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Volume 1
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Sumário: Pró-ENEM 3
Introdução.............................................................................................................................................................. 5
1. O vestibulando do século XXI........................................................................................................................... 5
2. Competências e habilidades para o século XXI.................................................................................................... 6
3. Será que você tem as tais habilidades?.............................................................................................................. 6
4. Contextualizar e integrar o seu conhecimento é fundamental............................................................................... 7
5. TRI: Novo cálculo da nota................................................................................................................................ 8
6. Redação: “Escrever é preciso...”........................................................................................................................ 8
7. Resolução comentada ....................................................................................................................................10
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias...................................................................................................................11
1. Eixos cognitivos.............................................................................................................................................13
2. Matriz de referência.......................................................................................................................................13
3. Competências e habilidades.............................................................................................................................15
4. Objetos de conhecimento................................................................................................................................ 76
5. Respostas...................................................................................................................................................... 76
Matemática e suas Tecnologias............................................................................................................................... 79
1. Eixos cognitivos.............................................................................................................................................81
2. Matriz de referência.......................................................................................................................................81
3. Competências e habilidades.............................................................................................................................83
4. Objetos de conhecimento.............................................................................................................................. 131
5. Resposta..................................................................................................................................................... 132
Ciências da Natureza e suas Tecnologias.................................................................................................................133
1. Eixos cognitivos........................................................................................................................................... 135
2. Matriz de referência..................................................................................................................................... 135
3. Competências e habilidades........................................................................................................................... 137
4. Objetos de conhecimento.............................................................................................................................. 179
5. Respostas.................................................................................................................................................... 181
Ciências Humanas e suas Tecnologias.....................................................................................................................183
1. Eixos cognitivos........................................................................................................................................... 185
2. Matriz de referência..................................................................................................................................... 185
3. Competências e habilidades........................................................................................................................... 187
4. Objetos de conhecimento.............................................................................................................................. 226
5. Respostas.................................................................................................................................................... 227
EM1D-12-1E
4
ENEM Introdução 5
O
s vestibulares estão mudando sua concepção de ava- tes de múltipla escolha e uma redação; além de Matemática
liação, mas não deixam de abordar os conteúdos que e os Códigos de Linguagem em geral (Línguas Portuguesa,
são estudados ao longo de toda a vida escolar dos es- Inglesa e Espanhola); Biologia, Química e Física com o nome
tudantes. Estamos deixando de ter provas essencialmente de Ciências da Natureza; História, Geografia, Filosofia e So-
“conteudistas” para ter exames que lançarão mão de es- ciologia, classificadas como Ciências Humanas. Enfim, se-
tratégias que valorizam a contextualização, a visão inter/ rão cobrados os conteúdos adquiridos como conhecimento/
multidisciplinar e a transversalidade temática das ciências conteúdo ao longo da vida escolar (Ensino Fundamental +
em geral. Ensino Médio) e também será relevante a cobrança das com-
Esta proposta em nada difere daquela que o ENEM, ao petências e habilidades, que são as novas referências da pe-
longo da última década, já vinha antecipando. Teremos tes- dagogia mundial (ex.: ENEM, Encceja e Pisa).
As mudanças do novo ENEM sinalizam uma nova postura dos alunos diante da prova. Vamos ver algumas
dicas importantes:
1. A nota da prova de redação passa a ser utilizada por muitas universidades como parte da nota final dos seus pro-
cessos de seleção, o que torna obrigatória sua realização com capricho.
2. As notas de avaliação do ENEM serão apresentadas por área de conhecimento, assim seu boletim terá cinco (5) notas
(Ciências da Natureza, Ciências Humanas, Matemática, Linguagens e Redação).
3. As universidades, de acordo com os cursos oferecidos, podem, a seu critério, atribuir pesos diferentes para as notas
das provas, inclusive, adotando uma composição de peso para cada curso.
4. Na nova proposta, com o intuito de possibilitar a classificação, as questões devem ter um índice de discriminação
maior e uma distribuição dos graus de dificuldade (40% fácil, 20% médio, 40% difícil).
Provas como o ENEM, formuladas para avaliar as competências ou eixos cognitivos, verificam, acima de tudo,
a capacidade de ler e interpretar textos nas diferentes formas de linguagem. Assim, ao iniciar a resolução, con-
vém que o vestibulando lembre-se de algumas orientações básicas que o ajudarão a obter um resultado melhor.
1. Em grande parte das questões, as respostas estão no próprio enunciado, bastando, para tanto, que você realize
uma leitura atenta, observando, com cautela, textos, gráficos, diagramas, mapas, tiras e/ou imagens.
2. Muitas questões podem ser resolvidas a partir de informações obtidas na mídia diariamente ou em situações prá-
ticas do dia a dia. Busque relacionar fatos do cotidiano às situações propostas. Sua experiência de vida pode responder
parte da prova.
3. Leia cada uma das questões como se estivesse lendo uma notícia de jornal ou revista, sem se preocupar em desco-
brir em qual disciplina se enquadra, pois a prova pretende avaliar sua capacidade de leitura da realidade e seu exercício
pleno de cidadania.
EM1D-12-1E
4. Como as questões são interdisciplinares, use o conhecimento adquirido na vida escolar para decodificar as infor-
mações e entender seu significado e, assim, buscar soluções para as situações-problema apresentadas.
6
Matrizes
• Matriz de referência de linguagens, códigos e suas
tecnologias (9 competências/30 habilidades) CONHECIMENTOS HABILIDADES
• Matriz de referência de matemática e suas tecnolo-
gias (7 competências/30 habilidades)
• Matriz de referência de ciências da natureza e suas
tecnologias (8 competências/30 habilidades)
ATITUDES
• Matriz de referência de ciências humanas e suas
tecnologias (6 competências/30 habilidades) COMPETÊNCIAS
MEC – INEP/ENEM
No “novo” ENEM, como também já sinalizaram a Fuvest e a Unesp, as questões das provas vêm impregnadas:
• do respeito às identidades e diferenças étnicas, culturais, sexuais;
• da utilização dos mais variados tipos de linguagens (ex.: da escrita ao grafite) como meio de expressão e informação;
• do exercício permanente da inter-relação de conceitos e ideias;
• do estímulo ao pensamento crítico e à autonomia intelectual;
• da constante manipulação dos princípios das tecnologias e suas relações integradoras;
• da compreensão e aplicação dos fundamentos científicos e tecnológicos;
• do ato de desenvolver a criatividade;
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– DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: COMO EN- – O DIREITO DE VOTAR: COMO FAZER DESSA CONQUISTA
FRENTAR ESSE DESAFIO NACIONAL? UM MEIO PARA PROMOVER AS TRANSFORMAÇÕES SO-
O texto em questão favorecia o texto argumentati- CIAIS DE QUE O BRASIL NECESSITA?
vo, pois possibilitaria ao participante abordagens como Assuntos como o poder de voto, a necessidade da demo-
controle da natalidade e planejamento familiar, assis- cracia, o exercício da cidadania e a concretização política
tência à maternidade, educação básica de qualidade, ex- seriam viáveis no desenvolvimento do texto.
ENEM Introdução 9
– A VIOLÊNCIA NA SOCIEDADE BRASILEIRA: COMO MU- lacione coerentemente argumentos e fatos para defesa de
DAR AS REGRAS DESSE JOGO? seu ponto de vista.
Trabalhar a exemplificação e a análise de causas e
consequências seria uma alternativa para a abordagem
temática.
7. Resolução comentada
Com o tema O indivíduo frente à ética nacional, o que se acomoda sem indignar-se com as injustiças sociais
ENEM 2009 levou os alunos a uma reflexão sobre o pensa- e a corrupção desmedida, bem como o que crê nos defeitos
mento do brasileiro de classe média acerca da ética em seu morais como elementos da natureza humana e, portanto,
país. A proposta apresentou uma coletânea com três textos. incontornáveis, não contribuem em nada para dizimar esse
O primeiro, uma charge de Millôr Fernandes, denuncia a mal e os comportamentos antiéticos.
solidão da virtude (honestidade). O segundo, da escrito- O aluno, assim, poderia trazer esses problemas para
ra Lya Luft, critica a normalização dos vícios (ignorância, o seu projeto de texto, deixando claro que entendeu as
cinismo, banditismo). O terceiro, do psicanalista Contardo contradições relacionadas à ética no contexto brasileiro
Calligaris, mostra o perigo de enxergar sempre a desonesti- e apresentando propostas sociais, respeitados os direitos
dade nos outros, nunca em nós mesmos. humanos, para amenizar esse quadro. Entre elas, caberia
O objetivo central do tema foi conduzir o aluno a per- o velho e sempre oportuno investimento em educação de
ceber os riscos de lidar com a questão da ética a partir do qualidade, capaz não só de alfabetizar e informar, mas,
senso comum. Fala-se muito em ética. Os jornais e revistas principalmente, de formar valores éticos, consciência mo-
comentam-na bastante. As redes de televisão proclamam a ral, cidadania, alteridade e sensibilidade. Além disso, uma
todo tempo a carência de ética nos serviços públicos, en- outra opção interessante seria estimular o compromisso das
tre políticos, na própria mídia, no comércio, nos esportes, instituições de modo geral (família, igreja, sociedades ci-
nas relações sociais e até na religião. Todavia, a vivência vis) com um grande projeto nacional de resgate da ética e,
pessoal da ética é a verdadeira experiência a partir da qual principalmente, incluir nele a mídia, que, sendo a grande
as grandes transformações humanas e sociais acontecem. formadora de opinião do país, deveria tratar de estabele-
Os três textos caminham na mesma direção, qual seja, cer uma programação responsável, ética e socialmente, por
chamar atenção para a ilusão em que se encontra o sujeito meio da prioridade à valorização do humano, à solidarie-
que se percebe alheio em relação ao cenário ético de seu dade, ao respeito à diferença, à inclusão e à reflexão sobre
país. O indivíduo que se acredita melhor que seus pares, o a ética.
MANUAL PRÓ-ENEM
12
ENEM Linguagens e Códigos 13
1. Eixos cognitivos
I) Dominar linguagens (DL): dominar a norma culta da língua portuguesa e fazer uso das linguagens matemática,
artística e científica e das línguas espanhola e inglesa.
II) Compreender fenômenos (CF): construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão
de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas.
III) Enfrentar situações-problema (SP): selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações represen-
tados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema.
IV) Construir argumentação (CA): relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos
disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente.
V) Elaborar propostas (EP): recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de
intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.
2. Matriz de referência
Competência 1 Aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola, no
trabalho e em outros contextos relevantes para sua vida.
Habilidade 1 Identificar as diferentes linguagens e seus recursos expressivos como
elementos de caracterização dos sistemas de comunicação.
Habilidade 2 Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de
comunicação e informação para resolver problemas sociais.
Habilidade 3 Relacionar informações geradas nos sistemas de comunicação e
informação, considerando a função social desses sistemas.
Habilidade 4 Reconhecer posições críticas aos usos sociais que são feitos das
linguagens e dos sistemas de comunicação e informação.
Competência 2 Conhecer e usar língua(s) estrangeira(s) moderna(s) (LEM) como instrumento
de acesso a informações e a outras culturas e grupos sociais*.
*A área 2 será incluída apenas a partir de 2010.
Habilidade 13 Analisar as diversas produções artísticas como meio de explicar diferentes culturas, padrões de beleza e
preconceitos.
Habilidade 14 Reconhecer o valor da diversidade artística e das inter-relações de elementos que
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Habilidade 16 Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção do texto literário.
Competência 6 Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de organização
cognitiva da realidade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação.
Habilidade 19 Analisar a função da linguagem predominante nos textos em situações específicas de interlocução.
Competência 7 Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas.
Habilidade 23 Inferir em um texto quais são os objetivos de seu produtor e quem é seu público-
-alvo, pela análise dos procedimentos argumentativos utilizados.
Habilidade 27 Reconhecer os usos da norma-padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação.
3. Competências e habilidades
C1 Aplicar as tecnologias da comunicação e esse arranjo, lançou de novo a interjeição gutural, designou
da informação na escola, no trabalho e em os juazeiros invisíveis.
outros contextos relevantes para sua vida. O estilo de Graciliano Ramos, somado à temática do
livro Vidas secas, fez resultar um texto claro, direto e de-
H1 Identificar as diferentes linguagens e seus notativo, parecido com textos produzidos pelos realistas
recursos expressivos como elementos de do século XIX; no entanto, apesar disso, é possível iden-
caracterização dos sistemas de comunicação. tificarmos algumas conotações no fragmento lido ante-
riormente.
1. (ENEM) Leia os fragmentos a seguir, retirados da obra Após análise, marque o item em que o trecho é pura-
Vidas secas, de Graciliano Ramos. mente denotativo.
Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas man- a) “...os juazeiros alargavam duas manchas verdes...”
chas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, esta- b) “O voo negro dos urubus...”
vam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas c) “Tinha o coração grosso...”
como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem d) “...e o vaqueiro precisava chegar, não sabia onde...”
progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma e) “...impossível abandonar o anjinho aos bichos do
sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos mato...”
galhos pelados da caatinga rala.
Arrastaram-se para lá, devagar, Sinhá Vitória com o filho 2. (ENEM) O texto a seguir é um trecho de uma conver-
mais novo escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça; sa por meio de um programa de computador que permi-
Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada te comunicação direta pela internet em tempo real, como
numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira o MSN Messenger. Esse tipo de conversa, embora escrita,
no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás. apresenta muitas características da linguagem falada, se-
(...) gundo alguns linguistas. Uma delas é a interação ao vivo
A caatinga estendia-se, de um vermelho indeciso, salpi- e imediata, que permite ao interlocutor conhecer, quase
cado de manchas brancas que eram ossadas. O voo negro dos instantaneamente, a reação do outro, por meio de suas res-
urubus fazia círculos altos em redor de bichos moribundos. postas e dos famosos emoticons (que podem ser definidos
– Anda, excomungado. como “ícones que demonstram emoção”).
O pirralho não se mexeu, e Fabiano desejou matá-lo. Ti- João diz: oi
nha o coração grosso, queria responsabilizar alguém pela sua Pedro diz: blz?
desgraça. A seca parecia-lhe como um fato necessário – e a João diz: na paz e vc?
obstinação da criança irritava-o. Certamente esse obstáculo Pedro diz: tudo trank
miúdo não era culpado, mas dificultava a marcha, e o vaquei- João diz: oq vc ta fazendo?
ro precisava chegar, não sabia onde. [...]
Tinham deixado os caminhos, cheios de espinhos e seixos, Pedro diz: tenho que sair agora...
fazia horas que pisavam a margem do rio, a lama seca e ra- João diz: flw
chada que escaldava os pés. Pedro diz: vlw, abc
Pelo espírito atribulado do sertanejo passou a ideia de Para que a comunicação, como no MSN Messenger, se dê
abandonar o filho naquele descampado. Pensou nos urubus, em tempo real, é necessário que a escrita das informações
nas ossadas, coçou a barba ruiva e suja, irresoluto, exami- seja rápida, o que é feito por meio de:
nou os arredores. Sinhá Vitória estirou o beiço indicando a) frases completas, escritas cuidadosamente com acentos
vagamente uma direção e afirmou com alguns sons guturais e letras maiúsculas (como “oq vc ta fazendo?”).
que estavam perto. Fabiano meteu a faca na bainha, guar- b) frases curtas e simples (como “tudo trank”) com abrevia-
dou-a no cinturão, acocorou-se, pegou no pulso do menino, turas padronizadas pelo uso (como “vc” – você; ”vlw” – va-
que se encolhia, os joelhos encostados ao estômago, frio leu!).
como um defunto. Aí a cólera desapareceu e Fabiano teve c) uso de reticências no final da frase, para que não se
pena. Impossível abandonar o anjinho aos bichos do mato. tenha que escrever o resto da informação.
Entregou a espingarda a Sinhá Vitória, pôs o filho no can- d) estruturas coordenadas, como “na paz e vc”.
gote, levantou-se, agarrou os bracinhos que lhe caíam sobre e) flexão verbal rica e substituição de dígrafos consonan-
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o peito, moles, finos como cambitos. Sinhá Vitória aprovou tais por consoantes simples (“qu” po “k”).
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H3 Relacionar informações geradas nos sistemas exclusão, de desespero e desencanto frente a um sentido da
de comunicação e informação, considerando vida. É neste ponto que somos remetidos diretamente à ques-
a função social desses sistemas. tão da democracia, um projeto que se realiza nas relações da
sociabilidade humana.
3. (ENEM) Leia o texto a seguir. Disponível em: <http://www.jornaldeopiniao.
com.br>. Acesso em: 03 maio 2009.
O ABC do internetês O texto pretende que o leitor se convença de que a:
a) ética é a vivência da realidade das classes pobres, como
Um pequeno glossário das abreviações mais populares mostra o fragmento “é uma realidade de fome e miséria”.
na Internet b) ética é o cultivo dos valores morais para encontrar sen-
tido na vida, como mostra o fragmento “de desespero e de-
sencanto frente a um sentido da vida”.
vc: você qnt: quantos c) experiência democrática deve ser um projeto vivido na
blz: beleza alg: alguém coletividade, como mostra o fragmento “um projeto que se
kd: cadê ans: anos realiza nas relações da sociabilidade humana”.
fds: final de semana axo: acho d) experiência democrática precisa ser exercitada em be-
net: Internet q: que nefício dos mais pobres, com base no fragmento “tornar
tb: também nd: nada possível o enfrentamento da vida com dignidade”.
tah: tá ñ: não e) democracia é a melhor forma de governo para as classes
tc: teclar, digitar, naum: não menos favorecidas, como mostra o fragmento “É neste ponto
conversar a v: a ver que somos remetidos diretamente à questão da democracia”.
flw: falou xau: tchau
fmz: firmeza att: atualizar
C2 Conhecer e usar língua(s) estrangeira(s)
tdo: tudo add: adicionar
moderna(s) (LEM) como instrumento de acesso a
qdo: quando acc: aceitar
informações e a outras culturas e grupos sociais.
pq: porque bjs: beijos
eai: oi abs: abraços H5 Associar vocábulos e expressões de
um texto em LEM ao seu tema.
Revista Língua Portuguesa – 2/2009 – Edição 40
Muitos acreditam que as pessoas usam cada vez mais o LÍNGUA ESTRANGEIRA/INGLÊS
“internetês” sob o pretexto da concisão e da economia de
caracteres. Mas há palavras que não obedecem a esse cri- Leia atentamente o cartoon para responder à pergunta
tério econômico e, apesar de serem usadas frequentemente a seguir.
pelos internautas, não se tornaram menores que suas cor-
respondentes na norma culta do idioma. Levando em con-
sideração o texto anterior, marque a alternativa em que
estão presentes essas palavras.
a) “vc”, “net”, “naum”
b) “net”, “tah”, “naum”
c) “tah”,“eai”, “naum”
d) “tah”, “axo”, “naum”
e) “net”, “flw”, “tdo”
5. (ITA-SP) Assinale a opção que mais se aproxima da ideia Qual é a mensagem do texto acima?
central do texto. a) Coloque seu alvo onde possa alcançá-lo.
a) O trabalho dignifica o homem. b) Não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje.
b) Uma andorinha só não faz verão. c) Tudo aquilo que se decidir a ter, terá.
c) Quem tudo quer, nada tem. d) Cada dia de trabalho o coloca mais perto de sua meta.
d) A ociosidade é a mãe de todos os vícios. e) O pensamento positivo faz com que você se sinta em
e) Mais vale prevenir que remediar. férias todos os dias.
6. (Udesc) Leia atentamente o texto e responda à questão 8. (UENP-PR) Leia o poema abaixo.
abaixo.
English Around the World All things bright and beautiful,
(by 5 minute English) All creatures great and small,
Have you ever had the desire to wander the world and All things wise and wonderful,
see what was out there? While some people prefer to stay in The Lord God made them all.
the comfort of their own home, others have been bitten by Each little flower that opens,
the travel bug and can’t wait to explore the world. Exotic Each little bird that sings,
places call to them. “Come visit me and I will show you my He made their glowing colours,
mysteries”, they say. He made their tiny wings.
Every year millions of people pack their suitcases or put on He gave us eyes to see them,
backpacks and flock to visit the seven continents of the world. And lips that we might tell,
They wander through the castles and museums of Europe, and How great is God Almighty,
the cities and natural wonders of North and South America. Who has made all things well.
Some visit the vast exotic cultures of Asia, Africa and the by Cecil F. Alexander
Middle East. The great outback of Australia is a wonderland for The text speaks of:
those who go there. And a few lucky people even make to the a) God’s anger.
most mysterious continent on the earth – Antarctica. b) God’s mercy.
Why do people want to explore the world? It gives them c) God’s creative power.
a better perspective about the earth and the people living d) God’s pity.
on it. It opens their minds, it gives them a feeling of e) God’s omniscience.
accomplishment, and it makes them feel alive. So save
some money, get your passport ready, and see the world. It Leia atentamente o cartoon e responda às questões 9
will change your life forever. e 23.
9. (UERN) According to Lucy’s answer to Charlie Brown, For showing me the meaning of success,
we can infer that she is: oooh well, well,
a) innocent. oooh well, well,
b) assumptive. Woman I know you understand
c) decided. The little child inside the man,
d) religious. Please remember my life is in your hands,
And woman hold me close to your heart,
10. (UFG-GO) Para responder à pergunta, leia o cartoon However, distant don´t keep us apart,
abaixo. After all it is written in the stars,
oooh well, well,
oooh well, well,
Woman please let me explain,
I never mean(t) to cause you sorrow or pain,
So let me tell you again and again and again,
I love you (yeah, yeah) now and forever,
I love you (yeah, yeah) now and forever,
I love you (yeah, yeah) now and forever,
I love you (yeah, yeah)…
después. La madre toma a su hijo de la mano para salir del Massachusetts, quien usa rutinariamente software de trans-
consultorio. Pero él mira todo el tiempo hacia atrás, mira a cripción. “Pero por alguna razón, tiene un problema con las
la asistente y parece reacio a irse. palabras “ella” y “él”. Cuando yo digo “ella”, escribe “él”. La
Tal vez sea porque la asistente es la imagen irreal de la cara tecnología es sexista: le gusta escribir “él”.
de una mujer en la pantalla de una computadora: un avatar A pesar de todo, el software de traducción que está
sin adornos. Sus palabras amables son espasmódicas, nervio- siendo sometido a prueba por la Defense Advanced Rese-
sas, monótonas y mecánicas. Pero está capacitada para hacer arch Projects Agency (Proyectos de Investigación Avanza-
lo que hace, entiende el habla de una persona, reconoce da de la Agencia de Defensa) es lo suficientemente rápido
ciertos síntomas en un niño y razona según reglas sen- como para mantener conversaciones simples. En Irak, con
cillas: hacer un diagnóstico inicial de la indisposición de un algunos soldados el inglés se traduce al árabe y el árabe
niño y de su gravedad. Y ganarse la simpatía de un chico de al inglés. Pero todavía queda un largo camino por recor-
cinco años. rer. Por ejemplo, cuando un soldado le preguntó a un civil
“Nuestros hijos pequeños y nuestros nietos pensarán que “¿qué lleva usted en su camión?” la respuesta en árabe
es completamente natural hablar con las máquinas y enten- fue: “transporto tomates”. “[I am] carrying tomatoes”.
derlas”, dijo Eric Horvitz, un científico de la computación, que Pero la traducción inglesa fue que transportaba “tomates
está en el laboratorio de investigación de Microsoft donde se preñados”. El software de voz entendió “carrying” [preña-
desarrolla el proyecto “Avatar médico”, uno de los varios que da] pero no entendió el contexto.
pretenden demostrar que tal vez dentro de poco tiempo las Aunque todavía está lejos de la perfección, el software de
personas y las computadoras podrán comunicarse. reconocimiento de voz es lo suficientemente bueno desde mu-
Hace décadas que los investigadores en informática se pro- chos puntos de vista. Tomemos como ejemplo los “call centers”.
pusieron llegar a la inteligencia artificial, es decir a la utili- Hoy en día el software de voz permite que muchos llamados
zación de computadoras para simular el pensamiento humano. se automaticen íntegramente. Y ciertos sistemas más avan-
Pero en los últimos años se ha producido un rápido progreso: zados son capaces de entender hasta lo que dice un cliente
ya hay máquinas capaces de escuchar, hablar, ver, razonar perplejo ante un producto que ha comprado y no funciona bien.
y aprender, a su manera. Según los científicos y los econo- Y además, también son capaces de poner en contacto al cliente
mistas, las perspectivas para el futuro son que la inteligencia con la persona adecuada, lo que le ahorra frustración y tiempo.
artificial no sólo transformará la forma en que seres humanos Pueden detectar el enojo en la voz y responder en consecuen-
y máquinas se comunican y colaboran, sino que además elimi- cia: por lo general, pasándole el llamado a un gerente.
nará millones de puestos de trabajo, creará muchos otros De modo que el futuro es incierto para muchos de los
y modificará la índole del trabajo y de las rutinas diarias. cuatro millones de empleados que, según se estima, trabajan
La tecnología de inteligencia artificial que más ha avan- en los call centers de todo Estados Unidos; o para los 100.000
zado en el ámbito de la vida cotidiana es la comprensión de transcripcionistas médicos, cuyos empleos ya estaban ame-
lo que los seres humanos le dicen a la máquina. Actualmente, nazados por el traslado al exterior. “Todo el trabajo básico
en vez de tipear mucha gente le habla a su teléfono celular que puede automatizarse ya está en la mira de la tecnología
para buscar cosas. Los servicios de búsqueda tanto de Google y de la globalización, y el paulatino perfeccionamiento de la
como de Microsoft ahora responden a comandos de voz. Y inteligencia artificial sólo magnifica esa realidad”, dijo Erik
muchísimos conductores les piden a sus automóviles cosas Brynjolfsson, un economista de la Facultad de Administración
como buscar direcciones o poner música. de Empresas de la Sloan School del MIT (Massachusetts Insti-
El número de médicos estadounidenses que utilizan software tute of Technology).
de voz para grabar y registrar las historias clínicas y los trata- Pero el profesor Brynjolfsson sostiene que la inteligencia
mientos de sus pacientes se ha triplicado en los últimos tres artificial también favorecerá la innovación y creará opor-
años, llegando a 150.000. El progreso es sorprendente. Hace tunidades, tanto para los individuos como para las empresas,
algunos años, el músculo supraspinatus (músculo supraespi- así como la Internet ha llevado a nuevos negocios, como Goo-
noso, un músculo de rotación del hombro), fue traducido como gle, y a nuevas formas de comunicación, como los blogs y las
“banana fish”, algo así como “banana espinosa”. Hoy en día, el redes sociales. Algún día, predicen los expertos, las máquinas
software transcribe perfectamente todo tipo de terminología inteligentes guiarán a los estudiantes, asistirán a los ciruja-
médica, dicen los profesionales. Tiene, en cambio, problemas con nos y conducirán vehículos sin ningún riesgo.
palabras de uso corriente y con la gramática, lo que requiere cor- […]
recciones en una de cada cuatro oraciones, aproximadamente. The New York Times, 03 de julio de 2010. Traducción de
“Es increíble cuánto ha mejorado en los últimos cinco Ofelia Castillo. Texto adaptado. Disponible en: <http://
EM1D-12-1E
12. (UFU-MG) Leia o seguinte fragmento extraído do texto 13. (Mackenzie-SP) En el texto, los sinónimos correctos de
e assinale a alternativa que não apresenta um equivalente frunces, faldas y hechuras son, respectivamente:
para a expressão destacada. a) apoyos, formas y medidas.
“Pero él mira todo el tiempo hacia atrás, mira a la asis- b) dobleces, polleras y confecciones.
tente y parece REACIO a irse.” c) chascos, ojales y caídas.
a) contrario c) reluctante d) fuelles, muelles y factores.
b) sumiso d) desobediente e) agujeros, hilos y telas.
Leia o texto abaixo e responda às questões de 13 a 17. 14. (Mackenzie-SP) En el texto, el significado de escabechar es:
a) descolgar. d) confeccionar.
La moda, la ropa b) estropear. e) medir.
Hasta hace unos veinte años, cuando el auge de las ma- c) lucir.
nufacturas en serie empezó a arrinconar a los gremios arte-
sanales, vestirse era un negocio demorado y ameno, atenido 15. (Mackenzie-SP) En el texto, los sinónimos correctos de
a diversos rituales, cuyo ejercicio y aprendizaje ocupaba gran las palabras destacadas en negrita, ameno, atenido y con-
parte del tiempo de las mujeres, y de la conversación que cienzudo son, respectivamente:
mantenían con sus maridos y amigas. a) delicado, cedido y metido.
En todas las casas había una máquina de coser y se b) dividido, entendido y mugriento.
veían figurines por en medio, que alguien estaba consul- c) deleitoso, ceñido y meticuloso.
tando, no distraídamente, sino con un interés concienzu- d) desvariado, cobijado y martillado.
do, investigando el intríngulis de aquellos frunces, nesgas, e) desnudo, convivido y cachetudo.
volantes, pinzas y nidos de abeja que se veían en el dibujo.
“Sí, claro, ahí pintado queda muy bonito, pero esta tela es 16. (Mackenzie-SP) En el texto, el significado correcto de la
demasiado gruesa, no sé como quedará”. “Desde luego no expresión de afianzarse en es:
es traje para doña Petra, doña Petra te lo escabecharía”. a) de aferrarse en.
Las modistas se dividían en dos categorías principales: b) de cimentarse en.
aquellas de las que se temía que pudieran escabechar un c) de afeitarse en.
traje y las que nunca lo escabechaban. Naturalmente esta d) de dañarse en.
clasificación, como subjetiva que era, dependía del grado e) de apuntalarse en.
de credibilidad que la cliente prestara a quien iba a encar-
garse de desempeñar la labor.(…) 17. (Mackenzie-SP) En el texto, la expresión destacada en
A las costureras, que solían alternar su labor en la propia negrita, a tenor del lujo, significa:
casa con jornadas mal pagadas en domicilios particulares, se a) según la elocuencia.
les encargaban de preferencia las batas, las faldas de diario, b) siguiendo a la muchedumbre.
la ropa interior, los uniformes de las criadas y los vestidos de c) de acuerdo con el gentío.
los niños. (…) A las modistas propiamente dichas, es decir, a d) de acuerdo con la pompa.
las que habían tenido la suerte de afianzarse en su nombre de e) según lo mustio.
tales, no venían nunca a las casas, y eran apreciadas a tenor
del lujo con que se hubieran montado y de la lentitud con que H6 Utilizar os conhecimentos da LEM e
llevaran a cabo sus trabajos. Siempre me extrañó el hecho de de seus mecanismos como meio de
que su prestigio estuviera en razón inversa con la prontitud ampliar as possibilidades de acesso a
informações, tecnologias e culturas.
en terminarlos y nunca en razón directa.(…)
Las más recomendadas eran naturalmente las más caras,
y además tenían muchos figurines, algunos extranjeros, los LÍNGUA ESTRANGEIRA/INGLÊS
consultaban con la cliente en el probador y se permitían su-
gerir y aconsejar hechuras. Pero la tela la compraba siempre 18. (ECS-AL) Para responder à questão, leia o texto seguinte.
la señora. Modistas que no admitieran telas, en provincias no
las había. El título, superior a todos, de modista que pone Professor Robert Park of the University of Maryland
ella la tela sólo lo ostentaban algunas de Madrid. Vestirse en has launched an attack on the popular image of scientists
Madrid con una modista que tenía telas, era el no va más. as shown by movies and television. Scientists, he says,
Adaptado de Carmen Martín Gaite, El cuarto de atrás.
are generally portrayed as forgetful, short-sighted and
even crazy.
ENEM Linguagens e Códigos 21
The professor is right, of course. Though there have been fondness for shrinking people to the size of chickens does not
a few serious attempts to treat scientists with respect, the suggest a candidate for the Nobel Prize. [...]
model for most movie scientists remains the screen version of Peter May. Knockout First Certificate. Oxford:
Mary Shelley’s Frankenstein. Brilliant man, of course, but so Oxford University Press, 2000.
obsessed with making a monstrous Boris Karloff from spare
body parts that he seems quite unconcerned by what his awful De acordo com o texto, Frankenstein:
creation is likely to get up to. a) queria mostrar Boris Karloff como um homem brilhante.
Frankenstein had even madder movie contemporaries. There b) teve, no cinema, contemporâneos até mais loucos do
was Dr. Moreau, whose speciality was genetics: his laboratory que ele.
was an island of creatures that were half animal and half human. c) trabalhava em um laboratório localizado em uma ilha.
Or how about Dr. Alexander Thorkel as a role model? In d) tentou servir de modelo para alguns cientistas.
Dr. Cyclops he might be the world’s greatest biologist, but his e) não mostrava grande respeito pelos cientistas em geral.
Galileo Galilei
Galileo Galilei was a great Italian scientist,
mathematician and astronomer. He was born in
1564 in Pisa and was sent to school at the Monastery
of Vallombrosa, near Florence. He had many gifts and
became a good musician as well as an amateur painter.
It was only later that he became interested in Science
and Mathematics.
It was from the top of the Pisa Tower that Galileo
determined the velocity of falling objects: all objects
fall at the same speed, whatever their mass. Previously
people had thought that heavy objects fell to Earth
more quickly than light ones.
From People Magazine
What was one of Galileo’s most important
contribution to the Science? Adaptado
a) He determined that heavy objects fall to Earth
as the same speed as the light ones.
b) He determined the velocity of light objects.
c) He determined that heavy objects fall to Earth more quickly than the light ones.
d) He determined the velocity of heavy objects.
EM1D-12-1E
e) He determined that heavy objects have the same mass of the light ones whatever their velocity.
22
LÍNGUA ESTRANGEIRA/ESPANHOL críticos, prensa y público. Además cuenta con una proyección
internacional con los campeonatos de Europa y del mundo.
21. (UFU-MG) Em relação ao software de gravação de voz, os 5. Tiene un enorme potencial de expansión. La pelota va-
profissionais afirmam que: lenciana se puede jugar prácticamente en cualquier rincón,
a) os termos médicos estão sendo transcritos com perfei- como por ejemplo la calle. En ese aspecto, a nivel de deporte
ção na atualidade. de base, los niños de cualquier país del mundo pueden intere-
b) o emprego desse recurso para o registro das histórias sarse más por la pelota que por otros deportes que requieren
clínicas foi triplicado. instalaciones especiales como el tenis o el golf.
c) as palavras coloquiais e a correção gramatical têm sido 6. Es un deporte plural. La pelota es un deporte extra-
o principal problema. ordinariamente plural tanto en las modalidades como en las
d) o programa cometia erros elementares na tradução al- reglas que en ellas se aplican. Así vemos que en Euskadi los
guns anos atrás. pelotaris juegan frente a un muro mientras en el Reino de Va-
lencia juega un hombre frente a otro. El tenis (que es deporte
22. (UFU-MG) olímpico) es un invento anglosajón inspirado en la pelota.
Pelota valenciana: un deporte olímpico 7. La pelota es un deporte competitivo. Actualmente la pe-
Josué Ferrer lota se practica a un alto nivel en el Reino de Valencia, Bélgica,
¿Y por qué no? La pelota, deporte nacional de los valencia- Holanda, Italia, Francia y Argentina. Otros deportes olímpicos
nos, ha sido históricamente uno de los deportes más grandes del como el hockey sobre hielo tienen mucha menos rivalidad. De
mundo. A pesar de que la burguesía y la intelectualidad valen- hecho, con la desintegración de la Unión Soviética, Canadá es
cianas a menudo le han dado la espalda, este glorioso deporte prácticamente la única gran potencia mundial en este juego.
ha sobrevivido a las adversidades gracias a la práctica que de él 8. La pelota no es un deporte caro. A lo largo de la historia
se ha hecho en muchísimos pueblos de nuestro país. Desde aquí las autoridades pertinentes han eliminado muchísimos depor-
enarbolo mi voz a favor de que se trabaje para promocionar la pe- tes de los Juegos para reducir costes que en algunos casos
lota valenciana de cara a que pueda tener representación en los eran exorbitantes. No es el caso de este juego que cuenta con
Juegos Olímpicos (JJOO) pues es un deporte más importante de plantillas reducidas, un material económico y que lejos de ne-
lo que creemos. Por eso, hay que desterrar los mitos y prejuicios cesitar grandes estadios se puede disputar en cualquier lugar.
que provienen de la ignorancia y darnos cuenta de que el deporte 9. Da espectáculo. La pelota no tiene por qué ser un de-
de pelota reúne grandes condiciones para ser olímpico y de que porte aburrido como lo pueda ser el remo para alguna gente.
de hecho se lo merece muchísimo más que otros. Al contrario. Las reglas son bien sencillas y fáciles de enten-
1. La pelota es un deporte histórico. Llamarle milenario der, el duelo que se da entre los pelotaris resulta apasionan-
no es exagerar pues se ha jugado, en unas modalidades u te y titánico, el público se va satisfecho del trinquete y las
otras, desde tiempos inmemoriales en pueblos tan diversos apuestas dan aún más interés al juego.
como el egipcio, el japonés o el maya. En ese aspecto la pe- 10. Es clásico y prestigioso. La pelota valenciana no es
lota, solamente por historia, merece su condición olímpica como esos ridículos pseudodeportes que salen de la noche a la
mucho más que deportes recientes como fútbol o bolea playa. mañana y que aunque se les tilde de deportes no pasan de ser
2. No es un deporte de pueblerinos. A pelota han jugado estúpidos juegos de entretenimiento. Es una disciplina clási-
emperadores (Alejandro Magno…), césares (Vespasiano, ca, como el maratón, y cuenta por historia, tradición y cultura
Alejandro Severo…), reyes (Luis X, Carlos VIII, Francisco con un prestigio que difícilmente se encuentra en otro juego.
I, Enrique IV…), etc. El hecho de que las elites más poderosas El deporte de pelota fue diluyéndose y desestructurándose
de la Tierra hayan disfrutado jugando a pelota le confiere ese poco a poco por toda Europa a lo largo del tiempo. Sólo se con-
toque aristocrático y prestigioso que todo deporte necesita. servó en un altísimo grado de pureza en nuestro país, el Reino
3. La pelota no es propia de ignorantes. Ignorante es de Valencia (la pelota vasca funciona con reglas más modernas
quien piense lo contrario pues no sabe que la pelota ha cau- que no se enraízan en la tradición histórica más pura), por lo
tivado a los más altos intelectuales. Escritores como Luis Vi- que podemos llamarle pelota valenciana. Por todas estas razo-
ves, Pedro Calderón de la Barca o Francesc Almela i Vives, nes enarbolo mi voz a favor de que a la pelota, en sus diversas
pintores como Francisco de Goya o Josep Bru o escultores modalidades (incluyendo las vascas), sea disciplina olímpica.
como Ignasi Pinazo, entre otros, se han interesado por ella. Somos potencia mundial; la Selección Valenciana, bajo bandera
4. La pelota no es un deporte minoritario. De hecho, hasta valenciana, se ha proclamado campeona de Europa y del mundo
el siglo XVIII fue el deporte más practicado en toda Europa. Y y mitos como Paco Cabanes Genovés o Enric Sarasol han
a pesar de la dura competencia de los deportes de masas, la sido considerados los mejores no sólo del país, sino también de
pelota valenciana se encuentra en auge. Atrae cada vez a más Europa y del mundo. Eso sería un oro (casi) seguro para el país.
ENEM Linguagens e Códigos 23
A menudo los valencianos no llegamos a apreciar la inmensa riqueza y valor de nuestra historia y cultura. Es por eso que
hace falta un compromiso cívico y patriótico de todos los valencianos (políticos, intelectuales, ciudadanos de a pie…) por tal de
potenciar y prestigiar, aún más si cabe, un juego que como la pelota valenciana es un deporte milenario. La pelota valenciana
no es solamente nuestro deporte nacional y autóctono; es historia, es cultura, es tradición, es orgullo, es casta, es prestigio,
es un emblema identitario de nuestro pueblo y lo más importante; es un clarísimo referente internacional que nos sitúa en el
mapa de este mundo cada vez más globalizado y que hace que en el extranjero la gente se interese por nuestra cultura y que se
convenza de que los valencianos también sabemos hacer las cosas muy bien.
Disponível em:<http://josueferrer.wordpress.com/2010/01/07/pelota-valenciana-un-deporte-olimpico>.
Entre os mitos e preconceitos sobre a “pelota valenciana” assinalados pelo autor está o de ser:
a) historicamente um esporte de intelectuais, de pouco alcance ao povo.
b) um esporte provinciano, apesar de já ultrapassar as fronteiras de Valência.
c) tradicional, mas pouco conhecido, embora tenha um enorme potencial de expansão.
d) um esporte que pode facilmente atrair as crianças, embora requeira campo especial.
LÍNGUA ESTRANGEIRA/INGLÊS
23. (UERN) Which of the following sentences is an example of oral language?
a) “Sometimes I wonder…” c) “Do you ever wonder…?”
b) “…pleased with me.” d) “You know what I wonder?”
Considering the characteristics of the whole text, it is University of Chicago Law School, and married Michelle
correct say that it is from: Robinson, a fellow attorney.
a) a teen fashion magazine. Eventually he was elected to the Illinois state senate,
b) an interactive virtual site. where his district included both Hyde Park and some of the
c) a fantastic modern tale. poorest ghettos on the South Side.
d) a formal business e-mail. In 2004 Obama was elected to the U.S. Senate as a Democrat,
e) a romantic short story. representing Illinois, and he gained national attention by giving
a rousing and well-received keynote speech at the Democratic
25. (IFSC) Responda à pergunta que segue de acordo com o National Convention in Boston. In 2008 he ran for President, and
texto abaixo. despite having only four years of national political experience,
Barack Obama he won. In January 2009, he was sworn in as the 44th President
of the United States, and the first African-American ever elected
to that position.
Disponível em: <http://www.imdb.com/name/nm1682433/bio>
Estamos viviendo un cambio de uso tecnológico que va a Católicos. Tras observar que la cabeza esculpida de la Reina
causar variaciones sociales tan profundas como las que provo- estaba algo más hundida que la del Rey, sus acompañantes le
có la aparición de la imprenta. La Galaxia Gutenberg soportó gastaron una broma: “Es que la Reina era más inteligente que
la embestida de la galaxia Marconi, y ésta la del tubo catódi- su esposo y por eso su cabeza pesaba más”. Todos esperaban
co, pero esto que llega tiene de todo y por su orden: se puede que Evita celebrara el chiste con una sonrisa, pero ésta adoptó
leer, se puede escuchar y se puede ver. Navegábamos a vela, una expresión seria y dijo: “No les quepa la menor duda. En
y resulta que los adolescentes (y algunos que no lo somos) todas las parejas es así”.
preferimos los recientes barcos de vapor. DANGAZO, Gloria. Una broma para Evita. Historia
y vida. Barcelona, n. 479. 2008. Adaptado.
Luis del Val, Siglo XXI, 23 de noviembre de 2009.
Una vez leído el texto por completo, podemos afirmar Iniciando su réplica con la expresión “No les quepa la
que el enunciado que resume su contenido genérico es: menor duda”, Eva Perón recalca su:
a) una crítica a propósito de la proliferación de falsos pro- a) reacción contra la realeza.
fetas, tan abundantes en los días actuales. b) capacidad de poder sorprender.
b) una descripción de las costumbres más habituales de c) talante ajeno a la política.
los jóvenes en la España de hoy. d) tendencia a reír las gracias.
c) una visión nostálgica de los medios técnicos que exis- e) gusto por las bromas machistas.
tían en el pasado.
d) los hábitos que imponen las nuevas tecnologías aúnan a 28. (UERJ) Com base no texto a seguir, responda à questão.
los jóvenes con personas de edad, como el autor.
e) la preferencia del autor por la navegación a vapor en Relatos de ciencia ficción que inspiran
detrimento de las embarcaciones de vela. la tecnología espacial
Real de Granada, donde contempló los sepulcros de los Reyes la imaginación en lo que muchos piensan que es un tema
26
La inserción del fragmento subrayado en la frase tiene What did the wise man advise the author?
la función de: a) Not to fall in love.
a) agregar un dato nuevo. b) To become poor.
b) retomar un dicho anterior. c) To give precious gifts to people.
c) explicar un hecho pasado. d) To give his fortune to others.
d) justificar un suceso reciente.
LÍNGUA ESTRANGEIRA/ESPANHOL
H8 Reconhecer a importância da produção
cultural em LEM como representação da 32. (UERJ) Responda à questão de acordo com o texto
diversidade cultural e linguística. abaixo.
La “generación MP3”, camino del aislamiento
LÍNGUA ESTRANGEIRA/INGLÊS
Lucas tiene 13 años y durante unas ocho horas al día
30. (UENP) Leia o poema abaixo e responda à pergunta. no escucha a nadie ni habla con los demás. Ese tiempo no
es el que dedica a dormir. Son las horas que pasa con los
If I can stop one heart from breaking, auriculares de su reproductor MP3 puestos. Mientras oye
I shall not live in vain, las canciones de sus grupos favoritos, navega por Inter-
If I can ease one life from aching, net, se queda en su habitación a fantasear, intenta hacer
Or cool one pain, sus deberes, acompaña a sus padres al supermercado o
Or help one fainting robin, sale a pasear por el barrio con sus amigos. Sólo hay un
Unto his nest again, detalle atípico: en su vida faltan las palabras y la comu-
I shall not live in vain. nicación directa.
by Emily Dickinson Al igual que adolescentes menores de 15 años, Lucas es
usuario habitual de un reproductor MP3. Lo que le diferencia
De acordo com o poema acima, em que situação a vida de la mayoría de jóvenes de su misma edad es que su afición
não será em vão? se ha convertido en una obsesión. Por esta razón, su caso está
a) Quando se pode ajudar na cura de doenças graves. siendo tratado.
b) Quando se alcança fama e poder. En opinión de Javier Abril, psicólogo que ha estudiado
c) Somente se puder ajudar todas as pessoas que sofrem. casos parecidos al de Lucas, “los padres tienen que aprender
d) Simplesmente se você lutar contra as injustiças. a decir que no y, si no pueden hacerlo, pedir ayuda a los pro-
e) Simplesmente se puder aliviar a dor de alguém. fesionales”. Porque es muy importante que los adolescentes,
que se encuentran en una fase crucial para el crecimiento,
31. (Ufla-MG) Leia o poema abaixo e responda à pergunta. “aprendan a comunicar y compartir sus opiniones con los de-
más, a partir de los padres y el entorno familiar, y a defen-
“When I was one-and-twenty…”
derlas ante ellos”.
By A. E. Housman (1859-1936) Para observar cómo se puede comportar una parte de
When I was one-and-twenty usuarios, nos vamos a otro escenario. Estamos en una dis-
I heard a wise man say, coteca de Málaga, un fin de semana cualquiera. En la pista,
‘Give crowns and pounds and guineas los asistentes empiezan a bailar. Sin embargo, en lugar de
But not your heart away; moverse todos al mismo ritmo, lo hacen al compás de rock
Give pearls away and rubies clásico, hip-hop, salsa, música electrónica, jazz, house...
But keep your fancy free.’ Todos al mismo tiempo. Porque cada uno lleva unos au-
But I was one-and-twenty, riculares inalámbricos conectados al canal de música que
No use to talk to me. prefiere. La escena, vista desde fuera, puede parecer una
When I was one-and-twenty performance artística. Pero no. Se trata de la Fiesta Silen-
I heard him say again, ciosa, lanzada en 2005.
The heart out of the bosom ¿La comunicación? Para Tomeu García, 24 años, quien
Was never given in vain; el año pasado participó en esa fiesta, sí, es posible ha-
Tis paid with sighs a plenty blar si se baja el volumen de los auriculares. “De todas
And sold for endless rue. formas”, admite, “me parece un tipo de diversión que da
EM1D-12-1E
La psicóloga Jean Twenge afirma: “Propongo un nombre a toda situación, y su gran flexibilidad, parecen escapar por
para la generación de jóvenes nacidos entre 1981 y 1999: iGe- su propia naturaleza a toda descripción y explicación siste-
neration, o iGen. Esta generación ha sido profundamente in- máticas. No pocos lingüistas y filósofos consideran que seme-
fluida por las nuevas tecnologías, incluyendo Internet y, por jante empresa no es sólo desesperada, sino también perversa,
supuesto, los iPod. Esa i engloba también la esencia de mi inadecuada a su objeto. A pesar de tales recelos, durante casi
descripción de la Generación Yo: puede sustituir la primera seis decenios se forjó el armazón de una teoría del lenguaje
persona singular o sugerir la primera letra de la palabra cla- exacta y empírica. El desarrollo hacia una ciencia empírica
ve: individualismo”. teóricamente fundamentada lo debe la lingüística a una cor-
No es una casualidad que muchos médicos prohíban el uso riente que bajo el muy ambiguo término de “estructuralismo”
de estos dispositivos a los pacientes que ingresan en algún transformó de modo decisivo la metodología lingüística.
centro de rehabilitación de drogodependencias. Porque, para M. Bierwisch: El estructuralismo. Historia,
rehabilitarse, es ante todo necesario volver al contacto directo problemas y métodos, p. 11.
con la realidad y a la comunicación directa con los demás. Según las informaciones que aparecen recogidas en el
Francesco Manetto. Disponível em: www.elpais.com texto a propósito del lenguaje y la lingüística, podemos
afirmar que:
La Fiesta Silenciosa tiene particularidades que la dis- a) fue en el siglo XIX cuando se conformó la lingüística
tinguen de las demás. Una característica que la hace dis- como disciplina científica.
tinta de otras fiestas es: b) con independencia del ámbito del saber que se aplique,
a) los jóvenes bailan según ritmos variados. los objetivos del estudio del lenguaje son los mismos.
b) los asistentes charlan con mucha facilidad. c) la psicología estudia la función estética del lenguaje.
c) la gente danza con profesionales contratados. d) al filósofo le interesa exclusivamente la relación del
d) los adolescentes escuchan música según la elección de lenguaje con la lógica.
la discoteca. e) no todas las personas dominan por igual el lenguaje.
33. (UFAL) Leia o texto abaixo para responder à questão. C3 Compreender e usar a linguagem corporal como
relevante para a própria vida, integradora
La reflexión sobre el lenguaje social e formadora da identidade.
La reflexión sobre el lenguaje natural es algo que nos re-
H9 Reconhecer as manifestações corporais de
sulta a la vez muy próximo y muy remoto: todos lo dominamos movimento como originárias de necessidades
y lo usamos, pero al usarlo miramos siempre más allá, a los cotidianas de um grupo social.
objetos de que hablamos, a lo que significamos. Hacia el len-
guaje en sí mismo, la atención se dirige primariamente bajo 34. (ENEM)
puntos de vista que le son extraños: al filósofo le interesa el A dança e a alma
papel del lenguaje en el proceso cognoscitivo y su relación con A dança? Não é movimento,
la lógica, al psicólogo la relación entre el lenguaje y el pensa- súbito gesto musical.
miento y el proceso de aprendizaje del habla, al teorizante de É concentração, num momento,
la estética su función en la literatura. da humana graça natural.
Cuando en el siglo XIX la investigación lingüística se No solo não, no éter pairamos,
constituyó como disciplina científica, no estudió los lengua- nele amaríamos ficar.
jes, sino el parentesco entre ellos y su evolución histórica. A dança – não vento nos ramos:
El hecho de que el lenguaje en sí mismo, o sea, cada lengua seiva, força, perene estar.
particular y la totalidad de las lenguas, puede ser objeto de Um estar entre céu e chão
una teoría sistemática y empíricamente verificable, no es ni novo domínio conquistado,
siquiera hoy una noción familiar y difundida. Y, sin embargo, onde busque nossa paixão
una tal teoría, tendría que ser el primer fundamento seguro libertar-se por todo lado...
de todas las demás inquisiciones.
Onde a alma possa descrever
Tendría que describir exactamente, según la intuición
suas mais divinas parábolas
apuntada por Marx, qué es ese algo que se crea en el desar-
sem fugir à forma do ser,
rollo del hablante, y a partir de qué y mediante qué ocurre
por sobre o mistério das fábulas.
eso, dando una explicación precisa del fenómeno.
Es cierto que las lenguas y dialectos naturales, con sus ANDRADE, Carlos Drummond de. Obra completa.
irregularidades, sus significados ricos en matices y adaptados Rio de Janeiro: Aguilar, 1964, p. 366.
ENEM Linguagens e Códigos 29
A definição de dança, em linguagem de dicionário, que d) tem como um de seus dogmas o narcisismo, significan-
mais se aproxima do que está expresso no poema é: do o “amar o próximo como se ama a si mesmo”.
a) a mais antiga das artes, sevindo como elemento de co- e) existe desde a Idade Média, entretanto esse aconteci-
municação e afirmação do homem em todos os momentos mento se intensificou a partir da Revolução Industrial no
de sua existência. século XIX e se estendeu até os nossos dias.
b) a forma de expressão corporal que ultrapassa os limites
físicos, possibilitando ao homem a liberação de seu espí- C4 Compreender a arte como saber cultural e
rito. estético gerador de significação e integrador da
c) a manifestação do ser humano, formada por uma organização do mundo e da própria identidade.
sequência de gestos, passos e movimentos desconcer-
tados. H12 Reconhecer diferentes funções da
d) o conjunto organizado de movimentos do corpo, com arte, do trabalho da produção dos
ritmo determinado por instrumentos musicais, ruídos, can- artistas em seus meios culturais.
tos, emoções etc.
e) o movimento diretamente ligado ao psiquismo do indi- 36. (ENEM) Uma das funções da arte é fazer crítica social.
víduo e, por consequência, ao seu desenvolvimento intelec- Aponte, a seguir, a alternativa que contenha trecho com
tual e à sua cultura. esse tipo de crítica.
a) Subiu a construção como se fosse máquina
H10 Reconhecer a necessidade de transformação Ergueu no patamar quatro paredes sólidas (...)
de hábitos corporais em função das E se acabou no chão feito um pacote flácido
necessidades cinestésicas. Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego.
Chico Buarque
35. (ENEM) Nunca se falou e se preocupou tanto com o corpo
como nos dias atuais. É comum ouvirmos anúncios de uma b) Haviam de ser,
nova academia de ginástica, de uma nova forma de dieta, por que possa vê-los,
de uma nova técnica de autoconhecimento e outras práticas que uns olhos tão belos
de saúde alternativa, em síntese, vivemos nos últimos anos não se hão de esconder;
a redescoberta do prazer, voltando nossas atenções ao nosso Luís de Camões
próprio corpo. Essa valorização do prazer individualizante se
estrutura em um verdadeiro culto ao corpo, em analogia a c) Você é assim
uma religião, assistimos hoje ao surgimento de novo universo: Um sonho pra mim
a corpolatria. E quando eu não te vejo
CODO, W.; SENNE, W. O que é corpo(latria). Coleção Eu penso em você
Primeiros Passos. Brasiliense, 1985. Adaptado. Desde o amanhecer
Até quando eu me deito...
Sobre esse fenômeno do homem contemporâneo presen- Tribalistas
te nas classes sociais brasileiras, principalmente na classe
média, a corpolatria: d) As minhas grandes saudades
a) é uma religião pelo avesso, por isso outra religião; in- São do que nunca enlacei
verteram-se os sinais, a busca da felicidade eterna antes Ai, como eu tenho saudades
carregava em si a destruição do prazer, hoje implica o seu Dos sonhos que não sonhei!...
culto. Mário de Sá-Carneiro
b) criou outro ópio do povo, levando as pessoas a bus-
carem cada vez mais grupos igualitários de integração e) Tão cedo passa tudo quanto passa!
social. Morre tão jovem ante os deuses quanto
c) é uma tradução dos valores das sociedades subdesenvol- Morre! Tudo é tão pouco!
vidas, mas em países considerados do primeiro mundo ela Nada se sabe, tudo se imagina.
não consegue se manifestar porque a população tem melhor Circunda-te de rosas, ama, bebe
educação e senso crítico. E cala. O mais é nada.
EM1D-12-1E
37. (ENEM) Avalie o texto abaixo e faça o que se pede: Parvo – De caga-merdeira,
Má rabugem que te dê!
Eu não tirava os olhos do homem. Sua magreza me fas- Diabo – Entra e põe aqui no pé.
cinava. Contudo, foi Arthur quem chamou atenção para um Parvo – Houlá, não tombe o zambuco!
detalhe: Diabo – Entra, tolaço eunuco,
– Ele está ficando transparente. Que se nos vai a maré.
Assustei-me. Através do corpo do homenzinho viam-se Hou, da barca!
os objetos que estavam no interior da casa: jarras de flores, Anjo – Tu que queres?
livros, misturados com intestinos e rins. O coração parecia
Parvo – Queres-me passar além?
estar dependurado na maçaneta da porta, cerrada somente
de um dos lados. Anjo – Quem és tu?
Parvo – Não sou ninguém.
RUBIÃO, Murilo. A casa do girassol vermelho
Anjo – Tu passarás, se quiseres,
Levando em critério os nossos estudos literários, ava- porque não tens fazeres,
lie os enunciados e marque o item incoerente com a teoria por malícia não erraste.
literária. Tua simpreza te baste
a) Muitas vezes, partindo de elementos da realidade, o para gozar dos prazeres.
autor inventa situações que seriam consideradas absurdas Espera em tanto por aí:
fora da literatura, é o caso do fragmento acima, em que o
Veremos se vem alguém
homem é reproduzido de forma mimética.
b) Evidentemente, esse fragmento não foi retirado de um merecedor de tal bem,
documento, de uma notícia, de um texto científico. Trata- que deva de entrar aqui.
-se de um trecho de texto literário. Toda obra de ficção que
emprega uma língua pode ser enquadrada como literatura, Glossário:
desde uma narrativa que você tenha inventado até um ro- Samicas: talvez.
mance de um escritor muito conhecido. Rabugem: tipo de sarna que dá em cachorro.
c) A literatura pode ser, de maneira um tanto simplificada, Zambuco: barca.
chamada de a arte das palavras segundo alguns estudiosos, Tolaço: grande tolo.
é por isso que um escritor como Guimarães Rosa, devido ao Eunuco: capado.
intenso trabalho que faz com as palavras, é chamado de Não tens fazeres: não tem ocupações.
alquimista da linguagem. Simpreza: simplicidade.
d) As informações contidas num texto não literário po- Em tanto: por enquanto.
dem ser verificadas. O que significa isso? Significa que as Veremos se vem alguém: veremos se alguém mais merece
palavras do cientista, do jornalista, do historiador não esse “bem”.
valem por si mesmas: elas referem-se a fatos e seres que
estão fora do texto e cuja existência pode ser comprovada Sobre o fragmento acima e o teatro vicentino de uma
ou não. forma geral, é incorreto dizer:
e) Quase todos os campos artísticos trabalham com re- a) Os diálogos têm uma leveza reforçada por um tom de
alidades criadas pelos seus próprios produtores. É por oralidade.
meio da arte que conseguimos apreender a nossa pró- b) Em consonância com o tipo representado (um parvo),
pria essência, afinal é de forma artística que a essência a linguagem é propositalmente “rebaixada” (“caganeira”,
humana mais claramente se manifesta. “caga-merdeira”, beirando o chulo).
c) Devido à incontinência de sua linguagem perante o
38. (ENEM) Leia atentamente os fragmentos do Auto da bar- Diabo, verdadeiro juiz daqueles destinos, o parvo será cas-
ca do Inferno, de Gil Vicente e depois responda: tigado.
d) Nota-se a dívida de Gil Vicente para com a mentalidade
Diabo – De que morreste? medieval, com sua carga de maniqueísmo, nessa “disputa”
Parvo – De quê? entre o Bem e o Mal.
Samicas de caganeira. e) O caráter jocoso do teatro vicentino encontraria eco nas
Diabo – De quê? comédias de Martins Pena (sec. XIX) e até mesmo nos tipos
populares de Ariano Suassuna (Auto da Compadecida).
ENEM Linguagens e Códigos 31
39. (ENEM) Leia o texto e responda à questão. c) Daniela Thomas, Lenora de Barros e Cid Campos são po-
etas que incorporam as tendências concretistas.
Poesia concreta ganha “passarela” de TVs na SPFW d) Ao falar de poemas “vestidos” com animações, prontos
Cassiano Elek Machado, da Folha de S.Paulo
a desfilar sob trilhas sonoras, o texto revela a interrelação
da poesia com o mundo da moda.
Enquanto dentro das salas da Bienal passeiam as gazelas da e) Por ter maior consistência artística, adquirida em sécu-
Fashion Week, em um de seus corredores o desfile é de poemas. los de cultivo, a literatura ocupou um espaço maior do que
“Vestidos” com animações de última moda, com trilhas sonoras os desfiles de moda na SPFW.
compostas especialmente para acompanhar suas passadas, 12
textos de oito poetas mostrarão suas curvas no evento do parque 40. (ENEM) Avalie as produções culturais abaixo que re-
Ibirapuera. “Street Wall” é o nome do projeto, concebido pela en- metem ao mesmo contexto histórico – Descobrimento do
cenadora Daniela Thomas, batizado pelo poeta Augusto de Cam- Brasil – e marque o item incorreto na interpretação sobre
pos e “curado” pela artista plástica e poeta Lenora de Barros. as mesmas:
A palavra “wall”, muro, vem de “videowall” (aqueles
Texto I
agrupamentos de TVs que formam um grande televisor qua-
drado). A novidade é indicada pelo termo “street”. As anima-
ções de poemas serão exibidas em uma fileira horizontal de
monitores, como uma rua. (...)
São concretistas, neoconcretistas ou parentes espirituais
da concretude os poetas que terão animações no “Street Wall”.
(...) “Cada poema recebeu um tratamento visual diferente”,
conta Lenora de Barros. “Em alguns fizemos um trabalho só ti-
pográfico; em outros, entram imagens, como cenas de carros no
fundo do poema ‘cidade’.” (...) Grima Grinaldi, videomaker que
trabalhou em parceria com Lenora, diz que o resultado final
continuou “urbano”. “Olhar os poemas andando por essas telas
é como alguém em um ônibus vendo a cidade passar na janela.”
Completando o núcleo de “Street Wall” está o músico Cid
Campos, que fez os “tratamentos sonoros” das criações. “Meu
trabalho é uma musicalização da poesia, compor em cima
dela, para ela (...)”, explica Campos.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.
br/folha/ilustrada/ult90u40917.shtml>
Glossário:
Curador: indivíduo encarregado judicialmente de administrar
ou fiscalizar bens ou interesses de outrem.
Fashion Week: nome de um desfile de moda.
Gazela: moça bonita e elegante.
Videomaker: profissional que se dedica à atividade criativa,
utilizando o vídeo.
