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Manual COC Pró-ENEM

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias


Matemática e suas Tecnologias
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Ciências Humanas e suas Tecnologias

Volume 1
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Sumário: Pró-ENEM 3

Introdução.............................................................................................................................................................. 5
1. O vestibulando do século XXI........................................................................................................................... 5
2. Competências e habilidades para o século XXI.................................................................................................... 6
3. Será que você tem as tais habilidades?.............................................................................................................. 6
4. Contextualizar e integrar o seu conhecimento é fundamental............................................................................... 7
5. TRI: Novo cálculo da nota................................................................................................................................ 8
6. Redação: “Escrever é preciso...”........................................................................................................................ 8
7. Resolução comentada ....................................................................................................................................10
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias...................................................................................................................11
1. Eixos cognitivos.............................................................................................................................................13
2. Matriz de referência.......................................................................................................................................13
3. Competências e habilidades.............................................................................................................................15
4. Objetos de conhecimento................................................................................................................................ 76
5. Respostas...................................................................................................................................................... 76
Matemática e suas Tecnologias............................................................................................................................... 79
1. Eixos cognitivos.............................................................................................................................................81
2. Matriz de referência.......................................................................................................................................81
3. Competências e habilidades.............................................................................................................................83
4. Objetos de conhecimento.............................................................................................................................. 131
5. Resposta..................................................................................................................................................... 132
Ciências da Natureza e suas Tecnologias.................................................................................................................133
1. Eixos cognitivos........................................................................................................................................... 135
2. Matriz de referência..................................................................................................................................... 135
3. Competências e habilidades........................................................................................................................... 137
4. Objetos de conhecimento.............................................................................................................................. 179
5. Respostas.................................................................................................................................................... 181
Ciências Humanas e suas Tecnologias.....................................................................................................................183
1. Eixos cognitivos........................................................................................................................................... 185
2. Matriz de referência..................................................................................................................................... 185
3. Competências e habilidades........................................................................................................................... 187
4. Objetos de conhecimento.............................................................................................................................. 226
5. Respostas.................................................................................................................................................... 227
EM1D-12-1E
4
ENEM Introdução 5

Manual COC Pró-ENEM

O
s vestibulares estão mudando sua concepção de ava- tes de múltipla escolha e uma redação; além de Matemática
liação, mas não deixam de abordar os conteúdos que e os Códigos de Linguagem em geral (Línguas Portuguesa,
são estudados ao longo de toda a vida escolar dos es- Inglesa e Espanhola); Biologia, Química e Física com o nome
tudantes. Estamos deixando de ter provas essencialmente de Ciências da Natureza; História, Geografia, Filosofia e So-
“conteudistas” para ter exames que lançarão mão de es- ciologia, classificadas como Ciências Humanas. Enfim, se-
tratégias que valorizam a contextualização, a visão inter/ rão cobrados os conteúdos adquiridos como conhecimento/
multidisciplinar e a transversalidade temática das ciências conteúdo ao longo da vida escolar (Ensino Fundamental +
em geral. Ensino Médio) e também será relevante a cobrança das com-
Esta proposta em nada difere daquela que o ENEM, ao petências e habilidades, que são as novas referências da pe-
longo da última década, já vinha antecipando. Teremos tes- dagogia mundial (ex.: ENEM, Encceja e Pisa).

As mudanças do novo ENEM sinalizam uma nova postura dos alunos diante da prova. Vamos ver algumas
dicas importantes:
1. A nota da prova de redação passa a ser utilizada por muitas universidades como parte da nota final dos seus pro-
cessos de seleção, o que torna obrigatória sua realização com capricho.
2. As notas de avaliação do ENEM serão apresentadas por área de conhecimento, assim seu boletim terá cinco (5) notas
(Ciências da Natureza, Ciências Humanas, Matemática, Linguagens e Redação).
3. As universidades, de acordo com os cursos oferecidos, podem, a seu critério, atribuir pesos diferentes para as notas
das provas, inclusive, adotando uma composição de peso para cada curso.
4. Na nova proposta, com o intuito de possibilitar a classificação, as questões devem ter um índice de discriminação
maior e uma distribuição dos graus de dificuldade (40% fácil, 20% médio, 40% difícil).

1. O vestibulando do século XXI


Para os estudantes deve ficar claro que os exames ves- no cada vez mais competitivo mercado de trabalho. O “ser”
tibulares estão passando por um processo de transição e deve estar cada vez mais fundamentado nas atitudes, na
serão alterados mais na forma do que no conteúdo. ética e num projeto de vida inserido no contexto das trans-
Também é interessante frisar que as dificuldades para formações estruturais que o homem, a família, a sociedade
enfrentar os concorrentes, em razão das escassas vagas e o mundo estão vivendo; o “saber” resulta do conhecimen-
oferecidas pelas universidades públicas, continuarão sendo to dos conceitos teóricos e busca desenvolver competências
uma árdua tarefa. investigativas, científicas, tecnológicas e formativas; e o
O vestibulando do século XXI deverá ter como contexto “fazer” reflete-se no conjunto dos “saberes práticos” reve-
o trinômio: “ser, saber e fazer”, uma vez que essa prerroga- lados nas “habilidades” ou na destreza que a conjuntura e o
tiva será imprescindível para o seu sucesso, não só no exa- mundo dele exigirem.
me para ingressar na universidade, mas também para entrar

Provas como o ENEM, formuladas para avaliar as competências ou eixos cognitivos, verificam, acima de tudo,
a capacidade de ler e interpretar textos nas diferentes formas de linguagem. Assim, ao iniciar a resolução, con-
vém que o vestibulando lembre-se de algumas orientações básicas que o ajudarão a obter um resultado melhor.
1. Em grande parte das questões, as respostas estão no próprio enunciado, bastando, para tanto, que você realize
uma leitura atenta, observando, com cautela, textos, gráficos, diagramas, mapas, tiras e/ou imagens.
2. Muitas questões podem ser resolvidas a partir de informações obtidas na mídia diariamente ou em situações prá-
ticas do dia a dia. Busque relacionar fatos do cotidiano às situações propostas. Sua experiência de vida pode responder
parte da prova.
3. Leia cada uma das questões como se estivesse lendo uma notícia de jornal ou revista, sem se preocupar em desco-
brir em qual disciplina se enquadra, pois a prova pretende avaliar sua capacidade de leitura da realidade e seu exercício
pleno de cidadania.
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4. Como as questões são interdisciplinares, use o conhecimento adquirido na vida escolar para decodificar as infor-
mações e entender seu significado e, assim, buscar soluções para as situações-problema apresentadas.
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2. Competências e habilidades para o século XXI


Podemos entender por competências o conjunto dos menta para manter vivas as principais qualidades do novo
saberes ou conhecimentos desenvolvidos pelo homem/ homem/cidadão: a curiosidade e a adaptabilidade.
cidadão ao longo de sua vida escolar e social. Somente O novo fazer terá na criatividade e na responsabilidade
tirando do texto qualquer viés de discurso de autoaju- seu binômio de sustentação, porém deve-se sempre lembrar
da e pensando do ponto de vista filosófico-pedagógico que as ações de resolver problemas e fazer uso das tecno-
poderemos entender os rumos do homem e da sociedade logias vão continuar intimamente ligadas à motivação, à
neste século. iniciativa e à persistência histórica do homem.
O saber será resultante do consórcio entre a cultura, a O viver cada vez mais se realizará por meio da condição do
informação e o espírito criador (ex.: interpretação, autoa- homem de se expressar, de se comunicar e de respeitar as dife-
prendizagem, espírito crítico). renças desse mundo globalizado. O viver responsável passará
O ser calcado no autoconhecimento, na preservação da pela sociabilidade, cooperação e solidariedade de uma nova
autoestima e no controle emocional será a principal ferra- ética construída neste momento de transição em que vivemos.

Eixos cognitivos (comuns a todas as áreas de conhecimento)


I. Dominar linguagens (DL): dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemática,
artística e científica e das línguas espanhola e inglesa.
II. Compreender fenômenos (CF): construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de
fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas.
III. Enfrentar situações-problema (SP): selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações represen-
tados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema.
IV. Construir argumentação (CA): relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos
disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente.
V. Elaborar propostas (EP): recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para a elaboração de propostas de
intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.
MEC – INEP/ENEM

Matrizes
• Matriz de referência de linguagens, códigos e suas
tecnologias (9 competências/30 habilidades) CONHECIMENTOS HABILIDADES
• Matriz de referência de matemática e suas tecnolo-
gias (7 competências/30 habilidades)
• Matriz de referência de ciências da natureza e suas
tecnologias (8 competências/30 habilidades)
ATITUDES
• Matriz de referência de ciências humanas e suas
tecnologias (6 competências/30 habilidades) COMPETÊNCIAS
MEC – INEP/ENEM

3. Será que você tem as tais habilidades?


As habilidades do pensamento científico, adquiridas ao longo do processo de formação escolar, nada mais são do que
um saber-fazer derivado do processo cognitivo, que permite a construção do conhecimento.
Confira as habilidades necessárias para encarar o novo ENEM e os vestibulares: observar; medir; classificar; comuni-
car; interpretar, explicar, relacionar (ex.: tempo/espaço); prever; controlar e compreender variáveis; interpretar dados
e formular hipóteses.

Temas clássicos do ENEM:


• Cidadania, solidariedade, democracia e inclusão social
• Geometria, proporção, leitura e interpretação dos mais variados tipos de gráfico (ex.: gráfico cartesiano)
• Textos das mais variadas origens (ex.: literários, científicos, jornalísticos)
• Leitura e interpretação de imagens (ex.: charges, obras de arte, fotos)
• Meio ambiente (ex.: aquecimento global, efeito estufa, desmatamento)
ENEM Introdução 7

• Diversidade étnica e cultural


• Ecologia e biodiversidade
• Recursos hídricos e o papel da água
• Geografia do Brasil e do mundo
• Neoliberalismo e globalização
• História do Brasil e do mundo
• História da cultura (ex.: arte, música, ciência)
• Estados físicos da água
• Tipos de energia
• Uso da norma culta e códigos de linguagem
• Transformações do planeta Terra do ponto de vista das ciências naturais e humanas
• Problemas sociais (ex.: desemprego, violência, saúde, menor abandonado)
• Valorização do patrimônio cultural; confronto de pontos de vista aplicados à História e ao cotidiano
• Industrialização e suas consequências
• Poluição nas suas várias formas e consequências

4. Contextualizar e integrar o seu


conhecimento é fundamental
O modelo de aprendizado apoiado na repetição do comunicação de ideias, como também no uso de conceitos
uso da informação para fixá-la não prepara o indiví- fundamentais, como, por exemplo, a metodologia científica
duo para os “novos” vestibulares (ex.: ENEM, Fuvest e (ex.: métodos de pesquisas, procedimentos e práticas).
Unesp) nem para a vida.
Muito se tem falado das competências e habilidades, PORTUGUÊS MATEMÁTICA
porém existe uma parte significativa das mudanças que
também exige sua atenção: a contextualização, a interdis- CIÊNCIAS
FÍSICA
ciplinaridade e a transversalidade aplicadas à educação. DDEE
ARRIIDDAA
A contextualização aplicada ao processo educativo tem D IS
ISCCIIPPLLIINNA
D
se intensificado na proporção em que crescem os desafios IINNTTEERR
HISTÓRIA
INGLÊS
para o século XXI (ex.: globalização, Internet, meio am-
biente). A proposta para tanto é trabalhar de forma que os
GEOGRAFIA
indivíduos possam conviver em meio à complexidade exis- QUÍMICA
tente, numa prática de constante aprendizado e calcados
na reciprocidade, na integração dos conhecimentos (com- A transversalidade, tão presente no discurso dos educa-
petências) e na aproximação cada vez maior da teoria à dores nas últimas décadas, nada mais é do que a maneira de
prática (habilidades). Dessa maneira, as ciências (ex.: ma- organizar a educação em temas integrados às disciplinas do
temática, linguagens, ciências naturais, ciências humanas) currículo, de forma a estarem presentes em todas elas.
estão cada vez mais próximas para a realização da prática Os “temas transversais”, sugeridos pelos PCNs que nor-
interdisciplinar e contextualizada. teiam as mudanças no Ensino Médio (ex.: ENEM), são con-
A interdisciplinaridade, por sua vez, é a interação exis- ceitos importantes para a formação da cidadania na sua
tente entre duas ou mais disciplinas (ex.: matemática e físi- plenitude, a saber: ética, saúde, meio ambiente, orien-
ca). Tal processo de interação está presente não só na simples tação sexual, trabalho e consumo e pluralidade cultural.

No “novo” ENEM, como também já sinalizaram a Fuvest e a Unesp, as questões das provas vêm impregnadas:
• do respeito às identidades e diferenças étnicas, culturais, sexuais;
• da utilização dos mais variados tipos de linguagens (ex.: da escrita ao grafite) como meio de expressão e informação;
• do exercício permanente da inter-relação de conceitos e ideias;
• do estímulo ao pensamento crítico e à autonomia intelectual;
• da constante manipulação dos princípios das tecnologias e suas relações integradoras;
• da compreensão e aplicação dos fundamentos científicos e tecnológicos;
• do ato de desenvolver a criatividade;
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• do saber conviver em sociedade/grupo;


• do exercício contínuo do aprender a aprender.
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5. TRI: novo cálculo da nota


Neste ano, o resultado da prova será calculado de forma A TRI é um modelo estatístico usado na avaliação de
diferente. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educa- habilidades e conhecimentos, que estima a probabilidade
cionais Anísio Teixeira (INEP) adotou um sistema de correção de o candidato acertar uma questão, ou seja, se ele acertar
com base na TRI, Teoria da Resposta ao Item. Ele permite a poucas respostas tidas como fáceis, ele terá, consequente-
comparação dos desempenhos dos candidatos, independente- mente, menor chance de assinalar a resposta correta nas
mente do ano em que o candidato fez a prova. questões consideradas difíceis. A partir do resultado, ava-
Para que isso seja possível, as provas são formuladas lia-se quanto cada questão vale para ele.
pelo INEP com questões que apresentam grau de dificuldade Com a TRI, dois candidatos, embora acertando a mesma
equivalente. Para cada questão, o sistema calcula a proba- quantidade de itens na mesma prova, poderão ter desempe-
bilidade de acerto de cada candidato, assim o desempenho nho completamente diferente, em razão de quais itens eles
dos candidatos é gerado pelos acertos dos itens, conside- tenham acertado.
rando essas probabilidades calculadas.

6. Redação: “Escrever é preciso...”


Com a adoção por muitas das Universidades Federais da nota do ENEM, em parte ou integralmente, nos respectivos processos
seletivos, o foco do candidato deve voltar-se não só para a prova objetiva (testes), mas também para a redação.
Tendo por base o edital publicado pelo MEC sobre o ENEM 2009, é importante destacar que a redação estará fundamentada
nos cinco eixos cognitivos ou competências, considerando-se quatro níveis de conhecimento associados a cada um deles.

Na prova de Redação do ENEM, o candidato deve:


• demonstrar domínio básico da norma culta da língua escrita;
• compreender o tema proposto e aplicar conceitos de várias áreas de conhecimento para explicá-lo, defendê-lo ou
contradizê-lo, desenvolvendo-o dentro dos limites estruturais do texto dissertativo/argumentativo;
• selecionar, organizar e relacionar os argumentos, os fatos e as opiniões apresentados em defesa de sua perspectiva
sobre o tema proposto;
• construir argumentações consistentes para defender seu ponto de vista;
• elaborar propostas de intervenção sobre a problemática desenvolvida, mostrando respeito à diversidade de pontos
de vista culturais, sociais, políticos, científicos e outros.
Abaixo, são apresentados alguns dos temas de redação do ENEM.

– VIVER E APRENDER ploração do menor, prostituição infantil, dentre outros


O texto dissertativo pressupõe a avaliação da neces- que levam a um debate crítico em respeito ao artigo 227
sidade de se aprender com todas as situações impostas da Constituição.
pela vida.
– DESENVOLVIMENTO E PRESERVAÇÃO AMBIENTAL:
– CIDADANIA E PARTICIPAÇÃO SOCIAL COMO CONCILIAR OS INTERESSES EM CONFLITO?
A dissertação em questão exigia, sob a ótica juvenil, Nos argumentos, deveriam aparecer críticas coerentes à
solução consciente para os problemas sociais emergentes, destruição das florestas, à poluição e ao aquecimento glo-
em razão do poder de transformar e agir de que os jovens bal. Na conclusão, deveriam ser sugeridas soluções viáveis
são dotados. para manter o equilíbrio do nosso planeta.

– DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: COMO EN- – O DIREITO DE VOTAR: COMO FAZER DESSA CONQUISTA
FRENTAR ESSE DESAFIO NACIONAL? UM MEIO PARA PROMOVER AS TRANSFORMAÇÕES SO-
O texto em questão favorecia o texto argumentati- CIAIS DE QUE O BRASIL NECESSITA?
vo, pois possibilitaria ao participante abordagens como Assuntos como o poder de voto, a necessidade da demo-
controle da natalidade e planejamento familiar, assis- cracia, o exercício da cidadania e a concretização política
tência à maternidade, educação básica de qualidade, ex- seriam viáveis no desenvolvimento do texto.
ENEM Introdução 9

– A VIOLÊNCIA NA SOCIEDADE BRASILEIRA: COMO MU- lacione coerentemente argumentos e fatos para defesa de
DAR AS REGRAS DESSE JOGO? seu ponto de vista.
Trabalhar a exemplificação e a análise de causas e
consequências seria uma alternativa para a abordagem
temática.

– COMO GARANTIR A LIBERDADE DE INFORMAÇÃO E EVI-


TAR ABUSOS NOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO?
Na argumentação, o participante poderia abrir uma dis-
cussão entre informação com responsabilidade e os abusos
cometidos pela imprensa, principalmente em programas
sensacionalistas. FEMANDES, Millôr. Disponível em: <http://www2.
uol.com.br/millor>. Acesso: em 14 jul.2009.
– O TRABALHO INFANTIL NA REALIDADE BRASILEIRA
Efetuar o levantamento de causas e consequências seria Andamos demais acomodados, todo mundo reclamando
uma boa referência para a organização e estruturação do em voz baixa como se fosse errado indignar-se.
conteúdo a ser desenvolvido. Sem ufanismo, porque dele estou cansada, sem dizer que
este é um país rico, de gente boa e cordata, com natureza (a
– O PODER DE TRANSFORMAÇÃO DA LEITURA que sobrou) belíssima e generosa, sem fantasiar nem botar
Na argumentação, após análise dos textos motivadores óculos cor-de-rosa, que o momento não permite, eu me pergun-
apresentados com proposta, o participante poderia ressal- to o que anda acontecendo com a gente.
tar a transformação cultural do homem na medida em que Tenho medo disso que nos tornamos ou em que estamos
adquire conhecimentos por meio da leitura. nos transformando, achando bonita a ignorância eloquente,
engraçado o cinismo bem-vestido, interessante o banditismo
– O DESAFIO DE SE CONVIVER COM A DIFERENÇA arrojado, normal o abismo em cuja beira nos equilibramos –
Na argumentação, poderiam aparecer exemplos histó- não malabaristas, mas palhaços.
ricos para justificar a tese de que o respeito à diversidade LUFT, L. Ponto de vista. Veja. ed. 1988, 27 dez. 2006. Adaptado.
cultural, social e econômica faz-se necessário para o desen-
volvimento da conduta ética no relacionamento humano. Qual é o efeito em nós do “eles são todos corruptos”?
As denúncias que assolam nosso cotidiano podem dar
– FOI SOLICITADO AO PARTICIPANTE QUE FOSSE ESCO- lugar a uma vontade de transformar o mundo só se nossa
LHIDO ENTRE TRÊS AÇÕES: indignação não afetar o mundo inteiro. “Eles são todos cor-
I) suspender completa e imediatamente o desmatamen- ruptos” é um pensamento que serve apenas para “confirmar”
to na Amazônia, que permaneceria proibido até que fossem a “integridade” de quem se indigna.
identificadas áreas onde se poderia desenvolver, de maneira O lugar-comum sobre a corrupção generalizada não é uma
sustentável, a exploração de madeira de florestas nativas; armadilha para os corruptos: eles continuam iguais e livres, en-
II) efetuar pagamento a proprietários de terra para quanto, fechados em casa, festejamos nossa esplendorosa retidão.
que deixem de desmatar a floresta, utilizando recursos fi- O dito lugar-comum é uma armadilha que amarra e imobili-
nanceiros internacionais; za os mesmos que denunciam a imperfeição do mundo inteiro.
III) aumentar a fiscalização e aplicar pesadas multas CALLlGARIS, C. A armadilha da corrupção. Disponível
àqueles que promoverem desmatamentos não autorizados. em: <http://www1.folha.uol.com.br>. Adaptado.

– O INDIVÍDUO FRENTE À ÉTICA NACIONAL INSTRUÇÕES


PROPOSTA DE REDAÇÃO Seu texto tem de ser escrito à tinta, na folha própria.
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e Desenvolva seu texto em prosa: não redija narração
nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, nem poema.
redija texto dissertativo-argumentativo em norma culta es- O texto com até 7 (sete) linhas escritas será considera-
crita da língua portuguesa sobre o tema O indivíduo fren- do texto em branco.
te à ética nacional, apresentando proposta de ação social, O texto deve ter, no máximo, 30 linhas.
que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e re- O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
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7. Resolução comentada
Com o tema O indivíduo frente à ética nacional, o que se acomoda sem indignar-se com as injustiças sociais
ENEM 2009 levou os alunos a uma reflexão sobre o pensa- e a corrupção desmedida, bem como o que crê nos defeitos
mento do brasileiro de classe média acerca da ética em seu morais como elementos da natureza humana e, portanto,
país. A proposta apresentou uma coletânea com três textos. incontornáveis, não contribuem em nada para dizimar esse
O primeiro, uma charge de Millôr Fernandes, denuncia a mal e os comportamentos antiéticos.
solidão da virtude (honestidade). O segundo, da escrito- O aluno, assim, poderia trazer esses problemas para
ra Lya Luft, critica a normalização dos vícios (ignorância, o seu projeto de texto, deixando claro que entendeu as
cinismo, banditismo). O terceiro, do psicanalista Contardo contradições relacionadas à ética no contexto brasileiro
Calligaris, mostra o perigo de enxergar sempre a desonesti- e apresentando propostas sociais, respeitados os direitos
dade nos outros, nunca em nós mesmos. humanos, para amenizar esse quadro. Entre elas, caberia
O objetivo central do tema foi conduzir o aluno a per- o velho e sempre oportuno investimento em educação de
ceber os riscos de lidar com a questão da ética a partir do qualidade, capaz não só de alfabetizar e informar, mas,
senso comum. Fala-se muito em ética. Os jornais e revistas principalmente, de formar valores éticos, consciência mo-
comentam-na bastante. As redes de televisão proclamam a ral, cidadania, alteridade e sensibilidade. Além disso, uma
todo tempo a carência de ética nos serviços públicos, en- outra opção interessante seria estimular o compromisso das
tre políticos, na própria mídia, no comércio, nos esportes, instituições de modo geral (família, igreja, sociedades ci-
nas relações sociais e até na religião. Todavia, a vivência vis) com um grande projeto nacional de resgate da ética e,
pessoal da ética é a verdadeira experiência a partir da qual principalmente, incluir nele a mídia, que, sendo a grande
as grandes transformações humanas e sociais acontecem. formadora de opinião do país, deveria tratar de estabele-
Os três textos caminham na mesma direção, qual seja, cer uma programação responsável, ética e socialmente, por
chamar atenção para a ilusão em que se encontra o sujeito meio da prioridade à valorização do humano, à solidarie-
que se percebe alheio em relação ao cenário ético de seu dade, ao respeito à diferença, à inclusão e à reflexão sobre
país. O indivíduo que se acredita melhor que seus pares, o a ética.

Orientações para resolução da parte objetiva (180 testes) do ENEM:


• Leia com atenção o enunciado, nos seus vários códigos de linguagem (ex.: texto ou imagem), e busque a alternativa
que responde corretamente ao que foi pedido no enunciado.
• Leia com atenção todas as alternativas, tendo em mente sempre o que o enunciado do teste pediu.
• As respostas, na maioria das vezes, estão no enunciado ou estão nele confirmadas.
• A prova não privilegia os conteúdos ou os detalhes das disciplinas como nos vestibulares convencionais. Na prova
do ENEM, a leitura, a interpretação e o caráter multi/interdisciplinar são a tônica da prova.
• Os enunciados são claros e sem armadilhas (“pegadinhas”).
• As alternativas corretas ou verdadeiras possuem uma redação clara e sem pegadinhas (“dupla interpretação”).
Linguagens e Códigos

A área de Linguagens, códigos e suas tecnologias envolve as


tradicionais disciplinas de Língua Portuguesa, Literatura, Língua
Estrangeira Moderna, Artes, Educação Física e Informática. E
o que todas essas disciplinas têm em comum? Todas possuem
sistemas simbólicos que podem ser “lidos”, ou seja, possuem
significados possíveis de análise, desvelamento, crítica.
Assim, podem-se considerar linguagens: notícias de jornal,
histórias em quadrinhos, poemas, anúncios, obras de arte,
fachadas de casas, movimentos corporais, códigos de barras,
etiquetas de roupa, placas de trânsito...
Vivemos mergulhados num mar de textos, significados,
discursos. Espera-se, por isso, que o estudante concluinte
do Ensino Médio seja capaz de interpretar textos, deduzir
significados, ler entrelinhas, desvendar intenções, apreender
objetivos e interagir com esses discursos todos, sem se deixar
levar de forma ingênua.

MANUAL PRÓ-ENEM
12
ENEM Linguagens e Códigos 13

1. Eixos cognitivos
I) Dominar linguagens (DL): dominar a norma culta da língua portuguesa e fazer uso das linguagens matemática,
artística e científica e das línguas espanhola e inglesa.
II) Compreender fenômenos (CF): construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão
de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas.
III) Enfrentar situações-problema (SP): selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações represen-
tados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema.
IV) Construir argumentação (CA): relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos
disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente.
V) Elaborar propostas (EP): recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de
intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.

2. Matriz de referência
Competência 1 Aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola, no
trabalho e em outros contextos relevantes para sua vida.
Habilidade 1 Identificar as diferentes linguagens e seus recursos expressivos como
elementos de caracterização dos sistemas de comunicação.
Habilidade 2 Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de
comunicação e informação para resolver problemas sociais.
Habilidade 3 Relacionar informações geradas nos sistemas de comunicação e
informação, considerando a função social desses sistemas.
Habilidade 4 Reconhecer posições críticas aos usos sociais que são feitos das
linguagens e dos sistemas de comunicação e informação.
Competência 2 Conhecer e usar língua(s) estrangeira(s) moderna(s) (LEM) como instrumento
de acesso a informações e a outras culturas e grupos sociais*.
*A área 2 será incluída apenas a partir de 2010.

Habilidade 5 Associar vocábulos e expressões de um texto em LEM ao seu tema.


Habilidade 6 Utilizar os conhecimentos da LEM e de seus mecanismos como meio de ampliar
as possibilidades de acesso a informações, tecnologias e culturas.
Habilidade 7 Relacionar um texto em LEM, as estruturas linguísticas, sua função e seu uso social.
Habilidade 8 Reconhecer a importância da produção cultural em LEM como representação da diversidade cultural e linguística.
Competência 3 Compreender e usar a linguagem corporal como relevante para a
própria vida, integradora social e formadora da identidade.
Habilidade 9 Reconhecer as manifestações corporais de movimento como originárias
de necessidades cotidianas de um grupo social.
Habilidade 10 Reconhecer a necessidade de transformação de hábitos corporais
em função das necessidades cinestésicas.
Habilidade 11 Reconhecer a linguagem corporal como meio de interação social, considerando os limites
de desempenho e as alternativas de adaptação para diferentes indivíduos.
Competência 4 Compreender a arte como saber cultural e estético gerador de significação
e integrador da organização do mundo e da própria identidade.
Habilidade 12 Reconhecer diferentes funções da arte, do trabalho da produção dos artistas em seus meios culturais.

Habilidade 13 Analisar as diversas produções artísticas como meio de explicar diferentes culturas, padrões de beleza e
preconceitos.
Habilidade 14 Reconhecer o valor da diversidade artística e das inter-relações de elementos que
EM1D-12-1E

se apresentam nas manifestações de vários grupos sociais e étnicos.


14

Competência 5 Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando


textos com seus contextos, mediante a natureza, função, organização, estrutura
das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção.

Habilidade 15 Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção,


situando aspectos do contexto histórico, social e político.

Habilidade 16 Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção do texto literário.

Habilidade 17 Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis


e permanentes no patrimônio literário nacional.

Competência 6 Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de organização
cognitiva da realidade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação.

Habilidade 18 Identificar os elementos que concorrem para a progressão temática e para a


organização e estruturação de textos de diferentes gêneros e tipos.

Habilidade 19 Analisar a função da linguagem predominante nos textos em situações específicas de interlocução.

Habilidade 20 Reconhecer a importância do patrimônio linguístico para a


preservação da memória e da identidade nacional.

Competência 7 Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas.

Habilidade 21 Reconhecer em textos de diferentes gêneros, recursos verbais e não verbais


utilizados com a finalidade de criar e mudar comportamentos e hábitos.

Habilidade 22 Relacionar, em diferentes textos, opiniões, temas, assuntos e recursos linguísticos.

Habilidade 23 Inferir em um texto quais são os objetivos de seu produtor e quem é seu público-
-alvo, pela análise dos procedimentos argumentativos utilizados.

Habilidade 24 Reconhecer no texto estratégias argumentativas empregadas para o convencimento do


público, tais como a intimidação, sedução, comoção, chantagem, entre outras.

Competência 8 Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna, geradora de


significação e integradora da organização do mundo e da própria identidade.

Habilidade 25 Identificar, em textos de diferentes gêneros, as marcas linguísticas que


singularizam as variedades linguísticas sociais, regionais e de registro.

Habilidade 26 Relacionar as variedades linguísticas a situações específicas de uso social.

Habilidade 27 Reconhecer os usos da norma-padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação.

Competência 9 Entender os princípios, a natureza, a função e o impacto das tecnologias da comunicação


e da informação na sua vida pessoal e social, no desenvolvimento do conhecimento,
associando-o aos conhecimentos científicos, às linguagens que lhes dão suporte, às demais
tecnologias, aos processos de produção e aos problemas que se propõem solucionar.
Habilidade 28 Reconhecer a função e o impacto social das diferentes tecnologias da comunicação e informação.
Habilidade 29 Identificar, pela análise de suas linguagens, as tecnologias da comunicação e informação.
Habilidade 30 Relacionar as tecnologias de comunicação e informação ao desenvolvimento
das sociedades e ao conhecimento que elas produzem.
ENEM Linguagens e Códigos 15

3. Competências e habilidades
C1 Aplicar as tecnologias da comunicação e esse arranjo, lançou de novo a interjeição gutural, designou
da informação na escola, no trabalho e em os juazeiros invisíveis.
outros contextos relevantes para sua vida. O estilo de Graciliano Ramos, somado à temática do
livro Vidas secas, fez resultar um texto claro, direto e de-
H1 Identificar as diferentes linguagens e seus notativo, parecido com textos produzidos pelos realistas
recursos expressivos como elementos de do século XIX; no entanto, apesar disso, é possível iden-
caracterização dos sistemas de comunicação. tificarmos algumas conotações no fragmento lido ante-
riormente.
1. (ENEM) Leia os fragmentos a seguir, retirados da obra Após análise, marque o item em que o trecho é pura-
Vidas secas, de Graciliano Ramos. mente denotativo.
Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas man- a) “...os juazeiros alargavam duas manchas verdes...”
chas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, esta- b) “O voo negro dos urubus...”
vam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas c) “Tinha o coração grosso...”
como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem d) “...e o vaqueiro precisava chegar, não sabia onde...”
progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma e) “...impossível abandonar o anjinho aos bichos do
sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos mato...”
galhos pelados da caatinga rala.
Arrastaram-se para lá, devagar, Sinhá Vitória com o filho 2. (ENEM) O texto a seguir é um trecho de uma conver-
mais novo escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça; sa por meio de um programa de computador que permi-
Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada te comunicação direta pela internet em tempo real, como
numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira o MSN Messenger. Esse tipo de conversa, embora escrita,
no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás. apresenta muitas características da linguagem falada, se-
(...) gundo alguns linguistas. Uma delas é a interação ao vivo
A caatinga estendia-se, de um vermelho indeciso, salpi- e imediata, que permite ao interlocutor conhecer, quase
cado de manchas brancas que eram ossadas. O voo negro dos instantaneamente, a reação do outro, por meio de suas res-
urubus fazia círculos altos em redor de bichos moribundos. postas e dos famosos emoticons (que podem ser definidos
– Anda, excomungado. como “ícones que demonstram emoção”).
O pirralho não se mexeu, e Fabiano desejou matá-lo. Ti- João diz: oi
nha o coração grosso, queria responsabilizar alguém pela sua Pedro diz: blz?
desgraça. A seca parecia-lhe como um fato necessário – e a João diz: na paz e vc?
obstinação da criança irritava-o. Certamente esse obstáculo Pedro diz: tudo trank 
miúdo não era culpado, mas dificultava a marcha, e o vaquei- João diz: oq vc ta fazendo?
ro precisava chegar, não sabia onde. [...]
Tinham deixado os caminhos, cheios de espinhos e seixos, Pedro diz: tenho que sair agora...
fazia horas que pisavam a margem do rio, a lama seca e ra- João diz: flw
chada que escaldava os pés. Pedro diz: vlw, abc
Pelo espírito atribulado do sertanejo passou a ideia de Para que a comunicação, como no MSN Messenger, se dê
abandonar o filho naquele descampado. Pensou nos urubus, em tempo real, é necessário que a escrita das informações
nas ossadas, coçou a barba ruiva e suja, irresoluto, exami- seja rápida, o que é feito por meio de:
nou os arredores. Sinhá Vitória estirou o beiço indicando a) frases completas, escritas cuidadosamente com acentos
vagamente uma direção e afirmou com alguns sons guturais e letras maiúsculas (como “oq vc ta fazendo?”).
que estavam perto. Fabiano meteu a faca na bainha, guar- b) frases curtas e simples (como “tudo trank”) com abrevia-
dou-a no cinturão, acocorou-se, pegou no pulso do menino, turas padronizadas pelo uso (como “vc” – você; ”vlw” – va-
que se encolhia, os joelhos encostados ao estômago, frio leu!).
como um defunto. Aí a cólera desapareceu e Fabiano teve c) uso de reticências no final da frase, para que não se
pena. Impossível abandonar o anjinho aos bichos do mato. tenha que escrever o resto da informação.
Entregou a espingarda a Sinhá Vitória, pôs o filho no can- d) estruturas coordenadas, como “na paz e vc”.
gote, levantou-se, agarrou os bracinhos que lhe caíam sobre e) flexão verbal rica e substituição de dígrafos consonan-
EM1D-12-1E

o peito, moles, finos como cambitos. Sinhá Vitória aprovou tais por consoantes simples (“qu” po “k”).
16

H3 Relacionar informações geradas nos sistemas exclusão, de desespero e desencanto frente a um sentido da
de comunicação e informação, considerando vida. É neste ponto que somos remetidos diretamente à ques-
a função social desses sistemas. tão da democracia, um projeto que se realiza nas relações da
sociabilidade humana.
3. (ENEM) Leia o texto a seguir. Disponível em: <http://www.jornaldeopiniao.
com.br>. Acesso em: 03 maio 2009.
O ABC do internetês O texto pretende que o leitor se convença de que a:
a) ética é a vivência da realidade das classes pobres, como
Um pequeno glossário das abreviações mais populares mostra o fragmento “é uma realidade de fome e miséria”.
na Internet b) ética é o cultivo dos valores morais para encontrar sen-
tido na vida, como mostra o fragmento “de desespero e de-
sencanto frente a um sentido da vida”.
vc: você qnt: quantos c) experiência democrática deve ser um projeto vivido na
blz: beleza alg: alguém coletividade, como mostra o fragmento “um projeto que se
kd: cadê ans: anos realiza nas relações da sociabilidade humana”.
fds: final de semana axo: acho d) experiência democrática precisa ser exercitada em be-
net: Internet q: que nefício dos mais pobres, com base no fragmento “tornar
tb: também nd: nada possível o enfrentamento da vida com dignidade”.
tah: tá ñ: não e) democracia é a melhor forma de governo para as classes
tc: teclar, digitar, naum: não menos favorecidas, como mostra o fragmento “É neste ponto
conversar a v: a ver que somos remetidos diretamente à questão da democracia”.
flw: falou xau: tchau
fmz: firmeza att: atualizar
C2 Conhecer e usar língua(s) estrangeira(s)
tdo: tudo add: adicionar
moderna(s) (LEM) como instrumento de acesso a
qdo: quando acc: aceitar
informações e a outras culturas e grupos sociais.
pq: porque bjs: beijos
eai: oi abs: abraços H5 Associar vocábulos e expressões de
um texto em LEM ao seu tema.
Revista Língua Portuguesa – 2/2009 – Edição 40

Muitos acreditam que as pessoas usam cada vez mais o LÍNGUA ESTRANGEIRA/INGLÊS
“internetês” sob o pretexto da concisão e da economia de
caracteres. Mas há palavras que não obedecem a esse cri- Leia atentamente o cartoon para responder à pergunta
tério econômico e, apesar de serem usadas frequentemente a seguir.
pelos internautas, não se tornaram menores que suas cor-
respondentes na norma culta do idioma. Levando em con-
sideração o texto anterior, marque a alternativa em que
estão presentes essas palavras.
a) “vc”, “net”, “naum”
b) “net”, “tah”, “naum”
c) “tah”,“eai”, “naum”
d) “tah”, “axo”, “naum”
e) “net”, “flw”, “tdo”

H4 Reconhecer posições críticas aos usos


sociais que são feitos das linguagens e dos
sistemas de comunicação e informação.

4. (ENEM) A ética nasceu na pólis grega com a pergunta


pelos critérios que pudessem tornar possível o enfrentamento
da vida com dignidade. Isto significa dizer que o ponto de
partida da ética é a vida, a realidade humana, que, em nosso
caso, é uma realidade de fome e miséria, de exploração e Disponível em: <www.gocomics.com/tomtoles>.
ENEM Linguagens e Códigos 17

5. (ITA-SP) Assinale a opção que mais se aproxima da ideia Qual é a mensagem do texto acima?
central do texto. a) Coloque seu alvo onde possa alcançá-lo.
a) O trabalho dignifica o homem. b) Não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje.
b) Uma andorinha só não faz verão. c) Tudo aquilo que se decidir a ter, terá.
c) Quem tudo quer, nada tem. d) Cada dia de trabalho o coloca mais perto de sua meta.
d) A ociosidade é a mãe de todos os vícios. e) O pensamento positivo faz com que você se sinta em
e) Mais vale prevenir que remediar. férias todos os dias.

6. (Udesc) Leia atentamente o texto e responda à questão 8. (UENP-PR) Leia o poema abaixo.
abaixo.
English Around the World All things bright and beautiful,
(by 5 minute English) All creatures great and small,
Have you ever had the desire to wander the world and All things wise and wonderful,
see what was out there? While some people prefer to stay in The Lord God made them all.
the comfort of their own home, others have been bitten by Each little flower that opens,
the travel bug and can’t wait to explore the world. Exotic Each little bird that sings,
places call to them. “Come visit me and I will show you my He made their glowing colours,
mysteries”, they say. He made their tiny wings.
Every year millions of people pack their suitcases or put on He gave us eyes to see them,
backpacks and flock to visit the seven continents of the world. And lips that we might tell,
They wander through the castles and museums of Europe, and How great is God Almighty,
the cities and natural wonders of North and South America. Who has made all things well.
Some visit the vast exotic cultures of Asia, Africa and the by Cecil F. Alexander
Middle East. The great outback of Australia is a wonderland for The text speaks of:
those who go there. And a few lucky people even make to the a) God’s anger.
most mysterious continent on the earth – Antarctica. b) God’s mercy.
Why do people want to explore the world? It gives them c) God’s creative power.
a better perspective about the earth and the people living d) God’s pity.
on it. It opens their minds, it gives them a feeling of e) God’s omniscience.
accomplishment, and it makes them feel alive. So save
some money, get your passport ready, and see the world. It Leia atentamente o cartoon e responda às questões 9
will change your life forever. e 23.

The text says that:


a) not only should you stay still, but also be at your own
vicinity.
b) your life will be put aside if you travel.
c) your perspective about life ought to be the same when
you are away.
d) getting some belongs and getting on the road is
awesome for you.
e) people might get a different perspective of their routine
after wandering around streets.

7. (UENP-PR) Leia atentamente o texto para responder


à pergunta.
Do you want something? Do this: post a picture of your
goal, or a picture that symbolizes it, in a spot where you will
see it every day. When you are washing dishes, stare down
that jet plane, and the vacation its represents. Keep your goal
in mind. You will naturally work toward it and you will get it.
EM1D-12-1E

Disponível em: <http://www.unitedmedia.com/comics/


From The Secret, by Rhonda Byrne peanuts/achive/peanuts-0050713html>. Adaptado.
18

9. (UERN) According to Lucy’s answer to Charlie Brown, For showing me the meaning of success,
we can infer that she is: oooh well, well,
a) innocent. oooh well, well,
b) assumptive. Woman I know you understand
c) decided. The little child inside the man,
d) religious. Please remember my life is in your hands,
And woman hold me close to your heart,
10. (UFG-GO) Para responder à pergunta, leia o cartoon However, distant don´t keep us apart,
abaixo. After all it is written in the stars,
oooh well, well,
oooh well, well,
Woman please let me explain,
I never mean(t) to cause you sorrow or pain,
So let me tell you again and again and again,
I love you (yeah, yeah) now and forever,
I love you (yeah, yeah) now and forever,
I love you (yeah, yeah) now and forever,
I love you (yeah, yeah)…

What is meant by the expression “I can hardly express”


(line 1)?
a) I don´t want to express.
b) It is easy for me to express.
c) The woman finds it difficult to express.
d) It is difficult for me to express.

Disponível em: <http://www.cartoonstock.com/ LÍNGUA ESTRANGEIRA/ESPANHOL


directory/m/make_small_talk.asp>.
Leia o texto a seguir e responda às questões 12 e 21.
The doctor wants to see his secretary in his office
Computadoras que aprenden y dialogan
because she:
con el ser humano
a) establishes a quite intimate relationship with his patients.
Steve Lohr y John Markoff
b) keeps his patients waiting too much time in the waiting
room. Hace décadas que los investigadores buscan la inteligen-
c) talks about everything and forgets requesting basic cia artificial. Pero en los últimos años se produjo un gran
information. progreso: ya hay máquinas capaces de escuchar, hablar, ver,
d) spends all the time on blah blah blah and does not razonar y aprender. Un completísimo informe con los últimos
work. avances y cómo impactará en el mundo laboral y social.
e) maintains friendly contact with his patients and charges “Hola, gracias por venir”, dice la asistente, dirigiéndose
for it. a una madre con su hijo de 5 años. “¿Están aquí por su hijo
o por usted?”
11. (Ufla-MG) A seguir temos a letra da música Woman escri- “Por mi hijo”, responde la madre. “Tiene diarrea”.
ta por John Lennon. Leia a letra para responder a pergunta. “Oh, lo lamento”, dice, mirando al niño.
La asistente le pregunta a la madre si ha tenido otros
Woman síntomas, por ejemplo fiebre (“leve”) y dolor abdominal (“él
by John Lennon no se ha quejado”).
Woman I can hardly express, Entonces se dirige nuevamente al niño: “¿Te duele el estó-
My mixed emotion at my thoughtlessness, mago?” “Sí”, replica él.
After all I’m forever in your debt, Después de hacer algunas preguntas más, la asistente de-
And woman I will try express, clara que “por el momento no hay nada preocupante”. Lue-
My inner feelings and thankfullness, go les da una consulta con un médico para un par de días
ENEM Linguagens e Códigos 19

después. La madre toma a su hijo de la mano para salir del Massachusetts, quien usa rutinariamente software de trans-
consultorio. Pero él mira todo el tiempo hacia atrás, mira a cripción. “Pero por alguna razón, tiene un problema con las
la asistente y parece reacio a irse. palabras “ella” y “él”. Cuando yo digo “ella”, escribe “él”. La
Tal vez sea porque la asistente es la imagen irreal de la cara tecnología es sexista: le gusta escribir “él”.
de una mujer en la pantalla de una computadora: un avatar A pesar de todo, el software de traducción que está
sin adornos. Sus palabras amables son espasmódicas, nervio- siendo sometido a prueba por la Defense Advanced Rese-
sas, monótonas y mecánicas. Pero está capacitada para hacer arch Projects Agency (Proyectos de Investigación Avanza-
lo que hace, entiende el habla de una persona, reconoce da de la Agencia de Defensa) es lo suficientemente rápido
ciertos síntomas en un niño y razona según reglas sen- como para mantener conversaciones simples. En Irak, con
cillas: hacer un diagnóstico inicial de la indisposición de un algunos soldados el inglés se traduce al árabe y el árabe
niño y de su gravedad. Y ganarse la simpatía de un chico de al inglés. Pero todavía queda un largo camino por recor-
cinco años. rer. Por ejemplo, cuando un soldado le preguntó a un civil
“Nuestros hijos pequeños y nuestros nietos pensarán que “¿qué lleva usted en su camión?” la respuesta en árabe
es completamente natural hablar con las máquinas y enten- fue: “transporto tomates”. “[I am] carrying tomatoes”.
derlas”, dijo Eric Horvitz, un científico de la computación, que Pero la traducción inglesa fue que transportaba “tomates
está en el laboratorio de investigación de Microsoft donde se preñados”. El software de voz entendió “carrying” [preña-
desarrolla el proyecto “Avatar médico”, uno de los varios que da] pero no entendió el contexto.
pretenden demostrar que tal vez dentro de poco tiempo las Aunque todavía está lejos de la perfección, el software de
personas y las computadoras podrán comunicarse. reconocimiento de voz es lo suficientemente bueno desde mu-
Hace décadas que los investigadores en informática se pro- chos puntos de vista. Tomemos como ejemplo los “call centers”.
pusieron llegar a la inteligencia artificial, es decir a la utili- Hoy en día el software de voz permite que muchos llamados
zación de computadoras para simular el pensamiento humano. se automaticen íntegramente. Y ciertos sistemas más avan-
Pero en los últimos años se ha producido un rápido progreso: zados son capaces de entender hasta lo que dice un cliente
ya hay máquinas capaces de escuchar, hablar, ver, razonar perplejo ante un producto que ha comprado y no funciona bien.
y aprender, a su manera. Según los científicos y los econo- Y además, también son capaces de poner en contacto al cliente
mistas, las perspectivas para el futuro son que la inteligencia con la persona adecuada, lo que le ahorra frustración y tiempo.
artificial no sólo transformará la forma en que seres humanos Pueden detectar el enojo en la voz y responder en consecuen-
y máquinas se comunican y colaboran, sino que además elimi- cia: por lo general, pasándole el llamado a un gerente.
nará millones de puestos de trabajo, creará muchos otros De modo que el futuro es incierto para muchos de los
y modificará la índole del trabajo y de las rutinas diarias. cuatro millones de empleados que, según se estima, trabajan
La tecnología de inteligencia artificial que más ha avan- en los call centers de todo Estados Unidos; o para los 100.000
zado en el ámbito de la vida cotidiana es la comprensión de transcripcionistas médicos, cuyos empleos ya estaban ame-
lo que los seres humanos le dicen a la máquina. Actualmente, nazados por el traslado al exterior. “Todo el trabajo básico
en vez de tipear mucha gente le habla a su teléfono celular que puede automatizarse ya está en la mira de la tecnología
para buscar cosas. Los servicios de búsqueda tanto de Google y de la globalización, y el paulatino perfeccionamiento de la
como de Microsoft ahora responden a comandos de voz. Y inteligencia artificial sólo magnifica esa realidad”, dijo Erik
muchísimos conductores les piden a sus automóviles cosas Brynjolfsson, un economista de la Facultad de Administración
como buscar direcciones o poner música. de Empresas de la Sloan School del MIT (Massachusetts Insti-
El número de médicos estadounidenses que utilizan software tute of Technology).
de voz para grabar y registrar las historias clínicas y los trata- Pero el profesor Brynjolfsson sostiene que la inteligencia
mientos de sus pacientes se ha triplicado en los últimos tres artificial también favorecerá la innovación y creará opor-
años, llegando a 150.000. El progreso es sorprendente. Hace tunidades, tanto para los individuos como para las empresas,
algunos años, el músculo supraspinatus (músculo supraespi- así como la Internet ha llevado a nuevos negocios, como Goo-
noso, un músculo de rotación del hombro), fue traducido como gle, y a nuevas formas de comunicación, como los blogs y las
“banana fish”, algo así como “banana espinosa”. Hoy en día, el redes sociales. Algún día, predicen los expertos, las máquinas
software transcribe perfectamente todo tipo de terminología inteligentes guiarán a los estudiantes, asistirán a los ciruja-
médica, dicen los profesionales. Tiene, en cambio, problemas con nos y conducirán vehículos sin ningún riesgo.
palabras de uso corriente y con la gramática, lo que requiere cor- […]
recciones en una de cada cuatro oraciones, aproximadamente. The New York Times, 03 de julio de 2010. Traducción de
“Es increíble cuánto ha mejorado en los últimos cinco Ofelia Castillo. Texto adaptado. Disponible en: <http://
EM1D-12-1E

años”, dijo el Dr. Michael A. Lee, un pediatra de Norwood, www.clarin.com/internet/computadoras-hablan-


mantienen-dialogos-humano_0_290371186.html>.
20

12. (UFU-MG) Leia o seguinte fragmento extraído do texto 13. (Mackenzie-SP) En el texto, los sinónimos correctos de
e assinale a alternativa que não apresenta um equivalente frunces, faldas y hechuras son, respectivamente:
para a expressão destacada. a) apoyos, formas y medidas.
“Pero él mira todo el tiempo hacia atrás, mira a la asis- b) dobleces, polleras y confecciones.
tente y parece REACIO a irse.” c) chascos, ojales y caídas.
a) contrario c) reluctante d) fuelles, muelles y factores.
b) sumiso d) desobediente e) agujeros, hilos y telas.

