visualizado a seguir.
350
CAMBISSOLOS HÚMICOS Alumínicos
CHa1 - CAMBISSOLO HÚMICO Alumínico típico, textura argilosa, fase floresta subtropical pere-
nifólia, relevo suave ondulado de vertentes curtas, substrato rochas eruptivas.
CHa2 - Associação de CAMBISSOLO HÚMICO Alumínico típico, fase floresta subtropical pere-
nifólia + NEOSSOLO LITÓLICO Húmico típico, fase floresta subtropical subperenifólia, ambos
textura argilosa, fase relevo suave ondulado de vertentes curtas, substrato rochas eruptivas.
CHa3 - CAMBISSOLO HÚMICO Alumínico típico, textura argilosa, fase floresta subtropical
perenifólia, relevo forte ondulado, substrato filitos.
CHa4 - CAMBISSOLO HÚMICO Alumínico típico, textura argilosa, fase campo subtropical, relevo
suave ondulado, substrato sedimentos pleistocênicos.
CHa5 - Associação de CAMBISSOLO HÚMICO Alumínico típico, substrato sedimentos pleis-
tocênicos + ARGISSOLO VERMELHOAMARELO Alumínico típico, A moderado, ambos textura
argilosa, fase campo subtropical, relevo suave ondulado.
CHa6 - Associação de CAMBISSOLO HÚMICO Alumínico típico + NEOSSOLO LITÓLICO Hú-
mico típico, álico, ambos fase campo subtropical, substrato rochas eruptivas + ORGANOSSOLO
HÁPLICO Sáprico típico, álico, fase campo subtropical de várzea, todos textura argilosa, relevo
suave ondulado de vertentes curtas.
CHa7 - CAMBISSOLO HÚMICO Alumínico típico, textura argilosa, fase campo subtropical, relevo
forte ondulado e montanhoso, substrato filitos.
CHa8 - Associação de CAMBISSOLO HÚMICO Alumínico típico + NEOSSOLO LITÓLICO Hú-
mico típico, ambos textura média, fase campo subtropical, relevo suave ondulado de vertentes
curtas, substrato arenitos + ORGANOSSOLO HÁPLICO indiscriminado, fase campo subtropical
de várzea, relevo plano.
CAMBISSOLOS HÚMICOS Distróficos
CHd - CAMBISSOLO HÚMICO Distrófico latossólico, textura argilosa, álico, fase floresta subtro-
pical perenifólia, relevo suave ondulado de vertentes curtas, substrato sedimentos colúvio-aluviais
areno-argilosos.
CAMBISSOLOS FLÚVICOS Tb Distróficos
CYbd - Associação de CAMBISSOLO FLÚVICO Tb Distrófico típico ou gleissólico + GLEISSOLO
HÁPLICO Tb Distrófico típico, ambos textura argilosa, A moderado, fase floresta tropical perenifólia
de várzea, relevo plano, substrato sedimentos recentes.
CAMBISSOLOS HÁPLICOS Alumínicos
CXa1 - Associação de CAMBISSOLO HÁPLICO Alumíníco úmbrico, fase floresta subtropical subpe-
renifólia, relevo forte ondulado, substrato folhelhos sílticos + ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO
Alumínico úmbrico, fase floresta subtropical perenifólia, relevo ondulado, ambos textura argilosa.
CXa2 - Associação de CAMBISSOLO HÁPLICO Alumínico úmbrico, fase relevo ondulado, subs-
trato folhelhos sílticos + ARGISSOLO VERMELHOAMARELO Alumínico típico, A moderado, fase
relevo suave ondulado, ambos textura argilosa, fase floresta subtropical perenifólia.
CAMBISSOLOS HÁPLICOS Tb Distróficos
CXbd1 - CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico úmbrico, textura argilosa, álico, fase floresta
subtropical perenifólia, relevo suave ondulado, substrato migmatitos.
CXbd2 - Associação de CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico úmbrico, textura argilosa, álico,
351
fase floresta subtropical perenifólia, relevo suave ondulado, substrato folhelhos e arenitos finos
+ GLEISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico + GLEISSOLO MELÂNICO Tb Distrófico, ambos textura
argilosa, fase floresta subtropical de várzea, relevo plano.
CXbd3 - CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico úmbrico, textura argilosa, álico, fase floresta
subtropical perenifólia, relevo suave ondulado de vertentes curtas, substrato siltitos, argilitos e
folhelhos.
CXbd4 - Associação de CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico úmbrico, álico, substrato folhelhos
sílticos + ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico úmbrico, ambos textura argilosa, fase
floresta subtropical perenifólia, relevo suave ondulado de vertentes curtas.
CXbd5 - Associação de CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico úmbrico, fase floresta subtropical
perenifólia + NEOSSOLO LITÓLICO Distro-úmbrico típico, fase floresta subtropical subperenifólia,
ambos textura argilosa, fase pedregosa relevo ondulado, substrato rochas eruptivas.
CXbd6 - Associação de CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico úmbrico, fase relevo forte ondu-
lado, substrato rochas eruptivas + LATOSSOLO VERMELHO Distroférrico úmbrico, fase relevo
ondulado, ambos textura argilosa, álicos, fase floresta subtropical perenifólia.
CXbd7 - Associação de CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico úmbrico, substrato folhelhos sílticos
+ ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico cambissólico úmbrico, textura argilosa, ambos
fase campo subtropical, relevo suave ondulado de vertentes curtas.