Texto II
Sabendo que o desfile de moda da São Paulo Fashion Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes co-
Week, a que alude o texto, ao ser realizado na Fundação brisse suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com suas se-
Bienal de São Paulo, apresentou também poemas concretis- tas. Vinham todos rijamente sobre o batel e Nicolau Coelho
tas, assinale, entre as opções a seguir, aquela que faz uma lhes fez sinal que pousassem os arcos.
interpretação correta do texto de Cassiano Elek Machado. E eles os pousaram.
a) Apesar de feitos por escritores brasileiros, de acordo Ali não pôde deles haver fala, nem entendimento de pro-
com o texto, os poemas apresentados no “Street Wall” são veito, por o mar quebrar na costa. Deu-lhes somente um bar-
compostos em inglês. rete* vermelho e uma carapuça de linho que levava na cabeça
b) O texto critica o título em inglês “Street Wall”, usado no e um sombreiro de penas de ave, compridas, com uma copazi-
EM1D-12-1E
lugar de “Parede-rua”, em português. nha pequena de penas vermelhas e pardas como de papagaio;
32
e outro deu-lhe um ramal grande de continhas brancas, mi- do modo como a natureza a fez, comendo raízes, andando
údas, “que querem parecer de aljaveira as quais peças creio sempre nua (tanto homens quanto mulheres), e isso talvez até
que o capitão manda a Vossa Alteza, e com isto se volveu às que, convivendo com os cristãos, aos poucos se despoje dessa
naus por ser tarde e não poder haver deles mais fala, por brutalidade, passando a vestir-se de modo mais civilizado e
causa do mar”. humano. No que devemos efetivamente louvar o Criador, que
OLIVIERI, Antonio Carlos; VILA, Marco Antonio. (Org). Cronistas
nos esclareceu, não permitindo que fôssemos assim brutais,
do descobrimento. 3. ed. São Paulo: 2000, p. 20-21) como estes pobres americanos. (p. 60)
Qual é a visão verificada no texto? Marque a correta.
*Pequeno chapéu usado pelos clérigos. a) Empatia com os índios
b) Etnocentrismo europeu.
a) Na pintura mostrada, o artista habilmente inverte c) Desejo e aniquilar com a etnia indígena
a focalização(olhar eurocêntrico) que predominava no d) Falso moralismo.
século XVI. Na tela o pintor faz ver a perspectiva dos e) Visão antropofágica.
silvícolas.
b) No texto I a inversão do observador, deslocado para
o continente, ao contrário da ordem estabelecida pelo H14 Reconhecer o valor da diversidade artística
discurso histórico oficial, produz um efeito crítico. Na e das inter-relações de elementos que
tela podemos ver a reação de espanto dos índios (pri- se apresentam nas manifestações de
meiro plano) e a primeira caravela (segundo plano), de vários grupos sociais e étnicos.
hiperbólicas proporções, ameaçadora, numa espécie de
atitude denunciadora do comportamento imperialista 42. (Encceja) Pintores, poetas e músicos representam em
dos que nela estão. suas obras momentos de vida de vários grupos sociais. No
c) O segundo parágrafo do texto II evidencia uma vi- quadro e no trecho da música, constata-se a representação
tal relação histórica entre índios e europeus, o escam- de um tipo de trabalho:
bo, sistema de troca direta de mercadorias, e também de Olé! mulhé rendera
tradições entre os dois povos diversos. Entretanto, essa Olé! mulhé rendá
relação foi colocada em xeque frente à chamada “guer- Tu me ensina a faze renda
ra microbiana”, em que diversas doenças foram trazi- Que eu te ensino a namorá
das pelo europeu (sarampo, tifo, varíola, malária, gripe Folclore brasileiro
etc.), letais para os índios, que não possuíam resistência
imunológica a elas.
d) O texto II é um fragmento da Carta de Pero Vaz de Ca-
minha, espécie de embrião da nossa literatura (Quinhen-
tismo), que nos revela uma visão de mundo centrada no
homem português – aquele que veio para expandir a sua
influência no “novo” solo recém-conquistado.
e) “Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos.
E eles os pousaram.” Na visão do europeu, os povos do novo
continente são colocados de maneira resignada, aspecto
expresso pelo comportamento de indígena de abaixar suas
próprias armas.
Música de Mc’s Amilcka e Chocolate, In: Dj Malboro, VELOSO, Caetano. Milagres do povo. Gravadora
Bem funk. Rio de Janeiro, 2001. Adaptado. Gapa / Warner Chappell, 1985.
34
No trecho da letra da canção Milagres do povo, citado d) questiona o modo de organização das sociedades ocidentais
anteriormente, pode-se identificar: capitalistas, que se desenvolveram fundamentadas nas relações
a) a incorporação de elementos da cultura africana pela de opressão em que os mais fortes exploram os mais fracos.
cultura brasileira. e) evidencia a dinâmica social do trabalho coletivo em que
b) o contato entre elementos das culturas italiana e brasileira. os mais fortes colaboram com os mais fracos, de modo a
c) a incorporação de elementos da cultura indígena pela guiá-los na realização de tarefas.
cultura brasileira.
d) o contato entre elementos da cultura asiática e a cul- 48. (ENEM) Com base nos estudos realizados até então sobre
tura brasileira. o Classicismo português (1527-1580), julgue as asserções
e) a falta de contatos entre os povos. abaixo e faça o que se pede:
I. O novo estilo de época que caracteriza o Renascimento
47. (ENEM) recebeu diferentes denominações na Europa, conforme suas
Se os tubarões fossem homens manifestações. Em Portugal, costuma-se chamá-lo de Qui-
Se os tubarões fossem homens, eles seriam mais gentis nhentismo ou Classicismo, e abrange o período de 1527 a 1580.
com os peixes pequenos? II. Em 1526, retorna a Portugal o poeta Sá de Miranda,
Certamente, se os tubarões fossem homens, fariam cons- trazendo novas ideias a respeito de arte. Lá esse autor rece-
truir resistentes gaiolas no mar para os peixes pequenos, com bera diversas influências artísticas inovadoras.
todo o tipo de alimento, tanto animal como vegetal. Cuida- III. A redescoberta do mundo greco-latino não significa
riam para que as gaiolas tivessem sempre água fresca e ado- que durante a Idade Média escritores gregos tivessem sido es-
tariam todas as providências sanitárias. quecidos. Eles eram lidos, mas apenas para servirem de fun-
Naturalmente haveria também escolas nas gaiolas. Nas au- damento à teologia vigente. Platão e Aristóteles, por exem-
las, os peixinhos aprenderiam como nadar para a goela dos tu- plo, foram estudados na Idade Média.
barões. Eles aprenderiam, por exemplo, a usar a geografia para IV. O clima de euforia, confiança e otimismo que marcou
localizar os grandes tubarões deitados preguiçosamente por aí. A o Renascimento permitiu uma nova leitura das obras clássi-
aula principal seria, naturalmente, a formação moral dos peixi- cas. Sendo assim, como o tema e a visão de mundo das obras
nhos. A eles seria ensinado que o ato mais grandioso e mais su- da Antiguidade refletiam muitas preocupações do homem da
blime é o sacrifício alegre de um peixinho e que todos deveriam Renascença, os clássicos passaram a ser considerados mode-
acreditar nos tubarões, sobretudo quando estes dissessem que los de perfeição estética.
cuidavam de sua felicidade futura. Os peixinhos saberiam que Está(ão) correta(s):
este futuro só estaria garantido se aprendessem a obediência. a) apenas I e III. d) todas.
Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos b) apenas I, II e III. e) nenhuma.
inimigos seria condecorado com uma pequena Ordem das Al- c) apenas III.
gas e receberia o título de herói.
BRECHT, B. Histórias do Sr. Keuner. São 49. (ENEM)
Paulo: Ed. 34, 2006. Adaptado. Torno a ver-vos, ó montes; o destino
Como produção humana, a literatura veicula valores que Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
nem sempre estão representados diretamente no texto, mas são Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
transfigurados pela linguagem literária e podem até entrar em Pelo traje da Corte, rico e fino.
contradição com as convenções sociais e revelar o quanto a so-
Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
ciedade perverteu os valores humanos que ela própria criou. É
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
o que ocorre na narrativa do dramaturgo alemão Bertolt Brecht
mostrada. Por meio da hipótese apresentada, o autor: Vendo correr os míseros vaqueiros
a) demonstra o quanto a literatura pode ser alienadora ao Atrás de seu cansado desatino.
retratar, de modo positivo, as relações de opressão existen- Se o bem desta choupana pode tanto,
tes na sociedade. Que chega a ter mais preço, e mais valia
b) revela a ação predatória do homem no mar, questionando Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,
a utilização dos recursos naturais pelo homem ocidental. Aqui descanse a louca fantasia,
c) defende que a força colonizadora e civilizatória do E o que até agora se tornava em pranto
homem ocidental valorizou a organização das sociedades Se converta em afetos de alegria.
africanas e asiáticas, elevando-as ao modo de organização COSTA, Cláudio Manoel da. In: Domício Proença Filho. A poesia
cultural e social da sociedade moderna. dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9.
ENEM Linguagens e Códigos 35
Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os – Repito, vocês não serão abandonados, apenas iremos
elementos constitutivos do Arcadismo brasileiro, assinale a nos distanciar por um tempo. Lembra da música? “de que me
opção correta acerca da relação entre o poema e o momento adianta viver na cidade se a felicidade não me acompanhar”...
histórico de sua produção. Aqui não sou feliz. Voltarei para o lugar da minha infância,
a) Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira es- temo a cidade e suas violências. Pode ter uma certeza, caso
trofe, são imagens relacionadas à Metrópole, ou seja, ao tudo dê certo, levarei todos para lá...
lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico e fino”. Henrique Landim
b) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo
do poema, revela uma contradição vivenciada pelo poeta, A leitura comparativa dos três textos acima não nos
dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e indica que:
a rusticidade da terra da Colônia. a) todos apresentam como uma proposta alternativa para
c) O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento o conturbado mundo urbano o voltar-se para o mundo ru-
estético do Arcadismo que evidencia a preocupação do po- ral, pastoril.
eta árcade em realizar uma representação literária realista b) o pensador Rousseau, filósofo francês, defendia o re-
da vida nacional. torno à natureza e salientava a importância da educação
d) A relação de vantagem da “choupana” sobre a “Cidade”, dos infantes (crianças) para o avanço da sociedade – ideia
na terceira estrofe, é formulação literária que reproduz a mais bem salientada no texto III.
condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia c) os dois primeiros textos se filiam ao que os estudio-
sobre a Metrópole. sos chamam de Arcadismo, enquanto o terceiro apresenta
e) A realidade de atraso social, político e econômico do certa aproximação a esse movimento a começar pelo seu
Brasil Colônia está representada esteticamente no poe- título, que refere a fuga da cidade (fugere urbem) para que
ma pela referência, na última estrofe, à transformação do se possa ter uma vida simples (bucolismo) em um locus
pranto em alegria. amoenus.
d) a estrutura formal de todos os textos permite que
50. (ENEM) Interprete os enunciados e faça o que se pede: possamos dizer que todos são representantes do gênero
lírico.
Texto I e) o último texto pode ser associado aos problemas históri-
Vem, ó Marília, vem lograr comigo cos de injustiça social no Brasil, aspecto que gera violência
Desses alegres campos a beleza, e medo nas populações que veem refúgio no interior (e até
Dessas copadas árvores o abrigo. mesmo no campo). Alguns desses problemas foram discuti-
Deixa louvar da Corte a vã grandeza: dos no filme Tropa de Elite.
Quanto me agrada mais estar contigo,
Notando as perfeições da Natureza! 51. (UEL-PR) A questão refere-se ao texto a seguir.
Bocage Com os anos, Marília, o gosto falta,
e se entorpece o corpo já cansado:
Texto II triste, o velho cordeiro está deitado,
Sou pastor, não te nego; os meus montados e o leve filho, sempre alegre, salta.
São esses que aí vês; vivo contente A mesma formosura
Ao trazer entre a relva florescente é dote que só goza a mocidade:
A doce companhia dos meus gados. rugam-se as faces, o cabelo alveja,
Cláudio Manuel da Costa mal chega a longa idade.
Que havemos de esperar, Marília bela?
Texto III Que vão passados os florescentes dias?
Diálogo bucólico As glórias que vêm tarde, já vêm frias,
– Olha, meu filho, é hora de partir, a minha tão sonhada e pode, enfim, mudar-se a nossa estrela.
aposentadoria chegou. Ah! não, minha Marília,
– Mas, o senhor vai abandonar todos nós e ir para tão aproveite-se o tempo, antes que faça
longe? O lugar parece que nem telefone tem. o estrago de roubar ao corpo as forças,
– Não se preocupe, de tempo em tempo estarei aqui, amo e ao semblante a graça.
vocês, o que nos une é muito mais forte do que a distância. GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu.
EM1D-12-1E
– Mas, “vô”, faça uma força, não nos abandone! Rio de Janeiro: Tecnoprint, [s.d.] p. 14.
36
Com base nesses versos, assinale a alternativa correta. c) Solto, o prisioneiro reencontra-se com seu pai, que per-
a) Apesar de sua idade já muito avançada, o eu lírico ainda se cebe que o filho havia sido aprisionado e libertado. Indigna-
mostra disposto ao amor. do, o velho exige que ambos se dirijam à tribo timbira, onde
b) Marília deve acompanhar o poeta em sua velhice, mesmo o pai amaldiçoa violentamente o jovem guerreiro que, ferido
que isso traga recordações inglórias da juventude. em seus brios, põe-se sozinho a lutar com os timbiras.
c) O eu lírico faz um chamamento à sua musa para juntos d) Convencido da coragem do tupi, o chefe inimigo pede-
viverem o tempo presente de suas juventudes. -lhe que pare a luta, reconhecendo sua bravura. Pai e filho
d) O poema explora o motivo da mulher inacessível e miste- se abraçam, estava preservada a dignidade dos tupis.
riosa, desejada por um homem cansado e doente. e) O poema a que esse trecho pertence ilustra bem o espírito
e) Resta aos amantes a doçura da contemplação dos filhos, da segunda geração romântica, que, influenciada pelo movi-
expressa em “o velho cordeiro está deitado, / e o leve filho, mento histórico – a independência do Brasil – teve necessi-
sempre alegre, salta”. dade de construir mitos que embasassem a nossa identidade.
52. (ENEM) Com base na poesia lírica e indianista de Gonçalves H16 Relacionar informações sobre
Dias, leia o fragmento abaixo e faça o que se pede. concepções artísticas e procedimentos
I- Juca-Pirama de construção do texto literário.
Tu choraste em presença da morte?
Na presença de estranhos choraste? 53. (Encceja)
Não descende o cobarde do forte; Pronominais
Pois choraste, meu filho não és! Oswald de Andrade
Possas tu, descendente maldito Dê-me um cigarro
De uma tribo de nobres guerreiros, Diz a gramática
Implorando cruéis forasteiros, Do professor e do aluno
Seres presa de vis Aimorés. E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Possas tu, isolado na terra, Da Nação Brasileira
Sem arrimo e sem pátria vagando, Dizem todos os dias
Rejeitado da morte na guerra, Deixa disso camarada
Rejeitado dos homens na paz, Me dá um cigarro
Ser das gentes o espectro execrado; Jorge SCHWARTZ. Oswald de Andrade: seleção de
Não encontres amor nas mulheres, textos, notas, estudos biográfico, histórico e crítico.
Teus amigos, se amigos tiveres, São Paulo: Abril Educação, 1980, p. 22-3.
Tenham alma inconstante e falaz O texto mostra os diferentes usos da língua portuguesa.
Depois de lê-lo, concluímos que:
Não encontres doçura no dia, a) a gramática do aluno é a mesma do bom branco da na-
Nem as cores da aurora te ameiguem, ção brasileira.
E entre as larvas da noite sombria b) a gramática usada pelo professor mostra a língua falada
Nunca possas descanso gozar: pelo brasileiro.
Não encontres um tronco, uma pedra, c) o bom negro fala diferente do que a gramática manda.
Posta ao sol, posta às chuvas e aos ventos, d) o mulato sabido fala como o bom negro.
Padecendo os maiores tormentos, e) todos falam iguais, de acordo com a regra da gramática.
Onde possas a fronte pousar. (...)
54. (Fuvest-SP) Observe, abaixo, esta gravura de Escher:
Marque a alternativa incorreta.
a) O poema, desenvolvido em dez cantos, narra o drama de I-
Juca-Pirama (= aquele que há de morrer), último descendente
da tribo tupi, que é feito prisioneiro de uma tribo inimiga.
b) Movido pelo amor filial, pois o índio tupi era arrimo de
seu pai, velho e cego, I-Juca-Pirama, contrariando a ética do
índio, implora ao chefe dos timbiras pela sua libertação. O
chefe timbira a concede, não sem antes humilhar o prisio-
neiro: “Não queremos com carne vil enfraquecer os fortes”.
ENEM Linguagens e Códigos 37
Leia o texto a seguir e responda às questões 60 e 61. 60. (ENEM) A gradação é uma figura de linguagem que con-
siste em apresentar uma sequência de ideias em sentido
Falta de civilidade crescente ou decrescente, como ocorre em: “Tudo começou
Sofremos de um mal na atualidade: a incivilidade. A no meu quarto, onde concebi as ideias que me levariam a
toda hora, somos obrigados a testemunhar cenas de gros- dominar o bairro, a cidade, o país, o mundo.” Assinale a al-
seria entre as pessoas, de falta de respeito pelo espaço ternativa em que esse tipo de recurso aparece no texto lido.
que usamos e de absoluta carência de cortesia nas relações a) “Sofremos de um mal na atualidade: a incivilidade.”
interpessoais. Os adultos perderam a vergonha de ofender b) “E, claro, isso gera intolerância, discriminação, ameaça.”
publicamente e em alto e bom som, de transgredir as nor- c) “O pacto social parece ter sido rompido e não tomamos
mas da vida comum por quaisquer razões. Parece mesmo nenhuma medida para reverter esse processo.”
que nossa vida segue um lema: cada um por si e, ao mesmo d) “Um garoto disse que achava que os alunos maiores inti-
tempo, contra todos. midavam os menores porque a escola e os pais ensinam que
Por isso, perdemos totalmente a sensibilidade pelo direito se deve respeitar os mais velhos.”
do outro: cada um de nós procura, desesperadamente, seus e) “As mídias, por exemplo, comentam cenas de incivilida-
direitos, sua felicidade, seu poder de consumo, seu prazer, de ocorridas entre pessoas que ocupam posição de destaque.”
sem reconhecer o outro. E, claro, isso gera intolerância, dis-
criminação, ameaça. 61. (ENEM) Em “Talvez seja em casa e na escola que pais e
O pacto social parece ter sido rompido e não tomamos professores possam e devam repensar e reinventar o con-
nenhuma medida para reverter esse processo. As mídias, por ceito de cidadania. Mas também temos nós, os adultos, o
exemplo, comentam cenas de incivilidade ocorridas entre dever de adotar boas maneiras na convivência social.”, a
pessoas que ocupam posição de destaque. Virou moda e ga- expressão destacada expressa:
nhou visibilidade dizer tudo o que se pensa, agredir para se a) conclusão. d) oposição.
defender, fazer pouco do outro. Pessoas que ocupam cargos b) adição. e) explicação.
de chefia expressam seu descontentamento com seus funcio- c) alternância.
nários aos berros e assim por diante.
(...) 62. (ENEM)
Um garoto disse que achava que os alunos maiores in- Velho tema
timidavam os menores porque a escola e os pais ensinam Só a leve esperança, em toda a vida,
que se deve respeitar os mais velhos. Veja você: o conceito Disfarça a pena de viver, mais nada;
de mais velho deixou de significar adulto ou velho e pas- Nem é mais a existência, resumida,
sou a ser usado como de mais idade. Assim, revelou o ga- Que uma grande esperança malograda.
roto, uma criança de um ou dois anos a mais que a outra
se considera um “mais velho” e, por isso, pode explorar O eterno sonho da alma desterrada,
os de menos idade. Sonho que a traz ansiosa e embevecida,
Podemos ampliar esse conceito apreendido pelas crianças É uma hora feliz, sempre adiada
e, além da idade, pensar em poder, por exemplo. Isso nos E que não chega nunca em toda a vida.
faz pensar que o bullying ocorre principalmente, mas não
apenas, porque crianças e adolescentes desenvolvem relações Essa felicidade que supomos,
assimétricas entre eles, por causa da idade, do tamanho, da Árvore milagrosa, que sonhamos
força e do poder. Toda arreada de dourados pomos,
Talvez seja em casa e na escola que pais e professores pos-
sam e devam repensar e reinventar o conceito de cidadania. Existe, sim: mas nós não a alcançamos
Mas também temos nós, os adultos, o dever de adotar boas Porque está sempre apenas onde a pomos
maneiras na convivência social. Afinal, praticar boas manei- E nunca a pomos onde nós estamos.
ras e ensinar aos mais novos o mesmo nada mais é do que Vicente de Carvalho
reconhecer o outro e buscar formas de boa convivência com Qual dos provérbios abaixo possui íntima relação com
ele. Disso depende a sobrevivência da vida social porque so- o texto?
mos todos interdependentes. a) Quem corre, cansa; quem anda, alcança.
SAYÃO, Rosely. Falta de civilidade. Folha de S.Paulo. b) Quem foi rei nunca perde a majestade.
São Paulo, 9 jul. 2009, Folha Equilíbrio. c) A esperança é a última que morre.
EM1D-12-1E
c) contar história centrada na solução de um enigma, 69. (ENEM) Leia o texto e responda à questão.
construindo os personagens psicologicamente e revelando- Aluguel mais caro de SP é de cortiço
os pouco a pouco. Moradias antigas, (...) os cortiços têm banheiros coleti-
d) evocar, de maneira satírica, a vida na cidade, visando vos, cozinhas no quarto e servem de casa para pessoas com
transmitir ensinamentos práticos do cotidiano, para man- renda em torno de R$ 700,00. Mesmo em condições precárias,
ter as pessoas informadas. os moradores dos cerca de 2 mil imóveis que funcionam como
e) valer-se de tema do cotidiano como ponto de par- pensões informais (...) pagam o mais alto valor de aluguel por
tida para a construção de texto que recebe tratamento m2 da capital paulista. (...)
estético. “O aluguel dos cortiços nunca perdeu a vitalidade. Ele
atende pessoas sem acesso ao mercado formal, que não têm
H19 Analisar a função da linguagem predominante nos fiador nem carteira assinada para alugar uma casa e precisam
textos em situações específicas de interlocução. morar no centro, perto de onde estão empregos e serviços
sociais”, explica (...) o arquiteto Luiz Kohara.
Opções baratas de residências desde o fim do século 19,
67. (Encceja) O nome Amazonas foi dado pelo frei espanhol (...) cortiços respaldaram o desenvolvimento econômico da
Gaspar de Carvajal, o primeiro cronista europeu a viajar pelo metrópole, garantindo aluguel barato para imigrantes euro-
rio, na primeira metade do século XVI. O frei afirmou que sua peus (...).
embarcação foi atacada por mulheres que, como na mitologia A partir de 1960, mesmo com a multiplicação de favelas
grega das amazonas, pretendiam escravizar os homens para na periferia, os cortiços resistiram e atravessaram o sécu-
procriar antes de matá-los. lo como a principal alternativa para pessoas de baixa renda
Revista VEJA Especial Amazônia, 24 de dezembro de 1997. (...). “Comparando o preço por m2, o cortiço é caro. Mas os
valores mensais cabem no bolso das famílias mais pobres”,
Pode-se dizer que este texto foi escrito principalmente afirma Alonso Lopez.
para que o leitor seja: MANSO, Bruno Paes. Aluguel mais caro de SP é de cortiço. O
a) convencido sobre a necessidade de preservar a Ama- Estado de S. Paulo, São Paulo, 12 abr. 2009, Cidades, p. 1.
zônia.
b) informado sobre a origem do nome Amazonas. De acordo com a ênfase que se queira dar ao texto, pre-
c) incentivado a conhecer o rio Amazonas. dominam nele diferentes funções de linguagem. Sabendo
d) esclarecido sobre quem eram os habitantes primitivos disso, podemos dizer que no texto predomina:
da Amazônia. a) a função fática, pois a todo momento o autor mostra-se
e) instruído sobre como se chega ao Amazonas. preocupado com o canal de comunicação, testando-o.
b) a função metalinguística, pois o autor está preocupado
68. (Encceja) em refletir sobre a língua portuguesa.
Traído pelo vinho do padre c) a função referencial, pois Bruno Paes preocupa-se em
O desempregado Francimar Lima Lira, morador da cidade fazer referência a fatos, com o objetivo de transmitir in-
paulista de Sorocaba, aproveitou que uma das igrejas da ci- formações.
dade estava às escuras, medida para racionar energia, e deci- d) a função emotiva, pois o mais importante, no texto, é o
diu roubá-la. Era meia-noite quando ele entrou na sacristia. retrato das emoções do autor em relação à vida dos morado-
Alegrou-se ao ver um aspirador de pó e um retroprojetor ao res do cortiço.
alcance de suas mãos, e alegrou-se mais ainda ao deparar com e) a função conativa, já que o autor pretende convencer o
duas garrafas de vinho que o padre utiliza na missa. Um gole leitor a apoiar a construção de novos cortiços.
aqui, outro ali, ele enxugou as duas garrafas. Ficou bêbado e
foi preso. “O vinho tonteia mesmo porque é muito licoroso”, 70. (ENEM) Faça uma leitura cuidadosa do texto a seguir e
disse o pároco, Camilo Munnaro. responda à questão.
ISTOÉ, nº 1.653, 6/6/2001. E se todo mundo ficasse cego?
Este texto tem a finalidade de: Para José Saramago seria o caos. Em seu livro Ensaio so-
a) contrapor ideias acerca dos crimes nas igrejas. bre cegueira, o mundo praticamente acaba quando a huma-
b) demonstrar o efeito do vinho usado nas missas. nidade vai perdendo a visão. Mas para a ciência as coisas po-
c) denunciar roubos ocorridos em igrejas às escuras. deriam tomar um caminho diferente. “Há várias tecnologias
d) narrar um fato que teve um desfecho inesperado. que ajudariam: bengalas ultrassônicas que podem indicar se
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e) fazer propaganda de vinho. há objetos pela frente ou até robôs que atuariam como cães-
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guia“, diz o especialista em robótica Darwin Caldwell (...). a) Apesar de citar um texto literário, em que a função
Além disso, precisaríamos de coisas como carros que andam poética normalmente aparece, o texto apresentado tem a
sozinhos e máquinas capazes de substituir médicos em cirur- predominância da função referencial, já que o autor faz
gias. Mas como esses carros-robôs e outros aparelhos seriam referência a soluções científicas para problemas.
construídos sem ninguém para ver que peça apertar? Fábricas b) O texto é metalinguístico, pois faz uma grande reflexão
totalmente automatizadas também não estão longe de ser re- sobre como a linguagem se estrutura.
alidade. “Robôs seriam capazes de se autoconstruir“, diz Ken c) Como o autor está envolvido com a questão hipotéti-
Young, presidente da Associação Britânica de Automação e ca de uma cegueira generalizada, podemos afirmar que no
Robótica. Ou seja: se a cegueira generalizada se espalhasse texto predomina a função emotiva, em que seus sentimen-
devagar, daria para a gente remodelar o mundo – mudando tos são destacados.
tudo para que nada mude. Com algumas adaptações, claro. d) Como o título do texto é uma pergunta, há nele o pre-
CINQUEPALMI, João Vito. E se todo mundo ficasse cego? domínio da função apelativa, já que é convencido a tomar
Superinteressante. São Paulo, n. 264, p. 48, abr. 2009. certas atitudes.
Apesar de poderem coexistir várias funções de lingua- e) Percebemos no texto a preocupação em destacar o canal
gem em um mesmo texto, normalmente uma delas é predo- de comunicação entre o autor e o leitor, portanto a função
minante. Sabendo disso, assinale a alternativa correta. que predomina nesse texto é a fática.
71. (ENEM) As tirinhas fazem uso da união harmônica entre linguagem verbal e linguagem não verbal. Por meio dessa
junção, os desenhistas conseguem o humor característico desse estilo. A partir dessa afirmação e da análise das tiras a
seguir, da autoria de Fernando Gonsales, assinale o que for correto.
72. (ENEM) Texto para a questão. O poema tem como característica a figura de linguagem
O vento varria as folhas, denominada antítese, relação de oposição de palavras ou
O vento varria os frutos, ideias. Assinale a opção em que essa oposição se faz clara-
O vento varria as flores... mente presente.
E a minha vida ficava a) Amor é fogo que arde sem se ver.
Cada vez mais cheia b) É um contentamento descontente.
De frutos, de flores, de folhas. c) É servir a quem vence, o vencedor.
[...] d) Mas como causar pode seu favor.
O vento varria os sonhos e) Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
E varria as amizades...
O vento varria as mulheres... 74. (ENEM) A elegância não se explica. Constata-se apenas. É
E a minha vida ficava alguma coisa de incoercível, alguma coisa de impreciso, de fu-
Cada vez mais cheia gitivo e de imaterial, que escapa a toda definição e que resiste
De afetos e de mulheres. a toda análise. Como a beleza, como o próprio Deus, é mais
O vento varria os meses difícil dizer onde ela está do que onde ela não está. Como o
E varria os teus sorrisos... perfume, sente-se e não se vê. Todos percebem onde ela falta;
O vento varria tudo! e ninguém sabe dizer donde ela vem. Quando tentamos defini-
E a minha vida ficava la, precisá-la, isolá-la, foge-nos entre os dedos, como uma
Cada vez mais cheia sombra. Onde existe, transforma tudo; onde não existe, não
De tudo. há arte, não há talento, não há beleza que a substitua. Não
BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio é um dom que se adquire; é um instinto com que se nasce.
de Janeiro: José Aguilar, 1967. Júlio Dantas
Predomina no texto a função da linguagem: Sobre o texto, é correto afirmar, respectivamente, em
a) fática, porque o autor procura testar o canal de comu- relação à função de linguagem predominante, em relação
nicação. ao nível de linguagem adotado e à recorrente figura de lin-
b) metalinguística, porque há explicação do significado guagem utilizada pelo autor, que:
das expressões. a) predomina a função metalinguística, o nível é erudito,
c) conativa, uma vez que o leitor é provocado a participar e a figura recorrente é a metáfora.
de uma ação. b) predomina a função referencial, o nível é técnico-cien-
d) referencial, já que são apresentadas informações sobre tífico, e a figura recorrente é a metáfora.
acontecimentos e fatos reais. c) predomina a função emotiva, o nível é culto, e a figura
e) poética, pois chama-se a atenção para a elaboração es- recorrente é a comparação.
pecial e artística da estrutura do texto. d) predomina a função referencial, o nível é coloquial, e a
73. (ENEM) figura recorrente é a comparação.
Amor é fogo que arde sem se ver; e) predomina a função referencial, o nível é culto, e a fi-
É ferida que dói e não se sente; gura recorrente é a comparação.
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer; 75. (ENEM) A escrita é uma das formas de expressão que as
pessoas utilizam para comunicar algo e tem várias finali-
É um não querer mais que bem querer; dades: informar, entreter, convencer, divulgar, descrever.
É solitário andar por entre a gente; Assim, o conhecimento acerca das variedades linguísticas
É nunca contentar-se de contente; sociais, regionais e de registro torna-se necessário para que
É cuidar que se ganha em se perder; se use a língua nas mais diversas situações comunicativas.
Considerando as informações acima, imagine que você
É querer estar preso por vontade; está à procura de um emprego e encontrou duas empresas
É servir a quem vence, o vencedor; que precisam de novos funcionários. Uma delas exige uma
É ter com quem nos mata lealdade. carta de solicitação de emprego. Ao redigi-la, você:
a) fará uso da linguagem metafórica.
Mas como causar pode seu favor b) apresentará elementos não verbais.
Nos corações humanos amizade, c) utilizará o registro informal.
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80. (ENEM) Leia o texto para responder à questão. A tua saudade corta
Fazer nas coxas? Como o aço de navaia.
Ignácio de Loyola Brandão
O coração fica aflito,
Bate uma e outra faia.
(...) Percorri o museu que Ângela Gutierrez, obstinada, E os oio se enche d’ água
montou, peça por peça, ao longo das décadas. (...) Caminhei Que até a vista se atrapaia.
entre velhas ferramentas (...) de carpinteiros, ferreiros, fu- Folclore recolhido por Paulo Vanzolini e Antônio Xandó.
nileiros, ourives, tecelões. Os ofícios se sucedem: transporte, BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua
ambulantes, comércio, energias, mineração, fogo, madeira, materna. São Paulo: Parábola, 2004.
cerâmica (...).
Diante de telhas antiquíssimas, Fátima Dias, que me Transmitida por gerações, a canção Cuitelinho mani-
acompanhava, acentuou com um sorriso: “Aqui você tem a festa aspectos culturais de um povo, nos quais se inclui
origem da expressão fazer nas coxas!” Como? Fazer nas co- sua forma de falar, além de registrar um momento his-
xas? “Olhe aí. As telhas primitivas eram moldadas nas coxas tórico.
dos escravos. Colocava-se o barro sobre a coxa e eram dados Depreende-se disso que a importância em preservar a
os arremates. Claro, as alturas dos homens eram variáveis e produção cultural de uma nação consiste no fato de que
as coxas tinham grossuras diversas, então cada telha acaba- produções como a canção Cuitelinho evidenciam a:
va saindo com um tamanho. Quando colocadas no telhado, a) recriação da realidade brasileira de forma ficcional.
resultavam interstícios pelos quais a água penetrava. Daí a b) criação neológica na língua portuguesa.
expressão fazer nas coxas para algo malfeito.” A língua se faz c) formação da identidade nacional por meio da tradi-
e refaz no cotidiano. ção oral.
BRANDÃO, Ignácio de Loyola. Fazer nas coxas? O Estado d) incorreção da língua portuguesa que é falada por pesso-
de S. Paulo, São Paulo, 10 abr. 2009, Caderno 2, p. 10. as do interior do Brasil.
e) padronização de palavras que variam regionalmente,
Assinale a alternativa que melhor analisa o uso da ex- mas possuem mesmo significado.
pressão “fazer nas coxas”, de acordo com o texto.
a) A frase não deveria ser usada hoje, pois perdeu o signi- 82. (ENEM) Quer evitar pesadelos? Então não durma de bar-
ficado original. riga para cima. Este é o conselho de quem garante ter sido
b) A expressão só é usada para explicar a manufatura das atacado pela Pisadeira. A meliante costuma agir em São Pau-
telhas do museu. lo e Minas Gerais. Suas vítimas preferidas são aquelas que
c) O autor do texto acredita que a língua é estática, não comeram demais antes de dormir. Desce do telhado – seu
aceitando modificações. esconderijo usual – e pisa com muita força no peito e na
d) Usada hoje com sentido geral, a frase revela peculiari- barriga do incauto adormecido, provocando os pesadelos. Há
dades da história do Brasil. controvérsias sobre sua aparência. De acordo com alguns, é
e) Somente Angela Gutierrez conhece a origem da expres- uma mulher bem gorda. Já o escritor Cornélio Pires forneceu
são “fazer nas coxas”. a seguinte descrição da malfeitora:
“Essa é ua muié muito magra, que tem os dedos cumprido
81. (ENEM) e seco cum cada unhão! Tem as perna curta, cabelo desga-
Cuitelinho deiado, quexo revirado pra riba e nari magro munto arcado;
Cheguei na bera do porto sobranceia cerrado e zoio aceso...”
Onde as onda se espaia. Pelo sim, pelo não, caro amigo....barriga para baixo e bons
As garça dá meia volta, sonhos.
Senta na bera da praia. Almanaque de Cultura Popular. Ano 10. out. 2008. n. 114. Adaptado.
E o cuitelinho não gosta
Considerando que as variedades linguísticas existentes
Que o botão da rosa caia. no Brasil constituem patrimônio cultural, a descrição da
Quando eu vim da minha terra, personagem lendária, Pisadeira, nas palavras do escritor
Despedi da parentaia. Cornélio Pires:
Eu entrei em Mato Grosso, a) mostra hábitos linguísticos atribuídos à personagem
Dei em terras paraguaia. lendária.
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c) associa a aparência desagradável da personagem ao des- d) a língua com que as pessoas se comunicam cotidiana-
prestígio da cultura brasileira. mente preserva suas formas de uso, a fim de possibilitar a
d) sugere crítica ao tema da superstição como integrante intercomunicação social.
da cultura de comunidades interioranas. e) devemos atentar para as novas palavras que são intro-
e) valoriza a memória e as identidades nacionais pelo re- duzidas na língua a todo momento; do contrário, podemos
gistro escrito de variedades linguísticas pouco prestigiadas. ser incompreendidos.
83. (ENEM) 84. (ENEM) O empresário moderno não demite mais, faz um
– Falar português não é difícil – me diz um francês re- “downsizing”, ou redimensionamento para baixo, em sua em-
sidente no Brasil –, o diabo é que, mal consigo aprender, a presa. O empregado pode dizer em casa que não perdeu o em-
língua portuguesa já ficou diferente. Está sempre mudando. E prego, foi “downsizeado”, e ainda impressionar os vizinhos.
como! No Brasil, as palavras envelhecem e caem como folhas VERISSIMO, Luis Fernando. O Estado de S. Paulo.
secas. Ainda bem a gente não conseguiu aprender uma nova
expressão, já vem o pessoal com outra. A partir da leitura do texto, pode-se dizer que o autor:
Não é somente pela gíria que a gente é apanhado. (Aliás, a) divulga o emprego de palavras estrangeiras.
já não se usa mais a primeira pessoa, tanto do singular como b) ironiza a substituição de palavras em português por pala-
do plural: tudo é “a gente”.) A própria linguagem corrente vras estrangeiras.
vai-se renovando, e a cada dia uma parte do léxico cai em c) explica que os patrões devem falar de modo incompreen-
desuso. É preciso ficar atento, para não continuar usando pa- sível.
lavras que já morreram, vocabulário de velho que só velho d) critica os empregados que usam palavras estrangeiras.
entende. e) não se posiciona quanto ao uso cotidiano dos estrangeiris-
Os que falariam ainda em cinematógrafo, auto-ônibus, mos na língua portuguesa.
aeroplano, estes também já morreram e não sabem. Mas uma
amiga minha, que vive preocupada com este assunto, me cha- 85. (ENEM) Analise os fragmentos a seguir.
ma a atenção para os que falam assim:
– Assisti a uma fita de cinema com um artista que repre- Não há monotonia na uniformidade. Fazer determinada
senta muito bem. coisa desejando fazer outra é que produz monotonia. Suprin-
Os que acharem natural esta frase, cuidado! Não saberão do esse desejo contrariado, encontrareis um prazer, sempre
dizer que viram um filme com um ator que trabalha bem. E irão novo, em fazer todo dia a mesma coisa.
ao banho de mar em vez de ir à praia, vestidos de roupa de ba- Joaquim Nabuco
nho em vez de calção ou biquíni, carregando guarda-sol em vez
de barraca. Comprarão um automóvel em vez de comprar um Pouco a pouco se fazem as grandes coisas: e não há me-
carro, pegarão um defluxo em vez de um resfriado, vão andar lhor arbítrio para as concluir com brevidade, que não as que-
no passeio em vez de passear na calçada e percorrer um quar- rer acabar de repente.
teirão em vez de uma quadra. Viajarão de trem de ferro acom- Padre Antônio Vieira
panhados de sua esposa ou sua senhora em vez de sua mulher.
A lista poderia ser enorme, mas vou ficando por aqui, pois A articulação dos conteúdos dos dois fragmentos resul-
entre escrever e publicar há tempo suficiente para que tudo taria em qual dos seguintes textos?
que eu disser caia em desuso – é dito e feito. a) Monotonia e uniformidade são a mesma coisa, por isso
Fernando Sabino. Folha de S.Paulo. deve-se terminar de fazer aquilo que não dá prazer o mais
rapidamente possível, com brevidade.
Está em consonância com o texto a seguinte ideia: b) A uniformidade das ações humanas produz a pressa,
a) a dificuldade identificada na língua portuguesa é con- que leva à imperfeição, gera a rotina e afasta o prazer.
sequência do uso corrente de palavras e expressões que já c) Gostar daquilo que se faz transforma o tédio em reno-
caíram em desuso. vado prazer e, além disso, não ter pressa para terminar uma
b) o uso de palavras como “cinematógrafo”, “auto-ônibus”, ação é a maneira mais fácil de concluí-la.
“aeroplano”, dentre outras, revela, no Brasil de hoje, um d) A pressa é inimiga da perfeição, ou seja, deve-se abando-
esforço de adequação cultural. nar, com pressa, aquilo que não se faz com prazer, uma vez
c) a instabilidade do vocabulário, verificada na língua que tudo o que se faz deve ser bem feito.
portuguesa, decorre da introdução, nessa língua, de uma e) As grandes coisas são feitas com paciência, por isso se
grande quantidade de gírias. deve gostar daquilo que se faz.
ENEM Linguagens e Códigos 47
C7 Confrontar opiniões e pontos de vista a) O uso abundante de adjetivos, na tirinha, enfatiza o humor.
sobre as diferentes linguagens e b) O humor é conseguido por meio da ambiguidade da pa-
suas manifestações específicas. lavra “louro”.
c) Mesmo se não houvesse imagens, o humor seria compre-
H21 Reconhecer, em textos de diferentes endido por meio do texto.
gêneros, recursos verbais e não-verbais d) A face atônita do papagaio mostra que ele não é nada
utilizados com a finalidade de criar e esperto.
mudar comportamentos e hábitos. e) Como o rosto da namorada virtual não aparece, o humor
da tira fica comprometido.
86. (Encceja)
1. Deite a vítima de costas sobre uma superfície dura, levante- 88. (UNB-DF)
-lhe as pernas e apoie-as numa cadeira, por exemplo. Por vezes,
SEMPRE VERDE
no verso da embalagem.
somente esta medida basta para reativar a circulação do sangue.
Cuidado – perigoso se
atenção as intruções
e da observação da tira apresentada, assinale a alternativa políticas. Se encararmos a Renascença como um movimento
correta. de rebelião na arte, filosofia, ciências, literatura, – contra os
48
ideais da civilização medieval, ao lado de uma revalorização e artísticos pautados no equilíbrio, aspecto atingido pela
da Antiguidade Clássica, não somente quanto às suas formas maioria de suas produções.
de arte, mas também no que concerne a sua filosofia raciona- c) Na forma do poema (texto III) percebe-se a herança do
lista e a sua concepção pagã e humanista do mundo, que ins- Renascimento, uso de um soneto (a “medida nova” a ser-
talou o antropocentrismo moderno – podemos compreender viço do sentimento, aspecto que permite vinculá-lo à face-
o Barroco como uma contrarreação a essas tendências sob a ta lírico-amorosa da poesia do autor) com rima em ABBA
direção da Contrarreforma católica, numa tentativa de reen- ABBA CDC DCD, no melhor estilo petrarquiano.
contrar o fio perdido da tradição cristã, procurando exprimi-la d) O evidente trabalho com a seleção das palavras do tex-
sob novos moldes intelectuais e artísticos. to III, que resultam no rebuscamento artístico dos textos
COUTINHO, Afrânio. Introdução à literatura no Brasil. barrocos, é expresso por várias figuras de linguagem, como,
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1976. p.98. por exemplo, a hipérbole (“Pranto por belos olhos derrama-
Texto II do!”), paradoxo (“Incêndio em mares de água disfarçado! /
O painel do teto de uma igreja, é uma das obras-primas Rio de neve em fogo convertido!”) e antítese (“Se és fogo
de Mestre Athayde. como passas brandamente?”). Toda essa ornamentação do
texto poético de Gregório de Matos aproxima-o da pintura
Texto III de Mestre Athayde.
Quis o Poeta Embarcar-se Para a Cidade e Antecipando a e) O processo físico da sublimação (passagem do estado
Notícia à sua Senhora, lhe Viu umas Derretidas Mostras de sólido para o gasoso) pode ser visto no poema de Gregó-
Sentimento em Verdadeiras Lágrimas de Amor. rio de Matos Guerra (“Rio de neve em fogo convertido!”),
Ardor em coração firme nascido! embora a sua utilização nessa parte vincule-se ao caos do
Pranto por belos olhos derramado! universo interior do sujeito lírico.
Incêndio em mares de água disfarçado!
Rio de neve em fogo convertido! 90. (ENEM) Os árcades, no Brasil, assimilaram as ideias neo-
clássicas europeias, muitas vezes, reinterpretando, cada um
Tu, que um peito abrasas1 escondido, ao seu estilo, a realidade sociopolítica e cultural do país,
Tu, que em um rosto corres desatado, como se observa no seguinte fragmento das Cartas Chilenas:
Quando fogo em cristais aprisionado,
Quando cristal em chamas derretido. Pretende, Doroteu, o nosso chefe
erguer uma cadeia majestosa,
Se és fogo como passas brandamente? que possa escurecer a velha fama
Se és neve, como queimas com porfia2? da torre de Babel e mais os grandes,
Mas ai! que andou Amor em ti prudente. custosos edifícios que fizeram,
para sepulcros seus, os reis do Egito.
Pois para temperar a tirania, Talvez, prezado amigo, que imagine
Como quis, que aqui fosse a neve ardente, que neste monumento se conserve,
Permitiu, parecesse a chama fria. eterna a sua glória, bem que os povos,
MATOS, Gregório. Antologia poética. São ingratos, não consagrem ricos bustos
Paulo: Ediouro S. A., 1991. p.64. nem montadas estátuas ao seu nome.
1. Que abrasa; que queima Desiste, louco chefe, dessa empresa:
2. Teima, obstinação um soberbo edifício levantado
sobre ossos de inocentes, construído
a) A pintura referida acima, de Mestre Athayde, no teto da com lágrimas dos pobres, nunca serve
nave central da Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro de glória ao seu autor, mas sim de opróbio.
Preto (MG), se enquadra ao ideal estético barroco com seu GONZAGA, Tomás Antônio. Cartas chilenas. In: COSTA, Cláudio
intenso cromatismo, com a valorização dos detalhes, pro- M. da; GONZAGA, Tomás A.; PEIXOTO, Alvarenga. A poesia dos
funda religiosidade expressada pelos diversos elementos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996. p. 814.
religiosos, e, por fim, pelo excesso de ornamentação.
b) O fragmento de Afrânio Coutinho consegue muito bem Observe agora a charge publicada no jornal O Estado
ilustrar o que seria a arte barroca, guiada por polos diver- de S. Paulo e, comparando as situações criticadas, marque
sos (a cultura pagã versus a católica), numa tentativa de se o item que não corresponde a uma interpretação coerente
rebelar a fim de se expressar sob novos moldes intelectuais com o texto e o desenho.
ENEM Linguagens e Códigos 49
meados do século XX, quando Freud trouxe esse significante Joaquim Ferreira dos (Org.). As cem melhores crônicas
do campo das representações estéticas para o da clínica psica- brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005. p. 91.
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a) à influência dos aspectos socioculturais nas diferenças praga – aqui se faz, aqui se paga; quando doer no bolso deles,
dos falares entre indivíduos, pois ambos consideram que aí é que eles vão ver; deixa ele casar com uma megera, que ele
pessoas de mesmo nível sociocultural falam de forma se- vai ver o que é bom para a tosse, e assim por diante.
melhante. Não adianta nada, é claro. As pragas podem até colar, mas
b) à delimitação dialetal no Brasil assemelhar-se ao que não têm efeito retroativo e talvez já nem estejamos neste vale
ocorria na România Antiga, pois ambos consideram a va- de lágrimas, quando se concretizarem. Mas quiçá encontre-
riação linguística no Brasil como decorrente de aspectos mos algum consolo e esperança, ao contribuir para o acúmu-
geográficos. lo e intercâmbio das descobertas mais relevantes, a respeito
c) à variação sociocultural entre brasileiros de diferentes dos adolescentes. Pai de dois e, atualmente, anfitrião de mais
regiões, pois ambos consideram o fator sociocultural de dois, creio que posso oferecer algumas achegas, fruto de ob-
bastante peso na constituição das variedades linguísticas servação científica e de experiência duramente vivenciada.
no Brasil. Mártir da ciência e do conhecimento, menciono algumas, des-
d) à diversidade da língua portuguesa na România Antiga, pretensiosamente e sem ordem de importância.
que até hoje continua a existir, manifestando-se nas varian- A primeira é que eles são surdos. Estou convicto de que
tes linguísticas do português atual no Brasil. o sentido da audição só completa seu aparato com a maturi-
e) à existência de delimitações dialetais geográficas pou- dade. Antes, precisa de considerável estímulo para funcionar.
co marcadas no Brasil, embora cada um enfatize aspectos É imperioso ter compreensão para com o fato inescapável de
diferentes da questão. que, para que eles possam entender o que se fala na TV, ne-
cessitam de um volume suficiente para abafar três trios elétri-
95. (Efoa-MG) Leia o texto seguinte para responder à ques- cos. Do contrário, não entendem nada e, muito justamente, se
tão. revoltam. Como lemos nos jornais que os adolescentes revol-
Nós também já fomos tados esquartejam pais e avós, entram para seitas orientais
Como disse o famoso pensador Alfred E. Neumann, o mal que preceituam a abstenção de banhos ou erigem Átila como
da nova geração é que não pertencemos mais a ela. Grande modelo, cabe nos resignarmos e nos refugiarmos num quarto
e triste verdade, que sou obrigado, mais uma vez, a reco- acusticamente isolado. Penso nisso e baixo a mira do rifle que
nhecer. Sempre foi assim, informam-nos almanaques e obras já endereçava às caixas de som do home theater de um brioso
de divulgação. Praticamente desde que o homem aprendeu a adolescente, nosso vizinho, que no momento espalha seu som
escrever, algum mais velho anota comentários desalentados por toda a Zona Sul do Rio de Janeiro.
sobre a juventude. Deste jeito não dá, reclamam invariavel- Apagar luzes e aparelhos elétricos em geral é absoluta-
mente; deste jeito o mundo vai acabar, com essa dissolução mente estrangeiro à adolescência. Quando reclamei a meu fi-
de costumes, esse desapego aos valores mais básicos, essa lho de 17 anos, ele me apontou uma solução óbvia, que minha
permanente afronta ao estabelecido e sedimentado através obtusidade anciã não me deixava perceber.
de longa experiência. “A juventude é valiosa demais para ser – A luz é só pagar – disse ele. – E, os aparelhos, é só
desperdiçada com os jovens”, resmungou Bernard Shaw e res- comprar novos.
mungamos nós, coroas despeitados. Perfeitamente, como não me havia ocorrido isso antes?
Às vezes é difícil crer que já fomos assim. Não, nunca Nem cheguei a abordar o problema, tornado bastante flagran-
fomos assim, hoje em dia é muito diferente. E, por outro lado, te com a presença de outros jovens aqui em casa. Trata-se
quase não dá para acreditar que os portadores de certas ca- da circunstância de que um não come carnes (inclusive de
taduras assustadoras ou repelentes, que vemos na rua ou na peixe), embora se indigne, quando chamado de vegetariano.
televisão, já foram bebês, talvez rechonchudos, fofinhos e to- Não é vegetariano, até porque detesta verdura e sua dieta
dos os adjetivos dengosos que costumamos usar em relação a de farofa com linguiça, feijão e arroz é absolutamente pes-
bebês. Não, não, esse canalha aí nunca foi neném, já apare- soal, não se enquadra em nenhum desses códigos de velho.
ceu com esse aspecto, essa cara untuosa e malévola de quem Outra passa a sanduíches e cata meticulosamente qualquer
está permanentemente aplicando um golpe no semelhante. prato de natureza diversa, enquanto se queixa da algozaria
Mas fomos, já fomos nenéns e, ai de nós, já fomos ado- do destino, que a submete a um regime inaceitável para qual-
lescentes. Penso nisto enquanto procuro conter as nênias de quer pessoa normal – y compris coisas borrachudas, coisas
horror que me tumultuam o peito fatigado, ao encontrar de meladas, coisas dessa cor, coisas daqueloutra, coisas secas,
manhã a pia da cozinha cheia de garrafas de água e cubas coisas branquelas e muitas outras coisas por nós imemorizá-
de gelo vazias, portas de armários abertas, tênis e camisetas veis. Outra só come o que, a cada dia, lhe ditam entidades
jogadas pelo chão e outros vestígios que a adolescência deixa para nós misteriosas, cuja única coerência é rejeitar tudo o
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em seu rastro, como bem poderão testemunhar pais de ado- que na semana passada era uma delícia. Isso nos preocupa-
lescentes e de ex-adolescentes. Conheço vários pais que rogam va, porque tornava impossível organizar uma mesa de almoço
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ou jantar. Éramos obrigados a conceber e preparar um menu d) “Mártir da ciência e do conhecimento, menciono al-
para cada um, com os naturais transtornos acarretados para gumas, despretensiosamente e sem ordem de importância.”
a administração do lar e a economia doméstica. Meu filho, (§ 4) / sugere conhecimento adquirido à custa de muito
entretanto, me abriu horizontes. Da mesma forma que deixar sofrimento.
tudo ligado e comprar novo aparelho de som para substituir e) “Outra passa a sanduíches e cata meticulosamente
aquele em que derramaram sorvete é a solução, contratar um qualquer prato de natureza diversa, enquanto se queixa
bufê para cada um é o caminho mais indicado. Faz-se apenas da algozaria do destino, que a submete a um regime ina-
uma pequena despesa, que não é nada diante dos ganhos de ceitável para qualquer pessoa normal [...].” (§ 8) / sugere
tranquilidade e paz obtidos. barulho, gritaria, confusão.
E eles pagam mico. Todos eles pagam mico por nossa cau-
sa. Em meu caso pessoal, devo evitar, por exemplo, dançar. Se 96. (Mackenzie-SP) Leia o texto abaixo para responder à
eu dançar em público e na presença deles, é um mico impie- questão.
doso. Isso se estende a muitas atividades que me são vedadas Breve história do tique
e das quais tenho que manter um rol atualizado. Outro dia, 01 A palavra parece nascida da linguagem dos desenhos
à saída de um restaurante, resolvi cantarolar, de mãos dadas animados. 02Segundo alguns, sua clara origem onomatopaica
com minha filha mais nova. Ela deu uma corridinha, se afas- derivaria do alemão 03 ticken, que significa “tocar ligeiramen-
tando de mim em grande embaraço. Inadvertidamente, eu a te”, ou de um termo da 04 medicina veterinária que, já no
tinha feito pagar um mico indelével, que até agora a trauma- século XVII, associava ticq e ticquet 05 a um fenômeno no
tiza e, sem dúvida, a seguirá pela vida afora. qual os cavalos sofrem uma súbita suspensão da 06 respira-
Não, nunca fomos assim, no nosso tempo era diferente. ção, seguida por um ruído: uma espécie de soluço que produz
Faço um exame de consciência, para confirmar esta impres- 07 no animal comportamentos estranhos e sofrimento. Daí a
são. Bem, e o dia em que resolvi botar ácido sulfúrico nas extensão a 08 várias manifestações que têm em comum a ra-
verrugas que me faziam pagar os piores micos, assim esbu- pidez, o caráter repetitivo 09 e pouco controlável e a piora em
racando por contato a casa toda, de sofás a estatuetas? E o situação de stress.
dia em que, treinando para lançador de facas, transformei a Rosella Castelnuovo
porta do meu quarto numa peneira? E como me considerava Indique a alternativa correta.
o mais infeliz dos homens, por ser forçado a tomar sopa em a) Segundo alguns (ref. 02) enfatiza a expressão de certeza
jantares de cerimônia? É, melhor não mexer nessas coisas. presente em sua clara origem onomatopaica.
Aqui se faz, aqui se paga, pensando bem. b) Em uma espécie de soluço (ref. 06), a palavra destacada
RIBEIRO, João Ubaldo. Nós também já fomos. O equivale a “tipo específico e bastante conhecido”.
Globo, Rio de Janeiro, 17 jan 1999. c. 1 , p. 6. c) súbita (ref. 05) é adjetivo com sentido equivalente ao
Vocabulário: de “repentino”.
Algozaria: ação própria do algoz; crueldade d) estranhos (ref. 07) pode ser substituído, sem prejuízo de
Catadura: semblante; aspecto; aparência sentido, por “desconhecidos”.
Nênia: canto fúnebre; canção plangente; melancólica e) piora (ref. 09) é uma forma verbal que compara a situa-
Y compris (francês): incluindo ção de stress àquela de autocontrole.
Home theater (inglês): disposição de aparelho sonoro que dá
aos ouvintes sensação de som ao vivo. 97. (ITA-SP) Considere o texto abaixo.
Diferente de cidades onde imóveis de frente para o mar
O autor se vale de palavras ou expressões altamente são mais valorizados, a escassez de verde faz a vez da vista
sugestivas, de valor conotativo. Assinale a alternativa em para o Atlântico em São Paulo. Bairros que fazem fronteira
que a conotação atribuída à palavra ou expressão destacada ou que são vizinhos a grandes parques merecem destaque e
não condiz com o sentido geral do texto. seduzem por oferecer uma qualidade de vida bastante rara na
a) “[...] e outros vestígios que a adolescência deixa em seu cidade. Um desses parques, que passou algum tempo desper-
rastro [...].” (§ 3) / sugere animalidade. cebido, é o Parque do Piqueri, com uma frequência relativa-
b) “[...] deixa ele casar com uma megera, que ele vai ver o mente baixa de visitantes e cheio de árvores frondosas, lago e
que é bom para a tosse [...].” (§ 3) / sugere enfrentamento patos, agora vira a bola da vez na região Leste da cidade. [...]
das consequências de procedimento incorreto ou errôneo, Propaganda para o lançamento de um prédio de apartamentos
sobre o qual foi advertido. na cidade de São Paulo. In: Folha de S.Paulo, 12/02/2005.
c) “[...] e talvez já nem estejamos neste vale de lágrimas, Assinale a opção em que o verbo não é o mais apropria-
quando se concretizarem.” (§ 4) / sugere vida sofrida. do semanticamente ao contexto.
ENEM Linguagens e Códigos 53
a) São (“são mais valorizados”) o frontispício do livro, e a gente percebia que era dele o
b) Fazem (“fazem fronteira”) pedantismo atribuído à mosca e ao passarinho. Ridículo um
c) Merecem (“merecem destaque”) individuo hirsuto e grave, doutor e barão, pipilar conselhos,
d) Oferecer (“oferecer uma qualidade de vida”) zumbir admoestações.
e) Passou (“passou algum tempo”) RAMOS, G. Infância. Rio de Janeiro: Record. 1986. Adaptado.
lho, respondia com preceito e moral, e a mosca usava ad- A língua é viva e sofre modificações de acordo com o con-
jetivos colhidos no dicionário. A figura do barão manchava texto.
54
É um engano pensar que haja certos ou errados abso- 102. (ENEM) Texto para a questão.
lutos. Há razões históricas para que comunidades inteiras Quando eu falo com vocês, procuro usar o código de vocês.
se expressem de uma forma e não de outra. Exigir que A figura do índio no Brasil de hoje não pode ser aquela de 500
todos empreguem a mesma linguagem é um desrespeito às anos atrás, do passado, que representa aquele primeiro conta-
diferenças.” to. Da mesma forma que o Brasil de hoje não é o Brasil de on-
SARMENTO, Leila Lavar. Oficina de redação. São Paulo: tem, tem 160 milhões de pessoas com diferentes sobrenomes.
Moderna, 2003 vol. 3, 7ª série, pág. 131. Vieram para cá asiáticos, europeus, africanos, e todo mundo
Seguindo as ideias do texto, podemos concluir que: quer ser brasileiro. A importante pergunta que nós fazemos
a) a língua é morta e não sofre modificações. é: qual é o pedaço de índio que vocês têm? O seu cabelo? São
b) a variação linguística no nosso país é respeitada. seus olhos? Ou é o nome da sua rua? O nome da sua praça?
c) a linguagem culta é a única língua falada no Brasil. Enfim, vocês devem ter um pedaço de índio dentro de vocês.
d) muitos cidadãos são marginalizados por não saberem a Para nós, o importante é que vocês olhem para a gente como
norma culta. seres humanos, como pessoas que nem precisam de paterna-
e) para respeitar as diferenças, é preciso que todos sejam lismos, nem precisam ser tratadas com privilégios. Nós não
obrigados a falar a mesma linguagem. queremos tomar o Brasil de vocês, nós queremos compartilhar
esse Brasil com vocês.
101. (ENEM) Leia o texto e responda à questão. TERENA, M. Debate. MORIN, E. Saberes globais e saberes
Quando as deficiências do Ensino Médio são apresentadas locais. Rio de Janeiro: Garamond, 2000. Adaptado.
à sociedade pelos fracos resultados do ENEM, uma sensação Os procedimentos argumentativos utilizados no texto
de que há um imenso descompasso entre alunos, professores, permitem inferir que o ouvinte/leitor, no qual o emissor
governos e pais parece inevitável. São os jovens que estão foca o seu discurso, pertence:
desinteressados, é o mestre que está desmotivado, é o gover- a) ao mesmo grupo social do falante/autor.
no que investe pouco ou são os pais que estão alheios à vida b) a um grupo de brasileiros considerados não índios.
escolar dos filhos? c) a um grupo étnico que representa a maioria europeia
A resposta da equação é uma mistura desses fatores. Mas, que vive no país.
para o pedagogo Lino de Macedo (...), o desencontro acontece d) a um grupo formado por estrangeiros que falam português.
mesmo entre as instituições de ensino e o aluno no ambiente e) a um grupo sociocultural formado por brasileiros natu-
escolar. “A escola está voltada para o próprio umbigo, não ralizados e imigrantes.
olha para o aluno real, que está na sala de aula, e não tenta
compreendê-lo”, explica. 103. (ENEM) Os pronomes demonstrativos são empregados
Para promover esse encontro – desejado por todos, mas al- de diversas maneiras, podendo gerar sentidos inusitados.
cançado por poucos –, Macedo, que foi um dos cinco formula- Uma delas é depreciar o ser (substantivo) que representam.
dores do ENEM, acredita que aproximar o conteúdo programá- Marque a alternativa em que o pronome destacado não
tico do cotidiano do jovem é uma das soluções possíveis. (...) foi usado de forma depreciativa.
“A educação básica tem de desenvolver competências e a) Não é possível: você consegue gostar daquilo?
habilidades nos alunos. (...) O que sobra da educação bási- b) Aquilo é um boteco da pior estirpe.
ca é o que o sujeito aprendeu como disciplina no sentido de c) Como você pôde fazer um trabalho desses?
habilidade e competência para fazer o melhor possível em de- d) Esse aí nunca soube o que é educação.
terminada situação, saber tomar decisões. É importante que e) Ela me deu aquele presente!
o jovem saiba demonstrar um teorema, argumentar, ler uma
fórmula, fazer um cálculo mais sofisticado, ler e interpretar 104. (ENEM) Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço
um texto, trabalhar com escalas, grandezas etc.” esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo
TAVARES, Flávia. Escola só olha o próprio umbigo. O Estado até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela es-
de S. Paulo. São Paulo: 10 mai. 2009, Aliás, p. 3. corregando, sentou-se na calçada, ainda úmida da chuva, e
Analisando as argumentações do texto, podemos afir- descansou na pedra o cachimbo.
mar que ele tem como público-alvo, exceto: Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não
a) profissionais da educação. se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se
b) profissionais liberais de outros países. ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia
c) alunos. sofrer de ataque.
d) pais. TREVISAN, D. Uma vela para Dario. Cemitério de elefantes.
e) pessoas interessadas no desenvolvimento do Brasil. Rio de Janeiro: civilização Brasileira. 1964. Adaptado.