Leia o texto abaixo e responda às questões de 13 a 17. 14. (Mackenzie-SP) En el texto, el significado de escabechar es:
a) descolgar. d) confeccionar.
La moda, la ropa b) estropear. e) medir.
Hasta hace unos veinte años, cuando el auge de las ma- c) lucir.
nufacturas en serie empezó a arrinconar a los gremios arte-
sanales, vestirse era un negocio demorado y ameno, atenido 15. (Mackenzie-SP) En el texto, los sinónimos correctos de
a diversos rituales, cuyo ejercicio y aprendizaje ocupaba gran las palabras destacadas en negrita, ameno, atenido y con-
parte del tiempo de las mujeres, y de la conversación que cienzudo son, respectivamente:
mantenían con sus maridos y amigas. a) delicado, cedido y metido.
En todas las casas había una máquina de coser y se b) dividido, entendido y mugriento.
veían figurines por en medio, que alguien estaba consul- c) deleitoso, ceñido y meticuloso.
tando, no distraídamente, sino con un interés concienzu- d) desvariado, cobijado y martillado.
do, investigando el intríngulis de aquellos frunces, nesgas, e) desnudo, convivido y cachetudo.
volantes, pinzas y nidos de abeja que se veían en el dibujo.
“Sí, claro, ahí pintado queda muy bonito, pero esta tela es 16. (Mackenzie-SP) En el texto, el significado correcto de la
demasiado gruesa, no sé como quedará”. “Desde luego no expresión de afianzarse en es:
es traje para doña Petra, doña Petra te lo escabecharía”. a) de aferrarse en.
Las modistas se dividían en dos categorías principales: b) de cimentarse en.
aquellas de las que se temía que pudieran escabechar un c) de afeitarse en.
traje y las que nunca lo escabechaban. Naturalmente esta d) de dañarse en.
clasificación, como subjetiva que era, dependía del grado e) de apuntalarse en.
de credibilidad que la cliente prestara a quien iba a encar-
garse de desempeñar la labor.(…) 17. (Mackenzie-SP) En el texto, la expresión destacada en
A las costureras, que solían alternar su labor en la propia negrita, a tenor del lujo, significa:
casa con jornadas mal pagadas en domicilios particulares, se a) según la elocuencia.
les encargaban de preferencia las batas, las faldas de diario, b) siguiendo a la muchedumbre.
la ropa interior, los uniformes de las criadas y los vestidos de c) de acuerdo con el gentío.
los niños. (…) A las modistas propiamente dichas, es decir, a d) de acuerdo con la pompa.
las que habían tenido la suerte de afianzarse en su nombre de e) según lo mustio.
tales, no venían nunca a las casas, y eran apreciadas a tenor
del lujo con que se hubieran montado y de la lentitud con que H6 Utilizar os conhecimentos da LEM e
llevaran a cabo sus trabajos. Siempre me extrañó el hecho de de seus mecanismos como meio de
que su prestigio estuviera en razón inversa con la prontitud ampliar as possibilidades de acesso a
informações, tecnologias e culturas.
en terminarlos y nunca en razón directa.(…)
Las más recomendadas eran naturalmente las más caras,
y además tenían muchos figurines, algunos extranjeros, los LÍNGUA ESTRANGEIRA/INGLÊS
consultaban con la cliente en el probador y se permitían su-
gerir y aconsejar hechuras. Pero la tela la compraba siempre 18. (ECS-AL) Para responder à questão, leia o texto seguinte.
la señora. Modistas que no admitieran telas, en provincias no
las había. El título, superior a todos, de modista que pone Professor Robert Park of the University of Maryland
ella la tela sólo lo ostentaban algunas de Madrid. Vestirse en has launched an attack on the popular image of scientists
Madrid con una modista que tenía telas, era el no va más. as shown by movies and television. Scientists, he says,
Adaptado de Carmen Martín Gaite, El cuarto de atrás.
are generally portrayed as forgetful, short-sighted and
even crazy.
ENEM Linguagens e Códigos 21

The professor is right, of course. Though there have been fondness for shrinking people to the size of chickens does not
a few serious attempts to treat scientists with respect, the suggest a candidate for the Nobel Prize. [...]
model for most movie scientists remains the screen version of Peter May. Knockout First Certificate. Oxford:
Mary Shelley’s Frankenstein. Brilliant man, of course, but so Oxford University Press, 2000.
obsessed with making a monstrous Boris Karloff from spare
body parts that he seems quite unconcerned by what his awful De acordo com o texto, Frankenstein:
creation is likely to get up to. a) queria mostrar Boris Karloff como um homem brilhante.
Frankenstein had even madder movie contemporaries. There b) teve, no cinema, contemporâneos até mais loucos do
was Dr. Moreau, whose speciality was genetics: his laboratory que ele.
was an island of creatures that were half animal and half human. c) trabalhava em um laboratório localizado em uma ilha.
Or how about Dr. Alexander Thorkel as a role model? In d) tentou servir de modelo para alguns cientistas.
Dr. Cyclops he might be the world’s greatest biologist, but his e) não mostrava grande respeito pelos cientistas em geral.

19. (Mackenzie-SP) Leia atentamente o cartaz ao


lado para responder à pergunta.
The message conveyed by the advertisement
states that:
a) you are to blame for blindness in the world.
b) millions of blind people can be cured immediately.
c) a different kind of treatment for blindness is
being supported now.
d) eyesight treatment is unavailable to some
presently.
e) being aware of the problem is enough to make
a difference in the world nowadays.

20. (UENP) Leia o texto a seguir e responda à questão.

Galileo Galilei
Galileo Galilei was a great Italian scientist,
mathematician and astronomer. He was born in
1564 in Pisa and was sent to school at the Monastery
of Vallombrosa, near Florence. He had many gifts and
became a good musician as well as an amateur painter.
It was only later that he became interested in Science
and Mathematics.
It was from the top of the Pisa Tower that Galileo
determined the velocity of falling objects: all objects
fall at the same speed, whatever their mass. Previously
people had thought that heavy objects fell to Earth
more quickly than light ones.
From People Magazine
What was one of Galileo’s most important
contribution to the Science? Adaptado
a) He determined that heavy objects fall to Earth
as the same speed as the light ones.
b) He determined the velocity of light objects.
c) He determined that heavy objects fall to Earth more quickly than the light ones.
d) He determined the velocity of heavy objects.
EM1D-12-1E

e) He determined that heavy objects have the same mass of the light ones whatever their velocity.
22

LÍNGUA ESTRANGEIRA/ESPANHOL críticos, prensa y público. Además cuenta con una proyección
internacional con los campeonatos de Europa y del mundo.
21. (UFU-MG) Em relação ao software de gravação de voz, os 5. Tiene un enorme potencial de expansión. La pelota va-
profissionais afirmam que: lenciana se puede jugar prácticamente en cualquier rincón,
a) os termos médicos estão sendo transcritos com perfei- como por ejemplo la calle. En ese aspecto, a nivel de deporte
ção na atualidade. de base, los niños de cualquier país del mundo pueden intere-
b) o emprego desse recurso para o registro das histórias sarse más por la pelota que por otros deportes que requieren
clínicas foi triplicado. instalaciones especiales como el tenis o el golf.
c) as palavras coloquiais e a correção gramatical têm sido 6. Es un deporte plural. La pelota es un deporte extra-
o principal problema. ordinariamente plural tanto en las modalidades como en las
d) o programa cometia erros elementares na tradução al- reglas que en ellas se aplican. Así vemos que en Euskadi los
guns anos atrás. pelotaris juegan frente a un muro mientras en el Reino de Va-
lencia juega un hombre frente a otro. El tenis (que es deporte
22. (UFU-MG) olímpico) es un invento anglosajón inspirado en la pelota.
Pelota valenciana: un deporte olímpico 7. La pelota es un deporte competitivo. Actualmente la pe-
Josué Ferrer lota se practica a un alto nivel en el Reino de Valencia, Bélgica,
¿Y por qué no? La pelota, deporte nacional de los valencia- Holanda, Italia, Francia y Argentina. Otros deportes olímpicos
nos, ha sido históricamente uno de los deportes más grandes del como el hockey sobre hielo tienen mucha menos rivalidad. De
mundo. A pesar de que la burguesía y la intelectualidad valen- hecho, con la desintegración de la Unión Soviética, Canadá es
cianas a menudo le han dado la espalda, este glorioso deporte prácticamente la única gran potencia mundial en este juego.
ha sobrevivido a las adversidades gracias a la práctica que de él 8. La pelota no es un deporte caro. A lo largo de la historia
se ha hecho en muchísimos pueblos de nuestro país. Desde aquí las autoridades pertinentes han eliminado muchísimos depor-
enarbolo mi voz a favor de que se trabaje para promocionar la pe- tes de los Juegos para reducir costes que en algunos casos
lota valenciana de cara a que pueda tener representación en los eran exorbitantes. No es el caso de este juego que cuenta con
Juegos Olímpicos (JJOO) pues es un deporte más importante de plantillas reducidas, un material económico y que lejos de ne-
lo que creemos. Por eso, hay que desterrar los mitos y prejuicios cesitar grandes estadios se puede disputar en cualquier lugar.
que provienen de la ignorancia y darnos cuenta de que el deporte 9. Da espectáculo. La pelota no tiene por qué ser un de-
de pelota reúne grandes condiciones para ser olímpico y de que porte aburrido como lo pueda ser el remo para alguna gente.
de hecho se lo merece muchísimo más que otros. Al contrario. Las reglas son bien sencillas y fáciles de enten-
1. La pelota es un deporte histórico. Llamarle milenario der, el duelo que se da entre los pelotaris resulta apasionan-
no es exagerar pues se ha jugado, en unas modalidades u te y titánico, el público se va satisfecho del trinquete y las
otras, desde tiempos inmemoriales en pueblos tan diversos apuestas dan aún más interés al juego.
como el egipcio, el japonés o el maya. En ese aspecto la pe- 10. Es clásico y prestigioso. La pelota valenciana no es
lota, solamente por historia, merece su condición olímpica como esos ridículos pseudodeportes que salen de la noche a la
mucho más que deportes recientes como fútbol o bolea playa. mañana y que aunque se les tilde de deportes no pasan de ser
2. No es un deporte de pueblerinos. A pelota han jugado estúpidos juegos de entretenimiento. Es una disciplina clási-
emperadores (Alejandro Magno…), césares (Vespasiano, ca, como el maratón, y cuenta por historia, tradición y cultura
Alejandro Severo…), reyes (Luis X, Carlos VIII, Francisco con un prestigio que difícilmente se encuentra en otro juego.
I, Enrique IV…), etc. El hecho de que las elites más poderosas El deporte de pelota fue diluyéndose y desestructurándose
de la Tierra hayan disfrutado jugando a pelota le confiere ese poco a poco por toda Europa a lo largo del tiempo. Sólo se con-
toque aristocrático y prestigioso que todo deporte necesita. servó en un altísimo grado de pureza en nuestro país, el Reino
3. La pelota no es propia de ignorantes. Ignorante es de Valencia (la pelota vasca funciona con reglas más modernas
quien piense lo contrario pues no sabe que la pelota ha cau- que no se enraízan en la tradición histórica más pura), por lo
tivado a los más altos intelectuales. Escritores como Luis Vi- que podemos llamarle pelota valenciana. Por todas estas razo-
ves, Pedro Calderón de la Barca o Francesc Almela i Vives, nes enarbolo mi voz a favor de que a la pelota, en sus diversas
pintores como Francisco de Goya o Josep Bru o escultores modalidades (incluyendo las vascas), sea disciplina olímpica.
como Ignasi Pinazo, entre otros, se han interesado por ella. Somos potencia mundial; la Selección Valenciana, bajo bandera
4. La pelota no es un deporte minoritario. De hecho, hasta valenciana, se ha proclamado campeona de Europa y del mundo
el siglo XVIII fue el deporte más practicado en toda Europa. Y y mitos como Paco Cabanes Genovés o Enric Sarasol han
a pesar de la dura competencia de los deportes de masas, la sido considerados los mejores no sólo del país, sino también de
pelota valenciana se encuentra en auge. Atrae cada vez a más Europa y del mundo. Eso sería un oro (casi) seguro para el país.
ENEM Linguagens e Códigos 23

A menudo los valencianos no llegamos a apreciar la inmensa riqueza y valor de nuestra historia y cultura. Es por eso que
hace falta un compromiso cívico y patriótico de todos los valencianos (políticos, intelectuales, ciudadanos de a pie…) por tal de
potenciar y prestigiar, aún más si cabe, un juego que como la pelota valenciana es un deporte milenario. La pelota valenciana
no es solamente nuestro deporte nacional y autóctono; es historia, es cultura, es tradición, es orgullo, es casta, es prestigio,
es un emblema identitario de nuestro pueblo y lo más importante; es un clarísimo referente internacional que nos sitúa en el
mapa de este mundo cada vez más globalizado y que hace que en el extranjero la gente se interese por nuestra cultura y que se
convenza de que los valencianos también sabemos hacer las cosas muy bien.
Disponível em:<http://josueferrer.wordpress.com/2010/01/07/pelota-valenciana-un-deporte-olimpico>.
Entre os mitos e preconceitos sobre a “pelota valenciana” assinalados pelo autor está o de ser:
a) historicamente um esporte de intelectuais, de pouco alcance ao povo.
b) um esporte provinciano, apesar de já ultrapassar as fronteiras de Valência.
c) tradicional, mas pouco conhecido, embora tenha um enorme potencial de expansão.
d) um esporte que pode facilmente atrair as crianças, embora requeira campo especial.

H7 Relacionar um texto em LEM, as estruturas linguísticas,


sua função e seu uso social.

LÍNGUA ESTRANGEIRA/INGLÊS
23. (UERN) Which of the following sentences is an example of oral language?
a) “Sometimes I wonder…” c) “Do you ever wonder…?”
b) “…pleased with me.” d) “You know what I wonder?”

24. (UFPB) Leia o texto e responda à pergunta que segue.


EM1D-12-1E
24

Considering the characteristics of the whole text, it is University of Chicago Law School, and married Michelle
correct say that it is from: Robinson, a fellow attorney.
a) a teen fashion magazine. Eventually he was elected to the Illinois state senate,
b) an interactive virtual site. where his district included both Hyde Park and some of the
c) a fantastic modern tale. poorest ghettos on the South Side.
d) a formal business e-mail. In 2004 Obama was elected to the U.S. Senate as a Democrat,
e) a romantic short story. representing Illinois, and he gained national attention by giving
a rousing and well-received keynote speech at the Democratic
25. (IFSC) Responda à pergunta que segue de acordo com o National Convention in Boston. In 2008 he ran for President, and
texto abaixo. despite having only four years of national political experience,
Barack Obama he won. In January 2009, he was sworn in as the 44th President
of the United States, and the first African-American ever elected
to that position.
Disponível em: <http://www.imdb.com/name/nm1682433/bio>

According to the text, choose the correct alternative.


The text can be characterized as:
a) a summary of a person’s life.
b) a comparative review.
c) an interesting abstract.
d) an interview.
e) a personal ad.
Disponível em: <www.google.com.br>
LÍNGUA ESTRANGEIRA/ESPANHOL
Barack Obama was born to a white American mother, Ann
Dunham, and a black Kenyan father, Barack Obama Sr., who 26. (UFAL) Leia o texto a seguir para responder à questão.
were both young college students at the University of Hawaii.
When his father left for Harvard, she and Barack stayed Noticias que rejuvenecen
behind, and his father ultimately returned alone to Kenya, where Predecir cómo va a ser el mundo dentro de unos años ha
he worked as a government economist. Barack’s mother remarried sido una preocupación que viene de antiguo, y la prueba es
an Indonesian oil manager and moved to Jakarta when Barack que la profesión de profeta va pareja en veteranía con la de
was six. He later recounted Indonesia as simultaneously lush alfarero, que ya Dios hizo de alfarero con aquello del barro, y
and a harrowing exposure to tropical poverty. He returned to le salió Adán, que sólo Él sabe si hubiera surgido algo mejor
Hawaii, where he was brought up largely by his grandparents. empleando madera o mármol.
The family lived in a small apartment – his grandfather was Los profetas modernos actúan de forma colegiada y, previa-
a furniture salesman and an unsuccessful insurance agent mente, hacen una encuesta. Luego, hacen otra, y así descubren
and his grandmother worked in a bank – but Barack managed hacia dónde van las tendencias, que, ¡hombre!, no es que te
to get into Punahou School, Hawaii’s top prep academy. His digan en qué fecha llegará el Anticristo, pero te pueden indicar,
father wrote to him regularly but, though he traveled around más o menos, lo que va a hacer la mayoría de la gente.
the world on official business for Kenya, he visited only once, La Fundación de Telefónica ha encargado un útil estudio
when Barack was ten. para conocer los hábitos de menores y adolescentes, y ha des-
Obama attended Columbia University, but found New York’s cubierto que casi 9 de cada 10 menores usan Internet, y que
racial tension inescapable. He became a community organizer for 7 de cada 10 prefieren navegar por la red a ver la televisión.
a small Chicago churchbased group for three years, helping De un golpe, me he sentido rejuvenecer, porque me entretiene
poor South Side residents cope with a wave of plant closings. mucho más leer y contestar el correo electrónico, buscar infor-
He then attended Harvard Law School, and in 1990 became mación, leer los contenidos de periódicos del otro continente
the first African-American editor of the Harvard Law Review. que aquí no llegan, que sentarme a ver en los programas de
He turned down a prestigious judicial clerkship, choosing televisión perorar a personas dedicadas a correr los cien me-
instead to practice civil-rights law back in Chicago, representing tros cama, o a saltar sobre las testas de cornudos y demás
victims of housing and employment discrimination and working infieles en general, en un club donde distingo a unos pocos y
on voting-rights legislation. He also began teaching at the no conozco a los demás.
ENEM Linguagens e Códigos 25

Estamos viviendo un cambio de uso tecnológico que va a Católicos. Tras observar que la cabeza esculpida de la Reina
causar variaciones sociales tan profundas como las que provo- estaba algo más hundida que la del Rey, sus acompañantes le
có la aparición de la imprenta. La Galaxia Gutenberg soportó gastaron una broma: “Es que la Reina era más inteligente que
la embestida de la galaxia Marconi, y ésta la del tubo catódi- su esposo y por eso su cabeza pesaba más”. Todos esperaban
co, pero esto que llega tiene de todo y por su orden: se puede que Evita celebrara el chiste con una sonrisa, pero ésta adoptó
leer, se puede escuchar y se puede ver. Navegábamos a vela, una expresión seria y dijo: “No les quepa la menor duda. En
y resulta que los adolescentes (y algunos que no lo somos) todas las parejas es así”.
preferimos los recientes barcos de vapor. DANGAZO, Gloria. Una broma para Evita. Historia
y vida. Barcelona, n. 479. 2008. Adaptado.
Luis del Val, Siglo XXI, 23 de noviembre de 2009.

Una vez leído el texto por completo, podemos afirmar Iniciando su réplica con la expresión “No les quepa la
que el enunciado que resume su contenido genérico es: menor duda”, Eva Perón recalca su:
a) una crítica a propósito de la proliferación de falsos pro- a) reacción contra la realeza.
fetas, tan abundantes en los días actuales. b) capacidad de poder sorprender.
b) una descripción de las costumbres más habituales de c) talante ajeno a la política.
los jóvenes en la España de hoy. d) tendencia a reír las gracias.
c) una visión nostálgica de los medios técnicos que exis- e) gusto por las bromas machistas.
tían en el pasado.
d) los hábitos que imponen las nuevas tecnologías aúnan a 28. (UERJ) Com base no texto a seguir, responda à questão.
los jóvenes con personas de edad, como el autor.
e) la preferencia del autor por la navegación a vapor en Relatos de ciencia ficción que inspiran
detrimento de las embarcaciones de vela. la tecnología espacial

27. (UFG-GO) Leia o texto e responda à questão.

Una broma para Evita

Julio Verne imaginó el primer viaje del hombre a la luna


en su novela De la tierra a la luna, en 1865. Arthur C. Clarke
anticipó las estaciones espaciales y las computadoras sensi-
bles en su clásico 2001: una odisea del espacio. Ray Bradbury
escribió sobre civilizaciones extraterrestres en sus Crónicas
marcianas muchos años antes que el Mars Rover de la NASA
explorara el vecino planeta.
Estas historias, escritas antes de que los viajes espaciales
fueran posibles, fueron fuente de inspiración para generacio-
En 1947 Eva Perón visitó España representando a su Repú- nes enteras de científicos y exploradores espaciales.
blica. Su tour por la península incluyó una visita a la Capilla “La ciencia ficción ayuda a que se encienda la chispa de
EM1D-12-1E

Real de Granada, donde contempló los sepulcros de los Reyes la imaginación en lo que muchos piensan que es un tema
26

acabado” – opinó Kurt Lancaster, escritor de ciencia ficción Perdidos en el espacio


y profesor adjunto de estudios de medios y comunicación en
Fort Lewis College, Colorado.
En 2001, la Agencia Espacial Europea (ESA) realizó un
análisis minucioso de las primeras obras literarias, plásticas
y cinematográficas de ciencia ficción para determinar si algu-
nos de los conceptos y de los ejemplos de tecnología imagina-
dos en esas obras podrían servir de inspiración para naves y
misiones espaciales actuales y futuras.
La agencia recogió más de 250 conceptos entre científicos,
ingenieros, escritores de ciencia ficción y gente común. Un fol-
leto ilustrado reúne estas ideas, que en algunos casos podrían
convertirse en realidad gracias al trabajo de investigadores
espaciales europeos. La serie narraba las aventuras de una familia, los
La literatura, las obras de arte y las películas de ciencia Robinson, claramente inspirada en la novela Los Robin-
ficción suelen ser producto exclusivamente de la imaginación sones Suizos, embarcados en un viaje a bordo de la nave
de sus autores y a veces contienen errores. No hay ningún Júpiter II rumbo a Alpha Centaury, con el fin de fundar
hotel Hilton en la luna, contra lo que describe Clarke en 2001. 5 una colonia. Debido a un sabotaje del Dr. Smith, agente
Sin embargo, algunos pronósticos, sistemas y tecnologías pro- de una potencia extranjera, que queda atrapado en la
puestas en las primeras obras de ciencia ficción se hicieron misma nave, su viaje se convierte en imposible y, como
realidad. su propio nombre indica, se pierden en el espacio sin
“Sin la ciencia ficción, jamás hubiéramos ingresado en la posibilidad de poder volver a la Tierra.
era espacial” – aseguró Lancaster. “Los jóvenes lectores de 10 Pero: ¿qué tiene esta serie para convertirse en un
finales del siglo XIX recibieron una inspiración tan fuerte de referente de la ciencia ficción de los sesenta? Pues la
Julio Verne y H. G. Wells que muchos de ellos se especializa- verdad es que no lo sé, pero sí recuerdo que no me la
ron en cohetes para así poder inventar la tecnología que les perdía cuando se emitía en aquellos lejanos años. Las
permitiría viajar a otros mundos.” conversaciones disparatadas del robot con el repelente
Entre los conceptos de la ciencia ficción que se hicieron 15 Dr. Smith, cuya frase favorita era estamos perdidos, mo-
realidad se pueden mencionar los lanzadores de proyecti- riremos todos, los campos de fuerza que siempre falla-
les ultraveloces, los cohetes propulsores, las cápsulas de ban, probablemente adquiridos en tiendas de todo a un
descenso, los trajes presurizados, las estaciones orbitales, euro, los espantosos trajes de astronauta plateados, los
los veleros solares o velas de fotones y las comunicaciones peinados de mamá Robinson que jamás se le movían pese
satelitales. 20 a las circunstancias, o los impagables monstruos, sema-
Para Lancaster, la ciencia ficción es la mitología de nues- na sí y semana también (el más escandaloso de todos fue
tra época. Apunta al futuro y nos señala nuestro lugar en el el hombre zanahoria), configuraban una serie singular
cosmos. Interpela temas sociales, políticos y culturales con- que con diez años podía verse asombrado, pero que con
temporáneos. Provoca asombro, estimula la imaginación y la el paso del tiempo se ha convertido en la más carcajeante
creatividad. Es fuente de inspiración para el futuro y colabora 25 de la historia de la ciencia ficción televisiva.
para que nuestra especie abandone los intereses personales y Como puede observarse en esta breve sinopsis, los
aspire a nuevas posibilidades. guionistas no tenían el más mínimo pudor en usar cual-
Disponível em: <http://www.axxon.com.ar>
quier tema para los capítulos, sin importarles si eran
desquiciados o no. El trabajo febril de la factoría Allen
El primer párrafo tiene como función introducir el 30 contribuía a que argumentos de otras series pasaran a
tema. Para tanto, el autor se utiliza, prioritariamente, del esta y viceversa. Además el hecho de tener que rodar un
siguiente recurso: episodio a la semana y no sólo de una serie, sino de tres,
a) relacionar ciertas obras raras. suponía un serio handicap para un desarrollo mínimo de
b) señalar diversos datos verídicos. guiones con un poco más de seriedad.
c) apuntar varias conquistas pasadas. Alfonso Merelo. Disponível em: <http://www.ciencia-ficcion.com>
d) presentar algunos autores visionarios.
Debido a un sabotaje del Dr. Smith, agente de una poten-
29. (UERJ) Com base no texto a seguir responda à questão. cia extranjera, que queda atrapado en la misma nave, (l. 6-7)
ENEM Linguagens e Códigos 27

La inserción del fragmento subrayado en la frase tiene What did the wise man advise the author?
la función de: a) Not to fall in love.
a) agregar un dato nuevo. b) To become poor.
b) retomar un dicho anterior. c) To give precious gifts to people.
c) explicar un hecho pasado. d) To give his fortune to others.
d) justificar un suceso reciente.
LÍNGUA ESTRANGEIRA/ESPANHOL
H8 Reconhecer a importância da produção
cultural em LEM como representação da 32. (UERJ) Responda à questão de acordo com o texto
diversidade cultural e linguística. abaixo.
La “generación MP3”, camino del aislamiento
LÍNGUA ESTRANGEIRA/INGLÊS
Lucas tiene 13 años y durante unas ocho horas al día
30. (UENP) Leia o poema abaixo e responda à pergunta. no escucha a nadie ni habla con los demás. Ese tiempo no
es el que dedica a dormir. Son las horas que pasa con los
If I can stop one heart from breaking, auriculares de su reproductor MP3 puestos. Mientras oye
I shall not live in vain, las canciones de sus grupos favoritos, navega por Inter-
If I can ease one life from aching, net, se queda en su habitación a fantasear, intenta hacer
Or cool one pain, sus deberes, acompaña a sus padres al supermercado o
Or help one fainting robin, sale a pasear por el barrio con sus amigos. Sólo hay un
Unto his nest again, detalle atípico: en su vida faltan las palabras y la comu-
I shall not live in vain. nicación directa.
by Emily Dickinson Al igual que adolescentes menores de 15 años, Lucas es
usuario habitual de un reproductor MP3. Lo que le diferencia
De acordo com o poema acima, em que situação a vida de la mayoría de jóvenes de su misma edad es que su afición
não será em vão? se ha convertido en una obsesión. Por esta razón, su caso está
a) Quando se pode ajudar na cura de doenças graves. siendo tratado.
b) Quando se alcança fama e poder. En opinión de Javier Abril, psicólogo que ha estudiado
c) Somente se puder ajudar todas as pessoas que sofrem. casos parecidos al de Lucas, “los padres tienen que aprender
d) Simplesmente se você lutar contra as injustiças. a decir que no y, si no pueden hacerlo, pedir ayuda a los pro-
e) Simplesmente se puder aliviar a dor de alguém. fesionales”. Porque es muy importante que los adolescentes,
que se encuentran en una fase crucial para el crecimiento,
31. (Ufla-MG) Leia o poema abaixo e responda à pergunta. “aprendan a comunicar y compartir sus opiniones con los de-
más, a partir de los padres y el entorno familiar, y a defen-
“When I was one-and-twenty…”
derlas ante ellos”.
By A. E. Housman (1859-1936) Para observar cómo se puede comportar una parte de
When I was one-and-twenty usuarios, nos vamos a otro escenario. Estamos en una dis-
I heard a wise man say, coteca de Málaga, un fin de semana cualquiera. En la pista,
‘Give crowns and pounds and guineas los asistentes empiezan a bailar. Sin embargo, en lugar de
But not your heart away; moverse todos al mismo ritmo, lo hacen al compás de rock
Give pearls away and rubies clásico, hip-hop, salsa, música electrónica, jazz, house...
But keep your fancy free.’ Todos al mismo tiempo. Porque cada uno lleva unos au-
But I was one-and-twenty, riculares inalámbricos conectados al canal de música que
No use to talk to me. prefiere. La escena, vista desde fuera, puede parecer una
When I was one-and-twenty performance artística. Pero no. Se trata de la Fiesta Silen-
I heard him say again, ciosa, lanzada en 2005.
The heart out of the bosom ¿La comunicación? Para Tomeu García, 24 años, quien
Was never given in vain; el año pasado participó en esa fiesta, sí, es posible ha-
Tis paid with sighs a plenty blar si se baja el volumen de los auriculares. “De todas
And sold for endless rue. formas”, admite, “me parece un tipo de diversión que da
EM1D-12-1E

And I am two-and-twenty, la idea de los gustos de mi generación, en la que cada uno


And oh, ‘tis true, ‘tis true. va a lo suyo”.
28

La psicóloga Jean Twenge afirma: “Propongo un nombre a toda situación, y su gran flexibilidad, parecen escapar por
para la generación de jóvenes nacidos entre 1981 y 1999: iGe- su propia naturaleza a toda descripción y explicación siste-
neration, o iGen. Esta generación ha sido profundamente in- máticas. No pocos lingüistas y filósofos consideran que seme-
fluida por las nuevas tecnologías, incluyendo Internet y, por jante empresa no es sólo desesperada, sino también perversa,
supuesto, los iPod. Esa i engloba también la esencia de mi inadecuada a su objeto. A pesar de tales recelos, durante casi
descripción de la Generación Yo: puede sustituir la primera seis decenios se forjó el armazón de una teoría del lenguaje
persona singular o sugerir la primera letra de la palabra cla- exacta y empírica. El desarrollo hacia una ciencia empírica
ve: individualismo”. teóricamente fundamentada lo debe la lingüística a una cor-
No es una casualidad que muchos médicos prohíban el uso riente que bajo el muy ambiguo término de “estructuralismo”
de estos dispositivos a los pacientes que ingresan en algún transformó de modo decisivo la metodología lingüística.
centro de rehabilitación de drogodependencias. Porque, para M. Bierwisch: El estructuralismo. Historia,
rehabilitarse, es ante todo necesario volver al contacto directo problemas y métodos, p. 11.
con la realidad y a la comunicación directa con los demás. Según las informaciones que aparecen recogidas en el
Francesco Manetto. Disponível em: www.elpais.com texto a propósito del lenguaje y la lingüística, podemos
afirmar que:
La Fiesta Silenciosa tiene particularidades que la dis- a) fue en el siglo XIX cuando se conformó la lingüística
tinguen de las demás. Una característica que la hace dis- como disciplina científica.
tinta de otras fiestas es: b) con independencia del ámbito del saber que se aplique,
a) los jóvenes bailan según ritmos variados. los objetivos del estudio del lenguaje son los mismos.
b) los asistentes charlan con mucha facilidad. c) la psicología estudia la función estética del lenguaje.
c) la gente danza con profesionales contratados. d) al filósofo le interesa exclusivamente la relación del
d) los adolescentes escuchan música según la elección de lenguaje con la lógica.
la discoteca. e) no todas las personas dominan por igual el lenguaje.

33. (UFAL) Leia o texto abaixo para responder à questão. C3 Compreender e usar a linguagem corporal como
relevante para a própria vida, integradora
La reflexión sobre el lenguaje social e formadora da identidade.
La reflexión sobre el lenguaje natural es algo que nos re-
H9 Reconhecer as manifestações corporais de
sulta a la vez muy próximo y muy remoto: todos lo dominamos movimento como originárias de necessidades
y lo usamos, pero al usarlo miramos siempre más allá, a los cotidianas de um grupo social.
objetos de que hablamos, a lo que significamos. Hacia el len-
guaje en sí mismo, la atención se dirige primariamente bajo 34. (ENEM)
puntos de vista que le son extraños: al filósofo le interesa el A dança e a alma
papel del lenguaje en el proceso cognoscitivo y su relación con A dança? Não é movimento,
la lógica, al psicólogo la relación entre el lenguaje y el pensa- súbito gesto musical.
miento y el proceso de aprendizaje del habla, al teorizante de É concentração, num momento,
la estética su función en la literatura. da humana graça natural.
Cuando en el siglo XIX la investigación lingüística se No solo não, no éter pairamos,
constituyó como disciplina científica, no estudió los lengua- nele amaríamos ficar.
jes, sino el parentesco entre ellos y su evolución histórica. A dança – não vento nos ramos:
El hecho de que el lenguaje en sí mismo, o sea, cada lengua seiva, força, perene estar.
particular y la totalidad de las lenguas, puede ser objeto de Um estar entre céu e chão
una teoría sistemática y empíricamente verificable, no es ni novo domínio conquistado,
siquiera hoy una noción familiar y difundida. Y, sin embargo, onde busque nossa paixão
una tal teoría, tendría que ser el primer fundamento seguro libertar-se por todo lado...
de todas las demás inquisiciones.
Onde a alma possa descrever
Tendría que describir exactamente, según la intuición
suas mais divinas parábolas
apuntada por Marx, qué es ese algo que se crea en el desar-
sem fugir à forma do ser,
rollo del hablante, y a partir de qué y mediante qué ocurre
por sobre o mistério das fábulas.
eso, dando una explicación precisa del fenómeno.
Es cierto que las lenguas y dialectos naturales, con sus ANDRADE, Carlos Drummond de. Obra completa.
irregularidades, sus significados ricos en matices y adaptados Rio de Janeiro: Aguilar, 1964, p. 366.
ENEM Linguagens e Códigos 29

A definição de dança, em linguagem de dicionário, que d) tem como um de seus dogmas o narcisismo, significan-
mais se aproxima do que está expresso no poema é: do o “amar o próximo como se ama a si mesmo”.
a) a mais antiga das artes, sevindo como elemento de co- e) existe desde a Idade Média, entretanto esse aconteci-
municação e afirmação do homem em todos os momentos mento se intensificou a partir da Revolução Industrial no
de sua existência. século XIX e se estendeu até os nossos dias.
b) a forma de expressão corporal que ultrapassa os limites
físicos, possibilitando ao homem a liberação de seu espí- C4 Compreender a arte como saber cultural e
rito. estético gerador de significação e integrador da
c) a manifestação do ser humano, formada por uma organização do mundo e da própria identidade.
sequência de gestos, passos e movimentos desconcer-
tados. H12 Reconhecer diferentes funções da
d) o conjunto organizado de movimentos do corpo, com arte, do trabalho da produção dos
ritmo determinado por instrumentos musicais, ruídos, can- artistas em seus meios culturais.
tos, emoções etc.
e) o movimento diretamente ligado ao psiquismo do indi- 36. (ENEM) Uma das funções da arte é fazer crítica social.
víduo e, por consequência, ao seu desenvolvimento intelec- Aponte, a seguir, a alternativa que contenha trecho com
tual e à sua cultura. esse tipo de crítica.
a) Subiu a construção como se fosse máquina
H10 Reconhecer a necessidade de transformação Ergueu no patamar quatro paredes sólidas (...)
de hábitos corporais em função das E se acabou no chão feito um pacote flácido
necessidades cinestésicas. Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego.
Chico Buarque
35. (ENEM) Nunca se falou e se preocupou tanto com o corpo
como nos dias atuais. É comum ouvirmos anúncios de uma b) Haviam de ser,
nova academia de ginástica, de uma nova forma de dieta, por que possa vê-los,
de uma nova técnica de autoconhecimento e outras práticas que uns olhos tão belos
de saúde alternativa, em síntese, vivemos nos últimos anos não se hão de esconder;
a redescoberta do prazer, voltando nossas atenções ao nosso Luís de Camões
próprio corpo. Essa valorização do prazer individualizante se
estrutura em um verdadeiro culto ao corpo, em analogia a c) Você é assim
uma religião, assistimos hoje ao surgimento de novo universo: Um sonho pra mim
a corpolatria. E quando eu não te vejo
CODO, W.; SENNE, W. O que é corpo(latria). Coleção Eu penso em você
Primeiros Passos. Brasiliense, 1985. Adaptado. Desde o amanhecer
Até quando eu me deito...
Sobre esse fenômeno do homem contemporâneo presen- Tribalistas
te nas classes sociais brasileiras, principalmente na classe
média, a corpolatria: d) As minhas grandes saudades
a) é uma religião pelo avesso, por isso outra religião; in- São do que nunca enlacei
verteram-se os sinais, a busca da felicidade eterna antes Ai, como eu tenho saudades
carregava em si a destruição do prazer, hoje implica o seu Dos sonhos que não sonhei!...
culto. Mário de Sá-Carneiro
b) criou outro ópio do povo, levando as pessoas a bus-
carem cada vez mais grupos igualitários de integração e) Tão cedo passa tudo quanto passa!
social. Morre tão jovem ante os deuses quanto
c) é uma tradução dos valores das sociedades subdesenvol- Morre! Tudo é tão pouco!
vidas, mas em países considerados do primeiro mundo ela Nada se sabe, tudo se imagina.
não consegue se manifestar porque a população tem melhor Circunda-te de rosas, ama, bebe
educação e senso crítico. E cala. O mais é nada.
EM1D-12-1E

Ricardo Reis (Fernando Pessoa)


30

37. (ENEM) Avalie o texto abaixo e faça o que se pede: Parvo – De caga-merdeira,
Má rabugem que te dê!
Eu não tirava os olhos do homem. Sua magreza me fas- Diabo – Entra e põe aqui no pé.
cinava. Contudo, foi Arthur quem chamou atenção para um Parvo – Houlá, não tombe o zambuco!
detalhe: Diabo – Entra, tolaço eunuco,
– Ele está ficando transparente. Que se nos vai a maré.
Assustei-me. Através do corpo do homenzinho viam-se Hou, da barca!
os objetos que estavam no interior da casa: jarras de flores, Anjo – Tu que queres?
livros, misturados com intestinos e rins. O coração parecia
Parvo – Queres-me passar além?
estar dependurado na maçaneta da porta, cerrada somente
de um dos lados. Anjo – Quem és tu?
Parvo – Não sou ninguém.
RUBIÃO, Murilo. A casa do girassol vermelho
Anjo – Tu passarás, se quiseres,
Levando em critério os nossos estudos literários, ava- porque não tens fazeres,
lie os enunciados e marque o item incoerente com a teoria por malícia não erraste.
literária. Tua simpreza te baste
a) Muitas vezes, partindo de elementos da realidade, o para gozar dos prazeres.
autor inventa situações que seriam consideradas absurdas Espera em tanto por aí:
fora da literatura, é o caso do fragmento acima, em que o
Veremos se vem alguém
homem é reproduzido de forma mimética.
b) Evidentemente, esse fragmento não foi retirado de um merecedor de tal bem,
documento, de uma notícia, de um texto científico. Trata- que deva de entrar aqui.
-se de um trecho de texto literário. Toda obra de ficção que
emprega uma língua pode ser enquadrada como literatura, Glossário:
desde uma narrativa que você tenha inventado até um ro- Samicas: talvez.
mance de um escritor muito conhecido. Rabugem: tipo de sarna que dá em cachorro.
c) A literatura pode ser, de maneira um tanto simplificada, Zambuco: barca.
chamada de a arte das palavras segundo alguns estudiosos, Tolaço: grande tolo.
é por isso que um escritor como Guimarães Rosa, devido ao Eunuco: capado.
intenso trabalho que faz com as palavras, é chamado de Não tens fazeres: não tem ocupações.
alquimista da linguagem. Simpreza: simplicidade.
d) As informações contidas num texto não literário po- Em tanto: por enquanto.
dem ser verificadas. O que significa isso? Significa que as Veremos se vem alguém: veremos se alguém mais merece
palavras do cientista, do jornalista, do historiador não esse “bem”.
valem por si mesmas: elas referem-se a fatos e seres que
estão fora do texto e cuja existência pode ser comprovada Sobre o fragmento acima e o teatro vicentino de uma
ou não. forma geral, é incorreto dizer:
e) Quase todos os campos artísticos trabalham com re- a) Os diálogos têm uma leveza reforçada por um tom de
alidades criadas pelos seus próprios produtores. É por oralidade.
meio da arte que conseguimos apreender a nossa pró- b) Em consonância com o tipo representado (um parvo),
pria essência, afinal é de forma artística que a essência a linguagem é propositalmente “rebaixada” (“caganeira”,
humana mais claramente se manifesta. “caga-merdeira”, beirando o chulo).
c) Devido à incontinência de sua linguagem perante o
38. (ENEM) Leia atentamente os fragmentos do Auto da bar- Diabo, verdadeiro juiz daqueles destinos, o parvo será cas-
ca do Inferno, de Gil Vicente e depois responda: tigado.
d) Nota-se a dívida de Gil Vicente para com a mentalidade
Diabo – De que morreste? medieval, com sua carga de maniqueísmo, nessa “disputa”
Parvo – De quê? entre o Bem e o Mal.
Samicas de caganeira. e) O caráter jocoso do teatro vicentino encontraria eco nas
Diabo – De quê? comédias de Martins Pena (sec. XIX) e até mesmo nos tipos
populares de Ariano Suassuna (Auto da Compadecida).
ENEM Linguagens e Códigos 31

39. (ENEM) Leia o texto e responda à questão. c) Daniela Thomas, Lenora de Barros e Cid Campos são po-
etas que incorporam as tendências concretistas.
Poesia concreta ganha “passarela” de TVs na SPFW d) Ao falar de poemas “vestidos” com animações, prontos
Cassiano Elek Machado, da Folha de S.Paulo
a desfilar sob trilhas sonoras, o texto revela a interrelação
da poesia com o mundo da moda.
Enquanto dentro das salas da Bienal passeiam as gazelas da e) Por ter maior consistência artística, adquirida em sécu-
Fashion Week, em um de seus corredores o desfile é de poemas. los de cultivo, a literatura ocupou um espaço maior do que
“Vestidos” com animações de última moda, com trilhas sonoras os desfiles de moda na SPFW.
compostas especialmente para acompanhar suas passadas, 12
textos de oito poetas mostrarão suas curvas no evento do parque 40. (ENEM) Avalie as produções culturais abaixo que re-
Ibirapuera. “Street Wall” é o nome do projeto, concebido pela en- metem ao mesmo contexto histórico – Descobrimento do
cenadora Daniela Thomas, batizado pelo poeta Augusto de Cam- Brasil – e marque o item incorreto na interpretação sobre
pos e “curado” pela artista plástica e poeta Lenora de Barros. as mesmas:
A palavra “wall”, muro, vem de “videowall” (aqueles
Texto I
agrupamentos de TVs que formam um grande televisor qua-
drado). A novidade é indicada pelo termo “street”. As anima-
ções de poemas serão exibidas em uma fileira horizontal de
monitores, como uma rua. (...)
São concretistas, neoconcretistas ou parentes espirituais
da concretude os poetas que terão animações no “Street Wall”.
(...) “Cada poema recebeu um tratamento visual diferente”,
conta Lenora de Barros. “Em alguns fizemos um trabalho só ti-
pográfico; em outros, entram imagens, como cenas de carros no
fundo do poema ‘cidade’.” (...) Grima Grinaldi, videomaker que
trabalhou em parceria com Lenora, diz que o resultado final
continuou “urbano”. “Olhar os poemas andando por essas telas
é como alguém em um ônibus vendo a cidade passar na janela.”
Completando o núcleo de “Street Wall” está o músico Cid
Campos, que fez os “tratamentos sonoros” das criações. “Meu
trabalho é uma musicalização da poesia, compor em cima
dela, para ela (...)”, explica Campos.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.
br/folha/ilustrada/ult90u40917.shtml>
Glossário:
Curador: indivíduo encarregado judicialmente de administrar
ou fiscalizar bens ou interesses de outrem.
Fashion Week: nome de um desfile de moda.
Gazela: moça bonita e elegante.
Videomaker: profissional que se dedica à atividade criativa,
utilizando o vídeo.
Texto II
Sabendo que o desfile de moda da São Paulo Fashion Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes co-
Week, a que alude o texto, ao ser realizado na Fundação brisse suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com suas se-
Bienal de São Paulo, apresentou também poemas concretis- tas. Vinham todos rijamente sobre o batel e Nicolau Coelho
tas, assinale, entre as opções a seguir, aquela que faz uma lhes fez sinal que pousassem os arcos.
interpretação correta do texto de Cassiano Elek Machado. E eles os pousaram.
a) Apesar de feitos por escritores brasileiros, de acordo Ali não pôde deles haver fala, nem entendimento de pro-
com o texto, os poemas apresentados no “Street Wall” são veito, por o mar quebrar na costa. Deu-lhes somente um bar-
compostos em inglês. rete* vermelho e uma carapuça de linho que levava na cabeça
b) O texto critica o título em inglês “Street Wall”, usado no e um sombreiro de penas de ave, compridas, com uma copazi-
EM1D-12-1E

lugar de “Parede-rua”, em português. nha pequena de penas vermelhas e pardas como de papagaio;
32

e outro deu-lhe um ramal grande de continhas brancas, mi- do modo como a natureza a fez, comendo raízes, andando
údas, “que querem parecer de aljaveira as quais peças creio sempre nua (tanto homens quanto mulheres), e isso talvez até
que o capitão manda a Vossa Alteza, e com isto se volveu às que, convivendo com os cristãos, aos poucos se despoje dessa
naus por ser tarde e não poder haver deles mais fala, por brutalidade, passando a vestir-se de modo mais civilizado e
causa do mar”. humano. No que devemos efetivamente louvar o Criador, que
OLIVIERI, Antonio Carlos; VILA, Marco Antonio. (Org). Cronistas
nos esclareceu, não permitindo que fôssemos assim brutais,
do descobrimento. 3. ed. São Paulo: 2000, p. 20-21) como estes pobres americanos. (p. 60)
Qual é a visão verificada no texto? Marque a correta.
*Pequeno chapéu usado pelos clérigos. a) Empatia com os índios
b) Etnocentrismo europeu.
a) Na pintura mostrada, o artista habilmente inverte c) Desejo e aniquilar com a etnia indígena
a focalização(olhar eurocêntrico) que predominava no d) Falso moralismo.
século XVI. Na tela o pintor faz ver a perspectiva dos e) Visão antropofágica.
silvícolas.
b) No texto I a inversão do observador, deslocado para
o continente, ao contrário da ordem estabelecida pelo H14 Reconhecer o valor da diversidade artística
discurso histórico oficial, produz um efeito crítico. Na e das inter-relações de elementos que
tela podemos ver a reação de espanto dos índios (pri- se apresentam nas manifestações de
meiro plano) e a primeira caravela (segundo plano), de vários grupos sociais e étnicos.
hiperbólicas proporções, ameaçadora, numa espécie de
atitude denunciadora do comportamento imperialista 42. (Encceja) Pintores, poetas e músicos representam em
dos que nela estão. suas obras momentos de vida de vários grupos sociais. No
c) O segundo parágrafo do texto II evidencia uma vi- quadro e no trecho da música, constata-se a representação
tal relação histórica entre índios e europeus, o escam- de um tipo de trabalho:
bo, sistema de troca direta de mercadorias, e também de Olé! mulhé rendera
tradições entre os dois povos diversos. Entretanto, essa Olé! mulhé rendá
relação foi colocada em xeque frente à chamada “guer- Tu me ensina a faze renda
ra microbiana”, em que diversas doenças foram trazi- Que eu te ensino a namorá
das pelo europeu (sarampo, tifo, varíola, malária, gripe Folclore brasileiro
etc.), letais para os índios, que não possuíam resistência
imunológica a elas.
d) O texto II é um fragmento da Carta de Pero Vaz de Ca-
minha, espécie de embrião da nossa literatura (Quinhen-
tismo), que nos revela uma visão de mundo centrada no
homem português – aquele que veio para expandir a sua
influência no “novo” solo recém-conquistado.
e) “Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos.
E eles os pousaram.” Na visão do europeu, os povos do novo
continente são colocados de maneira resignada, aspecto
expresso pelo comportamento de indígena de abaixar suas
próprias armas.