CXbd8 - Associação de CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico úmbrico + NEOSSOLO REGO-
LÍTICO Distro-úmbrico típico, ambos textura argilosa, álicos, fase campo subtropical, relevo
ondulado, substrato folhelhos sílticos.
CXbd9 - CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico úmbrico, textura argilosa, álico, fase campo
subtropical, relevo forte ondulado, substrato migmatitos.
CXbd10 - CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico úmbrico, textura média, álico, fase campo
subtropical, relevo suave ondulado, substrato arenitos e folhelhos sílticos.
CXbd11 - Associação de CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico úmbrico + NEOSSOLO LITÓLICO
Distro-úmbrico típico, ambos textura média, álicos, fase campo subtropical relevo suave ondulado
de vertentes curtas, substrato arenitos.
CXbd12 - Associação de CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico úmbrico, fase relevo ondulado
substrato arenitos + LATOSSOLO VERMELHO Distrófico úmbrico, fase relevo suave ondulado,
ambos textura média, fase campo subtropical.
CXbd13 - CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico, textura argilosa, A moderado, álico,
fase floresta subtropical perenifólia, relevo forte ondulado e montanhoso, substrato siltitos e
arenitos finos.
CXbd14 - CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico, textura argilosa, A moderado, álico, fase
floresta subtropical perenifólia altimontana, relevo ondulado e forte ondulado, substrato migmatitos.
CXbd15 - Associação de CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico, fase floresta subtropical
subperenifólia, substrato migmatitos + ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico cambissó-
lico, fase floresta subtropical perenifólia, ambos textura argilosa pouco cascalhenta, A moderado,
álicos, relevo forte ondulado.
CXbd16 - Associação de CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico NEOSSOLO REGOLÍTICO
Distrófico típico, ambos textura argilosa, A moderado, álicos, fase floresta subtropical perenifólia
altimontana, reIevo montanhoso e escarpado, substrato migmatitos.
CXbd17 - Associação de CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico, substrato migmatitos +
352
LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico cambissólico, ambos textura argilosa, A mode-
rado, álicos, fase floresta tropical altimontana, relevo ondulado e forte ondulado.
CXbd18 - CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico, textura argilosa, A moderado, álico, fase
floresta tropical altimontana, relevo montanhoso, substrato migmatitos.
CXbd19 - Associação de CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico, álico, fase floresta tropical
altimontana, relevo montanhoso, substrato migmatitos + ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO
Distrófico latossólico fase floresta tropical perúmida, relevo forte ondulado e ondulado, ambos
textura argilosa, A moderado.
CXbd20 - CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico, textura argilosa, A moderado, álico, fase
campo subtropical, relevo ondulado, substrato migmatitos.
CXbd21 - Associação de CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico, álico, fase relevo forte
ondulado + NEOSSOLO REGOLÍTICO Distrófico típico, fase relevo montanhoso, ambos textura
argilosa, A moderado, fase campo subtropical, substrato filitos.
CXbd22 - Associação de CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico, fase campo subtropical,
relevo montanhoso, substrato filitos e xistos + LATOSSOLO BRUNO Distrófico cambissólico, fase
floresta subtropical perenifólia, relevo forte ondulado, ambos textura argilosa, A moderado, álicos.
CXbd23 - Associação de CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico, fase relevo ondulado,
substrato rochas cristalinas ácidas + LATOSSOLO VERMELHO Distrófico típico, fase relevo
suave ondulado, ambos textura argilosa, A moderado, álicos, fase floresta subtropical perenifólia.
CXbd24 - Associação de CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico + GLEISSOLO HÁPLICO
Tb Distrófico típico, ambos textura argilosa, A moderado, fase floresta tropical perenifólia de
várzea, relevo plano, substrato sedimentos recentes.
CXbd25 - Associação de CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico latossólico, A proeminente, álico,
fase floresta subtropical perenifólia + NEOSSOLO REGOLÍTICO Distrófico típico, A moderado,
fase floresta subtropical subperenifólia, ambos textura argilosa, fase relevo suave ondulado,
substrato siltitos.
CXbd26 - Associação de CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico latossólico, substrato rochas
cristalinas ácidas + ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico típico, ambos textura argilosa,
A moderado, álicos, fase floresta subtropical perenifólia, relevo forte ondulado e montanhoso.
CXbd27 - CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico argissólico úmbrico, textura argilosa, álico,
fase floresta subtropical perenifólia, relevo suave ondulado de vertentes curtas, substrato siltitos
e folhelhos.
CXbd28 - Associação de CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico argissólico úmbrico, textura
argilosa, substrato folhelhos sílticos + NEOSSOLO LITÓLICO Distro-úmbrico típico, textura média,
substrato arenitos e siltitos, ambos álicos, fase floresta subtropical perenifólia, relevo ondulado.
CXbd29 - Associação de CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico argissólico úmbrico, fase relevo
suave ondulado de vertentes curtas, substrato folhelhos sílticos + LATOSSOLO VERMELHO
Distrófico cambissólico úmbrico, fase relevo suave ondulado, ambos textura argilosa, álicos,
fase floresta subtropical perenifólia.
CXbd30 - Associação de CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico úmbrico, substrato rochas
eruptivas + NITOSSOLO HÁPLICO Distrófico úmbrico, ambos textura argilosa, fase floresta
subtropical perenifólia, relevo ondulado.
CXbd31 - CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico argissólico, textura argilosa, A moderado, álico,
fase floresta tropical perúmida, relevo forte ondulado e ondulado.