ENEM Linguagens e Códigos 55
No texto anterior um acontecimento é narrado em lingua- ajustou o DNA da fauna cambriana, provocando a explosão da
gem literária. Esse mesmo fato, se relatado em versão jorna- vida daquele período. Mas não há razão para crer em fanta-
lística, com características de notícia, seria identificado em: sias desse tipo.”
a) Aí, amigão, fui diminuindo o passo e tentei me apoiar LIMA, Eduardo. Advogado do Diabo. SuperInteressante, São
no guarda-chuva... mas não deu. Encostei na parede e fui Paulo, n. 263-A, p. 11, mar. 2009 (com adaptações).
escorregando. Foi mal cara! Perdi os sentidos ali mesmo. Um Os dois entrevistados responderam a questões idênti-
povo que passava falou comigo e tentou me socorrer. E eu, cas, e as respostas a uma delas foram reproduzidas aqui.
ali, estatelado, sem conseguir falar nada! Cruzes! Que mal! Tais respostas revelam opiniões opostas: um defende a
b) O representante comercial Dari Ferreira, 43 anos, não re- existência de Deus e o outro não concorda com isso. Para
sistiu e caiu na calçada da Rua da Abolição, quase esquina defender seu ponto de vista:
com a Padre Vieira, no centro da cidade, ontem por volta do a) o religioso ataca a ciência, desqualificando a teoria da
meio-dia. O homem ainda tentou apoiar-se no guarda-chuva evolução, e o ateu apresenta comprovações científicas dessa
que trazia, mas não conseguiu. Aos populares que tentaram teoria para derrubar a ideia de que Deus existe.
socorrê-lo não conseguiu dar qualquer informação. b) Scherer impõe sua opinião, pela expressão “claro que
c) Eu logo vi que podia se tratar de um ataque. Eu vinha logo sim”, por se considerar autoridade competente para definir
atrás. O homem, todo aprumado, de guarda-chuva no braço e o assunto, enquanto Dennett expressa dúvida, com expres-
cachimbo na boca, dobrou a esquina e foi diminuindo o passo sões como “é possível”, assumindo não ter opinião formada.
até se sentar no chão da calçada. Algumas pessoas que passa- c) o arcebispo critica a teoria do design inteligente, pondo
vam pararam para ajudar, mas ele nem conseguia falar. em dúvida a existência de Deus, e o ateu argumenta com
d) Vítima idade: entre 40 e 45 anos base no fato de que algo só pode evoluir se, antes, existir.
Sexo: masculino d) o arcebispo usa uma lacuna da ciência para defender a exis-
Cor: branca tência de Deus, enquanto o filósofo faz uma ironia, sugerindo
Ocorrência: Encontrado desacordado na Rua da Abolição, que qualquer coisa inventada poderia preencher essa lacuna.
quase esquina com Padre Vieira. Ambulância chamada às e) o filósofo utiliza dados históricos em sua argumentação,
12h34min por homem desconhecido. A caminho. ao afirmar que a crença em Deus é algo primitivo, criado na
e) Pronto-socorro? Por favor, tem um homem caído na cal- época cambriana, enquanto o religioso baseia sua argumen-
çada da rua da Abolição, quase esquina com a Padre Vieira. tação no fato de que algumas coisas podem “surgir do nada”.
Ele parece desmaiado. Tem um grupo de pessoas em volta
dele. Mas parece que ninguém aqui pode ajudar. Ele precisa 106. (ENEM) Texto para a questão.
de uma ambulância rápido. Por favor, venham logo!
“É claro que é possível, assim como se pode acreditar que Tendo em vista a segunda fala do personagem entrevis-
um super-homem veio para a Terra há 530 milhões de anos e tado, constata-se que:
56
109. (ENEM) Os dois fragmentos abaixo foram retirados do a) Tá na cara que ela fez a escolha certa. Consultou um
poema Navio negreiro, de Castro Alves. Procure lê-los, para dermatologista.
depois marcar o item incorreto. b) Coisa fina! DVD Ultra-slim da Toshiba. Apenas 3,9 cm de
[...] altura.
Senhor Deus dos desgraçados! c) Chegou a nova Chevrolet S10 Sertões. Essa vai longe.
Dizei-me vós, Senhor Deus! d) Chegou Stilo Connect. O primeiro carro nacional que faz
Se é loucura... se é verdade ligações usando apenas o comando de voz.
Tanto horror perante os céus?! e) Novas suítes da Maternidade São Luiz. Para quem tem
Ó mar, por que não apagas o rei na barriga.
Co’a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?... 111. (ENEM) Cientistas da Grã-Bretanha anunciaram ter iden-
Astros! noites! tempestades! tificado o primeiro gene humano relacionado com o desenvol-
Rolai das imensidades! vimento da linguagem, o FOXP2. A descoberta pode ajudar
Varrei os mares, tufão! os pesquisadores a compreender os misteriosos mecanismos
[...] do discurso – que é uma característica exclusiva dos seres
Existe um povo que a bandeira empresta humanos. O gene pode indicar por que e como as pessoas
P’ra cobrir tanta infâmia e cobardia!... aprendem a se comunicar e a se expressar e por que algumas
E deixa-a transformar-se nessa festa crianças têm disfunções nessa área. Segundo o professor An-
Em manto impuro de bacante fria!... thony Monaco, do Centro Wellcome Trust de Genética Humana,
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta, de Oxford, além de ajudar a diagnosticar desordens de discur-
Que impudente na gávea1 tripudia? so, o estudo do gene vai possibilitar a descoberta de outros
Silêncio. Musa... chora, e chora tanto genes com imperfeições. Dessa forma, o prosseguimento das
Que o pavilhão se lave no teu pranto!... investigações pode levar a descobrir também esses genes as-
[...] sociados e, assim, abrir uma possibilidade de curar todos os
1. Vela que enverga na verga de gávea grande.
males relacionados à linguagem.
Disponível em: <http//www.bbc.co.uk>.
a) Na primeira parte acima, o poeta lança mão de um pro- Acesso em: 4 maio 2009. Adaptado.
cedimento estilístico, a apóstrofe, com o claro intuito de Para convencer o leitor da veracidade das informações
aumentar o tom retórico (grandioso) desse poema épico. contidas no texto, o autor recorre à estratégia de:
b) O borrão citado no primeiro trecho, sem sombra de dú- a) citar autoridade especialista no assunto em questão.
vidas, pode ser associado ao terrível processo da escravi- b) destacar os cientistas da Grã-Bretanha.
dão, isto é, borrão é o navio negreiro deslizando nas águas c) apresentar citações de diferentes fontes de divulgação
do mar. científica.
c) No trecho dois há um sentimento de repúdio (aversão) d) detalhar os procedimentos efetuados durante o processo
aos portugueses, principais motivadores da escravidão do da pesquisa.
negro na plaga brasileira (“Existe um povo que a bandeira e) elencar as possíveis consequências positivas que a des-
empresta”). coberta vai trazer.
d) Ao final do trecho, o poeta evoca a musa (poesia) a
“chorar”, isto é, denunciar as mazelas da colonização, com 112. (ENEM)
isso o seu pranto (lamento crítico) teria o poder de acordar Diga não ao não
uma consciência sobre a vergonha da escravidão (“Que o Quem disse que alguma coisa é impossível?
pavilhão se lave no teu pranto”). Olhe ao redor. O mundo está cheio de coisas que, segundo
e) O tom grandiloquente da poética castroalvina é coeren- os pessimistas, nunca teriam acontecido.
te com a proposta da terceira geração do Romantismo, cha- “Impossível.”
mada de condoreira. Tal como Victor Hugo na França, essa “Impraticável.”
geração colocou sua voz a serviço da luta pela liberdade e “Não”.
portanto combatendo a opressão. E ainda assim! sim.
Sim, Santos Dumont foi o primeiro homem a decolar a bor-
110. (ENEM) A polissemia é um recurso expressivo que do de um avião, impulsionado por um motor aeronáutico. Sim,
consiste em utilizar palavras que possam ter mais de um Visconde de Mauá, um dos maiores empreendedores do Brasil,
EM1D-12-1E
significado no contexto em que foram utilizadas. Assinale inaugurou a primeira rodovia pavimentada do país. Sim, uma
a alternativa que não apresenta esse recurso. empresa brasileira também inovou no país. Abasteceu o pri-
58
meiro voo comercial brasileiro. Foi a primeira empresa privada a) minimizar a importância da invenção do avião por San-
a produzir petróleo na Bacia de Campos. Desenvolveu um óleo tos Dumont.
combustível mais limpo, o OC Plus. O que é necessário para b) mencionar os feitos de grandes empreendedores da his-
transformar o não em sim? Curiosidade. Mente aberta. Vonta- tória do Brasil.
de de arriscar. E quando o problema parece insolúvel, quando c) ressaltar a importância do pessimismo para promover
o desafio é muito duro, dizer: vamos lá. transformações.
Soluções de energia para um mundo real. d) associar os empreendimentos da empresa petrolífera a
Jornal da ABI. n. 336. dez. de 2008 Adaptado. feitos históricos.
O texto publicitário apresenta a oposição entre “impossí- e) ironizar os empreendimentos rodoviários de Visconde
vel”, “impraticável”, “não” e “sim”. Essa oposição, usada como de Mauá no Brasil.
um recurso argumentativo, tem a função de:
114. (ENEM)
SOUZA, Maurício de. [Chico Bento]. O Globo, Rio de Janeiro, Segundo Caderno, 19 dez. 2008, p.7.
O personagem Chico Bento pode ser considerado um típico habitante da zona rural, comumente chamado de “roceiro”
ou “caipira”. Considerando a sua fala, essa tipicidade é confirmada primordialmente pela:
ENEM Linguagens e Códigos 59
Leia o anúncio publicitário a seguir e responda às ques- a seguir e presente também na composição de Renato Russo
tões 118 e 119. “Se encontraram então no parque da cidade; a Mônica de
moto e o Eduardo de camelo”, não significa “mamífero ru-
minante, usado como animal de sela em regiões desérticas”,
e sim “bicicleta”. De posse dessas informações, assinale a
alternativa que não apresenta uso de gíria, como o citado
anteriormente.
123. (ENEM)
124. (ENEM) que ocorre o único contato das crianças com a gramática
O mal maior da gíria reside na sua adoção como forma normativa e com a norma-padrão.
permanente de comunicação, desencadeando um proces- Consultoria Eni Orlandi, professora do Instituto de Estudos da
so não só de esquecimento, como de desprezo ao voca- Linguagem da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
bulário oficial. Usada no momento certo, porém, a gíria S.O.S. Português. Revista Nova Escola. Edição 222, p. 28, mai. 2009.
é um elemento de linguagem que denota expressividade Em relação ao texto anterior, marque a única afirmação
e revela grande criatividade, desde que, naturalmente, correta.
adequada à mensagem, ao meio e ao receptor. A gíria a) A gramática normativa apresenta o dialeto regional como
é admitida na língua falada. Na língua escrita deve ser uma das possíveis variedades da língua, adequado em certas
evitada, a não ser na reprodução da fala de determinada circunstâncias e inadequado em outras.
época, com a visível intenção de documentar o fato, ou b) O modo de expressão dos falantes cultos, aquelas pessoas
em casos especiais de comunicação entre amigos, fami- que têm acesso às regras padronizadas, incutidas no processo
liares, namorados etc., caracterizados pela linguagem de escolarização, é a norma culta.
informal. c) Toda forma elevada de linguagem, que se aproxime
De posse das informações do texto, leia as frases a seguir. dos padrões informais da linguagem, configura a norma
I. O ancião quedou-se estático e boquiaberto. culta.
II. O velho ficou parado e de boca aberta. d) As pessoas podem transitar pela norma culta e pela lin-
III. O coroa ficou na dele mosqueando. guagem coloquial sem fazer distinção entre as duas, pois não
IV. O véio encarangô. há uma linha demarcatória entre elas.
V. O cavalheiro de idade permaneceu quieto, em atitude e) A norma gramatical descreve as variantes linguísticas, ob-
contemplativa. servando a expressividade, as intenções e as situações em que
Todas essas frases apresentam o mesmo significado. essas variantes são empregadas.
Baseando-se no texto anterior, identifique aquelas que,
apesar de transmitirem a mesma informação das demais, 126. (ENEM)
apresentam uso de gíria. O papa recebe conselhos de Lula, mas “talvez” não com-
a) III e IV, apenas. bina com “certamente”
b) III e II, apenas. Em encontro com o papa em Roma, o presidente Luiz Iná-
c) I e IV, apenas. cio Lula da Silva o concitou a aproveitar os sermões das mis-
d) I, II e III. sas domingueiras para exortar os dirigentes dos países ricos
e) I, II e IV. a darem um jeito de combater a crise financeira mundial com
mais vigor. Afinal, ele lembrou, os pobres não têm nada com
125. (ENEM) isso.” (...) a crise é grave”, contou o presidente Lula a Bento
A norma gramatical é aquela relacionada à gramática XVI. E completou: “Eu pedi ao papa que nos seus pronuncia-
normativa: só o que está de acordo com ela é correto. Po- mentos ele fale da crise econômica, pois, se todo domingo
rém ela incorpora muitas regras que não são usadas coti- o papa der um ‘conselhozinho’, quem sabe a gente encontra
dianamente. mais facilidade para resolver o problema”.
A norma-padrão, por sua vez, está vinculada a uma Pode ser. Depois, encontrou-se com o finado George
língua modelo. Segue prescrições representadas na gramá- W. Bush num dos encontros do G-20. Disse Lula: “Esta
tica, mas é marcada pela língua produzida em certo mo- certamente talvez seja uma das maiores crises que já en-
mento da história e em uma determinada sociedade. Como frentamos”.
a língua está em constante mudança, diferentes formas (...)
de linguagem que hoje não são consideradas pela norma- MACHADO, Josué. O bom conselheiro. Revista
padrão, com o tempo, podem vir a se legitimar. Por fim, a Língua Portuguesa. Ed. 41, mar. 2009.
norma culta é a que resulta da prática da língua em um A afirmação feita no título do artigo pode ser justifi-
meio social considerado culto – tomando-se como base pes- cada porque, na frase “Esta certamente talvez seja uma das
soas de nível superior completo e moradoras de centros ur- maiores crises que já enfrentamos.”, os vocábulos destaca-
banos. No Brasil, ela foi estudada por meio de pesquisa de dos expressam, respectivamente:
campo realizada há quase 50 anos, tomando-se como base a) tempo e modo.
falantes de algumas capitais. Como desde então não foram b) intensidade e modo.
realizados novos estudos, a norma culta caiu em desuso. O c) afirmação e tempo.
uso dessas regras varia de acordo com as situações e con- d) modo e dúvida.
dições de vida de cada um. Em muitos casos, é na escola e) afirmação e dúvida.
ENEM Linguagens e Códigos 63
127. (ENEM) Leia o texto e responda à questão. Gerente – Nós dispomos de várias modalidades de crédito.
Quando as deficiências do Ensino Médio são apresentadas O senhor é nosso cliente?
à sociedade pelos fracos resultados do ENEM, uma sensação de Cliente – Sou Júlio César Fontoura, também sou funcioná-
que há um imenso descompasso entre alunos, professores, go- rio do banco.
vernos e pais parece inevitável. São os jovens que estão desin- Gerente – Julinho, é você, cara? Aqui é a Helena! Cê tá em
teressados, é o mestre que está desmotivado, é o governo que Brasília? Pensei que você inda tivesse na agência de Uberlân-
investe pouco ou são os pais que estão alheios à vida escolar dia! Passa aqui pra gente conversar com calma.
dos filhos? BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua
A resposta da equação é uma mistura desses fatores. Mas, materna. São Paulo: Parábola, 2004. Adaptado.
para o pedagogo Lino de Macedo (...), o desencontro acontece
mesmo entre as instituições de ensino e o aluno no ambien- Na representação escrita da conversa telefônica entre a
te escolar. “A escola está voltada para o próprio umbigo, não gerente do banco e o cliente, observa-se que a maneira de
olha para o aluno real, que está na sala de aula, e não tenta falar da gerente foi alterada de repente devido:
compreendê-lo”, explica. a) à adequação de sua fala à conversa com um amigo, ca-
Para promover esse encontro – desejado por todos, mas racterizada pela informalidade.
alcançado por poucos –, Macedo, que foi um dos cinco for- b) à iniciativa do cliente em se apresentar como funcio-
muladores do ENEM, acredita que aproximar o conteúdo nário do banco.
programático do cotidiano do jovem é uma das soluções c) ao fato de ambos terem nascido em Uberlândia (Minas
possíveis. (...) Gerais).
“A educação básica tem de desenvolver competências e d) à intimidade forçada pelo cliente ao fornecer seu nome
habilidades nos alunos. (...) O que sobra da educação bási- completo.
ca é o que o sujeito aprendeu como disciplina no sentido de e) ao seu interesse profissional em financiar o veículo
habilidade e competência para fazer o melhor possível em de- de Júlio.
terminada situação, saber tomar decisões. É importante que
o jovem saiba demonstrar um teorema, argumentar, ler uma 129. (ENEM)
fórmula, fazer um cálculo mais sofisticado, ler e interpretar
um texto, trabalhar com escalas, grandezas etc.”
TAVARES, Flávia. Escola só olha o próprio umbigo. O Estado
de S. Paulo. São Paulo, 10 mai. 2009, Aliás, p. 3.
a) implementar a fala, tendo em vista maior desenvoltura, 131. (Unicamp-SP adaptada) Encontram-se, abaixo, a trans
naturalidade e segurança no uso da língua. crição de parte de uma transmissão de jogo de futebol, tre-
b) conhecer gêneros mais formais da modalidade oral para cho de uma canção e uma manchete de notícia.
a obtenção de clareza na comunicação oral e escrita. Texto 1
c) dominar as diferentes variedades do registro oral da língua Na marca de 36 minutos do primeiro tempo do jogo, pode
portuguesa para escrever com adequação, eficiência e correção. abrir o marcador o time da Itapirense. A Esportiva precisa
d) empregar vocabulário adequado e usar regras da norma- da vitória. Tomando posição o camisa 9 Juary. É a batida de
-padrão da língua em se tratando da modalidade escrita. penalidade máxima. Faz festa a torcida. Fica no centro do gol
e) utilizar recursos mais expressivos e menos desgastados o goleiro Cléber. Partiu Juary com a bola para a esquerda, to-
da variedade-padrão da língua para se expressar com algu- cou, é gol. Gol da Esportiva! E o Mogi Mirim tem posse de bola
ma segurança e sucesso. agora, escanteio pela direita. 39 minutos, Juan na cobrança
do escanteio para o Mogi Mirim, chutou, cruzou, cabeceia An-
130. (ENEM) derson Conceição e é gol.
A chuva capou o gato Foi aos 39 minutos do primeiro tempo, Juan pra co-
Capar o gato no ciearencês significa ir embora. Não é à toa brança do lado direito, subiu, desviou de cabeça o zagueiro
que, historicamente, em julho, o índice pluviométrico no Cea- Anderson Conceição, bola pro fundo da rede do goleiro Brás
rá é o menor em relação à Bahia, Alagoas, Pernambuco e Rio da Itapirense. Cutucou pro fundo da rede Anderson Concei-
Grande do Norte. Isso quer dizer que, quando assistimos a uma ção, camisa 4.
previsão do tempo na TV, afirmando que vai chover no litoral do Transcrição adaptada de trecho da transmissão da partida entre
nordeste, a gente diz logo: “arre égua, no Ceará mesmo não”. Mogi Mirim Esporte Clube e Itapirense em 04/10/2008.
Portanto, se você quer aproveitar de verdade o sol do Nordes- Disponível no Podcast “Mogi Mirim Esporte
te em julho, faça como o próprio sol: escolha o Ceará como desti- Clube”, em www. mogimirim.com.br
no e venha conferir a nova atração do Beach Park, o Ramubrinká. Texto 2
Propaganda do Beach Park, em Fortaleza. Cotidiano
In: Folha de S.Paulo, 12/06/2009. Todo dia ela faz
No segundo parágrafo do texto, empregou-se o trata- Tudo sempre igual
mento de terceira pessoa do singular com o uso do pronome Me sacode
você. No entanto, é comum no falar corrente do nordestino Às seis horas da manhã
o emprego do pronome tu. Me sorri um sorriso pontual
Assinale a única alternativa em que o segundo pará- E me beija com a boca
grafo foi corretamente reescrito, trocando-se o pronome De hortelã (...)
“você“ pelo pronome “tu”. Chico Buarque
a) Portanto, se tu queres aproveitar de verdade o sol do Texto 3
Nordeste em julho, faça como o próprio sol: escolhe o Ceará Presidente visita amanhã a Estação Antártica
como destino e vem conferir a nova atração do Beach Park, Imprensa Nacional. Disponível em: <http//
o Ramubrinká. www.in.gov.br>, 15/02/2008
b) Portanto, se tu queres aproveitar de verdade o sol do
Nordeste em julho, faça como o próprio sol: escolha o Ceará Analise as proposições abaixo em verdadeiras ou falsas
como destino e vem conferir a nova atração do Beach Park, e depois marque a alternativa adequada.
o Ramubrinká. I. Nos três textos ocorrem verbos no tempo presente.
c) Portanto, se tu queres aproveitar de verdade o sol do Entretanto, seu uso descreve as ações de formas diferentes.
Nordeste em julho, faze como o próprio sol: escolhe o Ceará No texto 1, o presente do indicativo foi empregado para
como destino e venha conferir a nova atração do Beach deixar claro que as ações aconteciam no momento em que
Park, o Ramubrinká. eram enunciadas. No texto 2, o presente foi empregado
d) Portanto, se tu quer aproveitares de verdade o sol do para deixar a ideia de habitualidade, sugerida pelo título
Nordeste em julho, faz como o próprio sol: escolhe o Ceará da canção. No texto 3, ele foi empregado para gerar certeza
como destino e vem conferir a nova atração do Beach Park, e credibilidade sobre uma ação que ainda ocorreria no futu-
o Ramubrinká. ro relativo ao momento da enunciação.
e) Portanto, se tu queres aproveitar de verdade o sol do II. O encadeamento narrativo do texto 1 é construído pela
Nordeste em julho, faz como o próprio sol: escolhe o Ceará alternância entre verbos no presente e no passado. Isso se
como destino e vem conferir a nova atração do Beach Park, deve à estratégia utilizada de repetir cenas já acontecidas,
o Ramubrinká. como se faz no que se chama de “replay”.
ENEM Linguagens e Códigos 65
III. No último parágrafo do texto 1, a presença exclusiva a) da linguagem formal com alguns trechos que demons-
do passado deixa claro que o trecho todo retrata uma “joga- tram ousadia, principalmente no que diz respeito à cons-
da” já acontecida e que é rememorada pelo locutor. trução sintática.
a) Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras. b) tanto da linguagem formal quanto da linguagem colo-
b) Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras. quial, para demarcar, com clareza, personagem e narrador.
c) Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras. c) de uma linguagem coloquial caracterizada pela repro-
d) Todas as afirmativas são verdadeiras. dução da pronúncia das palavras.
e) Nenhuma das afirmativas é verdadeira. d) de frases carregadas de melodia e sonoridade para enfati-
zar o pedido de desculpas feito pelo personagem.
132. (UFU-MG) Em apenas uma das alternativas abaixo não e) de linguagem regionalista, mostrando fidelidade ao vo-
encontramos pleonasmos. Assinale-a. cabulário do gaúcho.
a) Suas músicas, ouço-as sempre com emoção.
b) Aos filhos, dá-lhes o melhor de si. 134. (ENEM)
c) Ao avarento, nada lhe devo. Iscute o que tô dizendo,
d) O garoto manda-lhe um abraço. Seu dotô, seu coroné:
e) Os exercícios, eu os resolvi rapidamente. De fome tão padecendo
Meus tio e minha muié.
133. (ENEM) Sem briga, questão nem guerra.
Foi sonho Meça desta grande terra
– Antão, Frorinda, que é isso! Você tá loca... Umas tarefa pra eu!
Será que você qué abandoná seu negro prucauso de outra Tenha pena do agregado
muié?... Inda que eu fosse um desses miserave que dêxum Não me deixe deserdado
fartá inté pão em casa, mais eu, Frorinda! Que nunca te dexei Daquilo que Deus me deu.
sem surtimento! E inté trago tudo de sobra pá gente pudê PATATIVA DO ASSARÉ. A terra é natura In: Cordéis e outros poemas.
sê filiz... Quando que na casa da sua mãi ocê usô argola nas Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2008. Fragmento.
orêia, feito deusa? Sô eu, que quero ocê bunita sempe, bunita
pr’eu querê bem, e não bunita pá gozá ... Quando Romero A partir da análise da linguagem utilizada no poema,
comprô aquela brusa de seda pra muié dele, num comprei infere-se que o eu lírico revela-se como falante de uma va-
logo um vistido intero pr’ocê? Dexa disso Frorinda, eu exprico riedade linguística específica. Esse falante, em seu grupo
tudo! Num vamo agora se disgraçá pr’uma coisinha de nada! social, é identificado como um falante:
... Eu onte caí na farra, tanta gente mascarado divirtino, a) escolarizado proveniente de uma metrópole.
ocê tava tão longe pr’eu í buscá ... Depois minha mulé num é b) sertanejo morador de uma área rural.
pra farra não! Eu quis mulé foi pá tá im casa mi sirvindo cum c) idoso que habita uma comunidade urbana.
duçura, intrei na premera venda e bibi. Antão me deu uma d) escolarizado que habita uma comunidade do interior
corage de sê o que num tenho sido, ocê bem sabe que num te- do país.
nho sido, mais quis caí na farra uma veiz. Inté tava bem triste e) estrangeira que imigrou para uma comunidade do sul
pruque de repente me alembrei que dê-certo o Romero tava im do pais.
casa cum a famia, im veiz de andá sozinho cumo eu tava feito
sordado na vida... Porém já tinha bibido outra veiz, fiquei con- H26 Relacionar as variedades linguísticas a
tente, pois num tenho que dá satisfação ninhuma pr’u Romero, situações específicas de uso social.
eu sô eu! Fui dexá as ferramenta na premera venda que eu sô
cunhicido lá, tava todo sujo do trabaio, mai justifiquei que pra 135. (Encceja) Atenção, malandrage! Eu num vô pedir nada, vô
caí na farra num caricia de mi trocá. Farra é vergonha, pra sujo te dá um alô! Te liga aí: aids é uma praga que rói até os mais for-
de pensamento, sujo de corpo num faiz má. tes, e rói devagarinho. Deixa o corpo sem defesa contra a doença.
ANDRADE, Mário de. Os filhos da Candinha. São Paulo: Agir, 2008. Quem pegá essa praga está ralado de verde e amarelo, de
primeiro ao quinto, e sem vaselina. Num tem dotô que dê jei-
No texto, Mário de Andrade, de acordo com a tendên- to, nem reza brava, nem choro, nem vela, nem ai, Jesus (...).
cia do Modernismo de registrar a cultura popular brasileira, Agência Adag. Realização: TV Cultura, 1988.
utilizou vários recursos linguísticos para manifestar traços
peculiares do personagem também pela “forma” da escrita. O trecho foi tirado de um vídeo exibido na Casa de De-
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Dentre os recursos usados na elaboração do texto, está o uso: tenção de São Paulo e foi produzido com o objetivo de ensi-
66
nar aos presos formas de prevenção contra a aids. A escolha Observe as afirmativas abaixo e avalie se são verda-
da linguagem utilizada tem a finalidade de: deiras ou falsas. Depois marque a alternativa adequada.
a) mostrar a fala do dia a dia das pessoas. I. Nos fragmentos do poema, há vários verbos emprega-
b) imitar a fala de um advogado no tribunal. dos na 2ª pessoa do modo imperativo, pressupondo o sujeito
c) expressar proximidade com a fala dos presidiários. tu, dentre eles as formas “não faças”, “não aquece” “pene-
d) reproduzir a fala de uma determinada região. tra”, “chega”.
e) distanciar-se da fala do público-alvo. II. Se o primeiro verso fosse reescrito como “Não faça
versos sobre acontecimentos”, o último verso deveria ser
136. (Encceja) modificado para “Trouxestes a chave?”.
Mosquito do bem III. No verso “Cada uma tem mil faces secretas sob a face
Inseto transgênico é a nova arma contra malária. neutra”, a expressão Cada uma pode ser substituída por
ISTOÉ, 19/04/2006. “Todas elas”, mantendo-se a coerência e a correção grama-
tical.
O texto anterior é o título e subtítulo de uma reporta- a) Todas as afirmativas são verdadeiras.
gem veiculada recentemente na mídia. O uso da expressão b) Todas as afirmativas são falsas.
do bem, uma gíria utilizada pelos jovens atuais, reforça: c) São verdadeiras apenas as afirmativas I e II.
a) a possibilidade de existência de novas armas letais. d) É verdadeira apenas a afimativa I.
b) o conceito de transgênico, algo inovador na ciência. e) É verdadeira apenas a afirmativa II.
c) a existência de doenças, ainda em processo de cura.
d) o desenvolvimento de técnicas modernas na área da 139. (ENEM) Leia o diálogo abaixo, entre os personagens
saúde. Leonardo e Luizinha, de Memórias de um sargento de milí-
e) a incapacidade de se produzirem novos remédios. cias, de Manuel Antônio de Almeida.
– A senhora... sabe...uma coisa?
137. (ENEM) O jornal Folha de S.Paulo utilizou em certa E riu-se com uma risada forçada, pálida e tola.
época o seguinte slogan: “Folha, não dá pra não ler”. Luizinha não respondeu. Ele repetiu no mesmo tom:
Considerando a polissemia do verbo dar, assinale a al- – Então... a senhora... sabe ou... não sabe?
ternativa em que o verbo dar foi empregado com a mesma E tornou a rir-se do mesmo modo. Luizinha conservou-se
significação da frase apresentada. muda.
a) Ele deu três exemplos discutíveis. – A senhora bem sabe...é porque não quer dizer...
b) Quem dá aos pobres empresta a Deus. Nada de resposta.
c) Deram com a cara na porta. – Se a senhora não ficasse zangada ... eu dizia...
d) Não dá para comparar uma coisa com outra. Silêncio.
e) Dá pena o estado em que se encontra a educação no país. – Está bom ... Eu digo sempre... mas a senhora fica ou não
fica zangada?
138. (Unesp) Luizinha fez um gesto de quem estava impacientada.
Procura da poesia – Pois então eu digo ... a senhora não sabe ... eu...eu lhe
Não faças versos sobre acontecimentos, quero ... muito bem...
Não há criação nem morte perante a poesia. Manuel Antônio de Almeida. Memórias de um sargento de milícias
Diante dela, a vida é um sol estático, não aquece nem
ilumina. Analise os comentários abaixo, sobre o emprego de
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não formas verbais no texto, e depois marque a alternativa
contam. adequada.
(...) I. Os trechos “– Se a senhora não ficasse zangada
Penetra surdamente no reino das palavras. ... eu dizia...” e “– Está bom ... Eu digo sempre... mas
Lá estão os poemas que esperam ser escritos. a senhora fica ou não fica zangada? ” apresentam for-
(...) ma popular no uso do tempo verbal. De acordo com a
Chega mais perto e contempla as palavras. norma-padrão para o emprego dos tempos verbais, a
Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te forma “dizia” deve ser substituída por “diria” e “fica”,
pergunta, sem interesse pela resposta pobre ou terrível, que por “ficará”.
lhe deres: II. O emprego de “dizia” por “diria” cria um efeito de
Trouxeste a chave? sentido que faz com que o leitor deposite mais credibilida-
Carlos Drummond de Andrade de na ocorrência da ação indicada pelo verbo.
ENEM Linguagens e Códigos 67
III. O emprego de “fica” por “ficará” cria um efeito de sen- III. No trecho “As coisas haviam mudado”, a expressão
tido que estabelece para o enunciado uma hipotetização da verbal indica ação já conclusa no marco temporal, ou seja,
ação apresentada pelo verbo. as coisas mudaram antes de a missa começar. Haviam mu-
a) São verdadeiras apenas as afirmativas I e II. dado indica anterioridade em relação a Ia começar.
b) São verdadeiras apenas as afirmativas I e III. a) Apenas I é verdadeira.
c) São verdadeiras apenas as afirmativas II e III. b) Apenas II é verdadeira.
d) Todas as afirmativas são verdadeiras. c) Apenas III é verdadeira.
e) Nenhuma das afirmativas é verdadeira. d) Apenas I e II são verdadeiras.
e) Apenas I e III são verdadeiras.
140. (UFU-MG) Assinale a alternativa em que o emprego do
tempo verbal está adequadamente explicado. 142. (Fuvest-SP) Na frase “O Sol ainda produzirá energia
a) “Canudos está presente em todo o país”. O presente do (...)”, o advérbio ainda tem o mesmo sentido que em:
indicativo está sendo empregado para enunciar um aconte- a) Ainda lutando, nada conseguirá.
cimento futuro. b) Há ainda outras pessoas envolvidas no caso.
b) “A primeira de todas elas completa, em novembro, um c) Ainda há cinco minutos ela estava aqui.
centenário de surgimento”. O presente do indicativo está d) Um dia ele voltará, e ela estará ainda à sua espera.
sendo usado para indicar fato habitual. e) Sei que ainda serás rico.
c) “As favelas se expandiram e tomaram conta do país”.
O pretérito perfeito do indicativo está sendo usado para 143. (ENEM)
indicar fato habitual. Lágrimas de crocodilo
d) “... locais próximos a Canudos, onde crescia a planta”. Lágrimas de crocodilo é uma expressão bastante conheci-
O pretérito imperfeito do indicativo está sendo usado para da. O crocodilo quando ingere um alimento faz forte pressão
designar um fato permanente. contra o céu da boca, comprimindo as glândulas lacrimais.
e) “Talvez tenham chamado o lugar de morro da Favela...”. Assim, ele “chora” enquanto devora uma vítima.
O pretérito perfeito do subjuntivo está sendo usado para Marcelo Duarte. Guia dos curiosos, 2003.
indicar um fato hipotético.
Observa-se que:
141. (UFC-CE) Padre Anselmo olhou com tristeza as mulheres I. Para explicar o sentido da “lágrimas de crocodilo”,
ajoelhadas à sua frente. Ia começar a missa e sentia-se ex- o texto faz uso de uma linguagem conotativa, comum aos
tremamente cansado. Onde aquela piedade com que celebrava dicionários.
nos seus tempos de jovem sacerdote, preocupado com a sal- II. A função metalinguística da linguagem predomina
vação das almas? As coisas haviam mudado. Discutiam-se os no texto, visto que há uma intenção de deixar claro ao
novos ritos, as novas fórmulas. (...) Sentia-se tímido, vencido, leitor o significado da expressão “lágrimas de crocodilo”.
olhando para os fiéis, pronunciando palavras na língua que III. As lágrimas de crocodilo são sinceras, pois são resul-
falava em casa, na rua. A mesma língua dos bêbedos, dos tantes de forte pressão no céu da boca do animal.
vagabundos, das meretrizes. Pode-se afirmar que:
De todos. Benzeu-se instintivamente: a) todas as proposições estão corretas.
– Em nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo. Amém. b) apenas I e II estão corretas.
BEZERRA, João Clímaco. A vinha dos esquecidos. c) apenas I está correta.
Fortaleza: UFC, 2005. p.32-33. d) apenas II está correta.
e) apenas II e III estão corretas.
Considere as afirmativas sobre o emprego dos verbos do
texto e, em seguida, assinale a alternativa correta. 144. (ENEM)
I. No trecho “Ia começar a missa e sentia-se extrema- Leia atentamente os dois excertos a seguir e responda
mente cansado”, sentia-se indica anterioridade em relação ao que se pede.
a Ia começar. Há indicação de que, no marco temporal “ia Texto I
começar”, a ação de sentir-se cansado já acontecia. Quando ouvimos a fala de alguém, principalmente se se
II. No trecho “Onde estava aquela piedade com que ce- trata de pessoa diferente de nós (mais pobre, mais ignorante,
lebrava nos seus tempos de jovem sacerdote...”, a ação de de outra região do país), certamente perceberemos em sua fala
celebrar ocorria de forma habitual, quando o personagem algumas características que nos chamam a atenção. A algumas
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ainda era jovem, ou seja, celebrava indica posterioridade dessas características estamos acostumados a chamar de erro.
em relação a sentia-se. Sírio Possenti
68
Texto II 146. (ENEM) Vera, Sílvia e Emília saíram para passear pela
(...) chácara com Irene.
A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros – A senhora tem um jardim deslumbrante, dona Irene!–
Vinha da boca do povo na língua errada do povo comenta Sílvia, maravilhada diante dos canteiros de rosas e
Língua certa do povo hortênsias.
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil Para começar, deixe o “senhora” de lado e esqueça o “dona”
Ao passo que nós também – diz Irene, sorrindo. – Já é um custo aguentar a Vera
O que fazemos me chamando de “tia” o tempo todo. Meu nome é Irene.
É macaquear Todas sorriem. Irene prossegue:
A sintaxe lusíada.(...) – Agradeço os elogios para o jardim, só que você vai ter de
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem. Rio de fazê-los para a Eulália, que é quem cuida das flores. Eu sou
Janeiro: Nova Fronteira, 2000. um fracasso na jardinagem.
Os dois textos anteriores abordam o emprego da língua BAGNO, M. A língua de Eulália: novela sociolinguística.
no registro cotidiano. Assinale a afirmação incorreta a res- São Paulo: Contexto, 2003. Adaptado.
peito de seu conteúdo. Na língua portuguesa, a escolha por “você” ou “se
a) No texto I, implicitamente, interpreta-se como discri- nhor(a)” denota o grau de liberdade ou de respeito que
minação o que costumamos chamar de erro. deve haver entre os interlocutores. No diálogo apresentado
b) O texto II enfoca a espontaneidade da “língua do povo” acima, observa-se o emprego dessas formas. A personagem
e denuncia o preconceito e o desapreço às formas populares Sílvia emprega a forma “senhora” ao se referir à Irene. Na
de expressão. situação apresentada no texto, o emprego de “senhora” ao
c) No texto II, o verso “Porque ele é que fala gostoso o se referir à interlocutora ocorre porque Sílvia:
português do Brasil” focaliza o aspecto da oralidade na co- a) pensa que Irene é a jardineira da casa.
municação. b) acredita que Irene gosta de todos que a visitam.
d) Há, em ambos os textos, um zelo purista com o uso da c) observa que Irene e Eulália são pessoas que vivem em
língua portuguesa, que se junta a um protesto contra o área rural.
descaso de muitos falantes. d) deseja expressar por meio de sua fala o fato de sua fa-
e) Os textos mostram que não há “erro” na fala, mas “dife- mília conhecer Irene.
rença” em relação a padrões sociais, culturais ou regionais e) considera que Irene é uma pessoa mais velha, com a
a que estamos ligados. qual não tem intimidade.
H27 Reconhecer os usos da norma-padrão
145. (ENEM) É sempre bom lembrar que, no discurso im- da língua portuguesa nas diferentes
provisado, estamos todos arriscados a cometer imprecisões. situações de comunicação.
Uma dessas imprecisões frequentemente presentes na fala
das pessoas é denominada pleonasmo vicioso. Trata-se da 147. (Encceja) Leia:
repetição inútil e desnecessária de algum termo ou ideia “Causo” de amor
na frase. Nesse caso, não é figura de linguagem, e sim um Boldrin, paulista de São Joaquim da Barra, criado em Guaíra,
vício (defeito) de linguagem. Encontre a alternativa que perto de Barretos, tem, digamos, um “causo” de amor com o Brasil.
apresenta esse vício de linguagem. Texto adaptado. Jornal do Brasil. Caderno B, 27/07/2005
a) “Nem que eu tivesse dois pulmões eu alcançava essa bola.” Observe a palavra causo, empregada no texto. Ela faz
(Bradock, amigo do ex-jogador Romário, reclamando de um parte de uma variante regional da língua portuguesa, en-
passe longo) contrada especialmente no sertão brasileiro. No texto, re-
b) “No México que é bom. Lá a gente recebe semanalmente tirado de um jornal, ela aparece entre aspas. Esse destaque
na redação do termo sugere que o autor quer:
de quinze em quinze dias.” (Ferreira, ex-ponta-esquerda
a) afirmar que ele pertence ao grupo de falantes de uma
do Santos) variante regional.
c) “Quando o jogo está a mil, minha naftalina sobe.” (Jardel, b) ensinar a forma correta de escrever essa palavra na
ex-atacante do Vasco, do Grêmio e da Seleção) variante-padrão culta.
d) “O juiz deverá adiar a partida para depois…” (Locutor c) abolir o uso dessa expressão nos textos publicados pela
esportivo Galvão Bueno, antes do amistoso entre Brasil e imprensa escrita.
Inglaterra, durante falha na iluminação de Wembley) d) marcar o uso intencional dessa palavra dentro do texto
e) “Temos que subir sete degrais. O primeiro já subimos.” em norma culta.
(Ex-jogador Cafu, para quem a escalada para ser campeão não e) informar ao leitor que não concorda com o uso dessa
poupa nem a gramática) palavra em uma notícia.
ENEM Linguagens e Códigos 69
148.
Dick Browne. O melhor de Hagar, o horrível, v. 2. L&PM pocket, p.55-56 (com adaptações).
Assinale o trecho do diálogo que apresenta um registro informal, ou coloquial, da linguagem.
a) “Tá legal, espertinho! Onde é que você esteve?!”
b) “E lembre-se: se você disser uma mentira, os seus chifres cairão!”
c) “Estou atrasado porque ajudei uma velhinha a atravessar a rua...”
d) “...e ela me deu um anel mágico que me levou a um tesouro”
e) “mas bandidos o roubaram e os persegui até a Etiópia, onde um dragão...”
149. (ENEM) a) Pai, para onde fores, / irei também trilhando as mesmas
Soneto de fidelidade ruas... (Augusto dos Anjos)
“De tudo, ao meu amor serei atento b) Agora, como outrora, há aqui o mesmo contraste da vida
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto interior, que é modesta, com a exterior, que é ruidosa. (Ma-
Que mesmo em face do maior encanto chado de Assis)
Dele se encante mais meu pensamento. c) Havia o mal, profundo e persistente, para o qual o remé-
dio não surtiu efeito, mesmo em doses variáveis. (Raimundo
Quero vivê-lo em cada vão momento Faoro)
E em seu louvor hei de espalhar meu canto d) Mas, olhe cá, Mana Glória, há mesmo necessidade de fazê-
E rir meu riso e derramar meu pranto -lo padre? (Machado de Assis)
Ao seu pesar ou seu contentamento. e) Vamos de qualquer maneira, mas vamos mesmo. (Aurélio)
saia de saia
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
MORAES, Vinícius de. Antologia poética.
Sim, elas estão com tudo: com flores
A palavra mesmo pode assumir diferentes significados,
de acordo com a sua função na frase. Assinale a alternativa imensas ou bem miúdas, lisas, com
em que o sentido de mesmo equivale ao que se verifica no pregas, rodadas e muito balanço
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No anúncio publicitário acima, ocorreu um caso de ho- Sobre as formas verbais “morreu” (linha 01), “saía” (li-
monímia perfeita, ou seja, palavras de mesma grafia, mes- nha 04) e “dera” (linha 05), é correto afirmar que:
ma pronúncia e sentidos diferentes. Assinale, dentre os a) as ações a que se referem ocorreram na ordem em que as
itens seguintes, aqueles que possuem a mesma caracteri- formas aparecem no texto.
zação semântica e depois marque a alternativa adequada. b) as duas primeiras expressam ações anteriores à descrita
I. A dança de acasalamento do animal lembra a maneira pela última.
como o jovem dança neste momento. c) “saía”, ao contrário de “morreu”, expressa, no texto,
II. A taxa cobrada pelo serviço taxa apenas as pessoas uma ação habitual no passado.
de baixa renda. d) “saía” reforça a noção de simultaneidade e “dera” ex-
III. O primeiro passo é dirigir-se ao paço municipal para pressa anterioridade em relação a “morreu”.
receber as orientações. e) “morreu” e “dera” expressam eventos posteriores ao
IV. Os devotos de são Tomaz de Aquino são extremamen- descrito em “saía”.
te fervorosos.
V. Na Capital Federal, a descriminação do senador 153. (Mackenzie-SP) Assinale a alternativa correta sobre
gerou manifestações contra a discriminação das pes- a alternância entre pretérito perfeito e imperfeito do in-
soas. dicativo no trecho “Num dia de setembro de 1953, ele não
a) Há homônimos perfeitos apenas nos itens I e II. levou a batata diretamente à boca, como faziam todos os
b) Há homônimos perfeitos apenas nos itens I, II e III. outros animais.”
c) Há homônimos perfeitos apenas nos itens II, III, IV. a) Aponta ações realizadas frequentemente no passado e,
em especial, naquele dia de setembro de 1953.
d) Há homônimos perfeitos apenas nos itens I, II e IV.
b) Corresponde a uma opção estilística, pois qualquer
e) Há homônimos perfeitos em todos os itens.
outra combinação desses tempos verbais produziria o
mesmo efeito.
151. (Fuvest-SP) Os verbos estão corretamente empregados c) Demonstra que Imo, naquele dia, introduziu uma mu-
apenas na frase: dança no comportamento “tradicional” dos macacos da
a) No cerne de nossas heranças culturais, encontram-se Ilha.
os idiomas que as transmitem de geração em geração e que d) Sintetiza o que Imo “fez” e o que os outros animais
assegurem a pluralidade das civilizações. “pretendiam fazer” naquele dia.
b) Se há episódios traumáticos em nosso passado, não po- e) Corresponde a um uso inadequado, pois o pretérito per-
deremos avançar a não ser que os encaramos. feito deveria ter sido usado nos dois casos.
c) Estresse e ambiente hostil são apenas alguns dos fatores
que possam desencadear uma explosão de fúria. 154. (UFAM) Assinale a alternativa em que há formas ver-
d) A exigência interdisciplinar impõe a cada especialista bais incorretamente empregadas:
que transcenda sua própria especialidade e que tome cons- a) Por amargo que seja o nosso trabalho, os frutos que
ciência de seus próprios limites. dele proveem são extremamente doces, porque provêm as
e) O que hoje talvez possa vir a tornar-se uma técnica para necessidades de nossos familiares.
prorrogar a vida, sem dúvida, amanhã, possa vir a tornar-se b) Não supúnhamos que a discussão chegasse ao ponto de
uma ameaça. ser necessário a polícia intervir.
c) Se a testemunha não se desdisser, ficará provado que o
152. (Mackenzie-SP) Leia o texto abaixo para resolver a dinheiro da propina proveio do narcotráfico.
próxima questão. d) Contenha-se, refreie seus impulsos e reveja sua decisão,
Euclides da Cunha morreu, aos 43 anos de idade, em 15 de para que cheguemos a um entendimento.
agosto de 1909, por volta das dez e meia de uma manhã chuvo- e) Averigue a procedência dessa notícia, para que possa-
sa de domingo, em tiroteio com os cadetes Dinorá e Dilermando mos dar respaldo ao repórter.
Cândido de Assis, amante de sua mulher. Saía no mesmo dia a
entrevista que dera para Viriato Corrêa, da Ilustração Brasilei- 155. (ITA-SP) Os versos abaixo são da letra da música Cobra,
ra, em sua casa na Rua Nossa Senhora de Copacabana. A entre- de Rita Lee e Roberto de Carvalho.
vista foi dada em um domingo, Viriato e Euclides conversaram,
Não me cobre ser existente
almoçaram e passearam descalços na praia. Era sol e era azul.
Roberto Ventura
Cobra de mim que sou serpente
ENEM Linguagens e Códigos 71
156. (ENEM) A figura a seguir trata da “taxa de desocupa- Enquanto dentro das salas da Bienal passeiam as gazelas
ção” no Brasil, ou seja, a proporção de pessoas desocupadas da Fashion Week, em um de seus corredores o desfile é de
em relação à população economicamente ativa de uma de- poemas. “Vestidos” com animações de última moda, com tri-
terminada região em um recorte de tempo. lhas sonoras compostas especialmente para acompanhar suas
passadas, 12 textos de oito poetas mostrarão suas curvas no
evento do parque Ibirapuera.
Taxa de desocupação (%) “Street Wall” é o nome do projeto, concebido pela ence-
nadora Daniela Thomas, batizado pelo poeta Augusto de Cam-
9,0
pos e “curado” pela artista plástica e poeta Lenora de Barros.
8,7
8,6 8,5 A palavra “wall”, muro, vem de “videowall” (aqueles
8,5
8,1 8,2 agrupamentos de TVs que formam um grande televisor qua-
7,9 7,9
7,7 drado). A novidade é indicada pelo termo “street”. As anima-
7,6 7,5 7,6
ções de poemas serão exibidas em uma fileira horizontal de
monitores, como uma rua. (...)
6,8 São concretistas, neoconcretistas ou parentes espirituais da
concretude os poetas que terão animações no “Street Wall”.
02/08 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 01/09 02 03 (...) “Cada poema recebeu um tratamento visual diferente”,
conta Lenora de Barros. “Em alguns fizemos um trabalho só ti-
Disponível em: <http://www.ibge.gov. pográfico; em outros, entram imagens, como cenas de carros no
br>. Acesso em: abr. 2009. Adaptado. fundo do poema ‘cidade’.” (...) Grima Grinaldi, videomaker que
trabalhou em parceria com Lenora, diz que o resultado final
A norma-padrão da língua portuguesa está respeitada, continuou “urbano”. “Olhar os poemas andando por essas telas
na interpretação do gráfico, em: é como alguém em um ônibus vendo a cidade passar na janela.”
a) Durante o ano de 2008, foi em geral decrescente a taxa Completando o núcleo de “Street Wall” está o músico
de desocupação no Brasil. Cid Campos, que fez os “tratamentos sonoros” das criações.
b) Nos primeiros meses de 2009, houveram acréscimos na “Meu trabalho é uma musicalização da poesia, compor em
taxa de desocupação. cima dela, para ela (...)”, explica Campos.
c) Em 12/2008, por ocasião das festas, a taxa de desempre- Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.
gados foram reduzidos. br/folha/ilustrada/ult90u40917.shtml>
Glossário:
d) A taxa de pessoas desempregadas em 04/08 e 02/09, é
Curador: indivíduo encarregado judicialmente de adminis-
estatisticamente igual: 8,5.
trar ou fiscalizar bens ou interesses de outrem.
e) Em março de 2009 as taxas tenderam à piorar: 9 entre
Fashion Week: nome de um desfile de moda
100 pessoas desempregadas.
Gazela: moça bonita e elegante
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Grima Grinaldi, citada pelo autor do texto, afirma que 159. (ENEM)
“olhar os poemas andando por essas telas é como alguém
Textos para a questão 159.
em um ônibus vendo a cidade passar na janela”. Partindo
dessa afirmação, assinale a alternativa correta.
a) A videomaker Grima Grinaldi critica a forma descuidada Texto I
com que os poemas foram dispostos, similar às ruas mal É praticamente impossível imaginarmos nossas vidas sem
conservadas das cidades. o plástico. Ele está presente em embalagens de alimentos, be-
b) A forma como os poemas são apresentados no “Street bidas e remédios, além de eletrodomésticos, automóveis etc.
Wall” reflete o modo de vida urbano contemporâneo de vá- Esse uso ocorre devido à sua atoxicidade e à inércia, isto é:
rias cidades, como São Paulo. quando em contato com outras substâncias, o plástico não as
c) A frase mostra que a forma usada para dispor os textos contamina; ao contrário, protege o produto embalado. Outras
é inadequada, já que os poemas são atemporais e, portanto, duas grandes vantagens garantem o uso dos plásticos em lar-
imunes aos avanços tecnológicos. ga escala: são leves, quase não alteram o peso do material
embalado, e são 100% recicláveis, fato que, infelizmente, não
d) Ao usar o verbo “olhar”, e não “ler”, Grima Grinaldi tece é aproveitado, visto que, em todo o mundo, a percentagem
uma crítica ao próprio evento, que menospreza a leitura. de plástico reciclado, quando comparado ao total produzido,
e) Ao fazer essa afirmação, Grima mostra acreditar que ainda é irrelevante.
apenas pessoas que vivem nas grandes cidades poderão Revista Mãe Terra. Minuano, ano I, n. 6. Adaptado.
compreender a exposição.
Texto II
158. (ENEM) Analise as seguintes avaliações de possíveis Sacolas plásticas são leves e voam ao vento. Por isso, elas
resultados de um teste na Internet. entopem esgotos e bueiros, causando enchentes. São encon-
tradas até no estômago de tartarugas-marinhas, baleias, fo-
cas e golfinhos, mortos por sufocamento.
Sacolas plásticas descartáveis são gratuitas para os
consumidores, mas têm um custo incalculável para o meio
ambiente.
Veja, 8 jul. 2009. Fragmentos de texto publicitário
do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente.
Na comparação dos textos, observa-se que:
a) o texto I apresenta um alerta a respeito do efeito da
reciclagem de materiais plásticos; o texto II justifica o uso
desse material reciclado.
b) o texto I tem como objetivo precípuo apresentar a ver-
satilidade e as vantagens do uso do plástico na contem-
poraneidade; o texto II objetiva alertar os consumidores
Depreende-se, a partir desse conjunto de informações, sobre os problemas ambientais decorrentes de embalagens
que o teste que deu origem a esses resultados, além de esta- plásticas não recicladas.
belecer um perfil para o usuário de sites de relacionamento, c) o texto I expõe vantagens, sem qualquer ressalva, do
apresenta preocupação com hábitos e propõe mudanças de uso do plástico; o texto II busca convencer o leitor a evitar
comportamento direcionadas: o uso de embalagens plásticas.
a) ao adolescente que acessa sites de entretenimento. d) o texto I ilustra o posicionamento de fabricantes de em-
b) ao profissional interessado em aperfeiçoamento tecno- balagens plásticas, mostrando por que elas devem ser usadas;
lógico. o texto II ilustra o posicionamento de consumidores comuns,
c) à pessoa que usa os sites de relacionamento para com- que buscam praticidade e conforto.
plementar seu círculo de amizades. e) o texto I apresenta um alerta a respeito da possibilidade
d) ao usuário que reserva mais tempo aos sites de relacio- de contaminação de produtos orgânicos e industrializados
namento do que ao convívio pessoal com os amigos. decorrente do uso de plástico em suas embalagens; o texto II
e) ao leitor que se interessa em aprender sobre o funciona- apresenta vantagens do consumo de sacolas plásticas: leves,
mento de diversos tipos de sites de relacionamento. descartáveis e gratuitas.
ENEM Linguagens e Códigos 73
160. (ENEM)
161. (ENEM) Leia com atenção o texto e, a seguir, marque a “Se você não for do meio (de rodeios), não vai entender
alternativa que melhor identifica as funções da linguagem nada do que eu falo”, avisa, em tom de brincadeira, Fernan-
que nele ocorrem. do Buonamicce, 40, que veio de Jacutinga e participa da
O menu é uma lista das seleções disponíveis. Este celular prova do laço.
possui 9 menus principais. Cada um contém vários submenus Folha de S.Paulo
que lhe permitem usar a agenda, trocar o tom do toque, e O trecho da matéria do jornal deixa nítido que circula
assim por diante. Use os menus e os submenus de duas ma- pela festa uma linguagem diferenciada, o caipirês. Sobre essa
neiras: percorra a lista ou utilize atalhos. variação da língua portuguesa, pode-se afirmar que:
Extraído de um Manual do usuário de celular. a) não apresenta regras próprias, por isso os participan-
a) Referencial / conativa tes da festa podem falar como querem e, sempre, todos se
b) Metalinguística / conativa entendem.
c) Referencial / metalinguística / fática b) o contexto não interfere na escolha do significado das
d) Emotiva / conativa palavras; cada falante pode atribuir valores semânticos di-
e) Metalinguística / referencial / conativa ferentes aos vocábulos.
c) pelas informações do jornal, ocorrem variações mor-
162. (ENEM) fológicas (estrutura das palavras), sintáticas (estrutu-
“Caipirês” é a linguagem da festa de Barretos ra das orações) e semânticas (significado) em relação à
Em Barretos, é muito raro ouvir as expressões “cara”, língua-padrão.
“meu” e “pô”. “Gata”, então, nem pensar. d) não se trata de alterações morfológicas; são apenas
Na festa do Peão de Boiadeiro de Barretos que termina alterações fonológicas, facilmente identificadas e apre-
hoje, com previsão de público total de mais de 1 milhão de endidas.
espectadores nos 18 dias, uma curiosa variação da língua e) é manifestada principalmente pelas palavras que as-
portuguesa se incorpora ao vocabulário de quem participa e, sumem sentidos diferentes dos que representam na lín-
também, de quem assiste ao evento: o caipirês. gua-padrão.
Para aprender a língua, basta prestar atenção ao que ecoa
nas ruas, bretes, camarotes e arquibancadas do parque. Por 163. (ENEM) Em uma famosa discussão entre profissicio-
exemplo, qualquer substantivo que possa ser definido como nais das ciências biológicas, em 1959, C.P. Snow lançou uma
“coisa” não é “coisa” – é “trem”. Mulher bonita é “ajeitada”. frase definitiva: “Não sei como era a vida antes do clorofór-
Ir logo é “espancar”. mio” . De modo parecido, hoje podemos dizer que não sabe-
(...) mos como era a vida antes do computador. Hoje não é mais
EM1D-12-1E
74
possível visualizar um biólogo em atividade com apenas um O homem desenvolveu seus sistemas simbólicos para
microscópio diante de si; todos trabalham com o auxílio utilizá-los em situações específicas de interlocução. A
de computadores. Lembramo-nos, obviamente, como era a necessidade de criar dispositivos que permitissem o diá-
vida sem computador pessoal. Mas não sabemos como ela logo em momentos e/ou lugares distintos levou à adoção
seria se ele não tivesse sido inventado. universal de alguns desses sistemas. Considerando que
PIZA, D. Como era a vida antes do computador? a interpretação de textos codificados depende da sinto-
OceanAir em Revista, nº 1, 2007. Adaptado. nia e da sincronia entre o emissor e o receptor, pode-se
Neste texto, a função da linguagem predominante é: afirmar que a:
a) emotiva, porque o texto é escrito em primeira pessoa a) recepção das mensagens que utilizam o sistema sim-
do plural. bólico da figura 1 pode ser feita horas depois de sua
b) referencial, porque o texto trata das ciências biológi- emissão.
cas, em que elementos como o clorofórmio e o computador b) recepção das mensagens que utilizam o sistema sim-
impulsionaram o fazer científico. bólico da figura 1 pode ser feita horas depois de sua
c) metalinguística, porque há uma analogia entre dois mun- emissão.
dos distintos: o das ciências biológicas e o da tecnologia. c) mensagem que é mostrada na figura 4 será decodificada
d) poética, porque o autor do texto tenta convencer seu lei- sem o auxílio da língua falada.
tor de que o clorofórmio é tão importante para as ciências d) figura 3 mostra um sistema simbólico cuja criação é an-
médicas quanto o computador para as exatas, terior à criação do sistema mostrado na figura 2.
e) apelativa, porque, mesmo sem ser uma propaganda, o e) figura 4 representa um sistema simbólico que recorre à
redator está tentando convencer o leitor de que é impossí- utilização do som para a transmissão das mensagens.
vel trabalhar sem computador, atualmente.
H29 Identificar, pela análise de suas linguagens, as
164. (ENEM) tecnologias da comunicação e informação.
H30 Relacionar as tecnologias de comunicação e a) Pessoas com boa formação educacional sempre conse-
informação ao desenvolvimento das sociedades guirão separar a linguagem coloquial da formal. Elas sabem
e ao conhecimento que elas produzem. quando dispensar os acentos e quando pingar todos os “is”.
Os manuais de cartas formais estão aí para provar que sempre
167. (Encceja) Leia: houve uma linguagem para cada tipo de ambiente. Cartas de
Bioinformática é parte essencial da genética atual amor são diferentes de um pedido de compras de material de
Toda a pesquisa da moderna biologia molecular não se- construção, por exemplo. Vejo a web como mais um instru-
ria possível sem a computação. Os programas de computa- mento de comunicação: ela é o que fazemos dela.
dor permitem a comparação das sequências descobertas com Arlete Salvador, autora de A arte de escrever bem. Editora Contexto.
padrões genéticos já conhecidos e armazenados em bancos
de dados disponíveis na Internet. O volume de dados é tão b) Alguns funcionários mais jovens se acostumaram a não
grande que fazer a comparação “manualmente” torna-se colocar acentos, pois dão mais trabalho na hora de digitar,
cada dia mais inviável. Para se ter uma ideia, a quantidade já que é preciso apertar duas ou mais teclas. O uso de abre-
de informação guardada no maior banco de dados interna- viações e de linguagem informal na comunicação interna das
cional de sequências genéticas, o GenBank, quase dobra a instituições é mais tolerado, embora dificilmente chegue ao
cada ano. conhecimento dos clientes, o que poderia “queimar” a ima-
Texto adaptado. Com Ciência. Revista Eletrônica gem da empresa.
de Jornalismo Científico. Agosto/2005.
Lígia Crispino, professora de português e sócia-
-diretora da escola Companhia de Idiomas.