41. (ENEM) Observe o texto seguinte retirado da crônica


“As singularidades da França Antártica”, de Trevet, Cronis-
tas do Descobrimento, e faça o que se pede:
Agora cumpre falar da parte que mais conhecemos e fre-
quentamos, situada perto do trópico brumal e ainda além. Rendeiras – Di Cavalcanti – 1953
Além dos cristãos, que depois de Américo Vespúcio a habitam,
esta terra foi e é ainda hoje habitada por gente prodigiosa- a) mecânico. d) manual.
mente estranha e selvagem, sem fé, sem lei, sem religião, sem b) industrial. e) pedagógico.
civilidade nenhuma, que vive como os animais irracionais, c) comercial.
ENEM Linguagens e Códigos 33

43. (ENEM) À medida que vem ganhando espaço na mídia, o funck


carioca vem abandonando seu caráter local, associado às
favelas e à criminalidade da cidade do Rio de Janeiro, tor-
nando-se uma espécie de símbolo da marginalização das
manifestações culturais das periferias em todo o Brasil. O
verso que explicita essa marginalização é:
a) “O nosso som não tem idade, não tem raça”.
b) “Mas a sociedade pra gente não dá valor”.
c) “Se existia o lado ruim, hoje não existe mais”.
d) “Agora pare e pense, se liga na “responsa”.
e) “se ontem foi a tempestade, hoje vira a bonança”.
45. (Encceja)
Dia das mães
Mãe argentina
30.000 filhos desaparecidos
(entre eles 400 crianças)
(...)
Mãe brasileira
144 filhos desaparecidos
Mãe latino-americana
90.000 filhos desaparecidos
Achei liquidificadores, achei batedeiras de bolo, brincos e
colares, televisores em cores e mesmo flores. Mas em nenhuma
loja ou magazine encontrei um só filho seu pra dizer: presente!
Henfil. Diretas já. Rio de Janeiro: Record, 1984, p. 51-2.

O verdadeiro “presente” para as mães citadas no texto,


segundo Henfil, é:
a) ganhar liquidificadores e batedeiras.
b) ganhar qualquer coisa, mesmo que flores.
Pode-se afirmar que a intenção mais evidente da autora é: c) ter os seus filhos de volta.
a) analisar, em profundidade, a psicologia feminina. d) ter os seus filhos vivos, com televisores.
b) apontar, de forma bem-humorada, os pontos fracos fe- e) ser argentina ou brasileira.
mininos.
c) caracterizar, de forma irônica, as mulheres inseguras. 46. (Encceja)
d) demonstrar, racionalmente, a confusão mental feminina. Milagres do povo
e) comparar, criticamente, os comportamentos femininos. Quem descobriu o Brasil
44. (ENEM) Foi o negro que viu
Som de preto A crueldade bem de frente
O nosso som não tem idade, não tem raça E ainda produziu milagres
E não tem cor. De fé no extremo ocidente
Mas a sociedade pra gente não dá valor. Oju Obá ia lá e via
Só querem nos criticar, pensam que somos animais. Xangô manda chamar
Se existia o lado ruim, hoje não existe mais, Obatalá guia
porque o ‘funkeiro’ de hoje em dia caiu na real. Mamãe Oxum chora
Essa história de ‘porrada’, isso é coisa banal Lágrima alegria
Agora pare e pense, se liga na ‘responsa’: Pétala de Iemanjá
se ontem foi a tempestade, hoje vira a bonança. Iansã Oiá ria
É som de preto Oju Obá ia lá e via
De favelado Oju Obá ia
Mas quando toca ninguém fica parado Obá
EM1D-12-1E

Música de Mc’s Amilcka e Chocolate, In: Dj Malboro, VELOSO, Caetano. Milagres do povo. Gravadora
Bem funk. Rio de Janeiro, 2001. Adaptado. Gapa / Warner Chappell, 1985.
34

No trecho da letra da canção Milagres do povo, citado d) questiona o modo de organização das sociedades ocidentais
anteriormente, pode-se identificar: capitalistas, que se desenvolveram fundamentadas nas relações
a) a incorporação de elementos da cultura africana pela de opressão em que os mais fortes exploram os mais fracos.
cultura brasileira. e) evidencia a dinâmica social do trabalho coletivo em que
b) o contato entre elementos das culturas italiana e brasileira. os mais fortes colaboram com os mais fracos, de modo a
c) a incorporação de elementos da cultura indígena pela guiá-los na realização de tarefas.
cultura brasileira.
d) o contato entre elementos da cultura asiática e a cul- 48. (ENEM) Com base nos estudos realizados até então sobre
tura brasileira. o Classicismo português (1527-1580), julgue as asserções
e) a falta de contatos entre os povos. abaixo e faça o que se pede:
I. O novo estilo de época que caracteriza o Renascimento
47. (ENEM) recebeu diferentes denominações na Europa, conforme suas
Se os tubarões fossem homens manifestações. Em Portugal, costuma-se chamá-lo de Qui-
Se os tubarões fossem homens, eles seriam mais gentis nhentismo ou Classicismo, e abrange o período de 1527 a 1580.
com os peixes pequenos? II. Em 1526, retorna a Portugal o poeta Sá de Miranda,
Certamente, se os tubarões fossem homens, fariam cons- trazendo novas ideias a respeito de arte. Lá esse autor rece-
truir resistentes gaiolas no mar para os peixes pequenos, com bera diversas influências artísticas inovadoras.
todo o tipo de alimento, tanto animal como vegetal. Cuida- III. A redescoberta do mundo greco-latino não significa
riam para que as gaiolas tivessem sempre água fresca e ado- que durante a Idade Média escritores gregos tivessem sido es-
tariam todas as providências sanitárias. quecidos. Eles eram lidos, mas apenas para servirem de fun-
Naturalmente haveria também escolas nas gaiolas. Nas au- damento à teologia vigente. Platão e Aristóteles, por exem-
las, os peixinhos aprenderiam como nadar para a goela dos tu- plo, foram estudados na Idade Média.
barões. Eles aprenderiam, por exemplo, a usar a geografia para IV. O clima de euforia, confiança e otimismo que marcou
localizar os grandes tubarões deitados preguiçosamente por aí. A o Renascimento permitiu uma nova leitura das obras clássi-
aula principal seria, naturalmente, a formação moral dos peixi- cas. Sendo assim, como o tema e a visão de mundo das obras
nhos. A eles seria ensinado que o ato mais grandioso e mais su- da Antiguidade refletiam muitas preocupações do homem da
blime é o sacrifício alegre de um peixinho e que todos deveriam Renascença, os clássicos passaram a ser considerados mode-
acreditar nos tubarões, sobretudo quando estes dissessem que los de perfeição estética.
cuidavam de sua felicidade futura. Os peixinhos saberiam que Está(ão) correta(s):
este futuro só estaria garantido se aprendessem a obediência. a) apenas I e III. d) todas.
Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos b) apenas I, II e III. e) nenhuma.
inimigos seria condecorado com uma pequena Ordem das Al- c) apenas III.
gas e receberia o título de herói.
BRECHT, B. Histórias do Sr. Keuner. São 49. (ENEM)
Paulo: Ed. 34, 2006. Adaptado. Torno a ver-vos, ó montes; o destino
Como produção humana, a literatura veicula valores que Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
nem sempre estão representados diretamente no texto, mas são Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
transfigurados pela linguagem literária e podem até entrar em Pelo traje da Corte, rico e fino.
contradição com as convenções sociais e revelar o quanto a so-
Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
ciedade perverteu os valores humanos que ela própria criou. É
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
o que ocorre na narrativa do dramaturgo alemão Bertolt Brecht
mostrada. Por meio da hipótese apresentada, o autor: Vendo correr os míseros vaqueiros
a) demonstra o quanto a literatura pode ser alienadora ao Atrás de seu cansado desatino.
retratar, de modo positivo, as relações de opressão existen- Se o bem desta choupana pode tanto,
tes na sociedade. Que chega a ter mais preço, e mais valia
b) revela a ação predatória do homem no mar, questionando Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,
a utilização dos recursos naturais pelo homem ocidental. Aqui descanse a louca fantasia,
c) defende que a força colonizadora e civilizatória do E o que até agora se tornava em pranto
homem ocidental valorizou a organização das sociedades Se converta em afetos de alegria.
africanas e asiáticas, elevando-as ao modo de organização COSTA, Cláudio Manoel da. In: Domício Proença Filho. A poesia
cultural e social da sociedade moderna. dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9.
ENEM Linguagens e Códigos 35

Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os – Repito, vocês não serão abandonados, apenas iremos
elementos constitutivos do Arcadismo brasileiro, assinale a nos distanciar por um tempo. Lembra da música? “de que me
opção correta acerca da relação entre o poema e o momento adianta viver na cidade se a felicidade não me acompanhar”...
histórico de sua produção. Aqui não sou feliz. Voltarei para o lugar da minha infância,
a) Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira es- temo a cidade e suas violências. Pode ter uma certeza, caso
trofe, são imagens relacionadas à Metrópole, ou seja, ao tudo dê certo, levarei todos para lá...
lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico e fino”. Henrique Landim
b) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo
do poema, revela uma contradição vivenciada pelo poeta, A leitura comparativa dos três textos acima não nos
dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e indica que:
a rusticidade da terra da Colônia. a) todos apresentam como uma proposta alternativa para
c) O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento o conturbado mundo urbano o voltar-se para o mundo ru-
estético do Arcadismo que evidencia a preocupação do po- ral, pastoril.
eta árcade em realizar uma representação literária realista b) o pensador Rousseau, filósofo francês, defendia o re-
da vida nacional. torno à natureza e salientava a importância da educação
d) A relação de vantagem da “choupana” sobre a “Cidade”, dos infantes (crianças) para o avanço da sociedade – ideia
na terceira estrofe, é formulação literária que reproduz a mais bem salientada no texto III.
condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia c) os dois primeiros textos se filiam ao que os estudio-
sobre a Metrópole. sos chamam de Arcadismo, enquanto o terceiro apresenta
e) A realidade de atraso social, político e econômico do certa aproximação a esse movimento a começar pelo seu
Brasil Colônia está representada esteticamente no poe- título, que refere a fuga da cidade (fugere urbem) para que
ma pela referência, na última estrofe, à transformação do se possa ter uma vida simples (bucolismo) em um locus
pranto em alegria. amoenus.
d) a estrutura formal de todos os textos permite que
50. (ENEM) Interprete os enunciados e faça o que se pede: possamos dizer que todos são representantes do gênero
lírico.
Texto I e) o último texto pode ser associado aos problemas históri-
Vem, ó Marília, vem lograr comigo cos de injustiça social no Brasil, aspecto que gera violência
Desses alegres campos a beleza, e medo nas populações que veem refúgio no interior (e até
Dessas copadas árvores o abrigo. mesmo no campo). Alguns desses problemas foram discuti-
Deixa louvar da Corte a vã grandeza: dos no filme Tropa de Elite.
Quanto me agrada mais estar contigo,
Notando as perfeições da Natureza! 51. (UEL-PR) A questão refere-se ao texto a seguir.
Bocage Com os anos, Marília, o gosto falta,
e se entorpece o corpo já cansado:
Texto II triste, o velho cordeiro está deitado,
Sou pastor, não te nego; os meus montados e o leve filho, sempre alegre, salta.
São esses que aí vês; vivo contente A mesma formosura
Ao trazer entre a relva florescente é dote que só goza a mocidade:
A doce companhia dos meus gados. rugam-se as faces, o cabelo alveja,
Cláudio Manuel da Costa mal chega a longa idade.
Que havemos de esperar, Marília bela?
Texto III Que vão passados os florescentes dias?
Diálogo bucólico As glórias que vêm tarde, já vêm frias,
– Olha, meu filho, é hora de partir, a minha tão sonhada e pode, enfim, mudar-se a nossa estrela.
aposentadoria chegou. Ah! não, minha Marília,
– Mas, o senhor vai abandonar todos nós e ir para tão aproveite-se o tempo, antes que faça
longe? O lugar parece que nem telefone tem. o estrago de roubar ao corpo as forças,
– Não se preocupe, de tempo em tempo estarei aqui, amo e ao semblante a graça.
vocês, o que nos une é muito mais forte do que a distância. GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu.
EM1D-12-1E

– Mas, “vô”, faça uma força, não nos abandone! Rio de Janeiro: Tecnoprint, [s.d.] p. 14.
36

Com base nesses versos, assinale a alternativa correta. c) Solto, o prisioneiro reencontra-se com seu pai, que per-
a) Apesar de sua idade já muito avançada, o eu lírico ainda se cebe que o filho havia sido aprisionado e libertado. Indigna-
mostra disposto ao amor. do, o velho exige que ambos se dirijam à tribo timbira, onde
b) Marília deve acompanhar o poeta em sua velhice, mesmo o pai amaldiçoa violentamente o jovem guerreiro que, ferido
que isso traga recordações inglórias da juventude. em seus brios, põe-se sozinho a lutar com os timbiras.
c) O eu lírico faz um chamamento à sua musa para juntos d) Convencido da coragem do tupi, o chefe inimigo pede-
viverem o tempo presente de suas juventudes. -lhe que pare a luta, reconhecendo sua bravura. Pai e filho
d) O poema explora o motivo da mulher inacessível e miste- se abraçam, estava preservada a dignidade dos tupis.
riosa, desejada por um homem cansado e doente. e) O poema a que esse trecho pertence ilustra bem o espírito
e) Resta aos amantes a doçura da contemplação dos filhos, da segunda geração romântica, que, influenciada pelo movi-
expressa em “o velho cordeiro está deitado, / e o leve filho, mento histórico – a independência do Brasil – teve necessi-
sempre alegre, salta”. dade de construir mitos que embasassem a nossa identidade.

52. (ENEM) Com base na poesia lírica e indianista de Gonçalves H16 Relacionar informações sobre
Dias, leia o fragmento abaixo e faça o que se pede. concepções artísticas e procedimentos
I- Juca-Pirama de construção do texto literário.
Tu choraste em presença da morte?
Na presença de estranhos choraste? 53. (Encceja)
Não descende o cobarde do forte; Pronominais
Pois choraste, meu filho não és! Oswald de Andrade
Possas tu, descendente maldito Dê-me um cigarro
De uma tribo de nobres guerreiros, Diz a gramática
Implorando cruéis forasteiros, Do professor e do aluno
Seres presa de vis Aimorés. E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Possas tu, isolado na terra, Da Nação Brasileira
Sem arrimo e sem pátria vagando, Dizem todos os dias
Rejeitado da morte na guerra, Deixa disso camarada
Rejeitado dos homens na paz, Me dá um cigarro
Ser das gentes o espectro execrado; Jorge SCHWARTZ. Oswald de Andrade: seleção de
Não encontres amor nas mulheres, textos, notas, estudos biográfico, histórico e crítico.
Teus amigos, se amigos tiveres, São Paulo: Abril Educação, 1980, p. 22-3.
Tenham alma inconstante e falaz O texto mostra os diferentes usos da língua portuguesa.
Depois de lê-lo, concluímos que:
Não encontres doçura no dia, a) a gramática do aluno é a mesma do bom branco da na-
Nem as cores da aurora te ameiguem, ção brasileira.
E entre as larvas da noite sombria b) a gramática usada pelo professor mostra a língua falada
Nunca possas descanso gozar: pelo brasileiro.
Não encontres um tronco, uma pedra, c) o bom negro fala diferente do que a gramática manda.
Posta ao sol, posta às chuvas e aos ventos, d) o mulato sabido fala como o bom negro.
Padecendo os maiores tormentos, e) todos falam iguais, de acordo com a regra da gramática.
Onde possas a fronte pousar. (...)
54. (Fuvest-SP) Observe, abaixo, esta gravura de Escher:
Marque a alternativa incorreta.
a) O poema, desenvolvido em dez cantos, narra o drama de I-
Juca-Pirama (= aquele que há de morrer), último descendente
da tribo tupi, que é feito prisioneiro de uma tribo inimiga.
b) Movido pelo amor filial, pois o índio tupi era arrimo de
seu pai, velho e cego, I-Juca-Pirama, contrariando a ética do
índio, implora ao chefe dos timbiras pela sua libertação. O
chefe timbira a concede, não sem antes humilhar o prisio-
neiro: “Não queremos com carne vil enfraquecer os fortes”.
ENEM Linguagens e Códigos 37

Na linguagem verbal, exemplos de aproveitamento de H17 Reconhecer a presença de valores sociais


recursos equivalentes aos da gravura de Escher encontram- e humanos atualizáveis e permanentes
-se, com frequência: no patrimônio literário nacional.
a) nos jornais, quando o repórter registra uma ocorrência
que lhe parece extremamente intrigante. 56. (ENEM) O poema de Manoel de Barros será utilizado
b) nos textos publicitários, quando se comparam dois pro- para resolver a questão a seguir.
dutos que têm a mesma utilidade.
c) na prosa científica, quando o autor descreve com isenção O apanhador de desperdícios
e distanciamento a experiência de que trata. Uso a palavra para compor meus silêncios.
d) na literatura, quando o escritor se vale das palavras para Não gosto das palavras
expor procedimentos construtivos do discurso. fatigadas de informar.
e) na literatura de cunho confessional quando o escritor Dou mais respeito
revela a sua própria interioridade. às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
55. (UEPA-PA) Na obra de Gregório de Matos Guerra, a ansie- Entendo bem o sotaque das águas
dade e a aflição frente à passagem do tempo sempre levaram Dou respeito às coisas desimportantes
à ideia singular de aproveitar o presente. Em qual dos frag- e aos seres desimportantes.
mentos abaixo fica evidente essa afirmação? Prezo insetos mais que aviões.
a) A vós, Divinos olhos eclipsados Prezo a velocidade
de tanto sangue e lágrimas cobertos; das tartarugas mais que a dos mísseis.
pois para perdoar-me estais despertos Tenho em mim um atraso de nascença.
e por não condenar-me estais fechados… Eu fui aparelhado
b) Senhora Beatriz, foi o demônio, para gostar de passarinhos.
Este amor, esta raiva, esta porfia1 Tenho abundância de ser feliz por isso.
Pois não canso de noite nem de dia Meu quintal é maior do que o mundo.
Em cuidar desse negro matrimônio. Sou um apanhador de desperdícios:
c) Hoje poderei Amo os restos
Convosco casar como as boas moscas.
E hoje consumar Queria que a minha voz tivesse um formato
Amanhã não sei de canto.
Porque perderei Porque eu não sou da informática:
a minha saúde eu sou da invencionática.
e em um ataúde Só uso a palavra para compor meus silêncios.
me podem levar BARROS, Manoel de. O apanhador de desperdícios. In. PINTO,
o corpo a enterrar, Manuel da Costa. Antologia comentada da poesia brasileira
porque vos enoje: do século 21. São Paulo: Publifolha, 2006. p. 73-74.
casemo-nos hoje,
que amanhã vem longe. Considerando o papel da arte poética e a leitura do poe-
d) Pequei senhor: mas não porque hei pecado, ma de Manoel de Barros, afirma-se que:
da vossa Alta Piedade me despido: a) informática e invencionática são ações que, para o
Antes, quanto mais tenho delinquido, poeta, correlacionam-se: ambas têm o mesmo valor na
Vos tenho a perdoar mais empenhado… sua poesia.
e) Quem a pôs nesse socrócio2? b) arte é criação e, como tal, consegue dar voz às diversas
Quem causa tal perdição? maneiras que o homem encontra para dar sentido à própria
E o maior desta loucura? vida.
Notável desaventura c) a capacidade do ser humano de criar está condicionada
De um poço néscio3 e sandeu4, aos processos de modernização tecnológicos.
Que não sabe o que perdeu d) a invenção poética, para dar sentido ao desperdício,
Negócio, ambição, usura. precisou se render às inovações da informática.
1. Disputa, esforço 3. Estúpido e) as palavras no cotidiano estão desgastadas, por isso à
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2. Altar de sofrimento 4. Idiota, tolo poesia resta o silêncio da não comunicabilidade.


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57. (Encceja) c) Poderíamos aproximá-la do Trovadorismo galego-portu-


Canteiros guês, pois nela se manifesta a “coita” (sofrimento amoroso).
E eu ainda sou bem moço d) Há um inteligente jogo sonoro que potencializa a musi-
pra tanta tristeza, calidade da canção como em “achar moça charmosa” e “que
Deixemos de coisa, nem neném”, este último a reforçar um sentido de carência.
cuidemos da vida, e) O eu lírico que se expressa está no meio urbano, mas
Senão chega a morte isso não traz conforto, pelo contrário, fá-lo sentir-se per-
Ou coisa parecida dido, desnorteado.
E nos arrasta moço
Sem ter visto a vida. 59. (ENEM)
MEIRELES, Cecília. Canteiros. In: Raimundo Fagner Texto 1
ao vivo. Ed Warner / Chappel, 2000. No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
Recentemente, o compositor e intérprete Fagner acres- tinha uma pedra
centou música ao poema Canteiros, de Cecília Meireles, as- no meio do caminho tinha uma pedra
sociando duas manifestações artísticas. Com isso, o com- [...]
positor: ANDRADE. C.D. Reunião. Rio da Janeiro:
a) prestigiou tanto a literatura quanto a música popular. José Olympio. 1971. Fragmento.
b) divulgou a temática das belezas naturais do Nordeste. Texto II
c) valorizou aspectos ainda pouco conhecidos da história As lavadeiras de Mossoró, cada uma tem sua pedra no rio:
do país. cada pedra é herança de família, passando de mãe a filha, de
d) prejudicou o valor literário do poema na medida em que filha a neta, como vão passando as águas no tempo[...]. A
o popularizou. lavadeira e a pedra fomam um ente especial, que se divide e
e) prejudicou a compreensão do poema. se reúne ao sabor do trabalho. Se a mulher entoa uma canção,
percebe-se que nova pedra a acompanha em surdina...
58. (ENEM) Leia os fragmentos do poema/canção e depois [...]
responda: ANDRADE. C. D. Contos sem propósito. Rio de Janeiro:
Oh, dama, tem dó Jornal do Brasil, Caderno B. 17/7/1979. Fragmento.
Ouve os meus amargos ais; Com base na leitura dos textos, é possível estabelecer
São tristes mas são reais: uma relação entre forma e conteúdo da palavra “pedra” por
Eu me apronto pra sair, meio da qual se observa:
Mas não tenho aonde ir. a) o emprego, em ambos os textos, do sentido conotativo
Quero achar moça charmosa, da palavra “pedra”.
E não ser tão só; b) a identidade de significação, já que, nos dois textos,
[...] “pedra” significa empecilho.
Ó doce amada dama, tem dó, c) a personificação de “pedra” que, em ambos os textos,
Ó dama, tem dó de mim. adquire características animadas.
Ninguém me entende ao meu redor; d) o predomínio, no prilmeiro texto, do sentido denotati-
Ó dama, tem dó de mim. vo de “pedra” como matéria mineral sólida e dura.
Ó tem piedade; e) a utilização, no segundo texto, do significado de “pe-
Estou tão só nesta cidade, dra” como dificuldade materializada por um objeto.
Que nem neném perdido, sem um xodó,
Ó dama, tem dó de mim. C6 Compreender e usar os sistemas simbólicos
George & Ira Gershwin. Versão: Carlos Rennó & Charles Perrone das diferentes linguagens como meios
de organização cognitiva da realidade
A canção acima nos permite afirmar, exceto: pela constituição de significados,
a) A permanência de determinados temas ao longo do tem- expressão, comunicação e informação.
po como a dor do desamparo amoroso.
H18 Identificar os elementos que concorrem
b) A canção se aproxima das cantigas de amigo, pois nas
para a progressão temática e para a
mesmas um eu lírico masculino reclama que a amada não organização e estruturação de textos
atende seus rogos amorosos. de diferentes gêneros e tipos.
ENEM Linguagens e Códigos 39

Leia o texto a seguir e responda às questões 60 e 61. 60. (ENEM) A gradação é uma figura de linguagem que con-
siste em apresentar uma sequência de ideias em sentido
Falta de civilidade crescente ou decrescente, como ocorre em: “Tudo começou
Sofremos de um mal na atualidade: a incivilidade. A no meu quarto, onde concebi as ideias que me levariam a
toda hora, somos obrigados a testemunhar cenas de gros- dominar o bairro, a cidade, o país, o mundo.” Assinale a al-
seria entre as pessoas, de falta de respeito pelo espaço ternativa em que esse tipo de recurso aparece no texto lido.
que usamos e de absoluta carência de cortesia nas relações a) “Sofremos de um mal na atualidade: a incivilidade.”
interpessoais. Os adultos perderam a vergonha de ofender b) “E, claro, isso gera intolerância, discriminação, ameaça.”
publicamente e em alto e bom som, de transgredir as nor- c) “O pacto social parece ter sido rompido e não tomamos
mas da vida comum por quaisquer razões. Parece mesmo nenhuma medida para reverter esse processo.”
que nossa vida segue um lema: cada um por si e, ao mesmo d) “Um garoto disse que achava que os alunos maiores inti-
tempo, contra todos. midavam os menores porque a escola e os pais ensinam que
Por isso, perdemos totalmente a sensibilidade pelo direito se deve respeitar os mais velhos.”
do outro: cada um de nós procura, desesperadamente, seus e) “As mídias, por exemplo, comentam cenas de incivilida-
direitos, sua felicidade, seu poder de consumo, seu prazer, de ocorridas entre pessoas que ocupam posição de destaque.”
sem reconhecer o outro. E, claro, isso gera intolerância, dis-
criminação, ameaça. 61. (ENEM) Em “Talvez seja em casa e na escola que pais e
O pacto social parece ter sido rompido e não tomamos professores possam e devam repensar e reinventar o con-
nenhuma medida para reverter esse processo. As mídias, por ceito de cidadania. Mas também temos nós, os adultos, o
exemplo, comentam cenas de incivilidade ocorridas entre dever de adotar boas maneiras na convivência social.”, a
pessoas que ocupam posição de destaque. Virou moda e ga- expressão destacada expressa:
nhou visibilidade dizer tudo o que se pensa, agredir para se a) conclusão. d) oposição.
defender, fazer pouco do outro. Pessoas que ocupam cargos b) adição. e) explicação.
de chefia expressam seu descontentamento com seus funcio- c) alternância.
nários aos berros e assim por diante.
(...) 62. (ENEM)
Um garoto disse que achava que os alunos maiores in- Velho tema
timidavam os menores porque a escola e os pais ensinam Só a leve esperança, em toda a vida,
que se deve respeitar os mais velhos. Veja você: o conceito Disfarça a pena de viver, mais nada;
de mais velho deixou de significar adulto ou velho e pas- Nem é mais a existência, resumida,
sou a ser usado como de mais idade. Assim, revelou o ga- Que uma grande esperança malograda.
roto, uma criança de um ou dois anos a mais que a outra
se considera um “mais velho” e, por isso, pode explorar O eterno sonho da alma desterrada,
os de menos idade. Sonho que a traz ansiosa e embevecida,
Podemos ampliar esse conceito apreendido pelas crianças É uma hora feliz, sempre adiada
e, além da idade, pensar em poder, por exemplo. Isso nos E que não chega nunca em toda a vida.
faz pensar que o bullying ocorre principalmente, mas não
apenas, porque crianças e adolescentes desenvolvem relações Essa felicidade que supomos,
assimétricas entre eles, por causa da idade, do tamanho, da Árvore milagrosa, que sonhamos
força e do poder. Toda arreada de dourados pomos,
Talvez seja em casa e na escola que pais e professores pos-
sam e devam repensar e reinventar o conceito de cidadania. Existe, sim: mas nós não a alcançamos
Mas também temos nós, os adultos, o dever de adotar boas Porque está sempre apenas onde a pomos
maneiras na convivência social. Afinal, praticar boas manei- E nunca a pomos onde nós estamos.
ras e ensinar aos mais novos o mesmo nada mais é do que Vicente de Carvalho
reconhecer o outro e buscar formas de boa convivência com Qual dos provérbios abaixo possui íntima relação com
ele. Disso depende a sobrevivência da vida social porque so- o texto?
mos todos interdependentes. a) Quem corre, cansa; quem anda, alcança.
SAYÃO, Rosely. Falta de civilidade. Folha de S.Paulo. b) Quem foi rei nunca perde a majestade.
São Paulo, 9 jul. 2009, Folha Equilíbrio. c) A esperança é a última que morre.
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Vocabulário: d) Quanto maior a nau, maior a tormenta.


Bullying: ameaça; intimidação e) Quem ama o feio, bonito lhe parece.
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63. (ENEM) No texto, o personagem narrador, na iminência da parti-


Para o Mano Caetano da, descreve a sua hesitação em separar-se da avó. Esse senti-
1 O que fazer do ouro de tolo mento contraditório fica claramente expresso no trecho:
Quando um doce bardo brada a toda brida, a) “A princípio com tranquilidade, e logo com obstinação,
Em velas pandas, suas esquisitas rimas? quis novamente dormir” (linhas 1-2).
4 Geografia de verdades, Guanabaras postiças b) “Restavam-me, portanto, menos de duas horas, pois o
Saudades banguelas, tropicais preguiças? trem chegaria às cinco” (linhas 4-5).
A boca cheia de dentes c) “Calcei os sapatos, sentei-me um instante à beira da
7 De um implacável sorriso cama” (linha 10).
Morre a cada instante d) “Partir, sem dizer nada, deixar quanto antes minhas
Que devora a voz do morto, e com isso, cadeias de disciplina e amor” (linhas 6-7).
10 Ressuscita vampira, sem o menor aviso e) “Deveria fugir ou falar com ela? Ora, algumas pala-
[...] vras...” (linhas 11-12).
E eu soy lobo-bolo? lobo-bolo
Tipo pra rimar com ouro de tolo? 65. (Ufla-MG) Na frase “É improvável que algo assim possa
13 Oh, Narciso Peixe Ornamental! existir!”, o emprego do modo subjuntivo do verbo destacado
Tease me, tease me outra vez1 justifica-se porque:
Ou em banto baiano a) expressa ordem, conselho, pedido.
16 Ou em português de Portugal b) expressa um fato certo, uma certeza.
Se quiser, até mesmo em americano c) expressa um fato situado no tempo presente.
De Natal d) exprime um fato provável, duvidoso, hipotético.
[...] e) assume, nesse contexto, função de realce.
1. Tease me: caçoe de mim, importune-me
LOBÃO. Disponível em: <http://vagalume.uol.com. 66. (ENEM) São Paulo vai se recensear. O governo quer saber
br>. Acesso em: 14 ago. 2009. Adaptado. quantas pessoas governa. A indagação atingirá a fauna e a
Na letra da canção apresentada, o compositor Lobão ex- flora domesticadas. Bois, mulheres e algodoeiros serão redu-
plora vários recursos da língua portuguesa, a fim de con- zidos a números e invertidos em estatísticas.
seguir efeitos estéticos ou de sentido. Nessa letra, o autor O homem do censo entrará pelos bangalôs, pelas pensões,
explora o extrato sonoro do idioma e o uso de termos colo- pelas casas de barro e de cimento armado, pelo sobradinho
quiais na seguinte passagem: e pelo apartamento, pelo cortiço e pelo hotel, perguntando:
a) “Quando um doce bardo brada a toda brida” (linha 2) – Quantos são aqui?
b) “Em velas pandas, suas esquisitas rimas?” (linha 3) Pergunta triste, de resto. Um homem dirá:
c) “Que devora a voz do morto” (linha 9) – Aqui havia mulheres e criancinhas. Agora, felizmente,
d) “Iobo-bolo//Tipo pra rimar com ouro de tolo? (linhas 11-12) só há pulgas e ratos.
e) “Tease me, tease me outra vez” (linha 14) E outro:
– Amigo, tenho aqui esta mulher, este papagaio, esta so-
64. (ENEM) A partida gra e algumas baratas. Tome nota dos seus nomes, se quiser.
1 Acordei pela madrugada. A princípio com tranquilidade, Querendo levar todos, é favor... (...)
e logo com obstinação, quis novamente dormir. Inútil, o sono E outro:
esgotara-se. Com precaução, acendi um fósforo: passava das – Dois, cidadão, somos dois. Naturalmente o sr. não a vê.
três. Restavam-me, portanto, menos de duas horas, pois o Mas ela está aqui, está, está! A sua saudade jamais sairá de
5 trem chegaria às cinco. Veio-me então o desejo de não passar meu quarto e de meu peito!
mais nem uma hora naquela casa. Partir, sem dizer nada, Rubem Braga. Para gostar de ler. v. 3. São Paulo:
deixar quanto antes minhas cadeias de disciplina e de amor. Ática, 1998, p. 32-3 (fragmento).
Com receio de fazer barulho, dirigi-me à cozinha, lavei O fragmento acima, em que há referência a um fato só-
o rosto, os dentes, penteei-me e, voltando ao meu quarto, cio-histórico – o recenseamento –, apresenta característica
10 vesti-me. Calcei os sapatos, sentei-me um instante à beira marcante do gênero crônica ao:
da cama. Minha avó continuava dormindo. Deveria fugir a) expressar o tema de forma abstrata, evocando imagens
ou falar com ela? Ora, algumas palavras... Que me custava e buscando apresentar a ideia de uma coisa por meio de
acordá-Ia, dizer-lhe adeus? outra.
LINS, O. A partida. Melhores contos. Seleção e prefácio b) manter-se fiel aos acontecimentos, retratando os perso-
de Sandra Nitrini. São Paulo: Global, 2003. nagens em um só tempo e um só espaço.
ENEM Linguagens e Códigos 41

c) contar história centrada na solução de um enigma, 69. (ENEM) Leia o texto e responda à questão.
construindo os personagens psicologicamente e revelando- Aluguel mais caro de SP é de cortiço
os pouco a pouco. Moradias antigas, (...) os cortiços têm banheiros coleti-
d) evocar, de maneira satírica, a vida na cidade, visando vos, cozinhas no quarto e servem de casa para pessoas com
transmitir ensinamentos práticos do cotidiano, para man- renda em torno de R$ 700,00. Mesmo em condições precárias,
ter as pessoas informadas. os moradores dos cerca de 2 mil imóveis que funcionam como
e) valer-se de tema do cotidiano como ponto de par- pensões informais (...) pagam o mais alto valor de aluguel por
tida para a construção de texto que recebe tratamento m2 da capital paulista. (...)
estético. “O aluguel dos cortiços nunca perdeu a vitalidade. Ele
atende pessoas sem acesso ao mercado formal, que não têm
H19 Analisar a função da linguagem predominante nos fiador nem carteira assinada para alugar uma casa e precisam
textos em situações específicas de interlocução. morar no centro, perto de onde estão empregos e serviços
sociais”, explica (...) o arquiteto Luiz Kohara.
Opções baratas de residências desde o fim do século 19,
67. (Encceja) O nome Amazonas foi dado pelo frei espanhol (...) cortiços respaldaram o desenvolvimento econômico da
Gaspar de Carvajal, o primeiro cronista europeu a viajar pelo metrópole, garantindo aluguel barato para imigrantes euro-
rio, na primeira metade do século XVI. O frei afirmou que sua peus (...).
embarcação foi atacada por mulheres que, como na mitologia A partir de 1960, mesmo com a multiplicação de favelas
grega das amazonas, pretendiam escravizar os homens para na periferia, os cortiços resistiram e atravessaram o sécu-
procriar antes de matá-los. lo como a principal alternativa para pessoas de baixa renda
Revista VEJA Especial Amazônia, 24 de dezembro de 1997. (...). “Comparando o preço por m2, o cortiço é caro. Mas os
valores mensais cabem no bolso das famílias mais pobres”,
Pode-se dizer que este texto foi escrito principalmente afirma Alonso Lopez.
para que o leitor seja: MANSO, Bruno Paes. Aluguel mais caro de SP é de cortiço. O
a) convencido sobre a necessidade de preservar a Ama- Estado de S. Paulo, São Paulo, 12 abr. 2009, Cidades, p. 1.
zônia.
b) informado sobre a origem do nome Amazonas. De acordo com a ênfase que se queira dar ao texto, pre-
c) incentivado a conhecer o rio Amazonas. dominam nele diferentes funções de linguagem. Sabendo
d) esclarecido sobre quem eram os habitantes primitivos disso, podemos dizer que no texto predomina:
da Amazônia. a) a função fática, pois a todo momento o autor mostra-se
e) instruído sobre como se chega ao Amazonas. preocupado com o canal de comunicação, testando-o.
b) a função metalinguística, pois o autor está preocupado
68. (Encceja) em refletir sobre a língua portuguesa.
Traído pelo vinho do padre c) a função referencial, pois Bruno Paes preocupa-se em
O desempregado Francimar Lima Lira, morador da cidade fazer referência a fatos, com o objetivo de transmitir in-
paulista de Sorocaba, aproveitou que uma das igrejas da ci- formações.
dade estava às escuras, medida para racionar energia, e deci- d) a função emotiva, pois o mais importante, no texto, é o
diu roubá-la. Era meia-noite quando ele entrou na sacristia. retrato das emoções do autor em relação à vida dos morado-
Alegrou-se ao ver um aspirador de pó e um retroprojetor ao res do cortiço.
alcance de suas mãos, e alegrou-se mais ainda ao deparar com e) a função conativa, já que o autor pretende convencer o
duas garrafas de vinho que o padre utiliza na missa. Um gole leitor a apoiar a construção de novos cortiços.
aqui, outro ali, ele enxugou as duas garrafas. Ficou bêbado e
foi preso. “O vinho tonteia mesmo porque é muito licoroso”, 70. (ENEM) Faça uma leitura cuidadosa do texto a seguir e
disse o pároco, Camilo Munnaro. responda à questão.
ISTOÉ, nº 1.653, 6/6/2001. E se todo mundo ficasse cego?
Este texto tem a finalidade de: Para José Saramago seria o caos. Em seu livro Ensaio so-
a) contrapor ideias acerca dos crimes nas igrejas. bre cegueira, o mundo praticamente acaba quando a huma-
b) demonstrar o efeito do vinho usado nas missas. nidade vai perdendo a visão. Mas para a ciência as coisas po-
c) denunciar roubos ocorridos em igrejas às escuras. deriam tomar um caminho diferente. “Há várias tecnologias
d) narrar um fato que teve um desfecho inesperado. que ajudariam: bengalas ultrassônicas que podem indicar se
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e) fazer propaganda de vinho. há objetos pela frente ou até robôs que atuariam como cães-
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guia“, diz o especialista em robótica Darwin Caldwell (...). a) Apesar de citar um texto literário, em que a função
Além disso, precisaríamos de coisas como carros que andam poética normalmente aparece, o texto apresentado tem a
sozinhos e máquinas capazes de substituir médicos em cirur- predominância da função referencial, já que o autor faz
gias. Mas como esses carros-robôs e outros aparelhos seriam referência a soluções científicas para problemas.
construídos sem ninguém para ver que peça apertar? Fábricas b) O texto é metalinguístico, pois faz uma grande reflexão
totalmente automatizadas também não estão longe de ser re- sobre como a linguagem se estrutura.
alidade. “Robôs seriam capazes de se autoconstruir“, diz Ken c) Como o autor está envolvido com a questão hipotéti-
Young, presidente da Associação Britânica de Automação e ca de uma cegueira generalizada, podemos afirmar que no
Robótica. Ou seja: se a cegueira generalizada se espalhasse texto predomina a função emotiva, em que seus sentimen-
devagar, daria para a gente remodelar o mundo – mudando tos são destacados.
tudo para que nada mude. Com algumas adaptações, claro. d) Como o título do texto é uma pergunta, há nele o pre-
CINQUEPALMI, João Vito. E se todo mundo ficasse cego? domínio da função apelativa, já que é convencido a tomar
Superinteressante. São Paulo, n. 264, p. 48, abr. 2009. certas atitudes.
Apesar de poderem coexistir várias funções de lingua- e) Percebemos no texto a preocupação em destacar o canal
gem em um mesmo texto, normalmente uma delas é predo- de comunicação entre o autor e o leitor, portanto a função
minante. Sabendo disso, assinale a alternativa correta. que predomina nesse texto é a fática.