353
CAMBISSOLOS HÁPLICOS Ta Eutróficos
CXve - Associação de CAMBISSOLO HÁPLICO Ta Eutrófico típico, fase floresta subtropical
subperenifólia, substrato rochas eruptivas básicas NITOSSOLO VERMELHO Distrófico típico, fase
floresta subtropical perenifólia, ambos textura argilosa, A moderado, fase relevo forte ondulado.
GLEISSOLOS SÁLICOS
GZ - Associação de GLEISSOLO SÁLICO + GLEISSOLO HÁPLICO, ambos indiscriminados,
textura argilosa, fase campo subtropical de várzea, relevo plano.
GLEISSOLOS MELÂNICOS
GM1 - GLEISSOLO MELÂNICO indiscriminado, textura argilosa, fase campo e floresta subtropical
de várzea, relevo plano.
GM2 - Associação de GLEISSOLO MELÂNICO indiscriminado, fase floresta subtropical perenifólia
de várzea, relevo plano + CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico, A moderado, álico, fase
floresta subtropical altimontana, relevo ondulado e forte ondulado, substrato migmatitos, ambos
textura argilosa.
GM3 - Associação de GLEISSOLO MELÂNICO, textura argilosa + ORGANOSSOLO, ambos
indiscriminados, fase campo e floresta subtropical de várzea, relevo plano.
GLEISSOLOS HÁPLICOS
GX1 - GLEISSOLO HÁPLICO indiscriminado, textura argilosa, fase campo e floresta tropical
perenifólia de várzea, relevo plano.
GX2 - GLEISSOLO HÁPLICO indiscriminado, textura argilosa, fase campo tropical de várzea,
relevo plano.
360
+ NEOSSOLO LITÓLICO Chernossólico típico, substrato diabásios + NITOSSOLO VERMELHO
Distroférrico típico, A moderado, todos textura argilosa, fase pedregosa, floresta subtropical
subperenifólia, relevo montanhoso e forte ondulado.
RRe4 - NEOSSOLO REGOLÍTICO Eutrófico típico, textura média, A moderado, fase floresta
subtropical subperenifólia, relevo forte ondulado e montanhoso, substrato arenitos.
RRe5 - NEOSSOLO REGOLÍTICO Eutrófico típico, textura média, A moderado, fase floresta
tropical subcaducifólia, relevo suave ondulado e ondulado, substrato siltitos.
RRe6 - Associação de NEOSSOLO REGOLÍTICO Eutrófico típico, textura média, substrato siltitos
+ LUVISSOLO HÁPLICO Órtico planossólico, textura média/argilosa, ambos A moderado, fase
floresta tropical subcaducifólia, relevo suave ondulado e ondulado.
RRe7 - NEOSSOLO REGOLÍTICO Eutrófico típico, textura média, A moderado, fase floresta
tropical subcaducifólia, relevo forte ondulado e montanhoso, substrato arenitos.
RRe8 - Associação de NEOSSOLO REGOLÍTICO Eutrófico chernossólico, fase floresta subtro-
pical subperenifólia relevo forte ondulado e montanhoso, substrato rochas eruptivas básicas +
NITOSSOLO VERMELHO Eutroférrico chernossólico, fase floresta subtropical perenifólia, relevo
forte ondulado, ambos textura argilosa, fase pedregosa.
RRe9 - Associação de NEOSSOLO REGOLÍTICO Eutrófico chernossólico, fase pedregosa, floresta
subtropical subperenifólia, relevo forte ondulado e montanhoso, substrato rochas eruptivas básicas
+ NITOSSOLO VERMELHO Eutroférrico chernossólico, fase floresta subtropical perenifólia, relevo
forte ondulado + CHERNOSSOLO HÁPLICO Órtico léptico, fase pedregosa, floresta subtropical
subperenifólia, relevo forte ondulado, substrato rochas eruptivas básicas, todos textura argilosa.
RRe10 - Associação de NEOSSOLO REGOLÍTICO Eutrófico chernossólico, fase relevo monta-
nhoso, substrato rochas eruptivas básicas + CHERNOSSOLO ARGILÚVICO Férrico saprolítico,
relevo forte ondulado, ambos fase pedregosa, floresta tropical subcaducifólia + NITOSSOLO
VERMELHO Eutroférrico típico, A moderado, fase floresta tropical subperenifólia, relevo ondulado,
todos textura argilosa.
RRe11 - Associação de NEOSSOLO REGOLÍTICO Eutrófico Chernossólico, fase pedregosa,
floresta tropical subcaducifólia, relevo forte ondulado e montanhoso, substrato rochas eruptivas
básicas + NITOSSOLO VERMELHO Eutroférrico típico, A moderado, fase floresta tropical subpe-
renifólia, relevo ondulado, ambos textura argilosa.
RRe12 - Associação de NEOSSOLO REGOLÍTICOEutrófico chernossólico, fase relevo forte
ondulado e montanhoso, substrato rochas eruptivas básicas + CHERNOSSOLO ARGILÚVICO
Férrico saprolítico, relevo forte ondulado, ambos fase pedregosa, floresta tropical subperenifólia
+ NITOSSOLO VERMELHO Distroférrico típico, A moderado, fase floresta tropical perenifólia,
relevo ondulado, todos textura argilosa.
361
VERMELHO-AMARELO Distrófico úmbrico, textura média/argilosa, ambos fase floresta subtropical
perenifólia, relevo forte ondulado.
NBa2 - Associação de NITOSSOLO BRUNO Alumínico úmbrico, fase floresta subtropical perenifó-
lia, relevo suave ondulado + CAMBISSOLO HÁPLICO Alumínico úmbrico, fase floresta subtropical
subperenifólia, relevo ondulado, substrato siltitos, argilitos e folhelhos, ambos textura argilosa.