De acordo com o texto, a informática tornou-se essen-
cial para os estudos de genética porque: c) No que se refere às novas gerações, ainda em formação,
a) amplia as possibilidades de o pesquisador trocar de em- é grande a confusão que se estabelece entre a norma culta
prego. da língua portuguesa e a linguagem coloquial da web. Isso
b) viabiliza a comparação de grande quantidade de infor- se explica ao levarmos em conta a exposição demasiada des-
mações. sa garotada à Internet e os baixos índices de leitura auferi-
c) mantém as informações sob o controle de grupos de dos no país.
pesquisas. João Luís de Almeida Machado, doutor em Educação
d) dispensa a contratação de cientistas para o trabalho pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
de campo. (PUC-SP) e editor do portal Planeta Educação.
e) a comparação manual é arriscada e repleta de erros.
d) Alguns jovens falam com três ou mais amigos simultaneamen-
168. (ENEM) te em um programa de mensagens instantâneas enquanto escre-
O internetês na escola vem um e-mail, baixam um vídeo, ouvem música e ainda escrevem
O internetês – expressão grafolinguística criada na In- no Word (programa para edição de textos). São impacientes. Não
ternet pelos adolescentes na última década – foi durante al- são pessoas acostumadas a ler extensos romances ou livros do
gum tempo um bicho de sete cabeças para gramáticos e estu- começo ao fim. Estão acostumados com a linguagem da Internet,
diosos da língua. Eles temiam que as abreviações fonéticas concisa e objetiva. Por isso, esses adolescentes, por lerem menos e
(em que “casa” vira ksa; e “aqui” vira aki) comprometessem ficarem muito tempo em frente ao computador, apresentam gran-
o uso da norma culta do português para além das fronteiras des limitações no trato com a língua portuguesa.
cibernéticas. Mas ao que tudo indica, o temido internetês Professor Adalton Ozaki, coordenador dos cursos de graduação
não passa de um simpático bichinho de uma cabecinha só. da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap)
Ainda que a maioria dos professores e educadores se preo-
cupe com ele (alertando os alunos em sala), a ocorrência e) A língua é uma herança da qual temos que cuidar bem.
do internetês nas provas escolares, em vestibulares e em Ver isso (o internetês) como uma evolução da língua é uma
concursos públicos é insignificante. O “problema” é, no fim maneira de entender a questão, sem dúvida. Mas não pode-
das contas, menor do que se imaginou. mos é deixar de entender textos mais antigos de nossa língua
Revista Língua Portuguesa – 2/2009 – Edição 40
– ataca. Para Navarro, é natural e aceitável que os neologis-
mos aconteçam. – Mas eles não podem fazer com que a gente
Marque a declaração que apresenta opinião semelhante deixe de se entender daqui a vinte anos – ressalta.
à expressa no texto lido sobre a variante linguística deno- Eduardo de Almeida Navarro, professor livre-docente
EM1D-12-1E
4. Objetos de conhecimento
• Estudo do texto: as sequências discursivas e os gê- localismo e a produção literária nacional; elementos de
neros textuais no sistema de comunicação e informação – continuidade e ruptura entre os diversos momentos da
modos de organização da composição textual; atividades de literatura brasileira; associações entre concepções artís-
produção escrita e de leitura de textos gerados nas diferen- ticas e procedimentos de construção do texto literário
tes esferas sociais – públicas e privadas. em seus gêneros (épico/narrativo, lírico e dramático) e
• Estudo das práticas corporais: a linguagem corporal formas diversas.; articulações entre os recursos expres-
como integradora social e formadora de identidade – per- sivos e estruturais do texto literário e o processo social
formance corporal e identidades juvenis; possibilidades de relacionado ao momento de sua produção; representação
vivência crítica e emancipada do lazer; mitos e verdades literária: natureza, função, organização e estrutura do
sobre os corpos masculino e feminino na sociedade atual; texto literário; relações entre literatura, outras artes e
exercício físico e saúde; o corpo e a expressão artística e outros saberes.
cultural; o corpo no mundo dos símbolos e como produção • Estudo dos aspectos linguísticos em diferentes
da cultura; práticas corporais e autonomia; condiciona- textos: recursos expressivos da língua, procedimentos de
mentos e esforços físicos; o esporte; a dança; as lutas; os construção e recepção de textos – organização da macroes-
jogos; as brincadeiras. trutura semântica e a articulação entre ideias e proposições
• Produção e recepção de textos artísticos: interpre- (relações lógico-semânticas).
tação e representação do mundo para o fortalecimento dos • Estudo do texto argumentativo, seus gêneros e re-
processos de identidade e cidadania – Artes visuais: estru- cursos linguísticos: argumentação: tipo, gêneros e usos
tura morfológica, sintática, o contexto da obra artística, em língua portuguesa — formas de apresentação de dife-
o contexto da comunidade. Teatro: estrutura morfológica, rentes pontos de vista; organização e progressão textual;
sintática, o contexto da obra artística, o contexto da comu- papéis sociais e comunicativos dos interlocutores, relação
nidade, as fontes de criação. Música: estrutura morfológica, entre usos e propósitos comunicativos, função sociocomu-
sintática, o contexto da obra artística, o contexto da comu- nicativa do gênero, aspectos da dimensão espaço-temporal
nidade, as fontes de criação. Dança: estrutura morfológica, em que se produz o texto.
sintática, o contexto da obra artística, o contexto da co- • Estudo dos aspectos linguísticos da língua portu-
munidade, as fontes de criação. Conteúdos estruturantes guesa: usos da língua: norma culta e variação linguísti-
das linguagens artísticas (Artes visuais, Dança, Música, Te- ca — uso dos recursos linguísticos em relação ao contex-
atro), elaborados a partir de suas estruturas morfológicas to em que o texto é constituído: elementos de referência
e sintáticas; inclusão, diversidade e multiculturalidade: a pessoal, temporal, espacial, registro linguístico, grau de
valorização da pluralidade expressada nas produções esté- formalidade, seleção lexical, tempos e modos verbais; uso
ticas e artísticas das minorias sociais e dos portadores de dos recursos linguísticos em processo de coesão textual:
necessidades especiais educacionais. elementos de articulação das sequências dos textos ou à
• Estudo do texto literário: relações entre produção construção da micro estrutura do texto.
literária e processo social, concepções artísticas, proce- • Estudo dos gêneros digitais: tecnologia da comu-
dimentos de construção e recepção de textos – produção nicação e informação: impacto e função social — o texto
literária e processo social; processos de formação lite- literário típico da cultura de massa: o suporte textual em
rária e de formação nacional; produção de textos literá- gêneros digitais; a caracterização dos interlocutores na co-
rios, sua recepção e a constituição do patrimônio literá- municação tecnológica; os recursos linguísticos e os gêne-
rio nacional; relações entre a dialética cosmopolitismo/ ros digitais; a função social das novas tecnologias.
5. Respostas
Anotações
Matemática
MANUAL PRÓ-ENEM
80
ENEM Matemática 81
1. Eixos cognitivos
I) Dominar linguagens (DL): dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemática,
artística e científica e das línguas espanhola e inglesa.
II) Compreender fenômenos (CF): construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão
de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas.
III) Enfrentar situações-problema (SP): selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações represen-
tados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema.
IV) Construir argumentação (CA): relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos
disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente.
V) Elaborar propostas (EP): recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de
intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.
2. Matriz de referência
Competência 1 Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
Habilidade 26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar
instrumentos adequados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade
para interpretar informações de variáveis apresentadas em uma distribuição estatística.
Habilidade 29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
3. Competências e habilidades
C1 Construir significados para os números 3. (Encceja) A civilização babilônica viveu na Mesopotâmia
naturais, inteiros e reais. há cerca de 6 000 anos. Os estudiosos encontraram documentos
dessa civilização feitos em tijolos relativamente finos de argila.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes A escrita era feita com uma espécie de estilete nos tijolos
significados e representações dos números e ainda úmidos. Os traços dessa escrita tinham o formato de cunha
operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
e por isso a escrita dos babilônios é chamada cuneiforme.
Os arqueólogos descobriram tabletes babilônicos datados
1. (Encceja) Em Alexandria viveu Diofante, entre os anos provavelmente de 1800 antes de Cristo, onde apareceram as
325 e 409, e a pequena parte de sua obra que chegou até sequências numéricas:
nossos dias revela a mais antiga prática de abreviações 1, 3, 9, 27, 81,...
na Matemática. 1, 4, 16, 64,...
Na história da álgebra, no período anterior a Diofante, Adaptado de CARVALHO, M. C. Padrões Numéricos e
expressões são apresentadas só com palavras, inclusive os Sequências. São Paulo. Editora Moderna. 1997.
números. Com Diofante surge a álgebra, na qual algumas ex-
pressões são escritas e outras abreviadas. As sequências descobertas mostram que os babilônios
Adaptado de GUELLI, Oscar. Uma aventura do já trabalhavam naquela época com sequências de números
pensamento. Sexta série. Editora Ática. que mostram a seguinte regra de formação: cada número da
sequência pode ser obtido
Na linguagem de Diofante, por exemplo, “u 3” significa a) a partir do segundo, somando ao anterior um mesmo
3 unidades, “M” significa menos e, quando não há nenhum número.
sinal, significa uma adição. b) a partir do segundo, multiplicando o anterior por um
As frases abaixo estão escritas em símbolos de Diofante. mesmo número.
• x u 3 é igual a u 6 c) a partir do quarto, somando ao anterior um mesmo
• x M u 7 é igual a u 10 número.
Em símbolos atuais as frases podem ser escritas, respec- d) a partir do terceiro, multiplicando o anterior por um
tivamente, por a mesmo número.
a) x + 3 = 6 e x – 7 = 10 e) a partir do terceiro, somando ao anterior um mesmo
b) 3x = 6 e x – 7 = 10 número.
c) x + 3 = 6 e 7x – 10 = 0
d) 3 – x = 6 e 7x = 10 H2 Identificar padrões numéricos ou
e) 3 – x = 6 e x – 7 = 10 princípios de contagem.
2. (ENEM) Existem muitas diferenças entre as culturas cris- 4. (Encceja) Marcela, responsável pela decoração da festa de
tã e islâmica. Uma das principais diz respeito ao Calendário. São João, decidiu dispor as bandeirolas na seguinte sequência:
Enquanto o Calendário Cristão (Gregoriano) considera um ano
como o período correspondente ao movimento de translação Fila Número de bandeirolas
da Terra em torno do Sol – aproximadamente 365 dias, o Ca-
lendário Muçulmano se baseia nos movimentos de translação 1a 7
da Lua em torno da Terra-aproximadamente 12 por ano, o que 2a 12
corresponde a anos intercalados de 254 e 255 dias.
Considerando que o Calendário Muçulmano teve início em 3a 17
622 da era cristã e que cada 33 anos muçulmanos correspon-
dem a 32 anos cristãos, é possível estabelecer uma correspon- No pátio da escola cabiam 7 filas. Obedecendo à mesma
dência aproximada de anos entre os dois calendários, dada por: sequência numérica do quadro, o número de bandeirolas da
(C = Anos Cristãos e M = Anos Muçulmanos) última fila é:
a) C = M + 622 – (M/33). a) 27.
b) C = M – 622 + (C – 622/32). b) 32.
c) C = M – 622 – (M/33). c) 37.
EM1D-12-1E
5. (UERJ) Dispondo de canudos de refrigerantes, Tiago C2 e C3 terão 5 páginas em comum, das quais 4 também
deseja construir pirâmides. Para as arestas laterais, usará estarão em C1. Efetuando os cálculos correspondentes, o
sempre canudos com 8cm, 10cm e 12 cm de comprimento. A fabricante concluiu que, para a montagem dos três catá-
base de cada pirâmide será formada por 3 canudos que têm logos, necessitará de um total de originais de impressão
a mesma medida, expressa por um número inteiro, diferente igual a:
das anteriores.Veja o modelo a seguir: a) 135. d) 114.
b) 126. e) 110.
c) 118.
12
8
8. (ENEM) Já são comercializados no Brasil veículos com
10 motores que podem funcionar com o chamado combustível
flexível, ou seja, com gasolina ou álcool em qualquer pro-
porção. Uma orientação prática para o abastecimento mais
econômico é que o motorista multiplique o preço do litro da
gasolina por 0,7 e compare o resultado com o preço do litro
de álcool. Se for maior, deve optar pelo álcool. A razão dessa
A quantidade de pirâmides de bases diferentes que Tiago orientação deve-se ao fato de que, em média, se com um
poderá construir, é: certo volume de álcool o veículo roda dez quilômetros, com
a) 10 igual volume de gasolina rodaria cerca de:
b) 9 a) 7 km. d) 17 km.
c) 8 b) 10 km. e) 20 km.
d) 7 c) 14 km.
e) 6
9. (UFGD-MS) Um dispositivo mecânico pode girar no sen-
H3 Resolver situação-problema envolvendo tido horário e anti-horário e um contador registra o ângulo,
conhecimentos numéricos. em graus, que mede o quanto o dispositivo girou em rela-
ção ao ponto de partida. Se o contador marca um ângulo de
6. (ENEM) — Um estudo realizado com 100 individuos que 5000o negativos, o ângulo positivo correspondente é:
abastecem seu carro uma vez por semana em um dos postos a) 32o. d) 40o.
X, Y ou Z mostrou que: o
b) 320 . e) 328o.
45 preferem X a Y, e Y a Z. c) 13o.
25 preferem Y a Z, e Z a X.
30 preferem Z a Y, e Y a X. 10. (UFMT) Um relógio analógico marca, num certo instante,
Se um dos postos encerrar suas atividades, e os 100 con- 1 hora e 15 minutos. Admita que o ponteiro dos minutos, a
sumidores continuarem se orientando pelas preferências partir desse instante, se movimente 36o. Nessas condições, o
descritas, é possivel afirmar que a liderança de preferência novo horário apresentado por esse relógio é:
nunca pertencerá a: a) 1 hora e 51 minutos.
a) X. b) 1 hora e 31 minutos.
b) Y. c) 1 hora e 43 minutos.
c) Z. d) 1 hora e 36 minutos.
d) X ou Y. e) 1 hora e 21 minutos.
e) Y ou Z.
11. (UFPel-RS) Nos últimos 50 anos, o registro de fenô-
7. (ENEM) Um fabricante de cosméticos decide produzir menos destrutivos cresceu quase 20 vezes, graças à tec-
três diferentes catálogos de seus produtos, visando a pú- nologia e ao aumento populacional. Os abalos sísmicos
blicos distintos. Como alguns produtos estarão presentes e suas consequências – como os tsunamis – matam, em
em mais de um catálogo e ocupam uma página inteira, média, tantas pessoas quanto as inundações e ressacas
ele resolve fazer uma contagem para diminuir os gastos oceânicas. No entanto, em termos relativos, os terremo-
com originais de impressão. Os catálogos C1, C 2 e C 3 te- tos são muitíssimo mais mortais, já que atingem cerca
rão, respectivamente, 50, 45 e 40 páginas. Comparando de 26 vezes menos gente no mundo do que as enchentes.
os projetos de cada catálogo, ele verifica que C1 e C2 terão O gráfico mostra a frequência relativa (porcentagem) de
10 páginas em comum; C1 e C3 terão 6 páginas em comum; cada catástrofe e, para uma delas, o ângulo do setor.
ENEM Matemática 85
c c c
Ana
s s s
Maria
Tal movimento oscilatório pode ser observado a partir H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade
da reta imaginária (r) que passa pelas duas cristas ilía- utilizando conhecimentos numéricos.
cas perpendicular à semi-reta imaginária (s) que, na ilus-
tração, representa a coluna vertebral. Quando a mulher se
desloca no seu andar, a reta (r) oscila em torno do centro C 16. (UFF-RJ) A equação do tempo é a função que mede a di-
para cima e para baixo, acompanhando o ritmo da pélvis, ferença, ao longo de um ano, entre os tempos lidos a partir
conforme mostram as figuras com os respectivos esquemas. de um relógio de sol e de um relógio convencional.
Admitindo que o movimento se completa a cada 1,5 segun- Ela pode ser aproximada pela função
y = f(B) = 9,87 sen(2 B) – 7,53 cos(B) – 1,5 sen(B)
do e que a função θ( t ) = π cos 4π t representa a variação sendo B = 2p(n−81)/364 e n o número do dia, isto é,
10 3
n = 1 para 1 de janeiro, n = 2 para 2 de janeiro, e assim
do ângulo θ em função do tempo t, assinale o esboço do por diante.
gráfico dessa função no intervalo [0; 1,5]. É correto afirmar que:
a) f(B)= 9,87 sen(2 B) – 7,53 cos(B) – 0,75 sen(2 B)
a) π b) f(B) = 19,74 sen(B) – 7,53 cos(B) – 1,5 sen(B)
10 c) f(B) = [19,74 sen(B) – 7,53] cos(B) – 1,5 sen(B)
3
d) f(B) = 9,87 [2 (cos(B))2 − 1] − 1,5 sen(B) – 7,53 cos(B)
4 t
0
e) f(B) = 8,37 sen(2 B)–7,53 cos(B)
3 9 6
8 8 4 17. (UFPE) Admita que a pressão arterial P(t) de uma pes-
π
− soa no instante t, medido em segundos, seja dada por
10
P(t) = 96 + 18 cos(2 p t), t ≥ 0
b) π θ Considerando esses dados, analise a veracidade das se-
9 guintes afirmações.
10 3 6
00. O valor máximo da pressão arterial da pessoa é 114.
4 8 4 t
01. O valor mínimo da pressão arterial da pessoa é 78.
0 3 02. A pressão arterial da pessoa se repete a cada segundo,
π 8 ou seja, P(t + 1) = P(t), para todo t ≥ 0.
− 03. Quando t = 1/3 de segundo, temos P(1/3) = 105.
10
04. O gráfico de P(t) para 0 ≤ t ≤ 4 é
c) π θ
5 110
105
t
0 3 3 9 6 100
8 4 8 4
95
d) 90
10 3
85
8 t
0 3 9 6 80
4 8 4
10 0 1 2 3 4
e) π θ Marque a correta
10 a) V, V, V, F, F
t b) V, V, F, F, F
0 3 3 9 6 c) V, F, F, V, F
8 4 8 4 d) F, V, F, F, F
e) V, F, F, V, V
ENEM Matemática 87
r
P
Q x
Então, o ponto Q percorrerá, no eixo x, uma distância
dada por
d
a) r 1 − sen
r
d
b) r 1− cos r
c) r 1− tg d
r
r
d) r sen
d
EM1D-12-1E
É possível preencher corretamente o espaço indicado 23. (UFPel-RS) Pessoas com necessidades especiais estão, aos
pela seta no tabuleiro da figura A colocando a peça poucos, recebendo apoio da comunidade. Empresas e entidades
a) 1 após girá-la 90o no sentido horário. lhes estão proporcionando condições e oportunidades para que
b) 1 após girá-la 180o no sentido anti-horário. possam mostrar sua capacidade, competência e adaptabilidade.
c) 2 após girá-la 90o no sentido anti-horário. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) dis-
d) 2 após girá-la 180o no sentido horário. põe de regras com relação ao acesso de deficientes a guias
e) 2 após girá-la 270o no sentido anti-horário. de sarjetas, logradouros públicos, edifícios, bem como a
outras adaptações.
21. (Vunesp) Um ciclista sobe, em linha reta, uma rampa http://www.acessoparadeficientes.hpg.ig.com.br/
com inclinação de 3 graus a uma velocidade constante de 4 Acesso.htm – acessado em 05/07/2005 [adapt.].
metros por segundo. A altura do topo da rampa em relação
ao ponto de partida é 30 m. Numa repartição pública, foi construída uma rampa de
80 cm de comprimento, inclinada em relação ao plano hori-
Topo da rampa
zontal, estando seu ponto mais elevado a 10 cm de altura.
De acordo com o texto e seus conhecimentos, é correto afir-
30 m
3° mar que a tangente do ângulo de elevação dessa rampa é
Ponto de partida 7
a)
Use a aproximação sen 3o = 0,05 e responda. O tempo, 21
em minutos, que o ciclista levou para percorrer comple-
1
tamente a rampa é: b)
a) 2,5. d) 15. 8
b) 7,5. e) 30.
3 7
c) 10. c)
8
22. (UFG-GO) Um avião, em procedimento de pouso, encon-
trava-se a 700 m de altitude, no momento em que a linha d) 6 15
que liga o trem de pouso ao ponto de toque formava um ân-
gulo θ com a pista de pouso, conforme a ilustração abaixo. e) 3 7
b) 1 .
3 α
c) 2 . D
5 β
30º
d) 1 .
4 A C
a) 90o
e) 2 . b) 130o
7 c) 150o
d) 120o
26. (Fuvest-SP) Na figura, B, C e D são pontos distintos da e) 110o
circunferência de centro O, e o ponto A é exterior a ela.
Além disso, 29. (FGV) Na figura abaixo, o triângulo AHC é retângulo em
(1) A, B, C, e A, O, D, são colineares; H e s é a reta suporte da bissetriz do ângulo CÂH. Se c = 30o
(2) AB = OB; e b = 110o, então:
(3) CÔD mede α radianos.
H
A
χ
O D c
C
A
a) π – (α /4) a) x = 15o
b) π – (α /2) b) x = 30o
c) π – (2 α /3) c) x = 20o
d) π – (3 α /4) d) x = 10o
e) π – (3 α /2) e) x = 5o
27. (UFRJ-modificado) Considere um triângulo isósceles 30. A altura e a mediana traçadas do vértice do ângulo
de vértices A, B e C, em que A e C
, B são os ângulos reto de um triângulo retângulo formam um ângulo de 18°.
formados em cada um de seus respectivos vértices. Sendo Sendo assim, os ângulos agudos do triângulo são:
> Â e r a bissetriz do ângulo C
B = 70°, C , o menor ângu- a) 33o e 57o
lo formado pela altura relativa ao lado BC e r é: b) 34o e 56o
a) 35o c) 35° e 55o
b) 55o d) 36o e 54o
c) 60o e) 37o e 53o
d) 72o
e) 75o 31. (Cefet-SC) Num triângulo isósceles, cada ângulo da base
mede o dobro da medida do ângulo do vértice. A medida do
B
28. (UFT) Na figura a seguir considere A = 30 o, α =
3
e ângulo do vértice é:
a) 36o. d) 40o.
C
EM1D-12-1E
β= . b) 72o. e) 80o.
3
c) 50o.
90
32. (UECE) Os vértices do triângulo XYZ são os pontos mé- 34. ITA — Seja ABC um triângulo isósceles de base BC. So-
dios dos lados do triângulo equilátero MPQ, cujo lados me- bre o lado AC deste triângulo considere um ponto D tal que
dem 2 m, como mostra a figura: os segmentos AD, BD e BC são todos congruentes entre si. A
medida do ângulo BÂC é igual a:
P a) 23°
b) 32°
c) 36°
d) 40°
X Y
e) 45°
4
c)
3
d) 3 D
2
2
e) Q
5
B C
33. (UFMG) Observe a figura.
D
Nessa figura, tem-se: AB = AC = 6, BC = BD = 4 e CB Q = QB D.
A tangente do ângulo CBQ é:
2
a)
4
E
2
b)
2
A B C
c) (1 + 2 )
2
Nessa figura, AB = BD = DE e o segmento BD é bissetriz
de EBC. A medida de AÊB, em graus, é
a) 96 d) ( 2 − 1)
b) 100 2
c) 104
2
d) 108 e)
e) 110 3
ENEM Matemática 91
37. (Vunesp) Uma certa propriedade rural tem o formato 40. (F. C. Chagas) Um quadrado e um triângulo equilátero
de um trapézio como na figura. As bases WZ e XY do tra- têm perímetros iguais. Se a diagonal do quadrado mede 9 2
pézio medem 9,4 km e 5,7 km, respectivamente, e o lado m, então a altura do triângulo, em metros é:
YZ margeia um rio.
a) 3 d) 4 3
W 9,4 Km 2
Z
b b) 3 e) 6 3
rio
c) 2 3
2b
41. (ENEM) Seja E um ponto externo a uma circunferência.
Os segmentos EA e ED interceptam essa circunferência nos
X Y
5,7 Km pontos B e A, e, C e D, respectivamente. A corda AF da cir-
cunferência intercepta o segmento ED no ponto G. Se EB = 5,
(figura fora de escala) BA = 7, EC = 4, GD = 3 e AG = 6, então GF vale:
a) 1 d) 4
é o dobro do ângulo XwZ
Se o ângulo XYZ , a medida, b) 2 e) 5
em km, do lado YZ que fica à margem do rio é: c) 3
a) 7,5.
b) 5,7. 42. (cesgranrio-RJ) Na figura a seguir, AB = 8 cm, BC = 10
c) 4,7. cm, AD = 4 cm e o ponto O é o centro da circunferência. O
d) 4,3. perímetro do triângulo AOC mede, em cm:
e) 3,7.
d) é isósceles a) 20 c) 60 e) 100
e) é obtusângulo b) 40 d) 80
92
e)
D
45º
47. (Encceja) Um artista criou um mosaico utilizando pentá-
m gonos regulares e losangos, dispostos como mostra a figura.
n 65º Para recortar as peças do mosaico o artista precisa co-
B C nhecer a medida dos ângulos das figuras.
Sabendo que cada ângulo interno de um pentágono regu-
lar mede 108°, os ângulos internos dos losangos devem medir:
a) 70 d) 130
b) 90 e) 150
c) 110
A
B P
C
a) 18o e 162o
b) 30o e 150o
c) 36o e 144o
D d) 54o e 126o
a) 30o d) 60o e) 72o e 108o
b) 40o e) 70o
c) 50o 48. (ENEM) Na construção civil, é muito comum a utilização
de ladrilhos ou azulejos com a forma de polígonos para o re-
46. (Encceja) Pitágoras fundou uma sociedade secreta co- vestimento de pisos ou paredes. Entretanto, não são todas
nhecida como Escola Pitagórica, cujo símbolo especial era o as combinações de polígonos que se prestam a pavimentar
pentagrama, figura formada quando são traçadas as cinco uma superfície plana, sem que haja falhas ou superposições
diagonais de um pentágono. de ladrilhos, como ilustram as figuras:
O símbolo da sociedade de Pitágoras era
a)
b)
c)
Figura 1: Ladrilhos retangulares pavimentando o plano
ENEM Matemática 93
D C
Nestas condições, o ângulo θ mede
a) 26 d) 22 a) 108o. d) 36o.
EM1D-12-1E
b) 16 e) 24 b) 72o. e) 18o.
c) 20 c) 54o.
94
54. (UEL) Se um círculo de 5 cm de raio está inscrito em um 57. (Vunesp) Considere 3 retas coplanares paralelas, r, s e t,
hexágono regular, o perímetro do hexágono, em centímetros, cortadas por 2 outras retas, conforme a figura.
é igual a:
r
a) 20 3 d) 12 3 4 3
s
x 5
b) 18 3 e) 9 2
c) 15 2 10 y
t
55. (Encceja) Uma peça de mosaico é confeccionada a partir
do corte de um azulejo quadrado. Os lados do quadrado são Os valores dos segmentos identificados por x e y são,
paralelos e os ângulos feitos pelos cortes são representados respectivamente,
conforme desenho abaixo.
3 3
a) e .
20 40
120º 60º b) 6 e 11.
c) 9 e 13.
d) 11 e 6.
y
20 40
e) e .
3 3
α 2
b) AB
5
n
20º
c) ( AB)
4
( AB)
a) 70. d)
3
b) 60.
c) 45.
d) 40. e) ( AB)
e) 30. 2
ENEM Matemática 95
B G F C
7
6 a) 24
b) 28
c) 32
B
A 8 d) 36
e) 38
O comprimento do segmento PC é
a) 7. 62. (PUC) Uma reta paralela ao lado BC de um triângulo ABC in-
b) 8. tercepta os lados AB e AC do triângulo em P e Q, respectivamen-
c) 9. te, onde AQ = 4, PB = 9 e AP = QC. Então o comprimento de AP é:
d) 10. a) 5.
e) 11. b) 6.
c) 8.
60. (UFJF) Na figura a seguir, encontra-se representa- d) 2.
do um trapézio retângulo ABCD de bases AB e CD, onde e) 1.
.
63. (UFRN) Phidias, um arquiteto grego que viveu no sé-
A B
culo quinto a.C., construiu o Parthenon com medidas que
obedeceram à proporção áurea, o que significa dizer que
EE’H’H é um quadrado e que os retângulos EFGH e E’FGH’
N
são semelhantes, ou seja, o lado maior do primeiro retângu-
lo está para o lado maior do segundo retângulo assim como
o lado menor do primeiro retângulo está para o lado menor
β β do segundo retângulo. Veja a figura abaixo.
β
D C
64. (PUC) Um quadrado tem dois vértices numa circunferên- 67. (Fatec) Sejam, α , β e γ, as medidas dos ângulos internos
cia e um lado tangente a ela, como mostra a figura a seguir. de um triângulo. Se sen α /sen β = 3/5 , sen α/sen γ = 1 e o
Se a área do quadrado é de 36 cm², o raio da circunferência perímetro do triângulo é 44, então a medida do maior lado
é, em centímetros: desse triângulo é:
a) 5.
b) 10.
3 c) 15.
d) 20.
6–R e) 25.
R
a) 2,5 B
b) 2,75
c) 3,25
d) 3,5
e) 3,75
E
65. (FGV) — Um círculo de raio r está inscrito num setor cir-
cular de 90º e 8 cm de raio, conforme mostra a figura ao lado. A C
Assim sendo, a medida do raio r é: D
r a) 3
8 b) 3 2
c) 2
d) 2 3
( )
a) 8 2 + 1 cm
e) 4 2
b) 8 ( 2 − 1) cm
69. (CFTMG) Na figura, AB = 4, BC = 2, AC é diâmetro e os
c) 8 ( 3 − 2) cm ângulos ABD e CBD são iguais. A medida da corda BD é:
d) 8 ( 3 − 2 ) cm A
e) 4
d) 2 + 5
e) 2 5
lados AC e BC, podemos afirmar que: 76. (ENEM) Quatro estações distribuidoras de energia A, B, C
a) β < 30º e a medida do lado AB é um inteiro par. e D estão dispostas como vértices de um quadrado de 40 km
b) β < 30º e a medida do lado AB é um inteiro ímpar. de lado. Deseja-se construir uma estação central que seja ao
c) 30º ≤ β < 45º e a medida do lado AB é um inteiro par. mesmo tempo equidistante das estações A e B e da estrada
d) 30º ≤ β < 45º e a medida do lado AB é um inteiro ímpar. (reta) que liga as estações C e D.
e) 45º ≤ β < 60º e a medida do lado AB é um inteiro par. A nova estação deve ser localizada
a) no centro do quadrado.
73. (Fuvest) Os comprimentos dos lados de um triângulo b) na perpendicular à estrada que liga C e D passando por
ABC formam uma PA. Sabendo-se também que o perímetro seu ponto médio, a 15 km dessa estrada.
de ABC vale 15 e que o ângulo  mede 120°, então o produto c) na perpendicular à estrada que liga C e D passando por
dos comprimentos dos lados é igual a: seu ponto médio, a 25 km dessa estrada.
a) 25 d) 105 d) no vértice de um triângulo equilátero de base AB, oposto
EM1D-12-1E
77. (UFLA) As aranhas são notáveis geômetras, já que suas 79. (ENEM) As bicicletas possuem uma corrente que liga
teias revelam variadas relações geométricas. No desenho, a uma coroa dentada dianteira, movimentada pelos pedais,
aranha construiu sua teia de maneira que essa é formada por a uma coroa localizada no eixo da roda traseira, como
hexágonos regulares igualmente espaçados. mostra a figura.
Qual é a menor distância que a aranha deve percorrer ao
longo da teia para alcançar o infeliz inseto?
8 cm
2 cm
O número de voltas dadas pela roda traseira a cada pe-
dalada depende do tamanho relativo destas coroas.
Em que opção abaixo a roda traseira dá o maior número
de voltas por pedalada?
a) 8 cm
b) 10 cm a)
c) 8 2 cm
d) 10 3 cm
e) 10 2 cm
b)
78. (INEICOC-Uberlandia) Um trecho do rio Tranquilo, com
margens retilíneas e paralelas, atravessa uma região plana.
A casa de Bruno fica na margem esquerda do rio Tranquilo,
e na margem direita desse rio ficam a casa de Camila e o
armazém “Tem de Tudo”. Bruno sabe que a largura do rio
Tranquilo é de 21 metros e que as distâncias entre a sua c)
casa e a casa de Camila, entre a sua casa e o armazém e
entre a casa de Camila e o armazém são iguais. Em um certo
dia, Bruno sai de sua casa, vai até o armazém, depois vai
direto até a casa de Camila e volta para casa, realizando
sempre os menores trajetos possíveis, sem obstáculos e não
passando por nenhum outro lugar. Considerando todas as d)
construções localizadas na beira do rio, quando retornou à
sua casa, Bruno calculou que a distância percorrida nesse
dia foi, em metros, de:
a) 42 3
e)
b) 35 3
a) ( 80 )2 - ( 60 )2 = 10 28 < 60 e 60 + 80 + 60 = 200
80 cm
10 cm 30 cm
b) ( 80 )2 + ( 60 )2 = 100 e 100 + 80 + 100 = 280
5
3
Se AC, perpendicular à margem do rio, mede 300 m, en-
tão o percurso total feito por Luiz, de sua casa até à fábrica,
tem comprimento igual a:
4
a) 700 m.
Utilize seus conhecimentos sobre o teorema para ajudar b) 900 m.
um trabalhador a encontrar a medida de uma tábua coloca- c) 1.000 m.
da na diagonal do portão de um depósito para reforçá-lo. O d) 1.200 m.
portão tem 6 metros de altura por 8 metros de comprimen- e) 1.400 m.
to. A medida da tábua, em metros, é
a) 7. 84. (CFTMG) Um cabo de aço AC de 7m de comprimento foi
b) 8. utilizado para sustentar um muro, e uma barra de aço EB,
c) 10. paralela ao chão, foi fixada nesse cabo, perpendicularmen-
d) 11. te ao muro, como mostra a figura.
e) 9.
A
82. (Enceja)
E B
80
D C
60 60
80 80
80
Se AB = 3m e AE = 2,4m então AD em metros, é:
a) 3,0
A bancada de uma pia, que tem o formato e as dimen- b) 4,0
sões dados na figura acima, deve ser fixada na parede de um c) 4,6
EM1D-12-1E
85. (CESGRANRIO) Origami é a arte japonesa das dobraduras 88. (UFSM) A crise energética tem levado as médias e gran-
de papel. Observe as figuras abaixo, onde estão descritos os des empresas a buscarem alternativas na geração de ener-
passos iniciais para se fazer um passarinho: comece mar- gia elétrica para a manutenção do maquinário. Uma alter-
cando uma das diagonais de uma folha de papel quadrada. nativa encontrada por uma fábrica foi a de construir uma
Em seguida, faça coincidir os lados AD e CD sobre a diagonal pequena hidrelétrica, aproveitando a correnteza de um rio
marcada, de modo que os vértices A e C se encontrem. Con- que passa próximo às suas instalações. Observando a figura
siderando-se o quadrilátero BEDF da fig.3, pode-se concluir e admitindo que as linhas retas r, s e t sejam paralelas,
que o ângulo BED mede: pode-se afirmar que a barreira mede:
A B A B E B r
30 m
24 m
A
C s 56 m
F Barreira
2m
D C D C D t
fig. 1 fig.2 fig. 3
Rio
a) 100° d) 125o
30’
b) 112o 30’ e) 135o
c) 115o a) 33 m d) 48 m
b) 38 m e) 53 m
86. (UFJF) Testes efetuados em um pneu de corrida consta- c) 43 m
taram que, a partir de 185.600 voltas, ele passa a se dete-
riorar, podendo causar riscos à segurança do piloto. Saben- 89. (CFTPR) O jardineiro do Sr. Artur fez um canteiro trian-
do que o diâmetro do pneu é de 0,5 m, ele poderá percorrer, gular composto por folhagens e flores onde as divisões são
sem riscos para o piloto, aproximadamente: todas paralelas à base AB do triângulo ABC, conforme figura.
a) 93 km.
y 35cm x
b) 196 km.
B C
c) 366 km.
d) 592 km.
e) 291 km.
20cm
87. (ENEM) Um marceneiro deseja construir uma escada trape- 25cm
zoidal com 5 degraus, de forma que o mais baixo e o mais alto
40cm
tenham larguras respectivamente iguais a 60 cm e a 30 cm,
conforme a figura: A
Sendo assim, as medidas x e y dos canteiros de flores
30
são, respectivamente:
a) 30 cm e 50 cm.
b) 28 cm e 56 cm.
c) 50 cm e 30 cm.
d) 56 cm e 28 cm.
e) 40 cm e 20 cm.
91. (CFTMG) Um homem, ao passar pelo prédio A de al- 94. (ENEM) Na figura abaixo, que representa o projeto de
tura h observa que sua sombra corresponde a 10% se uma escada com 5 degraus de mesma altura, o comprimento
comparada com a desse prédio. Algum tempo depois, total do corrimão é igual a:
passando pelo edifício B de 30m de altura, verifica que
30 cm
a projeção de sua sombra é de 1,8 m e a do prédio B é
de 30 metros.
Nessa situação, a altura h de A, em metros, vale:
a) 15 corrimão
90 cm
b) 18
c) 21
30 cm
d) 24 24 cm
24 cm
92. (CFTMG) Duas árvores situadas em cada um dos lados
de um rio estão alinhadas, conforme a figura. A largura do 24 cm
90 cm
rio, em metros, é: 24 cm
24 cm
a) 1,8 m.
rio
b) 1,9 m.
c) 2,0 m.
d) 2,1 m.
e) 2,2 m.
24m 64m
20m 95. (VUNESP) Para efeito de construção, o proprietário di-
vidiu o terreno ABCD, com frente para a Av. Jundiaí, em
a) 48 duas partes, I e II, como mostra a figura. Sabe-se que AE e
b) 50 CD são congruentes, e que E é ponto médio de BC. O compri-
c) 60 mento total do muro construído nas laterais (AD e BC) e no
d) 72 fundo (DC) do terreno inteiro é:
e) 80
Av. Jundiaí
12 m
93. (UFPR) Em uma rua, um ônibus com 12 m de compri- A B
mento e 3 m de altura está parado a 5 m de distância da
base de um semáforo, o qual está a 5 m do chão. Atrás do I
9m 9m
ônibus pára um carro, cujo motorista tem os olhos a 1 m do
chão e a 2 m da parte frontal do carro, conforme indica a
figura abaixo. Determine a menor distância (d) que o carro D II E
pode ficar do ônibus de modo que o motorista possa enxer-
gar o semáforo inteiro.
5m a) 69 m.
1m b) 57 m.
c) 52 m.
5m 12 m d 2m
d) 42 m.
e) 33 m.
a) 13,5 m d) 15,0 m
EM1D-12-1E
b) 14,0 m e) 15,5 m
c) 14,5 m
102
96. (FGV-modificado) Na figura abaixo, em que os ângu- 98. (UFG) Uma empresa de engenharia deseja construir uma
los  e B são retos, considere que um indivíduo esteja estrada ligando os pontos A e B, que estão situados em lados
no ponto O e queira atingir o ponto C, passando pelos opostos de uma reserva florestal, como mostra a figura abaixo.
pontos A e B.
A C D
O
60º a) 50 2 m
8m
b) 50
( 6) m
3
Os lados do triângulo que não aparecem totalmente na
planta do terreno medem. c) 50 3 m
a) 3 3 m e (12 − 3 3 )m.
b) 5 m e 7 m. d) 25 6 m
c) 4,5 m e 7,5 m.
d) 8 m e 4 m. e) 50 6 m
e) 3 m e 9 m.
ENEM Matemática 103
100. (UNESP) Para calcular a distância entre duas árvores mento de medida e decida resolver o problema utilizando
situadas nas margens opostas de um rio, nos pontos A e apenas a lata e as duas garrafas. As etapas do procedimento
B, um observador que se encontra junto a A afasta-se 20m utilizado por ele estão ilustradas nas figuras a seguir, ten-
da margem, na direção da reta AB, até o ponto C e depois do sido omitida a 5a etapa.
caminha em linha reta até o ponto D, a 40m de C, do qual
1.200 mL
ainda pode ver as árvores. Tendo verificado que os ângulos 400 mL 400 mL 300 mL
AZEITE AZEITE
DCB e BDC medem, respectivamente, cerca de 15° e 120°, que AZEITE
? ?
5ª etapa
?
A 4ª etapa 6ª etapa
D
10,5 cm
900 mL 200 mL
100 mL
AZEITE
a) 84 cm x 62 cm d) 42 cm x 62 cm e)
b) 84 cm x 124 cm e) 21 cm x 31 cm
c) 42 cm x 31 cm
102. (ENEM) A diversidade de formas geométricas espaciais 103. (ENEM) Um dos diversos instrumentos que o homem con-
criadas pelo homem, ao mesmo tempo em que traz benefí- cebeu para medir o tempo foi a ampulheta, também conhecida
cios, causa dificuldades em algumas situações. Suponha, como relógio de areia. Suponha que uma cozinheira tenha de
por exemplo, que um cozinheiro precise utilizar exatamen- marcar 11 minutos, que é o tempo exato para assar os biscoitos
te 100 mL de azeite de uma lata que contenha 1.200 mL e que ela colocou no forno. Dispondo de duas ampulhetas,uma
queira guardar o restante do azeite em duas garrafas, com de 8 minutos e outra de 5, ela elaborou 6 etapas, mas fez o
EM1D-12-1E
capacidade para 500 mL e 800 mL cada, deixando cheia a esquema, representado a seguir,somente até a 4a etapa, pois é
garrafa maior. Considere que ele não disponha de instru- só depois dessa etapa que ela começa a contar os 11 minutos.
104
5 min 5 min
104. (ENEM) Fractal (do latim fractus, fração, quebrado) — ob-
jeto que pode ser dividido em partes que possuem semelhança
com o objeto inicial. A geometria fractal, criada no século XX,
estuda as propriedades e o comportamento dos fractais — ob-
3 min 5 min 2 min
8 min jetos geométricos formados por repetições de padrões similares.
3 min O triângulo de Sierpinski, uma das formas elemen-
5 min
tares da geometria fractal, pode ser obtido por meio dos
seguintes passos:
? ?
1. comece com um triângulo equilátero (figura 1);
2. construa um triângulo em que cada lado tenha a metade
do tamanho do lado do triângulo anterior e faça três cópias;
3. posicione essas cópias de maneira que cada triângulo
tenha um vértice comum com um dos vértices de cada um
dos outros dois triângulos, conforme ilustra a figura 2;
4. repita sucessivamente os passos 2 e 3 para cada cópia
A opção que completa o esquema é dos triângulos obtidos no passo 3 (figura 3).
a)
c)
b)
8 min 3 min 8 min 5 min
2 min
d) c)
C4 Construir noções de variação de grandezas 106. (ENEM) O mapa ao lado representa um bairro de de-
para a compreensão da realidade e a terminada cidade, no qual as flechas indicam o sentido das
solução de problemas do cotidiano. mãos do tráfego. Sabe-se que esse bairro foi planejado e
que cada quadra representada na figura é um terreno qua-
H15 Identificar a relação de dependência drado, de lado igual a 200 metros.
entre grandezas.
d) III e V. d) 80 cm
e) IV e V. e) 90 cm
106
109. (ENEM) A fotografia mostra uma turista aparentemen- 110. (ENEM) A rampa de um hospital tem na sua parte mais
te beijando a esfinge de Gizé, no Egito. A figura a seguirmos- elevada uma altura de 2,2 metros. Um paciente ao caminhar
tra como, na verdade, foram posicionadas a câmera fotográ- sobre a rampa percebe que se deslocou 3,2 metros e alcan-
fica, a turista e a esfinge. çou uma altura de 0,8 metro.
A distância em metros que o paciente ainda deve cami-
nhar para atingir o ponto mais alto da rampa é:
a) 1,16 metros.
b) 3,0 metros.
c) 5,4 metros.
d) 5,6 metros.
e) 7,04 metros.
De acordo com essas informações, o valor a ser gasto pessoa cortou uma vara de comprimento igual a sua altura.
pelos agricultores das lavouras de amêndoa da Califórnia O formato do campo é retangular e foi constatado que ele
com o aluguel das colmeias será de mede 53 varas de comprimento e 30 varas de largura. Uma
a) 4,2 mil dólares. região R tem área AR, dada em m2, de mesma medida do
b) 105 milhões de dólares. campo de futebol descrito acima. A expressão algébrica
c) 150 milhões de dólares. que determina a medida da vara em metros é
d) 210 milhões de dólares.
AR
a) Vara = m
1500
113. (ENEM) Uma cooperativa de colheita propôs a um fa-
zendeiro um contrato de trabalho nos seguintes termos: a
AR
cooperativa forneceria 12 trabalhadores e 4 máquinas, em b) Vara = m
1590
um regime de trabalho de 6 horas diárias, capazes de co-
lher 20 hectares de milho por dia, ao custo de R$ 10,00 por
1590
trabalhador por dia de trabalho, e R$ 1.000,00 pelo aluguel c) Vara = m
AR
diário de cada máquina. O fazendeiro argumentou que fe-
charia contrato se a cooperativa colhesse 180 hectares de
AR
milho em 6 dias, com gasto inferior a R$ 25.000,00. d) Vara = m
1500
Para atender às exigências do fazendeiro e supondo que
o ritmo dos trabalhadores e das máquinas seja constante, a
AR
cooperativa deveria e) Vara = m
1590
a) manter sua proposta.
b) oferecer 4 máquinas a mais.
c) oferecer 6 trabalhadores a mais. 116. (ENEM) O quadro apresenta a produção de algodão de
d) aumentar a jornada de trabalho para 9 horas diárias. uma cooperativa de agricultores entre 1995 e 1999.
e) reduzir em R$ 400,00 o valor do aluguel diário de uma
máquina. Safra
114. (Encceja) Um vasilhame de água mineral contendo O gráfico que melhor representa a área plantada (AP) no
20 litros foi colocado à disposição dos participantes de um período considerado é:
evento. Considerando que os copos, com capacidade para
200 mL, eram servidos totalmente cheios, a expressão que a) AP
representa a quantidade (y) de água, em mL, que restou no
vasilhame, em função do número (x) de copos utilizados, é
a) y = 200x – 20000
b) y = 20000 – 200x
95 96 97 98 99
c) y = 20 – 200x
d) y = 200x – 20
e) 20x – 2000 b) AP
c) AP a)
M(x)
5000
x
95 96 97 98 99
b)
M(x)
d) AP
5000
x
95 96 97 98 99 c)
M(x)
e) AP
5000
d)
95 96 97 98 99 M(x)
120. (ENEM) Um experimento consiste em colocar certa H20 Interpretar gráfico cartesiano que
quantidade de bolas de vidro idênticas em um copo com represente relações entre grandezas.
água até certo nível e medir o nível da água, conforme ilus-
trado na figura a seguir. Como resultado do experimento,
concluiu-se que o nível da água é função do número de 122. (ENEM) A obsidiana é uma pedra de origem vulcânica
bolas de vidro que são colocadas dentro do copo. que, em contato com a umidade do ar, fixa água em sua
superfície formando uma camada hidratada. A espessura
da camada hidratada aumenta de acordo com o tempo de
permanência no ar, propriedade que pode ser utilizada para
medir sua idade. O gráfico ao lado mostra como varia a es-
pessura da camada hidratada, em mícrons (1 mícron = 1
milésimo de milímetro) em função da idade da obsidiana.
15
10
O quadro a seguir mostra alguns resultados do experi-
mento realizado.
5
número de bolas (x) nível da água (y)
5 6,35 cm
0 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000 120.000 140.000
10 6,70 cm Idade (em anos)
3ª P3 229 P4 174 55 10 km
Tempo
0 1 2
a) carroça – semana
P1 P2 P3 P4 b) carro – dia
c) caminhada – hora
b) d) bicicleta – minuto
e) avião – segundo
P1 P2 P3 P4 a)
Quantidade da
Substância A
d)
tempo
P1 P2 P3 P4
b)
e)
Quantidade da
Substância A
P1 P2 P3 P4
tempo
ENEM Matemática 111
c) Quantidade da c) V (real)
Substância A
200
tempo 100
d)
Quantidade da
Substância A
1 2 n (mês)
d) V (real)
tempo
200
e)
Quantidade da
Substância A
100
tempo 1 2 n (mês)
200 1 2 n (mês)
1 2 n (mês)
112
Lucro (em R$ 1.000,00)
b) R
– 3.0
c) 6.0
Lucro (em R$ 1.000,00)
5.0
4.0 x
3.0
c) R
2.0
1.0
6.0
5.0
d) R
4.0
3.0
2.0
1.0
x
– 1.0 1.0 2.0 3.0 4.0
Número de jogos vendidos
e) R
e)
Lucros (em R$ 1.000,00)
2.0
x
1.0
1.0
Número de jogos vendidos
ENEM Matemática 113
461 35 a) 2 2
Países desenvolvidos
30 b) 4 2
269
c) 8
1.592 25
Números em milhões 20 d) 4 5
95 15
490 e) 6 3
Países em
desenvolvimento10
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem
5
110 ESTIMATIVAS envolva conhecimentos algébricos.
0
1950 70 90 2010 30 50 131. (Encceja) Com 4 palitos pode-se fazer um quadra-
Disponível em: www.economist.com. Acesso do. Para formar uma fileira com 2 quadrados são neces-
em: 9 jul. 2009 (adaptado). sários 7 palitos. Uma fileira com 3 quadrados utiliza
10 palitos, com 4 quadrados usam-se 13 palitos, e assim
Suponha que o modelo exponencial y = 363·e0,03x, em sucessivamente.
que x = 0 corresponde ao ano 2000, x = 1 corresponde ao
ano 2001, e assim sucessivamente, e que y é a população
1 2 3 n
em milhões de habitantes no ano x, seja usado para estimar
essa população com 60 anos ou mais de idade nos países em
desenvolvimento entre 2010 e 2050. Desse modo, conside- Para formar uma fileira com n quadrados, o número de
rando e 0,3 = 1,35, estima-se que a população com 60 anos palitos necessários pode ser calculado com a expressão
ou mais estará, em 2030, entre a) 3n + 2
b) 3n + 1
a) 490 e 510 milhões. c) 2n + 2
b) 550 e 620 milhões. d) 2n + 1
c) 780 e 800 milhões. e) 3n + 3
d) 810 e 860 milhões.
e) 870 e 910 milhões. 132. (ENEM) A empresa WQTU Cosmético vende um determi-
nado produto x, cujo custo de fabricação de cada unidade é
130. (UNIFESP) Com base na figura, o comprimento da dia- dado por 3x2 – 232, e o seu valor de venda é expresso pela
gonal AC do quadrilátero ABCD, de lados paralelos aos eixos função 180x - 116. A empresa vendeu 10 unidades do produto
coordenados, é: x, contudo a mesma deseja saber quantas unidades precisa
vender para obter um lucro máximo.
A quantidade máxima de unidades a serem vendidas pela
empresa WQTU para a obtenção do maior lucro é
a) 10. d) 116.
EM1D-12-1E
b) 30. e) 232.
c) 58.
114
parte, e cada uma das 50 pessoas do grupo inicial deveria 141. (ENEM) Os níveis de irradiância ultravioleta efetiva
contribuir com mais R$ 7,00. (IUV) indicam o risco de exposição ao Sol para pessoas
De acordo com essas informações, qual foi o valor da cota de pele do tipo II - pele de pigmentação clara. O tempo
calculada no acerto final para cada uma das 55 pessoas? de exposição segura (TES) corresponde ao tempo de ex-
a) R$ 14,00. d) R$ 32,00. posição aos raios solares sem que ocorram queimaduras
b) R$ 17,00. e) R$ 57,00. de pele. A tabela mostra a correlação entre riscos de ex-
c) R$ 22,00. posição, IUV e TES.
140. (ENEM) O excesso de peso pode prejudicar o desempe- Riscos de exposição IUV TES (em minutos)
nho de um atleta profissional em corridas de longa distância
como a maratona (42,2 km), a meia-maratona (21,1 km) ou Baixo 0a2 Máximo 60
uma prova de 10 km. Para saber uma aproximação do inter- Médio 3a5 30 a 60
valo de tempo a mais perdido para completar uma corrida
devido ao excesso de peso, muitos atletas utilizam os dados Alto 6a8 20 a 30
apresentados na tabela e no gráfico:
Acima
Extremo Máximo 20
de 8
Peso (kg) ideal para atleta
Altura (m) masculino de ossatura grande,
corredor de longa distância Uma das maneiras de se proteger contra queimaduras
provocadas pela radiação ultravioleta é o uso dos cremes
1,57 56,9 protetores solares, cujo Fator de Proteção Solar (FPS) é cal-
1,58 57,4 culado da seguinte maneira:
do com largura de 1,40 m, e no segundo mês, se vendes- Reconheceu que se tratava do desenho do terreno que
sem o dobro. Foram bem sucedidos os jovens que respon- havia comprado. Interpretando a equação expressa no papel,
deram, respectivamente, em relação aos dados do desenho do terreno, percebeu que
a) R$ 300,00 e R$ 500,00. a) a área do terreno é igual a 132.
b) R$ 550,00 e R$ 850,00. b) a área do terreno é igual a 120.
c) R$ 650,00 e R$ 1000,00. c) o perímetro do terreno é igual a 120.
d) R$ 650,00 e R$ 1300,00. d) o perímetro do terreno é igual a 132.
e) R$ 950,00 e R$ 1900,00. e) a área do terreno é igual a 140.
143. (ENEM) Podemos estimar o consumo de energia elétrica 145. (ENEM) A importância do desenvolvimento da atividade
de uma casa considerando as principais fontes desse consumo. turística no Brasil relacionando-se especialmente com os pos-
Pense na situação em que apenas os aparelhos que constam da síveis efeitos na redução da pobreza e das desigualdades por
tabela abaixo fossem utilizados diariamente da mesma forma. meio da geração de novos postos de trabalho e da contribuição
Tabela: A tabela fornece a potência e o tempo efetivo de para o desenvolvimento sustentável regional. No gráfico são
uso diário de cada aparelho doméstico. mostrados três cenários - pessimista, previsível, otimista - a
respeito da geração de empregos pelo desenvolvimento de ati-
Tempo de uso vidades turísticas. De acordo com o gráfico, em 2009, o núme-
Aparelho Potência (KW)
diário (horas) ro de empregos gerados pelo turismo será superior a:
Ar condicionado 1,5 8 662,0
616 602,9
Chuveiro elétrico 3,3 1/3 Mil empregos
543,8
516
Freezer 0,2 10
416
353,8
Geladeira 0,35 10 316 294,8
Lâmpadas 0,10 6 216
235,7
H22 Utilizar conhecimentos algébricos como 146. (ENEM) O gráfico a seguir mostra a evolução, de abril
recurso para a construção e argumentação. de 2008 a maio de 2009, da população economicamente ati-
va para seis Regiões Metropolitanas pesquisadas.
144. (Encceja) Felipe encontrou um papel com as informações
População economicamente ativa (em mil pessoas)
a seguir.
23.500
23.300
x+6
23.020
23.100
22.959
23.900
22.811
22.741
3x 22.700
22.500
22.300
04/08 05 06 07 08 09 10 11 12 01/09 02 03 04 05
Considerando que a taxa de crescimento da população 148. (ENEM) O gráfico mostra a porcentagem da força de
economicamente ativa, entre 05/09 e 06/09, seja de 4%, trabalho brasileira em 40 anos, com relação aos setores
então o número de pessoas economicamente ativas em agrícola, de serviços e industrial/mineral.
06/09 será igual a:
1940 1960 1980
a) 23.940. d) 23.940.800. 70
b) 32.228. e) 32.228.000.
60
c) 920.800.
50
Agricultura
147. (ENEM) Para convencer a população local da ineficiên- %
40 Serviços
cia da Companhia Telefônica Vilatel na expansão da oferta de Indústria/mineração
linhas, um político publicou no jornal local o gráfico I, abaixo 30
representado. A Companhia Vilatel respondeu publicando dias
20
depois o gráfico II, onde pretende justificar um grande aumento
na oferta de linhas. O fato é que, no período considerado, foram 10
instaladas, efetivamente, 200 novas linhas telefônicas. 0
461
a) W e L.
b) W e K.
c) K e L.
d) K e W.
e) K e K.
O gráfico anterior mostra as exportações brasileiras de a) uma hora e uma hora e meia, respectivamente.
carne suína, em mil toneladas, sinalizando forte tendência b) três horas e meia hora, respectivamente.
de queda no mês de março de 2006. A partir da análise do c) três horas e quatro horas e meia, respectivamente.
gráfico, julgue as afirmações abaixo. d) seis horas e três horas, respectivamente.
I. Se fosse confirmada a tendência de queda apresenta- e) seis horas, igualmente.
da no gráfico, em março de 2006 o Brasil teria exportado
15 milhões de quilogramas a menos do que exportou em 163. (ENEM) Foram publicados recentemente trabalhos
fevereiro de 2006. relatando o uso de fungos como controle biológico de
II. A quantidade de carne exportada em outubro de 2005 mosquitos transmissores da malária. Observou-se o per-
foi o dobro da exportada em fevereiro de 2006. centual de sobrevivência dos mosquitos Anopheles sp.
III. As exportações de agosto de 2005 e outubro de 2005 após exposição ou não a superfícies cobertas com fungos
totalizaram 130 milhões de quilogramas de carne. sabidamente pesticidas, ao longo de duas semanas. Os
É correto apenas o que se afirma em dados obtidos estão presentes no gráfico abaixo.
a) I. d) I e III.
Porcentagem de sobrevivência
b) II. e) I e II. 100
c) III.
80
De acordo com o gráfico, a população urbana mundial em Se chamarmos de P o valor mensal da conta, de D o
2020 corresponderá, aproximadamente, a quantos bilhões de número de minutos diurnos falados e de N o número de
pessoas? minutos noturnos falados, obteremos as leis matemáticas
a) 4,00. d) 4,25. que relacionam esses valores:
b) 4,10. e) 4,50. • P = 32 + 0,60D + 0,25N, para a empresa I
c) 4,15. • P = 18 + 0,80D + 0,35N, para a empresa II
Para um assinante que só utiliza os serviços diurnos,
165. (ENEM) A suspeita de que haveria uma relação cau- é mais vantajoso optar pelos serviços da empresa I se o
sal entre tabagismo e câncer de pulmão foi levantada pela número de minutos falados for:
primeira vez a partir de observações clínicas. Para testar essa a) maior que 60.
possível associação, foram conduzidos inúmeros estudos epi- b) maior que 70.
demiológicos. Dentre esses, houve o estudo do número de ca- c) menor que 60.
sos de câncer em relação ao número de cigarros consumidos d) menor que 70.
por dia, cujos resultados são mostrados no gráfico a seguir. e) igual a 70.
Casos de câncer pulmonar dado o número de 167. (ENEM) O gráfico a seguir ilustra a evolução do consu-
cigarros consumidos diariamente mo de eletricidade no Brasil, em GWh, em quatro setores de
Casos de câncer pulmonar
60
50 consumo, no período de 1975 a 2005.
40
30
20
10
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Número de cigarros consumidos diariamente
166. (Encceja) As empresas de telefonia I e II, na disputa sileiro deverá preparar-se para suprir uma demanda total
pelos clientes, lançaram as seguintes tabelas de preços para aproximada de:
seus serviços: a) 405 GWh.
b) 445 GWh.
Preço do c) 680 GWh.
Assinatura Preço do inuto d) 750 GWh.
minuto
(R$) diurno (R$)
noturno (R$) e) 775 GWh.
Metros
Passageiros Transportados por Veículos/dia** 5
1995 a 2008
650 0
Passageiro/Veículo
631
7 :0 0
8:00
9:00
11:00
10:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
600 569 568
581
550 555 506 Hora do dia
500 505 463
451 435 438 447 428 441
450
446 440 407 410 418
400 422
400 391 393 404 410 415 411 25
350 b) 20
Out/95
Out/96
Out/97
Out/98
Out/99
Out/00
Out/01
Out/02
Out/03
Out/04
Out/05
Out/06
Out/07
Out/08
Abr/96
Abr/97
Abr/98
Abr/99
Abr/00
Abr/01
Abr/02
Abr/03
Abr/04
Abr/05
Abr/06
Abr/07
Abr/08
15
Metros
10
5
*São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza, 0
Curitiba e Goiânia 7 :0 0
8:00
9:00
10:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
11:00
** Passageiro total mensal/frota/25
4
2
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
11:00
10
supermecado. 0
7 :0 0
Pagamento
8:00
9:00
10:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
11:00
20
10
Considerando que o cliente não efetuará compras até 0
o próximo vencimento, em 26/12/2006, o valor a ser pago
7 :0 0
8:00
9:00
10:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
11:00
deverá ser:
124
171. (ENEM) No gráfico estão representados os gols mar- Café (em grão) – Brasil
rendimento médio
primeiras partidas de um determinado campeonato. 2.500.000 2.500
Gols marcados Gols sofridos 2.000.000 2.000
6 1.500.000 1.500
5 1.000.000 1.000
500.000 500
4
0
3 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
2 produção área
rend. médio (kg/ha)
1
(toneladas) plantada (ha)
0 Fonte: IBGE
28/01 04/02 11/02 18/02 25/02 04/03 11/03 18/03 25/03 01/04
Data da partida
Se a tendência de rendimento observada no gráfico, no
Considerando que, neste campeonato, as equipes ganham período de 2001 a 2008, for mantida nos próximos anos,
3 pontos para cada vitória, 1 ponto por empate e 0 ponto em então o rendimento médio do plantio do café, em 2012, será
caso de derrota, a equipe em questão, ao final da décima aproximadamente de
partida, terá acumulado um número de pontos igual a: a) 500 kg/ha.
a) 15. b) 750 kg/ha.
b) 17. c) 850 kg/ha.
c) 18. d) 950 kg/ha.
d) 20. e) 1.250 kg/ha.
e) 4.
174. (ENEM) — No quadro abaixo estão as contas de luz e
172. (ENEM) O tempo que um ônibus gasta para ir do ponto água de uma mesma residência. Além do valor a pagar, cada
inicial ao ponto final de uma linha varia, durante o dia, confor- conta mostra como calculá-lo, em função do consumo de
me as condições do trânsito, demorando mais nos horários de água (em m3) e de eletricidade (em kwh). Observe que, na
maior movimento. A empresa que opera essa linha forneceu, no conta de luz, o valor a pagar é igual ao consumo multipli-
gráfico abaixo, o tempo médio de duração da viagem conforme cado por um certo fator. Já na conta de água, existe uma
o horário de saída do ponto inicial, no período da manhã. tarifa mínima e diferentes faixas de tarifação.
120 Companhia de Eletricidade
110
Tempo do percurso (minutos)
100
Fornecimento Valor - R$
90
80 401 KWH x 0,13276000 53,23
70
60 Companhia de Saneamento
50
40 TARIFAS DE ÁGUA / M3
30
20
10 Faixas de Tarifa Consumo Valor - R$
0 consumo
6:00
6:10
6:20
6:30
6:40
6:50
7:00
7:10
7:20
7:30
7:40
7:50
8:00
8:10
8:20
8:30
8:40
8:50
9:00
9;10
9:20
9:30
9;40
9;50
175. (ENEM) No quadro abaixo estão as contas de luz e água Dos gráficos abaixo, o que melhor representa o valor da
de uma mesma residência. Além do valor a pagar, cada con- conta de água, de acordo com o consumo, é:
ta mostra como calculá-lo, em função do consumo de água
(em m3) e de eletricidade (em kwh). Observe que, na conta a) R$
de luz, o valor a pagar é igual ao consumo multiplicado
por um certo fator. Já na conta de água, existe uma tarifa
mínima e diferentes faixas de tarifação.