71. (ENEM) As tirinhas fazem uso da união harmônica entre linguagem verbal e linguagem não verbal. Por meio dessa
junção, os desenhistas conseguem o humor característico desse estilo. A partir dessa afirmação e da análise das tiras a
seguir, da autoria de Fernando Gonsales, assinale o que for correto.

a) As palavras “barata” (3º quadrinho) e “prende” foram empregadas em sentido ambíguo.


b) Em histórias curtas como essas, o uso intenso de verbos agiliza a ação, tanto que todos os quadrinhos que têm falas
de personagens apresentam explicitamente alguma forma verbal.
c) Fica evidente a semelhança entre a personagem rabugenta da segunda tira e o homem da primeira.
d) O humor das duas tirinhas só se evidencia pela presença de uma baratinha letrada e viciada em naftalina.
e) Nas duas tiras, as imagens são dispensáveis para o entendimento do texto.
ENEM Linguagens e Códigos 43

72. (ENEM) Texto para a questão. O poema tem como característica a figura de linguagem
O vento varria as folhas, denominada antítese, relação de oposição de palavras ou
O vento varria os frutos, ideias. Assinale a opção em que essa oposição se faz clara-
O vento varria as flores... mente presente.
E a minha vida ficava a) Amor é fogo que arde sem se ver.
Cada vez mais cheia b) É um contentamento descontente.
De frutos, de flores, de folhas. c) É servir a quem vence, o vencedor.
[...] d) Mas como causar pode seu favor.
O vento varria os sonhos e) Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
E varria as amizades...
O vento varria as mulheres... 74. (ENEM) A elegância não se explica. Constata-se apenas. É
E a minha vida ficava alguma coisa de incoercível, alguma coisa de impreciso, de fu-
Cada vez mais cheia gitivo e de imaterial, que escapa a toda definição e que resiste
De afetos e de mulheres. a toda análise. Como a beleza, como o próprio Deus, é mais
O vento varria os meses difícil dizer onde ela está do que onde ela não está. Como o
E varria os teus sorrisos... perfume, sente-se e não se vê. Todos percebem onde ela falta;
O vento varria tudo! e ninguém sabe dizer donde ela vem. Quando tentamos defini-
E a minha vida ficava la, precisá-la, isolá-la, foge-nos entre os dedos, como uma
Cada vez mais cheia sombra. Onde existe, transforma tudo; onde não existe, não
De tudo. há arte, não há talento, não há beleza que a substitua. Não
BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio é um dom que se adquire; é um instinto com que se nasce.
de Janeiro: José Aguilar, 1967. Júlio Dantas
Predomina no texto a função da linguagem: Sobre o texto, é correto afirmar, respectivamente, em
a) fática, porque o autor procura testar o canal de comu- relação à função de linguagem predominante, em relação
nicação. ao nível de linguagem adotado e à recorrente figura de lin-
b) metalinguística, porque há explicação do significado guagem utilizada pelo autor, que:
das expressões. a) predomina a função metalinguística, o nível é erudito,
c) conativa, uma vez que o leitor é provocado a participar e a figura recorrente é a metáfora.
de uma ação. b) predomina a função referencial, o nível é técnico-cien-
d) referencial, já que são apresentadas informações sobre tífico, e a figura recorrente é a metáfora.
acontecimentos e fatos reais. c) predomina a função emotiva, o nível é culto, e a figura
e) poética, pois chama-se a atenção para a elaboração es- recorrente é a comparação.
pecial e artística da estrutura do texto. d) predomina a função referencial, o nível é coloquial, e a
73. (ENEM) figura recorrente é a comparação.
Amor é fogo que arde sem se ver; e) predomina a função referencial, o nível é culto, e a fi-
É ferida que dói e não se sente; gura recorrente é a comparação.
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer; 75. (ENEM) A escrita é uma das formas de expressão que as
pessoas utilizam para comunicar algo e tem várias finali-
É um não querer mais que bem querer; dades: informar, entreter, convencer, divulgar, descrever.
É solitário andar por entre a gente; Assim, o conhecimento acerca das variedades linguísticas
É nunca contentar-se de contente; sociais, regionais e de registro torna-se necessário para que
É cuidar que se ganha em se perder; se use a língua nas mais diversas situações comunicativas.
Considerando as informações acima, imagine que você
É querer estar preso por vontade; está à procura de um emprego e encontrou duas empresas
É servir a quem vence, o vencedor; que precisam de novos funcionários. Uma delas exige uma
É ter com quem nos mata lealdade. carta de solicitação de emprego. Ao redigi-la, você:
a) fará uso da linguagem metafórica.
Mas como causar pode seu favor b) apresentará elementos não verbais.
Nos corações humanos amizade, c) utilizará o registro informal.
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Se tão contrário a si é o mesmo Amor? d) evidenciará a norma-padrão.


Luís de Camões e) fará uso de gírias.
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76. (ENEM) c) desaprovar o uso de expressões poéticas na crônica es-


Metáfora portiva.
Gilberto Gil d) ter admiração pela linguagem criativa e poética do
Uma lata existe para conter algo, futebol.
Mas quando o poeta diz: “Lata” e) rejeitar tanto os chavões e frases-feitas da crônica espor-
Pode estar querendo dizer o incontivel tiva como a poesia da linguagem futebolística.
Uma meta existe para ser um alvo.
Mas quando o poeta diz: “Meta” 78. (Encceja)
Pode estar querendo dizer o inatingível Lenda do diamante
Por isso não se meta a exigir do poeta Antes, muito antes de 1500, o Brasil chamava-se Pindora-
Que determine o conteúdo em sua lata ma e vivia à sombra de mil palmeiras.
Na lata do poeta tudonada cabe, Foi nessa época que o índio Oiti, valente entre os mais va-
Pois ao poeta cabe fazer lentes, se despediu de Potira, sua esposa, e desceu o rio para
Com que na lata venha caber dar combate a uma tribo inimiga.
O incabível Nair Starling. Nossas lendas. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1968.
Deixe a meta do poeta não discuta, Pela leitura do texto é possível afirmar que o nome in-
Deixe a sua meta fora da disputa dígena Pindorama significa:
Meta dentro e fora, lata absoluta a) terra das palmeiras. d) terra de valentes.
Deixe-a simplesmente metáfora. b) terra de tribo inimiga. e) terra de índios.
Disponível em: <http://www.Ietras.terra.
c) terra do homem branco.
com.br>. Acesso em: 5 fev. 2009.
79. (ENEM)
A metáfora é a figura de linguagem identificada pela O papa recebe conselhos de Lula, mas “talvez”
comparação subjetiva, pela semelhança ou analogia entre não combina com “certamente”
elementos. O texto de Gilberto Gil brinca com a linguagem Em encontro com o papa em Roma, o presidente Luiz Iná-
remetendo-nos a essa conhecida figura. O trecho em que se cio Lula da Silva o concitou a aproveitar os sermões das mis-
identifica a metáfora é: sas domingueiras para exortar os dirigentes dos países ricos a
a) ”Uma lata existe para conter algo”. darem um jeito de combater a crise financeira mundial
b) “Mas quando o poeta diz: ‘Lata”. Com mais vigor. Afinal, ele lembrou, os pobres não têm
c) “Uma meta existe para ser um alvo”. nada com isso.” (...) a crise é grave”, contou o presidente
d) “Por isso não se meta a exigir do poeta”. Lula a Bento XVI. E completou: “Eu pedi ao papa que nos seus
e) “Que determine o conteúdo em sua lata”. pronunciamentos ele fale da crise econômica, pois, se todo
domingo o papa der um ‘conselhozinho’, quem sabe a gente
H20 Reconhecer a importância do patrimônio encontra mais facilidade para resolver o problema”.
linguístico para a preservação da Pode ser. Depois, encontrou-se com o finado George W.
memória e da identidade nacional. Bush num dos encontros do G-20. Disse Lula: “Esta certamen-
te talvez seja uma das maiores crises que já enfrentamos”.
77. (Encceja) Já se criticou com muita razão a proliferação de MACHADO, Josué. O bom conselheiro. Revista
chavões e frases-feitas na chamada crônica esportiva. (...) Mas Língua Portuguesa. Ed. 41, mar. 2009.
há que reconhecer o outro lado da questão: o futebol deve mui- No fragmento “Em encontro com o papa em Roma, o pre-
to de sua poesia à linguagem que se foi criando ao seu redor sidente Luiz Inácio Lula da Silva o concitou a aproveitar os
(...). Pela magia das palavras, num campo gramado em que sermões das missas domingueiras para exortar os dirigentes
só há atletas correndo atrás de uma bola, surgem de repente dos países ricos a darem um jeito de combater a crise finan-
folhas-secas, chapéus, meias-luas, carrinhos, lençóis, pontes, ceira mundial com mais vigor.”, os vocábulos destacados
chuveiros, balões, peixinhos. poderiam ser substituídos, sem alterar o significado desse
SUZUKY, Matinas. Folha de S.Paulo, 17 de outubro de 1996.
fragmento, respectivamente, por:
a) “provocou” e “convencer”.
O autor do texto demonstra: b) “desafiou” e “constranger”.
a) ser preconceituoso em relação à linguagem usada pe- c) “estimulou” e “convencer”.
los atletas. d) “estimulou” e “implorar”.
b) ser indiferente aos chavões e frases-feitas pela crônica e) “enfureceu” e “constranger”.
esportiva.
ENEM Linguagens e Códigos 45

80. (ENEM) Leia o texto para responder à questão. A tua saudade corta
Fazer nas coxas? Como o aço de navaia.
Ignácio de Loyola Brandão
O coração fica aflito,
Bate uma e outra faia.
(...) Percorri o museu que Ângela Gutierrez, obstinada, E os oio se enche d’ água
montou, peça por peça, ao longo das décadas. (...) Caminhei Que até a vista se atrapaia.
entre velhas ferramentas (...) de carpinteiros, ferreiros, fu- Folclore recolhido por Paulo Vanzolini e Antônio Xandó.
nileiros, ourives, tecelões. Os ofícios se sucedem: transporte, BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua
ambulantes, comércio, energias, mineração, fogo, madeira, materna. São Paulo: Parábola, 2004.
cerâmica (...).
Diante de telhas antiquíssimas, Fátima Dias, que me Transmitida por gerações, a canção Cuitelinho mani-
acompanhava, acentuou com um sorriso: “Aqui você tem a festa aspectos culturais de um povo, nos quais se inclui
origem da expressão fazer nas coxas!” Como? Fazer nas co- sua forma de falar, além de registrar um momento his-
xas? “Olhe aí. As telhas primitivas eram moldadas nas coxas tórico.
dos escravos. Colocava-se o barro sobre a coxa e eram dados Depreende-se disso que a importância em preservar a
os arremates. Claro, as alturas dos homens eram variáveis e produção cultural de uma nação consiste no fato de que
as coxas tinham grossuras diversas, então cada telha acaba- produções como a canção Cuitelinho evidenciam a:
va saindo com um tamanho. Quando colocadas no telhado, a) recriação da realidade brasileira de forma ficcional.
resultavam interstícios pelos quais a água penetrava. Daí a b) criação neológica na língua portuguesa.
expressão fazer nas coxas para algo malfeito.” A língua se faz c) formação da identidade nacional por meio da tradi-
e refaz no cotidiano. ção oral.
BRANDÃO, Ignácio de Loyola. Fazer nas coxas? O Estado d) incorreção da língua portuguesa que é falada por pesso-
de S. Paulo, São Paulo, 10 abr. 2009, Caderno 2, p. 10. as do interior do Brasil.
e) padronização de palavras que variam regionalmente,
Assinale a alternativa que melhor analisa o uso da ex- mas possuem mesmo significado.
pressão “fazer nas coxas”, de acordo com o texto.
a) A frase não deveria ser usada hoje, pois perdeu o signi- 82. (ENEM) Quer evitar pesadelos? Então não durma de bar-
ficado original. riga para cima. Este é o conselho de quem garante ter sido
b) A expressão só é usada para explicar a manufatura das atacado pela Pisadeira. A meliante costuma agir em São Pau-
telhas do museu. lo e Minas Gerais. Suas vítimas preferidas são aquelas que
c) O autor do texto acredita que a língua é estática, não comeram demais antes de dormir. Desce do telhado – seu
aceitando modificações. esconderijo usual – e pisa com muita força no peito e na
d) Usada hoje com sentido geral, a frase revela peculiari- barriga do incauto adormecido, provocando os pesadelos. Há
dades da história do Brasil. controvérsias sobre sua aparência. De acordo com alguns, é
e) Somente Angela Gutierrez conhece a origem da expres- uma mulher bem gorda. Já o escritor Cornélio Pires forneceu
são “fazer nas coxas”. a seguinte descrição da malfeitora:
“Essa é ua muié muito magra, que tem os dedos cumprido
81. (ENEM) e seco cum cada unhão! Tem as perna curta, cabelo desga-
Cuitelinho deiado, quexo revirado pra riba e nari magro munto arcado;
Cheguei na bera do porto sobranceia cerrado e zoio aceso...”
Onde as onda se espaia. Pelo sim, pelo não, caro amigo....barriga para baixo e bons
As garça dá meia volta, sonhos.
Senta na bera da praia. Almanaque de Cultura Popular. Ano 10. out. 2008. n. 114. Adaptado.
E o cuitelinho não gosta
Considerando que as variedades linguísticas existentes
Que o botão da rosa caia. no Brasil constituem patrimônio cultural, a descrição da
Quando eu vim da minha terra, personagem lendária, Pisadeira, nas palavras do escritor
Despedi da parentaia. Cornélio Pires:
Eu entrei em Mato Grosso, a) mostra hábitos linguísticos atribuídos à personagem
Dei em terras paraguaia. lendária.
EM1D-12-1E

Lá tinha revolução, b) ironiza vocabulário usado no registro escrito de descri-


Enfrentei fortes bataia. ção de personagens.
46

c) associa a aparência desagradável da personagem ao des- d) a língua com que as pessoas se comunicam cotidiana-
prestígio da cultura brasileira. mente preserva suas formas de uso, a fim de possibilitar a
d) sugere crítica ao tema da superstição como integrante intercomunicação social.
da cultura de comunidades interioranas. e) devemos atentar para as novas palavras que são intro-
e) valoriza a memória e as identidades nacionais pelo re- duzidas na língua a todo momento; do contrário, podemos
gistro escrito de variedades linguísticas pouco prestigiadas. ser incompreendidos.

83. (ENEM) 84. (ENEM) O empresário moderno não demite mais, faz um
– Falar português não é difícil – me diz um francês re- “downsizing”, ou redimensionamento para baixo, em sua em-
sidente no Brasil –, o diabo é que, mal consigo aprender, a presa. O empregado pode dizer em casa que não perdeu o em-
língua portuguesa já ficou diferente. Está sempre mudando. E prego, foi “downsizeado”, e ainda impressionar os vizinhos.
como! No Brasil, as palavras envelhecem e caem como folhas VERISSIMO, Luis Fernando. O Estado de S. Paulo.
secas. Ainda bem a gente não conseguiu aprender uma nova
expressão, já vem o pessoal com outra. A partir da leitura do texto, pode-se dizer que o autor:
Não é somente pela gíria que a gente é apanhado. (Aliás, a) divulga o emprego de palavras estrangeiras.
já não se usa mais a primeira pessoa, tanto do singular como b) ironiza a substituição de palavras em português por pala-
do plural: tudo é “a gente”.) A própria linguagem corrente vras estrangeiras.
vai-se renovando, e a cada dia uma parte do léxico cai em c) explica que os patrões devem falar de modo incompreen-
desuso. É preciso ficar atento, para não continuar usando pa- sível.
lavras que já morreram, vocabulário de velho que só velho d) critica os empregados que usam palavras estrangeiras.
entende. e) não se posiciona quanto ao uso cotidiano dos estrangeiris-
Os que falariam ainda em cinematógrafo, auto-ônibus, mos na língua portuguesa.
aeroplano, estes também já morreram e não sabem. Mas uma
amiga minha, que vive preocupada com este assunto, me cha- 85. (ENEM) Analise os fragmentos a seguir.
ma a atenção para os que falam assim:
– Assisti a uma fita de cinema com um artista que repre- Não há monotonia na uniformidade. Fazer determinada
senta muito bem. coisa desejando fazer outra é que produz monotonia. Suprin-
Os que acharem natural esta frase, cuidado! Não saberão do esse desejo contrariado, encontrareis um prazer, sempre
dizer que viram um filme com um ator que trabalha bem. E irão novo, em fazer todo dia a mesma coisa.
ao banho de mar em vez de ir à praia, vestidos de roupa de ba- Joaquim Nabuco
nho em vez de calção ou biquíni, carregando guarda-sol em vez
de barraca. Comprarão um automóvel em vez de comprar um Pouco a pouco se fazem as grandes coisas: e não há me-
carro, pegarão um defluxo em vez de um resfriado, vão andar lhor arbítrio para as concluir com brevidade, que não as que-
no passeio em vez de passear na calçada e percorrer um quar- rer acabar de repente.
teirão em vez de uma quadra. Viajarão de trem de ferro acom- Padre Antônio Vieira
panhados de sua esposa ou sua senhora em vez de sua mulher.
A lista poderia ser enorme, mas vou ficando por aqui, pois A articulação dos conteúdos dos dois fragmentos resul-
entre escrever e publicar há tempo suficiente para que tudo taria em qual dos seguintes textos?
que eu disser caia em desuso – é dito e feito. a) Monotonia e uniformidade são a mesma coisa, por isso
Fernando Sabino. Folha de S.Paulo. deve-se terminar de fazer aquilo que não dá prazer o mais
rapidamente possível, com brevidade.
Está em consonância com o texto a seguinte ideia: b) A uniformidade das ações humanas produz a pressa,
a) a dificuldade identificada na língua portuguesa é con- que leva à imperfeição, gera a rotina e afasta o prazer.
sequência do uso corrente de palavras e expressões que já c) Gostar daquilo que se faz transforma o tédio em reno-
caíram em desuso. vado prazer e, além disso, não ter pressa para terminar uma
b) o uso de palavras como “cinematógrafo”, “auto-ônibus”, ação é a maneira mais fácil de concluí-la.
“aeroplano”, dentre outras, revela, no Brasil de hoje, um d) A pressa é inimiga da perfeição, ou seja, deve-se abando-
esforço de adequação cultural. nar, com pressa, aquilo que não se faz com prazer, uma vez
c) a instabilidade do vocabulário, verificada na língua que tudo o que se faz deve ser bem feito.
portuguesa, decorre da introdução, nessa língua, de uma e) As grandes coisas são feitas com paciência, por isso se
grande quantidade de gírias. deve gostar daquilo que se faz.
ENEM Linguagens e Códigos 47

C7 Confrontar opiniões e pontos de vista a) O uso abundante de adjetivos, na tirinha, enfatiza o humor.
sobre as diferentes linguagens e b) O humor é conseguido por meio da ambiguidade da pa-
suas manifestações específicas. lavra “louro”.
c) Mesmo se não houvesse imagens, o humor seria compre-
H21 Reconhecer, em textos de diferentes endido por meio do texto.
gêneros, recursos verbais e não-verbais d) A face atônita do papagaio mostra que ele não é nada
utilizados com a finalidade de criar e esperto.
mudar comportamentos e hábitos. e) Como o rosto da namorada virtual não aparece, o humor
da tira fica comprometido.
86. (Encceja)
1. Deite a vítima de costas sobre uma superfície dura, levante- 88. (UNB-DF)
-lhe as pernas e apoie-as numa cadeira, por exemplo. Por vezes,
SEMPRE VERDE

no verso da embalagem.
somente esta medida basta para reativar a circulação do sangue.

Antes de usar, leia com

Cuidado – perigoso se
atenção as intruções

absorvido pela pele,


ingerido ou inalado.
2. Se a vítima for um adulto, dê dois ou três golpes em seu
MATA LAGARTA E PULGÃO
peito, com a mão fechada. Também esses golpes podem ser
suficientes para reativar o coração parado.
ATENÇÃO: Nunca dê esses golpes em crianças ou em pes-
soas idosas.
Saúde – Primeiros Socorros. São Paulo: Editora Nova Cultural, 2001.
O texto dá instruções ao leitor sobre o que fazer em caso
de ocorrer uma parada cardíaca. Para isso, utiliza verbos que
indicam como o leitor deve agir. Esses verbos são:
a) deite – levante – apoie – dê. Usar imediatamente após a sua preparação
b) deite – apoie – reativar – podem.
c) levante – dê – for – basta. Com relação às informações desse rótulo de pesticida, jul-
d) levante – basta – reativar – podem. gue os seguintes itens. Depois marque a alternativa adequada.
e) for – podem – dê – reativar. I. A forma imperativa “leia”, no quadro lateral esquer-
do, e o pronome possessivo “sua”, no quadro inferior do
87. (ENEM) Observe a tira a seguir e responda à questão. rótulo, referem-se ao usuário do produto, ou a quem quer
que leia o rótulo, como você.
II. A disposição das informações e a inter-relação entre
texto visual e verbal na construção dos significados da
mensagem funcionam como estratégia de envolvimento
do leitor-usuário, informando-o e alertando-o.
III. As formas verbais “leia”, em “leia com atenção”, e
“mata”, em “mata lagarta e pulgão”, foram empregadas para
orientar o usuário na sequência de ações a que deve obede-
cer para utilizar o produto.
São verdadeiros apenas os itens:
a) I. d) I e II.
b) II. e) II e III.
c) III.

89. (ENEM) Analise os textos a seguir relacionados à arte


barroca para, em seguida, marcar o item incorreto sobre
esse movimento cultural.
Disponível em: <http://www.nadaver.com/namoro-virtual/> Texto I
A ideologia barroca foi fornecida pela Contrarreforma e
As tiras criam o humor por meio da união da linguagem pelo Concílio de Trento, a que se deve o colorido peculiar da
verbal e da linguagem não verbal. A partir dessa afirmação época, em arte, pensamento, religião, concepções sociais e
EM1D-12-1E

e da observação da tira apresentada, assinale a alternativa políticas. Se encararmos a Renascença como um movimento
correta. de rebelião na arte, filosofia, ciências, literatura, – contra os
48

ideais da civilização medieval, ao lado de uma revalorização e artísticos pautados no equilíbrio, aspecto atingido pela
da Antiguidade Clássica, não somente quanto às suas formas maioria de suas produções.
de arte, mas também no que concerne a sua filosofia raciona- c) Na forma do poema (texto III) percebe-se a herança do
lista e a sua concepção pagã e humanista do mundo, que ins- Renascimento, uso de um soneto (a “medida nova” a ser-
talou o antropocentrismo moderno – podemos compreender viço do sentimento, aspecto que permite vinculá-lo à face-
o Barroco como uma contrarreação a essas tendências sob a ta lírico-amorosa da poesia do autor) com rima em ABBA
direção da Contrarreforma católica, numa tentativa de reen- ABBA CDC DCD, no melhor estilo petrarquiano.
contrar o fio perdido da tradição cristã, procurando exprimi-la d) O evidente trabalho com a seleção das palavras do tex-
sob novos moldes intelectuais e artísticos. to III, que resultam no rebuscamento artístico dos textos
COUTINHO, Afrânio. Introdução à literatura no Brasil. barrocos, é expresso por várias figuras de linguagem, como,
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1976. p.98. por exemplo, a hipérbole (“Pranto por belos olhos derrama-
Texto II do!”), paradoxo (“Incêndio em mares de água disfarçado! /
O painel do teto de uma igreja, é uma das obras-primas Rio de neve em fogo convertido!”) e antítese (“Se és fogo
de Mestre Athayde. como passas brandamente?”). Toda essa ornamentação do
texto poético de Gregório de Matos aproxima-o da pintura
Texto III de Mestre Athayde.
Quis o Poeta Embarcar-se Para a Cidade e Antecipando a e) O processo físico da sublimação (passagem do estado
Notícia à sua Senhora, lhe Viu umas Derretidas Mostras de sólido para o gasoso) pode ser visto no poema de Gregó-
Sentimento em Verdadeiras Lágrimas de Amor. rio de Matos Guerra (“Rio de neve em fogo convertido!”),
Ardor em coração firme nascido! embora a sua utilização nessa parte vincule-se ao caos do
Pranto por belos olhos derramado! universo interior do sujeito lírico.
Incêndio em mares de água disfarçado!
Rio de neve em fogo convertido! 90. (ENEM) Os árcades, no Brasil, assimilaram as ideias neo-
clássicas europeias, muitas vezes, reinterpretando, cada um
Tu, que um peito abrasas1 escondido, ao seu estilo, a realidade sociopolítica e cultural do país,
Tu, que em um rosto corres desatado, como se observa no seguinte fragmento das Cartas Chilenas:
Quando fogo em cristais aprisionado,
Quando cristal em chamas derretido. Pretende, Doroteu, o nosso chefe
erguer uma cadeia majestosa,
Se és fogo como passas brandamente? que possa escurecer a velha fama
Se és neve, como queimas com porfia2? da torre de Babel e mais os grandes,
Mas ai! que andou Amor em ti prudente. custosos edifícios que fizeram,
para sepulcros seus, os reis do Egito.
Pois para temperar a tirania, Talvez, prezado amigo, que imagine
Como quis, que aqui fosse a neve ardente, que neste monumento se conserve,
Permitiu, parecesse a chama fria. eterna a sua glória, bem que os povos,
MATOS, Gregório. Antologia poética. São ingratos, não consagrem ricos bustos
Paulo: Ediouro S. A., 1991. p.64. nem montadas estátuas ao seu nome.
1. Que abrasa; que queima Desiste, louco chefe, dessa empresa:
2. Teima, obstinação um soberbo edifício levantado
sobre ossos de inocentes, construído
a) A pintura referida acima, de Mestre Athayde, no teto da com lágrimas dos pobres, nunca serve
nave central da Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro de glória ao seu autor, mas sim de opróbio.
Preto (MG), se enquadra ao ideal estético barroco com seu GONZAGA, Tomás Antônio. Cartas chilenas. In: COSTA, Cláudio
intenso cromatismo, com a valorização dos detalhes, pro- M. da; GONZAGA, Tomás A.; PEIXOTO, Alvarenga. A poesia dos
funda religiosidade expressada pelos diversos elementos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996. p. 814.
religiosos, e, por fim, pelo excesso de ornamentação.
b) O fragmento de Afrânio Coutinho consegue muito bem Observe agora a charge publicada no jornal O Estado
ilustrar o que seria a arte barroca, guiada por polos diver- de S. Paulo e, comparando as situações criticadas, marque
sos (a cultura pagã versus a católica), numa tentativa de se o item que não corresponde a uma interpretação coerente
rebelar a fim de se expressar sob novos moldes intelectuais com o texto e o desenho.
ENEM Linguagens e Códigos 49

nalítica. Para ela: “Freud privatizou o conceito de melancolia;


seu antigo lugar de sintoma social retornou sob o nome de
depressão.”
O livro toca também na relação subjetiva dos depressivos
com o tempo, chamado pela autora de temporalidade. Para
a construção deste pensamento, são utilizados conceitos dos
filósofos Henry Bergson e Walter Benjamin, ambos dedicados
à reflexão sobre essa questão.
A clínica das depressões do ponto de vista da psicanálise
está presente no terceiro ensaio, a começar pelo estabeleci-
mento das distinções fundamentais entre a depressão e a me-
lancolia. Aqui, a autora busca estabelecer as diferenças entre
a posição subjetiva dos depressivos e as circunstâncias que
determinam episódios pontuais de depressão nos obsessivos
e nos histéricos.
Reconhecida pela longa e compromissada trajetória profis-
Disponível em: <http://lapidariodeculturawordpress.
sional, Maria Rita Kehl lança seu segundo livro pela Boitempo
com/2009/06/18>
Editorial. Acessível e profundo, O tempo e o cão desperta o
a) O texto de Gonzaga e a charge foram produzidos em interesse não somente daqueles que têm relação direta com a
períodos muito distintos e por isso indicam que a corrupção psicanálise, mas também de quem deseja compreender a fundo
atravessa a história brasileira. a ação dos mecanismos sociais sobre a subjetividade humana.
b) Tomás Antônio Gonzaga e outros árcades envolveram- Disponível em: <http://loja.livrariacasavermelha.com.br/
-se direta e indiretamente na Inconfidência Mineira e REF-504-O-TEMPO-E-O-C-A-O-atualidade-das-depressoes->
foram severamente punidos; Gonzaga foi condenado ao Após a leitura atenta do texto, assinale a assertiva correta.
degredo. a) O texto acima é uma resenha e, como tal, busca não
c) O chargista “personificou” numa das Casas do Con- só demonstrar resumidamente o que é abordado na obra O
gresso, O Senado, a figura de seu presidente, José Sarney, tempo e o cão como também analisá-la criticamente.
acusado de ter acobertado atos secretos que beneficiaram b) No texto, a citação da trajetória profissional de Maria
parentes e apaniguados seus. Rita Kehl é um dado desfavorável ao se analisar a obra O
d) Uma das formas de impedir que o poder público se tempo e o cão.
transforme num covil de ratos como a charge insinua é c) “Acessível” e “profundo” são adjetivos que formam en-
através da participação social e política e da cobrança con- tre si um paradoxo e mostram quão complicado é o enten-
tínua de transparência nos atos dos governantes. dimento da obra de Kehl.
e) Através das Cartas chilenas o poeta brasileiro faz uma d) “Ser escrito a partir de experiências e reflexões sobre
dura crítica ao período ditadorial no Chile dos anos 70, quan- o contato com pacientes depressivos” é um fato que depõe
do o governo democrático de Salvador Allende foi derrubado contra a obra de Kehl.
por uma junta militar liderada por Augusto Pinochet. e) O texto acima é um resumo de uma obra de psicanálise
e, como tal, busca motivar o leitor a estudar sobre a me-
91. (INEICOC-Uberlandia) lancolia.
O tempo e o cão, a atualidade das depressões
A psicanalista e escritora Maria Rita Kehl parte da supo- H22 Relacionar, em diferentes textos, opiniões,
sição de que a depressão é um sintoma social contemporâneo temas, assuntos e recursos linguísticos.
para desenvolver os três ensaios que compõem seu novo livro:
O tempo e o cão, a atualidade das depressões. 92. (ENEM)
Escrito a partir de experiências e reflexões sobre o con- Texto I
tato com pacientes depressivos, o livro aborda um tema que, Ser brotinho não é viver em um píncaro azulado; é muito
apesar de muito comentado, é pouco compreendido e menos mais! Ser brotinho é sorrir bastante dos homens e rir inter-
ainda aceito atualmente. minavelmente das mulheres, rir como se o ridículo, visível ou
Para abordá-lo, Maria Rita faz um apanhado do lugar sim- invisível, provocasse uma tosse de riso irresistível.
bólico ocupado melancolia, desde a Antiguidade clássica até CAMPOS, Paulo Mendes. Ser brotinho. In: SANTOS,
EM1D-12-1E

meados do século XX, quando Freud trouxe esse significante Joaquim Ferreira dos (Org.). As cem melhores crônicas
do campo das representações estéticas para o da clínica psica- brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005. p. 91.
50

Texto II Podemos ampliar esse conceito apreendido pelas crian-


Ser gagá não é viver apenas nos idos do passado: é mui- ças e, além da idade, pensar em poder, por exemplo. Isso
to mais! É saber que todos os amigos já morreram e os que nos faz pensar que o bullying ocorre principalmente, mas
teimam em viver são entrevados. É sorrir, interminavelmente, não apenas, porque crianças e adolescentes desenvolvem re-
não por necessidade interior, mas porque a boca não fecha ou lações assimétricas entre eles, por causa da idade, do tama-
a dentadura é maior que a arcada. nho, da força e do poder.
FERNANDES, Millôr. Ser gagá. In: SANTOS, Joaquim Talvez seja em casa e na escola que pais e professores
Ferreira dos (Org.). As cem melhores crônicas brasileiras. possam e devam repensar e reinventar o conceito de cidada-
Rio de Janeiro: Objetiva, 2005. p. 225. nia. Mas também temos nós, os adultos, o dever de adotar
Os textos I e II utilizam os mesmos recursos expressivos boas maneiras na convivência social. Afinal, praticar boas
para definir as fases da vida, entre eles: maneiras e ensinar aos mais novos o mesmo nada mais é do
a) expressões coloquiais com significados semelhantes. que reconhecer o outro e buscar formas de boa convivência
b) ênfase no aspecto contraditório da vida dos seres hu- com ele. Disso depende a sobrevivência da vida social porque
manos. somos todos interdependentes.
c) recursos específicos de textos escritos em linguagem SAYÃO, Rosely. Falta de civilidade. Folha de S.Paulo.
formal. São Paulo, 9 jul. 2009, Folha Equilíbrio.
d) termos denotativos que se realizam com sentido objetivo. Vocabulário:
e) metalinguagem que explica com humor o sentido de Bullying: ameaça; intimidação
palavras.
No fragmento “Assim, revelou o garoto, uma criança de
93. (ENEM) Leia o texto a seguir e responda à questão. um ou dois anos a mais que a outra se considera um ‘mais
Falta de civilidade velho’ e, por isso, pode explorar os de menos idade.”, a
Sofremos de um mal na atualidade: a incivilidade. A palavra destacada pode ser substituída, sem alterar o sig-
toda hora, somos obrigados a testemunhar cenas de gros- nificado original do trecho, por:
seria entre as pessoas, de falta de respeito pelo espaço a) descobrir. d) examinar.
que usamos e de absoluta carência de cortesia nas relações b) percorrer. e) desrespeitar.
interpessoais. Os adultos perderam a vergonha de ofender c) pesquisar.
publicamente e em alto e bom som, de transgredir as nor-
mas da vida comum por quaisquer razões. Parece mesmo 94. (ENEM) Serafim da Silva Neto defendia a tese da unidade da
que nossa vida segue um lema: cada um por si e, ao mesmo língua portuguesa no Brasil, entrevendo que no Brasil as delimi-
tempo, contra todos. tações dialetais espaciais não eram tão marcadas como as isoglos-
Por isso, perdemos totalmente a sensibilidade pelo direito do sas1 da România Antiga. Mas Paul Teyssier, na sua História da
outro: cada um de nós procura, desesperadamente, seus direitos, Língua Portuguesa, reconhece que na diversidade socioletal essa
sua felicidade, seu poder de consumo, seu prazer, sem reconhecer pretensa unidade se desfaz. Diz Teyssier:
o outro. E, claro, isso gera intolerância, discriminação, ameaça. “A realidade, porém, é que as divisões ‘dialetais’ no Brasil
O pacto social parece ter sido rompido e não tomamos são menos geográficas que socioculturais. As diferenças na
nenhuma medida para reverter esse processo. As mídias, por maneira de falar são maiores, num determinado lugar, entre
exemplo, comentam cenas de incivilidade ocorridas entre um homem culto e o vizinho analfabeto que entre dois bra-
pessoas que ocupam posição de destaque. Virou moda e ga- sileiros do mesmo nível cultural originários de duas regiões
nhou visibilidade dizer tudo o que se pensa, agredir para se distantes uma da outra.”
defender, fazer pouco do outro. Pessoas que ocupam cargos SILVA, R. V. M. O português brasileiro e o português europeu
de chefia expressam seu descontentamento com seus funcio- contemporâneo: alguns aspectos da diferença. Disponível
nários aos berros e assim por diante. em: www.uniroma.it. Acesso em: 23 jun. 2008.
(...) 1. Isoglossa: linha imaginária que, em um mapa, une os
Um garoto disse que achava que os alunos maiores intimi- pontos de ocorrência de traços e fenômenos linguísticos
davam os menores porque a escola e os pais ensinam que se idênticos.
deve respeitar os mais velhos. Veja você: o conceito de mais FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário Aurélio da língua
velho deixou de significar adulto ou velho e passou a ser usa- portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.
do como de mais idade. Assim, revelou o garoto, uma criança De acordo com as informações presentes no texto, os
de um ou dois anos a mais que a outra se considera um “mais pontos de vista de Serafim da Silva Neto e de Paul Teyssier
velho” e, por isso, pode explorar os de menos idade. convergem em relação:
ENEM Linguagens e Códigos 51

a) à influência dos aspectos socioculturais nas diferenças praga – aqui se faz, aqui se paga; quando doer no bolso deles,
dos falares entre indivíduos, pois ambos consideram que aí é que eles vão ver; deixa ele casar com uma megera, que ele
pessoas de mesmo nível sociocultural falam de forma se- vai ver o que é bom para a tosse, e assim por diante.
melhante. Não adianta nada, é claro. As pragas podem até colar, mas
b) à delimitação dialetal no Brasil assemelhar-se ao que não têm efeito retroativo e talvez já nem estejamos neste vale
ocorria na România Antiga, pois ambos consideram a va- de lágrimas, quando se concretizarem. Mas quiçá encontre-
riação linguística no Brasil como decorrente de aspectos mos algum consolo e esperança, ao contribuir para o acúmu-
geográficos. lo e intercâmbio das descobertas mais relevantes, a respeito
c) à variação sociocultural entre brasileiros de diferentes dos adolescentes. Pai de dois e, atualmente, anfitrião de mais
regiões, pois ambos consideram o fator sociocultural de dois, creio que posso oferecer algumas achegas, fruto de ob-
bastante peso na constituição das variedades linguísticas servação científica e de experiência duramente vivenciada.
no Brasil. Mártir da ciência e do conhecimento, menciono algumas, des-
d) à diversidade da língua portuguesa na România Antiga, pretensiosamente e sem ordem de importância.
que até hoje continua a existir, manifestando-se nas varian- A primeira é que eles são surdos. Estou convicto de que
tes linguísticas do português atual no Brasil. o sentido da audição só completa seu aparato com a maturi-
e) à existência de delimitações dialetais geográficas pou- dade. Antes, precisa de considerável estímulo para funcionar.
co marcadas no Brasil, embora cada um enfatize aspectos É imperioso ter compreensão para com o fato inescapável de
diferentes da questão. que, para que eles possam entender o que se fala na TV, ne-
cessitam de um volume suficiente para abafar três trios elétri-
95. (Efoa-MG) Leia o texto seguinte para responder à ques- cos. Do contrário, não entendem nada e, muito justamente, se
tão. revoltam. Como lemos nos jornais que os adolescentes revol-
Nós também já fomos tados esquartejam pais e avós, entram para seitas orientais
Como disse o famoso pensador Alfred E. Neumann, o mal que preceituam a abstenção de banhos ou erigem Átila como
da nova geração é que não pertencemos mais a ela. Grande modelo, cabe nos resignarmos e nos refugiarmos num quarto
e triste verdade, que sou obrigado, mais uma vez, a reco- acusticamente isolado. Penso nisso e baixo a mira do rifle que
nhecer. Sempre foi assim, informam-nos almanaques e obras já endereçava às caixas de som do home theater de um brioso
de divulgação. Praticamente desde que o homem aprendeu a adolescente, nosso vizinho, que no momento espalha seu som
escrever, algum mais velho anota comentários desalentados por toda a Zona Sul do Rio de Janeiro.
sobre a juventude. Deste jeito não dá, reclamam invariavel- Apagar luzes e aparelhos elétricos em geral é absoluta-
mente; deste jeito o mundo vai acabar, com essa dissolução mente estrangeiro à adolescência. Quando reclamei a meu fi-
de costumes, esse desapego aos valores mais básicos, essa lho de 17 anos, ele me apontou uma solução óbvia, que minha
permanente afronta ao estabelecido e sedimentado através obtusidade anciã não me deixava perceber.
de longa experiência. “A juventude é valiosa demais para ser – A luz é só pagar – disse ele. – E, os aparelhos, é só
desperdiçada com os jovens”, resmungou Bernard Shaw e res- comprar novos.
mungamos nós, coroas despeitados. Perfeitamente, como não me havia ocorrido isso antes?
Às vezes é difícil crer que já fomos assim. Não, nunca Nem cheguei a abordar o problema, tornado bastante flagran-
fomos assim, hoje em dia é muito diferente. E, por outro lado, te com a presença de outros jovens aqui em casa. Trata-se
quase não dá para acreditar que os portadores de certas ca- da circunstância de que um não come carnes (inclusive de
taduras assustadoras ou repelentes, que vemos na rua ou na peixe), embora se indigne, quando chamado de vegetariano.
televisão, já foram bebês, talvez rechonchudos, fofinhos e to- Não é vegetariano, até porque detesta verdura e sua dieta
dos os adjetivos dengosos que costumamos usar em relação a de farofa com linguiça, feijão e arroz é absolutamente pes-
bebês. Não, não, esse canalha aí nunca foi neném, já apare- soal, não se enquadra em nenhum desses códigos de velho.
ceu com esse aspecto, essa cara untuosa e malévola de quem Outra passa a sanduíches e cata meticulosamente qualquer
está permanentemente aplicando um golpe no semelhante. prato de natureza diversa, enquanto se queixa da algozaria
Mas fomos, já fomos nenéns e, ai de nós, já fomos ado- do destino, que a submete a um regime inaceitável para qual-
lescentes. Penso nisto enquanto procuro conter as nênias de quer pessoa normal – y compris coisas borrachudas, coisas
horror que me tumultuam o peito fatigado, ao encontrar de meladas, coisas dessa cor, coisas daqueloutra, coisas secas,
manhã a pia da cozinha cheia de garrafas de água e cubas coisas branquelas e muitas outras coisas por nós imemorizá-
de gelo vazias, portas de armários abertas, tênis e camisetas veis. Outra só come o que, a cada dia, lhe ditam entidades
jogadas pelo chão e outros vestígios que a adolescência deixa para nós misteriosas, cuja única coerência é rejeitar tudo o
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em seu rastro, como bem poderão testemunhar pais de ado- que na semana passada era uma delícia. Isso nos preocupa-
lescentes e de ex-adolescentes. Conheço vários pais que rogam va, porque tornava impossível organizar uma mesa de almoço
52

ou jantar. Éramos obrigados a conceber e preparar um menu d) “Mártir da ciência e do conhecimento, menciono al-
para cada um, com os naturais transtornos acarretados para gumas, despretensiosamente e sem ordem de importância.”
a administração do lar e a economia doméstica. Meu filho, (§ 4) / sugere conhecimento adquirido à custa de muito
entretanto, me abriu horizontes. Da mesma forma que deixar sofrimento.
tudo ligado e comprar novo aparelho de som para substituir e) “Outra passa a sanduíches e cata meticulosamente
aquele em que derramaram sorvete é a solução, contratar um qualquer prato de natureza diversa, enquanto se queixa
bufê para cada um é o caminho mais indicado. Faz-se apenas da algozaria do destino, que a submete a um regime ina-
uma pequena despesa, que não é nada diante dos ganhos de ceitável para qualquer pessoa normal [...].” (§ 8) / sugere
tranquilidade e paz obtidos. barulho, gritaria, confusão.
E eles pagam mico. Todos eles pagam mico por nossa cau-
sa. Em meu caso pessoal, devo evitar, por exemplo, dançar. Se 96. (Mackenzie-SP) Leia o texto abaixo para responder à
eu dançar em público e na presença deles, é um mico impie- questão.
doso. Isso se estende a muitas atividades que me são vedadas Breve história do tique
e das quais tenho que manter um rol atualizado. Outro dia, 01 A palavra parece nascida da linguagem dos desenhos

à saída de um restaurante, resolvi cantarolar, de mãos dadas animados. 02Segundo alguns, sua clara origem onomatopaica
com minha filha mais nova. Ela deu uma corridinha, se afas- derivaria do alemão 03 ticken, que significa “tocar ligeiramen-
tando de mim em grande embaraço. Inadvertidamente, eu a te”, ou de um termo da 04 medicina veterinária que, já no
tinha feito pagar um mico indelével, que até agora a trauma- século XVII, associava ticq e ticquet 05 a um fenômeno no
tiza e, sem dúvida, a seguirá pela vida afora. qual os cavalos sofrem uma súbita suspensão da 06 respira-
Não, nunca fomos assim, no nosso tempo era diferente. ção, seguida por um ruído: uma espécie de soluço que produz
Faço um exame de consciência, para confirmar esta impres- 07 no animal comportamentos estranhos e sofrimento. Daí a

são. Bem, e o dia em que resolvi botar ácido sulfúrico nas extensão a 08 várias manifestações que têm em comum a ra-
verrugas que me faziam pagar os piores micos, assim esbu- pidez, o caráter repetitivo 09 e pouco controlável e a piora em
racando por contato a casa toda, de sofás a estatuetas? E o situação de stress.
dia em que, treinando para lançador de facas, transformei a Rosella Castelnuovo
porta do meu quarto numa peneira? E como me considerava Indique a alternativa correta.
o mais infeliz dos homens, por ser forçado a tomar sopa em a) Segundo alguns (ref. 02) enfatiza a expressão de certeza
jantares de cerimônia? É, melhor não mexer nessas coisas. presente em sua clara origem onomatopaica.
Aqui se faz, aqui se paga, pensando bem. b) Em uma espécie de soluço (ref. 06), a palavra destacada
RIBEIRO, João Ubaldo. Nós também já fomos. O equivale a “tipo específico e bastante conhecido”.
Globo, Rio de Janeiro, 17 jan 1999. c. 1 , p. 6. c) súbita (ref. 05) é adjetivo com sentido equivalente ao
Vocabulário: de “repentino”.
Algozaria: ação própria do algoz; crueldade d) estranhos (ref. 07) pode ser substituído, sem prejuízo de
Catadura: semblante; aspecto; aparência sentido, por “desconhecidos”.
Nênia: canto fúnebre; canção plangente; melancólica e) piora (ref. 09) é uma forma verbal que compara a situa-
Y compris (francês): incluindo ção de stress àquela de autocontrole.
Home theater (inglês): disposição de aparelho sonoro que dá
aos ouvintes sensação de som ao vivo. 97. (ITA-SP) Considere o texto abaixo.
Diferente de cidades onde imóveis de frente para o mar
O autor se vale de palavras ou expressões altamente são mais valorizados, a escassez de verde faz a vez da vista
sugestivas, de valor conotativo. Assinale a alternativa em para o Atlântico em São Paulo. Bairros que fazem fronteira
que a conotação atribuída à palavra ou expressão destacada ou que são vizinhos a grandes parques merecem destaque e
não condiz com o sentido geral do texto. seduzem por oferecer uma qualidade de vida bastante rara na
a) “[...] e outros vestígios que a adolescência deixa em seu cidade. Um desses parques, que passou algum tempo desper-
rastro [...].” (§ 3) / sugere animalidade. cebido, é o Parque do Piqueri, com uma frequência relativa-
b) “[...] deixa ele casar com uma megera, que ele vai ver o mente baixa de visitantes e cheio de árvores frondosas, lago e
que é bom para a tosse [...].” (§ 3) / sugere enfrentamento patos, agora vira a bola da vez na região Leste da cidade. [...]
das consequências de procedimento incorreto ou errôneo, Propaganda para o lançamento de um prédio de apartamentos
sobre o qual foi advertido. na cidade de São Paulo. In: Folha de S.Paulo, 12/02/2005.
c) “[...] e talvez já nem estejamos neste vale de lágrimas, Assinale a opção em que o verbo não é o mais apropria-
quando se concretizarem.” (§ 4) / sugere vida sofrida. do semanticamente ao contexto.
ENEM Linguagens e Códigos 53

a) São (“são mais valorizados”) o frontispício do livro, e a gente percebia que era dele o
b) Fazem (“fazem fronteira”) pedantismo atribuído à mosca e ao passarinho. Ridículo um
c) Merecem (“merecem destaque”) individuo hirsuto e grave, doutor e barão, pipilar conselhos,
d) Oferecer (“oferecer uma qualidade de vida”) zumbir admoestações.
e) Passou (“passou algum tempo”) RAMOS, G. Infância. Rio de Janeiro: Record. 1986. Adaptado.