ORGANOSSOLOS HÁPLICOS
OX1 - ORGANOSSOLO HÁPLICO indiscriminado.
OX2 - ORGANOSSOLO HÁPLICO Sáprico típico, fase campo subtropical de várzea, relevo plano.
OX3 - Associação de ORGANOSSOLO HÁPLICO Sáprico típico + CAMBISSOLO FLÚVICO Tb
Distrófico típico, textura indiscriminada, álico, substrato sedimentos recentes, ambos fase campo
e floresta subtropical de várzea, relevo plano.
AFLORAMENTOS DE ROCHA
AR1 - AFLORAMENTOS DE ROCHA (Arenitos).
AR2 - Associação de AFLORAMENTOS DE ROCHA + NEOSSOLO LITÓLICO Hístico típico +
CAMBISSOLO HÚMICO Distrófico léptico, ambos textura argilosa, álicos, fase campo e floresta
subtropical perenifólia, relevo escarpado e montanhoso, substrato granitos e quartzitos.
363
364
CAPÍTULO XI
OCORRÊNCIA E FREQUÊNCIA
DE ESPÉCIES DE PLANTAS
MEDICINAIS DE UM FRAGMENTO
FLORESTAL DA MICROBACIA
HIDROGRÁFICA RIO VERDE
Milton Satoshi Matsushita 1
Roberto Tuyoshi Hosokawa 2
Cirino Corrêa Junior 3
1
Engenheiro Agrônomo, Doutor em Economia e Política Florestal, Instituto Emater,
Curitiba, Paraná, Brasil - matsushita@emater.pr.gov.br
2
Engenheiro Florestal, Ph.D., UFPR, Curitiba, Paraná, Brasil - rth@japan.org.br
3
Engenheiro Agrônomo, Doutor em Horticultura, Instituto Emater, Curitiba, Paraná,
Brasil - plamed@emater.pr.gov.br
365
366
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Frequência
Família de Ocorrência
Nome Nome
Usos* e (referências)
científico Popular Unidades amostrais
26
01
36
06
35
28
12
39
Anacardiaceae Aroeira, Árvore nativa, com uso ornamental,
Schinus aroeira melífera, aromática, óleo essencial,
terebinthifolius branca, madeira, lenha, carvão e na
Raddii aroeira-do- medicina popular: adstringente,
campo antidiarréico, anti-hemorrágico,
anti-inflamatório, antinevrálgico, M A M A MM A M
antirreumático, antisséptico,
cicatrizante, depurativo, digestivo,
disentérico, diurético, estimulante,
febrífugo, peitoral, resolutivo e uri-
nário (4, 9, 11, 14, 16, 17, 19 e 25).
Apiaceae Mastruço, Planta exótica, daninha, com uso
Apium aipo-bravo, na medicina popular: cicatrizante,
leptophyllum gertrudes depurativo, digestivo, diurético, B B
(Pers.) F. Muell. peitoral e vermicida (9, 13 e 17).
Ex Benth
Apiaceae Centela Planta exótica, daninha, com uso
Hydrocotyle asiática na medicina popular: antibiótico,
asiática L. antiflebológico, anti-inflamatório,
calmante, cicatrizante, cordial, M B
depurativo, diurético, estimulante,
resolutivo, tônico, vulnerário e vaso-
dilatador (1, 6, 8, 9, 11, 17, 21 e 25).
Asteraceae Mentrasto, Planta nativa, daninha, aromática com
Ageratum mentraste, uso na medicina popular: amargo,
conyzoides L. erva-de-são- analgésico, antidiarréico, antigripal,
joão anti-inflamatório, antirreumático, M MMMMMMM
carminativo, cicatrizante, emenagogo,
febrífugo, hemostático e tônico (5, 6,
10, 11, 15, 17 e 25).
376
CONTINUAÇÃO
Frequência
Família de Ocorrência
Nome Nome
Usos* e (referências)
científico Popular Unidades amostrais
26
01
36
06
35
28
12
39
Asteraceae Assa-peixe Planta com uso na medicina popular:
Austroeupatorium antigripal, anti-hemorrágico,
inulaefolium anti-hemorroidal, antinevrálgico, A A A A A A A A
(Kunth.) R.M. curativo e peitoral (25).
King&H. Rob.
377
CONTINUAÇÃO
Frequência
Família de Ocorrência
Nome Nome
Usos* e (referências)
científico Popular Unidades amostrais
26
01
36
06
35
28
12
39
Asteraceae Assa-peixe Planta daninha, com uso na medicina
Chrysolaena popular: antigripal, anti-
platensis (Spr.) hemorroidal, antitussígeno, anti- B B B B B B B B
H. Robinson hemorrágico, antinevrálgico, blenor-
rágico, diurético e vulnerário (25).
Asteraceae Goiapa, Planta com uso na medicina popular
Dasyphyllum açucará, (25).
tomentosum guaiapá B B
(Spreng.)
Cabrera
378
CONTINUAÇÃO
Frequência
Família de Ocorrência
Nome Nome
Usos* e (referências)
científico Popular Unidades amostrais
26
01
36
06
35
28
12
39
Asteraceae Micania Planta nativa, inseticida, com
Mikania óleo essencial e uso na medicina
micrantha H.B.K. popular: antirreumático, antisséptico, M
balsâmico, cicatrizante e febrífugo (3).