Companhia de Eletricidade
Fornecimento Valor - R$
401 KWH x 0,13276000 53,23 m3
Companhia de Saneamento
TARIFAS DE ÁGUA / M3 b) R$
Faixas de Tarifa Consumo Valor - R$
consumo
até 10 5,50 tarifa mínima 5,50
11 a 20 0,85 7 5,95
21 a 30 2,13
31 a 50 2,13
acima de 50 2,36
Total
m3
11,45
Companhia de Saneamento
TARIFAS DE ÁGUA / M3
Total 11,45
126
177. (Encceja) O gráfico abaixo fornece a velocidade, em De acordo com o gráfico, a contar do instante em que
metros por segundo, de um atleta em função do tempo, em se inicia o pulso elétrico, a corrente elétrica inverte o seu
segundos, em uma corrida de 100 metros rasos. sentido após
a) 0,1 ms. d) 5,2 ms.
v
(m/s) b) 1,4 ms. e) 7,2 ms.
c) 3,9 ms.
14
12
179. (ENEM) Em uma prova de 100 m rasos, o desempenho típi-
10
co de um corredor padrão é representado pelo gráfico a seguir:
8
6 12
4
Velocidade (m/s)
2 10
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 t (s) 8
6
Com relação à velocidade do atleta nessa corrida, assi-
4
nale a opção correta.
a) Ele atinge sua velocidade máxima em um instante compre- 2
endido entre 3 segundos e 4 segundos após o início da corrida.
0
b) Ele atinge sua velocidade máxima em um instante compre- 0 2 4 6 8 10 12 14 16
endido entre 5 segundos e 6 segundos após o início da corrida. Tempo (s)
c) Sua velocidade 2 segundos após o início da corrida é maior
do que sua velocidade 7 segundos após o início da corrida. Baseado no gráfico, em que intervalo de tempo a veloci-
d) Sua velocidade 3 segundos após o início da corrida é maior dade do corredor é aproximadamente constante?
do que sua velocidade 8 segundos após o início da corrida. a) Entre 0 e 1 segundo.
e) Ele atinge velocidade máxima após 9s. b) Entre 1 e 5 segundos.
c) Entre 5 e 8 segundos.
178. (ENEM) Um desfibrilador é um equipamento utilizado d) Entre 8 e 11 segundos.
em pacientes durante parada cardiorrespiratória com obje- e) Entre 12 e 15 segundos.
tivo de restabelecer ou reorganizar o ritmo cardíaco. Seu
funcionamento consiste em aplicar uma corrente elétrica 180. ENEM — O número de indivíduos de certa população é
intensa na parede torácica do paciente em um intervalo de representado pelo gráfico abaixo.
tempo da ordem de milissegundos.
O gráfico seguinte representa, de forma genérica, o
Números de indivíduos (x 1.000)
181. (ENEM) Boa parte da água utilizada nas mais diversas Gasolina
atividades humanas não retorna ao ambiente com qualidade Álcool
30
3500
15
3000
2500 Coletividade 10
2000 Indústria e energia 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
1500 Agricultura Ano
1000 Total Comparando-se a emissão média de monóxido de carbo-
500 no dos veículos a gasolina e a álcool, pode-se afirmar que
0 • I. no transcorrer do período 1992-2000, a frota a
Consumo Restituição sem qualidade álcool emitiu menos monóxido de carbono.
Fonte: Adaptado de MARGAT, Jean-François. A água ameaçada • II. em meados de 1997, o veículo a gasolina passou
pelas atividades humanas. In WIKOWSKI, N. (Coord).
a poluir menos que o veículo a álcool.
Ciência e tecnologia hoje. São Paulo: Ensaio, 1994.
• III. o veículo a álcool passou por um aprimoramento
tecnológico.
Com base nesses dados, é possível afirmar que É correto o que se afirma apenas em
a) mais da metade da água usada não é devolvida ao ciclo a) I. c) II. e) II e III.
hidrológico. b) I e II. d) III.
b) as atividades industriais são as maiores poluidoras de água.
c) mais da metade da água restituída sem qualidade para o 183. (ENEM) Um dos aspectos utilizados para avaliar a po-
consumo contém algum teor de agrotóxico ou adubo. sição ocupada pela mulher na sociedade é a sua participa-
d) cerca de um terço do total da água restituída sem quali- ção no mercado de trabalho. O gráfico mostra a evolução
dade é proveniente das atividades energéticas. da presença de homens e mulheres no mercado de trabalho
e) o consumo doméstico, dentre as atividades humanas, é entre os anos de 1940 e 2000.
o que mais consome e repõe água com qualidade.
%
100
182. (ENEM) A tabela mostra a evolução da frota de veícu- 80
los leves, e o gráfico, a emissão média do poluente monó-
60
xido de carbono (em g/km) por veículo da frota, na região
metropolitana de São Paulo, no período de 1992 a 2000. 40
20
Frota a Álcool Frota a Gasolina 0
Ano 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000
(em milhares) (em milhares)
184. (ENEM) O número de atletas nas Olimpíadas vem aumentando nos últimos anos, como mostra o gráfico. Mais de 10.000
atletas participaram dos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000.
12000
10624 10321
9421 9364
1000
7932
Número de Atletas
8000 7247
6085 5353
5348 5140 5531 6983 7075 Total
6000 6659 6416
5848 6434 Homens
3549 3905
4000 4738 4834 4265 Mulheres
4457 4750
2438 2705
1299 1251 1496
2000 1088
610 683 781
0
1960 1964 1968 1972 1976 1980 1984 1988 1992 1996 2000
Ano
Nas últimas cinco Olimpíadas, esse aumento ocorreu devido ao crescimento da participação de
a) homens e mulheres, na mesma proporção.
b) homens, pois a de mulheres vem diminuindo a cada Olimpíada.
c) homens, pois a de mulheres praticamente não se alterou.
d) mulheres, pois a de homens vem diminuindo a cada Olimpíada.
e) mulheres, pois a de homens praticamente não se alterou.
185. (ENEM) A produção agrícola brasileira evoluiu, na última década, de forma diferenciada. No caso da cultura de grãos, por
exemplo, verifica-se nos últimos anos um crescimento significativo da produção da soja e do milho, como mostra o gráfico.
60
55
50
Milhões de Toneladas
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
186. (ENEM) No gráfico abaixo, mostra-se como variou o valor do dólar, em relação ao real, entre o final de 2001 e o início de 2005.
Por exemplo, em janeiro de 2002, um dólar valia cerca de R$ 2,40.
4.00
3.60
3.20
2.80
2.40
2.00
1.60
1.20
jan 2002 jan 2003 jan 2004 jan 2005
Durante esse período, a época em que o real esteve mais desvalorizado em relação ao dólar foi no
a) final de 2001.
b) final de 2002.
c) início de 2003.
d) final de 2004.
e) início de 2005.
187. ENEM — Foi proposto um novo modelo de evolução dos primatas elaborado por matemáticos e biólogos. Nesse modelo
o grupo de primatas pode ter tido origem quando os dinossauros ainda habitavam a Terra, e não há 65 milhões de anos,
como é comumente aceito.
Cretácio superior Paleoceno
Primatas atuais
90 80 70 60
Milhões
de anos
Lêmures
Lóris
Társios
Macacos do
Fósseis de
Novo Mundo
primatas mais
antigos
Ancestral comum
mais antigo
Macacos do
Velho Mundo
Extinção dos
Grandes macacos
dinossauros
e Humanos
Examinando esta árvore evolutiva podemos dizer que a divergência entre os macacos do Velho Mundo e o grupo dos gran-
des macacos e de humanos ocorreu há aproximadamente
130
a) 10 milhões de anos. rou muito lento o ritmo de crescimento naquele ano. Por
b) 40 milhões de anos. isso, estabeleceu como meta mensal para o ano de 2005 o
c) 55 milhões de anos. crescimento das vendas em ritmo mais acelerado que o de
d) 65 milhões de anos. 2004. Pela análise do gráfico 2, conclui-se que a meta para
e) 85 milhões de anos. 2005 foi atingida em:
a) janeiro, fevereiro e outubro.
188. (ENEM) Os gráficos 1 e 2 a seguir mostram, em milhões b) fevereiro, março e junho.
de reais, o total do valor das vendas que uma empresa rea- c) março, maio e agosto.
lizou em cada mês, nos anos de 2004 e 2005. d) abril, agosto e novembro.
e) julho, setembro e dezembro.
190. (ENEM) O gráfico a seguir ilustra a evolução do consu- 191. (ENEM) No gráfico a seguir, estão especificados a pro-
mo de eletricidade no Brasil, em GWh, em quatro setores de dução brasileira de café, em toneladas; a área plantada, em
consumo, no período de 1975 a 2005. hectares (ha); e o rendimento médio do plantio, em kg/ha,
no período de 2001 a 2008.
Café (em grão) – Brasil
3.000.000 3.000
rendimento médio
2.000.000 2.000
1.500.000 1.500
1.000.000 1.000
500.000 500
0
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
4. Objetos de conhecimento
• Conhecimentos numéricos: operações em conjuntos numéricos (naturais, inteiros, racionais e reais), desigualda-
des, divisibilidade, fatoração, razões e proporções, porcentagem e juros, relações de dependência entre grandezas, sequ-
ências e progressões, princípios de contagem.
• Conhecimentos geométricos: características das figuras geométricas planas e espaciais; grandezas, unidades de
medida e escalas; comprimentos, áreas e volumes; ângulos; posições de retas; simetrias de figuras planas ou espaciais;
congruência e semelhança de triângulos; teorema de Tales; relações métricas nos triângulos; circunferências; trigonome-
tria do ângulo agudo.
• Conhecimentos de estatística e probabilidade: representação e análise de dados; medidas de tendência central
(médias, moda e mediana); desvios e variância; noções de probabilidade.
• Conhecimentos algébricos: gráficos e funções; funções algébricas do 1º e do 2º graus, polinomiais, racionais, expo-
nenciais e logarítmicas; equações e inequações; relações no ciclo trigonométrico e funções trigonométricas.
• Conhecimentos algébricos/geométricos: plano cartesiano; retas; circunferências; paralelismo e perpendicularida-
de, sistemas de equações.
EM1D-12-1E
132
5. Resposta
MANUAL PRÓ-ENEM
134
ENEM Ciências da Natureza 135
1. Eixos cognitivos
I) Dominar linguagens (DL): dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemática,
artística e científica e das línguas espanhola e inglesa.
II) Compreender fenômenos (CF): construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão
de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas.
III) Enfrentar situações-problema (SP): selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações represen-
tados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema.
IV) Construir argumentação (CA): relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos
disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente.
V) Elaborar propostas (EP): recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de
intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.
2. Matriz de referência
Competência 1 Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como
construções humanas, percebendo seus papéis nos processos de produção
e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
Habilidade 7 Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos,
tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do trabalhador ou a qualidade de vida.
Habilidade 9 Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo de energia para a vida,
ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações nesses processos.
Habilidade 10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e/ou destino dos
poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Competência 4 Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde
humana, associando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
Habilidade 14 Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção
do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade, entre outros.
Habilidade 19 Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para
diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica ou ambiental.
Habilidade 20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Habilidade 21 Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos
inseridos no contexto da termodinâmica e/ou do eletromagnetismo.
3. Competências e habilidades
C1 Compreender as ciências naturais e as Bento acha que o trilho aumenta de tamanho porque
tecnologias a elas associadas como construções ele sente calor quando está quente e se encolhe quando
humanas, percebendo seus papéis nos está frio.
processos de produção e no desenvolvimento Carlos acha que o trilho aumenta de tamanho porque
econômico e social da humanidade. as partículas do ferro crescem quando está quente e dimi-
nuem quando está frio.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação,
Diogo acha que o trilho aumenta de tamanho, com o
transporte, saúde ou outro com o correspondente
desenvolvimento científico e tecnológico. calor, porque as partículas de ferro vibram mais e diminui,
com o frio, porque vibram menos.
A interpretação cientificamente correta é a de:
1. (ENEM) O excesso de veículos e os congestionamentos a) Adão.
em grandes cidades são temas de frequentes reportagens. Os b) Bento.
meios de transportes utilizados e a forma como são ocupados c) Carlos e a de Bento.
têm reflexos nesses congestionamentos, além de problemas d) Carlos.
ambientais e econômicos. No gráfico a seguir, podem-se ob- e) Diogo.
servar valores médios do consumo de energia por passageiro
e por quilômetro rodado, em diferentes meios de transporte, 3. (ENEM) Uma cidade foi construída de forma planeja-
para veículos em duas condições de ocupação (número de da e apresenta todos os quarteirões quadrados, de tama-
passageiros): ocupação típica e ocupação máxima. nhos iguais e medindo 100 m cada um. Um automóvel sai
de um ponto A, que fica num dado cruzamento de duas
3.500
Ocupação típica
ruas, com destino a outro ponto B, que fica também no
(Mj/km)
Ocupação máxima
2.500 trajeto retilíneo 5 quadras, vira à direita e percorre mais
2 quadras. A seguir, vira à esquerda e percorre mais 4 qua-
2.000
dras, vira à direita e percorre mais 4 quadras e, por fim,
1.500 vira à direita e percorre 1 quadra, chegando ao ponto B.
1.000 Sabendo que o intervalo de tempo gasto nesse percurso foi
de 160 s, qual foi a velocidade escalar média, em km/h,
500
desenvolvida pelo automóvel para efetuar o percurso do
0 ponto A até o ponto B?
Automóvel Metrô Trem Ônibus
a) 10,0 d) 72,0
Esses dados indicam que políticas de transporte urbano b) 20,0 e) 90,0
devem também levar em conta que a maior eficiência no c) 36,0
uso de energia ocorre para os:
a) ônibus, com ocupação típica. 4. (ENEM) No Brasil, o sistema de transporte depende do
b) automóveis, com poucos passageiros. uso de combustíveis fósseis e de biomassa, cuja energia é
c) transportes coletivos, com ocupação máxima. convertida em movimento de veículos. Para esses combus-
d) automóveis, com ocupação máxima. tíveis, a transformação de energia química em energia me-
e) trens, com poucos passageiros. cânica acontece:
a) na combustão, que gera gases quentes para mover os
2. (Encceja) Quatro novos empregados de uma empresa pistões no motor.
que constrói estradas de ferro souberam que ela iria cons- b) nos eixos, que transferem torque às rodas e impulsio-
truir uma nova ferrovia. Conversando sobre a finalidade nam o veículo.
das juntas de dilatação (espaço deixado entre os trilhos), c) na ignição, quando a energia elétrica é convertida em
surgiram opiniões diferentes entre eles: trabalho.
Adão acha desnecessária a existência das juntas de di- d) na exaustão, quando gases quentes são expelidos
latação porque não acredita que, com o calor, os trilhos para trás.
aumentem de tamanho. e) na carburação, com a difusão do combustível no ar.
EM1D-12-1E
138
5. (ENEM) O gráfico a seguir ilustra, de maneira hipotéti- Johannes Kepler (1571-1630), depois de estudar o planeta
ca, o número de casos, ao longo de 20 anos, de uma doença Marte por cerca de trinta anos, verificou que a sua órbita é
infecciosa e transmissível (linha cheia), própria de uma elíptica. Esse resultado generalizou-se para os demais pla-
região tropical específica, transmitida por meio da picada netas.
de inseto. A variação na densidade populacional do inseto A respeito dos estudiosos citados no texto, é correto
transmissor, na região considerada, é ilustrada (linha pon- afirmar que:
tilhada). Durante o período apresentado não foram regis- a) Ptolomeu apresentou as ideias mais valiosas, por serem
trados casos dessa doença em outras regiões. mais antigas e tradicionais.
b) Copérnico desenvolveu a teoria do heliocentrismo, ins-
No de casos registrados e
H3 Confrontar interpretações científicas com Nas alternativas abaixo, assinale a relação correta entre
interpretações baseadas no senso comum, ao as velocidades (v) e as pressões (p) nos pontos 1 e 2.
longo do tempo ou em diferentes culturas. a) v1 < v2 e p1 > p2
b) v1 < v2 e p1 < p2
6. (ENEM) Na linha de uma tradição antiga, o astrônomo c) v1 > v2 e p1 > p2
grego Ptolomeu (100-170 d.C.) afirmou a tese do geocentris- d) v1 > v2 e p1 < p2
mo, segundo a qual a Terra seria o centro do universo, sen- e) v1 = v2 e p1 = p2
do que o Sol, a Lua e os planetas girariam em seu redor em
órbitas circulares. A teoria de Ptolomeu resolvia de modo 8. (Encceja) Ainda hoje, é muito comum as pessoas utili-
razoável os problemas astronômicos da sua época. Vários zarem vasilhames de barro (moringa ou potes de cerâmica
séculos mais tarde, o clérigo e astrônomo polonês Nicolau não esmaltada) para conservar água a um temperatura me-
Copérnico (1473-1543), ao encontrar inexatidões na teoria nor do que a do ambiente. Isso ocorre porque:
de Ptolomeu, formulou a teoria do heliocentrismo, segundo a) o barro isola a água do ambiente, mantendo-a sempre
a qual o Sol deveria ser considerado o centro do univer- a uma temperatura menor que a dele, como se fosse isopor.
so, com a Terra, a Lua e os planetas girando circularmente b) o barro tem poder de “gelar” a água pela sua composição
em torno dele. Por fim, o astrônomo e matemático alemão química. Na reação, a água perde o calor.
ENEM Ciências da Natureza 139
c) o barro é poroso, permitindo que a água passe através não é praticada para certos materiais por ser economica-
dele. Parte dessa água evapora, tomando o calor da moringa mente inviável.
e do restante da água, que é assim resfriada. IV. Embora a biodegradação dos plásticos seja importan-
d) o barro é poroso, permitindo que a água se deposite na te no cenário atual, constitui-se uma alternativa emergen-
parte de fora da moringa. A água de fora sempre está a uma cial, pois não combate o uso excessivo de plásticos.
temperatura maior do que a de dentro. Estão corretas:
e) a moringa é uma espécie de geladeira natural, liberando a) apenas I e II. d) apenas II, III e IV.
substâncias higroscópicas que diminuem naturalmente a b) apenas I e III. e) I, II, III e IV.
temperatura da água. c) apenas I e IV.
9. (ENEM) Para secar um par de tênis após sua lavagem, as 11. (ENEM) Estudiosos preveem que em breve a água será
pessoas geralmente abrem o calçado ao máximo, puxando causa principal de conflitos entre nações. Há sinais dessa ten-
sua lingueta para fora, e retiram suas palmilhas e cordões são em áreas do planeta como Oriente Médio e África. (...)
antes de colocá-lo para secar. Com esse procedimento, o brasileiros, que sempre se consideraram dotados de fontes
tênis seca mais rapidamente do que se estivesse com as inesgotáveis, veem algumas de suas cidades sofrerem falta
palmilhas, com os cordões e com a lingueta para dentro, de água. A distribuição desigual é causa maior de problemas.
porque: (...) além das distâncias entre fontes e centros consumidores
a) essas partes do tênis são feitas com materiais diferentes. da água. É o caso da Califórnia (EUA), que depende, para o
b) o tênis se aquece mais quando tem suas partes separadas. abastecimento, até de neve derretida no distante Colorado; a
c) a permeabilidade do tênis em contato com a água diminui. cidade de São Paulo, que, embora localizada na confluência de
d) aumenta a superfície total do tênis em contato com o ar. vários rios, viu a poluição tornar imprestáveis para consumo
e) diminui a superfície total do tênis em contato com o ar. as fontes próximas, sendo necessária a captação de água de
bacias distantes, alterando os cursos dos rios e a distribuição
H4 Avaliar propostas de intervenção no ambiente, natural da água na região. Na última década, a quantidade de
considerando a qualidade da vida humana água distribuída aos brasileiros cresceu um terço, mas quase
ou medidas de conservação, recuperação ou dobrou a proporção de água sem tratamento e o desperdício
utilização sustentável da biodiversidade. atingiu quase a metade de toda a água distribuída pelos sis-
temas públicos. Seria necessária, então, mais consciência por
10. (ENEM) Resíduo ou lixo é qualquer material considerado parte da população no uso da água e, por parte do governo,
inútil, supérfluo e/ou sem valor, gerado pela atividade hu- maior cuidado com a questão do saneamento e abastecimen-
mana. As formas tradicionais de descartá-lo – incineração, to. Por exemplo, 90% das atividades modernas poderiam ser
depósito no solo e mesmo a reciclagem – são poluentes. realizadas com água de reúso. Além de diminuir a pressão
Uma opção ecológica pode estar na biodegradação, prin- sobre a demanda, o custo dessa água é pelo menos 50% me-
cipalmente do plástico, um dos grandes inimigos do am- nor do que o preço da água fornecida pelas companhias de
biente. Um tipo de fungo original das matas brasileiras, o saneamento, porque não precisa passar por tratamento. Ape-
Pleurotus sp., é capaz de retirar nutrientes dos polímeros sar de não ser própria para consumo humano, poderia ser
sintéticos (PET), transformando em matéria orgânica o que usada, entre outras atividades, nas indústrias, na lavagem
era plástico. de áreas públicas e nas descargas sanitárias de condomínios.
Em relação aos possíveis destinos do lixo, foram dadas Além disso, as novas construções – casas, prédios, complexos
as explicações a seguir. industriais – poderiam incorporar sistemas de aproveitamen-
I. A incineração é a queima do lixo em aparelhos e usi- to da água da chuva, para os usos gerais que não o consumo
nas próprias, com as vantagens de reduzir bastante o volu- humano.
me de resíduos e destruir os micro-organismos que causam Adaptado de: <http://www.socioambiental.org/esp/agua/pgn/>.
doenças, contidos, principalmente, nos lixos hospitalar e Em relação ao texto e aos seus conhecimentos, assinale
industrial. a alternativa correta.
II. Uma área de deposição ou confinamento de resíduos, a) A água é a principal causa de conflitos em alguns paí-
como os lixões, pode gerar contaminação do solo por subs- ses. No Brasil, a disponibilidade de água é suficiente para
tâncias poluentes carregadas pelas águas superficiais até o abastecimento de todas as cidades do país e não há falta
distâncias fora das áreas sob controle e monitoramento. desse recurso.
III. A reciclagem diminui a quantidade de lixo deposi- b) Em algumas cidades brasileiras, o abastecimento e a
EM1D-12-1E
tado no solo e reduz a necessidade de extração de mais distribuição da água dependem da despoluição dos rios e
matéria-prima diretamente da natureza, mas é pouco ou das bacias hidrográficas e do derretimento de geleiras.
140
c) Na última década, a quantidade de água distribuída aos Para o reflorestamento da região desmatada:
brasileiros aumentou 30%, o tratamento dobrou e o desper- a) a espécie 8 é mais indicada que a 1, uma vez que aquela
dício caiu pela metade. possui melhor adaptação a regiões com maior incidência
d) A viabilidade do uso de água da chuva é caracterizada de luz.
pela diminuição na demanda de água fornecida pelas compa- b) recomenda-se a utilização de espécies pioneiras, isto
nhias de saneamento e pela redução do risco de enchentes. é, aquelas que suportam alta incidência de luz, como as
e) Estudos apontam que o reúso da água para o consumo espécies 2, 3 e 5.
humano reduziria 90% do custo em relação à água forneci- c) sugere-se o uso de espécies exóticas, pois somente estas
da pelas companhias de saneamento. podem suportar a alta incidência luminosa, característica
de regiões desmatadas.
12. (ENEM) Uma pesquisadora deseja reflorestar uma área d) espécies de comunidade clímax, como as 4 e 7, são as
de mata ciliar quase que totalmente desmatada. Essa for- mais indicadas, uma vez que possuem boa capacidade de
mação vegetal é um tipo de floresta muito comum nas aclimatação a diferentes ambientes.
margens de rios dos cerrados no Brasil central e, em seu e) é recomendado o uso de espécies com melhor desenvol-
clímax, possui vegetação arbórea perene e apresenta dossel vimento à sombra, como as plantas das espécies 4, 6, 7, 9
fechado, com pouca incidência luminosa no solo e nas plân- e 10, pois essa floresta, mesmo no estágio de degradação
tulas. Sabe-se que a incidência de luz, a disponibilidade de referido, possui dossel fechado, o que impede a entrada de
nutrientes e a umidade do solo são os principais fatores do luz.
meio ambiente físico que influenciam no desenvolvimento
da planta. Para testar unicamente os efeitos da variação de C2 Identificar a presença e aplicar as
luz, a pesquisadora analisou, em casas de vegetação com tecnologias associadas às ciências
condições controladas, o desenvolvimento de plantas de naturais em diferentes contextos
10 espécies nativas da região desmatada sob quatro con-
dições de luminosidade: uma sob sol pleno e as demais em H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos
diferentes níveis de sombreamento. Para cada tratamento elétricos de uso cotidiano.
experimental, a pesquisadora relatou se o desenvolvimento
da planta foi bom, razoável ou ruim, de acordo com crité- 13. (ENEM)
rios específicos. Os resultados obtidos foram os seguintes:
Condição de luminosidade
A mochila tem uma estrutura rígida
Espécie Sombreamento semelhante à usada por alpinistas.
Sol pleno
30% 50% 90% O compartimento de carga é suspenso
por molas colocadas na vertical.
1 Razoável Bom Razoável Ruim
Durante a caminhada, os quadris
sobem e descem em média cinco
2 Bom Razoável Ruim Ruim centímetros. A energia produzida
pelo vai-e-vem do compartimento e
3 Bom Bom Razoável Ruim peso faz girar um motor conectado
ao gerador de eletricidade.
4 Bom Bom Bom Bom
7 Ruim Ruim Ruim Razoável Com o projeto de mochila ilustrado acima, pretende-
-se aproveitar, na geração de energia elétrica para acio-
8 Ruim Ruim Razoável Ruim nar dispositivos eletrônicos portáteis, parte da energia
desperdiçada no ato de caminhar. As transformações de
9 Ruim Razoável Bom Bom
energia envolvidas na produção de eletricidade enquanto
10 Razoável Razoável Razoável Bom uma pessoa caminha com essa mochila podem ser assim
esquematizadas:
ENEM Ciências da Natureza 141
III. Não guarde líquidos nem alimentos ainda quentes na c) não passa de 10%.
geladeira, pois o motor vai ter de trabalhar mais para res- d) não pode ser expresso em porcentagens.
friar o ambiente interno e, consequentemente, gastar mais e) é sempre inferior a 100%.
energia.
IV. Não deixe a porta da geladeira aberta desnecessaria- 19. (ENEM) Durante uma ação de fiscalização em postos de
mente nem por pouco tempo, pois isso faz com que o frio combustíveis, foi encontrado um mecanismo inusitado para
“escape” e exige mais trabalho do motor para baixar a tem- enganar o consumidor. Durante o inverno, o responsável por
peratura interna novamente. um posto de combustível compra álcool por R$ 0,50/litro,
V. Regule o termostato para que esfrie menos no inverno. a uma temperatura de 5 ºC. Para revender o líquido aos
VI. Quando for ficar muito tempo fora, esvazie a geladei- motoristas, instalou um mecanismo na bomba de combustível
ra e o freezer e desligue-os da tomada. para aquecê-lo, para que atinja a temperatura de 35 °C, sendo
VII. Ao comprar geladeiras e freezers, prefira os que têm o litro de álcool revendido a R$ 1,60. Diariamente o posto
o selo Procel, pois são os mais eficientes e consomem me- compra 20 mil litros de álcool a 5 °C e os revende.
nos energia. Com relação à situação hipotética descrita no texto e
VIII. Não colocar roupas, toalhas, tênis ou qualquer outro ob- dado que o coeficiente de dilatação volumétrica do álcool
jeto atrás da geladeira. Isso aumenta o tempo de trabalho do é de 1 · 10 –3 ºC–1, desprezando-se o custo da energia gasta
motor e provoca maior gasto de energia. no aquecimento do combustível, o ganho financeiro que o
IX. O congelador deve passar periodicamente por degelo. dono do posto teria obtido devido ao aquecimento do álcool
após uma semana de vendas estaria entre:
Em relação aos conselhos dados acima, assinale a alter-
a) R$ 500,00 e R$ 1.000,00.
nativa incorreta.
b) R$ 1.050,00 e R$ 1.250,00.
a) A vedação perfeita das portas dificulta a troca de calor
c) R$ 4.000,00 e R$ 5.000,00.
do meio ambiente com o interior da geladeira.
d) R$ 6.000,00 e R$ 6.900,00.
b) As prateleiras não devem ser forradas, pois, no inte-
e) R$ 7.000,00 e R$ 7.950,00.
rior da geladeira, forma-se uma corrente de convecção, em
que o ar frio, mais denso, desce, enquanto o ar quente,
20. (ENEM) Nos últimos anos, o gás natural (GNV: gás na-
menos denso, sobe, de forma a resfriar adequadamente
tural veicular) vem sendo utilizado pela frota de veículos
toda a geladeira.
nacional, por ser viável economicamente e menos agressivo
c) Com a porta aberta, a afirmação “o frio escapa” está
do ponto de vista ambiental.
errada, pois, na verdade, é o “quente que entra”.
O quadro compara algumas características do gás natu-
d) O bom desempenho de uma geladeira depende da sua
ral e da gasolina em condições ambiente.
eficiência nas trocas de calor entre o congelador e o ar
existente em seu interior. O acúmulo de gelo no con-
gelador dificulta essa troca, por ser o gelo um isolante Densidade
Poder calorífico (kJ/kg)
térmico. (kg/m3)
e) A parte traseira do refrigerador tem justamente a fun-
ção de liberar o calor gerado pelo acionamento do compres- GNV 0,8 50.200
sor no meio ambiente. Todo e qualquer material (roupas, Gasolina 738 46.900
tênis etc.) que prejudique a circulação de ar acaba interfe-
rindo nesta operação.
Apesar das vantagens no uso de GNV, sua utilização
implica algumas adaptações técnicas, pois, em condi-
H7 Selecionar testes de controle, parâmetros ou
ções ambiente, o volume de combustível necessário, em
critérios para a comparação de materiais e
produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, relação ao de gasolina, para produzir a mesma energia,
a saúde do trabalhador ou a qualidade de vida. seria:
a) muito maior, o que requer um motor muito mais po-
tente.
18. (ENEM) Uma loja anunciou a venda de um gerador, mo- b) muito maior, o que requer que ele seja armazenado a
vido a gasolina, com rendimento de 100%. Pode-se argu- alta pressão.
mentar com o vendedor dessa loja que seu anúncio é enga- c) igual, mas sua potência será muito menor.
noso porque o rendimento de um bom gerador a gasolina: d) muito menor, o que o torna o veículo menos eficiente.
a) deve ser sempre maior que 100%. e) muito menor, o que facilita sua dispersão para a at-
b) não pode ser estimado antes do uso do gerador. mosfera.
ENEM Ciências da Natureza 143
Fábrica de
d) Consumidor Coletor Entre os argumentos favoráveis a esse sistema de co-
refrigerante
geração, pode-se destacar que ele:
e) Lixo Consumidor
Produção
a) otimiza o aproveitamento energético, ao usar a queima
de alumínio
do bagaço nos processos térmicos da usina e na geração de
eletricidade.
22. (ENEM) À produção industrial de celulose e de papel estão b) aumenta a produção de álcool e de açúcar, ao usar o
associados alguns problemas ambientais. Um exemplo são os bagaço como insumo suplementar.
odores característicos dos compostos voláteis de enxofre (mer- c) economiza na compra da cana-de-açúcar, já que o baga-
captanas) que se formam durante a remoção da lignina da ço também pode ser transformado em álcool.
principal matéria-prima para a obtenção industrial das fibras d) aumenta a produtividade, ao fazer uso do álcool para a
celulósicas que formam o papel: a madeira. É nos estágios de geração de calor na própria usina.
branqueamento que se encontra um dos principais problemas e) reduz o uso de máquinas e equipamentos na produção
ambientais causados pelas indústrias de celulose. Reagentes de açúcar e álcool, por não manipular o bagaço da cana.
como cloro e hipoclorito de sódio reagem com a lignina resi-
dual, levando à formação de compostos organoclorados. Esses 24. (ENEM) Biodiesel é um combustível biodegradável,
compostos, presentes na água industrial, despejada em gran- menos tóxico que nosso sal de cozinha, produzido a par-
de quantidade nos rios pelas indústrias de papel, não são tir de materiais recicláveis e que promete ser uma das
biodegradáveis e acumulam-se nos tecidos vegetais e animais, grandes alternativas para a substituição de combustí-
podendo levar a alterações genéticas. veis fósseis não renováveis. Esse combustível é produ-
Celênia P. Santos et al. Papel: como se fabrica? In: Química zido numa reação denominada transesterificação, num
EM1D-12-1E
nova na escola, n. 14, nov. 2001, p. 3-7. Adaptado. processo que envolve a transformação de um éster num
144
outro éster, e com a liberação de glicerina como sub- Simba: Mas um rei não pode fazer tudo o que quiser?
produto. A glicerina, quando pura, apresenta densidade Mufasa: Há muito mais que um rei tem que fazer além de
de aproximadamente 1,26 g/mL, ao passo que os ésteres sua vontade.
resultantes deste processo apresentam densidade relati- Simba: Há muito mais?
va, em geral, menor que 1,00 g/mL. Por ser mais densa e Mufasa: Há! Simba, tudo o que você vê faz parte de um
pouco miscível em meio aos ésteres, a glicerina separa-se delicado equilíbrio, como rei você tem que entender esse equi-
fisicamente destes, podendo ser facilmente separada e líbrio e respeitar todos os animais, desde a formiguinha até o
levada a outro recipiente, enquanto os ésteres são refi- maior dos antílopes.
nados e vendidos como biodiesel. Simba: Mas nós não comemos antílopes?
Com base no enunciado e admitindo que a glicerina e Mufasa: Sim, Simba, mas deixe-me explicar, quando você
os ésteres produzidos se encontrem no estado líquido, o morre, o seu corpo se torna grama, e o antílope come ela e
melhor método de separação a ser utilizado nesse caso é: assim estamos todos ligados no grande ciclo da vida.
a) destilação simples.
b) filtração. Baseando-se no diálogo e em seus conhecimentos é cor-
c) separação magnética. reto afirmar que:
d) filtração a vácuo. a) o trecho “o seu corpo se torna grama” está relacionado
e) decantação com funil de bromo. à ação de seres decompositores como fungos e bactérias.
b) o trecho “mas nós não comemos antílopes” descre-
25. (ENEM) O ciclo biogeoquímico do carbono compreende ve uma relação na qual o número de predadores é sempre
diversos compartimentos, entre os quais a Terra, a atmos- maior do que o de presas.
fera e os oceanos, e diversos processos que permitem a c) o trecho “respeitar todos os animais, desde a formigui-
transferência de compostos entre esses reservatórios. Os nha até o maior dos antílopes” sugere que todos fazem par-
estoques de carbono armazenados na forma de recursos te do mesmo nicho ecológico.
não renováveis, por exemplo, o petróleo, são limitados, d) o trecho “estamos todos ligados no grande ciclo da
sendo de grande relevância que se perceba a importância vida” refere-se ao caminho unidirecional da matéria orgâ-
da substituição de combustíveis fósseis por combustíveis nica na natureza.
de fontes renováveis. e) todos os seres vivos envolvidos no diálogo são hete-
A utilização de combustíveis fósseis interfere no ciclo rótrofos e carnívoros, portanto incapazes de produzir seu
do carbono, pois provoca: próprio alimento.
a) aumento da porcentagem de carbono contido na Terra.
b) redução na taxa de fotossíntese dos vegetais supe- 27. (Encceja)
riores.
c) aumento da produção de carboidratos de origem vegetal. Formação de nuvens
d) aumento na quantidade de carbono presente na at-
mosfera. Precipitação
e) redução da quantidade global de carbono armazenado Evaporação
nos oceanos.
II. Nuvens se formam no mar pela evaporação da água do d) A água, considerada um recurso essencial para a vida,
oceano e do continente. do ponto de vista biológico, participa do controle de tem-
III. Quando a água das chuvas atinge a terra, escoa pela peratura em animais homeotérmicos e das reações de hi-
superfície, alimentando diretamente os rios, e infiltra-se drólise enzimática.
no solo, alimentando os lençóis subterrâneos. e) Segundo os representantes signatários do FMA, a água
Estão corretas as afirmações: é essencial para a manutenção da vida, porém não foi con-
a) I e II, apenas. siderada um direito de todo ser humano.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas. 29. O esquema representa o ciclo do enxofre na natureza,
d) I, II e III. sem considerar a intervenção humana.
e) Nenhuma das afirmações está correta. transferência de sulfatos para a terra
31. (ENEM) Ciclo biogeoquímico pode ser definido como III. A matéria orgânica presente nos seres vivos pode
o percurso realizado no meio ambiente por um elemento ser reciclada por meio do processo de decomposição e,
químico essencial à vida. Ao longo do ciclo, cada ele- desta forma, o carbono e outros elementos podem ser
mento é absorvido e reciclado por componentes bióticos reaproveitados por outros seres vivos.
(seres vivos) e abióticos (ar, água, solo) da biosfera e, IV. O desmatamento contribui para o aumento do car-
às vezes, pode se acumular durante um longo período de bono na atmosfera, pois, com a morte dos seres fotossin-
tempo em determinado lugar. É por meio dos ciclos bio- tetizantes, há uma redução na absorção desse elemento,
geoquímicos que os elementos são transferidos entre os essencial para a síntese de matéria orgânica.
organismos e as diferentes partes do planeta. V. Reflorestamento, redução da frota de automóveis,
As afirmações a seguir referem-se ao ciclo biogeoquí- diminuição dos rebanhos e uso de combustíveis alterna-
mico do carbono. tivos, como o álcool da cana, são ações que ajudariam a
I. A incorporação do carbono ao meio biótico e sua reduzir o nível de carbono na atmosfera.
restituição ao meio abiótico dependem, respectivamen- São corretas:
te, da fotossíntese realizada pelos vegetais e pelo fito- a) apenas I e II.
plâncton e da respiração realizada pelos seres aeróbios. b) apenas IV e V.
II. A formação dos combustíveis fósseis, que ocorreu a c) apenas I, II e III.
partir da decomposição parcial e da transformação da ma- d) apenas III, IV e V.
téria orgânica, contribuiu para acumular carbono no subso- e) I, II, III, IV e V.
lo por milhões de anos.
SERWAY, Raymong A.; JEWETT, John W. Princípios de Física, v. 2, fig. 189.12. Adaptado.
33. A chuva é o fenômeno natural responsável pela manutenção dos níveis adequados de água dos reservatórios das
usinas hidrelétricas. Esse fenômeno, assim como todo o ciclo hidrológico, depende muito da energia solar. Dos pro-
cessos numerados no diagrama anterior, aquele que se relaciona mais diretamente com o nível dos reservatórios de
usinas hidrelétricas é o de número:
a) I. d) IV.
b) II. e) V.
c) III.
34. (Encceja) A figura esquematiza as trocas anuais de CO2 (em gigatoneladas) entre oceanos, vegetação, atividades hu-
manas e atmosfera.
Atmosfera
60 Gt
5 Gt 90 Gt
Combustão,
energia fóssil
1,5 Gt
Desmatamento 61,5 Gt
Indústrias
Vegetação
92 Gt
Oceanos
Absorção Liberação
35. (ENEM) A água da Terra distribui-se por três reservatórios principais – os oceanos, os continentes e a atmosfera –, entre
os quais existe uma circulação contínua. No ciclo hidrológico,
responsável pela renovação da água no planeta, energia solar Atmosfera
e gravidade são fundamentais. Na atmosfera, o vapor de água 12,9 · 103
que forma as nuvens pode transformar- -se em chuva, neve ou Evaporação
Evaporação
granizo, dependendo das condições climáticas. Essa transfor- 455 50
mação provoca o fenômeno atmosférico chamado precipitação.
A figura a seguir representa a proporção entre os volumes de Precipitação
398 107
água contidos nos oceanos, nos continentes e na atmosfera. As Connentes
setas indicam as trocas de água entre eles. 39 · 106
Oceanos
1.370 · 106 Rios
2,1 · 103
EM1D-12-1E
Valores em km3
148
De acordo com o ciclo mostrado na figura e a importân- gases traços, entre eles o gás carbônico (CO2), vapor de água
cia da água na natureza, pode-se dizer que: (H2O), metano (CH4), ozônio (O3) e o óxido nitroso (N2O), que
a) o volume total da água na Terra varia ao longo do tem- compõem o restante 1% do ar que respiramos. Os gases traços,
po, pois a evaporação é maior do que a precipitação. por serem constituídos por pelo menos três átomos, conseguem
b) muitas doenças dos países pobres estão relacionadas à absorver o calor irradiado pela Terra, aquecendo o planeta.
água não tratada, à ausência de informação básica e às con- Esse fenômeno, que acontece há bilhões de anos, é chamado
dições precárias de saneamento. de efeito estufa. A partir da Revolução Industrial (século XIX),
c) do total de água que evapora para a atmosfera, 80% têm a concentração de gases traços na atmosfera, em particular
origem nos oceanos, enquanto apenas 20% são oriundos o CO2 , tem aumentado significativamente, o que resultou no
dos continentes. aumento da temperatura em escala global. Mais recentemen-
d) ocorre constante troca de água entre a superfície da Terra te, outro fator tornou-se diretamente envolvido no aumento da
e a atmosfera, sem mudança de estado físico dessa substância. concentração de CO2 na atmosfera: o desmatamento.
e) a água é formadora do líquido intersticial que banha os BROWN, I. F.; ALECHANDRE, A. S. Conceitos básicos
tecidos e é componente do sangue dos animais e da seiva dos sobre clima, carbono, florestas e comunidades. In: A.G.
Moreira & S. Schwartzman. As mudanças climáticas
vegetais, mas tem pouca importância no controle térmico.
globais e os ecossistemas brasileiros. Brasília: Instituto de
Pesquisa Ambiental da Amazônia, 2000. Adaptado.
H10 Analisar perturbações ambientais,
identificando fontes, transporte e/ou destino Considerando o texto, uma alternativa viável para com-
dos poluentes ou prevendo efeitos em bater o efeito estufa é:
sistemas naturais, produtivos ou sociais. a) reduzir o calor irradiado pela Terra mediante a subs-
tituição da produção primária pela industrialização re-
36. (ENEM) Uma região industrial lança ao ar gases como frigerada.
o dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio, causadores b) promover a queima da biomassa vegetal, responsável pelo
da chuva ácida. A figura mostra a dispersão desses gases aumento do efeito estufa devido à produção de CH4.
poluentes. c) reduzir o desmatamento, mantendo-se, assim, o poten-
cial da vegetação em absorver o CO2 da atmosfera.
d) aumentar a concentração atmosférica de H2O, molécula
capaz de absorver grande quantidade de calor.
e) remover moléculas orgânicas polares da atmosfera, di-
minuindo a capacidade delas de reter calor.
39. (ENEM) A poluição atmosférica, nas regiões urbanas, 40. (ENEM) A emissão de poluentes por automóveis e indús-
tem aumentado em razão da crescente atividade indus- trias é a principal causadora da chuva ácida. As soluções desse
trial e do aumento do número de veículos motorizados em problema são caras e de aplicação complicada, pois envolvem
circulação. A qualidade do ar urbano tem causado sérios aspectos técnicos, econômicos, políticos, sociais etc. Entre as
problemas às condições de vida das pessoas, das plantas medidas citadas a seguir, assinale a não recomendada.
e dos animais que vivem nas cidades e nos arredores. Os a) Utilizar filtros industriais para remover o SO2.
principais poluentes atmosféricos estão listados na tabela b) Melhorar a eficiência das combustões, tornando-as mais
a seguir. complexas, com menor emissão de CO2.
c) Aumentar gradativamente a participação de combustí-
Principal fonte O que causa veis fósseis.
d) Aumentar as áreas verdes, importantes consumido-
Escape dos veículos Problemas ras de CO2.
motorizados, centrais respiratórios e) Incentivar a produção de carros elétricos ou movidos a
NO2
termelétricas, fábricas gás hidrogênio.
de fertilizantes
41. (ENEM) Cerca de 1% do lixo urbano é constituído por resí-
Centrais termelétricas, Irritação nos duos sólidos contendo elementos tóxicos. Entre esses elementos
petróleo ou carvão, olhos, problemas estão metais pesados como o cádmio, o chumbo e o mercúrio,
SO2
fábricas de respiratórios e componentes de pilhas e baterias, que são perigosos à saúde
ácido sulfúrico cardiovasculares humana e ao meio ambiente. Quando descartadas em lixos co-
muns, pilhas e baterias vão para aterros sanitários ou lixões
Escape dos veículos Intoxicações, a céu aberto, e o vazamento de seus componentes contamina
motorizados, alguns problemas o solo, os rios e o lençol freático, atingindo a flora e a fauna.
CO processos industriais, respiratórios e Por serem bioacumulativos e não biodegradáveis, esses metais
fumaça de cigarro cardiovasculares, chegam de forma acumulada aos seres humanos, por meio da
hemorragias, náuseas cadeia alimentar. A legislação vigente (Resolução CONAMA na
257/1999) regulamenta o destino de pilhas e baterias após seu
Escape dos veículos Efeito tóxico esgotamento energético e determina aos fabricantes e/ou im-
motorizados (gasolina acumulativo, portadores a quantidade máxima permitida desses metais em
Pb
com chumbo), anemia, destruição cada tipo de pilha/bateria, porém o problema ainda persiste.
incineração de resíduos de tecido cerebral Disponível em: <http://www.mma.gov.br>.
Acesso em: 11 jul. 2009 (adaptado).
Formados na atmosfera Irritação nos
devido à reação de olhos, problemas
Uma medida que poderia contribuir para acabar defini-
O3 óxidos de nitrogênio, respiratórios (reação
tivamente com o problema da poluição ambiental por me-
hidrocarbonetos e luz solar inflamatória das
tais pesados relatado no texto seria:
vias aéreas)
a) deixar de consumir aparelhos elétricos que utilizem pi-
Com base na tabela e nos seus conhecimentos sobre o lha ou bateria como fonte de energia.
assunto, pode-se afirmar que: b) usar apenas pilhas ou baterias recarregáveis e de vida
a) todos os poluentes produzidos pela queima de combus- útil longa e evitar ingerir alimentos contaminados, espe-
tíveis fósseis causam problemas respiratórios e cardiovas- cialmente peixes.
culares. c) devolver pilhas e baterias, após o esgotamento da ener-
b) um determinado poluente pode, no lugar adequado, ser gia armazenada, à rede de assistência técnica especializa-
considerado fundamental para a saúde dos seres vivos do da para repasse a fabricantes e/ou importadores.
planeta. d) criar nas cidades, especialmente naquelas com mais de
c) o monóxido de carbono e o chumbo são os principais 100 mil habitantes, pontos estratégicos de coleta de ba-
responsáveis pela formação das chuvas ácidas. terias e pilhas, para posterior repasse a fabricantes e/ou
d) os compostos sulfurosos e os nitrogenados causam, em importadores.
comum, problemas respiratórios e cardiovasculares. e) exigir que fabricantes invistam em pesquisa para a subs-
e) o ozônio e o gás carbônico são os principais responsá- tituição desses metais tóxicos por substâncias menos nocivas
EM1D-12-1E
veis pela intensificação do efeito estufa na atmosfera. ao homem e ao ambiente, e que não sejam bioacumulativas.
150
líticos, tanto de direita quanto de esquerda, só fazem prome- e) o impedimento da penetração da luz pelas partículas
ter aos bernes um engordamento cada vez maior. Por uma boa em suspensão venha a comprometer a produtividade primá-
razão: os eleitores são os bernes, e não a vaca. O candidato ria do ambiente marinho, que resulta da atividade metabó-
que falar sobre a saúde da vaca e o emagrecimento dos ber- lica do fitoplâncton.
nes, com toda certeza, perderá a eleição. Quando o que está
em jogo é a saúde da vaca, não se pode confiar nos bernes. C4 Compreender interações entre organismos
ALVES, Rubem. Folha de S.Paulo, 22 mar. 2006. e ambiente, em particular aquelas
relacionadas à saúde humana, relacionando
Assinale a alternativa correta sobre o conteúdo do texto. conhecimentos científicos, aspectos
a) A lei de Malthus implica o aumento do número de ber- culturais e características individuais.
nes proporcionalmente ao aumento do número de vacas.
b) À medida que a vaca crescia e engordava, os bernes H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da
também cresciam. vida, prevendo ou explicando a manifestação
c) A moral da parábola é ecológica: se não preservarmos de características dos seres vivos.
o planeta em que vivemos, poderemos perdê-lo, como os
bernes perderam sua vaca. 46. (ENEM) A identificação da estrutura do DNA foi fun-
d) A obesidade dos bernes foi causada por uma alimenta- damental para compreender seu papel na continuidade da
ção rica em gorduras, como é o caso da carne bovina. vida. Na década de 1950, um estudo pioneiro determinou a
e) Uma das causas para o aumento do efeito estufa é o proporção das bases nitrogenadas que compõem moléculas
aumento do rebanho bovino mundial. de DNA de várias espécies.
45. (ENEM) O cultivo de camarões de água salgada vem se Exemplos de BASES NITROGENADAS
desenvolvendo muito nos últimos anos na região Nordeste do materiais
Brasil e, em algumas localidades, passou a ser a principal analisados Adenina Guanina Citosina Timina
atividade econômica. Uma das grandes preocupações dos im-
Espermatozoides
pactos negativos dessa atividade está relacionada à descarga, 30,7% 19,3% 18,8% 31,2%
humanos
sem nenhum tipo de tratamento, dos efluentes dos viveiros
diretamente no ambiente marinho, em estuários ou em man- Fígado humano 30,4% 19,5% 19,9% 30,2%
guezais. Esses efluentes possuem matéria orgânica particula-
Medula óssea
da e dissolvida, amônia, nitrito, nitrato, fosfatos, partículas de rato
28,6% 21,4% 21,5% 28,5%
de sólidos em suspensão e outras substâncias que podem ser
consideradas contaminantes potenciais. Espermatozoide
32,8% 17,7% 18,4% 32,1%
de ouriço-do-mar
CASTRO, C. B.; ARAGÃO, J. S.; COSTA-LOTUFO, L. V.
Monitoramento da toxicidade de efluentes de uma fazenda Plântulas
de cultivo de camarão marinho. Anais do IX Congresso 27,9% 21,8% 22,7% 27,6%
de trigo
Brasileiro de Ecotoxicologia, 2006. Adaptado.
Bactéria E. coli 26,1% 24,8% 23,9% 25,1%
Suponha que tenha sido construída uma fazenda de
carcinicultura próximo a um manguezal. Entre as pertur- A comparação das proporções permitiu concluir que
bações ambientais causadas pela fazenda, espera-se que: ocorre emparelhamento entre as bases nitrogenadas e que
a) a atividade microbiana se torne responsável pela recicla- elas formam:
gem do fósforo orgânico excedente no ambiente marinho. a) pares de mesmo tipo em todas as espécies, evidencian-
b) a relativa instabilidade das condições marinhas torne do a universalidade da estrutura do DNA.
as alterações de fatores físico-químicos pouco críticas à b) pares diferentes de acordo com a espécie considerada, o
vida no mar. que garante a diversidade da vida.
c) a amônia excedente seja convertida em nitrito, por c) pares diferentes em diferentes células de uma espécie,
meio do processo de nitrificação, e em nitrato, formado como resultado da diferenciação celular.
como produto intermediário desse processo. d) pares específicos apenas nos gametas, pois essas células
d) os efluentes promovam o crescimento excessivo de são responsáveis pela perpetuação das espécies.
plantas aquáticas devido à alta diversidade de espécies ve- e) pares específicos somente nas bactérias, pois esses or-
EM1D-12-1E
getais permanentes no manguezal. ganismos são formados por uma única célula.
152
47. (ENEM) Hereditariedade pode ser definida pelo conjunto II. Seres pluricelulares também podem apresentar repro-
de processos biológicos em que cada ser vivo recebe e trans- dução assexuada, em que ocorre variabilidade genética dos
mite informações, contidas em seu material genético, por indivíduos formados.
meio de diferentes mecanismos de reprodução. Seres uni- III. Reprodução assexuada é o processo no qual um único
celulares, por exemplo, apresentam uma forma peculiar de ser vivo origina outros seres vivos, considerados clones do
reprodução – assexuada – na qual um único indivíduo ou indivíduo original.
célula é capaz de formar células idênticas a si. Já os plurice- IV. A reprodução assexuada é diferente da reprodução
lulares podem apresentar duas formas de reprodução: asse- sexuada, sendo que a primeira ocorre apenas nos seres
xuada e sexuada. A primeira é responsável pela formação de unicelulares e a segunda, nos pluricelulares.
indivíduos idênticos, como nos seres unicelulares, e a segun- V. A partir dos processos de reprodução, os indivíduos
da, devido à mistura de material genético, forma indivíduos são capazes de transmitir suas características aos seus des-
diferentes, o que promove maior variabilidade genética. cendentes.
Analise as proposições a seguir. São corretas:
I. O material genético é responsável pela transmissão a) apenas I e II. d) apenas II e III.
das características presentes nos genitores aos descenden- b) apenas III e IV. e) apenas IV e V.
tes, sendo, portanto, responsável pela hereditariedade. c) apenas I, III e V.
Miracídios
1 Os ovos do 2 Os ovos
Schistosoma eclodem na
mansoni são água, liberan-
eliminados nas fezes do larvas
do hospedeiro denominadas
infectado. miracídios.
Schistosoma
mansoni
3 Os miracídios
infectam o
FÍGADO caramujo.
BAÇO
6 Após atingir a
corrente sanguínea, 4 Após um período de
o parasita se 4 a 6 semanas, outras
aloja no baço e HOSPEDEIRO 5 As cercárias penetram larvas, chamadas
no fígado, onde INFECTADO pela pele, assim que cercárias, abandonam
se acasala, dando o homem entra em o caramujo e passam a
origem a ovos contato com a água habitar as águas.
que migram para o contaminada. Nesse
intestino, reiniciando estágio, elas perdem
o ciclo. a cauda.
Folha de S.Paulo, 23 mai. 2005. Adaptado.
49. (ENEM) A figura seguinte representa um modelo de IV. A população de predadores foi extinta após o desma-
transmissão da informação genética nos sistemas biológi- tamento.
cos. No fim do processo, que inclui a replicação, a transcri- Assinale a opção que contenha as proposições corretas.
ção e a tradução, há três formas proteicas diferentes deno- a) II e IV d) I e III
minadas a, b e c. b) I e IV e) I e II
c) II e III
Replicação Tradução
Proteína “a”
DNA RNA Proteína “b”
Transcrição Proteína “c”
51. (Encceja) Durante quase 4 bilhões de anos, desde que
a vida surgiu na Terra, a evolução produziu várias meta-
Depreende-se do modelo que: morfoses. Uma das mais espetaculares foi, com certeza,
a) a única molécula que participa da produção de proteí- aquela que, a partir de peixes com nadadeiras, originou
nas é o DNA. as criaturas portadoras de membros e dedos. Esse grupo,
b) o fluxo de informação genética, nos sistemas biológi- o dos tetrápodes, reúne desde pássaros e seus ancestrais
cos, é unidirecional. dinossauros até lagartos, anfíbios e mamíferos, incluindo
c) as fontes de informação ativas durante o processo de a espécie humana.
transcrição são as proteínas. CLARK, Jennifer A. Com os pés na terra firme. In:
d) é possível obter diferentes variantes proteicas a partir Scientific American Brasil, ano 4, n. 44, jan. 2006.
de um mesmo produto de transcrição. Além de aprender a andar em terra firme, viver em am-
e) a molécula de DNA possui forma circular e as demais biente terrestre exigiu principalmente:
moléculas possuem forma de fita simples linearizada. a) a reprodução por meio de ovos.
b) o espessamento da pele para impedir a transpiração.
H14 Identificar padrões em fenômenos e processos c) a pecilotermia.
vitais dos organismos, como manutenção d) o desenvolvimento de pulmões para captar oxigênio.
do equilíbrio interno, defesa, relações com e) a capacidade de farejar e rastrear parceiros repro-
o ambiente, sexualidade, entre outros. dutivos.
50. (Encceja) Nos estados do Tocantins e do Maranhão, a 52. (ENEM) A tabela abaixo representa, nas diversas regiões
taxa de desmatamento chegou a 68,3% em 2000, segundo do Brasil, a porcentagem de mães que, em 2005, amamenta-
a ONG WWF Brasil. A supressão da floresta pode causar de- vam seus filhos nos primeiros meses de vida.
sequilíbrios entre populações de presas e de predadores. O
gráfico relaciona o crescimento populacional de uma espé- Período de aleitamento
cie de presa e o de uma espécie de predador em um deter- Região
minado sistema. Até o 4º mês De 9 meses a 1
(em %) ano (em %)
200
Predador Desmatamento
Presa Norte 85,7 54,8
Número de indivíduos
53. (ENEM) Programas de reintrodução de animais consis- são compostas de micro-organismos inativados, logo, inca-
tem em soltar indivíduos, criados em cativeiro, em ambien- pazes de multiplicarem-se. As vacinas vivas atenuadas ge-
tes onde sua espécie se encontra ameaçada ou extinta. ralmente produzem imunidade prolongada com uma única
O mico-leão-dourado da Mata Atlântica faz parte de dose. As vacinas inativadas requerem múltiplas doses para
um desses programas. Como faltam aos micos criados em produzir imunidade e, eventualmente, necessitam de uma
cativeiro habilidades para sobreviver em seu hábitat, são dose de reforço.
formados grupos sociais desses micos com outros captu- A imunidade passiva é induzida pela administração de
rados na natureza, antes de soltá-los coletivamente. O anticorpos contra uma infecção particular. Os anticorpos
gráfico mostra o número total de animais, em uma certa colhidos dos humanos são chamados imunoglobulinas e os
região, a cada ano, ao longo de um programa de reintro- dos animais, soros. A imunidade passiva dura apenas algu-
dução desse tipo. mas semanas.
Os gráficos a seguir referem-se a diferentes formas de
200
Nascidos na natureza imunização.
180 Gráfico 1
160
Número total de animais
Nascidos em cativeiro
140
120
Concentração de
100
anticorpos
80
60
40
20 Tempo
Ano
1985 1987 1989 1991 1993 1995 Gráfico 2
Primack e Rodrigues, Biologia da conservação.
programa deveu-se:
a) à adaptação dos animais nascidos em cativeiro ao am-
anticorpos
II. As imunoglobulinas promovem maior e mais rápida história planetária e também uma esperança para as popula-
produção de anticorpos específicos em casos de encontros ções carentes de tratamento antiviral e de acompanhamento
subsequentes com o mesmo antígeno, como mostrado no médico.
gráfico 3. TANURI, A.; FERREIRA JUNIOR, O. C. Vacina contra aids:
III. O gráfico 1 pode ser relacionado com a imunização desafios e esperanças. Ciência Hoje (44) 26, 2009. Adaptado.
ativa que utiliza vacinas vivas atenuadas, pois estas pro- Uma vacina eficiente contra o HIV deveria:
movem imunidade com apenas uma dose. a) induzir a imunidade, para proteger o organismo da con-
IV. A aplicação do soro deve ser feita quando o agente taminação viral.
infeccioso provoca uma doença de evolução muito rápida, b) ser capaz de alterar o genoma do organismo portador,
pois assim as pessoas desenvolvem anticorpos imediata- induzindo a síntese de enzimas protetoras.
mente. c) produzir antígenos capazes de se ligarem ao vírus, im-
Podemos considerar as afirmações: pedindo que este entre nas células do organismo humano.
a) I e II corretas. d) ser amplamente aplicada em animais, visto que esses
b) III e IV corretas. são os principais transmissores do vírus para os seres hu-
c) I e IV corretas. manos.
d) todas corretas. e) estimular a imunidade, minimizando a transmissão do
e) todas incorretas. vírus por gotículas de saliva.
55. (ENEM) A fotossíntese é importante para a vida na Ter- H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar
ra. Nos cloroplastos dos organismos fotossintetizantes, a fenômenos ou processos biológicos em qualquer
energia solar é convertida em energia química que, jun- nível de organização dos sistemas biológicos.
tamente com água e gás carbônico (CO2), é utilizada para
a síntese de compostos orgânicos (carboidratos). A fotos- 57. (Encceja) Os micro-organismos responsáveis pela decom-
síntese é o único processo de importância biológica capaz posição orgânica são extremamente importantes para a natu-
de realizar essa conversão. Todos os organismos, incluindo reza e para o equilíbrio ecológico.
os produtores, aproveitam a energia armazenada nos car- Decompondo a matéria orgânica, esses organismos devol-
boidratos para impulsionar os processos celulares, liberan- vem ao ambiente componentes químicos essenciais, comple-
do CO2 para a atmosfera e água para a célula por meio da tando, assim, o ciclo da vida. Porém, quando ocorre grande
respiração celular. Além disso, grande fração dos recursos decomposição em espaços limitados, principalmente na água,
energéticos do planeta, produzidos tanto no presente (bio- há um aumento excessivo de nutrientes (eutrofização), oca-
massa) como em tempos remotos (combustível fóssil), é re- sionando a diminuição da taxa de oxigênio e, consequente-
sultante da atividade fotossintética. mente, a morte de muitos organismos aeróbios.
As informações sobre obtenção e transformação dos BRANCO, Samuel Murgel. Água, origem, uso e preservação.
recursos naturais por meio dos processos vitais de fotos- 2. ed. São Paulo: Editora Moderna, p. 70.
síntese e respiração, descritas no texto, permitem con- O processo de eutrofização em rios e lagos pode ser pro-
cluir que: vocado por atividades humanas. Um exemplo disso seria:
a) o CO2 e a água são moléculas de alto teor energético. a) o desmatamento das matas ciliares.
b) os carboidratos convertem energia solar em energia b) o lançamento de esgoto doméstico não tratado.
química. c) o tratamento de água potável para a população.
c) a vida na Terra depende, em última análise, da energia d) o lançamento de pneus de borracha.
proveniente do Sol. e) a canalização de águas pluviais.
d) o processo respiratório é responsável pela retirada de
carbono da atmosfera. 58. (ENEM) A fotossíntese compreende uma série de reações
e) a produção de biomassa e de combustível fóssil, por si, é que resulta nas produções de glicose e oxigênio, a partir de
responsável pelo aumento de CO2 atmosférico. gás carbônico e água, tendo como fonte de energia a luz
solar. Os produtos da fotossíntese, utilizados na respiração
56. (ENEM) Estima-se que haja atualmente no mundo 40 mi- celular, geram energia para o metabolismo celular e libe-
lhões de pessoas infectadas pelo HIV (o vírus que causa a ram gás carbônico. A relação entre a fotossíntese e a respi-
aids), sendo que as taxas de novas infecções continuam cres- ração de uma planta em função da intensidade luminosa é
cendo, principalmente na África, Ásia e Rússia. Nesse cenário mostrada no gráfico A, a seguir, e os pontos de compensa-
EM1D-12-1E
de pandemia, uma vacina contra HIV teria imenso impacto, ção de plantas de sombra (umbrófila) e de sol (heliófila) são
pois salvaria milhões de vidas. Certamente seria um marco na mostrados no gráfico B, a seguir.