98. (Mackenzie-SP) Texto II


Texto I Dado que a literatura, como a vida, na medida em que
Quem somos nós, quem é cada um de nós senão uma atua com toda sua gama, é artificial querer que ela funcione
combinatória de experiências, de informações, de leituras, de como os manuais de virtude e boa conduta. E a sociedade não
imaginações? Cada vida é uma enciclopédia, uma biblioteca, pode senão escolher o que em cada momento lhe parece adap-
um inventário de objetos, uma amostragem de estilos, onde tado aos seus fins, enfrentando ainda assim os mais curiosos
tudo pode ser continuamente remexido e reordenado de todas paradoxos, pois mesmo as obras consideradas indispensáveis
as maneiras possíveis. para a formação do moço trazem frequentemente o que as
Ítalo Calvino convenções desejariam banir. Aliás, essa espécie de inevitável
Texto II contrabando é um dos meios por que o jovem entra em conta-
Não há a possibilidade de existir um homem livre de to com realidades que se tenciona escamotear-lhe.
todas as coerções sociais. Isso não ocorre nem mesmo no CANDIDO, A. A literatura e a formação do homem. Duas
interior do ser humano. Sabemos que as normas sociais cidades. São Paulo: Ed. 34, 2002. Adaptado.
impõem até que desejos são admissíveis e que desejos são
inadmissíveis. Os dois textos anteriores, com enfoques diferentes,
José Luiz Fiorin abordam um mesmo problema, que se refere, simultanea-
Texto III mente, ao campo literário e ao social. Considerando-se a
O inferno são os outros. relação entre os dois textos, verifica-se que eles têm em
Jean Paul Sartre comum o tato de que:
a) tratam do mesmo tema, embora com opiniões divergen-
Sobre os textos I, II e III, é correto afirmar que: tes, expressas no primeiro texto por meio da ficção e, no
a) o emprego do verbo no Presente é recurso para a apre- segundo, por análise sociológica.
sentação de conceitos. b) foi usada, em ambos, linguagem de caráter moralista
b) em II, coerções sociais e normas sociais apresentam em defesa de uma mesma tese: a literatura, muitas vezes, é
contrariedade de sentido. nociva à formação do jovem estudante.
c) em remexido e reordenado (texto I), o prefixo reindica c) são utilizadas linguagens diferentes nos dois textos,
“anterioridade”. que apresentam um mesmo ponto de vista: a literatura dei-
d) em II, o pronome demonstrativo isso, em função de su- xa ver o que se pretende esconder.
jeito, antecipa o que será dito. d) a linguagem figurada é predominante em ambos, embo-
e) em III, o verbo concorda com o sujeito. ra o primeiro seja uma fábula e o segundo, um texto cien-
tífico.
99. (ENEM) e) o tom humorístico caracteriza a linguagem de ambos
Texto I os textos, em que se defende o caráter pedagógico da li-
Principiei a leitura de má vontade. E logo emperrei na teratura.
história de um menino vadio que, dirigindo-se à escola, se
retardava a conversar com os passarinhos e recebia deles H23 Inferir de um texto quais são os objetivos de seu
opiniões sisudas e bons conselhos. Em seguida vinham ou- produtor e quem é seu público-alvo, pela análise
tros irracionais, igualmente bem-intencionados e bem fa- dos procedimentos argumentativos utilizados.
lantes. Havia a moscazinha que morava na parede de uma
chaminé e voava à toa, desobedecendo às ordens maternas, 100. (Encceja) Leia:
e tanto voou que afinal caiu no fogo. Esses contos me intri- Muitas vezes, cidadãos são marginalizados por não
garam com o [livro] Barão de Macaúbas. Infelizmente um saberem empregar a norma culta na hora de falar ou de
doutor, utilizando bichinhos, impunha-nos a linguagem dos escrever. Esse comportamento é chamado de preconceito
doutores. – Queres tu brincar comigo? O passarinho. no ga- linguístico.
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lho, respondia com preceito e moral, e a mosca usava ad- A língua é viva e sofre modificações de acordo com o con-
jetivos colhidos no dicionário. A figura do barão manchava texto.
54

É um engano pensar que haja certos ou errados abso- 102. (ENEM) Texto para a questão.
lutos. Há razões históricas para que comunidades inteiras Quando eu falo com vocês, procuro usar o código de vocês.
se expressem de uma forma e não de outra. Exigir que A figura do índio no Brasil de hoje não pode ser aquela de 500
todos empreguem a mesma linguagem é um desrespeito às anos atrás, do passado, que representa aquele primeiro conta-
diferenças.” to. Da mesma forma que o Brasil de hoje não é o Brasil de on-
SARMENTO, Leila Lavar. Oficina de redação. São Paulo: tem, tem 160 milhões de pessoas com diferentes sobrenomes.
Moderna, 2003 vol. 3, 7ª série, pág. 131. Vieram para cá asiáticos, europeus, africanos, e todo mundo
Seguindo as ideias do texto, podemos concluir que: quer ser brasileiro. A importante pergunta que nós fazemos
a) a língua é morta e não sofre modificações. é: qual é o pedaço de índio que vocês têm? O seu cabelo? São
b) a variação linguística no nosso país é respeitada. seus olhos? Ou é o nome da sua rua? O nome da sua praça?
c) a linguagem culta é a única língua falada no Brasil. Enfim, vocês devem ter um pedaço de índio dentro de vocês.
d) muitos cidadãos são marginalizados por não saberem a Para nós, o importante é que vocês olhem para a gente como
norma culta. seres humanos, como pessoas que nem precisam de paterna-
e) para respeitar as diferenças, é preciso que todos sejam lismos, nem precisam ser tratadas com privilégios. Nós não
obrigados a falar a mesma linguagem. queremos tomar o Brasil de vocês, nós queremos compartilhar
esse Brasil com vocês.
101. (ENEM) Leia o texto e responda à questão. TERENA, M. Debate. MORIN, E. Saberes globais e saberes
Quando as deficiências do Ensino Médio são apresentadas locais. Rio de Janeiro: Garamond, 2000. Adaptado.
à sociedade pelos fracos resultados do ENEM, uma sensação Os procedimentos argumentativos utilizados no texto
de que há um imenso descompasso entre alunos, professores, permitem inferir que o ouvinte/leitor, no qual o emissor
governos e pais parece inevitável. São os jovens que estão foca o seu discurso, pertence:
desinteressados, é o mestre que está desmotivado, é o gover- a) ao mesmo grupo social do falante/autor.
no que investe pouco ou são os pais que estão alheios à vida b) a um grupo de brasileiros considerados não índios.
escolar dos filhos? c) a um grupo étnico que representa a maioria europeia
A resposta da equação é uma mistura desses fatores. Mas, que vive no país.
para o pedagogo Lino de Macedo (...), o desencontro acontece d) a um grupo formado por estrangeiros que falam português.
mesmo entre as instituições de ensino e o aluno no ambiente e) a um grupo sociocultural formado por brasileiros natu-
escolar. “A escola está voltada para o próprio umbigo, não ralizados e imigrantes.
olha para o aluno real, que está na sala de aula, e não tenta
compreendê-lo”, explica. 103. (ENEM) Os pronomes demonstrativos são empregados
Para promover esse encontro – desejado por todos, mas al- de diversas maneiras, podendo gerar sentidos inusitados.
cançado por poucos –, Macedo, que foi um dos cinco formula- Uma delas é depreciar o ser (substantivo) que representam.
dores do ENEM, acredita que aproximar o conteúdo programá- Marque a alternativa em que o pronome destacado não
tico do cotidiano do jovem é uma das soluções possíveis. (...) foi usado de forma depreciativa.
“A educação básica tem de desenvolver competências e a) Não é possível: você consegue gostar daquilo?
habilidades nos alunos. (...) O que sobra da educação bási- b) Aquilo é um boteco da pior estirpe.
ca é o que o sujeito aprendeu como disciplina no sentido de c) Como você pôde fazer um trabalho desses?
habilidade e competência para fazer o melhor possível em de- d) Esse aí nunca soube o que é educação.
terminada situação, saber tomar decisões. É importante que e) Ela me deu aquele presente!
o jovem saiba demonstrar um teorema, argumentar, ler uma
fórmula, fazer um cálculo mais sofisticado, ler e interpretar 104. (ENEM) Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço
um texto, trabalhar com escalas, grandezas etc.” esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo
TAVARES, Flávia. Escola só olha o próprio umbigo. O Estado até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela es-
de S. Paulo. São Paulo: 10 mai. 2009, Aliás, p. 3. corregando, sentou-se na calçada, ainda úmida da chuva, e
Analisando as argumentações do texto, podemos afir- descansou na pedra o cachimbo.
mar que ele tem como público-alvo, exceto: Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não
a) profissionais da educação. se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se
b) profissionais liberais de outros países. ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia
c) alunos. sofrer de ataque.
d) pais. TREVISAN, D. Uma vela para Dario. Cemitério de elefantes.
e) pessoas interessadas no desenvolvimento do Brasil. Rio de Janeiro: civilização Brasileira. 1964. Adaptado.
ENEM Linguagens e Códigos 55

No texto anterior um acontecimento é narrado em lingua- ajustou o DNA da fauna cambriana, provocando a explosão da
gem literária. Esse mesmo fato, se relatado em versão jorna- vida daquele período. Mas não há razão para crer em fanta-
lística, com características de notícia, seria identificado em: sias desse tipo.”
a) Aí, amigão, fui diminuindo o passo e tentei me apoiar LIMA, Eduardo. Advogado do Diabo. SuperInteressante, São
no guarda-chuva... mas não deu. Encostei na parede e fui Paulo, n. 263-A, p. 11, mar. 2009 (com adaptações).
escorregando. Foi mal cara! Perdi os sentidos ali mesmo. Um Os dois entrevistados responderam a questões idênti-
povo que passava falou comigo e tentou me socorrer. E eu, cas, e as respostas a uma delas foram reproduzidas aqui.
ali, estatelado, sem conseguir falar nada! Cruzes! Que mal! Tais respostas revelam opiniões opostas: um defende a
b) O representante comercial Dari Ferreira, 43 anos, não re- existência de Deus e o outro não concorda com isso. Para
sistiu e caiu na calçada da Rua da Abolição, quase esquina defender seu ponto de vista:
com a Padre Vieira, no centro da cidade, ontem por volta do a) o religioso ataca a ciência, desqualificando a teoria da
meio-dia. O homem ainda tentou apoiar-se no guarda-chuva evolução, e o ateu apresenta comprovações científicas dessa
que trazia, mas não conseguiu. Aos populares que tentaram teoria para derrubar a ideia de que Deus existe.
socorrê-lo não conseguiu dar qualquer informação. b) Scherer impõe sua opinião, pela expressão “claro que
c) Eu logo vi que podia se tratar de um ataque. Eu vinha logo sim”, por se considerar autoridade competente para definir
atrás. O homem, todo aprumado, de guarda-chuva no braço e o assunto, enquanto Dennett expressa dúvida, com expres-
cachimbo na boca, dobrou a esquina e foi diminuindo o passo sões como “é possível”, assumindo não ter opinião formada.
até se sentar no chão da calçada. Algumas pessoas que passa- c) o arcebispo critica a teoria do design inteligente, pondo
vam pararam para ajudar, mas ele nem conseguia falar. em dúvida a existência de Deus, e o ateu argumenta com
d) Vítima idade: entre 40 e 45 anos base no fato de que algo só pode evoluir se, antes, existir.
Sexo: masculino d) o arcebispo usa uma lacuna da ciência para defender a exis-
Cor: branca tência de Deus, enquanto o filósofo faz uma ironia, sugerindo
Ocorrência: Encontrado desacordado na Rua da Abolição, que qualquer coisa inventada poderia preencher essa lacuna.
quase esquina com Padre Vieira. Ambulância chamada às e) o filósofo utiliza dados históricos em sua argumentação,
12h34min por homem desconhecido. A caminho. ao afirmar que a crença em Deus é algo primitivo, criado na
e) Pronto-socorro? Por favor, tem um homem caído na cal- época cambriana, enquanto o religioso baseia sua argumen-
çada da rua da Abolição, quase esquina com a Padre Vieira. tação no fato de que algumas coisas podem “surgir do nada”.
Ele parece desmaiado. Tem um grupo de pessoas em volta
dele. Mas parece que ninguém aqui pode ajudar. Ele precisa 106. (ENEM) Texto para a questão.
de uma ambulância rápido. Por favor, venham logo!

H24 Reconhecer no texto estratégias argumentativas


empregadas para o convencimento do
público, tais como a intimidação, sedução,
comoção, chantagem, entre outras.

105. (ENEM) Apesar da ciência, ainda é possível acreditar no


sopro divino – o momento em que o Criador deu vida até ao
mais insignificante dos micro-organismos?
Resposta de Dom Odilo Scherer, cardeal arcebispo de São
Paulo, nomeado pelo papa Bento XVI em 2007:
“Claro que sim. Estaremos falando sempre que, em algum mo-
mento, começou a existir algo, para poder evoluir em seguida. O
ato do criador precede a possibilidade de evolução: só evolui algo
que existe. Do nada, nada surge e evolui.”
LIMA, Eduardo. Testemunha de Deus. SuperInteressante,
São Paulo, n. 263-A, p. 9, mar. 2009 (com adaptações).
XAVIER, C. Quadrinho quadrado. Disponível em: <http://
Resposta de Daniel Dennet, filósofo americano ateu e evolucio- www.releituras.com>. Acesso em: 5 jul. 2009.
nista radical, formado em Harvard e Doutor por Oxford:
EM1D-12-1E

“É claro que é possível, assim como se pode acreditar que Tendo em vista a segunda fala do personagem entrevis-
um super-homem veio para a Terra há 530 milhões de anos e tado, constata-se que:
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a) o entrevistado deseja convencer o jornalista a não publicar um livro.


b) o principal objetivo do entrevistado é explicar o significado da palavra motivação.
c) são utilizados diversos recursos da linguagem literária, tais como a metáfora e a metonímia.
d) o entrevistado deseja informar de modo objetivo o jornalista sobre as etapas de produção de um livro.
e) o principal objetivo do entrevistado é evidenciar seu sentimento com relação ao processo de produção de um livro.

107. (ENEM) Leia o anúncio publicitário ao lado e responda


à questão.
Um dos recursos usados pelas agências de publicidade
para envolver o consumidor no anúncio publicitário é a
linguagem conotativa, figurada. As expressões, presen-
tes na propaganda, que apresentam esse tipo de lingua-
gem são:
a) “num só cabo” e “Internet”.
b) “família” e “olhe lá”.
c) “paga chorando” e “olhe lá”.
d) “paga chorando” e “várias contas”.
e) “opção” e “Internet”.

Disponível em: <http://www.talent.com.br/blog/?p=498>


108. (Mackenzie-SP) Assinale a alternativa correta.

Balão 1: Mamãe, o que você gostaria de ser se você vivesse?


a) No último quadrinho, as expressões faciais da mãe e da menina revelam, respectivamente, surpresa e fúria.
b) O humor do texto é gerado pelo fato de a menina empregar o verbo “vive” em duas acepções.
c) Há revolta da garota contra a aceitação, por parte da mãe, do papel subalterno reservado à mulher na sociedade contemporânea.
d) A forma verbal vivesse traz a informação implícita de que a garota considera que a mãe não vive de fato.
e) Os três primeiros quadrinhos mostram as tarefas que, naquele dia, a mãe de Mafalda terá pela frente: passar roupas,
arrumar a sala, lavar a louça.
ENEM Linguagens e Códigos 57

109. (ENEM) Os dois fragmentos abaixo foram retirados do a) Tá na cara que ela fez a escolha certa. Consultou um
poema Navio negreiro, de Castro Alves. Procure lê-los, para dermatologista.
depois marcar o item incorreto. b) Coisa fina! DVD Ultra-slim da Toshiba. Apenas 3,9 cm de
[...] altura.
Senhor Deus dos desgraçados! c) Chegou a nova Chevrolet S10 Sertões. Essa vai longe.
Dizei-me vós, Senhor Deus! d) Chegou Stilo Connect. O primeiro carro nacional que faz
Se é loucura... se é verdade ligações usando apenas o comando de voz.
Tanto horror perante os céus?! e) Novas suítes da Maternidade São Luiz. Para quem tem
Ó mar, por que não apagas o rei na barriga.
Co’a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?... 111. (ENEM) Cientistas da Grã-Bretanha anunciaram ter iden-
Astros! noites! tempestades! tificado o primeiro gene humano relacionado com o desenvol-
Rolai das imensidades! vimento da linguagem, o FOXP2. A descoberta pode ajudar
Varrei os mares, tufão! os pesquisadores a compreender os misteriosos mecanismos
[...] do discurso – que é uma característica exclusiva dos seres
Existe um povo que a bandeira empresta humanos. O gene pode indicar por que e como as pessoas
P’ra cobrir tanta infâmia e cobardia!... aprendem a se comunicar e a se expressar e por que algumas
E deixa-a transformar-se nessa festa crianças têm disfunções nessa área. Segundo o professor An-
Em manto impuro de bacante fria!... thony Monaco, do Centro Wellcome Trust de Genética Humana,
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta, de Oxford, além de ajudar a diagnosticar desordens de discur-
Que impudente na gávea1 tripudia? so, o estudo do gene vai possibilitar a descoberta de outros
Silêncio. Musa... chora, e chora tanto genes com imperfeições. Dessa forma, o prosseguimento das
Que o pavilhão se lave no teu pranto!... investigações pode levar a descobrir também esses genes as-
[...] sociados e, assim, abrir uma possibilidade de curar todos os
1. Vela que enverga na verga de gávea grande.
males relacionados à linguagem.
Disponível em: <http//www.bbc.co.uk>.
a) Na primeira parte acima, o poeta lança mão de um pro- Acesso em: 4 maio 2009. Adaptado.
cedimento estilístico, a apóstrofe, com o claro intuito de Para convencer o leitor da veracidade das informações
aumentar o tom retórico (grandioso) desse poema épico. contidas no texto, o autor recorre à estratégia de:
b) O borrão citado no primeiro trecho, sem sombra de dú- a) citar autoridade especialista no assunto em questão.
vidas, pode ser associado ao terrível processo da escravi- b) destacar os cientistas da Grã-Bretanha.
dão, isto é, borrão é o navio negreiro deslizando nas águas c) apresentar citações de diferentes fontes de divulgação
do mar. científica.
c) No trecho dois há um sentimento de repúdio (aversão) d) detalhar os procedimentos efetuados durante o processo
aos portugueses, principais motivadores da escravidão do da pesquisa.
negro na plaga brasileira (“Existe um povo que a bandeira e) elencar as possíveis consequências positivas que a des-
empresta”). coberta vai trazer.
d) Ao final do trecho, o poeta evoca a musa (poesia) a
“chorar”, isto é, denunciar as mazelas da colonização, com 112. (ENEM)
isso o seu pranto (lamento crítico) teria o poder de acordar Diga não ao não
uma consciência sobre a vergonha da escravidão (“Que o Quem disse que alguma coisa é impossível?
pavilhão se lave no teu pranto”). Olhe ao redor. O mundo está cheio de coisas que, segundo
e) O tom grandiloquente da poética castroalvina é coeren- os pessimistas, nunca teriam acontecido.
te com a proposta da terceira geração do Romantismo, cha- “Impossível.”
mada de condoreira. Tal como Victor Hugo na França, essa “Impraticável.”
geração colocou sua voz a serviço da luta pela liberdade e “Não”.
portanto combatendo a opressão. E ainda assim! sim.
Sim, Santos Dumont foi o primeiro homem a decolar a bor-
110. (ENEM) A polissemia é um recurso expressivo que do de um avião, impulsionado por um motor aeronáutico. Sim,
consiste em utilizar palavras que possam ter mais de um Visconde de Mauá, um dos maiores empreendedores do Brasil,
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significado no contexto em que foram utilizadas. Assinale inaugurou a primeira rodovia pavimentada do país. Sim, uma
a alternativa que não apresenta esse recurso. empresa brasileira também inovou no país. Abasteceu o pri-
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meiro voo comercial brasileiro. Foi a primeira empresa privada a) minimizar a importância da invenção do avião por San-
a produzir petróleo na Bacia de Campos. Desenvolveu um óleo tos Dumont.
combustível mais limpo, o OC Plus. O que é necessário para b) mencionar os feitos de grandes empreendedores da his-
transformar o não em sim? Curiosidade. Mente aberta. Vonta- tória do Brasil.
de de arriscar. E quando o problema parece insolúvel, quando c) ressaltar a importância do pessimismo para promover
o desafio é muito duro, dizer: vamos lá. transformações.
Soluções de energia para um mundo real. d) associar os empreendimentos da empresa petrolífera a
Jornal da ABI. n. 336. dez. de 2008 Adaptado. feitos históricos.
O texto publicitário apresenta a oposição entre “impossí- e) ironizar os empreendimentos rodoviários de Visconde
vel”, “impraticável”, “não” e “sim”. Essa oposição, usada como de Mauá no Brasil.
um recurso argumentativo, tem a função de:

113. (ENEM modificada)

COM NICIGA, PARAR DE FUMAR FICA MUITO MAIS FÁCIL


1. Fumar aumenta o número de receptores do seu cérebro que se ativam com nicotina.
2. Se você interrompe o fornecimento de uma vez, eles enlouquecem e você sente os desagradáveis sintomas da
falta do cigarro.
3. Com seus adesivos transdérmicos, Niciga libera nicotina terapêutica de forma controlada no seu organismo fa-
cilitando o processo de parar de fumar e ajudando a sua força de vontade. Com Niciga, você tem o dobro de chances
de parar de fumar.
Revista Época, 24 itv. 2008. Adaptado.

Para convencer o leitor, o anúncio emprega como recurso expressivo, principalmente:


a) as rimas entre Niciga e nicotina.
b) o uso de metáforas como “força de vontade”.
c) a repetição enfática de termos semelhantes como “fácil” e “facilidade”.
d) a utilização dos pronomes que fazem um apelo direto ao leitor.
e) a informação sobre as consequências do consumo do cigarro para amedrontar o leitor.

C8 Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna, geradora de


significação e integradora da organização do mundo e da própria identidade.
H25 Identificar, em textos de diferentes gêneros, as marcas linguísticas que
singularizam as variedades linguísticas sociais, regionais e de registro.

114. (ENEM)

SOUZA, Maurício de. [Chico Bento]. O Globo, Rio de Janeiro, Segundo Caderno, 19 dez. 2008, p.7.

O personagem Chico Bento pode ser considerado um típico habitante da zona rural, comumente chamado de “roceiro”
ou “caipira”. Considerando a sua fala, essa tipicidade é confirmada primordialmente pela:
ENEM Linguagens e Códigos 59

a) transcrição da fala característica de áreas rurais. 116. (Encceja)


b) redução do nome “José” para “Zé”, comum nas comuni- Economia, Horácio
dades rurais. (...)
c) emprego de elementos que caracterizam sua linguagem Minha filha é uma universitária; mas sempre que me es-
como coloquial. creve, do Rio, onde está morando, inicia invariavelmente suas
d) escolha de palavras ligadas ao meio rural, incomuns nos cartas por aquele mesmo breve “Oi !” que eu, entretanto – em
meios urbanos. obediência a um velho hábito e para satisfazer antigas e ob-
e) utilização da palavra “coisa”, pouco frequente nas zo- soletas praxes do meu tempo de rapaz – traduzo mentalmente
nas mais urbanizadas. por “meu querido pai”. E vai ver que quer dizer isso mesmo.
O Estado de S. Paulo, 26/9/1972.
115. (Encceja) Leia: O comentário feito sobre o emprego de “Oi!” indica que
12 de outubro seu uso é próprio da linguagem:
12 de outubro de 2001 a) informal.
b) escrita.
Dia das Criança c) profissional.
Várias festa espalhada na periferia d) erudita.
No Parque Santo Antônio hoje teve uma festa e) formal.
Foi bancada pela irmandade, uma organização
117. (ENEM) Leia este e-mail que circulou na Internet re-
Tavam confeccionando roupa lá no Parque Santo
centemente.
Antônio lá
Cinema no Nordeste!
Lutando Para conseguir a aceitação do público nordestino, os
Remando contra a maré cinemas locais decidiram mudar os nomes dos filmes. Vejam
Mas tá lá tá firme abaixo os novos títulos.
Tinha umas 300 pessoa De: Uma linda mulher
No, na festa das criança Para: Uma quenga aprumada
(...) De: O poderoso chefão
E o moleque era mó revolta, vai vendo Para: O coroné arretado
De: Os sete samurais
Moleque revolta
Para: Os jagunço di zoio rasgado
E ele tava friozão
De: Perfume de mulher
Jogando bola lá, tal Para: Cherim de cabocla
Como se nada tivesse acontecido De: Guerra nas estrelas
Ali marcou pra ele Para: Arranca-rabo no céu
Talvez ele tenha se transformado numa outra pessoa De: Um peixe chamado Wanda
[aquele dia Para: Um lambari cum nome di muié
Vai vendo o barato De: A noviça rebelde
Dia das criança Para: A beata increnquêra
Racionais MC’s De: O fim dos dias
Para: Nóis tamo é lascado
O rap é um gênero de música popular, em que os ver-
sos são declamados rapidamente. A linguagem segue o Pode-se afirmar que o autor do e-mail conseguiu pro-
padrão falado predominantemente pelos jovens de peri- duzir humor ao adaptar títulos de filmes famosos para a
ferias urbanas. Na composição dos Racionais, os termos variedade linguística utilizada na região Nordeste do país.
destacados indicam uma tendência dessa variedade lin- Em relação a essa variedade linguística, seria incorreto
guística, que é: afirmar que:
a) marcar uma só palavra para indicar o plural. a) reproduz situação de linguagem informal.
b) conjugar o verbo na segunda pessoa. b) não é empregada na redação de leis e decretos.
c) transformar a pronúncia “lh” em “i”. c) não cumpre a sua função comunicativa.
d) usar palavras em sentidos figurados. d) faz parte de determinada região e meio social.
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e) fazer comparações. e) é mais relacionada à linguagem oral do que à escrita.


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Leia o anúncio publicitário a seguir e responda às ques- a seguir e presente também na composição de Renato Russo
tões 118 e 119. “Se encontraram então no parque da cidade; a Mônica de
moto e o Eduardo de camelo”, não significa “mamífero ru-
minante, usado como animal de sela em regiões desérticas”,
e sim “bicicleta”. De posse dessas informações, assinale a
alternativa que não apresenta uso de gíria, como o citado
anteriormente.

Disponível em: <http://www.talent.com.br/blog/?p=498> Disponível em: <http://www.nea.fe.usp.br/sigepe/


informacoes/upload/M3U3%20varia%C3%A7%C3%A3o.
118. (ENEM) Na frase “Saia da Sibéria e vem pra NET já”, gif>. Acesso em: 15 jul. 2009.
não há uniformidade de tratamento, pois a forma verbal
“saia” está no imperativo afirmativo da 3ª pessoa do singular a) “Aquela gata só namora jogadores de futebol”.
(você) e “vem” está no imperativo afirmativo da 2ª pessoa b) “Gosto muito dessa praia, brother”.
do singular (tu). Sabendo disso, encontre a alternativa em c) “A minha mina já tá chegando”.
que a uniformidade de tratamento na frase da propaganda d) “Preciso vazar, tá ligado?”
é mantida. e) “Meu irmão quer ficar com corpo escultural”.
a) Saia da Sibéria e venha pra NET já.
b) Sai da Sibéria e venha pra NET já. 121. (ENEM)
c) Sais da Sibéria e vem pra NET já. Quando eu falo com vocês, procuro usar o código de vocês.
d) Saias da Sibéria e vem pra NET já. A figura do índio no Brasil de hoje não pode ser aquela de 500
e) Saias da Sibéria e venha pra NET já. anos atrás, do passado, que representa aquele primeiro conta-
to. Da mesma forma que o Brasil de hoje não é o Brasil de on-
119. (ENEM) O uso do verbo “ter” como impessoal no lugar tem, tem 160 milhões de pessoas com diferentes sobrenomes.
de “haver” é comum na linguagem sem formalidade. Basta Vieram para cá asiáticos, europeus, africanos, e todo mundo
observar a frase do anúncio publicitário: “Tem pacote pra quer ser brasileiro. A importante pergunta que nós fazemos
todo tipo de família”. Assinale a alternativa em que isso é: qual é o pedaço de índio que vocês têm? O seu cabelo? São
ocorre. seus olhos? Ou é o nome da sua rua? O nome da sua praça?
a) Ela tem lindos vestidos. Enfim, vocês devem ter um pedaço de índio dentro de vocês.
b) A polícia tem nas mãos o criminoso mais procurado do Para nós, o importante é que vocês olhem para a gente como
país. seres humanos, como pessoas que nem precisam de paterna-
c) A garota não se teve de alegria ao receber o presente. lismos, nem precisam ser tratadas com privilégios. Nós não
d) Teve ocasiões em que me senti frustrado. queremos tomar o Brasil de vocês, nós queremos compartilhar
e) Maria teve seu filho ontem. esse Brasil com vocês.
TERENA, M. Debate. MORIN, E. Saberes globais e saberes
120. (ENEM) A forma como os falantes de uma mesma lín- locais. Rio de Janeiro: Garamond, 2000. Adaptado.
gua se expressam para se referir a determinadas coisas pode Na situação de comunicação da qual o texto foi retirado,
variar de acordo com o grupo social em que se inserem, a norma-padrão da língua portuguesa é empregada com a
formando as gírias. Assim, “camelo”, citado no quadrinho finalidade de:
ENEM Linguagens e Códigos 61

a) demonstrar a clareza e a complexidade da nossa lín- Vício na fala


gua materna. Para dizerem milho dizem mio
b) situar os dois lados da interlocução em posições simétricas. Para melhor dizem mió
c) comprovar a importância da correção gramatical nos Para pior pió
diálogos cotidianos. Para telha dizem teia
d) mostrar como as línguas indígenas foram incorporadas Para telhado dizem teiado
à língua portuguesa. E vão fazendo telhados.
e) ressaltar a importância do código linguístico que ado- Oswald de Andrade
tamos como língua nacional.
Marque verdadeiro (V) ou falso (F) nas afirmações que
122. (ENEM) se seguem e assinale a alternativa correspondente.
Leia os poemas O poeta da roça, de Patativa do Assaré, e I. É evidente que a fala influencia a escrita do poema
Vício na fala, de Oswald de Andrade, e responda à questão 122. O poeta da roça e, com isso, compromete-se a emoção que o
O poeta da roça leitor poderia sentir ao ler o texto. ( )
Sou fio das mata, canto da mão grossa, II. O último verso do poema de Oswald de Andrade mos-
Trabaio na roça, de inverno e de estio. tra a norma-padrão “telhado”, ressaltando, por meio do
A minha chupana é tapada de barro, contraste com a forma “teiado”, as diferenças entre lingua-
Só fumo cigarro de paia de mío. gem culta e linguagem coloquial, sem, no entanto, menos-
Sou poeta das brenha, não faço o papé prezar a forma coloquial, que contribui para a construção
De argun menestré, ou errante cantô da identidade do falante. ( )
Que veve vagando, com sua viola, III. Determinadas variedades linguísticas são mani-
Cantando, pachola, à percura de amô. festações aceitas pela tradição cultural brasileira. Os
Não tenho sabença, pois nunca estudei, falantes retratados nos poemas, por exemplo, não dei-
Apenas eu sei o meu nome assiná. xam de gozar de prestígio social, devido ao seu modo
Meu pai, coitadinho! Vivia sem cobre, de falar. ( )
E o fio do pobre não pode estudá. a) Todas as afirmações são verdadeiras.
Meu verso rastero, singelo e sem graça, b) Somente as afirmações I e II são verdadeiras.
Não entra na praça, no rico salão, c) Somente as afirmações II e III são verdadeiras.
Meu verso só entra no campo e na roça d) Somente a afirmação I é verdadeira.
Nas pobre paioça, da serra ao sertão. e) Somente a afirmação II é verdadeira.
(...)
Patativa do Assaré

123. (ENEM)

BROWNE, C. Hagar, o horrível. Jornal O Globo, Segundo Caderno. 20 fev. 2009.


A linguagem da tirinha revela:
a) o uso de expressões linguísticas e vocabulário próprios de épocas antigas.
b) o uso de expressões linguísticas inseridas no registro mais formal da língua.
c) o caráter coloquial expresso pelo uso do tempo verbal no segundo quadrinho.
d) o uso de um vocabulário especifico para situações comunicativas de emergência.
e) a intenção comunicativa dos personagens: a de estabelecer a hierarquia entre eles.
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124. (ENEM) que ocorre o único contato das crianças com a gramática
O mal maior da gíria reside na sua adoção como forma normativa e com a norma-padrão.
permanente de comunicação, desencadeando um proces- Consultoria Eni Orlandi, professora do Instituto de Estudos da
so não só de esquecimento, como de desprezo ao voca- Linguagem da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
bulário oficial. Usada no momento certo, porém, a gíria S.O.S. Português. Revista Nova Escola. Edição 222, p. 28, mai. 2009.
é um elemento de linguagem que denota expressividade Em relação ao texto anterior, marque a única afirmação
e revela grande criatividade, desde que, naturalmente, correta.
adequada à mensagem, ao meio e ao receptor. A gíria a) A gramática normativa apresenta o dialeto regional como
é admitida na língua falada. Na língua escrita deve ser uma das possíveis variedades da língua, adequado em certas
evitada, a não ser na reprodução da fala de determinada circunstâncias e inadequado em outras.
época, com a visível intenção de documentar o fato, ou b) O modo de expressão dos falantes cultos, aquelas pessoas
em casos especiais de comunicação entre amigos, fami- que têm acesso às regras padronizadas, incutidas no processo
liares, namorados etc., caracterizados pela linguagem de escolarização, é a norma culta.
informal. c) Toda forma elevada de linguagem, que se aproxime
De posse das informações do texto, leia as frases a seguir. dos padrões informais da linguagem, configura a norma
I. O ancião quedou-se estático e boquiaberto. culta.
II. O velho ficou parado e de boca aberta. d) As pessoas podem transitar pela norma culta e pela lin-
III. O coroa ficou na dele mosqueando. guagem coloquial sem fazer distinção entre as duas, pois não
IV. O véio encarangô. há uma linha demarcatória entre elas.
V. O cavalheiro de idade permaneceu quieto, em atitude e) A norma gramatical descreve as variantes linguísticas, ob-
contemplativa. servando a expressividade, as intenções e as situações em que
Todas essas frases apresentam o mesmo significado. essas variantes são empregadas.
Baseando-se no texto anterior, identifique aquelas que,
apesar de transmitirem a mesma informação das demais, 126. (ENEM)
apresentam uso de gíria. O papa recebe conselhos de Lula, mas “talvez” não com-
a) III e IV, apenas. bina com “certamente”
b) III e II, apenas. Em encontro com o papa em Roma, o presidente Luiz Iná-
c) I e IV, apenas. cio Lula da Silva o concitou a aproveitar os sermões das mis-
d) I, II e III. sas domingueiras para exortar os dirigentes dos países ricos
e) I, II e IV. a darem um jeito de combater a crise financeira mundial com
mais vigor. Afinal, ele lembrou, os pobres não têm nada com
125. (ENEM) isso.” (...) a crise é grave”, contou o presidente Lula a Bento
A norma gramatical é aquela relacionada à gramática XVI. E completou: “Eu pedi ao papa que nos seus pronuncia-
normativa: só o que está de acordo com ela é correto. Po- mentos ele fale da crise econômica, pois, se todo domingo
rém ela incorpora muitas regras que não são usadas coti- o papa der um ‘conselhozinho’, quem sabe a gente encontra
dianamente. mais facilidade para resolver o problema”.
A norma-padrão, por sua vez, está vinculada a uma Pode ser. Depois, encontrou-se com o finado George
língua modelo. Segue prescrições representadas na gramá- W. Bush num dos encontros do G-20. Disse Lula: “Esta
tica, mas é marcada pela língua produzida em certo mo- certamente talvez seja uma das maiores crises que já en-
mento da história e em uma determinada sociedade. Como frentamos”.
a língua está em constante mudança, diferentes formas (...)
de linguagem que hoje não são consideradas pela norma- MACHADO, Josué. O bom conselheiro. Revista
padrão, com o tempo, podem vir a se legitimar. Por fim, a Língua Portuguesa. Ed. 41, mar. 2009.
norma culta é a que resulta da prática da língua em um A afirmação feita no título do artigo pode ser justifi-
meio social considerado culto – tomando-se como base pes- cada porque, na frase “Esta certamente talvez seja uma das
soas de nível superior completo e moradoras de centros ur- maiores crises que já enfrentamos.”, os vocábulos destaca-
banos. No Brasil, ela foi estudada por meio de pesquisa de dos expressam, respectivamente:
campo realizada há quase 50 anos, tomando-se como base a) tempo e modo.
falantes de algumas capitais. Como desde então não foram b) intensidade e modo.
realizados novos estudos, a norma culta caiu em desuso. O c) afirmação e tempo.
uso dessas regras varia de acordo com as situações e con- d) modo e dúvida.
dições de vida de cada um. Em muitos casos, é na escola e) afirmação e dúvida.
ENEM Linguagens e Códigos 63

127. (ENEM) Leia o texto e responda à questão. Gerente – Nós dispomos de várias modalidades de crédito.
Quando as deficiências do Ensino Médio são apresentadas O senhor é nosso cliente?
à sociedade pelos fracos resultados do ENEM, uma sensação de Cliente – Sou Júlio César Fontoura, também sou funcioná-
que há um imenso descompasso entre alunos, professores, go- rio do banco.
vernos e pais parece inevitável. São os jovens que estão desin- Gerente – Julinho, é você, cara? Aqui é a Helena! Cê tá em
teressados, é o mestre que está desmotivado, é o governo que Brasília? Pensei que você inda tivesse na agência de Uberlân-
investe pouco ou são os pais que estão alheios à vida escolar dia! Passa aqui pra gente conversar com calma.
dos filhos? BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua
A resposta da equação é uma mistura desses fatores. Mas, materna. São Paulo: Parábola, 2004. Adaptado.
para o pedagogo Lino de Macedo (...), o desencontro acontece
mesmo entre as instituições de ensino e o aluno no ambien- Na representação escrita da conversa telefônica entre a
te escolar. “A escola está voltada para o próprio umbigo, não gerente do banco e o cliente, observa-se que a maneira de
olha para o aluno real, que está na sala de aula, e não tenta falar da gerente foi alterada de repente devido:
compreendê-lo”, explica. a) à adequação de sua fala à conversa com um amigo, ca-
Para promover esse encontro – desejado por todos, mas racterizada pela informalidade.
alcançado por poucos –, Macedo, que foi um dos cinco for- b) à iniciativa do cliente em se apresentar como funcio-
muladores do ENEM, acredita que aproximar o conteúdo nário do banco.
programático do cotidiano do jovem é uma das soluções c) ao fato de ambos terem nascido em Uberlândia (Minas
possíveis. (...) Gerais).
“A educação básica tem de desenvolver competências e d) à intimidade forçada pelo cliente ao fornecer seu nome
habilidades nos alunos. (...) O que sobra da educação bási- completo.
ca é o que o sujeito aprendeu como disciplina no sentido de e) ao seu interesse profissional em financiar o veículo
habilidade e competência para fazer o melhor possível em de- de Júlio.
terminada situação, saber tomar decisões. É importante que
o jovem saiba demonstrar um teorema, argumentar, ler uma 129. (ENEM)
fórmula, fazer um cálculo mais sofisticado, ler e interpretar
um texto, trabalhar com escalas, grandezas etc.”
TAVARES, Flávia. Escola só olha o próprio umbigo. O Estado
de S. Paulo. São Paulo, 10 mai. 2009, Aliás, p. 3.

Apesar de estar concedendo uma entrevista para um jor-


nal renomado, em que normalmente usa-se a norma-padrão
da língua, Lino Macedo faz uso de expressão coloquial na
frase “A escola está voltada para o próprio umbigo”. Assi-
nale, a seguir, a alternativa que a interpreta corretamente.
a) A escola, com o intuito de proteger os alunos, impede-os
de entrar em contato com a realidade, muitas vezes danosa.
b) As instituições educacionais preocupam-se em transfor-
mar alunos em pessoas centradas e compenetradas.
c) A maior preocupação das escolas é com os itens curri-
culares das “ciências humanas”, definidores de seu caráter
mais intrínseco.
d) A escola não leva em conta o aluno real e o seu cotidiano,
focalizando-se apenas em seu próprio conteúdo programático.
e) A frase é inadequada. De acordo com o texto, o correto seria
afirmar que “a escola não está voltada para o próprio umbigo”. Veja, 7 maio 1997.
Na parte superior do anúncio, há um comentário escrito
128. (ENEM) à mão que aborda a questão das atividades linguísticas e sua
Gerente – Boa tarde. Em que eu posso ajudá-lo? relação com as modalidades oral e escrita da língua. Esse co-
Cliente – Estou interessado em financiamento para com- mentário deixa evidente uma posição crítica quanto a usos
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pra de veículo. que se fazem da linguagem, enfatizando ser necessário:


64

a) implementar a fala, tendo em vista maior desenvoltura, 131. (Unicamp-SP adaptada) Encontram-se, abaixo, a trans­­
naturalidade e segurança no uso da língua. crição de parte de uma transmissão de jogo de futebol, tre-
b) conhecer gêneros mais formais da modalidade oral para cho de uma canção e uma manchete de notícia.
a obtenção de clareza na comunicação oral e escrita. Texto 1
c) dominar as diferentes variedades do registro oral da língua Na marca de 36 minutos do primeiro tempo do jogo, pode
portuguesa para escrever com adequação, eficiência e correção. abrir o marcador o time da Itapirense. A Esportiva precisa
d) empregar vocabulário adequado e usar regras da norma- da vitória. Tomando posição o camisa 9 Juary. É a batida de
-padrão da língua em se tratando da modalidade escrita. penalidade máxima. Faz festa a torcida. Fica no centro do gol
e) utilizar recursos mais expressivos e menos desgastados o goleiro Cléber. Partiu Juary com a bola para a esquerda, to-
da variedade-padrão da língua para se expressar com algu- cou, é gol. Gol da Esportiva! E o Mogi Mirim tem posse de bola
ma segurança e sucesso. agora, escanteio pela direita. 39 minutos, Juan na cobrança
do escanteio para o Mogi Mirim, chutou, cruzou, cabeceia An-
130. (ENEM) derson Conceição e é gol.
A chuva capou o gato Foi aos 39 minutos do primeiro tempo, Juan pra co-
Capar o gato no ciearencês significa ir embora. Não é à toa brança do lado direito, subiu, desviou de cabeça o zagueiro
que, historicamente, em julho, o índice pluviométrico no Cea- Anderson Conceição, bola pro fundo da rede do goleiro Brás
rá é o menor em relação à Bahia, Alagoas, Pernambuco e Rio da Itapirense. Cutucou pro fundo da rede Anderson Concei-
Grande do Norte. Isso quer dizer que, quando assistimos a uma ção, camisa 4.
previsão do tempo na TV, afirmando que vai chover no litoral do Transcrição adaptada de trecho da transmissão da partida entre
nordeste, a gente diz logo: “arre égua, no Ceará mesmo não”. Mogi Mirim Esporte Clube e Itapirense em 04/10/2008.
Portanto, se você quer aproveitar de verdade o sol do Nordes- Disponível no Podcast “Mogi Mirim Esporte
te em julho, faça como o próprio sol: escolha o Ceará como desti- Clube”, em www. mogimirim.com.br
no e venha conferir a nova atração do Beach Park, o Ramubrinká. Texto 2
Propaganda do Beach Park, em Fortaleza. Cotidiano
In: Folha de S.Paulo, 12/06/2009. Todo dia ela faz
No segundo parágrafo do texto, empregou-se o trata- Tudo sempre igual
mento de terceira pessoa do singular com o uso do pronome Me sacode
você. No entanto, é comum no falar corrente do nordestino Às seis horas da manhã
o emprego do pronome tu. Me sorri um sorriso pontual
Assinale a única alternativa em que o segundo pará- E me beija com a boca
grafo foi corretamente reescrito, trocando-se o pronome De hortelã (...)
“você“ pelo pronome “tu”. Chico Buarque
a) Portanto, se tu queres aproveitar de verdade o sol do Texto 3
Nordeste em julho, faça como o próprio sol: escolhe o Ceará Presidente visita amanhã a Estação Antártica
como destino e vem conferir a nova atração do Beach Park, Imprensa Nacional. Disponível em: <http//
o Ramubrinká. www.in.gov.br>, 15/02/2008
b) Portanto, se tu queres aproveitar de verdade o sol do
Nordeste em julho, faça como o próprio sol: escolha o Ceará Analise as proposições abaixo em verdadeiras ou falsas
como destino e vem conferir a nova atração do Beach Park, e depois marque a alternativa adequada.
o Ramubrinká. I. Nos três textos ocorrem verbos no tempo presente.
c) Portanto, se tu queres aproveitar de verdade o sol do Entretanto, seu uso descreve as ações de formas diferentes.
Nordeste em julho, faze como o próprio sol: escolhe o Ceará No texto 1, o presente do indicativo foi empregado para
como destino e venha conferir a nova atração do Beach deixar claro que as ações aconteciam no momento em que
Park, o Ramubrinká. eram enunciadas. No texto 2, o presente foi empregado
d) Portanto, se tu quer aproveitares de verdade o sol do para deixar a ideia de habitualidade, sugerida pelo título
Nordeste em julho, faz como o próprio sol: escolhe o Ceará da canção. No texto 3, ele foi empregado para gerar certeza
como destino e vem conferir a nova atração do Beach Park, e credibilidade sobre uma ação que ainda ocorreria no futu-
o Ramubrinká. ro relativo ao momento da enunciação.
e) Portanto, se tu queres aproveitar de verdade o sol do II. O encadeamento narrativo do texto 1 é construído pela
Nordeste em julho, faz como o próprio sol: escolhe o Ceará alternância entre verbos no presente e no passado. Isso se
como destino e vem conferir a nova atração do Beach Park, deve à estratégia utilizada de repetir cenas já acontecidas,
o Ramubrinká. como se faz no que se chama de “replay”.
ENEM Linguagens e Códigos 65