Asteraceae Arnica, Planta nativa, daninha, com óleo
Solidago arnica- essencial, melífera e de uso na
chilensis Meyer brasileira, medicina popular: adstringente,
antinevrálgico, cicatrizante, B B A
arnica-do-
campo estomáquico e vulnerário (5, 6, 9, 11,
17, 20 e 25).
Asteraceae Serralha, Planta exótica, daninha, com óleo
Sonchus chicória- essencial, melífera e de uso na
oleraceus L. brava, medicina popular: anti-inflamatório,
serralha-lisa, antirreumático, cicatrizante, B B B B
serralheira depurativo, digestivo, diurético,
estomáquico, hepático, laxante e
tônico (6, 9, 10, 11, 15, 17 e 25).
Asteraceae Dente- Planta exótica, daninha, melífera e
Taraxacum de-leão, de uso na medicina popular: amargo,
officinale Weber almeirão, antiescorbútico, anti-inflamatório,
taraxaco, antirreumático, aperiente, carminativo,
amargosa colagogo, colerético, depurativo,
diurético, estomáquico, febrífugo, B B
hepatobiliar, hipoglicemiante,
hipolipemiante, hipotensor, laxante,
oftálmico, tônico e vulnerário (1, 2,
5, 6, 8, 9, 10, 11, 15, 17, 18, 21, 23
e 25).
Asteraceae Assa-peixe Planta nativa, de uso na medicina
Vernonanthura popular: antigripal, anti-hemorrágico,
tweedieana anti-hemorroidal, antinevrálgico, M A M B B M B B
(Baker) H. Rob. balsâmico, béquico
e vulnerário (25).
Bignoniaceae Caroba, Planta nativa, com uso ornamental,
Jacaranda carobinha, madeira e na medicina popular:
puberula Cham. jacarandá- antirreumático, cicatrizante, A
branco, depurativo, diurético e vermífugo (14
caroba-da- e 25).
mata
CONTINUA
379
CONTINUAÇÃO
Frequência
Família de Ocorrência
Nome Nome
Usos* e (referências)
científico Popular Unidades amostrais
26
01
36
06
35
28
12
39
Blechnaceae Samam- Planta nativa, com uso na medicina
Blechnum baiaçu-do- popular: antitussígeno e diurético (9).
B B B B B B B B
brasiliense Desv. brejo
380
CONTINUAÇÃO
Frequência
Família de Ocorrência
Nome Nome
Usos* e (referências)
científico Popular Unidades amostrais
26
01
36
06
35
28
12
39
Lythraceae Sete- Planta nativa, com uso na medicina
Cuphea sangrias popular: antirreumático, diurético,
calophylla depurativo, febrífugo, hipolipemiante, B B
Mesostemon hipotensor, sudoríparo e tônico (25).
(Koehne) Lourt.
381
CONTINUAÇÃO
Frequência
Família de Ocorrência
Nome Nome
Usos* e (referências)
científico Popular Unidades amostrais
26
01
36
06
35
28
12
39
Oxalidaceae Azedinha Planta exótica, daninha com uso na
Oxalis latifolia medicina popular: adstringente, anti-
Kunth escorbútico, disentérico, depurativo, A A A A A A A A
emenagogo e hepático (9 e 14).
Piperaceae Pariparoba, Planta nativa, com uso na medicina
Piper pariparoba- popular: anti-hemorroidal, balsâmico,
M MMMM A M A
gaudichaudianum do-mato, estomáquico e hepático (6, 9 e 17).
Kunth jaborandi
382
CONTINUAÇÃO
Frequência
Família de Ocorrência
Nome Nome
Usos* e (referências)
científico Popular Unidades amostrais
26
01
36
06
35
28
12
39
Rosaceae Ameixeira, Planta exótica, com uso na medicina
Eriobotrya ameixa- popular: adstringente, antitussígeno,
japonica Lindl. amarela, depurativo, desobstruente, emoliente,
nêspera, hipotensor e laxativo (9 e 17). M
ameixa-do-
japão
CONTINUA
383
CONTINUAÇÃO
Frequência
Família de Ocorrência
Nome Nome
Usos* e (referências)
científico Popular Unidades amostrais
26
01
36
06
35
28
12
39
Solanaceae Maria-preta, Planta exótica, daninha, com uso
Solanum maria- na medicina popular: analgésico,
americanum pretinha, cicatrizante, depurativo, diurético, B B B B B
Mill. erva-de emoliente, expectorante, narcótico,
-bicho sedativo e vermífugo (10, 11 e 17).
Fonte**: (1) Alonso (2008); (2) Boni e Patri (1994); (3) Carollo (2008); (4) Carvalho (2006); (5)
Corrêa Júnior et al. (1994); (6) Corrêa Júnior et al. (2006); (7) Coutinho (2009); (8) Franco
(2008); (9) Kolbes (2007); (10) Lorenzi (1986); (11) Lorenzi (2002a); (12) Lorenzi (2002b); (13)
Lorenzi (2008a); (14) Lorenzi (2008b); (15) Martins et al. (2000); (16) Pedroso et al. (2007); (17)
Ramos (2008); (18) Reader’s Digest (1984); (19) Reitz et al. (1983); (20) Simões et al. (1995);
(21) Teske e Trentini (1994); (22) Thadeo (2007); (23) Torres (2005); (24) Velloso e Peglow
(2003) e (25) Zampier*** (2010).
* Os usos estão descritos em ANEXO 1 – Glossário de propriedades medicinais das plantas.
** Referências consultadas
*** Informações verbais com base em sua ampla experiência de mais de 50 anos em coleta e
uso de produtos da sociobiodiversidade na comunidade local.