156
fila
fila
ió
bró
l
He
Um
CO2 liberado na CO2 liberado
respiração
Baseando-se nas informações fornecidas e nos seus conhecimentos, é correto afirmar que:
a) o ponto de compensação fótico é a intensidade de luz em que a fotossíntese é maior do que a respiração.
b) nos pontos 1 e 2 do gráfico B, o CO2 absorvido é menor que o CO2 liberado para qualquer planta.
c) se uma planta heliófila for mantida a uma intensidade de luz igual à do ponto 1, ela irá crescer.
d) se uma planta umbrófila for mantida a uma intensidade de luz igual à do ponto 2, ela irá morrer.
e) tanto planta umbrófila quanto heliófila mantidas acima de seu ponto de compensação fótico tendem a crescer.
59. (ENEM) Existe insulina em plantas? Até pouco tempo d) há similaridade entre as duas substâncias, porque a se-
atrás, a pergunta pareceria absurda, mas a equipe do pro- quência de aminoácidos não caracteriza uma proteína, ou
fessor José Xavier Filho, do Laboratório de Química e Função seja, fica clara a impossibilidade de insulina em plantas.
de Proteínas e Peptídeos da Universidade Estadual do Norte e) a similaridade não poderia acontecer, porque as pro-
Fluminense (UENF), em Campos (RJ), descobriu que os vege- teínas animais são formadas por aminoácidos diferentes
tais são, sim, capazes de produzir insulina. A descoberta foi dos das proteínas vegetais.
publicada na revista Protein and Peptide Letters.
A identificação da insulina – hormônio com importante 60. (ENEM) O gráfico a seguir representa as trocas gasosas
função no metabolismo da glicose no organismo – aconteceu por meio da pele e dos pulmões no sapo Bufo americanus em
por acaso. Durante o curso de sequenciamento de proteínas, diferentes temperaturas.
a professora Olga Machado pediu à aluna Elenir Oliveira que
sequenciasse uma das proteínas – com atividade tóxica ao ca- Pele
CO2
runcho (Callosobruchus maculatus) do feijão-de-corda (Vigna
unguiculata) – que havia isolado das cascas de sementes de Pulmões
80
feijão-de-porco. Quando a professora examinou os resultados, O2
Troca gasosa (mL · kg–1 · h–1)
A análise do gráfico permite afirmar que: O eclipse do Sol ocorre quando a sombra da Lua atinge
a) a 5 ºC, a captação de O2 pelos pulmões é maior do que a superfície da Terra. No ano de 2009, ocorreram dois eclip-
por meio da pele. ses solares, o primeiro no dia 26 de janeiro e o segundo no
b) a 15 ºC, os pulmões são mais eficientes do que a pele, dia 22 de julho. O próximo eclipse solar será no dia 15 de
tanto na captação de O2 quanto na eliminação de CO2. janeiro de 2010.
c) independentemente da temperatura, a pele é sempre Sombra, região
mais eficiente do que o pulmão na captação de O2. de eclipse total
d) a 25 ºC, a pele é mais eficiente do que os pulmões, tanto
na eliminação de CO2 quanto na captação de O2.
e) as trocas gasosas, tanto por meio dos pulmões quanto
por meio da pele, e a temperatura são duas grandezas dire- Penumbra, região
tamente proporcionais. de eclipse parcial
c) 15
Lua Sombra
158
160
63. (ENEM) Umidade relativa do ar é o termo usado para
20
24
25
0
0
0
descrever a quantidade de vapor de água contido na 150
22
23
atmosfera. Ela é definida pela razão entre o conteúdo Núcleos estáveis
0
140
real de umidade de uma parcela de ar e a quantidade de
20
21
0
0
umidade que a mesma parcela de ar pode armazenar na 130
18
19
mesma temperatura e pressão quando está saturada de
0
120
vapor, isto é, com 100% de umidade relativa. O gráfico
17
0
110
representa a relação entre a umidade relativa do ar e sua
15
16
Número de nêutrons (N)
0
temperatura ao longo de um período de 24 horas em um 100
13
14
determinado local.
0
90
12
0
80% 16 80
10
11
14
0
0
70
90
Umidade Relativa Temperatura 12 60
10
70
80
70%
Temperatura (°C)
Umidade relativa
50
Z = N para os núcleos sobre esta linha
8
60
40
6
50
30
60% 4
30
40
20
2
20
10
0 10
50% 0
–2 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Número de prótons (Z)
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Hora do dia KAPLAN, I. Física nuclear. Rio de Janeiro:
Guanabara Dois, 1978. Adaptado.
Considerando-se as informações do texto e do gráfico, O antimônio é um elemento químico que possui 50 pró-
conclui-se que: tons e possui vários isótopos – átomos que só se diferem
a) a insolação é um fator que provoca variação da umidade pelo número de nêutrons. De acordo com o gráfico, os isóto-
relativa do ar. pos estáveis do antimônio possuem:
b) o ar vai adquirindo maior quantidade de vapor de água a) entre 12 e 24 nêutrons a menos que o número de prótons.
à medida que se aquece. b) exatamente o mesmo número de prótons e nêutrons.
c) a presença de umidade relativa do ar é diretamente pro- c) entre 0 e 12 nêutrons a mais que o número de prótons.
porcional à temperatura do ar. d) entre 12 e 24 nêutrons a mais que o número de prótons.
d) a umidade relativa do ar indica, em termos absolu- e) entre 0 e 12 nêutrons a menos que o número de prótons.
tos, a quantidade de vapor de água existente na atmos
fera. 65. (ENEM) Em 1982, Sinésio Bonfim se lançou candidato pelo
e) a variação da umidade do ar se verifica no verão, e então PDS à prefeitura do município baiano de Jaguaquara.
não no inverno, quando as temperaturas permanecem Seu slogan de campanha, inspirado nos Jogos Olímpicos, dizia
baixas. “é ouro, prata e bronze!”.
Na noite da eleição, uma vez apuradas as urnas e consta-
64. ( ENEM) Os núcleos dos átomos são constituídos de tada a derrota, a casa de Bonfim foi cercada por adversários,
prótons e nêutrons, sendo ambos os principais responsá- que se puseram a gritar:
veis pela sua massa. Nota-se que, na maioria dos núcleos, — E agora, Sinésio, é ouro, prata ou bronze?
essas partículas não estão presentes na mesma propor- Durante horas ele suportou a provocação, até que, no
ção. O gráfico a seguir mostra a quantidade de nêutrons meio da madrugada, não aguentou mais. Com uma arma na
(N) em função da quantidade de prótons (Z) para os nú- mão e atirando para o alto, saiu de casa gritando:
cleos estáveis conhecidos. — É chumbo!
Disponível em: <https://conteudoclippingmp.planejamento.
gov.br/cadastros/noticias/2009/2/14/licao-de-casa>.
ENEM Ciências da Natureza 159
A partir das citações do texto e seus conhecimentos, É correto apenas o que se afirma em:
são feitas as seguintes afirmações: a) I. d) I e II.
I. O bronze é uma mistura de sólidos, portanto uma b) II. e) II e III.
mistura heterogênea. c) III.
II. A extração do ouro, pelo garimpeiro, geralmente é
feita por um processo mecânico denominado levigação. Responder as questões 67 e 68 de acordo com a tabela
III. O principal minério de chumbo é a galena, de onde o a seguir.
metal é extraído e usado principalmente na fabricação de
baterias e soldas. O Aedes aegypti é vetor transmissor da dengue. Uma pes-
Está(ão) correta(s): quisa feita em São Luís/MA, de 2000 a 2002, mapeou os tipos
a) somente I. de reservatório onde esse mosquito era encontrado. A tabela
b) somente II. abaixo mostra parte dos dados coletados nessa pesquisa.
c) somente III.
d) somente I e II. População de A. aegypti
e) somente II e III. Tipos de reservatórios
2000 2001 2002
66. (ENEM) No primeiro semestre de 2006, o Movimento
Global pela Criança, em parceria com o Unicef, divulgou Pneu 895 1.658 974
o relatório Salvando vidas: o direito das crianças ao tra-
tamento de HIV e aids. Nesse relatório, conclui-se que o Tambor/tanque/depósito
aumento da prevenção primária ao vírus deverá reduzir o 6.855 46.444 32.787
de barro
número de novos casos de infecção entre jovens de 15 a 24
anos de idade, como mostra o gráfico a seguir.
Vaso de planta 456 3.191 1.399
Material de construção/pe
271 436 276
ça de carro
68. Se mantido o percentual de redução da população total 70. (ENEM) Um jovem estudante de química quis obter hidro-
de A. aegypti observada de 2001 para 2002, teria sido en- gênio e, para isso, decidiu reagir magnésio com ácido clorí-
contrado, em 2003, um número total de mosquitos: drico. Em um erlenmeyer, o estudante reagiu, então, 100 g de
a) menor que 5.000. magnésio com 100 mL de ácido clorídrico a 2 mol · L–1, ob-
b) maior que 5.000 e menor que 10.000. tendo um sal e o gás desejado. Ao final da reação, o jovem
c) maior que 10.000 e menor que 15.000. recolheu o H2 em outro recipiente e classificou, respectiva-
d) maior que 15.000 e menor que 20.000. mente, os reagentes e produtos como substâncias simples
e) maior que 20.000. ou compostas. Por fim, anotou o tipo de mistura que obteve
no seu sistema final. Qual a sequência correta das classifi-
69. (ENEM) No século XVIII, o naturalista sueco Lineu acre- cações dadas pelo estudante?
ditava que existiam cerca de 10 mil espécies de seres vivos. a) Simples, composta, composta, simples, mistura homogênea
Atualmente, já são mais de 2 milhões de espécies identificadas b) Composta, composta, composta, simples, mistura hete-
e nomeadas. Essa incrível variedade torna necessário um siste- rogênea
ma eficiente para organizar a enorme diversidade biológica. Os c) Simples, simples, composta, composta, mistura hete-
cientistas dividem os seres vivos em categorias ou grupos taxo- rogênea
nômicos, de acordo com suas características comuns. O gráfico d) Simples, composta, composta, simples, mistura hete-
a seguir representa as frações de certos grupos taxonômicos. rogênea
e) Composta, simples, simples, composta, mistura homogênea
73. (Encceja) O chamado sal light é aquele que contém parte do NaCℓ substituído por KCℓ, sendo indicado para as pessoas
que devem reduzir o teor de sódio em sua alimentação diária. A tabela seguinte compara algumas características desses
dois sais.
Na tabela, aproximar o símbolo do número. Ex.: 20 ºC
NaCℓ 1,0 g/2,8 mL de água 2,17 g/cm3 Pó cristalino branco Amarelo intenso
KCℓ 1,0 g/2,8 mL de água 1,98 g/cm3 Pó cristalino branco Lilás e violeta
Para verificar se, em certo sal light, parte do cloreto de sódio foi realmente substituído por cloreto de potássio,
basta:
a) determinar a densidade, que deve estar entre 1,98 g/cm3 e 2,17 g/cm3.
b) determinar a solubilidade em água, que deve ser de 1,0 g/2,8 mL de água.
c) observar o aspecto, que deve ser de um pó cristalino branco.
d) fazer a relação solubilidade e densidade.
e) observar a cor adquirida pela chama do fogão, que deve ser amarela intensa.
74. (Encceja) tres com automóveis no país. Em termos absolutos, esse núme-
ro só é inferior ao da Índia (105,7 mil), da China (96,6 mil), dos
Receita de pão caseiro salgado
Estados Unidos (42,6 mil) e da Rússia (35,9 mil). O Brasil,
Ingredientes em porcentagem, ocupa uma posição intermediária, com 18
• 2 tabletes de fermento biológico mortes para cada 100 mil habitantes. As informações são do
• 1/2 copo de água morna jornal O Estado de S. Paulo. Apesar desse número assusta-
• 1 colher de sopa de açúcar dor, o número de mortes para cada 100 mil habitantes vem
• 1 pitada de sal diminuindo ao longo do tempo: no final dos anos setenta,
• 2 colheres de sopa de óleo morriam 21 pessoas para cada 100 mil habitantes. Outro de-
• 1 ovo talhe importante é que a frota de veículos mais que dobrou
• farinha de trigo para dar consistência à massa nos últimos 15 anos. Um dos motivos para essa diminuição
relativa é a mudança de conceito: antigamente, os automó-
Observe que a receita é de pão salgado e, ainda assim, veis eram fabricados com peças de aço grossas; hoje, o carro
ela leva açúcar. Isso se justifica porque o açúcar: é fabricado de forma que, após uma batida, ele se deforme
a) diminui o sabor mais forte que o fermento dá ao pão. muito mais, absorvendo o impacto. Essa tecnologia veio das
b) reduz a ação do sal. pistas de corrida, onde numa batida o carro se desintegra,
c) é a fonte energética para os micro-organismos. mas o piloto é poupado.
d) contribui para dar sabor ao pão. Suponha que um veículo, de massa 1.000 kg, colida a
e) aumenta a acidez do pão. 36 km/h (10 m/s), contra uma parede indeformável. Duran-
te essa colisão, o carro é submetido a uma força média F1 e se
H19 Avaliar métodos, processos ou procedimentos
deforma 5 cm. Se, entretanto, a deformação for de 50 cm, a
das ciências naturais que contribuam para
diagnosticar ou solucionar problemas de força média atuante é de F2. Qual é a razão F1 ?
F2
ordem social, econômica ou ambiental.
10 m/s
75. (ENEM) A Organização Mundial da Saúde (OMS) publi-
F
cou, recentemente, o maior estudo já realizado sobre o im-
pacto dos desastres para a saúde. Nesse relatório, o Brasil
aparece como o país com o quinto maior número de mortes a) 1.000 d) 1
no trânsito de todo o mundo. A OMS utilizou dados de 2007 b) 100 e) 0,1
EM1D-12-1E
76. (ENEM) O piloto de um avião deseja voar para o norte, Se, para o criador, essas mudanças são um problema
mas um vento de 100 km/h está soprando para o oeste. para a espécie em questão, essa metamorfose apresenta
Sabendo-se que a velocidade do avião, em ar tranquilo, é uma vantagem importante para sua sobrevivência, pois:
de 300 km/h, qual deverá ser, aproximadamente, o ângulo a) aumenta a predação entre os indivíduos.
entre a direção para a qual o piloto deve apontar o avião e b) aumenta o ritmo de crescimento.
a direção norte-sul? c) diminui a competição entre os indivíduos da mesma
espécie.
Dados: 2 = 1, 4 ; 10 = 3,16 ; tg 18° = 0,33; tg 36° = 0,73 d) diminui a quantidade de nichos ecológicos ocupados
pela espécie.
a) 30° d) 36° e) mantém a uniformidade da espécie.
b) 45° e) 18°
c) 60° C6 Apropriar-se de conhecimentos da Física para,
em situações-problema, interpretar, avaliar ou
77. (ENEM) planejar intervenções científico-tecnológicas.
Caixa-d’água Novo conjunto H20 Caracterizar causas ou efeitos dos
Cidade movimentos de partículas, substâncias,
3 metros objetos ou corpos celestes.
Em uma cidade, o sistema de abastecimento de água 79. (ENEM) “Quatro, três, dois, um... Vá!” O relógio marca-
foi projetado usando uma grande caixa-d’água e funciona va 9h32min (4h32min em Brasília) na sala de comando da
atendendo com eficiência a todos os consumidores. Com a Organização Europeia de Pesquisa Nuclear (CERN), na fron-
construção de um novo conjunto habitacional em um nível teira da Suíça com a França, quando o narrador anunciou
3 m mais alto em relação ao plano da cidade, a distribuidora o surgimento de um flash branco nos dois telões. Era sinal
de água só poderá atender à nova ligação do conjunto se: de que o experimento científico mais caro e mais comple-
a) aumentar o volume da caixa-d’água e diminuir a sua altura. xo da humanidade tinha dado seus primeiros passos rumo
b) a altura da caixa-d’água for superior à do conjunto. à simulação do Big Bang, a grande explosão que originou
c) aumentar o volume da caixa-d’água mantendo sua altura. o universo. A plateia, formada por jornalistas e cientistas,
d) a altura da caixa-d’água ficar a mesma. comemorou com aplausos assim que o primeiro feixe de pró-
e) a altura da caixa-d’água for inferior à do conjunto. tons foi injetado no interior do Grande Colisor de Hadrons
(LHC – Large Hadrons Collider), um túnel de 27 km de cir-
78. (ENEM) A atividade pesqueira é antes de tudo extra- cunferência construído a 100 m de profundidade. Duas horas
tivista, o que causa impactos ambientais. Muitas espécies depois, o segundo feixe foi lançado, em sentido contrário. Os
já apresentam sério comprometimento em seus estoques e, feixes vão atingir velocidade próxima à da luz e, então, coli-
para diminuir esse impacto, várias espécies vêm sendo cul- dirão um com o outro. Essa colisão poderá ajudar a decifrar
tivadas. No Brasil, o cultivo de algas, mexilhões, ostras, mistérios do universo.
peixes e camarões vem sendo realizado há alguns anos, CRAVEIRO, R. Máquina do Big Bang é ligada. Correio
com grande sucesso, graças ao estudo minucioso da biolo- Braziliense, Brasília, 11 set. 2008, p. 34. Adaptado.
gia dessas espécies.
Os crustáceos decápodes, por exemplo, apresentam du- Segundo o texto, o experimento no LHC fornecerá dados
rante seu desenvolvimento larvário várias etapas com mu- que possibilitarão decifrar os mistérios do universo. Para
dança radical de sua forma. analisar esses dados provenientes das colisões no LHC, os
pesquisadores utilizarão os princípios de transformação da
energia. Sabendo desses princípios, pode‑se afirmar que:
a) as colisões podem ser elásticas ou inelásticas e, em am-
bos os casos, a energia cinética total se dissipa na colisão.
b) a energia dos aceleradores é proveniente da energia li-
Algumas das fases larvárias de crustáceos
berada nas reações químicas no feixe injetado no interior
Não só a sua forma muda, mas também a sua alimenta- do Grande Colisor.
ção e hábitat. Isso faz com que os criadores estejam atentos c) o feixe de partículas adquire energia cinética prove-
a essas mudanças, porque a alimentação ministrada tem de niente das transformações de energia ocorridas na intera-
mudar a cada fase. ção do feixe com os aceleradores.
ENEM Ciências da Natureza 163
d) os aceleradores produzem campos magnéticos que não 82. (ENEM) Uma das tecnologias mais impressionantes cria-
interagem com o feixe, já que a energia preponderante das das pelo homem são os foguetes. O espetáculo de lançamen-
partículas no feixe é a energia potencial. to de um desses artefatos tecnológicos é gigantesco. São
e) a velocidade das partículas do feixe é irrelevante nos poucos os países que dominam essa tecnologia. Ao assistir,
processos de transferência de energia nas colisões, sendo pela TV, ao lançamento de um desses foguetes, foram feitas
a massa das partículas o fator preponderante. as afirmativas a seguir:
80. (ENEM)
Seu olhar
Na eternidade
Eu quisera ter
Tantos anos-luz
Quantos fosse precisar
Pra cruzar o túnel
Do tempo do seu olhar
Gilberto Gil
Considerando o texto e as leis de Kepler, pode-se afir- intermediários. Sendo assim, a Lua na fase ilustrada na
mar que a frase dita pelo astronauta: figura a seguir poderá ser observada no ponto mais alto de
a) se justifica porque o tamanho do telescópio determina a sua trajetória no céu por volta de:
sua massa, enquanto seu pequeno peso decorre da falta de
ação da aceleração da gravidade.
b) se justifica ao verificar que a inércia do telescópio é
grande comparada à dele próprio, e que o peso do telescópio
é pequeno porque a atração gravitacional criada por sua
massa era pequena.
c) não se justifica, porque a avaliação da massa e do peso
de objetos em órbita tem por base as leis de Kepler, que não
se aplicam a satélites artificiais.
d) não se justifica, porque a força-peso é a força exercida a) meia-noite.
pela gravidade terrestre, neste caso, sobre o telescópio e é b) três horas da madrugada.
a responsável por manter o próprio telescópio em órbita. c) nove horas da manhã.
e) não se justifica, pois a ação da força-peso implica a ação d) meio-dia.
de uma força de reação contrária, que não existe naquele e) seis horas da tarde.
ambiente. A massa do telescópio poderia ser avaliada sim-
plesmente pelo seu volume. 86. (ENEM) Com relação ao funcionamento de uma bicicleta
de marchas, onde cada marcha é uma combinação de uma
84. (ENEM) Um portão está fixo em um muro por duas do- das coroas dianteiras com uma das coroas traseiras, são
bradiças A e B, conforme mostra a figura, sendo P o peso formuladas as seguintes afirmativas:
do portão. I. Numa bicicleta que tenha duas coroas dianteiras e
cinco traseiras, temos um total de dez marchas possíveis
onde cada marcha representa a associação de uma das coroas
A dianteiras com uma das traseiras.
II. Em alta velocidade, convém acionar a coroa dianteira
de maior raio com a coroa traseira de maior raio também.
III. Em uma subida íngreme, convém acionar a coroa
dianteira de menor raio e a coroa traseira de maior raio.
Entre as afirmações acima, estão corretas:
a) I e III, apenas. d) II, apenas.
B b) I, II e III. e) III, apenas.
c) I e II, apenas.
Caso um garoto se dependure no portão pela extremi- 87. (ENEM) Uma fábrica de motocicletas, antes de lançar
dade livre, e supondo que as reações máximas suportadas um modelo no mercado, realizou um teste de desempenho
pelas dobradiças sejam iguais: conforme o gráfico a seguir.
a) é mais provável que a dobradiça A arrebente primeiro v (m/s)
que a B.
b) é mais provável que a dobradiça B arrebente primeiro
que a A. 30
c) seguramente as dobradiças A e B arrebentarão simul-
taneamente.
20 IV
d) nenhuma delas sofrerá qualquer esforço. V
e) o portão quebraria ao meio, ou nada sofreria. III
II
85. (ENEM) No Brasil, verifica-se que a Lua, quando está na I 2 4 6 8 10 t (s)
fase cheia, nasce por volta das 18 horas e se põe por volta – 10
das 6 horas. Na fase nova, ocorre o inverso: a Lua nasce
– 20
às 6 horas e se põe às 18 horas, aproximadamente. Nas fa-
ses crescente e minguante, ela nasce e se põe em horários
ENEM Ciências da Natureza 165
Analisando o gráfico anterior, o movimento realizado pela para o trem seja de 0,1 g, em que g é a aceleração da gravida-
motocicleta nos trechos I, II, III, IV e V foi, respectivamente: de (considerada igual a 10 m/s2), e que a velocidade do trem
a) acelerado, acelerado, retardado, retardado e acelerado. se mantenha constante em todo o percurso, seria correto
b) retardado, acelerado, acelerado, acelerado e retardado. prever que as curvas existentes no trajeto deveriam ter raio
c) acelerado, retardado, acelerado, retardado e acelerado. de curvatura mínimo de, aproximadamente:
d) retardado, acelerado, retardado, acelerado e retardado. a) 80 m. d) 1.600 m.
e) retardado, retardado, acelerado, acelerado e retardado. b) 430 m. e) 6.400 m.
c) 800 m.
88. ( ENEM) No seu livro Diálogo sobre os dois principais sis-
temas do mundo: o ptolomaico e o copernicano, publicado H21 Utilizar leis físicas e/ou químicas
em 1632, Galileu Galilei (1564-1642) analisou a queda de um para interpretar processos naturais ou
corpo em um navio parado e em movimento, discutiu a queda tecnológicos inseridos no contexto da
de um corpo do alto de uma torre, o movimento dos projéteis termodinâmica e/ou do eletromagnetismo.
e o voo das aves na Terra em movimento. Em toda essa dis-
cussão, Galileu utilizou o princípio da relatividade do movi- 90. (Encceja) Leia o anúncio.
mento ou princípio da independência dos movimentos. Esse A nossa empresa usa alta tecnologia para produzir pa-
mesmo princípio seria utilizado por Galileu para demonstrar nelas de aço inox com fundo triplo. São duas camadas de
a trajetória parabólica dos corpos lançados horizontalmente aço inox envolvendo uma camada de alumínio. Dessa forma o
ou obliquamente de uma superfície acima do solo, conforme calor da chama se distribui por igual, deixando os alimentos
registrou no livro Discursos e demonstrações matemáticas muito mais macios e saborosos. Além disso, a comida cozinha
em torno de duas novas ciências, publicado em 1638. muito mais rápido, o que acaba gerando economia para você.
Revista Brasileira de Ensino de Física, vol. 19, n. 2, jun. 1997. Podemos afirmar que o fundo triplo tem o efeito de:
Considere as seguintes afirmações: a) levar o calor para as bordas, pois o alumínio tem uma
I. Um corpo pode estar em repouso em relação a um condutividade melhor que o aço.
referencial e em movimento em relação a outro referencial. b) aumentar a temperatura do alimento acima do ponto de
II. Considerando a Terra como referencial, pode-se dizer ebulição, gerando economia de gás.
que ela gira em torno do Sol. c) tornar os alimentos mais saborosos, porque o cozimento
III. Desprezando-se a resistência do ar, a trajetória de um ocorre mais rápido no centro.
corpo que é abandonado de um avião, em voo plano e hori- d) aumentar a espessura do fundo para distribuir melhor o
zontal, é um arco de parábola. calor. O alumínio é usado por economia de material.
IV. Uma bola de tênis é lançada horizontalmente, du- e) aumentar o gasto de gás, mas diminuir o tempo de
rante o serviço do tenista, com velocidade de 70 km/h. cozimento.
Desprezando-se a resistência do ar, pode-se afirmar que a 91. (Encceja) Suponha que uma indústria de panelas dis-
bola atinge o solo com velocidade horizontal de 70 km/h. ponha de três materiais, X, Y e Z, para utilizar na fabrica-
Está correto o que se afirma em: ção de panelas. Os valores de condutividade térmica desses
a) I, apenas. d) II e III, apenas.
materiais estão apresentados na tabela. Valores baixos de
b) II, apenas. e) I e IV, apenas.
condutividade térmica indicam bons isolantes.
c) I, III e IV.
Material Condutividade térmica
89. (ENEM) O Brasil pode se transformar no primeiro país das industrializado (Kcal/°C·m·s)
Américas a entrar no seleto grupo das nações que dispõem de
trens-bala. O Ministério dos Transportes prevê o lançamento X 7 · 10–2
do edital de licitação internacional para a construção da fer- Y 1 · 10–3
rovia de alta velocidade Rio-São Paulo. A viagem ligará os 403
Z 9 · 10–6
quilômetros entre a Central do Brasil, no Rio, e a Estação da
Luz, no centro da capital paulista, em uma hora e 25 minutos. Para produzir uma panela com cabo, a indústria deve
Disponível em: <http://oglobo.globo.com>. Acesso em: 14 jul. 2009. utilizar:
a) Z para a panela e Y para o cabo.
Devido à alta velocidade, um dos problemas a ser enfren- b) X para a panela e Z para o cabo.
tado na escolha do trajeto que será percorrido pelo trem é c) Y para a panela e X para o cabo.
EM1D-12-1E
o dimensionamento das curvas. Considerando-se que uma d) X para a panela e Y para o cabo.
aceleração lateral confortável para os passageiros e segura e) Z para a panela e X para o cabo.
166
92. (Encceja) No dia a dia, observam-se duas panelas em b) o calor flui de forma não espontânea da parte mais
funcionamento, de mesmo tamanho, uma feita de ferro, ou- fria, no interior, para a mais quente, no exterior da
tra de pedra. A panela de pedra demora mais que a panela geladeira.
de ferro para esquentar. Em compensação, ela permanece c) a quantidade de calor cedida ao meio externo é igual ao
quente por mais tempo que a similar de ferro. calor retirado da geladeira.
Isso ocorre porque: d) a eficiência é tanto maior quanto menos isolado ter-
a) a panela de pedra retém mais calor e tem menor con- micamente do ambiente externo for o seu compartimento
dutividade. interno.
b) a panela de ferro retém mais calor e tem menor condu- e) a energia retirada do interior pode ser devolvida à ge-
tividade. ladeira abrindo-se a sua porta, o que reduz seu consumo
c) a panela de pedra é mais leve que a de ferro. de energia.
d) a panela de ferro absorve mais calor e a de pedra perde
mais calor. 94. (Encceja) Colocar uma panela com água para ferver em
e) a panela de ferro é mais leve que a de pedra. um fogão é uma tarefa diária para quem cozinha. Entre-
tanto, poucos se dão conta de que se pode economizar uma
93. (ENEM) A invenção da geladeira proporcionou uma re- fração apreciável de gás, energia elétrica ou lenha – depen-
volução no aproveitamento dos alimentos, ao permitir que dendo do tipo de fogão –, se a panela permanecer tampada
fossem armazenados e transportados por longos períodos. até a fervura. Essa economia provém:
A figura apresentada ilustra o processo cíclico de funciona- a) da melhor distribuição do calor ao redor da panela.
mento de uma geladeira, em que um gás no interior de uma b) da redução do movimento de convecção da água no in-
tubulação é forçado a circular entre o congelador e a parte terior da panela.
externa da geladeira. É por meio dos processos de compres- c) da energia que deixa de ser perdida para o ar com a
são, que ocorrem na parte externa, e de expansão, que ocor- evaporação da água.
rem na parte interna, que o gás proporciona a troca de calor d) do aumento da capacidade de condução do calor quando
entre o interior e o exterior da geladeira. se tampa a panela.
e) do equilíbrio térmico entre a panela e o fogão.
a) a extinção do minério decorrente das medidas adotadas d) maior refração ao atravessar os átomos de carbono que
pela metrópole portuguesa para explorar as riquezas mine- os átomos de cálcio.
rais, especialmente em Minas Gerais. e) maior ionização de moléculas de água que de átomos
b) a decisão tomada pelo governo brasileiro de receber o de carbono.
lixo tóxico oriundo de países do Cone Sul, o que caracteriza
o chamado comércio internacional do lixo. H23 Avaliar possibilidades de geração, uso ou
c) a atitude de moradores que residem em casas próximas transformação de energia em ambientes
umas das outras, quando um deles joga lixo no quintal do específicos, considerando implicações éticas,
vizinho. ambientais, sociais e/ou econômicas.
d) as chamadas operações tapa-buracos, desencadeadas
com o objetivo de resolver problemas de manutenção das 97. (Encceja) João quer viajar de trem desde a estação Brás
estradas que ligam as cidades mineiras. em São Paulo até a estação de Jundiaí, no mesmo estado.
e) os problemas ambientais que podem ser causados quan- Ele procurou na Internet e encontrou no sítio da compa-
do se escolhe um local para enterrar ou depositar lixo tó- nhia de trem a informação que consta no quadro seguinte.
xico.
COMPANHIA PAULISTA DE Viagem ponto-a-ponto
96. (ENEM) Considere um equipamento capaz de emitir ra- TRENS METROPOLITANOS
Sugestão de roteiro
diação eletromagnética com comprimento de onda bem me-
nor que a da radiação ultravioleta. Suponha que a radiação Estação inicial – Brás
emitida por esse equipamento foi apontada para um tipo Estação final – Jundiaí
específico de filme fotográfico e entre o equipamento e o Tempo estimado de viagem: 1 hora e 50 min
filme foi posicionado o pescoço de um indivíduo. Quanto
mais exposto à radiação, mais escuro se torna o filme após CPTM Embarque na estação Brás. Siga
a revelação. Após acionar o equipamento e revelar o filme, Linha D até Luz.
evidenciou-se a imagem mostrada na figura abaixo.
CPTM
Siga até Francisco Morato
Linha A
CPTM
Linha A Siga até Jundiaí.
Extensão
98. (Encceja) O motor elétrico de um elevador de automóvel seria a energia consumida por ele para, partindo do repou-
foi dimensionado para ser capaz de levantar um carro em so, atingir velocidade de 30 m/s?
40 s. Se quiséssemos levantar o carro em 20 s, seria sufi-
ciente um motor com: m⋅ v2
a) a metade da potência do anterior. Dado: Energia cinética:
2
b) a mesma potência do anterior.
c) o dobro da potência do anterior. a) 720 kJ d) 1.440 kJ
d) o triplo da potência do anterior. b) 180 kJ e) 90 kJ
e) o quádruplo da potência do anterior. c) 360 kJ
99. (ENEM) O esquema abaixo mostra, em termos de potên- 101. (ENEM) A eficiência de uma usina hidrelétrica é de-
cia (energia/tempo), aproximadamente, o fluxo de energia, fi nida como o produto entre as eficiências das turbinas e
a partir de uma certa quantidade de combustível vinda do do gerador. Aproveitando o desnível de 50 m de um rio,
tanque de gasolina, em um carro viajando com velocidade planeja-se construir uma usina hidrelétrica que produza
constante. uma potência de 100 MW. Se as eficiências das turbinas
hidráulicas e do gerador elétrico são, respectivamente, 95% e
Energia dos
hidrocarbonetos Luzes, 90%, e considerando a aceleração da gravidade igual a 10 m/s2,
não queimados, ventilador, qual deve ser, aproximadamente, a vazão, em kg/s, de água
energia térmica gerador,
dos gases direção,
necessária para produzir aquela potência?
de escape e bomba
Energia
a) 1,2 · 105 d) 4,5 · 105
Evaporação transferência ao ar hidráulica b) 2,3 · 10 5 e) 6,8 · 105
térmica
1kW ambiente 56,8 kW etc. 2,2 kW 5
3 kW c) 3,0 · 10
Considerando que a distância entre a borda inferior para elevar a temperatura de 1 m 3 (equivalente a 1 t) de
e a borda superior da superfície refletora tenha 6 m de água de 20 °C para 100 °C, em uma hora, estará entre:
largura e que focaliza no receptor os 800 watts/m 2 de a) 15 m e 21 m. d) 680 m e 710 m.
radiação provenientes do Sol, e que o calor específi co da b) 22 m e 30 m. e) 6.700 m e 7.150 m.
água é 1 cal · g–1 · ºC–1 = 4.200 J · kg–1 · ºC–1, então c) 105 m e 125 m.
o comprimento linear do refletor parabólico necessário
Francisco Caruso & Luisa Daou, Tirinhas de Física, vol. 2, CBPF: Rio de Janeiro, 2000.
Assim que o menino lança a flecha, há transformação de um tipo de energia em outra. A transformação, nesse caso,
é de energia:
a) potencial elástica em energia gravitacional. d) cinética em energia potencial elástica.
b) gravitacional em energia potencial. e) gravitacional em energia cinética.
c) potencial elástica em energia cinética.
23% 24%
14% Indústria Produção de
Desmatamento Quase toda energia
Abre áreas para a produção Cerca de dois
plantar o que é para nosso terços abastacem
ingerimos. consumo? as indústrias e os
serviços que nos
104. (ENEM) A figura ao lado ilustra as principais fontes atendem.
de emissões mundiais de gás carbônico, relacionando-as a
nossas compras domésticas (familiares).
Com base nas informações da figura, é observado que
as emissões de gás carbônico estão diretamente ligadas às
compras domésticas. Deste modo, deduz-se das relações de
produção e consumo apresentadas que:
a) crescimento econômico e proteção ambiental são políti-
cas públicas incompatíveis.
8%
b) a redução da atividade industrial teria pouco impacto Construção
nas emissões globais de gás carbônico. 17% Faz parte
14% de nossas
c) os fluxos de carbono na biosfera não são afetados pela Agricultura
Transporte escolhas,
Cultiva os
atividade humana, pois são processos cíclicos. alimentos que
Metade dos trans- mas não é um
lados é para cargas consumo diário.
d) a produção de alimentos, em seu conjunto, é direta- comemos.
que compramos.
mente responsável por 17% das emissões de gás carbônico. Nossas compras domésticas são responsáveis por
e) haveria decréscimo das emissões de gás carbônico se o 77% das emissões de gás carbônico do mundo.
C7 Apropriar-se de conhecimentos da Química para, Pedreiro: — Olá, meu amigo, muito bom dia!
em situações-problema, interpretar, avaliar ou Atendente: — Olá, Danilo, em que posso te ajudar?
planejar intervenções científico-tecnológicas. Pedreiro: — Então, pra começar eu gostaria de dois li-
tros de X, que eu vou usar para limpar os pisos lá de casa.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da Química Atendente: — Certo...
para caracterizar materiais, substâncias Pedreiro: — Também preciso de Y, para preparar arga-
ou transformações químicas. massa (areia + cal), acho que uns três quilos são suficientes...
Atendente: — Mais alguma coisa?
105. (Encceja) Para retirar a camada de ferrugem (óxido Pedreiro: — Por enquanto é só isso, mas, e você, está bem?
hidratado) que se forma sobre objetos de ferro, eles podem Atendente: — Tudo certo, só estou com um pouco de
ser mergulhados em uma solução diluída de ácido sulfúrico queimação na região da barriga, sabe? Mas depois do ex-
(incolor), por alguns minutos, e, em seguida, lavados em pediente vou passar lá na farmácia do Ricardo e comprar
água corrente para retirar a solução salina amarelada e o um frasco de Z, pois dizem que essa queimação pode ser
ácido que ainda resta. excesso de X no estômago.
A representação que melhor resume a reação que ocorre na Baseados no diálogo entre o pedreiro e o atendente, pode-
limpeza desses objetos, segundo o enunciado, é: mos afirmar que as substâncias X, Y e Z são, respectivamente:
a) óxido + ácido → sal. a) ácido clorídrico, CaOH e hidróxido de magnésio.
b) base + ácido → óxido. b) HCl, hidróxido de cálcio e MgOH.
c) sal + óxido → ácido. c) ácido muriático, CaOH e leite de magnésia.
d) sal + ácido → base. d) HClO3, cal hidratada e Mg(OH)2.
e) hidróxido + ácido → sal + base. e) ácido clorídrico, Ca(OH)2 e hidróxido de magnésio.
106. (ENEM) Quando definem moléculas, os livros geralmente 108. (ENEM) O processo de industrialização tem gerado
apresentam conceitos como: “a menor parte da substância sérios problemas de ordem ambiental, econômica e social,
capaz de guardar suas propriedades”. A partir de definições entre os quais se pode citar a chuva ácida. Os ácidos usual-
desse tipo, a ideia transmitida ao estudante é a de que o mente presentes em maiores proporções na água da chuva
constituinte isolado (moléculas) contém os atributos do todo. são o H2CO3, formado pela reação do CO2 atmosférico com
É como dizer que uma molécula de água possui densidade, a água, o HNO3, o HNO2, o H2SO4 e o H2SO3. Esses quatro
pressão de vapor, tensão superficial, ponto de fusão, ponto de últimos são formados principalmente a partir da reação da
ebulição etc. Tais propriedades pertencem ao conjunto, isto é, água com os óxidos de nitrogênio e de enxofre gerados pela
manifestam-se nas relações que as moléculas mantêm entre si. queima de combustíveis fósseis.
OLIVEIRA, R. J. O mito da substância. In: A formação de chuva mais ou menos ácida depende
Química nova na escola, n. 1, 1995. não só da concentração do ácido formado, como também
O texto evidencia a chamada visão substancialista que do tipo de ácido. Essa pode ser uma informação útil na
ainda se encontra presente no ensino da Química. A seguir es- elaboração de estratégias para minimizar esse proble-
tão relacionadas algumas afirmativas pertinentes ao assunto. ma ambiental. Se consideradas concentrações idênticas,
I. O ouro é dourado, pois seus átomos são dourados. quais dos ácidos citados no texto conferem maior acidez
II. Uma substância macia não pode ser feita de molécu- às águas das chuvas?
las rígidas. a) HNO3 e HNO2 d) H2SO4 e HNO3
III. Uma substância pura possui pontos de ebulição e fusão b) H2SO4 e H2SO3 e) H2CO3 e H2SO3
constantes, em virtude das interações entre suas moléculas. c) H2SO3 e HNO2
IV. A expansão dos objetos com a temperatura ocorre
porque os átomos se expandem. 109. (ENEM) Cientistas americanos acreditam ter encontrado
Dessas afirmativas, estão apoiadas na visão substancia- indícios de oxigênio e, portanto, de vida na Terra há 3,46
lista criticada pelo autor apenas: bilhões de anos, quase 800 milhões de anos antes do que se
a) I e II. d) I, II e IV. pensava.
b) III e IV. e) II, III e IV. O geoquímico Hiroshi Ohmoto e sua equipe da Universidade
c) I, II e III. da Pensilvânia chegaram a essa conclusão após encontrarem di-
minutos cristais de hematita, um minério de ferro, em formação
107. (ENEM) Um pedreiro de nome Danilo foi a uma loja de de jaspe (um tipo de pedra), na região de Pilbara, um sítio ar-
materiais de construção, necessitando comprar alguns itens queológico no noroeste da Austrália.
para terminar uma obra. Chegando lá, disse ao atendente:
ENEM Ciências da Natureza 171
Em um estudo publicado na revista Nature Geoscience, eles H25 Caracterizar materiais ou substâncias,
afirmam que isso demonstra a existência de uma extensão de identificando etapas, rendimentos ou
água rica em oxigênio nesse local na época do Período Arqueano implicações biológicas, sociais, econômicas
(de 3,6 bilhões a 2,7 bilhões de anos atrás). ou ambientais de sua obtenção ou produção.
Portanto, a descoberta indica a presença de micro-orga-
nismos capazes de produzir oxigênio por fotossíntese 800 111. (ENEM) Na figura abaixo, está esquematizado um tipo
milhões de anos antes dos fósseis de micróbios fotossintéti- de usina utilizada na geração de energia.
cos mais antigos conhecidos até o momento.
“Nossa descoberta indica que a origem da vida ocorreu
há cerca de 3,5 bilhões de anos”, afirma o cientista.
Disponível em: <http://g1.globo.com/Noticias/ Água
Tecnologia/0,,MUL1043666-6174,00-ESTUDO+ANTECIPA+INI Gerador
CIO+DA+VIDA+NA+TERRA+EM+MILHOES+DE+ANOS.html>.
h
De acordo com o texto apresentado, julgue os itens a
seguir.
I. Os cristais de hematita indicam a presença de oxigê- Torre de
nio no local, pois esse elemento é um dos componentes do Turbina transmissão
minério.
II. A existência de uma extensão de água rica em oxi- Analisando o esquema, é possível identificar que se tra-
gênio indica a presença de micro-organismos capazes de ta de uma usina:
produzir esse gás por fotossíntese. a) hidrelétrica, porque a água corrente baixa a tempera-
III. As conclusões estão erradas, pois a hematita não tura da turbina.
apresenta oxigênio em sua composição. b) hidrelétrica, porque a usina faz uso da energia cinética
Está(ão) correta(s): da água.
a) apenas I. d) apenas I e II. c) termoelétrica, porque com o movimento das turbinas
b) apenas II. e) apenas III. ocorre aquecimento.
c) apenas II e III. d) eólica, porque a turbina é movida pelo movimento da água.
e) nuclear, porque a energia é obtida no núcleo das molé-
110. (ENEM) Embora os fenômenos físicos e químicos sejam culas de água.
distintos, é comum na natureza ou nas atividades humanas
a ocorrência de processos que envolvem os dois fenômenos. 112. (Encceja) Muitas pessoas associam a palavra ácido
Um bom exemplo é o funcionamento de um automóvel, em a substâncias químicas que corroem materiais e que são
que o fenômeno químico ocorre com a explosão da gaso- prejudiciais à saúde. Para mostrar que tal associação é
lina e, a partir daí, todo o sistema utiliza a energia da equivocada, basta lembrar que são classificados como
explosão em uma série de fenômenos físicos. Utilizando ácidos:
seus conhecimentos sobre fenômenos físicos e químicos, a) vinagre e suco de laranja.
assinale a alternativa que indica qual(is) item(ns) abaixo b) leite e sabão em pó.
está(ão) correto(s). c) bicarbonato de sódio e vaselina.
I. Toda combustão é um fenômeno químico exotér- d) sal de cozinha e açúcar.
mico, e a matéria produzida nela é mais estável do que e) sabão e detergente.
a matéria que sofreu combustão para formá-la.
II. A respiração dos seres vivos, a fotossíntese e a refle- 113. (ENEM) Ferramentas de aço podem sofrer corrosão e
xão da luz são exemplos de fenômenos químicos. enferrujar. As etapas químicas que correspondem a esses
III. A decomposição de um medicamento, em especial na processos podem ser representadas pelas equações:
forma de solução, e a consequente diminuição da quanti- Fe + H2O + 1/2 O2 → Fe(OH)2
dade do composto que o constitui são um exemplo de fenô-
Fe(OH)2 + 1/2 H2O + 1/4 O2 → Fe(OH)3
meno químico.
IV. O orvalho representa um fenômeno físico. Fe(OH)3 + n H2O → Fe(OH)3 · n H2O (ferrugem)
a) Somente I, II e III. d) Somente III. Uma forma de tornar mais lento esse processo de corro-
b) Somente I, III e IV. e) I, II, III e IV. são e formação de ferrugem é engraxar as ferramentas. Isso
EM1D-12-1E
Se fosse necessário melhorar o rendimento dessa usi- H27 Avaliar propostas de intervenção no meio
na, que forneceria eletricidade para abastecer uma cida- ambiente aplicando conhecimentos químicos
de, qual das seguintes ações poderia resultar em alguma e observando riscos ou benefícios.
economia de energia, sem afetar a capacidade de geração
da usina? 119. (ENEM)
a) Reduzir a quantidade de combustível fornecido à usina Condomínio da Terra
para ser queimado. “O nosso sistema de valoração é a economia, que tem que
b) Reduzir o volume de água do lago que circula no con- dar valor ao que nós mais precisamos e, neste momento, pre-
densador de vapor. cisamos mais dos serviços prestados pelas florestas do que de
c) Reduzir o tamanho da bomba usada para devolver a telefones celulares de quarta ou quinta geração”, salientou o
água líquida à caldeira. principal impulsionador do Condomínio da Terra.
d) Melhorar a capacidade de os dutos com vapor conduzi- Nas contas da equipe liderada por Robert Costanza, o ser-
rem calor para o ambiente. viço ecológico mais “valioso” prestado pela biosfera é a recicla-
e) Usar o calor liberado com os gases pela chaminé para gem de minerais, em especial carbono, nitrogênio e fósforo, que
mover um outro gerador. foi avaliada em 17 trilhões de dólares anuais.
O tratamento de resíduos e filtragem de produtos tóxicos
118. (ENEM) (2,28 trilhões), o controle de distúrbios climáticos (1,78), o
Água e população mundial armazenamento de água em bacias hidrográficas, reservatórios
e aquíferos (1,69) e a produção de alimentos (1,39) são outros
A água potável de boa qualidade é fundamental para
serviços cujo valor foi estimado.
a saúde e o bem-estar humano. Entretanto, a maioria da
Nesta lista incluem-se ainda serviços ambientais como a
população mundial ainda não tem acesso a este bem essen-
regulação dos níveis de gases atmosféricos poluentes (1,34),
cial. Mais do que isto, existem estudos que apontam para
uma escassez cada vez mais acentuada de água para a as fontes de matérias-primas (0,72), o controle biológico de
produção de alimentos, desenvolvimento econômico e pro- pragas e doenças (0,42) ou a proteção de hábitats utilizados na
teção de ecossistemas naturais. Para exercer tais ativida- reprodução e migração das espécies (0,12).
des, especialistas estimam que o consumo mínimo de água O estudo permitiu concluir, sem sombra para dúvidas, que
per capita deva ser de pelo menos 1.000 m 3 por ano. Cerca os ecossistemas do planeta prestam serviços cujo valor eco-
de 26 países, em sua maioria localizados no continente nômico é muito superior aos lucros gerados pela exploração
africano, já se encontram abaixo deste valor. Com o rápido tradicional dos seus recursos.
crescimento populacional, acredita-se que inúmeras outras “Num planeta limitado, é insustentável ter uma economia
localidades deverão atingir esta categoria no futuro próxi- baseada numa produção ilimitada”, defendeu Paulo Magalhães.
EM1D-12-1E
mo. Várias regiões do planeta (Pequim, Cidade do México, Disponível em: <http://aeiou.expresso.pt/gen.
pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/503242>.
174
De acordo com o texto, julgue os itens a seguir: Analisando o quadrinho e as relações existentes entre
I. O serviço ecológico mais valioso prestado pela biosfera os animais, podemos afirmar que entre a ave e o mamífero
é a reciclagem de carbono, nitrogênio e fósforo. há uma relação de:
II. O tratamento de resíduos e a filtragem de produtos a) parasitismo.
tóxicos só podem ser feitos pelas indústrias. b) predatismo.
III. A regulação dos níveis de poluentes na atmosfera se- c) mutualismo.
ria desnecessária se houvesse a manutenção dos ecossiste- d) comensalismo.
mas existentes na biosfera. e) antibiose.
É(são) verdadeiro(s):
a) somente I. d) I e III. 122. (Encceja) O esquema seguinte representa as relações
b) somente II. e) II e III. alimentares observadas numa área do Pantanal Mato-
c) somente III. -Grossense.
80
70
60
20 Espécie D
Espécie E
10
0
0 50 100 150 200
Tempo (h)
125. (ENEM) No início do século XX, com a finalidade de pos- 126. (Encceja) Cachaça, vinho e cerveja são bebidas muito
sibilitar o crescimento da população de veados no planalto de apreciadas que têm coloração, sabor e aroma característicos.
Kaibab, no Arizona (EUA), moveu-se uma caçada impiedosa aos Na produção dessas bebidas, sob a ação de micro-organismos,
seus predadores – pumas, coiotes e lobos. No gráfico a seguir, a os carboidratos da cana-de-açúcar, da uva e do malte são
linha cheia indica o crescimento real da população de veados, convertidos em etanol, em concentrações que variam de
no período de 1905 a 1940; a linha pontilhada indica a expecta- bebida para bebida.
tiva quanto ao crescimento da população de veados, nesse mes- O conjunto de transformações que leva à obtenção do
mo período, caso o homem não tivesse interferido em Kaibab. etanol com liberação de CO2 é conhecido como:
Número de a) alcoolização.
veados b) fermentação.
100.000
100.000 c) pasteurização.
d) condensação.
Primeiros filhotes
Morte de 60%
e) fotólise.
morrem de fome
dos filhotes
127. (ENEM) A condição dos países em desenvolvimento
50.000 Eliminação dos na busca da sustentabilidade, particularmente aqueles de
predadores 40.000 megadiversidade, depende da habilidade em proteger seus
30.000 ecossistemas, suas economias e a saúde pública. Infeliz-
20.000 mente, invasões de espécies exóticas – plantas, animais e
10.000
Proibição de caça micro-organismos – trazem uma significante e sem prece-
dente ameaça aos recursos desses países. De acordo com
1905 1910 1920 1930 1940 Tempo (anos)
a Convenção sobre Diversidade Biológica – CDB – “espécie
Amabis & Martho. Fundamentos de Biologia moderna, p. 42. exótica” é toda espécie que se encontra fora de sua área de
distribuição natural.
Para explicar o fenômeno que ocorreu com a população Ministério do Meio Ambiente. Disponível
de veados após a interferência do homem, um estudante em: <http://www.mma.gov.br>.
elaborou as seguintes hipóteses e/ou conclusões:
I. Lobos, pumas e coiotes não eram, certamente, os Sobre o assunto, é incorreto afirmar que:
únicos e mais vorazes predadores dos veados; quando es- a) espécies exóticas invasoras, por suas vantagens com-
tes predadores, até então despercebidos, foram favorecidos petitivas e favorecidas pela ausência de predadores e pela
pela eliminação de seus competidores, aumentaram nume- degradação dos ambientes naturais, dominam os nichos
ricamente e quase dizimaram a população de veados. ocupados pelas espécies nativas, notadamente em ambien-
II. A falta de alimentos representou para os veados um tes frágeis e degradados.
mal menor que a predação. b) espécies exóticas invasoras são ameaças biológicas ao
III. Ainda que a atuação dos predadores pudesse represen- meio ambiente, com enormes prejuízos à economia, à bio-
tar a morte para muitos veados, a predação demonstrou-se um diversidade e aos ecossistemas naturais, além dos riscos à
fator positivo para o equilíbrio dinâmico e a sobrevivência da saúde humana.
população como um todo. c) a destruição das barreiras biogeográficas, em razão da
IV. A morte dos predadores acabou por permitir um cres- ação antrópica, acelerou o processo de invasões biológicas,
cimento exagerado da população de veados, o que levou à pois, à medida que o homem foi colonizando novos ambien-
degradação excessiva das pastagens, tanto pelo consumo ex- tes, levou consigo plantas e animais, proporcionando, para
cessivo como pelo seu pisoteamento. diversas espécies, condições de dispersão muito além de
O estudante acertou se indicou as alternativas: suas reais capacidades.
a) I, II, III e IV. d) II e III, apenas. d) com a crescente globalização, espécies exóticas são
b) I, II e III, apenas. e) III e IV, apenas. translocadas, intencional ou não intencionalmente, para
c) I, II e IV, apenas. áreas onde não encontram predadores naturais, tornando-se
mais eficientes que as espécies nativas no uso dos recursos.
H29 Interpretar experimentos ou técnicas que e) espécies exóticas multiplicam-se lentamente, ocasio-
utilizam seres vivos, analisando implicações para nando o enriquecimento dos ambientes, o aumento da com-
o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, plexidade dos ecossistemas e o favorecimento das espécies
matérias-primas ou produtos industriais. nativas, reforçando a biodiversidade local.
ENEM Ciências da Natureza 177
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou 130. (Encceja) Para prevenir doenças como ascaridíase e
coletivo, identificando aquelas que visam giardíase, uma das medidas mais recomendadas é:
à preservação e implementação da saúde a) a vacinação das crianças em idade escolar.
individual, coletiva ou do ambiente. b) a higienização dos alimentos, em geral.
c) a cloração da água distribuída às residências.
128. (Encceja) Lavar as mãos com sabonete reduz signifi- d) o controle sistemático dos insetos que as transmitem.
cativamente a proliferação da pneumonia e da diarreia, as e) o estímulo à medicação eficiente no início dos sin-
duas principais causas de morte no mundo em crianças me- tomas.
nores de 5 anos. Esses resultados foram obtidos de estudos
financiados por uma empresa de produtos de beleza e lim- 131. (ENEM) A nova gripe, mais conhecida como gripe suína,
peza, no Paquistão, onde os pesquisadores examinaram 900 causada pelo vírus Influenza A H1N1, vem registrando mi-
domicílios. Analise os dados da pesquisa na tabela. lhares de casos ao redor do mundo e tomou as proporções
de uma pandemia. O vírus tem uma combinação de carac-
Quantidade de casos em 100 pessoas/semana terísticas das gripes suína, aviária e humana. A malária,
causada pelo protozoário Plasmodium e transmitida pela
Número de casos picada do mosquito Anopheles fêmea, foi um dos inimigos
quando as mãos Número de casos naturais dos soldados brasileiros, paraguaios, uruguaios e
Doença
são lavadas com sem lavar as mãos. argentinos. A febre tifoide, contraída pela ingestão de água
sabão comum. e alimentos contaminados com a bactéria Salmonella typhi,
ocorre com frequência em países onde o saneamento básico
Pneumonia 2,20 4,40
é precário. A peste negra, causada pela bactéria Yersinia
Diarreia 1,91 4,06 pestis, transmitida ao ser humano através das pulgas dos
ratos pretos e outros roedores, causou a morte de milhões
Lancer. Scientific American, ano 4, n. 42. Adaptado. de pessoas na Europa durante o seculo XVI.
A tabela mostra que: De acordo com o texto e com os seus conhecimentos,
a) o hábito de lavar as mãos é dificultado pela carência assinale a alternativa correta.
econômica da região. a) Os vírus, os protozoários e as bactérias possuem organi-
b) o hábito de lavar as mãos foi suficiente para reduzir em zação celular semelhante.
mais de 50% os casos de diarreias infantis. b) Os antibióticos, que agem contra as bactérias, não têm
c) o sabonete foi mais eficiente para evitar a pneumonia nenhum efeito sobre as infecções virais.
e a diarreia. c) O combate ao vetor e o saneamento básico são me-
d) os dados da pesquisa servem exclusivamente para in- didas preventivas comuns para as doenças mencionadas
fluenciar a compra do produto produzido pela empresa. no texto.
e) o uso de sabonete foi insuficiente para diminuir os ca- d) A malária esteve presente na Guerra do Paraguai,
sos das doenças na população estudada. pois os conflitos ocorreram na fronteira amazônica bra-
sileira.
129. (Encceja) A vaginose bacteriana é uma patogenia causa- e) As vacinas desencadeiam a produção de anticorpos e
da por um desequilíbrio ecológico da flora vaginal, na qual as são utilizadas para prevenir todas as doenças mencionadas
bactérias protetoras (Lactobacilus acidophilus) são substituídas no texto.
por outras bactérias, provocando um corrimento de odor fétido.
Carlos Antônio da Costa. Ginecologia, n. 132. (ENEM) Os triglicerídios são formados pelo glicerol
4, ano 1, jul. 2003. Adaptado. ligado a três ácidos graxos. Se os ácidos graxos forem de
Para se evitar o aparecimento de corrimentos vaginais, cadeia saturada, isto é, possuírem todos os átomos de hi-
deve-se: drogênio que a cadeia carbônica pode conter, como o ácido
I. fazer higiene externa, diariamente, com sabonete esteárico, o triglicerídio será uma gordura, abundante nos
neutro. animais e geralmente sólida à temperatura ambiente. Se os
II. comer iogurtes com lactobacilos. ácidos graxos forem de cadeia insaturada, isto é, possuírem
III. usar o preservativo – camisinha – nas relações sexuais. moléculas que ainda podem receber átomos de hidrogênio,
Estão corretos os procedimentos: como o ácido oleico, o triglicerídio será um óleo, líquido à
a) I e II, apenas. d) I, II e III. temperatura ambiente e predominante nos vegetais, como
EM1D-12-1E
b) I e III, apenas. e) apenas o II. o óleo de milho e o de girassol. Pesquisas científicas mos-
c) II e III, apenas. traram os perigos do consumo excessivo de triglicerídios,
178
principalmente os de origem animal. O gráfico a seguir re- De acordo com a prosa dos dois compadres, assinale a
laciona o número de mortes por doença coronariana – coro- alternativa correta.
nárias são as artérias que irrigam o músculo cardíaco – em a) A comadre está provavelmente com esquistossomose,
10.000 homens de meia-idade durante um período de cinco contraída pela penetração de larvas miracídios ao nadar
anos e a porcentagem de gordura na dieta total, em dife- em lagoas de coceira; Rosinha, provavelmente, adquiriu
rentes países. sua doença por meio da ingestão de cistos e apresenta
sintomas de anemia devido à atividade hematófaga do
parasita.
b) A comadre está provavelmente com barriga-d’água, con-
traída ao nadar em lagoas habitadas por determinados molus-
no mortes cos, onde se reproduzem as larvas cercárias, das quais se ori-
% gordura ginam larvas miracídios que penetram ativamente pela pele;
já Rosinha denuncia sintomas característicos de malária.
c) A comadre, provavelmente, reside na zona rural, por-
A B C D E F G tanto basta mudar-se para a cidade para ficar curada; no
caso de Rosinha, a doença não tem cura.
De acordo com o texto e com o gráfico, analise as afir- d) A comadre, provavelmente, apresenta problemas no fígado,
mações a seguir. causados pelo parasita platelminto; o uso de botina seria uma
I. Uma das diferenças entre gorduras e óleos é o estado das medidas profiláticas para a provável doença de Rosinha.
físico à temperatura ambiente. e) A comadre está provavelmente com esquistossomose,
II. O número de mortes e a porcentagem de gordura na adquirida ao ingerir alimentos contaminados com ovos de
dieta são diretamente proporcionais. Schistosoma mansoni, e Rosinha apresenta sintomas de an-
III. Uma dieta rica em gordura está associada a grande cilostomose.
risco de morte por doença coronariana.
IV. As gorduras oferecem maiores riscos à saúde do que 134. (ENEM) De acordo com Edmilson Migovisky, infecto-
os óleos. logista da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o risco
São corretas: de contrair doenças como leptospirose em Santa Catarina
a) apenas II e IV. d) apenas I, III e IV. é muito grande, por conta dos alagamentos. Além disso, a
b) apenas I, II e III. e) apenas III e IV. proximidade dos sintomas da leptospirose, da hepatite A e
c) apenas I e II. da dengue pode dificultar ainda mais o diagnóstico de do-
enças das vítimas dos temporais em Santa Catarina. “Todas
133. (ENEM) as vezes em que vejo essas pessoas dentro da água, redobra
— Olá, compadre Chico. a minha preocupação. Os sintomas se parecem e fica um
— Oi, Zé. pouco confuso o diagnóstico. O tratamento é diferente e,
— A comadre Maria vai bem? E o nenê? infelizmente, nessas regiões que foram assoladas, não vem
— Não nasceu ainda não, Zé. sendo distribuída a vacina para a hepatite A”.
— Como não? Já tem mais de dez meses. Parece filho Analise as afirmações a seguir.
de burro, uai! I. Águas de enchentes podem transmitir doenças como
— Olha o respeito, Zé. A criança vai ser forte! leptospirose, hepatite A e dengue.
— Acho que não, Chico. Pelo jeito, a Maria nem deve II. A distribuição da vacina contra a hepatite A é essen-
estar grávida. O barrigão deve ser doença, verme. Se eu cial para a cura dos doentes.
fosse você, levava ela num médico. III. O diagnóstico preciso das doenças citadas no texto é
— Será? Já num basta os problemas da minha filha Ro- difícil porque cada doença apresenta sintomas bem carac-
sinha... terísticos.
— Que problemas tem a Rosinha, compadre? IV. Tanto os órgãos afetados pelas doenças citadas no
— Os de sempre. Preguiça. Só dorme, não aprende na texto quanto os medicamentos utilizados nos tratamentos
escola, está até amarela de tanto dormir. são os mesmos.
— Mas, Chico, isso também deve ser verme! a) Nenhuma afirmativa é correta.
— Puxa vida, mas tudo é verme? b) Apenas a afirmativa I é correta.
— É, pois é... c) Apenas a afirmativa II é correta.
d) As afirmativas I e III são corretas.
e) As afirmativas II e IV são corretas.