III. No último parágrafo do texto 1, a presença exclusiva a) da linguagem formal com alguns trechos que demons-
do passado deixa claro que o trecho todo retrata uma “joga- tram ousadia, principalmente no que diz respeito à cons-
da” já acontecida e que é rememorada pelo locutor. trução sintática.
a) Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras. b) tanto da linguagem formal quanto da linguagem colo-
b) Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras. quial, para demarcar, com clareza, personagem e narrador.
c) Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras. c) de uma linguagem coloquial caracterizada pela repro-
d) Todas as afirmativas são verdadeiras. dução da pronúncia das palavras.
e) Nenhuma das afirmativas é verdadeira. d) de frases carregadas de melodia e sonoridade para enfati-
zar o pedido de desculpas feito pelo personagem.
132. (UFU-MG) Em apenas uma das alternativas abaixo não e) de linguagem regionalista, mostrando fidelidade ao vo-
encontramos pleonasmos. Assinale-a. cabulário do gaúcho.
a) Suas músicas, ouço-as sempre com emoção.
b) Aos filhos, dá-lhes o melhor de si. 134. (ENEM)
c) Ao avarento, nada lhe devo. Iscute o que tô dizendo,
d) O garoto manda-lhe um abraço. Seu dotô, seu coroné:
e) Os exercícios, eu os resolvi rapidamente. De fome tão padecendo
Meus tio e minha muié.
133. (ENEM) Sem briga, questão nem guerra.
Foi sonho Meça desta grande terra
– Antão, Frorinda, que é isso! Você tá loca... Umas tarefa pra eu!
Será que você qué abandoná seu negro prucauso de outra Tenha pena do agregado
muié?... Inda que eu fosse um desses miserave que dêxum Não me deixe deserdado
fartá inté pão em casa, mais eu, Frorinda! Que nunca te dexei Daquilo que Deus me deu.
sem surtimento! E inté trago tudo de sobra pá gente pudê PATATIVA DO ASSARÉ. A terra é natura In: Cordéis e outros poemas.
sê filiz... Quando que na casa da sua mãi ocê usô argola nas Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2008. Fragmento.
orêia, feito deusa? Sô eu, que quero ocê bunita sempe, bunita
pr’eu querê bem, e não bunita pá gozá ... Quando Romero A partir da análise da linguagem utilizada no poema,
comprô aquela brusa de seda pra muié dele, num comprei infere-se que o eu lírico revela-se como falante de uma va-
logo um vistido intero pr’ocê? Dexa disso Frorinda, eu exprico riedade linguística específica. Esse falante, em seu grupo
tudo! Num vamo agora se disgraçá pr’uma coisinha de nada! social, é identificado como um falante:
... Eu onte caí na farra, tanta gente mascarado divirtino, a) escolarizado proveniente de uma metrópole.
ocê tava tão longe pr’eu í buscá ... Depois minha mulé num é b) sertanejo morador de uma área rural.
pra farra não! Eu quis mulé foi pá tá im casa mi sirvindo cum c) idoso que habita uma comunidade urbana.
duçura, intrei na premera venda e bibi. Antão me deu uma d) escolarizado que habita uma comunidade do interior
corage de sê o que num tenho sido, ocê bem sabe que num te- do país.
nho sido, mais quis caí na farra uma veiz. Inté tava bem triste e) estrangeira que imigrou para uma comunidade do sul
pruque de repente me alembrei que dê-certo o Romero tava im do pais.
casa cum a famia, im veiz de andá sozinho cumo eu tava feito
sordado na vida... Porém já tinha bibido outra veiz, fiquei con- H26 Relacionar as variedades linguísticas a
tente, pois num tenho que dá satisfação ninhuma pr’u Romero, situações específicas de uso social.
eu sô eu! Fui dexá as ferramenta na premera venda que eu sô
cunhicido lá, tava todo sujo do trabaio, mai justifiquei que pra 135. (Encceja) Atenção, malandrage! Eu num vô pedir nada, vô
caí na farra num caricia de mi trocá. Farra é vergonha, pra sujo te dá um alô! Te liga aí: aids é uma praga que rói até os mais for-
de pensamento, sujo de corpo num faiz má. tes, e rói devagarinho. Deixa o corpo sem defesa contra a doença.
ANDRADE, Mário de. Os filhos da Candinha. São Paulo: Agir, 2008. Quem pegá essa praga está ralado de verde e amarelo, de
primeiro ao quinto, e sem vaselina. Num tem dotô que dê jei-
No texto, Mário de Andrade, de acordo com a tendên- to, nem reza brava, nem choro, nem vela, nem ai, Jesus (...).
cia do Modernismo de registrar a cultura popular brasileira, Agência Adag. Realização: TV Cultura, 1988.
utilizou vários recursos linguísticos para manifestar traços
peculiares do personagem também pela “forma” da escrita. O trecho foi tirado de um vídeo exibido na Casa de De-
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Dentre os recursos usados na elaboração do texto, está o uso: tenção de São Paulo e foi produzido com o objetivo de ensi-
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nar aos presos formas de prevenção contra a aids. A escolha Observe as afirmativas abaixo e avalie se são verda-
da linguagem utilizada tem a finalidade de: deiras ou falsas. Depois marque a alternativa adequada.
a) mostrar a fala do dia a dia das pessoas. I. Nos fragmentos do poema, há vários verbos emprega-
b) imitar a fala de um advogado no tribunal. dos na 2ª pessoa do modo imperativo, pressupondo o sujeito
c) expressar proximidade com a fala dos presidiários. tu, dentre eles as formas “não faças”, “não aquece” “pene-
d) reproduzir a fala de uma determinada região. tra”, “chega”.
e) distanciar-se da fala do público-alvo. II. Se o primeiro verso fosse reescrito como “Não faça
versos sobre acontecimentos”, o último verso deveria ser
136. (Encceja) modificado para “Trouxestes a chave?”.
Mosquito do bem III. No verso “Cada uma tem mil faces secretas sob a face
Inseto transgênico é a nova arma contra malária. neutra”, a expressão Cada uma pode ser substituída por
ISTOÉ, 19/04/2006. “Todas elas”, mantendo-se a coerência e a correção grama-
tical.
O texto anterior é o título e subtítulo de uma reporta- a) Todas as afirmativas são verdadeiras.
gem veiculada recentemente na mídia. O uso da expressão b) Todas as afirmativas são falsas.
do bem, uma gíria utilizada pelos jovens atuais, reforça: c) São verdadeiras apenas as afirmativas I e II.
a) a possibilidade de existência de novas armas letais. d) É verdadeira apenas a afimativa I.
b) o conceito de transgênico, algo inovador na ciência. e) É verdadeira apenas a afirmativa II.
c) a existência de doenças, ainda em processo de cura.
d) o desenvolvimento de técnicas modernas na área da 139. (ENEM) Leia o diálogo abaixo, entre os personagens
saúde. Leonardo e Luizinha, de Memórias de um sargento de milí-
e) a incapacidade de se produzirem novos remédios. cias, de Manuel Antônio de Almeida.
– A senhora... sabe...uma coisa?
137. (ENEM) O jornal Folha de S.Paulo utilizou em certa E riu-se com uma risada forçada, pálida e tola.
época o seguinte slogan: “Folha, não dá pra não ler”. Luizinha não respondeu. Ele repetiu no mesmo tom:
Considerando a polissemia do verbo dar, assinale a al- – Então... a senhora... sabe ou... não sabe?
ternativa em que o verbo dar foi empregado com a mesma E tornou a rir-se do mesmo modo. Luizinha conservou-se
significação da frase apresentada. muda.
a) Ele deu três exemplos discutíveis. – A senhora bem sabe...é porque não quer dizer...
b) Quem dá aos pobres empresta a Deus. Nada de resposta.
c) Deram com a cara na porta. – Se a senhora não ficasse zangada ... eu dizia...
d) Não dá para comparar uma coisa com outra. Silêncio.
e) Dá pena o estado em que se encontra a educação no país. – Está bom ... Eu digo sempre... mas a senhora fica ou não
fica zangada?
138. (Unesp) Luizinha fez um gesto de quem estava impacientada.
Procura da poesia – Pois então eu digo ... a senhora não sabe ... eu...eu lhe
Não faças versos sobre acontecimentos, quero ... muito bem...
Não há criação nem morte perante a poesia. Manuel Antônio de Almeida. Memórias de um sargento de milícias
Diante dela, a vida é um sol estático, não aquece nem
ilumina. Analise os comentários abaixo, sobre o emprego de
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não formas verbais no texto, e depois marque a alternativa
contam. adequada.
(...) I. Os trechos “– Se a senhora não ficasse zangada
Penetra surdamente no reino das palavras. ... eu dizia...” e “– Está bom ... Eu digo sempre... mas
Lá estão os poemas que esperam ser escritos. a senhora fica ou não fica zangada? ” apresentam for-
(...) ma popular no uso do tempo verbal. De acordo com a
Chega mais perto e contempla as palavras. norma-padrão para o emprego dos tempos verbais, a
Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te forma “dizia” deve ser substituída por “diria” e “fica”,
pergunta, sem interesse pela resposta pobre ou terrível, que por “ficará”.
lhe deres: II. O emprego de “dizia” por “diria” cria um efeito de
Trouxeste a chave? sentido que faz com que o leitor deposite mais credibilida-
Carlos Drummond de Andrade de na ocorrência da ação indicada pelo verbo.
ENEM Linguagens e Códigos 67

III. O emprego de “fica” por “ficará” cria um efeito de sen- III. No trecho “As coisas haviam mudado”, a expressão
tido que estabelece para o enunciado uma hipotetização da verbal indica ação já conclusa no marco temporal, ou seja,
ação apresentada pelo verbo. as coisas mudaram antes de a missa começar. Haviam mu-
a) São verdadeiras apenas as afirmativas I e II. dado indica anterioridade em relação a Ia começar.
b) São verdadeiras apenas as afirmativas I e III. a) Apenas I é verdadeira.
c) São verdadeiras apenas as afirmativas II e III. b) Apenas II é verdadeira.
d) Todas as afirmativas são verdadeiras. c) Apenas III é verdadeira.
e) Nenhuma das afirmativas é verdadeira. d) Apenas I e II são verdadeiras.
e) Apenas I e III são verdadeiras.
140. (UFU-MG) Assinale a alternativa em que o emprego do
tempo verbal está adequadamente explicado. 142. (Fuvest-SP) Na frase “O Sol ainda produzirá energia
a) “Canudos está presente em todo o país”. O presente do (...)”, o advérbio ainda tem o mesmo sentido que em:
indicativo está sendo empregado para enunciar um aconte- a) Ainda lutando, nada conseguirá.
cimento futuro. b) Há ainda outras pessoas envolvidas no caso.
b) “A primeira de todas elas completa, em novembro, um c) Ainda há cinco minutos ela estava aqui.
centenário de surgimento”. O presente do indicativo está d) Um dia ele voltará, e ela estará ainda à sua espera.
sendo usado para indicar fato habitual. e) Sei que ainda serás rico.
c) “As favelas se expandiram e tomaram conta do país”.
O pretérito perfeito do indicativo está sendo usado para 143. (ENEM)
indicar fato habitual. Lágrimas de crocodilo
d) “... locais próximos a Canudos, onde crescia a planta”. Lágrimas de crocodilo é uma expressão bastante conheci-
O pretérito imperfeito do indicativo está sendo usado para da. O crocodilo quando ingere um alimento faz forte pressão
designar um fato permanente. contra o céu da boca, comprimindo as glândulas lacrimais.
e) “Talvez tenham chamado o lugar de morro da Favela...”. Assim, ele “chora” enquanto devora uma vítima.
O pretérito perfeito do subjuntivo está sendo usado para Marcelo Duarte. Guia dos curiosos, 2003.
indicar um fato hipotético.
Observa-se que:
141. (UFC-CE) Padre Anselmo olhou com tristeza as mulheres I. Para explicar o sentido da “lágrimas de crocodilo”,
ajoelhadas à sua frente. Ia começar a missa e sentia-se ex- o texto faz uso de uma linguagem conotativa, comum aos
tremamente cansado. Onde aquela piedade com que celebrava dicionários.
nos seus tempos de jovem sacerdote, preocupado com a sal- II. A função metalinguística da linguagem predomina
vação das almas? As coisas haviam mudado. Discutiam-se os no texto, visto que há uma intenção de deixar claro ao
novos ritos, as novas fórmulas. (...) Sentia-se tímido, vencido, leitor o significado da expressão “lágrimas de crocodilo”.
olhando para os fiéis, pronunciando palavras na língua que III. As lágrimas de crocodilo são sinceras, pois são resul-
falava em casa, na rua. A mesma língua dos bêbedos, dos tantes de forte pressão no céu da boca do animal.
vagabundos, das meretrizes. Pode-se afirmar que:
De todos. Benzeu-se instintivamente: a) todas as proposições estão corretas.
– Em nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo. Amém. b) apenas I e II estão corretas.
BEZERRA, João Clímaco. A vinha dos esquecidos. c) apenas I está correta.
Fortaleza: UFC, 2005. p.32-33. d) apenas II está correta.
e) apenas II e III estão corretas.
Considere as afirmativas sobre o emprego dos verbos do
texto e, em seguida, assinale a alternativa correta. 144. (ENEM)
I. No trecho “Ia começar a missa e sentia-se extrema- Leia atentamente os dois excertos a seguir e responda
mente cansado”, sentia-se indica anterioridade em relação ao que se pede.
a Ia começar. Há indicação de que, no marco temporal “ia Texto I
começar”, a ação de sentir-se cansado já acontecia. Quando ouvimos a fala de alguém, principalmente se se
II. No trecho “Onde estava aquela piedade com que ce- trata de pessoa diferente de nós (mais pobre, mais ignorante,
lebrava nos seus tempos de jovem sacerdote...”, a ação de de outra região do país), certamente perceberemos em sua fala
celebrar ocorria de forma habitual, quando o personagem algumas características que nos chamam a atenção. A algumas
EM1D-12-1E

ainda era jovem, ou seja, celebrava indica posterioridade dessas características estamos acostumados a chamar de erro.
em relação a sentia-se. Sírio Possenti
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Texto II 146. (ENEM) Vera, Sílvia e Emília saíram para passear pela
(...) chácara com Irene.
A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros – A senhora tem um jardim deslumbrante, dona Irene!–
Vinha da boca do povo na língua errada do povo comenta Sílvia, maravilhada diante dos canteiros de rosas e
Língua certa do povo hortênsias.
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil Para começar, deixe o “senhora” de lado e esqueça o “dona”
Ao passo que nós também – diz Irene, sorrindo. – Já é um custo aguentar a Vera
O que fazemos me chamando de “tia” o tempo todo. Meu nome é Irene.
É macaquear Todas sorriem. Irene prossegue:
A sintaxe lusíada.(...) – Agradeço os elogios para o jardim, só que você vai ter de
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem. Rio de fazê-los para a Eulália, que é quem cuida das flores. Eu sou
Janeiro: Nova Fronteira, 2000. um fracasso na jardinagem.
Os dois textos anteriores abordam o emprego da língua BAGNO, M. A língua de Eulália: novela sociolinguística.
no registro cotidiano. Assinale a afirmação incorreta a res- São Paulo: Contexto, 2003. Adaptado.
peito de seu conteúdo. Na língua portuguesa, a escolha por “você” ou “se­
a) No texto I, implicitamente, interpreta-se como discri- nhor(a)” denota o grau de liberdade ou de respeito que
minação o que costumamos chamar de erro. deve haver entre os interlocutores. No diálogo apresentado
b) O texto II enfoca a espontaneidade da “língua do povo” acima, observa-se o emprego dessas formas. A personagem
e denuncia o preconceito e o desapreço às formas populares Sílvia emprega a forma “senhora” ao se referir à Irene. Na
de expressão. situação apresentada no texto, o emprego de “senhora” ao
c) No texto II, o verso “Porque ele é que fala gostoso o se referir à interlocutora ocorre porque Sílvia:
português do Brasil” focaliza o aspecto da oralidade na co- a) pensa que Irene é a jardineira da casa.
municação. b) acredita que Irene gosta de todos que a visitam.
d) Há, em ambos os textos, um zelo purista com o uso da c) observa que Irene e Eulália são pessoas que vivem em
língua portuguesa, que se junta a um protesto contra o área rural.
descaso de muitos falantes. d) deseja expressar por meio de sua fala o fato de sua fa-
e) Os textos mostram que não há “erro” na fala, mas “dife- mília conhecer Irene.
rença” em relação a padrões sociais, culturais ou regionais e) considera que Irene é uma pessoa mais velha, com a
a que estamos ligados. qual não tem intimidade.
H27 Reconhecer os usos da norma-padrão
145. (ENEM) É sempre bom lembrar que, no discurso im- da língua portuguesa nas diferentes
provisado, estamos todos arriscados a cometer imprecisões. situações de comunicação.
Uma dessas imprecisões frequentemente presentes na fala
das pessoas é denominada pleonasmo vicioso. Trata-se da 147. (Encceja) Leia:
repetição inútil e desnecessária de algum termo ou ideia “Causo” de amor
na frase. Nesse caso, não é figura de linguagem, e sim um Boldrin, paulista de São Joaquim da Barra, criado em Guaíra,
vício (defeito) de linguagem. Encontre a alternativa que perto de Barretos, tem, digamos, um “causo” de amor com o Brasil.
apresenta esse vício de linguagem. Texto adaptado. Jornal do Brasil. Caderno B, 27/07/2005
a) “Nem que eu tivesse dois pulmões eu alcançava essa bola.” Observe a palavra causo, empregada no texto. Ela faz
(Bradock, amigo do ex-jogador Romário, reclamando de um parte de uma variante regional da língua portuguesa, en-
passe longo) contrada especialmente no sertão brasileiro. No texto, re-
b) “No México que é bom. Lá a gente recebe semanalmente tirado de um jornal, ela aparece entre aspas. Esse destaque
na redação do termo sugere que o autor quer:
de quinze em quinze dias.” (Ferreira, ex-ponta-esquerda
a) afirmar que ele pertence ao grupo de falantes de uma
do Santos) variante regional.
c) “Quando o jogo está a mil, minha naftalina sobe.” (Jardel, b) ensinar a forma correta de escrever essa palavra na
ex-atacante do Vasco, do Grêmio e da Seleção) variante-padrão culta.
d) “O juiz deverá adiar a partida para depois…” (Locutor c) abolir o uso dessa expressão nos textos publicados pela
esportivo Galvão Bueno, antes do amistoso entre Brasil e imprensa escrita.
Inglaterra, durante falha na iluminação de Wembley) d) marcar o uso intencional dessa palavra dentro do texto
e) “Temos que subir sete degrais. O primeiro já subimos.” em norma culta.
(Ex-jogador Cafu, para quem a escalada para ser campeão não e) informar ao leitor que não concorda com o uso dessa
poupa nem a gramática) palavra em uma notícia.
ENEM Linguagens e Códigos 69

148.

Dick Browne. O melhor de Hagar, o horrível, v. 2. L&PM pocket, p.55-56 (com adaptações).
Assinale o trecho do diálogo que apresenta um registro informal, ou coloquial, da linguagem.
a) “Tá legal, espertinho! Onde é que você esteve?!”
b) “E lembre-se: se você disser uma mentira, os seus chifres cairão!”
c) “Estou atrasado porque ajudei uma velhinha a atravessar a rua...”
d) “...e ela me deu um anel mágico que me levou a um tesouro”
e) “mas bandidos o roubaram e os persegui até a Etiópia, onde um dragão...”

149. (ENEM) a) Pai, para onde fores, / irei também trilhando as mesmas
Soneto de fidelidade ruas... (Augusto dos Anjos)
“De tudo, ao meu amor serei atento b) Agora, como outrora, há aqui o mesmo contraste da vida
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto interior, que é modesta, com a exterior, que é ruidosa. (Ma-
Que mesmo em face do maior encanto chado de Assis)
Dele se encante mais meu pensamento. c) Havia o mal, profundo e persistente, para o qual o remé-
dio não surtiu efeito, mesmo em doses variáveis. (Raimundo
Quero vivê-lo em cada vão momento Faoro)
E em seu louvor hei de espalhar meu canto d) Mas, olhe cá, Mana Glória, há mesmo necessidade de fazê-
E rir meu riso e derramar meu pranto -lo padre? (Machado de Assis)
Ao seu pesar ou seu contentamento. e) Vamos de qualquer maneira, mas vamos mesmo. (Aurélio)

E assim, quando mais tarde me procure 150. (ENEM)


Quem sabe a morte, angústia de quem vive Observe o anúncio publicitário abaixo, publicado na
Quem sabe a solidão, fim de quem ama revista Le lis blanc, São Paulo, dez. 2004, e responda à
questão.
Eu possa me dizer do amor (que tive):

saia de saia
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
MORAES, Vinícius de. Antologia poética.
Sim, elas estão com tudo: com flores
A palavra mesmo pode assumir diferentes significados,
de acordo com a sua função na frase. Assinale a alternativa imensas ou bem miúdas, lisas, com
em que o sentido de mesmo equivale ao que se verifica no pregas, rodadas e muito balanço
EM1D-12-1E

3º verso da 1ª estrofe do poema de Vinícius de Moraes.


70

No anúncio publicitário acima, ocorreu um caso de ho- Sobre as formas verbais “morreu” (linha 01), “saía” (li-
monímia perfeita, ou seja, palavras de mesma grafia, mes- nha 04) e “dera” (linha 05), é correto afirmar que:
ma pronúncia e sentidos diferentes. Assinale, dentre os a) as ações a que se referem ocorreram na ordem em que as
itens seguintes, aqueles que possuem a mesma caracteri- formas aparecem no texto.
zação semântica e depois marque a alternativa adequada. b) as duas primeiras expressam ações anteriores à descrita
I. A dança de acasalamento do animal lembra a maneira pela última.
como o jovem dança neste momento. c) “saía”, ao contrário de “morreu”, expressa, no texto,
II. A taxa cobrada pelo serviço taxa apenas as pessoas uma ação habitual no passado.
de baixa renda. d) “saía” reforça a noção de simultaneidade e “dera” ex-
III. O primeiro passo é dirigir-se ao paço municipal para pressa anterioridade em relação a “morreu”.
receber as orientações. e) “morreu” e “dera” expressam eventos posteriores ao
IV. Os devotos de são Tomaz de Aquino são extremamen- descrito em “saía”.
te fervorosos.
V. Na Capital Federal, a descriminação do senador 153. (Mackenzie-SP) Assinale a alternativa correta sobre
gerou manifestações contra a discriminação das pes- a alternância entre pretérito perfeito e imperfeito do in-
soas. dicativo no trecho “Num dia de setembro de 1953, ele não
a) Há homônimos perfeitos apenas nos itens I e II. levou a batata diretamente à boca, como faziam todos os
b) Há homônimos perfeitos apenas nos itens I, II e III. outros animais.”
c) Há homônimos perfeitos apenas nos itens II, III, IV. a) Aponta ações realizadas frequentemente no passado e,
em especial, naquele dia de setembro de 1953.
d) Há homônimos perfeitos apenas nos itens I, II e IV.
b) Corresponde a uma opção estilística, pois qualquer
e) Há homônimos perfeitos em todos os itens.
outra combinação desses tempos verbais produziria o
mesmo efeito.
151. (Fuvest-SP) Os verbos estão corretamente empregados c) Demonstra que Imo, naquele dia, introduziu uma mu-
apenas na frase: dança no comportamento “tradicional” dos macacos da
a) No cerne de nossas heranças culturais, encontram-se Ilha.
os idiomas que as transmitem de geração em geração e que d) Sintetiza o que Imo “fez” e o que os outros animais
assegurem a pluralidade das civilizações. “pretendiam fazer” naquele dia.
b) Se há episódios traumáticos em nosso passado, não po- e) Corresponde a um uso inadequado, pois o pretérito per-
deremos avançar a não ser que os encaramos. feito deveria ter sido usado nos dois casos.
c) Estresse e ambiente hostil são apenas alguns dos fatores
que possam desencadear uma explosão de fúria. 154. (UFAM) Assinale a alternativa em que há formas ver-
d) A exigência interdisciplinar impõe a cada especialista bais incorretamente empregadas:
que transcenda sua própria especialidade e que tome cons- a) Por amargo que seja o nosso trabalho, os frutos que
ciência de seus próprios limites. dele proveem são extremamente doces, porque provêm as
e) O que hoje talvez possa vir a tornar-se uma técnica para necessidades de nossos familiares.
prorrogar a vida, sem dúvida, amanhã, possa vir a tornar-se b) Não supúnhamos que a discussão chegasse ao ponto de
uma ameaça. ser necessário a polícia intervir.
c) Se a testemunha não se desdisser, ficará provado que o
152. (Mackenzie-SP) Leia o texto abaixo para resolver a dinheiro da propina proveio do narcotráfico.
próxima questão. d) Contenha-se, refreie seus impulsos e reveja sua decisão,
Euclides da Cunha morreu, aos 43 anos de idade, em 15 de para que cheguemos a um entendimento.
agosto de 1909, por volta das dez e meia de uma manhã chuvo- e) Averigue a procedência dessa notícia, para que possa-
sa de domingo, em tiroteio com os cadetes Dinorá e Dilermando mos dar respaldo ao repórter.
Cândido de Assis, amante de sua mulher. Saía no mesmo dia a
entrevista que dera para Viriato Corrêa, da Ilustração Brasilei- 155. (ITA-SP) Os versos abaixo são da letra da música Cobra,
ra, em sua casa na Rua Nossa Senhora de Copacabana. A entre- de Rita Lee e Roberto de Carvalho.
vista foi dada em um domingo, Viriato e Euclides conversaram,
Não me cobre ser existente
almoçaram e passearam descalços na praia. Era sol e era azul.
Roberto Ventura
Cobra de mim que sou serpente
ENEM Linguagens e Códigos 71

Com relação ao emprego do imperativo nos versos, po-


C9 Entender os princípios, a natureza, a função
demos afirmar que:
e o impacto das tecnologias da comunicação
a) a oposição imperativo negativo e imperativo afirmati-
e da informação na sua vida pessoal e social,
vo justifica a mudança do verbo cobre/cobra. no desenvolvimento do conhecimento,
b) a diferença de formas (cobre/cobra) não é registrada associando-os aos conhecimentos científicos,
nas gramáticas normativas, portanto não há inadequação às linguagens que lhes dão suporte, às demais
na flexão do segundo verbo (cobra). tecnologias, aos processos de produção e
c) a diferença de formas (cobre/cobra) deve-se ao desloca- aos problemas que se propõe solucionar.
mento da 3ª para a 2ª pessoa do sujeito verbal. H28 Reconhecer a função e o impacto
d) o sujeito verbal (3ª pessoa) mantém-se o mesmo, por- social das diferentes tecnologias da
tanto o emprego está adequado. comunicação e informação.
e) o primeiro verbo no imperativo negativo opõe-se ao 157. (ENEM) Leia os textos a seguir e responda à questão.
segundo verbo, que se encontra no presente do indica-
Poesia concreta ganha “passarela” de TVs na SPFW
tivo.
Cassiano Elek Machado da Folha de S.Paulo.

156. (ENEM) A figura a seguir trata da “taxa de desocupa- Enquanto dentro das salas da Bienal passeiam as gazelas
ção” no Brasil, ou seja, a proporção de pessoas desocupadas da Fashion Week, em um de seus corredores o desfile é de
em relação à população economicamente ativa de uma de- poemas. “Vestidos” com animações de última moda, com tri-
terminada região em um recorte de tempo. lhas sonoras compostas especialmente para acompanhar suas
passadas, 12 textos de oito poetas mostrarão suas curvas no
evento do parque Ibirapuera.
Taxa de desocupação (%) “Street Wall” é o nome do projeto, concebido pela ence-
nadora Daniela Thomas, batizado pelo poeta Augusto de Cam-
9,0
pos e “curado” pela artista plástica e poeta Lenora de Barros.
8,7
8,6 8,5 A palavra “wall”, muro, vem de “videowall” (aqueles
8,5
8,1 8,2 agrupamentos de TVs que formam um grande televisor qua-
7,9 7,9
7,7 drado). A novidade é indicada pelo termo “street”. As anima-
7,6 7,5 7,6
ções de poemas serão exibidas em uma fileira horizontal de
monitores, como uma rua. (...)
6,8 São concretistas, neoconcretistas ou parentes espirituais da
concretude os poetas que terão animações no “Street Wall”.
02/08 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 01/09 02 03 (...) “Cada poema recebeu um tratamento visual diferente”,
conta Lenora de Barros. “Em alguns fizemos um trabalho só ti-
Disponível em: <http://www.ibge.gov. pográfico; em outros, entram imagens, como cenas de carros no
br>. Acesso em: abr. 2009. Adaptado. fundo do poema ‘cidade’.” (...) Grima Grinaldi, videomaker que
trabalhou em parceria com Lenora, diz que o resultado final
A norma-padrão da língua portuguesa está respeitada, continuou “urbano”. “Olhar os poemas andando por essas telas
na interpretação do gráfico, em: é como alguém em um ônibus vendo a cidade passar na janela.”
a) Durante o ano de 2008, foi em geral decrescente a taxa Completando o núcleo de “Street Wall” está o músico
de desocupação no Brasil. Cid Campos, que fez os “tratamentos sonoros” das criações.
b) Nos primeiros meses de 2009, houveram acréscimos na “Meu trabalho é uma musicalização da poesia, compor em
taxa de desocupação. cima dela, para ela (...)”, explica Campos.
c) Em 12/2008, por ocasião das festas, a taxa de desempre- Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.
gados foram reduzidos. br/folha/ilustrada/ult90u40917.shtml>
Glossário:
d) A taxa de pessoas desempregadas em 04/08 e 02/09, é
Curador: indivíduo encarregado judicialmente de adminis-
estatisticamente igual: 8,5.
trar ou fiscalizar bens ou interesses de outrem.
e) Em março de 2009 as taxas tenderam à piorar: 9 entre
Fashion Week: nome de um desfile de moda
100 pessoas desempregadas.
Gazela: moça bonita e elegante
EM1D-12-1E

Videomaker: profissional que se dedica à atividade criativa,


utilizando o vídeo.
72

Grima Grinaldi, citada pelo autor do texto, afirma que 159. (ENEM)
“olhar os poemas andando por essas telas é como alguém
Textos para a questão 159.
em um ônibus vendo a cidade passar na janela”. Partindo
dessa afirmação, assinale a alternativa correta.
a) A videomaker Grima Grinaldi critica a forma descuidada Texto I
com que os poemas foram dispostos, similar às ruas mal É praticamente impossível imaginarmos nossas vidas sem
conservadas das cidades. o plástico. Ele está presente em embalagens de alimentos, be-
b) A forma como os poemas são apresentados no “Street bidas e remédios, além de eletrodomésticos, automóveis etc.
Wall” reflete o modo de vida urbano contemporâneo de vá- Esse uso ocorre devido à sua atoxicidade e à inércia, isto é:
rias cidades, como São Paulo. quando em contato com outras substâncias, o plástico não as
c) A frase mostra que a forma usada para dispor os textos contamina; ao contrário, protege o produto embalado. Outras
é inadequada, já que os poemas são atemporais e, portanto, duas grandes vantagens garantem o uso dos plásticos em lar-
imunes aos avanços tecnológicos. ga escala: são leves, quase não alteram o peso do material
embalado, e são 100% recicláveis, fato que, infelizmente, não
d) Ao usar o verbo “olhar”, e não “ler”, Grima Grinaldi tece é aproveitado, visto que, em todo o mundo, a percentagem
uma crítica ao próprio evento, que menospreza a leitura. de plástico reciclado, quando comparado ao total produzido,
e) Ao fazer essa afirmação, Grima mostra acreditar que ainda é irrelevante.
apenas pessoas que vivem nas grandes cidades poderão Revista Mãe Terra. Minuano, ano I, n. 6. Adaptado.
compreender a exposição.
Texto II
158. (ENEM) Analise as seguintes avaliações de possíveis Sacolas plásticas são leves e voam ao vento. Por isso, elas
resultados de um teste na Internet. entopem esgotos e bueiros, causando enchentes. São encon-
tradas até no estômago de tartarugas-marinhas, baleias, fo-
cas e golfinhos, mortos por sufocamento.
Sacolas plásticas descartáveis são gratuitas para os
consumidores, mas têm um custo incalculável para o meio
ambiente.
Veja, 8 jul. 2009. Fragmentos de texto publicitário
do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente.
Na comparação dos textos, observa-se que:
a) o texto I apresenta um alerta a respeito do efeito da
reciclagem de materiais plásticos; o texto II justifica o uso
desse material reciclado.
b) o texto I tem como objetivo precípuo apresentar a ver-
satilidade e as vantagens do uso do plástico na contem-
poraneidade; o texto II objetiva alertar os consumidores
Depreende-se, a partir desse conjunto de informações, sobre os problemas ambientais decorrentes de embalagens
que o teste que deu origem a esses resultados, além de esta- plásticas não recicladas.
belecer um perfil para o usuário de sites de relacionamento, c) o texto I expõe vantagens, sem qualquer ressalva, do
apresenta preocupação com hábitos e propõe mudanças de uso do plástico; o texto II busca convencer o leitor a evitar
comportamento direcionadas: o uso de embalagens plásticas.
a) ao adolescente que acessa sites de entretenimento. d) o texto I ilustra o posicionamento de fabricantes de em-
b) ao profissional interessado em aperfeiçoamento tecno- balagens plásticas, mostrando por que elas devem ser usadas;
lógico. o texto II ilustra o posicionamento de consumidores comuns,
c) à pessoa que usa os sites de relacionamento para com- que buscam praticidade e conforto.
plementar seu círculo de amizades. e) o texto I apresenta um alerta a respeito da possibilidade
d) ao usuário que reserva mais tempo aos sites de relacio- de contaminação de produtos orgânicos e industrializados
namento do que ao convívio pessoal com os amigos. decorrente do uso de plástico em suas embalagens; o texto II
e) ao leitor que se interessa em aprender sobre o funciona- apresenta vantagens do consumo de sacolas plásticas: leves,
mento de diversos tipos de sites de relacionamento. descartáveis e gratuitas.
ENEM Linguagens e Códigos 73

160. (ENEM)

Laerte. Folha de S.Paulo.


O tom humorístico dos quadrinhos deve-se essencialmente ao fato de:
a) Messias conhecer mais sobre a vida do que o próprio pai.
b) o pai de Messias se recusar a falar sobre o que é a vida.
c) a palavra “vida” ter sido usada pelo pai com valor semântico diferente daquele entendido por Messias.
d) a palavra “discutir” não ter o menor cabimento e ser empregada de forma incorreta.
e) a palavra “vida”, na visão do pai, corresponder aos corações no videogame, enquanto para Messias corresponde ao valor
filosófico da existência.

161. (ENEM) Leia com atenção o texto e, a seguir, marque a “Se você não for do meio (de rodeios), não vai entender
alternativa que melhor identifica as funções da linguagem nada do que eu falo”, avisa, em tom de brincadeira, Fernan-
que nele ocorrem. do Buonamicce, 40, que veio de Jacutinga e participa da
O menu é uma lista das seleções disponíveis. Este celular prova do laço.
possui 9 menus principais. Cada um contém vários submenus Folha de S.Paulo
que lhe permitem usar a agenda, trocar o tom do toque, e O trecho da matéria do jornal deixa nítido que circula
assim por diante. Use os menus e os submenus de duas ma- pela festa uma linguagem diferenciada, o caipirês. Sobre essa
neiras: percorra a lista ou utilize atalhos. variação da língua portuguesa, pode-se afirmar que:
Extraído de um Manual do usuário de celular. a) não apresenta regras próprias, por isso os participan-
a) Referencial / conativa tes da festa podem falar como querem e, sempre, todos se
b) Metalinguística / conativa entendem.
c) Referencial / metalinguística / fática b) o contexto não interfere na escolha do significado das
d) Emotiva / conativa palavras; cada falante pode atribuir valores semânticos di-
e) Metalinguística / referencial / conativa ferentes aos vocábulos.
c) pelas informações do jornal, ocorrem variações mor-
162. (ENEM) fológicas (estrutura das palavras), sintáticas (estrutu-
“Caipirês” é a linguagem da festa de Barretos ra das orações) e semânticas (significado) em relação à
Em Barretos, é muito raro ouvir as expressões “cara”, língua-padrão.
“meu” e “pô”. “Gata”, então, nem pensar. d) não se trata de alterações morfológicas; são apenas
Na festa do Peão de Boiadeiro de Barretos que termina alterações fonológicas, facilmente identificadas e apre-
hoje, com previsão de público total de mais de 1 milhão de endidas.
espectadores nos 18 dias, uma curiosa variação da língua e) é manifestada principalmente pelas palavras que as-
portuguesa se incorpora ao vocabulário de quem participa e, sumem sentidos diferentes dos que representam na lín-
também, de quem assiste ao evento: o caipirês. gua-padrão.
Para aprender a língua, basta prestar atenção ao que ecoa
nas ruas, bretes, camarotes e arquibancadas do parque. Por 163. (ENEM) Em uma famosa discussão entre profissicio-
exemplo, qualquer substantivo que possa ser definido como nais das ciências biológicas, em 1959, C.P. Snow lançou uma
“coisa” não é “coisa” – é “trem”. Mulher bonita é “ajeitada”. frase definitiva: “Não sei como era a vida antes do clorofór-
Ir logo é “espancar”. mio” . De modo parecido, hoje podemos dizer que não sabe-
(...) mos como era a vida antes do computador. Hoje não é mais
EM1D-12-1E
74

possível visualizar um biólogo em atividade com apenas um O homem desenvolveu seus sistemas simbólicos para
microscópio diante de si; todos trabalham com o auxílio utilizá-los em situações específicas de interlocução. A
de computadores. Lembramo-nos, obviamente, como era a necessidade de criar dispositivos que permitissem o diá-
vida sem computador pessoal. Mas não sabemos como ela logo em momentos e/ou lugares distintos levou à adoção
seria se ele não tivesse sido inventado. universal de alguns desses sistemas. Considerando que
PIZA, D. Como era a vida antes do computador? a interpretação de textos codificados depende da sinto-
OceanAir em Revista, nº 1, 2007. Adaptado. nia e da sincronia entre o emissor e o receptor, pode-se
Neste texto, a função da linguagem predominante é: afirmar que a:
a) emotiva, porque o texto é escrito em primeira pessoa a) recepção das mensagens que utilizam o sistema sim-
do plural. bólico da figura 1 pode ser feita horas depois de sua
b) referencial, porque o texto trata das ciências biológi- emissão.
cas, em que elementos como o clorofórmio e o computador b) recepção das mensagens que utilizam o sistema sim-
impulsionaram o fazer científico. bólico da figura 1 pode ser feita horas depois de sua
c) metalinguística, porque há uma analogia entre dois mun- emissão.
dos distintos: o das ciências biológicas e o da tecnologia. c) mensagem que é mostrada na figura 4 será decodificada
d) poética, porque o autor do texto tenta convencer seu lei- sem o auxílio da língua falada.
tor de que o clorofórmio é tão importante para as ciências d) figura 3 mostra um sistema simbólico cuja criação é an-
médicas quanto o computador para as exatas, terior à criação do sistema mostrado na figura 2.
e) apelativa, porque, mesmo sem ser uma propaganda, o e) figura 4 representa um sistema simbólico que recorre à
redator está tentando convencer o leitor de que é impossí- utilização do som para a transmissão das mensagens.
vel trabalhar sem computador, atualmente.
H29 Identificar, pela análise de suas linguagens, as
164. (ENEM) tecnologias da comunicação e informação.

165. (Encceja) O ouvinte imagina visualmente aquilo que o


___________ está transmitindo. O imaginar é algo persona-
lizado, único, pessoal, intransferível. O ouvinte ouve a voz
e a partir de experiências pessoais constrói a forma física,
reelabora os seus desejos. Já a ______________ oferece algo
pronto. É mais impositiva.
Ricardo Alexino Ferreira. Internet: <radio.unesp.br>.
O texto compara dois meios de comunicação e informa-
ção, que são:
a) o telegrama e a revista impressa.
b) o jornal impresso e a internet.
c) o rádio e a televisão.
d) o telefone e a carta.
e) o computador e a revista impressa.

166. (Encceja) Leia o texto.


Nas ondas do rádio
Como tornar o radiojornalismo mais atraente para uma
geração que cresceu com a televisão e a Internet?
Texto adaptado. Clipping PUC, in <www.
publique.rdc.puc-rio.br>, 19/08/2005.
Refletindo sobre o texto, é possível afirmar que o ra-
diojornalismo precisa se tornar mais atraente porque não
consegue veicular mensagens em linguagem :
a) visual. d) esportiva.
b) jornalística. e) audiofônica.
c) musical.
ENEM Linguagens e Códigos 75

H30 Relacionar as tecnologias de comunicação e a) Pessoas com boa formação educacional sempre conse-
informação ao desenvolvimento das sociedades guirão separar a linguagem coloquial da formal. Elas sabem
e ao conhecimento que elas produzem. quando dispensar os acentos e quando pingar todos os “is”.
Os manuais de cartas formais estão aí para provar que sempre
167. (Encceja) Leia: houve uma linguagem para cada tipo de ambiente. Cartas de
Bioinformática é parte essencial da genética atual amor são diferentes de um pedido de compras de material de
Toda a pesquisa da moderna biologia molecular não se- construção, por exemplo. Vejo a web como mais um instru-
ria possível sem a computação. Os programas de computa- mento de comunicação: ela é o que fazemos dela.
dor permitem a comparação das sequências descobertas com Arlete Salvador, autora de A arte de escrever bem. Editora Contexto.
padrões genéticos já conhecidos e armazenados em bancos
de dados disponíveis na Internet. O volume de dados é tão b) Alguns funcionários mais jovens se acostumaram a não
grande que fazer a comparação “manualmente” torna-se colocar acentos, pois dão mais trabalho na hora de digitar,
cada dia mais inviável. Para se ter uma ideia, a quantidade já que é preciso apertar duas ou mais teclas. O uso de abre-
de informação guardada no maior banco de dados interna- viações e de linguagem informal na comunicação interna das
cional de sequências genéticas, o GenBank, quase dobra a instituições é mais tolerado, embora dificilmente chegue ao
cada ano. conhecimento dos clientes, o que poderia “queimar” a ima-
Texto adaptado. Com Ciência. Revista Eletrônica gem da empresa.
de Jornalismo Científico. Agosto/2005.
Lígia Crispino, professora de português e sócia-
-diretora da escola Companhia de Idiomas.
De acordo com o texto, a informática tornou-se essen-
cial para os estudos de genética porque: c) No que se refere às novas gerações, ainda em formação,
a) amplia as possibilidades de o pesquisador trocar de em- é grande a confusão que se estabelece entre a norma culta
prego. da língua portuguesa e a linguagem coloquial da web. Isso
b) viabiliza a comparação de grande quantidade de infor- se explica ao levarmos em conta a exposição demasiada des-
mações. sa garotada à Internet e os baixos índices de leitura auferi-
c) mantém as informações sob o controle de grupos de dos no país.
pesquisas. João Luís de Almeida Machado, doutor em Educação
d) dispensa a contratação de cientistas para o trabalho pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
de campo. (PUC-SP) e editor do portal Planeta Educação.
e) a comparação manual é arriscada e repleta de erros.
d) Alguns jovens falam com três ou mais amigos simultaneamen-
168. (ENEM) te em um programa de mensagens instantâneas enquanto escre-
O internetês na escola vem um e-mail, baixam um vídeo, ouvem música e ainda escrevem
O internetês – expressão grafolinguística criada na In- no Word (programa para edição de textos). São impacientes. Não
ternet pelos adolescentes na última década – foi durante al- são pessoas acostumadas a ler extensos romances ou livros do
gum tempo um bicho de sete cabeças para gramáticos e estu- começo ao fim. Estão acostumados com a linguagem da Internet,
diosos da língua. Eles temiam que as abreviações fonéticas concisa e objetiva. Por isso, esses adolescentes, por lerem menos e
(em que “casa” vira ksa; e “aqui” vira aki) comprometessem ficarem muito tempo em frente ao computador, apresentam gran-
o uso da norma culta do português para além das fronteiras des limitações no trato com a língua portuguesa.
cibernéticas. Mas ao que tudo indica, o temido internetês Professor Adalton Ozaki, coordenador dos cursos de graduação
não passa de um simpático bichinho de uma cabecinha só. da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap)
Ainda que a maioria dos professores e educadores se preo-
cupe com ele (alertando os alunos em sala), a ocorrência e) A língua é uma herança da qual temos que cuidar bem.
do internetês nas provas escolares, em vestibulares e em Ver isso (o internetês) como uma evolução da língua é uma
concursos públicos é insignificante. O “problema” é, no fim maneira de entender a questão, sem dúvida. Mas não pode-
das contas, menor do que se imaginou. mos é deixar de entender textos mais antigos de nossa língua
Revista Língua Portuguesa – 2/2009 – Edição 40
– ataca. Para Navarro, é natural e aceitável que os neologis-
mos aconteçam. – Mas eles não podem fazer com que a gente
Marque a declaração que apresenta opinião semelhante deixe de se entender daqui a vinte anos – ressalta.
à expressa no texto lido sobre a variante linguística deno- Eduardo de Almeida Navarro, professor livre-docente
EM1D-12-1E

minada “internetês”. de língua tupi e literatura colonial da USP


76

4. Objetos de conhecimento
• Estudo do texto: as sequências discursivas e os gê- localismo e a produção literária nacional; elementos de
neros textuais no sistema de comunicação e informação – continuidade e ruptura entre os diversos momentos da
modos de organização da composição textual; atividades de literatura brasileira; associações entre concepções artís-
produção escrita e de leitura de textos gerados nas diferen- ticas e procedimentos de construção do texto literário
tes esferas sociais – públicas e privadas. em seus gêneros (épico/narrativo, lírico e dramático) e
• Estudo das práticas corporais: a linguagem corporal formas diversas.; articulações entre os recursos expres-
como integradora social e formadora de identidade – per- sivos e estruturais do texto literário e o processo social
formance corporal e identidades juvenis; possibilidades de relacionado ao momento de sua produção; representação
vivência crítica e emancipada do lazer; mitos e verdades literária: natureza, função, organização e estrutura do
sobre os corpos masculino e feminino na sociedade atual; texto literário; relações entre literatura, outras artes e
exercício físico e saúde; o corpo e a expressão artística e outros saberes.
cultural; o corpo no mundo dos símbolos e como produção • Estudo dos aspectos linguísticos em diferentes
da cultura; práticas corporais e autonomia; condiciona- textos: recursos expressivos da língua, procedimentos de
mentos e esforços físicos; o esporte; a dança; as lutas; os construção e recepção de textos – organização da macroes-
jogos; as brincadeiras. trutura semântica e a articulação entre ideias e proposições
• Produção e recepção de textos artísticos: interpre- (relações lógico-semânticas).
tação e representação do mundo para o fortalecimento dos • Estudo do texto argumentativo, seus gêneros e re-
processos de identidade e cidadania – Artes visuais: estru- cursos linguísticos: argumentação: tipo, gêneros e usos
tura morfológica, sintática, o contexto da obra artística, em língua portuguesa — formas de apresentação de dife-
o contexto da comunidade. Teatro: estrutura morfológica, rentes pontos de vista; organização e progressão textual;
sintática, o contexto da obra artística, o contexto da comu- papéis sociais e comunicativos dos interlocutores, relação
nidade, as fontes de criação. Música: estrutura morfológica, entre usos e propósitos comunicativos, função sociocomu-
sintática, o contexto da obra artística, o contexto da comu- nicativa do gênero, aspectos da dimensão espaço-temporal
nidade, as fontes de criação. Dança: estrutura morfológica, em que se produz o texto.
sintática, o contexto da obra artística, o contexto da co- • Estudo dos aspectos linguísticos da língua portu-
munidade, as fontes de criação. Conteúdos estruturantes guesa: usos da língua: norma culta e variação linguísti-
das linguagens artísticas (Artes visuais, Dança, Música, Te- ca — uso dos recursos linguísticos em relação ao contex-
atro), elaborados a partir de suas estruturas morfológicas to em que o texto é constituído: elementos de referência
e sintáticas; inclusão, diversidade e multiculturalidade: a pessoal, temporal, espacial, registro linguístico, grau de
valorização da pluralidade expressada nas produções esté- formalidade, seleção lexical, tempos e modos verbais; uso
ticas e artísticas das minorias sociais e dos portadores de dos recursos linguísticos em processo de coesão textual:
necessidades especiais educacionais. elementos de articulação das sequências dos textos ou à
• Estudo do texto literário: relações entre produção construção da micro estrutura do texto.
literária e processo social, concepções artísticas, proce- • Estudo dos gêneros digitais: tecnologia da comu-
dimentos de construção e recepção de textos – produção nicação e informação: impacto e função social — o texto
literária e processo social; processos de formação lite- literário típico da cultura de massa: o suporte textual em
rária e de formação nacional; produção de textos literá- gêneros digitais; a caracterização dos interlocutores na co-
rios, sua recepção e a constituição do patrimônio literá- municação tecnológica; os recursos linguísticos e os gêne-
rio nacional; relações entre a dialética cosmopolitismo/ ros digitais; a função social das novas tecnologias.