384
Os resultados apresentados no Quadro 1 possibilitaram analisar a
ocorrência e frequência de espécies medicinais, das quais 15 espécies
(27,3%) foram encontradas em todas as unidades amostrais, entre elas
6 espécies com alta frequência e 9 com frequência variando entre baixa,
média e alta. Outras 16 espécies (29,1%) apresentaram ocorrência em
pelo menos 4 unidades amostrais (50%) com frequência variando entre
baixa, média e alta; 14 espécies (25,5%) apresentaram ocorrência em
pelo menos 2 unidades amostrais (25%) com frequência variando entre
baixa, média e alta; e 10 espécies (18,2%) apresentaram ocorrência
em 1 unidade amostral (12,5%) com frequência variando entre baixa,
média e alta.
O levantamento nas unidades amostrais apresentou os seguintes
resultados (Tabela 1): unidade amostral 26 com 40 espécies de plantas
medicinais identificadas, sendo 3 espécies exclusivas desta unidade;
unidade 01 com 41 espécies identificadas, sendo 2 espécies exclusivas
e 8 espécies diferentes em relação à unidade amostral anterior; unidade
36 com 20 espécies identificadas, sem ocorrência de espécie exclusiva
e 1 espécie diferente em relação às unidades amostrais anteriores;
unidade 06 com 28 espécies identificadas, sem ocorrência de espécies
exclusivas ou diferentes das unidades amostrais anteriores; unidade
35 com 25 espécies identificadas, sendo 2 espécies exclusivas e 3
espécies diferentes em relação às unidades amostrais anteriores;
unidade 28 com 29 espécies identificadas, sendo 2 espécies exclusivas
e 2 espécies diferentes em relação às unidades amostrais anteriores;
unidade 12 com 33 espécies identificadas, sendo 1 espécie exclusiva
e 1 espécie diferente em relação à unidades amostrais anteriores; e
unidade 39 com 22 espécies identificadas, não ocorrendo qualquer
espécie exclusiva ou diferente.
Assim, o número de espécies acumuladas por unidade amostral
iniciou com 40 espécies, conforme apresentado na Tabela 1 e na Figura
2 indicando, como esperado, uma redução do número de espécies e
aproximando-se de uma estabilização da curva à medida que novas
unidades amostrais foram coletadas, perfazendo o total de 55 espécies
de plantas medicinais.
385
Tabela 1 - Número de espécies com potencial medicinal identificadas
nas unidades amostrais - Campo Largo-PR
Nº de espécies
Nº da Área Nº de Nº de diferentes das Nº de
unidade espécies espécies unidades espécies
amostral (m2) identificadas exclusivas amostrais acumuladas
anteriores
26 1.295 40 3 40 40
01 1.109 41 2 8 48
36 199 20 0 1 49
06 754 28 0 0 49
35 532 25 2 3 52
28 1.591 29 2 2 54
12 1.301 33 1 1 55
39 338 22 0 0 55
386
CONCLUSÕES
388
REFERÊNCIAS
392
CAPÍTULO XII
ESTUDOS DOS CAMINHOS DO LEITE
NO MUNICÍPIO DE CAMPINA DO SIMÃO
COM USO DO GEOPROCESSAMENTO
Milton Satoshi Matsushita 1
Hernani Alves da Silva 2
Udo Bublitz 3
Valdir Tambosetti 4
Edilson Moreira 5
1
Engenheiro Agrônomo, Doutor em Economia e Política Florestal, Instituto Emater,
Curitiba, Paraná, Brasil - matsushita@emater.pr.gov.br
2
Engenheiro Agrônomo, Doutor em Agronomia, Produção Vegetal, Instituto Emater,
Paraná, Brasil - hernanialves@emater.pr.gov.br
3
Engenheiro Agrônomo, Especialista em Manejo dos Recursos Naturais e Estradas
Rurais, Instituto Emater, Curitiba, Paraná, Brasil - udobublitz@emater.pr.gov.br
4
Zootecnista, Especialização em Pecuária Leiteira, Instituto Emater, Guarapuava, Paraná,
Brasil - tambozetti@emater.pr.gov.br
5
Técnico Agropecuário e Gestor em Agronegócios, Instituto Emater, Guarapuava, Paraná,
Brasil - edilsonmoreira@emater.pr.gov.br
393
394
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trafegabilidade
Tipo de
Tipo de Estrada Difícil Difícil com Qualquer Sem Total
Pavimento
acesso (m) chuva (m) tempo (m) acesso (m) geral (m)
Cascalho 279 2.622 32.725 35.626
Carreador
Terra 1.637 4.874 1.898 8.409
Estadual Asfalto 15.718 15.718
Municipal Cascalho 343 163.917 164.260
Municipal secundaria Cascalho 53 35.719 35.772
Asfalto 2.529 2.529
Via urbana
Pedra irregular 377 377
Total geral 1.916 7.892 250.985 1.898 262.691
% 0,7 3,0 95,5 0,7 100,0
403
FIGURA 4 - CONDIÇÕES DE TRÁFEGO
Fonte: Elaborado pelos autores (2014)
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
413
414
CAPÍTULO XIII
O USO DE FERRAMENTAS DE
GEOPROCESSAMENTO NO
DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES
DE AQUICULTURA NO LITORAL
PARANAENSE
Astrogildo José Gomes de Mélo 1
Marcos Campos de Oliveira 2
Luiz Danilo Muehlmann 3
Milton Satoshi Matsushita 4
1
Engenheiro de Pesca, Especialista em Aquicultura, Instituto Emater, Paranaguá,
Paraná, Brasil - astrogildo@emater.pr.gov.br
2
Engenheiro Agrônomo, Mestre em Produção Vegetal, Instituto Emater, Paranaguá,
Paraná, Brasil - marcoscampos@emater.pr.gov.br
3
Médico Veterinário, Mestre em Produção Animal, Instituto Emater, Curitiba, Paraná,
Brasil - danilo@emater.pr.gov.br
4
Engenheiro Agrônomo, Doutor em Economia e Política Florestal, Instituto Emater,
Curitiba, Paraná, Brasil - matsushita@emater.pr.gov.br
415
416
INTRODUÇÃO
MATERIAIS E MÉTODOS
Projetos de maricultura
Para elaboração dos projetos de maricultura as áreas foram pré-
definidas em reuniões com as comunidades. Nesta oportunidade tam-
bém foi levantado o número de interessados e a partir desse número,
realizado o cálculo da área total.