ENEM Ciências da Natureza 179
135. (ENEM) O lixo orgânico de casa – constituído de restos de Suponha que uma pessoa, desejosa de fazer seu próprio
verduras, frutas, legumes, cascas de ovo, aparas de grama, en- adubo orgânico, tenha seguido o procedimento descrito no
tre outros –, se for depositado nos lixões, pode contribuir para texto, exceto no que se refere ao umedecimento periódico
o aparecimento de animais e de odores indesejáveis. Entretan- do composto. Nessa situação:
to, sua reciclagem gera um excelente adubo orgânico, que pode a) o processo de compostagem iria produzir intenso mau
ser usado no cultivo de hortaliças, frutíferas e plantas orna- cheiro.
mentais. A produção do adubo ou composto orgânico se dá por b) o adubo formado seria pobre em matéria orgânica que
meio da compostagem, um processo simples que requer alguns não foi transformada em composto.
cuidados especiais. O material que é acumulado diariamente c) a falta de água no composto vai impedir que micro-
em recipientes próprios deve ser revirado com auxílio de ferra- -organismos decomponham a matéria orgânica.
mentas adequadas, semanalmente, de forma a homogeneizá- d) a falta de água no composto iria elevar a temperatura
-lo. É preciso também umedecê-lo periodicamente. O material da mistura, o que resultaria na perda de nutrientes es-
de restos de capina pode ser intercalado entre uma camada senciais.
e outra de lixo da cozinha. Por meio desse método, o adubo e) apenas micro-organismos que independem de oxigênio
orgânico estará pronto em aproximadamente dois a três meses. poderiam agir sobre a matéria orgânica e transformá-la em
Como usar o lixo orgânico em casa? In: Ciência adubo.
Hoje, v. 42, jun. 2008. Adaptado.
4. Objetos de conhecimento
dos animais e vegetais. Origem e evolução das células. Noções comunidade biológica: teia alimentar, sucessão e comu-
sobre células-tronco, clonagem e tecnologia do DNA recombi- nidade clímax. Dinâmica de populações. Interações entre
nante. Aplicações de biotecnologia na produção de alimentos, os seres vivos. Ciclos biogeoquímicos. Fluxo de energia no
fármacos e componentes biológicos. Aplicações de tecnologias ecossistema. Biogeografia. Biomas brasileiros. Exploração e
relacionadas ao DNA a investigações científicas, determina- uso de recursos naturais. Problemas ambientais: mudanças
ção da paternidade, investigação criminal e identificação de climáticas, efeito estufa; desmatamento; erosão; poluição
indivíduos. Aspectos éticos relacionados ao desenvolvimento da água, do solo e do ar. Conservação e recuperação de
biotecnológico. Biotecnologia e sustentabilidade. ecossistemas. Conservação da biodiversidade. Tecnologias
• Hereditariedade e diversidade da vida – Princí- ambientais. Noções de saneamento básico. Noções de legis-
pios básicos que regem a transmissão de características lação ambiental: água, florestas, unidades de conservação;
hereditárias. Concepções pré-mendelianas sobre a heredi- biodiversidade.
tariedade. Aspectos genéticos do funcionamento do cor- • Origem e evolução da vida – A biologia como ciên-
po humano. Antígenos e anticorpos. Grupos sanguíneos, cia: história, métodos, técnicas e experimentação. Hipó-
transplantes e doenças autoimunes. Neoplasias e a influên- teses sobre a origem do Universo, da Terra e dos seres vi-
cia de fatores ambientais. Mutações gênicas e cromossômi- vos. Teorias de evolução. Explicações pré-darwinistas para
cas. Aconselhamento genético. Fundamentos genéticos da a modificação das espécies. A teoria evolutiva de Charles
evolução. Aspectos genéticos da formação e manutenção da Darwin. Teoria sintética da evolução. Seleção artificial e
diversidade biológica. seu impacto sobre ambientes naturais e sobre populações
• Identidade dos seres vivos – Níveis de organiza- humanas.
ção dos seres vivos. Vírus, procariontes e eucariontes. • Qualidade de vida das populações humanas – As-
Autótrofos e heterótrofos. Seres unicelulares e plurice- pectos biológicos da pobreza e do desenvolvimento huma-
lulares. Sistemática e as grandes linhas da evolução dos no. Indicadores sociais, ambientais e econômicos. Índice de
seres vivos. Tipos de ciclo de vida. Evolução e padrões desenvolvimento humano. Principais doenças que afetam
anatômicos e fisiológicos observados nos seres vivos. a população brasileira: caracterização, prevenção e profi-
Funções vitais dos seres vivos e sua relação com a adap- laxia. Noções de primeiros socorros. Doenças sexualmente
tação desses organismos a diferentes ambientes. Embrio- transmissíveis. Aspectos sociais da biologia: uso indevido
logia, anatomia e fisiologia humana. Evolução humana. de drogas; gravidez na adolescência; obesidade. Violência
Biotecnologia e sistemática. e segurança pública. Exercícios físicos e vida saudável. As-
• Ecologia e ciências ambientais – Ecossistemas. pectos biológicos do desenvolvimento sustentável. Legisla-
Fatores bióticos e abióticos. Hábitat e nicho ecológico. A ção e cidadania.
5. Respostas
Anotações
Ciências Humanas
MANUAL PRÓ-ENEM
184
ENEM Ciências Humanas 185
1. Eixos cognitivos
I) Dominar linguagens (DL): dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemática,
artística e científica e das línguas espanhola e inglesa.
II) Compreender fenômenos (CF): construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão
de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas.
III) Enfrentar situações-problema (SP): selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações represen-
tados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema.
IV) Construir argumentação (CA): relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos
disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente.
V) Elaborar propostas (EP): recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de
intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.
2. Matriz de referência
Competência 1 Compreender os elementos culturais que constituem as identidades.
Habilidade 1 Interpretar histórica e/ou geograficamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura.
Habilidade 4 Comparar pontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspecto da cultura.
Habilidade 8 Analisar a ação dos estados nacionais no que se refere à dinâmica dos fluxos
populacionais e no enfrentamento de problemas de ordem econômico-social.
Habilidade 14 Comparar diferentes pontos de vista, presentes em textos analíticos e interpretativos, sobre situação
ou fato de natureza histórico-geográfica acerca das instituições sociais, políticas e econômicas.
EM1D-12-1E
Habilidade 15 Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais ao longo da história.
186
Habilidade 18 Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas implicações socioespaciais.
Habilidade 23 Analisar a importância dos valores éticos na estruturação política das sociedades.
Habilidade 30 Avaliar as relações entre preservação e degradação da vida no planeta nas diferentes escalas.
ENEM Ciências Humanas 187
3. Competências e habilidades
C1 Compreender os elementos culturais 2. (Encceja) Os versos seguintes são da letra de uma músi-
que constituem as identidades. ca de Fernando Brandt e Gilberto Gil.
vatapá, farofa, abaré
H1 Interpretar histórica e/ou geograficamente fontes
acarajé, caruru, angu
documentais acerca de aspectos da cultura.
mingau, canjica, tutu
feijoada e mocotó.
banguela, batuque, banzé
1. (ENEM) Ignorância sábia caçula, cochilo, cafuné
Aconteceu aos verdadeiros sábios o que se verifica com macumba, mandinga, ebó
as espigas de trigo, que se erguem orgulhosamente en- quitute, quindim de iaiá.
quanto vazias e, quando se enchem e amadurece o grão, As palavras e expressões citadas são exemplos da so-
se inclinam e dobram humildemente. Assim esses homens, brevivência, no Brasil, de uma cultura e de um conjunto de
depois de tudo terem experimentado, sondado e nada ha- idiomas de origem:
verem encontrado nesse amontoado considerável de coisas a) negra africana.
tão diversas, renunciaram à sua presunção e reconheceram b) indígena americana.
a sua insignificância. (...) Quando perguntaram ao homem c) branca europeia.
mais sábio que já existiu o que ele sabia, ele respondeu que d) cabocla mestiça.
a única coisa que sabia era que nada sabia. A sua resposta e) mestiça americana.
confirma o que se diz, ou seja, que a mais vasta parcela do
que sabemos é menor que a mais diminuta parcela do que 3. (Encceja) Leia o texto.
ignoramos. Em outras palavras, aquilo que pensamos saber (...) Assim, quando o batel chegou à foz do rio estavam
é parte – e parte ínfima – da nossa ignorância. até 18 ou 20 homens, pardos, todos nus (...) Não fazem o
MONTAIGNE, Michel de. Ensaios. São Paulo, menor caso de encobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso
Abril Cultural, série Pensadores, 2005. têm tanta inocência como em mostrar o rosto (...).
Parece-me gente de tanta inocência que se a gente os en-
Montaigne, influenciado pelas tensões religiosas que tendesse e eles a nós, que seriam logo cristãos, porque eles
marcaram a França na segunda metade do século XVI, dis- não têm e nem atendem a nenhuma crença.
correu em seus Ensaios sobre vários assuntos e procurou Carta de Pero Vaz de Caminha, 1500 (trecho selecionado).
dar dimensão relativa a alguns deles, o que expressava uma In: VALENTE, José Augusto Vaz (Org.). A certidão de
Nascimento do Brasil: a carta de Pero Vaz de Caminha. São
preocupação com a tolerância. No trecho anterior, podemos
Paulo: Museu Paulista da USP, 1975. p. 1 v. – 13 v.
encontrar essa postura:
a) na preocupação de Montaigne em afirmar a insignifi-
cância e a pouca validade do conhecimento humano re- Vocabulário
tirado das experiências do mundo, o que pode impedi-lo Batel – antiga embarcação pequena
de ser tolerante. Vergonhas – os órgãos sexuais humanos
b) na afirmação da incapacidade do homem em conhecer Após a análise do documento, que descreveu o encontro
qualquer coisa sobre sua condição no mundo, o que o faz pre- entre os primeiros habitantes do Brasil e o colonizador eu-
sunçoso e intolerante em relação a assuntos desconhecidos. ropeu, é correto afirmar que:
c) na relação que o autor estabelece entre a afirmação de a) o europeu concordava que o índio seguisse a sua própria
Sócrates sobre o conhecimento maior da ignorância ao se religião.
conhecer algo e o descuidado que devemos ter em negar b) o europeu considerava-se culturalmente superior ao índio.
coisas que não conhecemos completamente. c) os povos indígenas e os europeus tinham a mesma cultura.
d) na afirmação de que nosso conhecimento, por ser par- d) o primeiro encontro entre as culturas indígena e europeia
cela diminuta de um amplo desconhecido, produz, nos foi hostil.
verdadeiros sábios, uma ideia de tolerância por renun- e) o principal interesse dos europeus era transferir sua
ciarem à presunção. cultura aos índios.
e) na preocupação de Montaigne em afastar qualquer pos-
sibilidade de conhecimento humano num universo ampla- 4. (ENEM) O movimento hip-hop é tão urbano quanto as
EM1D-12-1E
mente ignorado, o que se traduz em insignificância do pró- grandes construções de concreto e as estações de metrô, e
prio homem, que não pode ser sábio. cada dia se torna mais presente nas grandes metrópoles mun-
188
diais. Nasceu na periferia dos bairros pobres de Nova York. É como objetivo preservar a memória do povo afrodescendente
formado por três elementos: a música (o rap), as artes plásticas no sul do país. A ancestralidade negra é abordada em suas
(o grafite) e a dança (o break). No hip-hop os jovens usam as diversas dimensões: arqueológica, arquitetônica, paisagís-
expressões artísticas como uma forma de resistência política. tica e imaterial. Em regiões como a do Sertão de Valongo,
Enraizado nas camadas populares urbanas, o hip-hop afir- na cidade de Porto Belo, a fixação dos primeiros habitan-
mou-se no Brasil e no mundo com um discurso político a favor tes ocorreu imediatamente após a abolição da escravidão
dos excluídos, sobretudo dos negros. Apesar de ser um movimen- no Brasil. O Iphan identificou nessa região um total de 19
to originário das periferias norte-americanas, não encontrou referências culturais, como os conhecimentos tradicionais de
barreiras no Brasil, onde se instalou com certa naturalidade — o ervas de chá, o plantio agroecológico de bananas e os cultos
que, no entanto, não significa que o hip-hop brasileiro não tenha adventistas de adoração.
sofrido influências locais. O movimento no Brasil é híbrido: rap Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/portal/
com um pouco de samba, break parecido com capoeira e grafite montarDetalheConteudo.do?id=14256&sigla=Noticia&retorno=
detalheNoticia> Acesso em: 1 jun. 2009. (Com adaptações)
de cores muito vivas.
Adaptado de Ciência e Cultura, 2004
O texto permite analisar a relação entre cultura e me-
De acordo com o texto, o hip-hop é uma manifestação mória, demonstrando que:
artística tipicamente urbana, que tem como principais a) as referências culturais da população afrodescendente
características: estiveram ausentes no sul do país, cuja composição étnica
a) a ênfase nas artes visuais e a defesa do caráter nacionalista. se restringe aos brancos.
b) a alienação política e a preocupação com o conflito de b) a preservação dos saberes das comunidades afrodescen-
gerações. dentes constitui importante elemento na construção da
c) a afirmação dos socialmente excluídos e a combinação identidade e da diversidade cultural do país.
de linguagens. c) a sobrevivência da cultura negra está baseada no iso-
d) a integração de diferentes classes sociais e a exaltação lamento das comunidades tradicionais, com proibição de
do progresso. alterações em seus costumes.
e) a valorização da natureza e o compromisso com os ide- d) os contatos com a sociedade nacional têm impedido a
ais norte-americanos. conservação da memória e dos costumes dos quilombolas
em regiões como a do Sertão de Valongo.
5. (Encceja) Leia o relato do sertanista Chico Meirelles. e) a permanência de referenciais culturais que expres-
Quando levei os xavantes ao Rio de Janeiro pela primeira sam a ancestralidade negra compromete o desenvolvi-
vez, eles quiseram saber de onde vinha nossa comida. Levei- mento econômico da região.
-os ao mercado, onde existe uma quantidade enorme de fru-
tas e legumes, mas também existe uma multidão de crianças 7. (ENEM) Os ianomâmis constituem uma sociedade indígena
e velhos catando comida no lixo. Eles me perguntaram como do norte da Amazônia e formam um amplo conjunto linguístico
que nós, tão ricos, permitíamos aquele espetáculo. e cultural. Para os ianomâmis, urihi, a “terrafloresta” não é um
Revista Veja, 23/5/1973 mero cenário inerte, objeto de exploração econômica, e sim uma
entidade viva, animada por uma dinâmica de trocas entre os
O espanto dos xavantes diante da cena do mercado diversos seres que a povoam. A floresta possui um sopro vital,
ocorre porque na nossa sociedade: wixia, que é muito longo. Se não a desmatarmos, ela não mor-
a) todos têm o acesso a moradia e alimentação. rerá. Ela não se decompõe, isto é, não se desfaz. É graças ao seu
b) a desigualdade social é uma de suas características. sopro úmido que as plantas crescem. A floresta não está morta
c) só as pessoas que plantam têm direito à alimentação. pois, se fosse assim, as florestas não teriam folhas. Tampouco
d) a caridade resolve o problema da fome. se veria água. Segundo os ianomâmis, se os brancos os fizerem
e) os que não trabalham não têm o direito à alimentação. desaparecer para desmatá-la e morar no seu lugar, ficarão pobres
e acabarão tendo fome e sede.
H2 Analisar a produção da memória ALBERT, B. Ianomâmi, o espírito da floresta. Almanaque
pelas sociedades humanas. Brasil Socioambiental. São Paulo: ISA, 2007. Adaptado.
d) as folhas e a água são menos importantes para a floresta e) Pitágoras e Arquimedes viveram durante o Império ro-
que seu sopro vital. mano, época em que nasceu Jesus Cristo; Pascal e Newton,
e) Wixia é a capacidade que tem a floresta de se sustentar no século das Grandes Navegações; Goedel, no século da
por meio de processos vitais. abolição da escravatura nos Estados Unidos e no Brasil.
8. (ENEM) A Idade Média é um extenso período da His- 10. (ENEM) Analise atentamente as imagens a seguir: a da
tória do Ocidente cuja memória é construída e recons- esquerda data do século XVI e mostra um ritual antropofágico
truída segundo as circunstâncias das épocas posteriores. dos índios do Brasil; a da direita retrata Tiradentes esquarte-
Assim, desde o Renascimento, esse período vem sendo jado por ordem dos representantes da Coroa portuguesa.
alvo de diversas interpretações que dizem mais sobre o
contexto histórico em que são produzidas do que pro-
priamente sobre o medievo.
Um exemplo acerca do que está exposto no texto
acima é:
a) a associação que Hitler estabeleceu entre o III Reich
e o Sacro Império Romano Germânico.
b) o retorno dos valores cristãos medievais, presentes
nos documentos do Concílio Vaticano II.
c) a luta dos negros sul-africanos contra o apartheid
inspirada por valores dos primeiros cristãos.
d) o fortalecimento político de Napoleão Bonaparte, que se Theodor de Bry, século XVI Pedro Américo.
justificava na amplitude de poderes que tivera Carlos Magno. Tiradentes esquartejado, 1893
e) a tradição heroica da cavalaria medieval, que foi afe-
tada negativamente pelas produções cinematográficas de A comparação entre as reproduções possibilita as se-
Hollywood. guintes afirmações:
I. Os artistas registraram a antropofagia e o esquarteja-
9. (ENEM) Na Antiguidade, houve Pitágoras, guru de um mento praticados no Brasil.
culto de geômetras, e Arquimedes, tão distraído rabiscando II. A antropofagia era parte do universo cultural indíge-
uma equação na areia, que foi apunhalado por um soldado na e o esquartejamento era uma forma de se fazer justiça
romano. Pascal e Newton no século 17, Goedel no 20 – todos entre luso-brasileiros.
reforçaram a imagem do matemático como um asceta, fu- III. A comparação das imagens faz ver como é relativa a di-
gindo de uma vida regular na busca de verdades rarefeitas ferença entre “bárbaros” e “civilizados”, indígenas e europeus.
demais para a compreensão do resto dos mortais. Está correto o que se afirma em:
JOHNSON, George. O Estado de S. Paulo, 3/5/2006. a) I, apenas. d) I e II, apenas.
b) II, apenas. e) I, II e III.
A partir da leitura do texto, podemos concluir que: c) III, apenas.
a) Pitágoras e Arquimedes viveram na Alta Idade Mé-
dia, época em que houve o apogeu do feudalismo; Pascal H3 Associar as manifestações culturais do
e Newton, no século da Inconfidência Mineira; Goedel, no presente aos seus processos históricos.
século da Revolução Russa.
b) Pitágoras e Arquimedes viveram na Grécia Antiga, quando 11. (Encceja) Leia o texto:
ocorreu a Guerra do Peloponeso; Pascal e Newton, no século Praticada em 150 países por, como arriscam alguns, mais
das revoluções inglesas; Goedel, no século da Revolução Russa. de 10 milhões de pessoas, a luta dos escravos brasileiros con-
c) Pitágoras e Arquimedes viveram durante o helenis- tra o estado, segundo parte da historiografia sobre o tema,
mo, época das conquistas de Alexandre Magno; Pascal e vai, enfim, receber do mesmo estado uma “reparação histó-
Newton, no período do absolutismo; Goedel, no século das rica”, nos termos do Ministério da Cultura. (...). O governo
guerras mundiais. já iniciou as conversas para montar um projeto de resgate,
d) Pitágoras e Arquimedes viveram na República romana, estudo e dimensionamento da capoeira, iniciativa que pode
período no qual ocorreram as Guerras Púnicas; Pascal e culminar em um pedido para que a luta seja considerada Pa-
Newton, no século da independência dos Estados Unidos; trimônio Cultural da Humanidade.
EM1D-12-1E
A partir das informações sobre a capoeira, podemos Grécia Antiga, apresentada no filme, e a realidade da mulher
afirmar que: no século XXI.
a) é uma manifestação cultural do passado que ganha re- Assinale a alternativa a seguir que analisa corretamen-
conhecimento no presente. te essas diferenças.
b) está extinta como prática, apesar do seu valor como pa- a) Na sociedade espartana, como foi bem retratado no fil-
trimônio histórico. me, a mulher possuía papel de destaque, uma vez que os
c) atualmente desprezada pelo governo, já foi uma forma homens dedicavam sua vida à guerra e à preparação militar
de resistência escrava. apenas; já em Atenas, apesar de sua natureza filosófica e
d) é identificada atualmente como uma prática que remete humanista, as mulheres possuíam poucos direitos, bem di-
à marginalidade. ferente do momento atual, em que a mulher conquistou sua
e) deve ser proibida sua prática, por tratar-se de manifes- participação política e econômica, garantindo igualdade ju-
tação agressiva herdada do passado. rídica com relação aos homens.
b) Na sociedade espartana, apesar de seu importante pa-
12. (ENEM) A identidade negra não surge da tomada de cons- pel social, as mulheres tinham pouco poder político, não
ciência de uma diferença de pigmentação ou de uma diferen- lhes sendo permitida a participação nas assembleias dos
ça biológica entre populações negras e brancas e(ou) negras esparciatas; já em Atenas, por conta de sua formação hu-
e amarelas. Ela resulta de um longo processo histórico que manista e igualitária, as mulheres exerciam direitos de ci-
começa com o descobrimento, no século XV, do continente dadania iguais aos dos homens, o que permitiu ao mundo
africano e de seus habitantes pelos navegadores portugueses, ocidental atual herdar de Atenas essa fundamentação iso-
descobrimento esse que abriu o caminho às relações mercanti- nômica das relações de poder entre homens e mulheres.
listas com a África, ao tráfico negreiro, à escravidão e, enfim, c) Em Esparta, pela natureza militarista e patriarcal da
à colonização do continente africano e de seus povos. sociedade, as mulheres eram completamente excluídas
K. Munanga. Algumas considerações sobre a diversidade e da vida pública, o que se configurava diametralmente
a identidade negra no Brasil. In: Diversidade na educação: diferente em Atenas, onde a participação feminina se as-
reflexões e experiências. Brasília: Semtec/MEC, 2003, p. 37.
semelhava ao papel político desempenhado pela mulher
atualmente, com a única diferença de que, em Atenas,
Com relação ao assunto tratado no texto, é correto elas não podiam concorrer a cargos públicos.
afirmar que: d) A posição da mulher espartana pode ser considerada
a) a colonização da África pelos europeus foi simultânea como destacada, mas, ainda assim, elas eram excluídas
ao descobrimento desse continente. da participação política na cidade; já em Atenas, mes-
b) a existência de lucrativo comércio na África levou os mo com toda sua tradição de pensamento humanista, as
portugueses a desenvolverem esse continente. mulheres eram excluídas da vida política, diferindo do
c) o surgimento do tráfico negreiro foi posterior ao início atual momento vivido por elas, que é de inclusão, lutas
da escravidão no Brasil. e conquistas.
d) a exploração da África decorreu do movimento de ex- e) Tanto em Esparta quanto em Atenas, as mulheres eram
pansão europeia do início da Idade Moderna. excluídas de todos os aspectos da vida pública, em virtude
e) a colonização da África antecedeu as relações comer- do caráter patriarcal das instituições sociais da Antigui-
ciais entre esse continente e a Europa. dade; já na contemporaneidade, importantes movimentos
femininos, como a luta por direitos nas décadas de 1970 e
13. (ENEM) Produções cinematográficas têm-se valido, em 1980 e os efeitos da expansão da democracia, permitiram
toda sua trajetória, de momentos históricos para poder de- às mulheres forte inclusão social, igualando-se ao homem
finir a estética empregada nos filmes, promovendo algumas em praticamente todos os setores sociais.
alterações de conteúdo para ressignificar certos períodos
da História abordados nas obras. Foi o que aconteceu, por H4 Comparar pontos de vista expressos em diferentes
exemplo, no filme 300, do diretor Zack Snyder. Baseado fontes sobre determinado aspecto da cultura.
numa obra quadrinística, estilizada pelo desenhista Frank
Miller, o filme abordou diversos pontos da estrutura social
da cidade-Estado grega, analisando inclusive o papel da 14. (ENEM) A questão étnica no Brasil tem provocado dife-
mulher, dando-lhe acentuado destaque. No entanto, uma rentes atitudes:
pessoa consciente do papel desempenhado pelas mulhe- I. Instituiu-se o “Dia Nacional da Consciência Negra”
res em Esparta, e também na outra grande cidade-Estado em 20 de novembro, em vez da tradicional celebração do
grega, Atenas, perceberia diferenças entre a realidade da 13 de maio.
ENEM Ciências Humanas 191
Essa nova data é o aniversário da morte de Zumbi, que Texto II: Sertanista experimentado, em 1627 procurava
hoje simboliza a crítica à segregação e à exclusão social. as minas de Belchior Dias com a gente da Casa da Torre; aju-
II. Um turista estrangeiro que veio ao Brasil, no carna- dara Matias de Alburquerque na defesa do Arraial, onde fora
val, afirmou que nunca viu tanta convivência harmoniosa ferido, e desertara em consequência de vários crimes prati-
entre as diversas etnias. cados... (os crimes referidos são o de contrabando e roubo).
Também sobre essa questão, estudiosos fazem diferen- CALMON, P. História do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1959.
tes reflexões:
Entre nós [brasileiros], (...) a separação imposta pelo
sistema de produção foi a mais fluida possível. Permitiu 16. (Encceja) Usamos um calendário que tem como ponto
constante mobilidade de classe para classe e até de uma inicial o nascimento de Cristo. Assim, o ano de 2002 marca
raça para outra. Esse amor, acima de preconceitos de raça o tempo transcorrido desde o nascimento de Jesus. O marco
e de convenções de classe, do branco pela cabocla, pela inicial do calendário muçulmano é a fuga do profeta Maomé
cunhã, pela índia (...) agiu poderosamente na formação do da cidade de Meca para Medina.
Brasil, adoçando-o. Pode-se afirmar que os calendários muçulmano e cris-
Gilberto Freire. O mundo que o português criou. tão estão organizados a partir de uma referência:
a) política.
[Porém] o fato é que ainda hoje a miscigenação não faz b) religiosa.
parte de um processo de integração das “raças” em con- c) econômica.
dições de igualdade social. O resultado foi que (...) ainda d) militar.
são pouco numerosos os segmentos da “população de cor” e) social.
que conseguiram se integrar, efetivamente, na sociedade
competitiva. H5 Identificar as manifestações ou representações
Florestan Fernandes. O negro no mundo dos brancos. da diversidade do patrimônio cultural e
artístico em diferentes sociedades.
Visconde de Porto Seguro, in: Souza Júnior, A. Do Recôncavo e) a constante guerra entre diferentes grupos paleoíndios
aos Guararapes. Rio de Janeiro: Bibliex, 1949. da América durante o Período Colonial.
192
18. (ENEM) O que se entende por Corte do antigo regime é, III. A imagem revela a preocupação do artista em dis-
em primeiro lugar, a casa de habitação dos reis de França, sociar os indígenas do seu ambiente originário.
de suas famílias, de todas as pessoas que, de perto ou de IV. A pintura apresenta uma visão do indígena brasi-
longe, dela fazem parte. As despesas da Corte, da imensa leiro construída a partir do imaginário europeu.
casa dos reis, são consignadas no registro das despesas do Estão corretas apenas as afirmativas:
reino da França sob a rubrica significativa de Casas Reais. a) I e III.
ELIAS, N. A sociedade de corte. Lisboa: Estampa, 1987. b) I e IV.
c) II e III.
Algumas casas de habitação dos reis tiveram grande d) I, II e IV.
efetividade política e terminaram por se transformar em e) II, III e IV.
patrimônio artístico e cultural, cujo exemplo é:
a) o palácio de Versalhes. 20. (ENEM) O tráfico de escravos em direção à Bahia pode
b) o Museu Britânico. ser dividido em quatro períodos:
c) a catedral de Colônia. 1o O ciclo da Guiné durante a segunda metade do
d) a Casa Branca. século XVI;
e) a pirâmide do faraó Quéops. 2o O ciclo de Angola e do Congo no século XVII;
3o O ciclo da Costa da Mina durante os três primeiros
19. (ENEM) A imagem a seguir é uma reprodução da obra quartos do século XVIII;
Mulher Tapuia, produzida por Albert Eckhout (1610-1666), 4o O ciclo da Baía de Benin entre 1770 e 1850, estan-
pintor que integrava a Missão Holandesa trazida ao Brasil, do incluído aí o período do tráfico clandestino.
em 1637, por Maurício de Nassau. A chegada dos daomeanos (jejes) ocorreu nos dois últi-
mos períodos. A dos nagô-iorubás corresponde, sobretudo,
ao último. A forte predominância dos iorubás na Bahia, de
seus usos e costumes, seria explicável pela vinda maciça
desse povo no último dos ciclos.
VERGER, Pierre. Fluxo e refluxo do tráfico de escravos
entre o golfo do Benin e a Bahia de Todos os Santos:
dos séculos XVII a XIX. Tradução de Tasso Gadzanis. São
Paulo: Corrupio, 1987. p. 9. (Com adaptações)
a) privilegiou a visão dos colonizadores da América. 25. (Encceja) O mapa destaca os países do Mercosul.
b) questionou as noções eurocêntricas sobre o mundo.
c) resgatou a imagem da América como centro do mundo.
d) defendeu a Doutrina Monroe expressa no lema “América
para os americanos”.
e) propôs que o sul fosse chamado de norte e vice-versa.
Paraguai
Brasil
Mapa I Mapa II
MA CE
Mapa de Lopo Homem, 1519. RN
PI PB
PE
Nesta representação cartográfica do Brasil, podemos AL
considerar que: BA SE Meio-Norte
a) o Brasil era visto como uma terra na qual a agricultura Sertão
era a base da economia. Agreste
b) a presença de embarcações e de espécies animais sugere Zona da Mata
contrabando.
c) os indígenas e africanos trabalham como escravos a ser- Analisando os mapas I e II, pode-se dizer que eles re-
viço dos europeus. presentam, respectivamente, divisões:
d) os europeus realizavam o escambo do pau-brasil com a) culturais e econômicas.
trabalho indígena. b) sociais e financeiras.
e) o desmatamento não era praticado na época colonial; a c) climáticas e militares.
madeira era aproveitada apenas como material de constru- d) políticas e naturais.
ção das habitações indígenas. e) naturais e culturais.
ENEM Ciências Humanas 195
As reservas venezuelanas figuram em ambas as classi- e capitães, porque todos vão buscar gentios e trazê-los ao
ficações porque: lume da fé e ao grêmio da Igreja? Sim, porque muitas vezes
a) a Venezuela já está integrada ao Mercosul. é necessário que os soldados com suas armas abram e fran-
b) são reservas comprovadas, mas ainda inexploradas. queiem a porta, para que por esta porta aberta e franqueada
c) podem ser exploradas sem causar alterações ambientais. se comunique o sangue da Redenção e a água do Batismo.
d) já estão comprometidas com o setor industrial interno Antônio Vieira – Sermões V e VII
daquele país.
e) a Venezuela é uma grande potência energética mundial. O texto evidencia:
a) o caráter laico do Estado português na época da con-
29. (ENEM) Os mapas abaixo apresentam informações acer- quista e colonização do Brasil.
ca dos índices de infecção por leishmaniose tegumentar b) a completa submissão da Igreja aos interesses do Estado
americana (LTA) em 1985 e 1999. no projeto expansionista que levou às conquistas da África
e da América.
1985 1999
c) a associação entre Estado e Igreja Católica no projeto de
colonização do Brasil.
d) a aliança entre Estado e religião no processo de for-
mação dos Estados nacionais modernos europeus, na Baixa
Idade Média.
Índice de infecção e) a estreita relação que existiu entre as ordens religiosas
Caso não registrado
Baixo
católicas e os militares portugueses durante o processo de
Médio catequese dos indígenas no Brasil.
Alto
N N
Muito alto H8 Analisar a ação dos estados nacionais
Ministério da Saúde no que se refere à dinâmica dos fluxos
populacionais e no enfrentamento de
problemas de ordem econômico-social.
A partir da leitura dos mapas, conclui-se que:
a) o índice de infecção por LTA em Minas Gerais elevou-se
muito nesse período. 31. (Encceja) O texto refere-se a uma propaganda veiculada
b) o estado de Mato Grosso apresentou diminuição do índice pelo governo de um estado brasileiro.
de infecção por LTA devido às intensas campanhas de saúde. Terra virgem. Terra que precisa ser possuída. Agora. Urgen-
c) a expansão geográfica da LTA ocorreu no sentido norte- te. Terra que dá arroz, algodão, soja, feijão, milho e tudo mais.
-sul como resultado do processo predatório de colonização. Terra que é veio sem fim de amianto, níquel, ouro, diamante,
d) o índice de infecção por LTA no Maranhão diminuiu em cristal de rocha, manganês, mica — minérios que todo mundo
virtude das fortes secas que assolaram o estado nesse período. está de olho neles. Terra que engorda gado bom o ano inteiro.
e) o aumento da infecção por LTA no Rio Grande do Sul resul- Terra para você trabalhar toda a vida e ganhar sempre. Trabalhar,
tou da proliferação do roedor que transmite essa enfermidade. ganhar e viver no conforto. Quem busca lucro e paz o negócio é
Goiás. Matéria-prima farta, mão de obra barata. Energia elétrica
H7 Interpretar os significados histórico-geográficos à vontade. Estradas asfaltadas. Crédito fácil e a longo prazo. (...)
das relações de poder entre as nações. Revista Realidade/Amazônia, Ed. Abril.
A propaganda refere-se:
30. (ENEM) O Reino de Portugal, enquanto reino e enquanto a) ao processo de colonização desencadeado por ingleses
monarquia, está obrigado não só de caridade, mas de justi- e portugueses no continente americano durante os séculos
ça, a procurar efetivamente a conversão e salvação dos gen- XVIII e XIX.
tios... Tem esta obrigação Portugal enquanto reino porque b) à expansão das fronteiras agrícolas incentivadas pelo
este foi o fim particular para que Cristo o fundou e instituiu, governo nos anos de 1970.
como consta da mesma instituição. E tem esta obrigação en- c) à ocupação do planalto central durante a colonização
quanto monarquia porque este foi o intento e contrato com portuguesa no Brasil.
que os Sumos Pontífices lhe concederam o direito das con- d) à política de criação e desenvolvimento da Amazônia
quistas, como consta de tantas bulas apostólicas (...) Não Legal no Brasil.
só são apóstolos os missionários, senão também os soldados e) ao incentivo de ocupação do Nordeste, no século XX.
ENEM Ciências Humanas 197
32. (Encceja) Leia o texto. d) moradores das periferias das grandes cidades, que mi-
Quando acontece uma seca, no Nordeste toda a estrutura graram para o interior do país na década de 1970 atraídos
sofre, mas o peso maior é suportado pelos que estão embaixo. pelas oportunidades de emprego nas reservas extrativistas.
A seca, na verdade, é o colapso da produção agrícola e esse e) pequenos proprietários rurais nordestinos que, na dé-
colapso se traduz em fome [...] quando ocorre, se lança mão cada de 1970, migraram para São Paulo para trabalhar como
de uma ajuda de emergência [...] mas é preciso estar pre- boias-frias na colheita de café.
parado [...]. É preciso que esses projetos não fiquem sendo
manipulados pelos grupos locais. 34. (ENEM) O movimento migratório no Brasil é significa-
Celso Furtado. In: OLIVA, Jaime; GIANSANTI, Roberto. Temas tivo, principalmente em função do volume de pessoas que
da geografia do Brasil. São Paulo: Atual, 1999, p. 196. saem de uma região com destino a outras regiões. Um des-
ses movimentos ficou famoso nos anos 80, quando muitos
Levando em consideração o texto, sobre o problema da nordestinos deixaram a região Nordeste em direção ao Su-
seca no Nordeste brasileiro, é correto afirmar que: deste do Brasil. Segundo os dados do IBGE de 2000, este
a) os projetos para evitar as secas têm sido implantados processo continuou crescente no período seguinte, os anos
corretamente pelos políticos locais. 90, com um acréscimo de 7,6% nas migrações deste mesmo
b) o pequeno agricultor foi beneficiado pela ajuda dos vá- fluxo. A Pesquisa de Padrão de Vida, feita pelo IBGE, em
rios níveis de governo e das elites locais. 1996, aponta que, entre os nordestinos que chegam ao Su-
c) a manipulação do dinheiro público pela elite local pro- deste, 48,6% exercem trabalhos manuais não qualificados,
voca a chamada indústria da seca. 18,5% são trabalhadores manuais qualificados, enquanto
d) a dinâmica climática leva as secas ao Nordeste, mas per- 13,5%, embora não sejam trabalhadores manuais, se en-
mite o desenvolvimento agrícola. contram em áreas que não exigem formação profissional.
e) existem projetos permanentes de ajuda aos agriculto- O mesmo estudo indica também que esses migrantes pos-
res, mantidos pelos grupos locais, uma vez que as secas são suem, em média, condição de vida e nível educacional
previsíveis. acima dos de seus conterrâneos e abaixo dos de cidadãos
estáveis do Sudeste.
33. (ENEM) Os fluxos migratórios humanos, representados Disponível em: http://www.ibge.gov.br.
nos mapas abaixo, mais do que um deslocamento espacial Acesso em: 30 jul. 2009 (adaptado).
podem significar uma mudança de condição social.
Com base nas informações contidas no texto, depreen-
Décadas de Décadas de Décadas de de-se que:
1950 e de 1960 1960 e de 1970 1970 e de 1980 a) o processo migratório foi desencadeado por ações de
governo para viabilizar a produção industrial no Sudeste.
b) os governos estaduais do Sudeste priorizaram a qualifi-
cação da mão de obra migrante.
c) o processo de migração para o Sudeste contribui para o
fenômeno conhecido como inchaço urbano.
d) as migrações para o Sudeste desencadearam a valoriza-
ção do trabalho manual, sobretudo na década de 80.
Adaptado de SANTOS, Regina Bega. Migrações e) a falta de especialização dos migrantes é positiva
no Brasil. São Paulo: Scipione, 1994. para os empregadores, pois significa maior versatilidade
profissional.
Analisando-se os mapas, pode-se afirmar que essa mu-
dança ocorreu com: H10 Reconhecer a dinâmica da organização dos
a) trabalhadores rurais nordestinos, que migraram para movimentos sociais e a importância da
São Paulo nas décadas de 1950 e de 1960, transformando-se participação da coletividade na transformação
em operários do setor industrial. da realidade histórico-geográfica.
b) agricultores sulistas, que migraram para o centro-
-oeste na década de 1960, transformando-se em empre-
sários da mineração. 35. (Encceja) Leia o texto:
c) trabalhadores rurais nordestinos, que migraram para a No Brasil [...] os escravos foram os ombros, as costas e as
EM1D-12-1E
Amazônia na década de 1960, transformando-se em gran- pernas que fizeram andar a Colônia e, mais tarde, o Império.
des proprietários de terras. Foram o ventre que gerou uma imensa população mestiça e o
198
seio que amamentou os filhos dos senhores. Deixaram uma d) distinguir, dentro do terceiro estado, as condições em
herança profunda: em 500 anos de história, o Brasil teve que viviam os “criados de libre” e os camponeses.
três séculos e meio de regime escravocrata contra apenas e) comprovar a existência, no interior da corte, de uma
um de trabalho livre. luta de classes entre os trabalhadores manuais.
Eduardo Bueno. Brasil: uma história. 2. ed.
São Paulo: Ática, 2003, p. 118-119. 37. (ENEM) Observe as duas afirmações de Montesquieu
(1689-1755), a respeito da escravidão:
Analisando o fragmento, é correto afirmar que: A escravidão não é boa por natureza; não é útil nem ao
a) o Brasil é fruto de um processo de exploração e mis- senhor, nem ao escravo: a este porque nada pode fazer por
cigenação relacionado com a escravização de africanos. virtude; àquele, porque contrai com seus escravos toda sor-
b) a cultura africana enraizou-se na colônia brasileira e te de maus hábitos e se acostuma insensivelmente a faltar
tornou-se padrão dominante a partir do século XVI. contra todas as virtudes morais: torna-se orgulhoso, brusco,
c) em 150 anos de trabalho livre, o negro ascendeu so- duro, colérico, voluptuoso, cruel.
cialmente, anulando as consequências da escravidão. Se eu tivesse que defender o direito que tivemos de tornar
d) por meio do sacrifício dos africanos e indígenas escra- escravos os negros, eis o que eu diria: tendo os povos da Europa
vizados, o Brasil adquiriu status de nação desenvolvida. exterminado os da América, tiveram que escravizar os da África
e) a escravidão de africanos foi a única forma de traba- para utilizá-los para abrir tantas terras. O açúcar seria muito caro
lho compulsório existente na época colonial. se não fizéssemos que escravos cultivassem a planta que o produz.
Montesquieu. O espírito das leis.
C3 Compreender a produção e o papel histórico
das instituições sociais, políticas e Com base nos textos, podemos afirmar que, para Mon-
econômicas, associando-as aos diferentes tesquieu:
grupos, conflitos e movimentos sociais. a) o preconceito racial foi contido pela moral religiosa.
b) a política econômica e a moral justificaram a escravidão.
H11 Interpretar os registros de práticas de
c) a escravidão era indefensável de um ponto de vista eco-
grupos socias no tempo e no espaço.
nômico.
d) o convívio com os europeus foi benéfico para os escravos
africanos.
36. (ENEM) O que chamamos de corte principesca era, essen- e) o fundamento moral do direito pode submeter-se às ra-
cialmente, o palácio do príncipe. Os músicos eram tão indis- zões econômicas.
pensáveis nesses grandes palácios quanto os pasteleiros, os
cozinheiros e os criados. Eles eram o que se chamava, um 38. (ENEM) Hoje em dia, nas grandes cidades, enterrar os
tanto pejorativamente, de criados de libre. A maior parte dos mortos é uma prática quase íntima, que diz respeito apenas
músicos ficava satisfeita quando tinha garantida a subsistên- à família. A menos, é claro, que se trate de uma persona-
cia, como acontecia com as outras pessoas de classe média lidade conhecida. Entretanto, isso nem sempre foi assim.
na corte; entre os que não se satisfaziam, estava o pai de Para um historiador, os sepultamentos são uma fonte de in-
Mozart. Mas ele também se curvou às circunstâncias a que formações importantes para que se compreenda, por exem-
não podia escapar. plo, a vida política das sociedades.
Norbert Elias. Mozart: sociologia de um gênio. Ed. No que se refere às práticas sociais ligadas aos sepul-
Jorge Zahar, 1995, p. 18 (com adaptações). tamentos:
a) na Grécia Antiga, as cerimônias fúnebres eram desvalori-
Considerando-se que a sociedade do Antigo Regime zadas, porque o mais importante era a democracia experimen-
dividia-se tradicionalmente em estamentos: nobreza, clero tada pelos vivos.
e terceiro estado, e correto afirmar que o autor do texto, b) na Idade Média, a Igreja tinha pouca influência sobre
ao fazer referência à “classe média”, descreve a sociedade os rituais fúnebres, preocupando-se mais com a salvação
utilizando a noção posterior de classe social a fim de: da alma.
a) aproximar da nobreza cortesã a condição de classe dos c) no Brasil Colônia, o sepultamento dos mortos nas igre-
músicos, que pertenciam ao terceiro estado. jas era regido pela observância da hierarquia social.
b) destacar a consciência de classe que possuíam os músi- d) na época da Reforma, o catolicismo condenou os excessos
cos, ao contrário dos demais trabalhadores manuais. de gastos que a burguesia fazia para sepultar seus mortos.
c) indicar que os músicos se encontravam na mesma situa- e) no período posterior à Revolução Francesa, devido às
ção que os demais membros do terceiro estado. grandes pertubações sociais, abandona-se a prática do luto.
ENEM Ciências Humanas 199
39. (ENEM) No final do século XVI, na Bahia, Guiomar de particularmente adequadas (...), as peças do quebra-cabeça
Oliveira denunciou Antônia Nóbrega à Inquisição. Segundo o da domesticação se acomodaram e os coletores transforma-
depoimento, esta lhe dava “uns pós não sabe de quê, e outros ram-se em agricultores.
pós de osso de finado, os quais pós ela confessante deu a be- CROSBY, Alfred W. Imperialismo ecológico.
ber em vinho ao dito seu marido para ser seu amigo e serem São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
bem-casados, e que todas estas coisas fez tendo-lhe dito a
dita Antônia e ensinado que eram coisas diabólicas e que os Texto II
diabos lha ensinaram”. Os historiadores acostumaram-se a separar a coleta e a
ARAÚJO, E. O teatro dos vícios. Transgressão e transigência na agricultura como se fossem duas etapas da evolução humana
sociedade urbana colonial. Brasília: UnB/José Olympio, 1997. bastante diferentes e a supor que a passagem de uma à outra
tivesse sido uma mudança repentina e revolucionária.
Do ponto de vista da Inquisição: Hoje, contudo, admite-se que essa transição aconteceu
a) o problema dos métodos citados no trecho residia na de maneira gradual e combinada. Da etapa em que o ho-
dissimulação, que acabava por enganar o enfeitiçado. mem era inteiramente um caçador-coletor passou-se para
b) o diabo era um concorrente poderoso da autoridade da outra em que começava a executar atividades de cultivo de
Igreja e somente a justiça do fogo poderia eliminá-lo. plantas silvestres (...) e de manipulação dos animais (...).
c) os ingredientes em decomposição das poções mágicas Mas tudo isso era feito como uma atividade complementar
eram condenados porque afetavam a saúde da população. da coleta e da caça.
d) as feiticeiras representavam séria ameaça à sociedade, In: VICENTINO, Cláudio. História para o Ensino Médio:
pois eram perceptíveis suas tendências feministas. História Geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2005.
e) os cristãos deviam preservar a instituição do casamen-
to recorrendo exclusivamente aos ensinamentos da Igreja. Os textos analisam:
a) o final do Período Neolítico e se posicionam de forma
40. (ENEM) O Egito é visitado anualmente por milhões de tu- convergente quanto ao papel revolucionário desempenhado
ristas de todos os quadrantes do planeta, desejosos de ver com pela agricultura e pela domesticação dos animais.
os próprios olhos a grandiosidade do poder esculpida em pedra b) o início do Período Neolítico e divergem entre si a res-
há milênios: as pirâmides de Gizeh, as tumbas do Vale dos Reis peito da existência da Revolução Neolítica, pois enquanto
e os numerosos templos construídos ao longo do Nilo. um indica uma transformação radical, o outro destaca a
O que hoje se transformou em atração turística era, no simultaneidade da caça, da coleta e da agricultura.
passado, interpretado de forma muito diferente, pois: c) o início do Paleolítico Inferior e são contraditórios en-
a) significava, entre outros aspectos, o poder que os fara- tre si, no que se relaciona aos efeitos da agricultura, dentre
ós tinham para escravizar grandes contingentes populacio- eles a sedentarização humana.
nais que trabalhavam nesses monumentos. d) o final do Paleolítico Superior, no momento em que
b) representava para as populações do alto Egito a pos- ocorreu a Revolução Agrícola, ambos afirmando que a caça
sibilidade de migrar para o sul e encontrar trabalho nos e a coleta foram suprimidas pela agricultura.
canteiros faraônicos. e) a Transição Mesolítica, e concordam que, com o cul-
c) significava a solução para os problemas econômicos, tivo das plantas e a criação de animais, ocorreu a sus-
uma vez que os faraós sacrificavam aos deuses suas rique- pensão das atividades de caça e coleta, provocando a
zas, construindo templos. Revolução Neolítica.
d) representava a possibilidade de o faraó ordenar a so-
ciedade, obrigando os desocupados a trabalharem em obras 42. (Encceja) Projetos desenvolvidos no Amapá mostram no-
públicas, que engrandeceram o próprio Egito. vas possibilidades de aproveitamento econômico dos recursos
e) significava um peso para a população egípcia, que con- naturais: cultivos agroflorestais de frutas tropicais, produção
denava o luxo faraônico e a religião baseada em crenças e de óleos vegetais (copaíba, andiroba) e inseticidas naturais,
superstições. coleta e processamento da castanha-do-pará em cooperativas
de agricultores, pesca, ecoturismo e outros. São apoiados por
41. (ENEM) programas sociais e educacionais, com parcerias entre gover-
Texto I nos, comunidades e entidades.
Em todo o mundo, a leste e a oeste, as populações come- Disponível em: <http://www.amapa.gov.br>
çaram a trocar a dependência às hordas de grandes animais
EM1D-12-1E
“muitas das quais em rápido declínio” pela exploração de ani- De acordo com o texto, os melhores projetos para a re-
mais menores e de plantas. (...) Onde as condições fossem gião são os que conseguem:
200
a) manter sistemas naturais como a Floresta Amazônica e dos conflitos agrários em todas as regiões do Brasil nesse
valorizar o trabalho de pequenos agricultores. período, e o número de mortes ocorridas nessas lutas.
b) acelerar a derrubada de matas para plantio, extrativis-
mo mineral e exploração madeireira.
c) implementar os mecanismos da agricultura moderna,
como o uso de máquinas agrícolas e adubos químicos.
d) intensificar o uso de recursos como solos férteis e água
e reduzir a biodiversidade local.
e) enriquecer a população da região com o aproveitamento
de produtos naturais.
Número total
43. (ENEM) Comissão Especial da Câmara dos Deputados de assassinatos
1
50% para 75%.
N
Jornada semanal na Europa
Média de horas trabalhadas na UE é 20% menor do que a jornada máxima legal
Brasil – Vítimas fatais de conflitos ocorridos no campo
MÉDIA SEMANAL DE HORAS EFETIVAS TRABALHADAS EM 2008
1985-1996 Comissão Pastoral da Terra – CPT
41,0 40,4 41,0 42,4 41,6
37,8 38,1 39,1 38,2
35,6 36,9
30,8 OLIVEIRA. A. U. A longa marcha do campesinato brasileiro:
movimentos sociais, conflitos e reforma agrária. Revista
Estudos Avançados. v. 15 n. 43, São Paulo, set./dez. 2001.
União França Alemanha Holanda Reino Espanha Itália Eslováquia Eslovênia Polônia Grécia Bulgária
Europeia Unido
48 35 48* 48 48 40 40 40 40 40 40 40 Com base nas informações do mapa acerca dos conflitos
Jornada semanal legal por horas (pode acima disso, mas conta como hora extra) pela posse de terra no Brasil, a região:
*Não há jornada máxima na Alemanha; a de 48 horas é uma média dos acordos realizados em convenções coletivas.
d) reconhece os direitos indígenas, com a mesma lei que é b) o Código de Hamurabi, apesar de proteger a propriedade
aplicada aos estrangeiros. e a família, é marcado por forte religiosidade, o que lhe
e) garante à União o direito de transferir populações indí- confere aspectos igualitários naquilo que se refere à orga-
genas de acordo com interesses econômicos nacionais. nização social.
c) o Direito romano privilegiava aspectos da vida privada,
46. (ENEM) enquanto o Código mesopotâmico demonstrava grande pre-
Código de Hamurabi ocupação com o direito público.
Art. 1o – Se alguém acusa um outro, lhe imputa um sor- d) diferentemente do Código de Hamurabi, as Leis roma-
tilégio, mas não pode dar prova disso, aquele que acusou de- nas desconsideravam questões relativas ao trabalho.
verá ser morto. e) a crueldade das penalidades impostas pelo Código de
Art. 3o – Se alguém em um processo se apresenta como Hamurabi devem ser explicadas pelas influências assírias
testemunha de acusação e não prova o que disse, se o proces- na cultura mesopotâmica.
so importa perda de vida, ele deverá ser morto.
No art. 5o está estabelecido que o juiz prolator de uma sen- 47. (Encceja) O texto refere-se às terras indígenas.
tença errada será punido com o pagamento das custas multipli- A criação dessas áreas tem como finalidade proteger e
cadas por 12, e ainda será expulso publicamente de sua cadeira. garantir a sobrevivência dos grupos indígenas. Elas são con-
Art. 15 – Se alguém furta pela porta da cidade um escravo troladas pela FUNAI. No entanto, parte dessas terras ainda
ou uma escrava da Corte, ou escravo ou escrava de um liberto, não está demarcada, o que facilita a entrada nessas áreas e
deverá ser morto. sua utilização para outras atividades como a agropecuária, a
Art. 16 – Se alguém acolhe em sua casa um escravo ou mineração, a extração de madeiras, a construção de hidrelé-
escrava fugidos da Corte ou de um liberto e, depois da procla- tricas e rodovias. Muitos grupos indígenas abandonam suas
mação pública do mordomo, não apresenta, o dono da casa terras, encontrando sérios problemas para sua sobrevivência.
deverá ser morto. Adaptado de www.ibge.gov.br
Sobre delitos e penas: Além da Funai e dos índios, estão envolvidos no proces-
Art. 198 – Se alguém arranca o olho de um liberto, deverá so de demarcação de terras indígenas:
pagar uma mina. a) grupos dos sem-terra e comerciantes.
Art. 199 – Se ele arranca um olho de um escravo alheio, b) empresários e governos.
ou quebra um osso ao escravo alheio, deverá pagar a metade c) grileiros e ambulantes.
do seu preço. d) embaixadas estrangeiras e comerciantes.
Art. 203 – Se um nascido livre espanca um nascido livre e) desempregados e industriais
de igual condição, deverá pagar uma mina.
Art. 204 – Se um liberto espanca um liberto, deverá pagar 48. (ENEM) Em uma disputa por terras, em Mato Grosso do
dez siclos. Sul, dois depoimentos são colhidos: o do proprietário de
Lei das Doze Tábuas uma fazenda e o de um integrante do Movimento dos Tra-
Tábuas I e II – Organização e procedimento judicial balhadores Rurais Sem Terras:
Tábua III – Normas contra os inadimplentes Depoimento 1
Tábua IV – Pátrio poder A minha propriedade foi conseguida com muito sacrifício
Tábua V – Sucessões e tutela pelos meus antepassados. Não admito invasão. Essa gente
Tábua VI – Propriedade não sabe de nada. Estão sendo manipulados pelos comunis-
Tábua VII – Servidões tas. Minha resposta será à bala. Esse povo tem que saber que
Tábua VIII – Dos delitos a Constituição do Brasil garante a propriedade privada. Além
Tábua IX – Direito público disso, se esse governo quiser as minhas terras para a Reforma
Tábua X – Direito sagrado Agrária terá que pagar, em dinheiro, o valor que eu quero.
Tábuas XI e XII – Complementares Proprietário de uma fazenda no Mato Grosso do Sul.
Os instrumentos jurídicos apresentados servem à
compreensão das sociedades onde vigoraram, respecti- Depoimento 2
vamente, a babilônica e a romana. Sobre isso, é correto Sempre lutei muito. Minha família veio para a cidade por-
afirmar que: que fui despedido quando as máquinas chegaram lá na Usina.
a) apesar de ambas se preocuparem com a defesa da pro- Seu moço, acontece que eu sou um homem da terra. Olho pro
priedade, a Lei das Doze Tábuas insinua uma sociedade céu, sei quando é tempo de plantar e de colher. Na cidade não
EM1D-12-1E
mais complexa e mais preocupada com questões adminis- fico mais. Eu quero um pedaço de terra, custe o que custar.
trativas e estatais. Hoje eu sei que não estou sozinho. Aprendi que a terra tem
202
um valor social. Ela é feita para produzir alimento. O que o 50. (Encceja) Observe a imagem e leia o texto.
homem come vem da terra. O que é duro é ver que aqueles que
possuem muita terra e não dependem dela para sobreviver,
pouco se preocupam em produzir nela.
Integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra (MST), de Corumbá – MS.
49. (ENEM) Considere as seguintes leis: Não existe cidade na América Latina que tenha uma con-
• Lei 4.151, de 4 de setembro de 2003 — institui nova centração tão grande de marcas de luxo como São Paulo. Es-
disciplina sobre sistemas de cotas para ingresso nas univer- tão instaladas na metrópole paulistana marcas conceituadas
sidades públicas estaduais e dá outras providências. e caras como Versace, Armani, Diesel, Kenzo, Tiffany, outras
• Lei 4.528 — institui nos currículos do Ensino Funda- duas Louis Vuitton – sendo que uma delas é a Global Store, com
mental e Médio o ensino de História e Cultura Afro-brasileira. dois andares e custo de US$ 1 milhão —, entre muitas outras.
• Lei 2.589, de 26 de dezembro de 2002 — dispõe sobre Laura Ancona Lopes. Revista IstoÉ, n. 1780, 12/11/2003.
a reserva de vagas aos vestibulandos índios na Universida-
de Federal de Mato Grosso do Sul. Observando a imagem e lendo o texto, produzidos em
Muitas vezes o Brasil é visto, tanto aqui como no exte- diferentes contextos históricos, escolha a opção correta.
rior, como um país com uma convivência harmoniosa entre a) A presença de estabelecimentos de luxo em São Pau-
as etnias, sobretudo quando as imagens divulgadas mos- lo ilustra o desenvolvimento econômico e a igualdade social
tram o carnaval e os jogos de futebol. As leis mencionadas na cidade.
acima e promulgadas nos últimos anos indicam que: b) A posse e a utilização da terra eram elementos es-
a) a ideia de convivência harmoniosa é verdadeira e essas senciais da vida econômica do período medieval.
leis acabam suscitando preconceito contra minorias. c) A concentração de riqueza no período medieval
b) há uma tendência para se inibir o racismo legalizado ocorria nas grandes cidades, tal qual na São Paulo atual.
no Brasil. d) As muralhas da cidade medieval facilitavam o de-
c) os movimentos contra discriminações e preconceitos têm senvolvimento do comércio, favorecendo a circulação da
avançado bastante no Brasil e as leis reforçam essa tendência. riqueza.
d) o Brasil está entre os países do mundo com os menores e) Como no período medieval, quando a terra era sinô-
índices de violação de direitos humanos, por isso essas leis nimo de riqueza, atualmente os estabelecimentos de luxo
tornam-se desnecessárias. em São Paulo se devem ao sucesso do agronegócio.
e) é mais adequado permitir que a sociedade se autorregu-
le em termos de extinção de preconceitos, sendo desneces- 51. (ENEM) Os Jogos Olímpicos tiveram início na Grécia, em
sário criar leis com essa finalidade. 776 a.C., para celebrar uma declaração de paz. Na sociedade
contemporânea, embora mantenham como ideal o congra-
H13 Analisar a atuação dos movimentos sociais çamento entre os povos, os Jogos Olímpicos têm sido palco
que contribuíram para mudanças ou rupturas de manifestações de conflitos políticos. Dentre os aconte-
em processos de disputa pelo poder. cimentos apresentados a seguir, o único que evoca um con-
ENEM Ciências Humanas 203
flito armado e sugere sua superação, reafirmando o ideal 53. (Encceja) Leia os textos.
olímpico, ocorreu: Texto 1
a) em 1980, em Moscou, quando os norte-americanos dei- O trono real não é o trono de um homem, mas o trono do pró-
xaram de comparecer aos Jogos Olímpicos. prio Deus (...). Os reis são deuses e participam de alguma manei-
b) em 1964, em Tóquio, quando um atleta nascido em Hi- ra da independência divina (...). O rei vê de mais longe e de mais
roshima foi escolhido para carregar a tocha olímpica. alto, deve acreditar-se que ele vê melhor e deve obedecer-lhe sem
c) em 1956, em Melbourne, quando a China abandonou os murmurar, pois o murmúrio é uma disposição para a sedição.
Jogos porque a representação de Formosa também havia Jacques Bossuet (1627-1704). A política
sido convidada para participar. inspirada nas Sagradas Escrituras.
d) em 1948, em Londres, quando os alemães e os japoneses Texto 2
não foram convidados a participar. A única maneira de instruir um poder comum (...) é confe-
e) em 1936, em Berlim, quando Hitler abandonou o está- rir toda sua força e poder a um homem, ou a uma assembleia
dio ao serem anunciadas as vitórias do universitário negro, de homens, que possa reduzir suas diversas vontades por plu-
Jesse Owens, que recebeu quatro medalhas. ralidade de votos, a uma só vontade.
Thomas Hobbes (1588-1679). O Leviatã.
52. (ENEM) Na segunda metade do século XVIII, teve início,
na Inglaterra, um processo de desenvolvimento tecnológico Por meio da leitura dos textos, pode-se concluir que:
que ficou conhecido como Revolução Industrial. Apesar de ser a) ambos defendem que a origem do poder absoluto dos
descrito como uma revolução técnica, sabemos, no entanto, reis advém do caráter divino deles.
tratar-se de um movimento que deixou marcas profundas nas b) o primeiro explica a origem do poder absoluto a partir
sociedades do mundo contemporâneo. Um novo tipo humano, o da razão iluminista e o segundo, a partir do cristianismo.
operariado, passou a compor as multidões das sociedades capi- c) os argumentos contidos no segundo texto são a base da
talistas e, desprovidos de meios e instrumentos para sua sobre- democracia e no primeiro texto, da ditadura.
vivência e submetidos a condições degradantes de existência, d) os textos se complementam quanto à legitimidade da
esse novo ser social passou a atuar diretamente nos processos origem do poder dos governos absolutistas.
de transformações de algumas sociedades. O ludismo, movi- e) o segundo texto lança as bases do parlamentarismo.
mento de destruição de máquinas pelos operários ingleses, foi
a expressão pioneira de uma nova era das relações sociais no 54. (ENEM) Servidão: uma obrigação imposta ao produtor
mundo capitalista. Sobre esse tema, é correto afirmar que: (...) independentemente de sua vontade para satisfazer cer-
a) o movimento dos operários ingleses foi determinante tas exigências econômicas de um senhor, quer tais exigências
para encaminhar mudanças que humanizaram as relações tomem a forma de serviços a prestar ou de taxas a pagar em
entre capital e trabalho em todo o mundo capitalista. dinheiro ou em espécie.
b) o ludismo acabou produzindo uma teoria que serviu de Maurice Dobb – A evolução do capitalismo
base para o desenvolvimento do anarquismo nas primeiras
décadas do século XX. O escravo torna possível o jogo social, não porque ga-
c) a afirmação do Estado liberal e o aprofundamento das ranta a totalidade do trabalho material (isso jamais será
desigualdades sociais resultantes da Revolução Industrial verdade), mas porque seu estatuto de anticidadão, de es-
estimularam a produção de teorias revolucionárias como o trangeiro absoluto, permite que o estatuto do cidadão se
socialismo, em meados do século XIX. desenvolva; porque o comércio de escravos e o comércio
d) o liberalismo político e as doutrinas econômicas a ele simplesmente, a economia monetária, permitem que um
associadas encontraram terreno fértil para a sua difusão número bem excepcional de atenienses sejam cidadãos.
junto aos movimentos operários. Pierre Vidal-Naquet – Trabalho e escravidão na Grécia Antiga
e) o sindicalismo, um dos produtos da Revolução Indus-
trial, acabou freando o ímpeto revolucionário da classe tra- Comparando-se as formas de trabalho destacadas
balhadora no início do século XX. pelos textos, predominantes em determinados períodos
históricos e em diferentes espaços geográficos, está cor-
reto afirmar que:
H14 Comparar diferentes pontos de vista, presentes
a) ambas as formas foram largamente utilizadas nas épo-
em textos analíticos e interpretativos,
cas moderna e contemporânea, principalmente em socieda-
sobre situação ou fatos de natureza
des pré-capitalistas altamente urbanizadas.
histórico-geográfica acerca das instituições
EM1D-12-1E
cravidão sobreviveu como forma de trabalho predominante atividade social e cultural não pode ser uma construção. Esque-
até a modernidade. cem-se, porém, aqueles que fazem tal crítica, que o Brasil, como
c) sem ser uniforme, tanto a servidão como a escravidão praticamente toda a América, é criação do homem ocidental.
existiram simultaneamente em diferentes momentos da PEDROSA, M. Utopia: obra de arte. Vis – Revista do Programa de
história da humanidade, como, por exemplo, na Antigui- Pós-graduação em Arte (UnS), Vai. 5, n. 1, 2006 (adaptado).
dade Oriental e em algumas regiões da América colonial.
d) a servidão assemelhava-se à escravidão, pois nas duas As ideias apontadas no texto estão em oposição, porque:
formas o trabalhador era propriedade de um senhor que, a) a cultura dos povos é reduzida a exemplos esquemáti-
por isso, podia dispor livremente do trabalhador, bem como cos que não encontram respaldo na história do Brasil ou
do seu trabalho. da América.
e) escravos e servos deviam obrigações aos seus senho- b) as cidades, na primeira afirmação, têm um papel mais
res, destacando-se entre elas a obrigatoriedade de entre- fraco na vida social, enquanto a América é mostrada
gar-lhes parte da produção e dedicar dias de trabalho às como um exemplo a ser evitado.
terras do senhor. c) a objeção inicial, de que as cidades não podem ser
inventadas, é negada logo em seguida pelo exemplo utó-
55. (Encceja) Em um confronto entre policiais e camelôs pico da colonização da América.
no centro de São Paulo, foram colhidos por um repórter d) a concepção fundamental da primeira afirmação de-
de TV dois depoimentos: o do proprietário de uma loja e fende a construção de cidades e a segunda mostra, histo-
o de um camelô. ricamente, que essa estratégia acarretou sérios problemas.