5. Respostas

1. D 10. B 19. D 28. D 37. A


2. B 11. D 20. A 29. A 38. C
3. C 12. B 21. A 30. E 39. D
4. C 13. B 22. B 31. A 40. C
5. E 14. B 23. D 32. A 41. B
6. D 15. C 24. B 33. A 42. D
7. C 16. E 25. A 34. B 43. B
8. C 17. D 26. D 35. A 44. B
9. B 18. B 27. B 36. A 45. C
ENEM Linguagens e Códigos 77

46. A 71. A 96. C 121. B 146. E


47. D 72. E 97. B 122. E 147. D
48. D 73. B 98. A 123. C 148. A
49. B 74. E 99. C 124. A 149. C
50. D 75. D 100. D 125. B 150. D
51. C 76. E 101. B 126. E 151. D
52. E 77. D 102. B 127. D 152. D
53. C 78. A 103. E 128. A 153. C
54. D 79. C 104. B 129. D 154. A
55. C 80. D 105. D 130. E 155. C
56. B 81. C 106. E 131. D 156. A
57. A 82. E 107. C 132. D 157. B
58. B 83. E 108. D 133. C 158. D
59. A 84. B 109. C 134. B 159. B
60. B 85. C 110. D 135. C 160. C
61. B 86. A 111. A 136. B 161. E
62. C 87. B 112. D 137. D 162. E
63. D 88. B 113. D 138. B 163. B
64. E 89. B 114. A 139. A 164. C
65. D 90. E 115. A 140. E 165. C
66. E 91. A 116. A 141. E 166. A
67. B 92. E 117. B 142. D 167. B
68. D 93. E 118. A 143. E 168. A
69. C 94. E 119. D 144. D
70. A 95. E 120. E 145. D
EM1D-12-1E
78

Anotações
Matemática

Matemática é uma ciência de características


específicas, que se organiza em teoremas e
demonstrações.
No Ensino Médio, espera-se que os alunos
saibam usar a Matemática para resolver problemas
do cotidiano e para compreender fenômenos em
outras áreas do conhecimento.
Para tanto, é preciso valorizar o raciocínio
matemático, nos aspectos de formular questões,
indagar sobre a existência de solução, estabelecer
hipóteses e conclusões, apresentar exemplos e
contraexemplos, generalizar situações, abstrair
regularidades, criar modelos, argumentar de
maneira lógico-dedutiva.

MANUAL PRÓ-ENEM
80
ENEM Matemática 81

1. Eixos cognitivos
I) Dominar linguagens (DL): dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemática,
artística e científica e das línguas espanhola e inglesa.
II) Compreender fenômenos (CF): construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão
de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas.
III) Enfrentar situações-problema (SP): selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações represen-
tados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema.
IV) Construir argumentação (CA): relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos
disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente.
V) Elaborar propostas (EP): recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de
intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.

2. Matriz de referência
Competência 1 Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.

Habilidade 1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações


dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.

Habilidade 2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.

Habilidade 3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.

Habilidade 4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção


de argumentos sobre afirmações quantitativas.

Habilidade 5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.

Competência 2 Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e


a representação da realidade e agir sobre ela.

Habilidade 6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço


tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.

Habilidade 7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.

Habilidade 8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.

Habilidade 9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de


argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.

Competência 3 Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da


realidade e a solução de problemas do cotidiano.

Habilidade 10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.

Habilidade 11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.

Habilidade 12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.

Habilidade 13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.

Habilidade 14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos


geométricos relacionados a grandezas e medidas.
EM1D-12-1E
82

Competência 4 Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da


realidade e a solução de problemas do cotidiano.

Habilidade 15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.

Habilidade 16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.

Habilidade 17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como


recurso para a construção de argumentação.

Habilidade 18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.

Competência 5 Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas


ou técnico-científicas, usando representações algébricas.

Habilidade 19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.

Habilidade 20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.

Habilidade 21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.

Habilidade 22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.

Habilidade 23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.

Competência 6 Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e


tabelas, realizando previsão de tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.

Habilidade 24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.

Habilidade 25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.

Habilidade 26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.

Competência 7 Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar
instrumentos adequados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade
para interpretar informações de variáveis apresentadas em uma distribuição estatística.

Habilidade 27 Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos


em uma tabela de frequências de dados agrupados (não em classes) ou em gráficos.

Habilidade 28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.

Habilidade 29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.

Habilidade 30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.


ENEM Matemática 83

3. Competências e habilidades
C1 Construir significados para os números 3. (Encceja) A civilização babilônica viveu na Mesopotâmia
naturais, inteiros e reais. há cerca de 6 000 anos. Os estudiosos encontraram documentos
dessa civilização feitos em tijolos relativamente finos de argila.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes A escrita era feita com uma espécie de estilete nos tijolos
significados e representações dos números e ainda úmidos. Os traços dessa escrita tinham o formato de cunha
operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
e por isso a escrita dos babilônios é chamada cuneiforme.
Os arqueólogos descobriram tabletes babilônicos datados
1. (Encceja) Em Alexandria viveu Diofante, entre os anos provavelmente de 1800 antes de Cristo, onde apareceram as
325 e 409, e a pequena parte de sua obra que chegou até sequências numéricas:
nossos dias revela a mais antiga prática de abreviações 1, 3, 9, 27, 81,...
na Matemática. 1, 4, 16, 64,...
Na história da álgebra, no período anterior a Diofante, Adaptado de CARVALHO, M. C. Padrões Numéricos e
expressões são apresentadas só com palavras, inclusive os Sequências. São Paulo. Editora Moderna. 1997.
números. Com Diofante surge a álgebra, na qual algumas ex-
pressões são escritas e outras abreviadas. As sequências descobertas mostram que os babilônios
Adaptado de GUELLI, Oscar. Uma aventura do já trabalhavam naquela época com sequências de números
pensamento. Sexta série. Editora Ática. que mostram a seguinte regra de formação: cada número da
sequência pode ser obtido
Na linguagem de Diofante, por exemplo, “u 3” significa a) a partir do segundo, somando ao anterior um mesmo
3 unidades, “M” significa menos e, quando não há nenhum número.
sinal, significa uma adição. b) a partir do segundo, multiplicando o anterior por um
As frases abaixo estão escritas em símbolos de Diofante. mesmo número.
• x u 3 é igual a u 6 c) a partir do quarto, somando ao anterior um mesmo
• x M u 7 é igual a u 10 número.
Em símbolos atuais as frases podem ser escritas, respec- d) a partir do terceiro, multiplicando o anterior por um
tivamente, por a mesmo número.
a) x + 3 = 6 e x – 7 = 10 e) a partir do terceiro, somando ao anterior um mesmo
b) 3x = 6 e x – 7 = 10 número.
c) x + 3 = 6 e 7x – 10 = 0
d) 3 – x = 6 e 7x = 10 H2 Identificar padrões numéricos ou
e) 3 – x = 6 e x – 7 = 10 princípios de contagem.

2. (ENEM) Existem muitas diferenças entre as culturas cris- 4. (Encceja) Marcela, responsável pela decoração da festa de
tã e islâmica. Uma das principais diz respeito ao Calendário. São João, decidiu dispor as bandeirolas na seguinte sequência:
Enquanto o Calendário Cristão (Gregoriano) considera um ano
como o período correspondente ao movimento de translação Fila Número de bandeirolas
da Terra em torno do Sol – aproximadamente 365 dias, o Ca-
lendário Muçulmano se baseia nos movimentos de translação 1a 7
da Lua em torno da Terra-aproximadamente 12 por ano, o que 2a 12
corresponde a anos intercalados de 254 e 255 dias.
Considerando que o Calendário Muçulmano teve início em 3a 17
622 da era cristã e que cada 33 anos muçulmanos correspon-
dem a 32 anos cristãos, é possível estabelecer uma correspon- No pátio da escola cabiam 7 filas. Obedecendo à mesma
dência aproximada de anos entre os dois calendários, dada por: sequência numérica do quadro, o número de bandeirolas da
(C = Anos Cristãos e M = Anos Muçulmanos) última fila é:
a) C = M + 622 – (M/33). a) 27.
b) C = M – 622 + (C – 622/32). b) 32.
c) C = M – 622 – (M/33). c) 37.
EM1D-12-1E

d) C = M – 622 + (C – 622/33). d) 42.


e) C = M + 622 – (M/32). e) 35.
84

5. (UERJ) Dispondo de canudos de refrigerantes, Tiago C2 e C3 terão 5 páginas em comum, das quais 4 também
deseja construir pirâmides. Para as arestas laterais, usará estarão em C1. Efetuando os cálculos correspondentes, o
sempre canudos com 8cm, 10cm e 12 cm de comprimento. A fabricante concluiu que, para a montagem dos três catá-
base de cada pirâmide será formada por 3 canudos que têm logos, necessitará de um total de originais de impressão
a mesma medida, expressa por um número inteiro, diferente igual a:
das anteriores.Veja o modelo a seguir: a) 135. d) 114.
b) 126. e) 110.
c) 118.
12
8
8. (ENEM) Já são comercializados no Brasil veículos com
10 motores que podem funcionar com o chamado combustível
flexível, ou seja, com gasolina ou álcool em qualquer pro-
porção. Uma orientação prática para o abastecimento mais
econômico é que o motorista multiplique o preço do litro da
gasolina por 0,7 e compare o resultado com o preço do litro
de álcool. Se for maior, deve optar pelo álcool. A razão dessa
A quantidade de pirâmides de bases diferentes que Tiago orientação deve-se ao fato de que, em média, se com um
poderá construir, é: certo volume de álcool o veículo roda dez quilômetros, com
a) 10 igual volume de gasolina rodaria cerca de:
b) 9 a) 7 km. d) 17 km.
c) 8 b) 10 km. e) 20 km.
d) 7 c) 14 km.
e) 6
9. (UFGD-MS) Um dispositivo mecânico pode girar no sen-
H3 Resolver situação-problema envolvendo tido horário e anti-horário e um contador registra o ângulo,
conhecimentos numéricos. em graus, que mede o quanto o dispositivo girou em rela-
ção ao ponto de partida. Se o contador marca um ângulo de
6. (ENEM) — Um estudo realizado com 100 individuos que 5000o negativos, o ângulo positivo correspondente é:
abastecem seu carro uma vez por semana em um dos postos a) 32o. d) 40o.
X, Y ou Z mostrou que: o
b) 320 . e) 328o.
45 preferem X a Y, e Y a Z. c) 13o.
25 preferem Y a Z, e Z a X.
30 preferem Z a Y, e Y a X. 10. (UFMT) Um relógio analógico marca, num certo instante,
Se um dos postos encerrar suas atividades, e os 100 con- 1 hora e 15 minutos. Admita que o ponteiro dos minutos, a
sumidores continuarem se orientando pelas preferências partir desse instante, se movimente 36o. Nessas condições, o
descritas, é possivel afirmar que a liderança de preferência novo horário apresentado por esse relógio é:
nunca pertencerá a: a) 1 hora e 51 minutos.
a) X. b) 1 hora e 31 minutos.
b) Y. c) 1 hora e 43 minutos.
c) Z. d) 1 hora e 36 minutos.
d) X ou Y. e) 1 hora e 21 minutos.
e) Y ou Z.
11. (UFPel-RS) Nos últimos 50 anos, o registro de fenô-
7. (ENEM) Um fabricante de cosméticos decide produzir menos destrutivos cresceu quase 20 vezes, graças à tec-
três diferentes catálogos de seus produtos, visando a pú- nologia e ao aumento populacional. Os abalos sísmicos
blicos distintos. Como alguns produtos estarão presentes e suas consequências – como os tsunamis – matam, em
em mais de um catálogo e ocupam uma página inteira, média, tantas pessoas quanto as inundações e ressacas
ele resolve fazer uma contagem para diminuir os gastos oceânicas. No entanto, em termos relativos, os terremo-
com originais de impressão. Os catálogos C1, C 2 e C 3 te- tos são muitíssimo mais mortais, já que atingem cerca
rão, respectivamente, 50, 45 e 40 páginas. Comparando de 26 vezes menos gente no mundo do que as enchentes.
os projetos de cada catálogo, ele verifica que C1 e C2 terão O gráfico mostra a frequência relativa (porcentagem) de
10 páginas em comum; C1 e C3 terão 6 páginas em comum; cada catástrofe e, para uma delas, o ângulo do setor.
ENEM Matemática 85

03. Se a distância entre os pontos de sustentação das ca-


deiras de Ana e Maria for igual a 4 2 m, então a circunfe-
68º24’ rência que contém esses pontos e tem centro coincidente
30%
Secas com a da roda-gigante possui diâmetro maior que 9m.
Inundações
e ressacas a) V, V, F d) F, F, F
b) V, V, V e) F, V, V
c) F, F, V
18%
Tempestades 13. (Poli-SP) Um homem inicia viagem quando os ponteiros
e furacões 30%
Terremotos do relógio estão juntos entre 8 e 9 horas; termina a viagem
3% e tsunamis quando o ponteiro menor está entre 14 e 15 e o ponteiro
maior a 180o do outro. Quanto tempo durou a viagem?
Avalanches e
deslizamentos a) 5 horas e 10 min
b) 6 horas e 50 min
c) 6 horas e 10 min
Revista Terra – nº 155 – março/2005 (adaptado) d) 6 horas
e) mais de 7 horas
Com base nos textos e em seus conhecimentos, é correto
afirmar que 14. (Vunesp) Uma máquina produz diariamente x dezenas de
a) o ângulo do setor correspondente a avalanches e desliza- certo tipo de peças. Sabe-se que o custo de produção C(x) e o
mentos é 10o 8’. valor de venda V(x) são dados, aproximadamente, em milhares
b) o ângulo do setor correspondente a terremotos e tsunamis de reais, respectivamente, pelas funções
é 120o.
c) a soma dos ângulos dos setores correspondentes às tem-  xπ   xπ 
C ( x ) = 2 − cos   e V ( x ) = 3 2sen   , 0 ≤ x ≤ 6.
pestades e furacões e secas é de 133o 2’.  6  12 
d) a diferença entre os ângulos dos setores corresponden-
tes às inundações e ressacas e avalanches e deslizamentos O lucro, em reais, obtido na produção de 3 dezenas de
é 107o 52’. peças é:
e) a porcentagem de tempestades e furacões é de 18%. a) 500. d) 2.000.
b) 750. e) 3.000.
12. (UnB-DF) Ana e Maria estão se divertindo em uma c) 1.000.
roda-gigante, que gira em sentido anti-horário e possui
oito lugares equidistantes. Inicialmente, a roda encon- 15. (UFMT-MT) As figuras abaixo, com seus respectivos esque-
tra-se na posição indicada na figura abaixo estando Ma- mas, ilustram três das posições assumidas pelo gingar femi-
ria na parte inferior e Ana à meia altura entre as partes nino, mostrando que o balançar da pélvis feminina obedece a
inferior e superior da roda. um ciclo oscilatório.

c c c
Ana

s s s
Maria

A partir dessas informações, julgue os itens a seguir, r


marque a alternativa correta r =θ r +θ
c −θ c c
01. A roda deve girar 90 o para que Ana alcance o topo.
EM1D-12-1E

02. Maria estará diretamente acima de Ana, na vertical,


após a roda ter girado 225o a partir do momento inicial.
86

Tal movimento oscilatório pode ser observado a partir H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade
da reta imaginária (r) que passa pelas duas cristas ilía- utilizando conhecimentos numéricos.
cas perpendicular à semi-reta imaginária (s) que, na ilus-
tração, representa a coluna vertebral. Quando a mulher se
desloca no seu andar, a reta (r) oscila em torno do centro C 16. (UFF-RJ) A equação do tempo é a função que mede a di-
para cima e para baixo, acompanhando o ritmo da pélvis, ferença, ao longo de um ano, entre os tempos lidos a partir
conforme mostram as figuras com os respectivos esquemas. de um relógio de sol e de um relógio convencional.
Admitindo que o movimento se completa a cada 1,5 segun- Ela pode ser aproximada pela função
y = f(B) = 9,87 sen(2 B) – 7,53 cos(B) – 1,5 sen(B)
do e que a função θ( t ) = π cos  4π t representa a variação sendo B = 2p(n−81)/364 e n o número do dia, isto é,
  10 3
n = 1 para 1 de janeiro, n = 2 para 2 de janeiro, e assim
do ângulo θ em função do tempo t, assinale o esboço do por diante.
gráfico dessa função no intervalo [0; 1,5]. É correto afirmar que:
a) f(B)= 9,87 sen(2 B) – 7,53 cos(B) – 0,75 sen(2 B)
a) π b) f(B) = 19,74 sen(B) – 7,53 cos(B) – 1,5 sen(B)
10 c) f(B) = [19,74 sen(B) – 7,53] cos(B) – 1,5 sen(B)
3
d) f(B) = 9,87 [2 (cos(B))2 − 1] − 1,5 sen(B) – 7,53 cos(B)
4 t
0
e) f(B) = 8,37 sen(2 B)–7,53 cos(B)
3 9 6
8 8 4 17. (UFPE) Admita que a pressão arterial P(t) de uma pes-
π
− soa no instante t, medido em segundos, seja dada por
10
P(t) = 96 + 18 cos(2 p t), t ≥ 0
b) π θ Considerando esses dados, analise a veracidade das se-
9 guintes afirmações.
10 3 6
00. O valor máximo da pressão arterial da pessoa é 114.
4 8 4 t
01. O valor mínimo da pressão arterial da pessoa é 78.
0 3 02. A pressão arterial da pessoa se repete a cada segundo,
π 8 ou seja, P(t + 1) = P(t), para todo t ≥ 0.
− 03. Quando t = 1/3 de segundo, temos P(1/3) = 105.
10
04. O gráfico de P(t) para 0 ≤ t ≤ 4 é

c) π θ
5 110

105
t
0 3 3 9 6 100
8 4 8 4
95

d) 90

10 3
85
8 t
0 3 9 6 80
4 8 4
10 0 1 2 3 4

e) π θ Marque a correta
10 a) V, V, V, F, F
t b) V, V, F, F, F
0 3 3 9 6 c) V, F, F, V, F
8 4 8 4 d) F, V, F, F, F
e) V, F, F, V, V
ENEM Matemática 87

C2 Utilizar o conhecmento geométrico 20. (ENEM) As figuras a seguir exibem um trecho de um


para realizar a leitura e a representação quebra-cabeças que está sendo montado. Observe que as
da realidade e agir sobre ela. peças são quadradas e há 8 peças no tabuleiro da figura
A e 8 peças no tabuleiro da figura B. As peças são retira-
H6 Interpretar a localização e a movimentação de das do tabuleiro da figura B e colocadas no tabuleiro da
pessoas/objetos no espaço tridimensional e figura A na posição correta, isto é, de modo a completar
sua representação no espaço bidimensional. os desenhos.

18. (ENEM) Nos X-Games Brasil, em maio de 2004, o skatis-


ta brasileiro Sandro Dias, apelidado “Mineirinho”, conseguiu
realizar a manobra denominada “900”, na modalidade skate
vertical, tornando-se o segundo atleta no mundo a conseguir
esse feito. A denominação “900” refere-se ao número de graus
que o atleta gira no ar em torno de seu próprio corpo, que, no
caso, corresponde a:
a) uma volta completa.
b) uma volta e meia.
c) duas voltas completas.
d) duas voltas e meia.
e) cinco voltas completas.

19. (ENEM) Considere um ponto P em uma circunferência


de raio r no plano cartesiano. Seja Q a projeção ortogonal
de P sobre o eixo x, como mostra a figura, e suponha
que o ponto P percorra, no sentido anti-horário, uma
distância d ≤ r sobre a circunferência.
y

r
P

Q x
Então, o ponto Q percorrerá, no eixo x, uma distância
dada por
 d
a) r  1 − sen 
 r

 d
b) r  1− cos r 

c) r  1− tg d 
 r

r
d) r sen  
 d
EM1D-12-1E

r Disponível em: http://pt.eternityii.com. Acesso em: 14 jul. 2009.


e) r cos  
 d
88

É possível preencher corretamente o espaço indicado 23. (UFPel-RS) Pessoas com necessidades especiais estão, aos
pela seta no tabuleiro da figura A colocando a peça poucos, recebendo apoio da comunidade. Empresas e entidades
a) 1 após girá-la 90o no sentido horário. lhes estão proporcionando condições e oportunidades para que
b) 1 após girá-la 180o no sentido anti-horário. possam mostrar sua capacidade, competência e adaptabilidade.
c) 2 após girá-la 90o no sentido anti-horário. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) dis-
d) 2 após girá-la 180o no sentido horário. põe de regras com relação ao acesso de deficientes a guias
e) 2 após girá-la 270o no sentido anti-horário. de sarjetas, logradouros públicos, edifícios, bem como a
outras adaptações.
21. (Vunesp) Um ciclista sobe, em linha reta, uma rampa http://www.acessoparadeficientes.hpg.ig.com.br/
com inclinação de 3 graus a uma velocidade constante de 4 Acesso.htm – acessado em 05/07/2005 [adapt.].
metros por segundo. A altura do topo da rampa em relação
ao ponto de partida é 30 m. Numa repartição pública, foi construída uma rampa de
80 cm de comprimento, inclinada em relação ao plano hori-
Topo da rampa
zontal, estando seu ponto mais elevado a 10 cm de altura.
De acordo com o texto e seus conhecimentos, é correto afir-
30 m
3° mar que a tangente do ângulo de elevação dessa rampa é
Ponto de partida 7
a)
Use a aproximação sen 3o = 0,05 e responda. O tempo, 21
em minutos, que o ciclista levou para percorrer comple-
1
tamente a rampa é: b)
a) 2,5. d) 15. 8
b) 7,5. e) 30.
3 7
c) 10. c)
8
22. (UFG-GO) Um avião, em procedimento de pouso, encon-
trava-se a 700 m de altitude, no momento em que a linha d) 6 15
que liga o trem de pouso ao ponto de toque formava um ân-
gulo θ com a pista de pouso, conforme a ilustração abaixo. e) 3 7

24. (Fatec-SP) Em uma região plana de um parque estadual,


um guarda florestal trabalha no alto de uma torre cilíndri-
ca de madeira de 10m de altura. Em um dado momento, o
guarda, em pé no centro de seu posto de observação, vê um
Ponto de toque
700
foco de incêndio próximo à torre, no plano do chão, sob um
ângulo de 15º em relação à horizontal. Se a altura do guar-
da é 1,70m, a distância do foco ao centro da base da torre,
em metros, é aproximadamente
C θ
Obs.: use 3 = 1, 7
P 300 m
Pista de pouso a) 31 d) 37
b) 33 e) 39
Para a aterrissagem, o piloto programou o ponto de toque c) 35
do trem de pouso com o solo para 300 m após a cabeceira da
pista, indicada por C na figura. Sabendo que sen(θ) = 0,28 e H7 Identificar características de
que o ponto P é a projeção vertical do trem de pouso no solo, figuras planas ou espaciais.
a distância, em metros, do ponto P ao ponto C corresponde a:
a) 1.700
b) 2.100 25. (PUC) ABCD é um paralelogramo, M é o ponto médio do
c) 2.200 lado CD, e T é o ponto de intersecção de AM com BD. O valor
d) 2.500 da razão DT é:
e) 2.700 BD
ENEM Matemática 89

No triângulo BDC o ângulo D é:


a) 1 .
2 B

b) 1 .
3 α

c) 2 . D
5 β

30º
d) 1 .
4 A C
a) 90o
e) 2 . b) 130o
7 c) 150o
d) 120o
26. (Fuvest-SP) Na figura, B, C e D são pontos distintos da e) 110o
circunferência de centro O, e o ponto A é exterior a ela.
Além disso, 29. (FGV) Na figura abaixo, o triângulo AHC é retângulo em
(1) A, B, C, e A, O, D, são colineares; H e s é a reta suporte da bissetriz do ângulo CÂH. Se c = 30o
(2) AB = OB; e b = 110o, então:
(3) CÔD mede α radianos.
H

Nessas condições, a medida de ABO, em radianos, é igual a: B


S
C
b
B

A
χ
O D c
C

A
a) π – (α /4) a) x = 15o
b) π – (α /2) b) x = 30o
c) π – (2 α /3) c) x = 20o
d) π – (3 α /4) d) x = 10o
e) π – (3 α /2) e) x = 5o

27. (UFRJ-modificado) Considere um triângulo isósceles 30. A altura e a mediana traçadas do vértice do ângulo
de vértices A, B e C, em que A  e C
 , B  são os ângulos reto de um triângulo retângulo formam um ângulo de 18°.
formados em cada um de seus respectivos vértices. Sendo Sendo assim, os ângulos agudos do triângulo são:
 > Â e r a bissetriz do ângulo C
B = 70°, C  , o menor ângu- a) 33o e 57o
lo formado pela altura relativa ao lado BC e r é: b) 34o e 56o
a) 35o c) 35° e 55o
b) 55o d) 36o e 54o
c) 60o e) 37o e 53o
d) 72o
e) 75o 31. (Cefet-SC) Num triângulo isósceles, cada ângulo da base
mede o dobro da medida do ângulo do vértice. A medida do
B
28. (UFT) Na figura a seguir considere A = 30 o, α =
3
e ângulo do vértice é:
a) 36o. d) 40o.
C
EM1D-12-1E

β= . b) 72o. e) 80o.
3
c) 50o.
90

32. (UECE) Os vértices do triângulo XYZ são os pontos mé- 34. ITA — Seja ABC um triângulo isósceles de base BC. So-
dios dos lados do triângulo equilátero MPQ, cujo lados me- bre o lado AC deste triângulo considere um ponto D tal que
dem 2 m, como mostra a figura: os segmentos AD, BD e BC são todos congruentes entre si. A
medida do ângulo BÂC é igual a:
P a) 23°
b) 32°
c) 36°
d) 40°
X Y
e) 45°

35. (ESPM-SP) Num triângulo isósceles, a base tem 8 cm e o


ângulo oposto à base mede 120o. Cada um dos outros dois
lados do triângulo mede:
M Q
Z (4 3 )
a) 3 cm d) cm
3
Se h1 e h2, respectivamente, são as alturas dos triângu-
los ΔXYZ e ΔMPQ, então o produto h1 · h2‚ é, em m2, igual a b) 2 5 cm
(8 3 )
e) cm
2 3
a) c) 4 5 cm
3

b) 3 36. Observe a figura.


4
A

4
c)
3

d) 3 D
2

2
e) Q
5

B C
33. (UFMG) Observe a figura.
D
Nessa figura, tem-se: AB = AC = 6, BC = BD = 4 e CB Q = QB D.
A tangente do ângulo CBQ é:
2
a)
4
E
2
b)
2

A B C
c) (1 + 2 )
2
Nessa figura, AB = BD = DE e o segmento BD é bissetriz
de EBC. A medida de AÊB, em graus, é
a) 96 d) ( 2 − 1)
b) 100 2
c) 104
2
d) 108 e)
e) 110 3
ENEM Matemática 91

37. (Vunesp) Uma certa propriedade rural tem o formato 40. (F. C. Chagas) Um quadrado e um triângulo equilátero
de um trapézio como na figura. As bases WZ e XY do tra- têm perímetros iguais. Se a diagonal do quadrado mede 9 2
pézio medem 9,4 km e 5,7 km, respectivamente, e o lado m, então a altura do triângulo, em metros é:
YZ margeia um rio.
a) 3 d) 4 3
W 9,4 Km 2
Z
b b) 3 e) 6 3

rio
c) 2 3
2b
41. (ENEM) Seja E um ponto externo a uma circunferência.
Os segmentos EA e ED interceptam essa circunferência nos
X Y
5,7 Km pontos B e A, e, C e D, respectivamente. A corda AF da cir-
cunferência intercepta o segmento ED no ponto G. Se EB = 5,
(figura fora de escala) BA = 7, EC = 4, GD = 3 e AG = 6, então GF vale:
a) 1 d) 4
 é o dobro do ângulo XwZ
Se o ângulo XYZ  , a medida, b) 2 e) 5
em km, do lado YZ que fica à margem do rio é: c) 3
a) 7,5.
b) 5,7. 42. (cesgranrio-RJ) Na figura a seguir, AB = 8 cm, BC = 10
c) 4,7. cm, AD = 4 cm e o ponto O é o centro da circunferência. O
d) 4,3. perímetro do triângulo AOC mede, em cm:
e) 3,7.

38. (CFTMG) ABCD é um quadrado e ABE, um triângulo


equilátero, conforme representado na figura. O D A
A B
B
C
a) 36 c) 48 e) 54
b) 45 d) 50

43. (UFMG) Observe a figura a seguir. Nessa figura, AB e AC


são tangentes à circunferência circunscrita ao triângulo BCD,
e os ângulos BÂC e BĈD medem 140° e 40°, respectivamente.
E
Se m e n são, respectivamente, as medidas, em graus, do maior
e do menor ângulo do triângulo BCD, o valor de m – n é
D C
D
B
A medida do ângulo BDE, em graus, é
a) 10 d) 30
b) 15 e) 45
c) 20 A

39. (INEICOC-Uberlandia) O triângulo cujos lados medem 10


cm, 24 cm e 26 cm:
a) é acutângulo
b) é retângulo
C
c) é equilátero
EM1D-12-1E

d) é isósceles a) 20 c) 60 e) 100
e) é obtusângulo b) 40 d) 80
92

44. (CFTMG) Na figura, os triângulos ABC e BCD estão inscritos


na circunferência. A soma das medidas m + n, em graus, é: d)

e)

D
45º
47. (Encceja) Um artista criou um mosaico utilizando pentá-
m gonos regulares e losangos, dispostos como mostra a figura.
n 65º Para recortar as peças do mosaico o artista precisa co-
B C nhecer a medida dos ângulos das figuras.
Sabendo que cada ângulo interno de um pentágono regu-
lar mede 108°, os ângulos internos dos losangos devem medir:
a) 70 d) 130
b) 90 e) 150
c) 110

45. (CFTMG) Na figura, os segmentos PB e PD são secantes


à circunferência, as cordas AD e BC são perpendiculares e
AP = AD. A medida x do ângulo BPD é:

A
B P

C
a) 18o e 162o
b) 30o e 150o
c) 36o e 144o
D d) 54o e 126o
a) 30o d) 60o e) 72o e 108o
b) 40o e) 70o
c) 50o 48. (ENEM) Na construção civil, é muito comum a utilização
de ladrilhos ou azulejos com a forma de polígonos para o re-
46. (Encceja) Pitágoras fundou uma sociedade secreta co- vestimento de pisos ou paredes. Entretanto, não são todas
nhecida como Escola Pitagórica, cujo símbolo especial era o as combinações de polígonos que se prestam a pavimentar
pentagrama, figura formada quando são traçadas as cinco uma superfície plana, sem que haja falhas ou superposições
diagonais de um pentágono. de ladrilhos, como ilustram as figuras:
O símbolo da sociedade de Pitágoras era

a)

b)

c)
Figura 1: Ladrilhos retangulares pavimentando o plano
ENEM Matemática 93

50. (Unifesp) A soma de n – 1 ângulos internos de um polígo-


no convexo de n lados é 1900o. O ângulo remanescente mede
a) 120o. d) 80o.
b) 105o. e) 60o.
o
c) 95 .

51. (FGV) Dado um pentágono regular ABCDE, constrói-se uma


circunferência pelos vértices B e E de tal forma que BC e ED se-
jam tangentes a essa circunferência, em B e E, respectivamente.
Figura 2: Heptágonos regulares não pavimentam
o plano (há falhas ou superposição) B C

A tabela traz uma relação de alguns polígonos regula-


res, com as respectivas medidas de seus ângulos internos.

Nome Triângulo Quadrado Pentágono


A D
Figura

Ângulo interno 60º 90º 108º E


Nome Hexágono Octógono Eneágono
A medida do menor arco BE na circunferência construída é
a) 72o. d) 135o.
Figura
b) 108o. e) 144o.
o
c) 120 .
Ângulo interno 120º 135º 140º
Se um arquiteto deseja utilizar uma combinação de 52. (Mackenzie) Os ângulos externos de um polígono regular
dois tipos diferentes de ladrilhos entre os polígonos da medem 20o. Então, o número de diagonais desse polígono é:
tabela, sendo um deles octogonal, o outro tipo escolhido a) 90 d) 135
deverá ter a forma de um: b) 104 e) 152
a) triângulo. c) 119
b) quadrado.
c) pentágono. 53. (Unifesp) Pentágonos regulares congruentes podem
d) hexágono. ser conectados, lado a lado, formando uma estrela de
e) eneágono. cinco pontas, conforme destacado na figura.

49. (UDESC) No paralelogramo ABCD, conforme mostra a


figura, o segmento CE é a bissetriz do ângulo DCB. Sa-
bendo que AE = 2 e AD = 5, então o valor do perímetro do
paralelogramo ABCD é:
A E B θ

D C
Nestas condições, o ângulo θ mede
a) 26 d) 22 a) 108o. d) 36o.
EM1D-12-1E

b) 16 e) 24 b) 72o. e) 18o.
c) 20 c) 54o.
94

54. (UEL) Se um círculo de 5 cm de raio está inscrito em um 57. (Vunesp) Considere 3 retas coplanares paralelas, r, s e t,
hexágono regular, o perímetro do hexágono, em centímetros, cortadas por 2 outras retas, conforme a figura.
é igual a:
r
a) 20 3 d) 12 3 4 3
s
x 5
b) 18 3 e) 9 2

c) 15 2 10 y
t
55. (Encceja) Uma peça de mosaico é confeccionada a partir
do corte de um azulejo quadrado. Os lados do quadrado são Os valores dos segmentos identificados por x e y são,
paralelos e os ângulos feitos pelos cortes são representados respectivamente,
conforme desenho abaixo.
3 3
a) e .
20 40
120º 60º b) 6 e 11.
c) 9 e 13.
d) 11 e 6.
y
20 40
e) e .
3 3

58. (FMG) Observe a figura a seguir. Nessa figura, D é um


50º 60º ponto da circunferência de centro C e diâmetro AB, e M e N
são pontos médios dos segmentos AC e AD, respectivamen-
O valor do ângulo y de um dos triângulos encontrados te. A medida MN em função do diâmetro AB é:
no recorte é:
a) 10o. D
b) 40o.
c) 50o. N
d) 70o.
e) 60o. A B
M C
56. (UFIF) Na figura a seguir, as retas r e s são perpendicula-
res e as retas m e n são paralelas. Então, a medida do ângulo
α, em graus, é igual a:
r
a) ( AB)
s
5
m

α 2
b) AB
5
n
20º

c) ( AB)
4

( AB)
a) 70. d)
3
b) 60.
c) 45.
d) 40. e) ( AB)
e) 30. 2
ENEM Matemática 95

59. (FGV) No triângulo ABC, AB = 8, BC = 7, AC = 6 e A


o lado BC foi prolongado, como mostra a figura, até o
ponto P, formando-se o triângulo PAB, semelhante ao
D E
triângulo PCA.
P

B G F C
7
6 a) 24
b) 28
c) 32
B
A 8 d) 36
e) 38
O comprimento do segmento PC é
a) 7. 62. (PUC) Uma reta paralela ao lado BC de um triângulo ABC in-
b) 8. tercepta os lados AB e AC do triângulo em P e Q, respectivamen-
c) 9. te, onde AQ = 4, PB = 9 e AP = QC. Então o comprimento de AP é:
d) 10. a) 5.
e) 11. b) 6.
c) 8.
60. (UFJF) Na figura a seguir, encontra-se representa- d) 2.
do um trapézio retângulo ABCD de bases AB e CD, onde e) 1.
.
63. (UFRN) Phidias, um arquiteto grego que viveu no sé-
A B
culo quinto a.C., construiu o Parthenon com medidas que
obedeceram à proporção áurea, o que significa dizer que
EE’H’H é um quadrado e que os retângulos EFGH e E’FGH’
N
são semelhantes, ou seja, o lado maior do primeiro retângu-
lo está para o lado maior do segundo retângulo assim como
o lado menor do primeiro retângulo está para o lado menor
β β do segundo retângulo. Veja a figura abaixo.
β
D C

Considere as seguintes afirmativas:


I. AD · NC = AN · CD
II. AB · DN = BC · AN
III. DN · BC = AC · AD

As afirmativas corretas são:


a) todas.
b) somente I e II.
c) somente I e III.
d) somente II e III. Assim, podemos afirmar que a razão da medida da base do
e) nenhuma. Parthenon pela medida da sua altura é uma raiz do polinômio:
a) x2 + x + 1
61. (CFTMG) Na figura, ABC é um triângulo retângulo em A b) x2 + x – 1
e DEFG é um quadrado inscrito nesse triângulo. Conside- c) x2 – x – 1
EM1D-12-1E

rando-se que BG = 9 e CF = 4, o perímetro desse quadrado d) x2 – x + 1


é igual a: e) x2 – x + 2
96

64. (PUC) Um quadrado tem dois vértices numa circunferên- 67. (Fatec) Sejam, α , β e γ, as medidas dos ângulos internos
cia e um lado tangente a ela, como mostra a figura a seguir. de um triângulo. Se sen α /sen β = 3/5 , sen α/sen γ = 1 e o
Se a área do quadrado é de 36 cm², o raio da circunferência perímetro do triângulo é 44, então a medida do maior lado
é, em centímetros: desse triângulo é:
a) 5.
b) 10.
3 c) 15.
d) 20.
6–R e) 25.
R

6 68. (UFRJ) O triângulo ABC da figura a seguir tem ângulo


reto em B. O segmento BD é a altura relativa a AC. Os seg-
R mentos AD e DC medem 12 cm e 4 cm, respectivamente. O
ponto E pertence ao lado BC e BC = 4EC.

a) 2,5 B
b) 2,75
c) 3,25
d) 3,5
e) 3,75
E
65. (FGV) — Um círculo de raio r está inscrito num setor cir-
cular de 90º e 8 cm de raio, conforme mostra a figura ao lado. A C
Assim sendo, a medida do raio r é: D

Podemos afirmar que o comprimento do segmento DE é:

r a) 3

8 b) 3 2

c) 2

d) 2 3
( )
a) 8 2 + 1 cm
e) 4 2
b) 8 ( 2 − 1) cm
69. (CFTMG) Na figura, AB = 4, BC = 2, AC é diâmetro e os
c) 8 ( 3 − 2) cm ângulos ABD e CBD são iguais. A medida da corda BD é:

d) 8 ( 3 − 2 ) cm A

e) 4

66. (FGV) Em relação a um quadrilátero ABCD, sabe-se que


med(BAD) = 120°, med(ABC) = med(ADC) = 90°, AB = 13 e D
AD = 46. A medida do segmento AC é:
B
a) 60.
b) 62.
c) 64.
d) 65. C
e) 72.
ENEM Matemática 97

a) 2 3 + 1 74. (Fuvest) Na figura a seguir, AD = 2 cm, AB = 3 cm, a


medida do ângulo BÂC é 30° e BD = DC, onde D é ponto do
b)
(9 5 ) lado AC. A medida do lado BC, em cm, é:
5
B
c) 3 2

d) 2 + 5

e) 2 5

70. (FGV) Os lados do triângulo ABC medem, respectiva-


mente, 9 cm, 12 cm e 15 cm. Então, a área do triângulo A D C
NPQ, de 12 cm de perímetro e semelhante ao triângulo
ABC, é igual a:
a) 27 cm2 a) 3
b) 9 cm2
c) 6 cm2 b) 3
d) 36 cm2
e) 18 cm2 c) 5

71. (UECE) Em um triângulo, as medidas de seus lados, em d) 6


metros, são três números inteiros consecutivos e a medida
do maior ângulo é o dobro da medida do menor. A medida e) 7
do menor lado deste triângulo é:
a) 3 m 75. (UFU-MG (adaptado)) João comprou um terreno em
b) 4 m forma de um triângulo retângulo, numa área nobre da
c) 5 m cidade, quiz dividí-lo e para isto construiu um muro pa-
d) 6 m ralelo à hipotenusa do tal triângulo. Sabendo que a área
e) 7 m delimitada pelos dois muros paralelos correspondem à re-
gião do primeiro quadrante delimita pelas retas, que são
72. (UFJF) Os lados AB e AC de um triângulo ABC formam soluções da equação cos(x + y) = 0, com 0 ≤ x + y ≤ 2 π,
então esta área é igual a:
1
um ângulo α , tal que cos α = . Sabe-se que a medida do a) π² unidades de área
3
b) 4 π² unidades de área
lado BC é igual a 32 e que a medida do lado AC é o triplo c) 3 π² unidades de área
d) 8 π² unidades de área
da medida do lado AB. Sendo β o ângulo formado entre os e) 2 π² unidades de área.

lados AC e BC, podemos afirmar que: 76. (ENEM) Quatro estações distribuidoras de energia A, B, C
a) β < 30º e a medida do lado AB é um inteiro par. e D estão dispostas como vértices de um quadrado de 40 km
b) β < 30º e a medida do lado AB é um inteiro ímpar. de lado. Deseja-se construir uma estação central que seja ao
c) 30º ≤ β < 45º e a medida do lado AB é um inteiro par. mesmo tempo equidistante das estações A e B e da estrada
d) 30º ≤ β < 45º e a medida do lado AB é um inteiro ímpar. (reta) que liga as estações C e D.
e) 45º ≤ β < 60º e a medida do lado AB é um inteiro par. A nova estação deve ser localizada
a) no centro do quadrado.
73. (Fuvest) Os comprimentos dos lados de um triângulo b) na perpendicular à estrada que liga C e D passando por
ABC formam uma PA. Sabendo-se também que o perímetro seu ponto médio, a 15 km dessa estrada.
de ABC vale 15 e que o ângulo  mede 120°, então o produto c) na perpendicular à estrada que liga C e D passando por
dos comprimentos dos lados é igual a: seu ponto médio, a 25 km dessa estrada.
a) 25 d) 105 d) no vértice de um triângulo equilátero de base AB, oposto
EM1D-12-1E

b) 45 e) 125 a essa base.


c) 75 e) no ponto médio da estrada que liga as estações A e B.
98

77. (UFLA) As aranhas são notáveis geômetras, já que suas 79. (ENEM) As bicicletas possuem uma corrente que liga
teias revelam variadas relações geométricas. No desenho, a uma coroa dentada dianteira, movimentada pelos pedais,
aranha construiu sua teia de maneira que essa é formada por a uma coroa localizada no eixo da roda traseira, como
hexágonos regulares igualmente espaçados. mostra a figura.
Qual é a menor distância que a aranha deve percorrer ao
longo da teia para alcançar o infeliz inseto?