419
Após a definição das áreas, o deslocamento até as mesmas foi re-
alizado através de embarcação motorizada. Nas áreas, levando-se em
conta a profundidade média do local foram estabelecidos e registrados
os vértices em coordenadas geográficas UTM, conforme já descrito
acima. Os vértices e as transectas foram estabelecidos após várias
leituras e considerações para dar toda a segurança na localização, em
relação à profundidade média do local, correntes de marés e a não
existência de impedimentos físicos ou possíveis áreas de conflitos com
outras atividades.
Além dos recursos já mencionados acima na descrição das ativi-
dades para a piscicultura continental, neste caso foram utilizadas as
cartas náuticas impressas, produzidas pela Marinha do Brasil em 1975.
Após a aquisição, as cartas náuticas, em meio analógico (papel) foram
convertidas em arquivos digitais (eletrônicos), através do escaneamento
em uma resolução de 300 dpi e salvas como imagem com formato tiff.
Essas cartas foram georreferenciadas na projeção e datum original,
projeção UTM e datum horizontal Córrego Alegre - MG. Na sequê-
ncia foram convertidas para projeção UTM Datum Horizontal SAD 69
(South Americam Datum), formato padrão para todos os mapas temáticos
utilizados. Esse procedimento foi necessário para facilitar a plotagem
dos pontos estabelecidos através do georreferenciamento sobre as
cartas náuticas.
Após a demarcação da área total foram definidas a orientação e a
localização das estruturas de cultivo (long-lines ou mesas). As estruturas
tiveram a localização projetada sobre as cartas náuticas, para facilitar a
identificação dos locais pelos técnicos das Instituições de controle am-
biental e da Marinha do Brasil, a fim de manifestarem o parecer sobre
a viabilidade do projeto quanto à localização. Essas coordenadas foram
utilizadas na localização e montagem das estruturas aquáticas, para a
instalação dos cultivos nas áreas definidas pelo projeto.
A Marinha do Brasil utiliza-se as demarcações das estruturas aquá-
ticas para orientar a navegação, compondo as próximas atualizações
das Cartas Náuticas. Esses procedimentos utilizaram como referencia as
estações do Sistema Geodésico Brasileiro (SGB) do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), formado pelo conjunto de estações,
materializadas no terreno, cuja posição serve como referência precisa
a diversos projetos de engenharia, mapeamento, geofísica, pesquisas
científicas, aquicultura, dentre outros.
420
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Projetos de maricultura
Na maricultura foram elaborados 23 projetos no Litoral (Figura 4 e
Tabela 1), dos quais 12 já estão licenciados e com os Termos de Ces-
são emitidos pelo Ministério da Pesca e Aquicultura. Como ilustração
para este trabalho utilizou-se a área de cultivo na comunidade de Ponta
423
Oeste - Ilha do Mel, localizada no município de Paranaguá. O projeto
encontra-se em plena produção de ostras (Crassostrea brasiliana) e em
fase de implantação de cultivos de mexilhão (Perna perna).
Com uso do geoprocessamento foram selecionadas diversas áreas
para cultivos de moluscos em vários municípios do litoral do Paraná pela
equipe técnica do Instituto Emater e pelos pescadores participantes do
projeto da maricultura em seus municípios. Nessas localidades foram
verificadas as ações dos ventos, correntes, marés, ondas e rota de
navegação para atender todas as orientações da legislação marítima e
ambiental.
Os levantamentos compatibilizados com as necessidades dos
beneficiários resultaram na delimitação de 34,76 ha em 23 projetos
envolvendo 224 famílias de pescadores beneficiados (Instituto Emater,
2009).
Mexilhão 1 1,60 10
Camarão 2 - 2
424
FIGURA 4 - ÁREAS SELECIONADAS PARA CULTIVOS DE MOLUSCOS,
COMUNIDADES DO LITORAL DO PARANÁ
Fonte: Instituto EMATER (2011)
425
FIGURA 5 - ROTA PARA A ÁREA DE CULTIVO DE OSTRAS EM SISTEMA
DE MESAS
Proprietário: Syrio Fernandes Costa Junior, Europinha, Paranaguá
Fonte: Imagem Google Earth (2014), projeto elaborado Instituto Emater (2006).
426
FIGURA 6 - CARTA NÁUTICA COM A PLOTAGEM DA ÁREA DE CULTIVO DE
MEXILHÕES DA COMUNIDADE DE PONTA OESTE - ILHA DO MEL
Fonte: Instituto Emater (2006)
429
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
REFERÊNCIAS
430
EXÉRCITO BRASILEIRO - Diretoria de Serviço Geográfico. Carta Ge-
ral do Mapeamento Sistemático do Sistema Cartográfico Nacional
do tipo Carta Topográfica. Brasilia: Ministério da Defesa - Exército
Brasileiro, 1999.
Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural - Instituto
Emater. Projeto de desenvolvimento da aquicultura e pesca no litoral
do Paraná. Curitiba, PR: Instituto Emater, 2009. Relatório técnico, 67 p.
Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social - IPAR-
DES. Diagnóstico ambiental da APA de Guaraqueçaba. Curitiba:
IPARDES, 1995. 166 p.
MARINHA DO BRASIL. Diretoria de Hidrografia e Navegação. Diretoria
de Portos e Costas. Cartas Náuticas - Litoral (Portos e Costas).
Brasília: Marinha do Brasil, 1977. Disponível em: <https://www.dpc.mar.
mil.br/>. Acesso em: 15/05/2014
MÉLO, A.J.G.; MÜEHLMANN, L.D.; GARBOSSA NETO, A. e BALDAN,
A.P. Criação de Ostras Nativas. Curitiba, Paraná: Instituto EMATER,
2009. 52 p.
PARANÁ. Instituto Ambiental do Paraná - IAP. Portaria nº 125/2009 de
07 de agosto de 2009. Reconhece a Lista Oficial de Espécies Exóticas
Invasoras para o Estado do Paraná, estabelece normas de controle e
dá outras providências. Curitiba, PR: IAP, 2009.
431
432
CAPÍTULO XIV
PISCICULTURA EM TANQUES-REDE
NA BACIA DO PARANAPANEMA
Luiz Eduardo Guimarães de Sá Barreto 1
Luiz Danilo Mühelmann 2
Marco Antonio Igarashi 3
1
Engenheiro de Pesca, Mestre em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais,
Instituto Emater, Cambé, Paraná, Brasil - luizguim@emater.pr.gov.br
2
Médico Veterinário, Mestre em Produção Animal, Instituto Emater, Curitiba, Paraná,
Brasil - danilo@emater.pr.gov.br
3
Tecnólogo em Aquicultura, Ph.D. em Engenharia de Pesca, Ministério da Pesca e
Aquicultura, Londrina, Paraná, Brasil - marco.igarashi@mpa.gov.br
433
434
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
REFERÊNCIAS
442
CAPÍTULO XV
AGRICULTURA DE PRECISÃO
APLICADA À AGRICULTURA FAMILIAR:
A EXPERIÊNCIA DE TUPÃSSI-PR
Adalberto Telesca Barbosa 1
Ênio Antônio Bragagnolo 2
Nelson Harger 3
71
Engenheiro Agrônomo, Mestre em Desenvolvimento Regional e Agronegócio, Instituto
Emater, Toledo, Paraná, Brasil - telesca@emater.pr.gov.br
2
Engenheiro Agrônomo, Especialista em Gestão Ambiental, Instituto Emater, Tupãssi,
Paraná, Brasil - eniobragagnolo@emater.pr.gov.br
3
Engenheiro Agrônomo, Doutor em Fertilidade do Solo, Instituto Emater, Apucarana,
Paraná, Brasil - nelsonharger@emater.pr.gov.br
443
444
INTRODUÇÃO
445
Caracterização da área rural do município
Aspectos econômicos e naturais
O município de Tupãssi está localizado na região Oeste do Estado
do Paraná e pertence à região administrativa do Núcleo Regional da
SEAB de Toledo (Figura 1), situando-se sua sede municipal na Latitude
24º35‘16‘’S e Longitude 53º30‘42‘’W.
A população municipal é de 7.997 habitantes sendo que deste mon-
tante, 6.286 residem na área urbana da sede municipal e duas sedes
distritais, enquanto os 1.711 restantes residem na área rural (Censo
Demográfico, IBGE 2010).
A estrutura fundiária
O município de Tupãssi, segundo o censo agropecuário do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2006) possui 872 estabele-
cimentos rurais dos quais 87,96% possuem área inferior a 50 hectares
(Gráfico 1). O número de Declarações de Aptidão ao Programa Nacional
de Agricultura Familiar (PRONAF - DAP) do Ministério do Desenvolvi-
mento Agrário - MDA atinge um total de 1.004, sendo que destas 765
encontram-se ativas (MDA, 2014).
A Agricultura de Precisão
Material e métodos
450
Tabela 2 - Máquinas, equipamentos e softwares adquiridos para a ope-
racionalização do Programa Municipal “Tupãssi Fazendo Agricultura
de Precisão”
Valor/ha
Área da Propriedade
Apoio Programa Mercado Regional
(ha)
(%) (R$) (R$)
Até 12,10 80 10,33 50,00
12,20 a 24,20 71 14,46 50,00
24,30 a 48,40 63 18,60 50,00
Acima de 48,40 59 20,67 50,00
(*) Preço médio praticado no mercado regional, fora do programa, para a pres-
tação do serviço
Fonte: Instituto Emater, 2014
Elemento Parâmetro
Fósforo (P) 6– 9 mg.dm-3
Potássio (K) na CTC 3–4%
Cálcio (Ca) na CTC 50 – 60 %
Magnésio (MG) na CTC 10 – 15 %
Enxofre (S) > 10 mg.dm-3
Soma de Bases (V %) 70 %
Relação Cálcio/Magnésio 3a5
Relação Cálcio/Potássio 12 – 17
Relação Magnésio/Potássio 2-5
Relação (Ca + MG)/K 13 - 20
Fonte: Equipe Técnica Instituto Emater, 2013.
Conclusões
460
REFERÊNCIAS