Depoimento 1 e) a primeira entende que as cidades devem ser organismos
Esta situação está ficando insustentável. Não há lugar vivos, que nascem de forma espontânea, e a segunda mostra
para os pedestres circularem livremente pela calçada e isso que há exemplos históricos que demonstram o contrário.
prejudica meus negócios. O preço dos produtos desses camelôs
é uma afronta, porque, como não pagam impostos e só traba- H15 Avaliar criticamente conflitos culturais,
lham com mercadorias contrabandeadas ou roubadas, não há sociais, políticos, econômicos ou
concorrência que resista. ambientais ao longo da história.
Proprietário de uma loja na região central de São Paulo.
Depoimento 2 57. (Encceja) Leia o texto e observe a charge.
Eu era metalúrgico, e fui demitido. O que antes eu fazia, Mais do que a chegada dos colonos, é a escravização
hoje um monte de máquinas faz no meu lugar. Eu não consigo que desintegra o modo de vida das tribos indígenas. Eles
arrumar outro emprego, porque as outras fábricas também morrem com centenas de doenças transmitidas pelos bran-
estão demitindo. A crise está muito brava. Peguei meu Fundo cos. Só na Bahia, em 1563, uma epidemia de varíola mata
de Garantia e apostei tudo nisso. Monto minha barraca onde cerca de 30 mil índios.
tem mais gente passando pra poder faturar um pouco e sus- NOVAIS, Carlos Eduardo e LOBO, César. História
tentar minha família. do Brasil para principiantes, 1999.
Vendedor ambulante do centro de São Paulo.
sociais e ambientais inter-relacionadas no período poste- a) automação industrial expressa na foto II.
rior à Revolução Industrial, as quais incluem: b) ausência da produção em série na foto I.
206
Ao mencionar, no texto, a situação de exclusão dos tra- De cada 100 pessoas adicionadas à população na próxima
balhadores, o autor refere-se: década, 97 viverão em países subdesenvolvidos.
a) ao crescimento dos governos socialistas que, tomando Hania Zlotnik, 2005.
para o estado as empresas privadas, despedem os trabalha-
dores para empregar funcionários públicos. A imagem acima é uma anamorfose que expressa as po-
b) ao crescimento de forças sindicais muito mais represen- pulações nacionais absolutas.
tativas dos interesses das empresas do que dos direitos dos
trabalhadores. Distribuição da população mundial por país – 2005
c) à redução da participação da mão de obra nas indústrias
como resultado da utilização de tecnologias modernas de
produção.
d) ao contrato de aumento salarial para uma parte dos
trabalhadores em troca da demissão dos operários mais
qualificados.
e) aos baixos salários pagos aos trabalhadores, impossibi-
litados de competir com as máquinas.
65. (ENEM) Na figura, observa-se uma classificação de regi- H17 Analisar fatores que explicam o impacto
ões da América do Sul segundo o grau de aridez verificado. das novas tecnologias no processo de
territorialização da produção.
embora adaptada às condições climáticas, é desprovida de e) a superioridade dos EUA com relação ao conforto dos
valor econômico. cidadãos.
208
68. (Encceja) Uma das críticas feitas por diversos segmen- IV. Contato face a face é fundamental para se trabalhar o
tos sociais em relação ao uso indiscriminado de produtos ambiente de confiança, elemento fundamental para a cons-
transgênicos, retratada na charge, envolve um problema de trução de parcerias entre empresas que objetivam a inovação.
cidadania, pois: V. Localização de energia, matérias-primas e mão de
obra barata são condições que atraem empresas de alta tec-
nologia para os países da periferia do capitalismo mundial.
Das condições destacadas acima, quais são as que contri-
buem de fato para uma empresa de alta tecnologia escolher o
lugar ou o território para se instalar ou para criar uma filial?
a) Apenas I, II, III e IV d) Apenas III, IV e V
b) I, II, III, IV e V e) Apenas II, III e V
c) Apenas II, III e IV
Trecho
d PA MA PI Porto de
Ma
ntins
para o organismo humano a longo prazo. Suape
Nor
ia
Toca
gua
te
Eliseu PE
Ara
c) os alimentos transgênicos são produtos consumidos Porto Velho Palmas Martins Madeira BR-163
Trecho
RO MT Figueirópolis
BA Hidrovia já em funcionamento É hoje o princ
apenas em países ricos, e os países pobres devem ter acesso
Sul
Ilhéus enfrenta problemas de de saída da p
às suas qualidades alimentares. Cuiabá
GO sazonalidade. Maior problema agrícola de M
Rondonópolis
d) os alimentos transgênicos têm maior produtividade e ainda é o acesso precário Exaurida, a v
MG
pela BR-364, que liga MT a RO. projetos de re
qualidade, reduzindo a mão de obra e gerando desemprego. MS Estrela D’Oeste
Tietê
a ná
Par
e) os alimentos transgênicos, de melhor qualidade, pre- SP
Anhembi
Teles Pires/Tapajós Ferrov
PR
judicam os produtos naturais, que não são mais aceitos Projeto está em estudo pelo Conclusão da
pelo consumidor. governo federal. Dificuldade, Palmas (TO) o
por enquanto, é combinar ano. Concess
N o uso hidrelétrico (Palmas-Estr
69. (ENEM) Como a geografia influencia a inovação, apesar com o hidroviário. deve ocorrer
do avanço nas comunicações e na colaboração virtual, o local
onde você está ainda afeta o modo como você inova. Araguaia/Tocantins BR-163 – Norte Ferrovia
Época Negócios. Abril de 2009. Adaptado Ações judiciais paralisaram o Governo tenta avançar Transnordestina
Porto de
projeto no início dos anos 2000. com obras, mas o Dnit Governo promete que obras da
Santarém
Itaqui Eclusa da usina de Tucuruí alega problemas ferrovia ganhem "velocidade"
I. Equipe: muitas empresasManaus estão nas
espalhando seus ten-Pecém tornará uma pequena parte de licenciamento
Amazo Usina de nos próximos meses.
táculos de pesquisa peloAM mundo, i ra
mas, na hora
Tucuruí
de escolher
Açailândia do corredor navegável. ambiental.
Trecho
e PA
ad MA PI Porto de
para onde ir, a maioria dos Mexecutivos (67%) considera a Suape
ntins
Nor
Ferrovia Leste-Oeste
ia
Toca
gua
te
PE
situação crítica e 25% achamPorto Velhomuito importante Palmas o acesso
Eliseu
Ara
RO Figueirópolis
a bons profissionais. Empresas de MTalta tecnologia buscam BA Hidrovia já em funcionamento É hoje o principal corredor pela Valec. Governo promete
Sul
lugares com universidades e centros Cuiabá de pesquisa para en- Ilhéus enfrenta problemas de de saída da produção iniciar obras neste ano até
GO sazonalidade. Maior problema agrícola de Mato Grosso. Caetité (BA). Enquanto isso,
contrar bons profissionais. Rondonópolis
ainda é o acesso precário Exaurida, a via aguarda prepara a concessão para
MG
II. Para as empresas, a cocriação MScom consumidores Estrela D’Oeste e pela BR-364, que liga MT a RO. projetos de recuperação. o setor privado.
Tietê
fornecedores tem sido fonte crescente de inovação. A pos-
á
ran
SP
Pa
Anhembi
sibilidade de contato direto com o públicoPRé fundamental e Teles Pires/Tapajós Ferrovia Norte-Sul Tietê-Paraná
define onde se dá a inovação. Projeto está em estudo pelo Conclusão das obras até Cinco estados (SP, MG, GO,
governo federal. Dificuldade, Palmas (TO) ocorre ainda neste PR e MS) discutem com o
III. Nem sempre os baixos salários são atrativos para a por enquanto, é combinar ano. Concessão do trecho sul governo federal investimentos
instalação de empresas,
N em especial as de alta tecnologia. o uso hidrelétrico (Palmas-Estrela D'Oeste) de R$ 3 bi para ampliar
com o hidroviário. deve ocorrer em 2010. o uso da hidrovia.
Empresas de alta tecnologia preferem pagar mais e ter me-
lhores profissionais. Folha de S. Paulo, B4, 5/7/2009.
ENEM Ciências Humanas 209
e) terem sua origem diretamente relacionadas ao processo b) o desemprego no mundo atual é causado, sobretudo, pela
de colonização ocidental do século XIX. mecanização e pela automação.
210
c) a diminuição do emprego é causada pela emigração da mento da agência de publicidade McCann Erickson identificou
mão de obra qualificada para outros países. que cerca de 60% das famílias dessa faixa já têm computador
d) atualmente, os trabalhadores migram do setor secundário e aparelho de DVD e que 68% sonham com uma TV de plasma.
da economia para o setor primário, devido ao processo de me- Esses consumidores vêm trocando o leite tipo C pelo iogurte,
canização industrial. o pão francês pela bolacha recheada. Descobrem o sabor do
e) a automação do setor secundário e a mecanização do achocolatado, a eficiência de um sabão em pó, o perfume de
setor primário potencializam a empregabilidade das po- um desodorante aerossol. Acima de tudo, almejam a casa pró-
pulações com formação técnica semideficiente. pria, o carro zero, o curso universitário. Graças à classe C, o
mercado interno tornou-se um trunfo do Brasil na crise.
74. (Encceja) Leia a letra da canção. Época Negócios. Abril de 2009.
Meu país
Zezé di Camargo e Luciano
O texto trata do aumento da classe C e de seus impac-
tos na produção e na circulação da riqueza na economia e
Aqui não falta sol sociedade brasileiras. O resultado desse processo é encon-
Aqui não falta chuva trado em qual alternativa?
A terra faz brotar qualquer semente a) Diminuição das exportações, já que parte da produção
Se a mão de Deus nacional é consumida pelo mercado interno.
Protege e molha o nosso chão b) Crescimento da economia interna com a eliminação da
Se a natureza nunca reclamou da gente desigualdade de renda, da pobreza e da miséria, condição
Tem alguém levando lucro verificada com a extinção das classes D e E.
Tem alguém colhendo fruto c) Aumento do consumo interno e diminuição da dependên-
Sem saber o que é plantar cia da economia brasileira em relação às exportações destina-
Tá faltando consciência das aos países ricos (Estados Unidos, União Europeia e Japão).
Tá sobrando paciência d) Aumento das importações de bens manufaturados, con-
Tá faltando alguém gritar dição que tem criado déficit na balança comercial (mais
Feito trem desgovernado importações do que exportação) e aumento do desemprego
Quem trabalha tá ferrado que beira a 20% (2009).
Nas mãos de quem só engana e) Classificação do Brasil entre os países do Bric, anacrô-
Feito mal que não tem cura nico de Brasil, Rússia, Índia e China, países que não foram
Estão levando à loucura o país afetados pela crise e devem passar os países ricos quanto
Que a gente ama. ao tamanho de suas economias (PIB).
A partir do mapa apresentado, é possível inferir que nas 78. (Encceja) Leia o texto:
últimas décadas do século XX, registraram-se processos que Nas grandes cidades, hoje, é fácil identificar territórios
resultaram em transformações na distribuição das ativida- diferenciados: ali é o bairro das mansões e palacetes, acolá o
des econômicas e da população sobre o território brasileiro, centro de negócios, adiante o bairro boêmio onde rola a vida
com reflexos no PIB por habitante. Assim: noturna, mais à frente o distrito industrial, ou ainda o bair-
a) as desigualdades econômicas existentes entre regiões ro proletário. Assim, quando alguém, referindo-se ao Rio de
brasileiras desapareceram, tendo em vista a moderniza- Janeiro, fala em Zona Sul ou Baixada Fluminense, sabemos
ção tecnológica e o crescimento vivido pelo país. que se trata de dois Rios de Janeiro bastante diferentes. É a
b) os novos fluxos migratórios instaurados em direção ao este movimento de separação das classes sociais e funções
Norte e ao Centro-Oeste do país prejudicaram o desenvolvi- no espaço urbano que os estudiosos da cidade chamam de
mento socioeconômico dessas regiões, incapazes de atender segregação espacial.
ao crescimento da demanda por postos de trabalho. ROLNIK, Raquel – O que é cidade? 3. ed. São
c) o Sudeste brasileiro deixou de ser a região com o maior Paulo: Brasiliense, 1994, p. 40
PIB industrial a partir do processo de desconcentração es-
pacial do setor, em direção a outras regiões do país. Em relação à configuração espacial das cidades, o pro-
d) o avanço da fronteira econômica sobre os estados da re- cesso mencionado no texto indica que é:
gião Norte e do Centro-Oeste resultou no desenvolvimento a) definida pelas políticas públicas.
e na introdução de novas atividades econômicas, tanto nos b) influenciada pelas diferenças socioeconômicas.
setores primário e secundário, como no terciário. c) determinada pela diversidade religiosa.
e) o Nordeste tem vivido, ao contrário do restante do país, d) estabelecida pelos aspectos naturais.
um período de retração econômica, como consequência da e) surgida naturalmente, independentemente das aspira-
falta de investimentos no setor industrial com base na ções dos indivíduos.
moderna tecnologia.
79. (ENEM) Em certa cidade, algumas de suas principais
H19 Reconhecer as transformações técnicas vias têm a designação “radial” ou “perimetral”, acrescen-
e tecnológicas que determinam as tando-se ao nome da via uma referência ao ponto cardeal
várias formas de uso e apropriação correspondente.
dos espaços rural e urbano. As ruas 1 e 2 estão indicadas no esquema abaixo, em
que não estão explicitados os pontos cardeais.
d) o Brasil se tornou um país com concentração rural. d) radial sul, perimetral norte.
e) o agronegócio atraiu mais trabalhadores para o campo . e) radial sul, perimetral oeste.
212
12.000
8.000
6.000
4.000
2.000
0
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
Acre Maranhão Rondônia
Amazonas Mato Grosso Roraima
Amapá Pará Tocantins
Desmatamento 7 3% 6 3% 99 1% 83 2%
Refloresta-
19 7% 18 8% 264 4% 248 5%
mento
Extrativismo 5 2% 5 2% 68 1% 49 1%
CPT Nacional
A análise do gráfico e da tabela e seus conhecimentos sobre a temática abordada permitem afirmar que:
a) as atividades destacadas na tabela não estão relacionadas com o desflorestamento da Amazônia.
b) as atividades mais denunciadas em relação ao trabalho escravo são as que mais contribuem para o desflorestamento
da Amazônia.
ENEM Ciências Humanas 213
c) percebe-se, no gráfico, que apenas o campo promove a) imóveis improdutivos são predominantes em relação às
impactos ambientais no Brasil, daí os conflitos fundi- demais formas de ocupação da terra no âmbito nacional e
ários ocorrerem apenas no espaço rural, onde os movi- na maioria das regiões.
mentos sociais defendem as questões ecológicas. b) o índice de 63,8% de imóveis improdutivos demonstra
d) os estados que mais praticam o desflorestamento são que grande parte do solo brasileiro é de baixa fertilidade,
os que apresentam as maiores produções agrícolas do impróprio para a atividade agrícola.
país, bem como contribuem com mais de 90% das expor- c) o percentual de imóveis improdutivos iguala-se ao de
tações do Brasil. imóveis produtivos somados aos minifúndios, o que justifi-
e) os conflitos no campo, dentre eles a questão do tra- ca a existência de conflitos por terra.
balho escravo, devem-se em grande parte ao desemprego, d) a região Norte apresenta o segundo menor percentual
à extinção do desflorestamento e à proibição da prática de imóveis produtivos, possivelmente em razão da presen-
agropecuária na Amazônia a partir de 2004. ça de densa cobertura florestal, protegida por legislação
ambiental.
81. (ENEM) Apesar do aumento da produção no campo e da e) a região Centro-Oeste apresenta o menor percentual de
integração entre a indústria e a agricultura, parte da popu- área ocupada por minifúndios, o que inviabiliza políticas
lação da América do Sul ainda sofre com a subalimentação, de reforma agrária nesta região.
o que gera conflitos pela posse de terra que podem ser ve-
rificados em várias áreas e que frequentemente chegam a H20 Selecionar argumentos favoráveis ou contrários
provocar mortes. às modificações impostas pelas novas tecnologias
Um dos fatores que explicam a subalimentação na Amé- à vida social e ao mundo do trabalho.
rica do Sul é:
a) a baixa inserção de sua agricultura no comércio mundial.
b) a quantidade insuficiente de mão de obra para o trabalho 83. (Encceja) A robótica, como tecnologia moderna nas in-
agrícola. dústrias, pode libertar o homem de tarefas insalubres e pe-
c) a presença de estruturas agrárias arcaicas formadas por rigosas que afetam a saúde. Ainda que os robôs tenham tra-
latifúndios improdutivos. zido uma importante contribuição para o desenvolvimento
d) a situação conflituosa vivida no campo, que impede o industrial, também ocasionaram um crescente aumento do
crescimento da produção agrícola. desemprego mundial.
e) os sistemas de cultivo mecanizado voltados para o Um dos setores industriais que mais utiliza robôs é o
abastecimento do mercado interno. a) automobilístico.
b) pesqueiro.
82. (ENEM) O gráfico mostra o percentual de áreas ocu- c) de mineração.
padas, segundo o tipo de propriedade rural no Brasil, no d) de construção civil.
ano de 2006. e) da indústria química.
Área ocupada pelos imóveis rurais
84. (Encceja) Um operário desenrola o arame, outro o endireita,
90,0
80,0 um terceiro o corta, um quarto faz as pontas, um quinto o afia
70,0
nas pontas para a colocação da cabeça do alfinete; para fazer
60,0
50,0 uma cabeça de alfinete requerem-se 18 operações distintas (...)
40,0
30,0
Pode-se considerar que cada [operário] produzia 4.800 alfinetes
20,0 diariamente. Se, porém, tivessem trabalhado independentemen-
10,0
0,0
te um do outro (...) certamente cada um deles não teria conse-
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro- guido fabricar 20 alfinetes por dia, e talvez nenhum (...)
-Oeste
SMITH, Adam. A riqueza das nações.
Minifúndio 7,5 5,3 14,3 9,0 14,5 2,0
Imóveis Improdutivos 63,8 82,6 69,7 48,4 38,3 63,5
Imóveis Produtivos 28,7 12,1 16,0 42,6 47,2 34,5 O texto descreve uma nova forma de trabalho que sur-
MDN/INCRA (DIEESE, 2006). Disponível em: <http:// gia no final do século XVIII, caracterizado como:
www.sober.org.br>. Acesso em: 6 ago. 2009. a) industrial individual.
b) artesanal individual.
c) manufaturado em série.
EM1D-12-1E
87. (ENEM)
REINALDO TRONTO
Um artesão, Operário trabalhando em linha de
século XVI veículos em Gravataí, (RS) 2001.
CATELLI Jr, Roberto; CABRINI, Conceição; montellato, Andréa.
História temática. 2. ed. São Paulo: Scipione, 2008, p. 127 E 156.
O Brasil, quinto país do mundo em extensão territorial, é de o índio brasileiro não ser distinto das demais comuni-
o mais vasto do hemisfério sul. Ele faz parte essencialmente dades primitivas que existiram no mundo. A história não
do mundo tropical, à exceção de seus estados mais meridia- é outra coisa senão um processo civilizatório, que conduz
nos, ao sul de São Paulo. O Brasil dispõe de vastos territó- o homem, por conta própria ou por difusão da cultura,
rios subpovoados, como o da Amazônia, conhece também um a passar do paleolítico ao neolítico e do neolítico a um
crescimento urbano extremamente rápido, índices de pobreza estágio civilizatório.
que não diminuem e uma das sociedades mais desiguais do Hélio Jaguaribe, cientista político, Folha de
mundo. Qualificado de “terra de contrastes”, o Brasil é um S. Paulo, 2 de setembro de 1994.
país moderno do Terceiro Mundo, com todas as contradições
que isso tem por consequência. Pode-se afirmar, segundo os textos, que:
DROULERS, Martine. Dictionnaire geopolitique des états. Organizado a) tanto Terena quanto Jaguaribe propõem ideias inade-
por Yves Lacoste. Paris: Éditions Flamarion, 1995. Adaptado. quadas, pois o primeiro deseja a aculturação feita pela “ci-
vilização branca”, e o segundo, o confinamento de tribos.
O Brasil é qualificado como uma “terra de contrastes” por: b) Terena quer transformar o Brasil numa terra só de
a) fazer parte do mundo tropical, mas ter crescimento índios, pois pretende mudar até mesmo a língua do país,
urbano semelhante ao dos países temperados. enquanto a ideia de Jaguaribe é anticonstitucional, pois
b) não conseguir evitar seu rápido crescimento urbano, fere o direito à identidade cultural dos índios.
por ser um país com grande extensão de fronteiras ter- c) Terena compreende que a melhor solução é que os bran-
restres e de costa. cos aprendam a língua tupi para entender melhor o que
c) possuir grandes diferenças sociais e regionais e ser dizem os índios. Jaguaribe é de opinião que, até o final do
considerado um país moderno do Terceiro Mundo. século XXI, seja feita uma limpeza étnica no Brasil.
d) possuir vastos territórios subpovoados, apesar de não d) Terena defende que a sociedade brasileira deve res-
ter recursos econômicos e tecnológicos para explorá-los. peitar a cultura dos índios e Jaguaribe acredita na inevi-
e) ter elevados índices de pobreza, por ser um país com gran- tabilidade do processo de aculturação dos índios e de sua
de extensão territorial e predomínio de atividades rurais. incorporação à sociedade brasileira.
e) Terena propõe que a integração indígena deve ser
C5 Utilizar os conhecimentos históricos para lenta, gradativa e progressiva, e Jaguaribe propõe que
compreender e valorizar os fundamentos da essa integração resulte de decisão autônoma das comu-
cidadania e da democracia, favorecendo uma nidades indígenas.
atuação consciente do indivíduo na sociedade.
90. (ENEM) Com base na charge de Hubert de Carvalho Ara-
H22 Analisar as lutas sociais e conquistas
nha e no conhecimento histórico, é correto afirmar que,
obtidas no que se refere às mudanças nas
no Brasil:
legislações ou nas políticas públicas.
No ar, o
Madame,
programa da
89. (ENEM) Os textos referem-se à integração do índio à seu programa
mulher
começou!
chamada civilização brasileira. brasileira!
I. Mais uma vez, nós, os povos indígenas, somos vítimas
de um pensamento que separa e que tenta nos eliminar cultu-
ral, social e até fisicamente. A justificativa é a de que somos
apenas 250 mil pessoas e o Brasil não pode suportar esse ônus.
(...) É preciso congelar essas ideias colonizadoras, porque elas
são irreais e hipócritas e também genocidas.(...) Nós, índios,
queremos falar, mas queremos ser escutados na nossa língua,
nos nossos costumes.
Marcos Terena, presidente do Comitê Intertribal Articulador
Hubert de Carvalho Aranha
dos Direitos Indígenas na ONU e fundador das Nações
Indígenas, Folha de S. Paulo, 31 de agosto de 1994.
a) a ampliação das oportunidades de trabalho, principal-
EM1D-12-1E
II. O Brasil não terá índios no final do século XXI (...) E mente para a mulher negra, está contribuindo para o de-
por que isso? Pela razão muito simples que consiste no fato saparecimento do preconceito racial em nossa sociedade.
216
b) só no terceiro milênio, depois de mais de cem anos da Comparando as ideias de Hobbes (texto I) com a tendên-
abolição dos escravos, os negros, especialmente a mulher cia citada no texto II, pode-se afirmar que:
negra, estão vendo garantido o direito ao trabalho. a) em ambos, a guerra é entendida como inevitável e injusta.
c) a mídia tem-se colocado contra a luta dos negros, prin- b) para Hobbes, a paz é inerente à civilização e, segundo o
cipalmente das mulheres negras, pela conquista do direito texto II, ela não é um valor absoluto.
de participarem das programações televisivas. c) de acordo com Hobbes, a guerra é um valor absoluto e,
d) a maioria dos programas de TV dedicados às mulheres, segundo o texto II, a paz é sempre melhor que a guerra.
principalmente à mulher negra, contribui para preservar os d) em ambos, a guerra ou a paz são boas quando o fim é justo.
valores e a cultura dos afrodescendentes. e) para Hobbes, a paz liga-se à natureza e, de acordo com o
e) mais de cem anos após a abolição da escravidão, os ne- texto II, à civilização.
gros, particularmente as mulheres, continuam discrimina-
dos e marginalizados em nossa sociedade. 93. (ENEM) Leia os dois trechos abaixo, observe o tempo
histórico em que estão inseridos os seus autores e compare
H23 Analisar a importância dos valores éticos suas opiniões, para responder à questão.
na estruturação política das sociedades. Trecho 1
Art. 17. Se alguém encontrar um escravo ou escrava fugiti-
vos em terra aberta e os trouxer a seus mestres, o mestre dos
91. (Encceja) O filósofo grego Aristóteles, ao afirmar que “os escravos deverá pagar a esse alguém dois shekels de prata.
desiguais devem ser tratados desigualmente”, conceituou a Trecho extraído do Código de Hamurábi (imperador
ideia de uma justiça distributiva. babilônico), Mesopotâmia, ± 1780 a.C.
Carlos Alberto de Moura Ribeiro Zeron. Estado e Direito.
Ciências Humanas e suas tecnologias: livro do estudante Trecho 2
Ensino Médio. Brasília: MEC, Inep, 2002. p. 89.
— A escravidão! Acredita o senhor que haja no Brasil
algum compatriota que deseje mais ardentemente do que eu
Partindo dessa afirmação, indique qual política go- a abolição? Nenhum! E os primeiros a saber como eu penso
vernamental atenderia aos princípios de uma distribuição são os que trabalham à frente do belo movimento de emanci-
mais equitativa, visando a restabelecer uma maior igualda- pação. Alguns me atacam, com marcada injustiça, afirmando
de entre os cidadãos. que eu retardo a hora, que no entanto será a mais feliz do
a) Propor leis que estimulem a iniciativa privada a realizar meu reinado, em que não haja um só escravo em minha Pá-
o papel do estado. tria, e que o último desses infelizes seja tão livre quanto eu.
b) Implantar projetos que acabem com a fome e ampliem o D. Pedro II (imperador brasileiro), em conversa com
acesso à saúde e à educação. o embaixador argentino Hector Varela, 1887.
c) Financiar grandes empresas para aumentar o produto
interno bruto. A partir da comparação entre os dois textos, podemos
d) Criar taxas e impostos com valor único para todos os concluir:
cidadãos brasileiros. a) Nos dois casos apresentados, as figuras detentoras do
e) Criar parâmetros limitantes de consumo para setores poder político têm ideias contrárias a respeito da escravi-
como educação e moradia para a população mais abastada. dão: enquanto no primeiro caso o escravo é considerado
uma propriedade juridicamente constituída, tendo inclu-
92. (ENEM) sive valor monetário, no segundo caso o autor considera
I. Para o filósofo inglês Thomas Hobbes (1588-1679), o es- a escravidão algo indigno do homem, uma prática social
tado de natureza é um estado de guerra universal e perpétua. intolerável que deve ser abolida.
Contraposto ao estado de natureza, entendido como estado de b) No primeiro trecho, a escravidão é tratada como uma
guerra, o estado de paz é a sociedade civilizada. forma de organização econômica, em que se percebe clara
Dentre outras tendências que dialogam com as ideias de relação comercial vinculada à escravidão; já no segundo
Hobbes, destaca-se a definida pelo texto seguinte. caso percebe-se uma visão igualitária – política, jurídica,
II. Nem todas as guerras são injustas e, correlativamente, econômica – dos homens, a partir do discurso apresentado
nem toda paz é justa, razão pela qual a guerra nem sempre é pela autoridade política do Estado brasileiro.
um desvalor, e a paz nem sempre um valor. c) O trecho extraído do Código de Hamurábi, apesar de
BOBBIO, N.; MATTEUCCI, N.; PASQUINO, G. Dicionário fazer referência a valores monetários, não configura um
de Política, 5. ed. Brasília: Universidade de Brasília; documento de cunho comercial, sendo, na verdade, um re-
São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2000.
gistro de instância jurídica; ao mesmo tempo, o segundo
ENEM Ciências Humanas 217
trecho configura também uma apresentação de norma ju- 95. (ENEM) A economia solidária foi criada por operários, no
rídica, pois permite concluir a formação de uma legislação início do capitalismo industrial, como resposta à pobreza e ao
imediata, de cunho abolicionista. desemprego que resultavam da utilização das máquinas, no iní-
d) Apesar da aparente contradição entre as duas opiniões ex- cio do século XIX. Com a criação de cooperativas (de produção,
postas nos trechos, sabe-se claramente que tanto o imperador de prestação de serviços, de comercialização ou de crédito), os
mesopotâmico quanto o imperador brasileiro eram partidários trabalhadores buscavam independência econômica e capacida-
da escravidão em seus respectivos momentos históricos, crian- de de controlar as novas tecnologias, colocando-as a serviço
do barreiras jurídicas que impediram o processo de libertação de todos os membros da empresa. Essa ideia persistiu e se es-
de homens tratados como propriedade em suas sociedades. palhou: da reciclagem ao microcrédito, já existem milhares de
e) O trecho 1 é justificadamente escravista pelo fato de que empreendimentos desse tipo hoje em dia, em várias partes do
a produção nas sociedades antigas era sustentada pelo tra- mundo. Na economia solidária, todos os que trabalham são pro-
balho de uma grande leva de trabalhadores, necessários ao prietários da empresa. Trata-se da possibilidade de uma empre-
aproveitamento das cheias dos grandes rios; já o trecho 2 é sa sem divisão entre patrão e empregados, sem busca exclusiva
justificadamente antiescravista pelo fato de que, no período pelo lucro e mais apoiada na qualidade do que na quantidade
do governo de D. Pedro II, o trabalho assalariado começava de trabalho, em convivência com a economia de mercado.
a se consolidar em todo o território nacional, tornando o SINGER, Paul. A recente ressurreição da economia solidária no Brasil.
trabalho escravo um entrave ao desenvolvimento da nação. Disponível em: <http://www.cultura.ufpa.br/itcpes/documentos/
ecosolv2.pdf> Acesso em: 23 mar. 2009. (com adaptações).
94. (ENEM) Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor A economia solidária, no âmbito da sociedade capitalis-
conjunto de normas e naquela dotada de homens absolutamen- ta, institui complexas relações sociais, demonstrando que:
te justos, os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho a) a fraternidade entre patrões e empregados, comum no
trivial ou de negócios – esses tipos de vida são desprezíveis e cooperativismo, tem gerado soluções criativas para o de-
incompatíveis com as qualidades morais –, tampouco devem semprego desde o início do capitalismo.
ser agricultores os aspirantes à cidadania, pois o lazer é indis- b) a rejeição ao uso de novas tecnologias torna a empresa
pensável ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática solidária mais ecologicamente sustentável que os empreen-
das atividades políticas”. dimentos capitalistas tradicionais.
VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade- c) a prosperidade do cooperativismo, assim como a da pi-
-Estado. São Paulo: Atual, 1994. rataria e das formas de economia informal, resulta dos be-
nefícios do não pagamento de impostos.
O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, per- d) as contradições inerentes ao sistema podem resultar em
mite compreender que a cidadania: formas alternativas de produção.
a) possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, e) o modelo de cooperativismo dos regimes comunistas e
pois é condenável que os políticos de qualquer época fi- socialistas representa uma alternativa econômica adequada
quem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos cida- ao capitalismo.
dãos tem de trabalhar.
b) era entendida como uma dignidade própria dos grupos 96. (Encceja) Leia:
sociais superiores, fruto de uma concepção política profun- Em Brasília, o MST promete ampliar ações em 2005.
damente hierarquizada da sociedade. Mais de oito mil militantes do Movimento dos Trabalhado-
c) estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção res Rurais Sem Terra (MST) cercaram na quinta-feira a sede do
política democrática, que levava todos os habitantes da pó- Banco Central e prometeram ampliar a sua atuação em 2005,
lis a participarem da vida cívica. se não receberem mais verbas para acelerar a reforma agrária
d) tinha profundas conexões com a justiça, razão pela no Brasil. O coordenador nacional do grupo, João Pedro Sté-
qual o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado às dile, disse que os sem-terra vão fazer a reforma agrária por
atividades vinculadas aos tribunais. conta própria no ano que vem...
e) vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles O MST realizou em abril a sua maior onda de ocupações
que se dedicavam à política e que tinham tempo para resol- de terras em cinco anos, e Stédile disse que no ano que vem
ver os problemas da cidade. as ações serão ainda mais frequentes. “Em abril e maio,
pode haver muita luta neste país”, disse Stédile durante a
H25 Identificar estratégias que promovam passeata de dois quilômetros no Plano Piloto de Brasília.
formas de inclusão social. Sítio Terra Notícias. Disponível em: <http://
EM1D-12-1E
noticias.terra.com.br/brasil/interna/0..O1429123-
EI1774.00.html>. Acesso em: 25/11/2004.
218
A partir da notícia, considere as seguintes afirmações, d) permitir o aproveitamento de espécies locais e agregar
em relação ao movimento social em questão: famílias de baixa renda à produção.
I. a ocupação de terras no campo é uma estratégia para e) ser exportável aos Estados Unidos, que não dominam a
acelerar a reforma agrária. tecnologia de biocombustível.
II. as marchas e protestos são formas de chamar a aten-
ção para as reivindicações.
III. a concessão de verbas para a reforma agrária elimina C6 Compreender a sociedade e a natureza,
os conflitos no campo. reconhecendo suas interações no espaço em
IV. a violência é a principal forma de atuação do MST. diferentes contextos históricos e geográficos.
Está de acordo com as ações e perspectivas do MST o
H26 Identificar em fontes diversas o processo
que está dito:
de ocupação dos meios físicos e as relações
a) nas afirmações I, II e III.
da vida humana com a paisagem.
b) nas afirmações I e II, somente.
c) nas afirmações II e III, somente.
d) nas afirmações I e III, somente.
e) em todas as afirmações. 99. (Encceja) Leia o texto:
A verdade é que a visão geral da Mata Atlântica no
97. (Encceja) Brasil colônia, especialmente no cotidiano da produção e
1850 — Aprovação da Lei de Terras, que impediu agri- do assentamento, aproximou-se da imagem difundida em
cultores de origem italiana se tornarem proprietários. 1711 pelo jesuíta André João Antonil, em Cultura e opulên-
1988 — A reforma agrária foi incluída na nova Cons- cia do Brasil por suas drogas e minas. Na obra de Antonil,
tituição. Artigo 184 — Compete à União desapropriar por a floresta surge, ao menos indiretamente, como um gran-
interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural de estorvo: ‘feita a escolha da melhor terra para a cana,
que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia roça-se, queima-se, alimpa-se, tirando-lhe tudo o que po-
e justa indenização (...). dia servir de obstáculo’. A Mata Atlântica, em toda a sua
De 1990 a 1999, foram assentadas, em terras desapro- beleza e diversidade, não era mais do que um obstáculo ao
priadas pelo estado, 500 mil famílias, em várias regiões do plantio da cana, refletindo assim a percepção dos agentes
país. Esse número tem aumentado nos últimos anos. da economia colonial, para quem a abertura contínua da
Analisando esses trechos, é correto afirmar que: fronteira, através das queimadas, representava a maneira
a) a estrutura fundiária brasileira sofreu profundas modi- mais fácil e barata de avançar na agricultura. O que era,
ficações e o trabalhador rural passou a ter direito de posse aliás, perfeitamente racional do ponto de vista do imedia-
sobre o solo cultivado. tismo econômico, especialmente levando-se em conta que
b) o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) a floresta aparecia, aos olhos dos colonizadores, como um
perde a razão quando reivindica terras porque a Constitui- oceano verde sem limites.
ção já garante a posse de terras a esses trabalhadores. José Augusto Pádua. Defensores da Mata Atlântica no Brasil
c) houve conquistas recentes na luta da sociedade pela Colônia. Revista Nossa História. Ano 1 n. 6, p. 15.
reforma agrária, que busca um melhor crescimento econô-
mico e justiça social. Na atualidade, restam no Brasil apenas 7% da área de
d) o trabalhador rural foi excluído de seus direitos consti- Mata Atlântica existente em 1500. Levando em conside-
tucionais no decorrer de nossa história. ração as informações do texto, escolha a opção correta.
e) o assentamento de trabalhadores sem terra acontece a) Durante a colonização do Brasil, valorizava-se a pro-
de acordo com os interesses dos movimentos sociais que dução agrícola, sem que se preservassem os recursos
os representa. naturais.
b) O processo de destruição da Mata Atlântica ocorre desde
98. (ENEM) No Brasil, o biodiesel é apontado como uma al- que surgiu a vida na Terra.
ternativa para geração de energia, por: c) Os europeus acreditavam que os recursos naturais eram
a) abrir mercados no país, já que é uma fonte de energia limitados desde o Período Colonial.
sem restrições socioambientais. d) A floresta era um entrave econômico para os europeus
b) impedir o desmatamento da Amazônia, substituindo a por oferecer escassos recursos naturais.
pecuária. e) A Mata Atlântica impediu a produção de cana-de-açúcar
c) criar empregos rurais qualificados para manipular má- no centro-sul do litoral, direcionando para o Nordeste esta
quinas agrícolas. atividade econômica.
ENEM Ciências Humanas 219
100. (ENEM) Considere os seguintes acontecimentos ocor- Dessas propostas, são adequadas apenas:
ridos no Brasil: a) I e II.
• Goiás, 1987 – Um equipamento contendo césio radioa- b) I e III.
tivo, utilizado em medicina nuclear, foi encontrado em um c) II e III.
depósito de sucatas e aberto por pessoa que desconhecia o d) I, III e IV
seu conteúdo. Resultado: mortes e consequências ambien- e) II, III e IV.
tais sentidas até hoje.
• Distrito Federal, 1999 – Cilindros contendo cloro, gás 101. (ENEM adaptado) “Casa que não entra Sol, entra médico.”
bactericida utilizado em tratamento de água, encontrados Esse artigo ditado reforça a importância de, ao cons-
em um depósito de sucatas, foram abertos por pessoa que truirmos casas, darmos orientações adequadas aos dor-
desconhecia o seu conteúdo. Resultado: mortes, intoxica- mitórios, de forma a garantir o máximo conforto térmico
ções e consequências ambientais sentidas por várias horas. e salubridade.
Para evitar que novos acontecimentos dessa natureza Assim, confrontando casas construídas em Lisboa (ao
venham a ocorrer, foram feitas as seguintes propostas para norte do Trópico de Câncer) e em Curitiba (ao sul do Trópico
a atuação do estado: de Capricórnio), para garantir a necessária luz do Sol, as jane-
I. Proibir o uso de materiais radioativos e gases tóxicos. las dos quartos devem estar voltadas, respectivamente, para
II. Controlar rigorosamente a compra, o uso e o destino de os pontos cardeais:
materiais radioativos e de recipientes contendo gases tóxicos. a) norte e sul.
III. Instruir usuários sobre a utilização e o descarte destes b) sul e norte.
materiais. c) leste e oeste.
IV. Realizar campanhas de esclarecimentos à população d) oeste e leste.
sobre os riscos da radiação e da toxicidade de determinadas e) oeste e oeste.
substâncias.
102. (ENEM)
Desflorestamento na Amazônia Legal
Boa Vista
BR 1
56
74
BR 163
BR 1
Macapá
BR 0
Santarém
Outros tipos de vegetação*
BR 163
23 0
BR 010
16
BR Altamira
Manaus
9 Itaiuba
Amazônia Legal BR
31
22
2
4 BR
17
Rodovias principais Marabá
BR 1
BR 226
Imperatriz BR Teresina
0
63
Rodovias secundárias 23
9
BR
31
BR
30
BR 2
BR
15
BR 23
Rios principais 0
3
Humaitá
Ji-Paraná
Dados: INPE – Projeto PRODES
BR 1
29
BR 4 Sinop
Sorriso
3
BR 16
Nova Mutum
364
103. (ENEM) Considere o anúncio para responder à questão. 104. (ENEM) A ocupação predatória associada à expansão da
fronteira agropecuária e acelerada pelo plantio da soja tem
deflagrado, com a perda da cobertura vegetal, a diminuição
COMPANHIA AGRÍCOLA da biodiversidade, a erosão do solo, a escassez e a conta-
minação dos recursos hídricos no bioma cerrado. Segundo
FAZENDA SÃO MARTINHO ambientalistas, o cerrado brasileiro corre o risco de se trans-
AGRICULTORES: formar em um deserto.
A respeito desse assunto, analise as afirmações seguintes.
Entregando 60% de sua colheita de café,
durante 10 annos, uma família de lavra-
I. Considerando-se que, em 2006, restem apenas 25% da
dores se tornará proprietária de UM LOTE cobertura vegetal original do cerrado e que, desse percen-
COM 10 MIL PE´S DE CAFE´, CASA E tual, 3% sejam derrubados a cada ano, estima-se que, em
MAIS DE 4 ALQUEIRES DE TERRAS DE 2030, o cerrado brasileiro se transformará em deserto.
CULTURA.
Se a produção do lote comprado fôr II. Sabe-se que a eventual extinção do bioma cerrado,
superior á média dos ultimos 5 annos, dada a pobreza que o caracteriza, não causará impacto sis-
o comprador pagará seu lote antes do têmico no conjunto dos biomas brasileiros.
prazo de 10 annos. III. A substituição de agrotóxicos por bioinseticidas reduz
Durante o mes de Abril collocamos MAIS DE UM MILHÃO a contaminação dos recursos hídricos no bioma cerrado.
DE PE´S DE CAFE´ e disposmos ainda de lotes.
É correto o que se afirma:
a) apenas em I.
PARA MAIS INFORMA-
ÇÕES DIRIGIR-SE A´ b) apenas em III.
FAZENDA SÃO MARTINHO c) apenas em I e II.
ESTAÇÃO MARTINHO PRADO d) apenas em II e III.
(Linha Paulista)
e) em I, II e III .
Myriam Becho Mota e Patrícia Ramos Braick, 105. (ENEM) Houve uma grande elevação do número de ca-
História das cavernas ao terceiro mundo. sos de malária na Amazônia que, de 30 mil casos na década
ENEM Ciências Humanas 221
de 1970, chegou a cerca de 600 mil na década de 1990. Esse c) interação de todas as dimensões do bem-estar huma-
aumento pode ser relacionado a mudanças na região, como: no com o crescimento econômico, sem a preocupação com
a) as transformações no clima da região decorrentes do a conservação dos recursos naturais que estivera presente
efeito estufa e da diminuição da camada de ozônio. desde a Antiguidade.
b) o empobrecimento da classe média e a consequente fal- d) proteção da biodiversidade em face das ameaças de des-
ta de recursos para custear o caro tratamento da doença. truição que sofrem as florestas tropicais devido ao avanço
c) o aumento na migração humana para fazendas, gran- de atividades como a mineração, a monocultura, o tráfico
des obras, assentamentos e garimpos, instalados nas áreas de madeira e de espécies selvagens.
de floresta. e) necessidade de se satisfazerem as demandas atuais
d) as modificações radicais nos costumes dos povos in- colocadas pelo desenvolvimento sem comprometer a capa-
dígenas, que perderam a imunidade natural ao mosquito cidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias
transmissor. necessidades nos campos econômico, social e ambiental.
e) a destruição completa do ambiente natural de repro-
dução do agente causador, que o levou a migrar para os 108. (ENEM) Com a perspectiva do desaparecimento das ge-
grandes centros urbanos. leiras no Polo Norte, grandes reservas de petróleo e minérios,
hoje inacessíveis, poderão ser exploradas. E já atiçam a cobiça
106. (ENEM) Mamirauá é a maior área de floresta inundada e das potências.
preservada do planeta... Na maior reserva alagada do mundo, KOPP, D. Guerra Fria sobre o Ártico. Le monde diplomatique
alia-se a conservação da natureza ao desenvolvimento hu- Brasil. Setembro, n. 2, 2007. Adaptado.
mano... Foram os moradores, por exemplo, que ensinaram os
cientistas a calcular o tamanho (e em consequência a idade) No cenário de que trata o texto, a exploração de jazidas
do pirarucu, além da quantidade de peixes existente em de- de petróleo, bem como de minérios – diamante, ouro, prata,
terminada lagoa... cobre, chumbo, zinco –, torna-se atraente não só em função
Há o projeto de manejo da pesca, que inclui o planejamento de seu formidável potencial, mas também por:
da extração de pirarucu das lagoas que se formam depois da a) situar-se em uma zona geopolítica mais estável que o
época das cheias. Em cinco anos o número de pescadores que Oriente Médio.
aderiram ao sistema multiplicou. Pesca-se mais e o preço subiu. b) possibilitar o povoamento de uma região pouco habitada,
As espécies também se beneficiaram. A população de pirarucus além de promover seu desenvolvimento econômico.
cresceu 64%, porque acabou a pesca predatória e somente os c) garantir, aos países em desenvolvimento, acesso a maté-
pescadores das comunidades têm autorização para pescar. rias-primas e energia, necessárias ao crescimento econômico.
Desafios do desenvolvimento. Agosto de 2004. d) contribuir para a redução da poluição em áreas ambien-
talmente já degradadas devido ao grande volume da produção
Pela leitura do texto, pode-se inferir quais caracterís- industrial, como ocorreu na Europa.
ticas da região? e) promover a participação dos combustíveis fósseis na
a) Manejo sustentável e aumento da renda da população matriz energética mundial, dominada, majoritariamente,
local pelas fontes renováveis, de maior custo.
b) Manejo predatório e inclusão social
c) Expansão agrícola e exclusão social 109. (ENEM) Calcula-se que 78% do desmatamento na Ama-
d) Desmatamento e redução da renda da população local zônia tenha sido motivado pela pecuária – cerca de 35% do
e) Extração racional do látex e exclusão social rebanho nacional está na região – e que pelo menos 50 mi-
lhões de hectares de pastos são pouco produtivos. Enquanto
107. (ENEM) No presente, observa-se crescente atenção aos o custo médio para aumentar a produtividade de 1 hectare de
efeitos da atividade humana, em diferentes áreas, sobre o pastagem é de 2 mil reais, o custo para derrubar igual área
meio ambiente, sendo constante, nos fóruns internacionais de floresta é estimado em 800 reais, o que estimula novos
e nas instâncias nacionais, a referência à sustentabilidade desmatamentos. Adicionalmente, madeireiras retiram as ár-
como princípio orientador de ações e propostas que deles vores de valor comercial que foram abatidas para a criação de
emanam. A sustentabilidade explica-se pela: pastagens. Os pecuaristas sabem que problemas ambientais
a) incapacidade de se manter uma atividade econômica ao como esses podem provocar restrições à pecuária nessas áre-
longo do tempo sem causar danos ao meio ambiente. as, a exemplo do que ocorreu em 2006 com o plantio da soja,
b) incompatibilidade entre crescimento econômico acele- o qual, posteriormente, foi proibido em áreas de floresta.
EM1D-12-1E
rado e preservação de recursos naturais e de fontes não Época, 3/3/2008 e 9/6/2008 (com adaptações).
renováveis de energia.
222
Situação 2: Área urbana com morro sem cobertura vegetal 114. (ENEM)
Perdas de solo em diferentes tipos de uso das terras
Pastagem 0,4
Cafezal 0,09
Para o Brasil, as vantagens da produção de energia a H30 Avaliar as relações entre preservação e degradação
partir da biomassa incluem: da vida no planeta nas diferentes escalas
a) implantação de florestas energéticas em todas as regiões
brasileiras com igual custo ambiental e econômico.
b) substituição integral, por biodiesel, de todos os com-
bustíveis fósseis derivados do petróleo. 117. (ENEM) Em fevereiro de 1999, o Seminário Internacional
c) formação de florestas energéticas em terras impróprias sobre Direito Ambiental, ocorrido em Bilbao, na Espanha, pro-
para a agricultura. pôs, na Declaração de Viscaia, a extensão dos direitos humanos
d) importação de biodiesel de países tropicais, em que a ao meio ambiente, como instrumento de alcance universal. No
produtividade das florestas seja mais alta. parágrafo 3º. do artigo 1º. da referida declaração, fica esta-
e) regeneração das florestas nativas em biomas modifica- belecido: “O direito ao meio ambiente deverá ser exercido de
dos pelo homem, como o Cerrado e a Mata Atlântica. forma compatível com os demais direitos humanos, entre os
quais o direito ao desenvolvimento”. No Brasil, o cumprimento
116. (ENEM) Uma fonte de energia que não agride o ambien- desse direito configura um grande desafio. Na Região Amazôni-
te, é totalmente segura e usa um tipo de matéria-prima infi- ca, por exemplo, tem havido uma coincidência entre as linhas
nita é a energia eólica, que gera eletricidade a partir da força de desmatamento e as novas fronteiras de desenvolvimento do
dos ventos. O Brasil é um país privilegiado por ter o tipo de agronegócio, marcadas por focos de injustiça ambiental, com
ventilação necessária para produzi-la. Todavia, ela é a menos frequentes casos de escravização de trabalhadores, além de
usada na matriz energética brasileira. O Ministério de Minas conflitos e crimes pela posse de terras, muitas vezes, impunes.
e Energia estima que as turbinas eólicas produzam apenas Disponível em: <http://www.unicen.com.br/universoverde>
0,25% da energia consumida no país. Isso ocorre porque ela Acesso em: 9 maio 2009. (com adaptações).
compete com uma usina mais barata e eficiente: a hidrelétri-
ca, que responde por 80% da energia do Brasil. O investimen- Promover justiça ambiental, no caso da região amazôni-
to para se construir uma hidrelétrica é de aproximadamente ca brasileira, implica:
US$ 100 por quilowatt. Os parques eólicos exigem investimen- a) fortalecer a ação fiscalizadora do estado e viabilizar po-
to de cerca de US$ 2 mil por quilowatt e a construção de uma líticas de desenvolvimento sustentável.
usina nuclear, de aproximadamente US$ 6 mil por quilowatt. Ins- b) ampliar o mercado informal de trabalho para a popula-
talados os parques, a energia dos ventos é bastante competitiva, ção com baixa qualificação profissional.
custando R$ 200,00 por megawatt-hora frente a R$ 150,00 por c) incentivar a ocupação das terras pelo estado brasileiro,
megawatt-hora das hidrelétricas e a R$ 600,00 por megawatt- em face dos interesses internacionais.
-hora das termelétricas. d) promover alternativas de desenvolvimento sustentável,
Época. 21/4/2008 (com adaptações). em razão da precariedade tecnológica local.
e) ampliar a importância do agronegócio nas áreas de con-
De acordo com o texto, entre as razões que contribuem flito pela posse de terras e combater a violência no campo.
para a menor participação da energia eólica na matriz ener-
gética brasileira, inclui-se o fato de: 118. (Encceja) A despeito dos esforços crescentes desenvolvidos
a) haver, no país, baixa disponibilidade de ventos que podem ao longo dos últimos 20 anos, a perda da diversidade biológica
gerar energia elétrica. no mundo – decorrente, sobretudo da destruição de hábitats, da
b) o investimento por quilowatt exigido para a construção de colheita excessiva, da poluição e da introdução inadequada de
parques eólicos ser de aproximadamente 20 vezes o necessário plantas e animais exóticos [de fora] – prosseguiu.
para a construção de hidrelétricas. Agenda 21 Global. Conferência das Nações Unidas
c) o investimento por quilowatt exigido para a construção de sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano
(ECO-92, Rio de Janeiro), cap. 15, p. 175-6.
parques eólicos ser igual a 1/3 do necessário para a construção
de usinas nucleares.
d) o custo médio por megawatt-hora de energia obtida após Sobre a perda da diversidade biológica no mundo, é cor-
instalação de parques eólicos ser igual a 1,2 multiplicado pelo reto afirmar que:
custo médio do megawatt-hora obtido das hidrelétricas. a) a ciência já estocou as espécies naturais e as está estu-
e) o custo médio por megawatt-hora de energia obtida após dando, razão pela qual não são necessários tantos investi-
instalação de parques eólicos ser igual a 1/3 do custo médio mentos para sua preservação na natureza.
do megawatt-hora obtido das termelétricas. b) as florestas foram removidas e espécies foram destru-
ídas, porque isso era sinônimo de progresso, mentalidade
esta que já não existe mais.
ENEM Ciências Humanas 225
c) a agricultura moderna (o agronegócio) no Brasil não A medida mais eficaz a ser tomada, visando à conserva-
constitui mais uma ameaça à diversidade biológica. ção da planície pantaneira e à preservação de sua grande
d) a remoção das florestas tropicais é o que mais preocupa biodiversidade, é a conscientização da sociedade e a orga-
nessa questão da perda da diversidade de espécies animais nização de movimentos sociais que exijam:
e vegetais. a) a criação de parques ecológicos na área do pantanal
e) os ecossistemas são passíveis de reestruturação, bem mato-grossense.
como o avanço em tecnologia em genética assegura a diver- b) a proibição da pesca e da caça, que tanto ameaçam a
sidade biológica no mundo. biodiversidade.
c) o aumento das pastagens na área da planície, para que
119. (Encceja) O Brasil foi sede, em 1992, da ECO 92 – Con- a cobertura vegetal, composta de gramíneas, evite a erosão
ferência das Nações Unidas sobre o Ambiente e o Desenvolvi- do solo.
mento, com a participação de 176 países. Destacamos a seguir d) o controle do desmatamento da erosão, principalmente
algumas informações sobre fatos ocorridos no Brasil, de 1992 nas nascentes dos rios responsáveis pelo nível das águas
até os dias de hoje, relacionados com meio ambiente, extraí- durante o período de cheias.
das de um artigo escrito por um especialista. e) a construção de barragens, para que o nível das águas
I. Extensas áreas do cerrado foram convertidas em dos rios seja mantido, sobretudo na estiagem, sem prejudi-
plantios de soja. car os ecossistemas.
II. As queimadas e incêndios mantêm uma média anual
de 110 mil focos. 121. (ENEM)
III. Aumentou a consciência da sociedade sobre a impor-
tância do ambiente e dos direitos das populações tradicionais. Percentual dos biomas protegidos por unidades
IV. A legislação ambiental foi aprimorada com a criação, de conservação federais – Brasil, 2006
por exemplo, das Leis das Águas e Crimes Ambientais. 14
12
Adaptado de CAPOBIANCO, J. P. R. Desenvolvimento 10
insustentável. Folha de S. Paulo, 24 de agosto de 2002. 8
6
4
2
Nesse artigo, o especialista afirma que, em relação ao 0
Amazônia Caatinga Mata Pampa
desenvolvimento sustentável, o Brasil não avançou, mas Cerrado Pantanal Brasil
Atlântica
lançou as bases para avançar.
As informações que justificam a parte sublinhada da USO SUSTENTÁVEL PROTEÇÃO INTEGRAL
frase do especialista são: Ministério do Meio Ambiente. Cadastro Nacional de Unidades de Conservação.
a) I e III, apenas.
b) II e IV, apenas. Analisando-se os dados do gráfico acima, que remetem
c) III e IV, apenas. a critérios e objetivos no estabelecimento de unidades de
d) I, II, III, e IV. conservação no Brasil, constata-se que:
e) II e III, apenas. a) o equilíbrio entre unidades de conservação de proteção
integral e de uso sustentável já atingido garante a preser-
120. (ENEM) As áreas do planalto do cerrado – como a chapa- vação presente e futura da Amazônia.
da dos Guimarães, a serra de Tapirapuã e a serra dos Parecis, b) as condições de aridez e a pequena diversidade bioló-
no Mato Grosso, com altitudes que variam de 400 m a 800 m gica observadas na Caatinga explicam por que a área des-
– são importantes para a planície pantaneira mato-grossense tinada à proteção integral desse bioma é menor que a dos
(com altitude média inferior a 200 m), no que se refere à demais biomas brasileiros.
manutenção do nível de água, sobretudo durante a estia- c) o Cerrado, a Mata Atlântica e o Pampa, biomas mais
gem. Nas cheias, a inundação ocorre em função da alta intensamente modificados pela ação humana, apresentam
pluviosidade nas cabeceiras dos rios, do afloramento de proporção maior de unidades de proteção integral que de
lençóis freáticos e da baixa declividade do relevo, entre unidades de uso sustentável.
outros fatores. Durante a estiagem, a grande biodiversida- d) o estabelecimento de unidades de conservação deve ser
de é assegurada pelas águas da calha dos principais rios, incentivado para a preservação dos recursos hídricos e a
cujo volume tem diminuído, principalmente nas cabeceiras. manutenção da biodiversidade.
Cabeceiras ameaçadas. Ciência Hoje. Rio de Janeiro: e) a sustentabilidade do Pantanal é inatingível, razão
EM1D-12-1E
SBPC. v. 42, jun. 2008 (adaptado). pela qual não foram criadas unidades de uso sustentável
nesse bioma.
226
4. Objetos de conhecimento Vida urbana: redes e hierarquia nas cidades, pobreza e se-
• Diversidade cultural, conflitos e vida em sociedade gregação espacial.
Cultura material e imaterial; patrimônio e diversidade cul- • Características e transformações das estruturas
tural no Brasil. produtivas
A conquista da América. Conflitos entre europeus e indí- Diferentes formas de organização da produção: escravismo
genas na América colonial. A escravidão e formas de resistên- antigo, feudalismo, capitalismo, socialismo e suas diferentes
cia indígena e africana na América. experiências.
História cultural dos povos africanos. A luta dos negros Economia agroexportadora brasileira: complexo açucarei-
no Brasil e o negro na formação da sociedade brasileira. ro; a mineração no Período Colonial; a economia cafeeira; a
História dos povos indígenas e a formação sociocultural borracha na Amazônia.
brasileira. Revolução Industrial: criação do sistema de fábrica na
Movimentos culturais no mundo ocidental e seus impactos Europa e transformações no processo de produção. Formação
na vida política e social. do espaço urbano-industrial. Transformações na estrutura
produtiva no século XX: o fordismo, o toyotismo, as novas
• Formas de organização social, movimentos sociais,
técnicas de produção e seus impactos.
pensamento político e ação do estado
A industrialização brasileira, a urbanização e as transfor-
Cidadania e democracia na Antiguidade; estado e direitos
mações sociais e trabalhistas.
do cidadão a partir da Idade Moderna; democracia direta, in-
A globalização e as novas tecnologias de telecomunicação
direta e representativa.
e suas consequências econômicas, políticas e sociais.
Revoluções sociais e políticas na Europa moderna.
Produção e transformação dos espaços agrários. Moder-
Formação territorial brasileira; as regiões brasileiras; polí-
nização da agricultura e estruturas agrárias tradicionais. O
ticas de reordenamento territorial.
agronegócio, a agricultura familiar, os assalariados do campo
As lutas pela conquista da independência política das co-
e as lutas sociais no campo. A relação campo-cidade.
lônias da América.
Grupos sociais em conflito no Brasil imperial e a cons- • Os domínios naturais e a relação do ser humano com
trução da nação. o ambiente
O desenvolvimento do pensamento liberal na sociedade Relação homem-natureza, a apropriação dos recursos na-
capitalista e seus críticos nos séculos XIX e XX. turais pelas sociedades ao longo do tempo. Impacto ambien-
Políticas de colonização, migração, imigração e emigração tal das atividades econômicas no Brasil. Recursos minerais e
no Brasil nos séculos XIX e XX. energéticos: exploração e impactos. Recursos hídricos; bacias
A atuação dos grupos sociais e os grandes processos revo- hidrográficas e seus aproveitamentos.
lucionários do século XX: Revolução Bolchevique, Revolução As questões ambientais contemporâneas: mudança climá-
Chinesa, Revolução Cubana. tica, ilhas de calor, efeito estufa, chuva ácida, a destruição
Geopolítica e conflitos entre os séculos XIX e XX: Imperia- da camada de ozônio. A nova ordem ambiental internacional;
lismo, a ocupação da Ásia e da África, as Guerras Mundiais e políticas territoriais ambientais; uso e conservação dos recur-
a Guerra Fria. sos naturais, unidades de conservação, corredores ecológicos,
Os sistemas totalitários na Europa do século XX: nazifas- zoneamento ecológico e econômico.
cista, franquismo, salazarismo e stalinismo. Ditaduras polí- Origem e evolução do conceito de sustentabilidade.
ticas na América Latina: Estado Novo no Brasil e ditaduras Estrutura interna da Terra. Estruturas do solo e do relevo;
na América. agentes internos e externos modeladores do relevo.
Conflitos político-culturais pós-Guerra Fria, reorganiza- Situação geral da atmosfera e classificação climática. As
ção política internacional e os organismos multilaterais nos características climáticas do território brasileiro.
séculos XX e XXI. Os grandes domínios da vegetação no Brasil e no mundo.
A luta pela conquista de direitos pelos cidadãos: direitos • Representação espacial
civis, humanos, políticos e sociais. Direitos sociais nas consti- Projeções cartográficas; leitura de mapas temáticos, físi-
tuições brasileiras. Políticas afirmativas. cos e políticos; tecnologias modernas aplicadas à cartografia.
ENEM Ciências Humanas 227
5. Respostas
Anotações