8 cm
2 cm
O número de voltas dadas pela roda traseira a cada pe-
dalada depende do tamanho relativo destas coroas.
Em que opção abaixo a roda traseira dá o maior número
de voltas por pedalada?

a) 8 cm
b) 10 cm a)
c) 8 2 cm
d) 10 3 cm
e) 10 2 cm

b)
78. (INEICOC-Uberlandia) Um trecho do rio Tranquilo, com
margens retilíneas e paralelas, atravessa uma região plana.
A casa de Bruno fica na margem esquerda do rio Tranquilo,
e na margem direita desse rio ficam a casa de Camila e o
armazém “Tem de Tudo”. Bruno sabe que a largura do rio
Tranquilo é de 21 metros e que as distâncias entre a sua c)
casa e a casa de Camila, entre a sua casa e o armazém e
entre a casa de Camila e o armazém são iguais. Em um certo
dia, Bruno sai de sua casa, vai até o armazém, depois vai
direto até a casa de Camila e volta para casa, realizando
sempre os menores trajetos possíveis, sem obstáculos e não
passando por nenhum outro lugar. Considerando todas as d)
construções localizadas na beira do rio, quando retornou à
sua casa, Bruno calculou que a distância percorrida nesse
dia foi, em metros, de:

a) 42 3
e)
b) 35 3

c) 28 3 80. (ENEM) Quando se dá uma pedalada na bicicleta ao lado


(isto é, quando a coroa acionada pelos pedais dá uma volta
d) 21 3 completa), qual é a distância aproximada percorrida pela
bicicleta, sabendo-se que o comprimento de um círculo de
e) 7 3 raio R é igual a 2πR, onde π = 3?
ENEM Matemática 99

bancada só poderá ser fixada se a parede tiver mais de 200


cm de largura. A afirmação do pedreiro está correta porque

a) ( 80 )2 - ( 60 )2 = 10 28 < 60 e 60 + 80 + 60 = 200
80 cm

10 cm 30 cm
b) ( 80 )2 + ( 60 )2 = 100 e 100 + 80 + 100 = 280

c) 80 + 60 = 140 e 140 + 80 + 140 = 360


d) (80)2 + (60)2 = 160 + 120 = 280
a) 1,2 m e) 80 – 60 = 20 e 20 + 80 + 20 = 120
b) 2,4 m
c) 7,2 m 83. (Encceja) Luiz leva todos os dias o almoço para seu
d) 14,4 m pai, que trabalha em uma fábrica. Para isso, ele atraves-
e) 48,0 m sa um rio remando, em linha reta, de sua casa, localizada
no ponto A, até o ponto B, a 400 m do ponto C. Em segui-
81. (Encceja) O famoso Teorema de Pitágoras estabelece uma da, ele caminha 500 m até a fábrica, localizada no ponto F
relação entre as medidas dos lados do triângulo retângulo. (ver figura abaixo).
Historicamente, o teorema era utilizado da seguinte forma:
C B F

5
3
Se AC, perpendicular à margem do rio, mede 300 m, en-
tão o percurso total feito por Luiz, de sua casa até à fábrica,
tem comprimento igual a:
4
a) 700 m.
Utilize seus conhecimentos sobre o teorema para ajudar b) 900 m.
um trabalhador a encontrar a medida de uma tábua coloca- c) 1.000 m.
da na diagonal do portão de um depósito para reforçá-lo. O d) 1.200 m.
portão tem 6 metros de altura por 8 metros de comprimen- e) 1.400 m.
to. A medida da tábua, em metros, é
a) 7. 84. (CFTMG) Um cabo de aço AC de 7m de comprimento foi
b) 8. utilizado para sustentar um muro, e uma barra de aço EB,
c) 10. paralela ao chão, foi fixada nesse cabo, perpendicularmen-
d) 11. te ao muro, como mostra a figura.
e) 9.
A
82. (Enceja)
E B

80
D C
60 60
80 80

80
Se AB = 3m e AE = 2,4m então AD em metros, é:
a) 3,0
A bancada de uma pia, que tem o formato e as dimen- b) 4,0
sões dados na figura acima, deve ser fixada na parede de um c) 4,6
EM1D-12-1E

banheiro de modo que o lado maior fique encostado em uma d) 5,6


das paredes. O pedreiro responsável pela obra afirmou que a e) 6.0
100

85. (CESGRANRIO) Origami é a arte japonesa das dobraduras 88. (UFSM) A crise energética tem levado as médias e gran-
de papel. Observe as figuras abaixo, onde estão descritos os des empresas a buscarem alternativas na geração de ener-
passos iniciais para se fazer um passarinho: comece mar- gia elétrica para a manutenção do maquinário. Uma alter-
cando uma das diagonais de uma folha de papel quadrada. nativa encontrada por uma fábrica foi a de construir uma
Em seguida, faça coincidir os lados AD e CD sobre a diagonal pequena hidrelétrica, aproveitando a correnteza de um rio
marcada, de modo que os vértices A e C se encontrem. Con- que passa próximo às suas instalações. Observando a figura
siderando-se o quadrilátero BEDF da fig.3, pode-se concluir e admitindo que as linhas retas r, s e t sejam paralelas,
que o ângulo BED mede: pode-se afirmar que a barreira mede:
A B A B E B r
30 m
24 m
A
C s 56 m
F Barreira

2m
D C D C D t
fig. 1 fig.2 fig. 3
Rio

a) 100° d) 125o
30’
b) 112o 30’ e) 135o
c) 115o a) 33 m d) 48 m
b) 38 m e) 53 m
86. (UFJF) Testes efetuados em um pneu de corrida consta- c) 43 m
taram que, a partir de 185.600 voltas, ele passa a se dete-
riorar, podendo causar riscos à segurança do piloto. Saben- 89. (CFTPR) O jardineiro do Sr. Artur fez um canteiro trian-
do que o diâmetro do pneu é de 0,5 m, ele poderá percorrer, gular composto por folhagens e flores onde as divisões são
sem riscos para o piloto, aproximadamente: todas paralelas à base AB do triângulo ABC, conforme figura.
a) 93 km.
y 35cm x
b) 196 km.
B C
c) 366 km.
d) 592 km.
e) 291 km.
20cm
87. (ENEM) Um marceneiro deseja construir uma escada trape- 25cm
zoidal com 5 degraus, de forma que o mais baixo e o mais alto
40cm
tenham larguras respectivamente iguais a 60 cm e a 30 cm,
conforme a figura: A
Sendo assim, as medidas x e y dos canteiros de flores
30
são, respectivamente:
a) 30 cm e 50 cm.
b) 28 cm e 56 cm.
c) 50 cm e 30 cm.
d) 56 cm e 28 cm.
e) 40 cm e 20 cm.

90. (CFTSC) Sabendo que uma pessoa de 1,80 m projeta uma


sombra de 1,60 m, calcule a altura de uma árvore que proje-
60
ta uma sombra de 20 m nas mesmas condições.
Os degraus serão obtidos cortando-se uma peça linear a) 22 m.
de madeira cujo comprimento mínimo, em cm, deve ser: b) 22,50 m.
a) 144 d) 225 c) 24 m.
b) 180 e) 240 d) 28,80 m.
c) 210 e) 17,80 m.
ENEM Matemática 101

91. (CFTMG) Um homem, ao passar pelo prédio A de al- 94. (ENEM) Na figura abaixo, que representa o projeto de
tura h observa que sua sombra corresponde a 10% se uma escada com 5 degraus de mesma altura, o comprimento
comparada com a desse prédio. Algum tempo depois, total do corrimão é igual a:
passando pelo edifício B de 30m de altura, verifica que
30 cm
a projeção de sua sombra é de 1,8 m e a do prédio B é
de 30 metros.
Nessa situação, a altura h de A, em metros, vale:
a) 15 corrimão

90 cm
b) 18
c) 21
30 cm
d) 24 24 cm
24 cm
92. (CFTMG) Duas árvores situadas em cada um dos lados
de um rio estão alinhadas, conforme a figura. A largura do 24 cm

90 cm
rio, em metros, é: 24 cm
24 cm

a) 1,8 m.
rio
b) 1,9 m.
c) 2,0 m.
d) 2,1 m.
e) 2,2 m.
24m 64m
20m 95. (VUNESP) Para efeito de construção, o proprietário di-
vidiu o terreno ABCD, com frente para a Av. Jundiaí, em
a) 48 duas partes, I e II, como mostra a figura. Sabe-se que AE e
b) 50 CD são congruentes, e que E é ponto médio de BC. O compri-
c) 60 mento total do muro construído nas laterais (AD e BC) e no
d) 72 fundo (DC) do terreno inteiro é:
e) 80
Av. Jundiaí
12 m
93. (UFPR) Em uma rua, um ônibus com 12 m de compri- A B
mento e 3 m de altura está parado a 5 m de distância da
base de um semáforo, o qual está a 5 m do chão. Atrás do I
9m 9m
ônibus pára um carro, cujo motorista tem os olhos a 1 m do
chão e a 2 m da parte frontal do carro, conforme indica a
figura abaixo. Determine a menor distância (d) que o carro D II E
pode ficar do ônibus de modo que o motorista possa enxer-
gar o semáforo inteiro.

5m a) 69 m.
1m b) 57 m.
c) 52 m.
5m 12 m d 2m
d) 42 m.
e) 33 m.

a) 13,5 m d) 15,0 m
EM1D-12-1E

b) 14,0 m e) 15,5 m
c) 14,5 m
102

96. (FGV-modificado) Na figura abaixo, em que os ângu- 98. (UFG) Uma empresa de engenharia deseja construir uma
los  e B são retos, considere que um indivíduo esteja estrada ligando os pontos A e B, que estão situados em lados
no ponto O e queira atingir o ponto C, passando pelos opostos de uma reserva florestal, como mostra a figura abaixo.
pontos A e B.
A C D
O

A emprea optou por construir dois trechos retilíneos,


denotados pelos segmentos AC e CB, ambos com o mesmo
comprimento. Considerando que a distância de A até B,
B A em linha reta, é igual ao dobro da distância de B a D,
Sabe-se que OC = 10.000 m , AB = 8.000 m e que a o ângulo α , formado pelos dois trechos retilíneos da
distância entre B e C é 25% do percurso que o indivíduo estrada, mede.
pretende fazer para atingir o ponto C. Suponha que, no a) 110º
trajeto entre A e B, exista um ponto D, de parada obrigató- b) 120º
ria. A partir desse ponto, a distância que ainda falta para c) 130º
chegar ao ponto C é 60% do caminho já percorrido. d) 140º
e) 150º
Podemos afirmar que a distância entre D e B é:
a) 3.000 metros 99. (UFSM) Na instalação das lâmpadas de uma praça de
b) 3.200 metros alimentação, a equipe necessitou calcular corretamente a
c) 3.500 metros distância entre duas delas, colocadas nos vértices B e C do
d) 3.800 metros triângulo, segundo a figura. Assim, a distância “d” é
e) 4.500 metros
C
97. (UEL) Um engenheiro precisa conhecer a medida de
cada lado de um terreno triangular cujo perímetro é 20 m, 50 m
porém a planta do terreno foi rasgada e o que restou foi um
pedaço, como na figura a seguir.
A d
135º
30º

60º a) 50 2 m

8m
b) 50
( 6) m
3
Os lados do triângulo que não aparecem totalmente na
planta do terreno medem. c) 50 3 m
a) 3 3 m e (12 − 3 3 )m.
b) 5 m e 7 m. d) 25 6 m
c) 4,5 m e 7,5 m.
d) 8 m e 4 m. e) 50 6 m
e) 3 m e 9 m.
ENEM Matemática 103

100. (UNESP) Para calcular a distância entre duas árvores mento de medida e decida resolver o problema utilizando
situadas nas margens opostas de um rio, nos pontos A e apenas a lata e as duas garrafas. As etapas do procedimento
B, um observador que se encontra junto a A afasta-se 20m utilizado por ele estão ilustradas nas figuras a seguir, ten-
da margem, na direção da reta AB, até o ponto C e depois do sido omitida a 5a etapa.
caminha em linha reta até o ponto D, a 40m de C, do qual
1.200 mL
ainda pode ver as árvores. Tendo verificado que os ângulos 400 mL 400 mL 300 mL
AZEITE AZEITE
DCB e BDC medem, respectivamente, cerca de 15° e 120°, que AZEITE

valor ele encontrou para a distância entre as árvores, se usou


a aproximação 6 = 2,4? 1ª etapa 2ª etapa 3ª etapa

900 mL 300 mL 100 mL 300 mL

B AZEITE AZEITE AZEITE

? ?
5ª etapa
?
A 4ª etapa 6ª etapa
D

C Qual das situações ilustradas a seguir corresponde à 5ª


etapa do procedimento?
100 mL 700 mL
a) 28 m d) 16 m 400 mL
AZEITE
b) 17 m e) 14 m a)
c) 25 m

101. (ENEM) Na literatura de cordel, os textos são impres- 200 mL


sos, em geral, com 8, 16, 24 ou 32 páginas de formato AZEITE
200 mL

10,5 cm x 15,5 cm. As razões históricas que explicam b)


tal fato estão relacionadas à forma artesanal como são
montadas as publicações e ao melhor aproveitamento
possível do papel disponível. 400 mL
Considere, abaixo, a confecção de um texto de cordel AZEITE
com 8 páginas (4 folhas): Utilizando o processo descrito c)
acima, pode-se produzir um exemplar de cordel com 32
páginas de 10,5 cm x 15,5 cm, com o menor gasto possível
de material, utilizando uma única folha de: 900 mL
300 mL
AZEITE
d)
15,5 cm

10,5 cm
900 mL 200 mL
100 mL
AZEITE
a) 84 cm x 62 cm d) 42 cm x 62 cm e)
b) 84 cm x 124 cm e) 21 cm x 31 cm
c) 42 cm x 31 cm

102. (ENEM) A diversidade de formas geométricas espaciais 103. (ENEM) Um dos diversos instrumentos que o homem con-
criadas pelo homem, ao mesmo tempo em que traz benefí- cebeu para medir o tempo foi a ampulheta, também conhecida
cios, causa dificuldades em algumas situações. Suponha, como relógio de areia. Suponha que uma cozinheira tenha de
por exemplo, que um cozinheiro precise utilizar exatamen- marcar 11 minutos, que é o tempo exato para assar os biscoitos
te 100 mL de azeite de uma lata que contenha 1.200 mL e que ela colocou no forno. Dispondo de duas ampulhetas,uma
queira guardar o restante do azeite em duas garrafas, com de 8 minutos e outra de 5, ela elaborou 6 etapas, mas fez o
EM1D-12-1E

capacidade para 500 mL e 800 mL cada, deixando cheia a esquema, representado a seguir,somente até a 4a etapa, pois é
garrafa maior. Considere que ele não disponha de instru- só depois dessa etapa que ela começa a contar os 11 minutos.
104

H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade


8 min 5 min uilizando conhecimentos geométricos
relacionados a grandezas e medidas.
3 min

5 min 5 min
104. (ENEM) Fractal (do latim fractus, fração, quebrado) — ob-
jeto que pode ser dividido em partes que possuem semelhança
com o objeto inicial. A geometria fractal, criada no século XX,
estuda as propriedades e o comportamento dos fractais — ob-
3 min 5 min 2 min
8 min jetos geométricos formados por repetições de padrões similares.
3 min O triângulo de Sierpinski, uma das formas elemen-
5 min
tares da geometria fractal, pode ser obtido por meio dos
seguintes passos:

? ?
1. comece com um triângulo equilátero (figura 1);
2. construa um triângulo em que cada lado tenha a metade
do tamanho do lado do triângulo anterior e faça três cópias;
3. posicione essas cópias de maneira que cada triângulo
tenha um vértice comum com um dos vértices de cada um
dos outros dois triângulos, conforme ilustra a figura 2;
4. repita sucessivamente os passos 2 e 3 para cada cópia
A opção que completa o esquema é dos triângulos obtidos no passo 3 (figura 3).

a)

8 min 5 min 8 min 5 min


Figura 1 Figura 2 Figura 3

De acordo com o procedimento descrito, a figura 4 da


b) sequência apresentada acima é:

8 min 5 min 8 min


a)
5 min

c)
b)
8 min 3 min 8 min 5 min
2 min

d) c)

8 min 5 min 8 min 2 min


6 min
d)
e)

8 min 8 min 2 min


e)
5 min 3 min
ENEM Matemática 105

C4 Construir noções de variação de grandezas 106. (ENEM) O mapa ao lado representa um bairro de de-
para a compreensão da realidade e a terminada cidade, no qual as flechas indicam o sentido das
solução de problemas do cotidiano. mãos do tráfego. Sabe-se que esse bairro foi planejado e
que cada quadra representada na figura é um terreno qua-
H15 Identificar a relação de dependência drado, de lado igual a 200 metros.
entre grandezas.

105. (ENEM) Pelas normas vigentes, o litro do álcool hi-


x
dratado que abastece os veículos deve ser constituído de
96% de álcool puro e 4% de água (em volume). As densi-
dades desses componentes são dadas na tabela.

Substância Densidade (g/l)


Desconsiderando-se a largura das ruas, qual seria o
Água 1000 tempo, em minutos, que um ônibus, em velocidade cons-
tante e igual a 40 km/h, partindo do ponto X, demoraria
para chegar até o ponto Y?
Álcool 800 a) 25 min.
b) 15 min.
c) 2,5 min.
Um técnico de um órgão de defesa do consumidor d) 1,5 min.
inspecionou cinco postos suspeitos de venderem álco- e) 0,15 min.
ol hidratado fora das normas. Colheu uma amostra do
produto em cada posto, mediu a densidade de cada uma,
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação
obtendo:
de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
Densidade do
Posto
combustível (g/l)
107. (Encceja) Uma placa de sinalização de uma estrada in-
I 822 dica que o próximo posto de combustível está a 16 quilô-
metros de distância. Se um motorista mantiver velocidade
média de 80 km/h logo após ter lido a placa, chegará ao
II 820 posto de combustível em
a) 3 minutos.
III 815 b) 6 minutos.
c) 9 minutos.
d) 12 minutos.
IV 808 e) 15 minutos.

V 805 108. (ENEM) A sombra de uma pessoa que tem 1,80 m de


altura mede 60 cm. No mesmo momento, a seu lado, a
sombra projetada de um poste mede 2,00 m. Se, mais
A partir desses dados, o técnico pôde concluir que esta- tarde, a sombra do poste diminuiu 50 cm, a sombra da
vam com o combustível adequado somente os postos pessoa passou a medir:
a) I e II. a) 30 cm
b) I e III. b) 45 cm
c) II e IV. c) 50 cm
EM1D-12-1E

d) III e V. d) 80 cm
e) IV e V. e) 90 cm
106

109. (ENEM) A fotografia mostra uma turista aparentemen- 110. (ENEM) A rampa de um hospital tem na sua parte mais
te beijando a esfinge de Gizé, no Egito. A figura a seguirmos- elevada uma altura de 2,2 metros. Um paciente ao caminhar
tra como, na verdade, foram posicionadas a câmera fotográ- sobre a rampa percebe que se deslocou 3,2 metros e alcan-
fica, a turista e a esfinge. çou uma altura de 0,8 metro.
A distância em metros que o paciente ainda deve cami-
nhar para atingir o ponto mais alto da rampa é:
a) 1,16 metros.
b) 3,0 metros.
c) 5,4 metros.
d) 5,6 metros.
e) 7,04 metros.

H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade


envolvendo variação de grandezas.

Fotografia obtida da internet


111. (Encceja) Uma empresa decidiu doar livros e cader-
nos aos alunos carentes de uma escola da sua vizinhan-
posição da ça. Receberão os materiais escolares apenas os alunos
esfinge que tenham menos de 10 faltas no ano e cujas famílias
tenham renda de até 3 salários mínimos. Sabe-se que:
• a escola possui 1 000 alunos;
posição da • 350 alunos têm menos de 10 faltas no ano;
turista • 700 alunos pertencem a famílias com renda de até 3
salários mínimos;
posição da d’
• 200 alunos não pertencem a nenhum dos grupos aci-
câmera
d ma, ou seja, têm 10 ou mais faltas no ano e pertencem a
famílias com renda superior a 3 salários mínimos.
c A empresa deve enviar o material escolar para
a) 250 alunos.
a b b) 300 alunos.
c) 400 alunos.
d) 550 alunos.
Medindo-se com uma régua diretamente na fotografia, e) 600 alunos.
verifica-se que a medida do queixo até o alto da cabeça da
turista é igual a 2/3 da medida do queixo da esfinge até o 112. (ENEM) As abelhas domesticadas da América do
alto da sua cabeça. Considere que essas medidas na reali- Norte e da Europa estão desaparecendo, sem qualquer
dade são representadas por e d e d’, respectivamente, que a motivo aparente. As abelhas desempenham papel fun-
distância da esfinge à lente da câmera fotográfica, locali- damental na agricultura, pois são responsáveis pela
zada no plano horizontal do queixo da turista e da esfinge, polinização(a fecundação das plantas). Anualmente,
é representada por b, e que a distância da turista à mesma apicultores americanos alugam 2 milhões de colmeias
lente, por a. A razão entre b e a será dada por parapolinizaçao de lavouras. O sumiço das abelhas já
b 2d' inflacionou o preço de locação das colmeias. No ano-
b 2d d) =
a) = a c passado, o aluguel de cada caixa (colmeia) com 50.000
a 3c
abelhas estava na faixa de 75 dólares. Depois do ocorri-
b 2d' do, aumentou para 150 dólares. A previsão é que faltem
b 2d ' e) =
b) = a 3c abelhas para polinização neste ano nos EUA. Somente
a 3c
as lavouras de amêndoa da Califórnia necessitam de 1,4
b 3d' milhão de colmeias.
c) = Disponível em: <http://veja.abril.com.br>.
a 2c
Acesso em: 23 fev. 2009 (adaptado).
ENEM Matemática 107

De acordo com essas informações, o valor a ser gasto pessoa cortou uma vara de comprimento igual a sua altura.
pelos agricultores das lavouras de amêndoa da Califórnia O formato do campo é retangular e foi constatado que ele
com o aluguel das colmeias será de mede 53 varas de comprimento e 30 varas de largura. Uma
a) 4,2 mil dólares. região R tem área AR, dada em m2, de mesma medida do
b) 105 milhões de dólares. campo de futebol descrito acima. A expressão algébrica
c) 150 milhões de dólares. que determina a medida da vara em metros é
d) 210 milhões de dólares.
AR
a) Vara = m
1500
113. (ENEM) Uma cooperativa de colheita propôs a um fa-
zendeiro um contrato de trabalho nos seguintes termos: a
AR
cooperativa forneceria 12 trabalhadores e 4 máquinas, em b) Vara = m
1590
um regime de trabalho de 6 horas diárias, capazes de co-
lher 20 hectares de milho por dia, ao custo de R$ 10,00 por
1590
trabalhador por dia de trabalho, e R$ 1.000,00 pelo aluguel c) Vara = m
AR
diário de cada máquina. O fazendeiro argumentou que fe-
charia contrato se a cooperativa colhesse 180 hectares de
AR
milho em 6 dias, com gasto inferior a R$ 25.000,00. d) Vara = m
1500
Para atender às exigências do fazendeiro e supondo que
o ritmo dos trabalhadores e das máquinas seja constante, a
AR
cooperativa deveria e) Vara = m
1590
a) manter sua proposta.
b) oferecer 4 máquinas a mais.
c) oferecer 6 trabalhadores a mais. 116. (ENEM) O quadro apresenta a produção de algodão de
d) aumentar a jornada de trabalho para 9 horas diárias. uma cooperativa de agricultores entre 1995 e 1999.
e) reduzir em R$ 400,00 o valor do aluguel diário de uma
máquina. Safra

1995 1996 1997 1998 1999


C5 Modelar e resolver problemas que envolvem
variáveis socioeconômicas ou técnico- Produção
científicas, usando representações algébricas. (em mil 30 40 50 60 80
H1 Identificar representações algébricas que toneladas)
expressem a relação entre grandezas.
Produtividade
(em kg/ 1.500 2.500 2.500 2.500 4.000
hectare)

114. (Encceja) Um vasilhame de água mineral contendo O gráfico que melhor representa a área plantada (AP) no
20 litros foi colocado à disposição dos participantes de um período considerado é:
evento. Considerando que os copos, com capacidade para
200 mL, eram servidos totalmente cheios, a expressão que a) AP
representa a quantidade (y) de água, em mL, que restou no
vasilhame, em função do número (x) de copos utilizados, é
a) y = 200x – 20000
b) y = 20000 – 200x
95 96 97 98 99
c) y = 20 – 200x
d) y = 200x – 20
e) 20x – 2000 b) AP

115. (Encceja) Uma pessoa de estatura mediana pretende


fazer um alambrado em torno do campo de futebol de seu
EM1D-12-1E

bairro. No dia da medida do terreno, esqueceu de levar a


95 96 97 98 99
trena para realizar a medição. Para resolver o problema, a
108

c) AP a)
M(x)

5000

x
95 96 97 98 99
b)
M(x)
d) AP

5000
x

95 96 97 98 99 c)
M(x)
e) AP
5000

d)
95 96 97 98 99 M(x)

117. (ENEM) A figura abaixo representa o boleto de co- 5000


brança da mensalidade de uma escola, referente ao mês
x
de junho de 2008.
e)
Banco S. A. 5150
vencimento
Pagável em qualquer agência bancária até a data de vencimento 30/06/2008 M(x)
Cedente Agência/cód. cedente
Escola de Ensino Médio
Data documento Nosso número
02/06/2008 x
Uso do banco (=) Valor documento
R$ 500,00
Instruções (-) Descontos 119. (ENEM) Diante de um sanduíche e de uma porção de
Observação: no caso de pagamento em atraso, cobrar multa (-) Outras deduções batatas fritas, um garoto, muito interessado na quanti-
de R$ 10,00 mais 40 centavos por dia de atraso. (+) Mora/Multa dade de calorias que pode ingerir em cada refeição, ana-
(+) Outros acréscimos
lisa os dados de que dispõe. Ele sabe que a porção de
(=) Valor Cobrado batatas tem 200 g, o que equivale a 560 calorias, e que o
sanduíche tem 250 g e 500 calorias. Como ele deseja co-
Se M(x) é o valor, em reais, da mensalidade a ser paga, mer um pouco do sanduíche e um pouco das batatas, ele
em que x é o número de dias em atraso, então se vê diante da questão: “Quantos gramas de sanduíche
a) M(x) = 500 + 0,4x. e quantos gramas de batata eu posso comer para ingerir
b) M(x) = 500 + 10x. apenas as 462 calorias permitidas para esta refeição?”
c) M(x) = 510 + 0,4x. Considerando que x e y representam, respectivamente, em
d) M(x) = 510 + 40x. gramas, as quantidades do sanduíche e das batatas que o garoto
e) M(x) = 500 + 10,4x. pode ingerir, assinale a alternativa correspondente á expressão
algébrica que relaciona corretamente essas quantidades.
118. (ENEM) Paulo emprestou R$5.000,00 a um amigo, a a) 2x + 2,8y = 462
uma taxa de juros simples de 3% ao mês. Considere x o b) 2,8x + 2y = 462
número de meses do empréstimo e M(x) o montante a ser c) 1,8x + 2,3y = 1.060
devolvido para Paulo no final de meses.
1x
Nessas condições, a representação gráfica correta d) + 0,4y = 462
2
para M(x) é:
1y
e) 0,4x + = 462
2
ENEM Matemática 109

120. (ENEM) Um experimento consiste em colocar certa H20 Interpretar gráfico cartesiano que
quantidade de bolas de vidro idênticas em um copo com represente relações entre grandezas.
água até certo nível e medir o nível da água, conforme ilus-
trado na figura a seguir. Como resultado do experimento,
concluiu-se que o nível da água é função do número de 122. (ENEM) A obsidiana é uma pedra de origem vulcânica
bolas de vidro que são colocadas dentro do copo. que, em contato com a umidade do ar, fixa água em sua
superfície formando uma camada hidratada. A espessura
da camada hidratada aumenta de acordo com o tempo de
permanência no ar, propriedade que pode ser utilizada para
medir sua idade. O gráfico ao lado mostra como varia a es-
pessura da camada hidratada, em mícrons (1 mícron = 1
milésimo de milímetro) em função da idade da obsidiana.

15

Espessura hidratada (em microns)


y

10
O quadro a seguir mostra alguns resultados do experi-
mento realizado.

5
número de bolas (x) nível da água (y)

5 6,35 cm
0 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000 120.000 140.000
10 6,70 cm Idade (em anos)

Com base no gráfico, pode-se concluir que a espessura


15 7,05 cm da camada hidratada de uma obsidiana
a) é diretamente proporcional à sua idade.
Disponível em: www.penta.ufrgs.br. Acesso
em: 13 jan. 2009 (adaptado).
b) dobra a cada 10 000 anos.
c) aumenta mais rapidamente quando a pedra é mais jovem.
d) aumenta mais rapidamente quando a pedra é mais velha.
Qual a expressão algébrica que permite calcular o nível e) a partir de 100 000 anos não aumenta mais.
da água (y) em função do número de bolas (x)?
a) y = 30x. d) y = 0,7x. 123. (ENEM) Para medir o perfil de um terreno, um mestre-
b) y = 25x + 20,2. e) y = 0,07x + 6. deobras utilizou duas varas (V I e V II), iguais e igualmente
c) y = 1,27x. graduadas em centímetros, às quais foi acoplada uma man-
gueira plástica transparente, parcialmente preenchida por
121. (ENEM) Um posto de combustível vende 10.000 litros água (figura ao lado). Ele fez 3 medições que permitiram
de álcool por dia a R$ 1,50 cada litro. Seu proprietário levantar o perfil da linha que contém, em sequência, os pon-
percebeu que, para cada centavo de desconto que con- tos P1, P2, P3 e P4. Em cada medição, colocou as varas em dois
cedia por litro, eram vendidos 100 litros a mais por dia. diferentes pontos e anotou suas leituras na tabela a seguir. A
Por exemplo, no dia em que o preço do álcool foi R$ 1,48, figura representa a primeira medição entre P1 e P2.
foram vendidos 10.200 litros.
VII
Considerando x o valor, em centavos, do desconto dado
no preço de cada litro, e V o valor, em R$, arrecadado por dia VI
nível de água
com a venda do álcool, então a expressão que relaciona V e x é: na mangueira
a) V = 10.000 + 50x – x2. 239 164
??
b) V = 10.000 + 50x + x2.
c) V = 15.000 – 50x – x2.
(terreno fora de escala)
EM1D-12-1E

d) V = 15.000 + 50x – x2. P1 P2 P3 P4


e) V = 15.000 – 50x + x2.
110

VARA I VARA II 124. (ENEM) O gráfico abaixo modela a distância percor-


DIFERENÇA
MEDIÇÃO (L I – L II) rida, em km, por uma pessoa em certo período de tempo.
LEITURA LEITURA
PONTO
LI (cm)
PONTO
LII (cm)
(cm) A escala de tempo a ser adotada para o eixo das abscissas
depende da maneira como essa pessoa se desloca. Qual
1ª P1 239 P2 164 75
é a opção que apresenta a melhor associação entre meio
ou forma de locomoção e unidade de tempo, quando são
percorridos 10 km?
2ª P2 189 P3 214 –25

3ª P3 229 P4 174 55 10 km

Ao preencher completamente a tabela, o mestre-de-


obras determinou o seguinte perfil para o terreno:
a)

Tempo
0 1 2

a) carroça – semana
P1 P2 P3 P4 b) carro – dia
c) caminhada – hora
b) d) bicicleta – minuto
e) avião – segundo

125. (ENEM) — Muitas vezes o objetivo de um remédio é


aumentar a quantidade de uma ou mais substâncias já exis-
P1 P2 P3 P4 tentes no corpo do indivíduo para melhorar as defesas do
organismo. Depois de alcançar o objetivo, essa quantidade
deve voltar ao normal. Se uma determinada pessoa ingere
c) um medicamento para aumentar a concentração da subs-
tância A em seu organismo, a quantidade dessa substância
no organismo da pessoa, em relação ao tempo, pode ser
melhor representada pelo gráfico

P1 P2 P3 P4 a)
Quantidade da
Substância A

d)

tempo
P1 P2 P3 P4

b)
e)
Quantidade da
Substância A

P1 P2 P3 P4
tempo
ENEM Matemática 111

c) Quantidade da c) V (real)
Substância A

200

tempo 100

d)
Quantidade da
Substância A

1 2 n (mês)

d) V (real)

tempo
200
e)
Quantidade da
Substância A

100

tempo 1 2 n (mês)

126. (Encceja) A escola de natação “Nada ou tudo” cobra R$


e) V (real)
100,00 de matrícula e R$ 80,00 de mensalidade para o uso da
piscina duas vezes por semana. O valor total que um usuário
paga depende do número de meses que frequenta a escola. O
gráfico cartesiano que representa o valor total V pago pelo 260
usuário em função do número n de meses é:
180
a) V (real)

200 1 2 n (mês)

127. (ENEM) Uma empresa produz jogos pedagógicos para


100
computadores, com custos fixos de R$1.000,00 e custos
variáveis de R$100,00 por unidade de jogo produzida.
Desse modo, o custo total para x jogos produzidos é dado
1 2 n (mês) por C(x)= 1 + 0,1 x (em R$ 1.000,00).
A gerência da empresa determina que o preço de ven-
b) V (real) da do produto seja de R$700,00. Com isso a receita bruta
para x jogos produzidos é dada por R(x)= 0,7x (em R$
1.000,00). O lucro líquido, obtido pela venda de x unida-
200 des de jogos, é calculado pela diferença entre a receita
bruta e os custos totais.
100 O gráfico que modela corretamente o lucro líquido
dessa empresa, quando são produzidos x jogos, é:
EM1D-12-1E

1 2 n (mês)
112
Lucro (em R$ 1.000,00)

a) 128. (ENEM) Um boato tem um público-alvo e alastra-se


4.0 com determinada rapidez. Em geral, essa rapidez é dire-
3.0 tamente proporcional ao número de pessoas desse público
2.0 que conhecem o boato e diretamente proporcional também
1.0 ao número de pessoas que não o conhecem. Em outras pala-
vras, sendo R a rapidez de propagação, P o público-alvo e x
– 1.0 1.0 2.0 3.0
– 1.0 Números de jogos vendidos o número de pessoas que conhecem o boato, tem-se:
– 2.0 R(x) = k.x.(P-x), onde k é uma constante positiva carac-
– 3.0 terística do boato.
O gráfico cartesiano que melhor representa a função
Lucro (em R$ 1.000,00)

b) R(x), para x real, é:


4.0 a) R
3.0
2.0
1.0

– 1.0 1.0 2.0 3.0 4.0


– 1.0 Número de jogos vendidos x
– 2.0

b) R
– 3.0

c) 6.0
Lucro (em R$ 1.000,00)

5.0

4.0 x
3.0
c) R
2.0
1.0

– 1.0 1.0 2.0 3.0 4.0


Número de jogos vendidos
x
d)
Lucro (em R$ 1.000,00)

6.0
5.0
d) R
4.0
3.0
2.0
1.0
x
– 1.0 1.0 2.0 3.0 4.0
Número de jogos vendidos
e) R
e)
Lucros (em R$ 1.000,00)

2.0

x
1.0

1.0
Número de jogos vendidos
ENEM Matemática 113

129. (ENEM) A população mundial está ficando mais


velha, os índices de natalidade diminuíram e a ex-
pectativa de vida aumentou. No gráfico seguinte, são
apresentados dados obtidos por pesquisa realizada pela
Organização das Nações Unidas (ONU), a respeito da
quantidade de pessoas com 60 anos ou mais em todo
o mundo. Os números da coluna da direita represen-
tam as faixas percentuais. Por exemplo, em 1950 havia
95 milhões de pessoas com 60 anos ou mais nos países
desenvolvidos, número entre 10% e 15% da população
total nos países desenvolvidos.

461 35 a) 2 2
Países desenvolvidos
30 b) 4 2
269
c) 8
1.592 25
Números em milhões 20 d) 4 5
95 15
490 e) 6 3
Países em
desenvolvimento10
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem
5
110 ESTIMATIVAS envolva conhecimentos algébricos.
0
1950 70 90 2010 30 50 131. (Encceja) Com 4 palitos pode-se fazer um quadra-
Disponível em: www.economist.com. Acesso do. Para formar uma fileira com 2 quadrados são neces-
em: 9 jul. 2009 (adaptado). sários 7 palitos. Uma fileira com 3 quadrados utiliza
10 palitos, com 4 quadrados usam-se 13 palitos, e assim
Suponha que o modelo exponencial y = 363·e0,03x, em sucessivamente.
que x = 0 corresponde ao ano 2000, x = 1 corresponde ao
ano 2001, e assim sucessivamente, e que y é a população
1 2 3 n
em milhões de habitantes no ano x, seja usado para estimar
essa população com 60 anos ou mais de idade nos países em
desenvolvimento entre 2010 e 2050. Desse modo, conside- Para formar uma fileira com n quadrados, o número de
rando e 0,3 = 1,35, estima-se que a população com 60 anos palitos necessários pode ser calculado com a expressão
ou mais estará, em 2030, entre a) 3n + 2
b) 3n + 1
a) 490 e 510 milhões. c) 2n + 2
b) 550 e 620 milhões. d) 2n + 1
c) 780 e 800 milhões. e) 3n + 3
d) 810 e 860 milhões.
e) 870 e 910 milhões. 132. (ENEM) A empresa WQTU Cosmético vende um determi-
nado produto x, cujo custo de fabricação de cada unidade é
130. (UNIFESP) Com base na figura, o comprimento da dia- dado por 3x2 – 232, e o seu valor de venda é expresso pela
gonal AC do quadrilátero ABCD, de lados paralelos aos eixos função 180x - 116. A empresa vendeu 10 unidades do produto
coordenados, é: x, contudo a mesma deseja saber quantas unidades precisa
vender para obter um lucro máximo.
A quantidade máxima de unidades a serem vendidas pela
empresa WQTU para a obtenção do maior lucro é
a) 10. d) 116.
EM1D-12-1E

b) 30. e) 232.
c) 58.
114

133. (Encceja) 136. (Encceja) Um grupo de amigas alugou um apartamento


na praia para uma temporada, pelo preço de R$ 300,00, caben-
do a cada uma o pagamento de R$ 50,00 para o aluguel. Como
não podem pagar esse valor, decidem ampliar o grupo para que
a parcela de cada uma no aluguel passe a ser de R$ 30,00. Elas
x
precisam convidar mais
a) 3 amigas. d) 6 amigas.
b) 4 amigas. e) 7 amigas.
c) 5 amigas.

137. (Encceja) Analisando os custos e as vendas da produção


y
artesanal de ovos de Páscoa, Cristina fez a seguinte relação:
A figura acima representa um campo de futebol, de di- • Despesas fixas de R$ 2 400,00 e R$ 3,60 por ovo pro-
mensões x e y, com perímetro de 340 m. A área desse campo duzido. Se x é o número de unidades, então a expressão do
pode ser corretamente representada, em função da menor custo é 2 400 + 3,60x
dimensão x, por • Cada ovo é vendido por R$ 10,00, assim a expressão
a) A(x) = –x2 + 170x da venda é 10x.
b) A(x) = –x2 – 170x A quantidade de ovos a ser produzida e vendida para
c) A(x) = –x2 + 340x que Cristina tenha lucro é
d) A(x) = –x2 – 340x a) igual a 275.
e) A(x) = x2 – 340x b) maior que 375.
c) igual a 375.
134. (ENEM) O Indicador do CadÚnico (ICadÚnico), que d) menor que 275.
compõe o cálculo do Índice de Gestão Descentralizada do e) igual a 1, pois se vender 1 tem um lucro de R$ 10,00.
Programa Bolsa Família (IGD), é obtido por meio da média
aritmética entre a taxa de cobertura qualificada de cadas- 138. (ENEM) Um pátio de grandes dimensões vai ser
tros (TC) e a taxa de atualização de cadastros (TA), em que revestido por pastilhas quadradas brancas e pretas, segundo
o padrão representado ao lado, que vai ser repetido em toda
NV NA
TC = , TA = , NV é o número de cadastros domiciliares a extensão do pátio.
NF NV
As pastilhas de cor branca custam R$ 8,00 por metro
válidos no perfil do CadÚnico, NF é o número de famílias es- quadrado e as de cor preta, R$ 10,00. O custo por metro
timadas como público alvo do CadÚnico e NA é o número de quadrado do revestimento será de:
cadastros domiciliares atualizados no perfil do CadÚnico.
Portaria n° 148 de 27 de abril de 2006 (adaptado)

Suponha que o IcadÚnico de um município específico


é 0,6. Porém, dobrando NF o IcadÚnico cairá para 0,5. Se
NA + NV = 3.600, então NF é igual a
a) 10.000. d) 4.500.
b) 7.500. e) 3.000.
c) 5.000. a) R$ 8,20. d) R$ 8,80.
b) R$ 8,40. e) R$ 9,00.
135. (Encceja) Jorge e sua mãe Júlia compraram, há muitos c) R$ 8,60.
anos, uma casa em sociedade, tendo ele contribuído com
1/3 do capital e ela, com os outros 2/3. Após algum tempo
resolveram vender a casa e D. Júlia irá distribuir sua parte 139. (ENEM) Um grupo de 50 pessoas fez um orçamento
igualmente entre seus quatro filhos. inicial para organizar uma festa, que seria dividido entre
Se a casa for vendida por R$ 150.000,00, Jorge terá elas em cotas iguais. Verificou-se ao final que, para arcar
direito a: com todas as despesas, faltavam R$ 510,00, e que 5 novas
a) R$ 37.500,00. d) R$ 75.000,00. pessoas haviam ingressado no grupo. No acerto foi decidido
b) R$ 50.000,00. e) R$ 87.500,00. que a despesa total seria dividida em partes iguais pelas 55
c) R$ 62.500,00. pessoas. Quem não havia ainda contribuído pagaria a sua
ENEM Matemática 115

parte, e cada uma das 50 pessoas do grupo inicial deveria 141. (ENEM) Os níveis de irradiância ultravioleta efetiva
contribuir com mais R$ 7,00. (IUV) indicam o risco de exposição ao Sol para pessoas
De acordo com essas informações, qual foi o valor da cota de pele do tipo II - pele de pigmentação clara. O tempo
calculada no acerto final para cada uma das 55 pessoas? de exposição segura (TES) corresponde ao tempo de ex-
a) R$ 14,00. d) R$ 32,00. posição aos raios solares sem que ocorram queimaduras
b) R$ 17,00. e) R$ 57,00. de pele. A tabela mostra a correlação entre riscos de ex-
c) R$ 22,00. posição, IUV e TES.

140. (ENEM) O excesso de peso pode prejudicar o desempe- Riscos de exposição IUV TES (em minutos)
nho de um atleta profissional em corridas de longa distância
como a maratona (42,2 km), a meia-maratona (21,1 km) ou Baixo 0a2 Máximo 60
uma prova de 10 km. Para saber uma aproximação do inter- Médio 3a5 30 a 60
valo de tempo a mais perdido para completar uma corrida
devido ao excesso de peso, muitos atletas utilizam os dados Alto 6a8 20 a 30
apresentados na tabela e no gráfico:
Acima
Extremo Máximo 20
de 8
Peso (kg) ideal para atleta
Altura (m) masculino de ossatura grande,
corredor de longa distância Uma das maneiras de se proteger contra queimaduras
provocadas pela radiação ultravioleta é o uso dos cremes
1,57 56,9 protetores solares, cujo Fator de Proteção Solar (FPS) é cal-
1,58 57,4 culado da seguinte maneira:

1,59 58,0 TPP


FPS =
TPD
1,60 58,5

: : TPP = tempo de exposição mínima para produção de ver-


melhidão na pele protegida (em minutos).
Tempo x Peso TPD = tempo de exposição mínima para produção de
(Modelo Wilmore e Benke) vermelhidão na pele desprotegida (em minutos).
O FPS mínimo que uma pessoa de pele tipo II neces-
Tempo perdido sita para evitar queimaduras ao se expor ao Sol, conside-
(minutos) rando TPP o intervalo das 12:00 às 14:00 h, num dia em
Maratona que a irradiância efetiva é maior que 8, de acordo com os
dados fornecidos, é:
a) 5.
1,33 Meia-maratona b) 6.
c) 8.
0,67 Prova de d) 10.
0,62 10 km e) 20.
1 Peso acima 142. ENEM
de ideal (kg)
Usando essas informações, um atleta de ossatura grande, Fábrica de LONAS – Vendas no Atacado
pesando 63 kg e com altura igual a 1,59m, que tenha corrido 10 vagas para estudantes, 18 a 20 anos, sem experiência.
uma meiamaratona, pode estimar que, em condições de peso Salário: R$ 300,00 fixo + comissão de R$ 0,50 por m2 vendido
ideal, teria melhorado seu tempo na prova em: Contato: 0xx97-43421167 ou atacadista@lonaboa.com.br
a) 0,32 minuto.
b) 0,67 minuto. Na seleção para as vagas deste anúncio, feita por tele-
c) 1,60 minuto. fone ou correio eletrônico, propunha-se aos candidatos
EM1D-12-1E

d) 2,68 minutos. uma questão a ser resolvida na hora. Deveriam calcular


e) 3,35 minutos. seu salário no primeiro mês, se vendessem 500 m de teci-
116

do com largura de 1,40 m, e no segundo mês, se vendes- Reconheceu que se tratava do desenho do terreno que
sem o dobro. Foram bem sucedidos os jovens que respon- havia comprado. Interpretando a equação expressa no papel,
deram, respectivamente, em relação aos dados do desenho do terreno, percebeu que
a) R$ 300,00 e R$ 500,00. a) a área do terreno é igual a 132.
b) R$ 550,00 e R$ 850,00. b) a área do terreno é igual a 120.
c) R$ 650,00 e R$ 1000,00. c) o perímetro do terreno é igual a 120.
d) R$ 650,00 e R$ 1300,00. d) o perímetro do terreno é igual a 132.
e) R$ 950,00 e R$ 1900,00. e) a área do terreno é igual a 140.

143. (ENEM) Podemos estimar o consumo de energia elétrica 145. (ENEM) A importância do desenvolvimento da atividade
de uma casa considerando as principais fontes desse consumo. turística no Brasil relacionando-se especialmente com os pos-
Pense na situação em que apenas os aparelhos que constam da síveis efeitos na redução da pobreza e das desigualdades por
tabela abaixo fossem utilizados diariamente da mesma forma. meio da geração de novos postos de trabalho e da contribuição
Tabela: A tabela fornece a potência e o tempo efetivo de para o desenvolvimento sustentável regional. No gráfico são
uso diário de cada aparelho doméstico. mostrados três cenários - pessimista, previsível, otimista - a
respeito da geração de empregos pelo desenvolvimento de ati-
Tempo de uso vidades turísticas. De acordo com o gráfico, em 2009, o núme-
Aparelho Potência (KW)
diário (horas) ro de empregos gerados pelo turismo será superior a:
Ar condicionado 1,5 8 662,0

616 602,9
Chuveiro elétrico 3,3 1/3 Mil empregos
543,8
516
Freezer 0,2 10
416
353,8
Geladeira 0,35 10 316 294,8
Lâmpadas 0,10 6 216
235,7

2006 2007 2008 2009 2010


Supondo que o mês tenha 30 dias e que o custo de 1
KWh é de R$ 0,40, o consumo de energia elétrica mensal
Pessimista Previsível Otimista
dessa casa, é de aproximadamente
a) R$ 135. a) 602.900 no cenário previsível.
b) R$ 165. b) 660.000 no cenário otimista.
c) R$ 190. c) 316.000 e inferior a 416.000 no cenário previsível.
d) R$ 210. d) 235.700 e inferior a 353.800 no cenário pessimista.
e) R$ 230. e) 516.000 e inferior a 616.000 no cenário otimista

H22 Utilizar conhecimentos algébricos como 146. (ENEM) O gráfico a seguir mostra a evolução, de abril
recurso para a construção e argumentação. de 2008 a maio de 2009, da população economicamente ati-
va para seis Regiões Metropolitanas pesquisadas.
144. (Encceja) Felipe encontrou um papel com as informações
População economicamente ativa (em mil pessoas)
a seguir.
23.500

23.300

x+6
23.020

23.100
22.959

23.900
22.811

22.741

3x 22.700

22.500

22.300
04/08 05 06 07 08 09 10 11 12 01/09 02 03 04 05

8x + 12 = 132 Disponível em: www.ibge.gov.br.


ENEM Matemática 117

Considerando que a taxa de crescimento da população 148. (ENEM) O gráfico mostra a porcentagem da força de
economicamente ativa, entre 05/09 e 06/09, seja de 4%, trabalho brasileira em 40 anos, com relação aos setores
então o número de pessoas economicamente ativas em agrícola, de serviços e industrial/mineral.
06/09 será igual a:
1940 1960 1980
a) 23.940. d) 23.940.800. 70
b) 32.228. e) 32.228.000.
60
c) 920.800.
50
Agricultura
147. (ENEM) Para convencer a população local da ineficiên- %
40 Serviços
cia da Companhia Telefônica Vilatel na expansão da oferta de Indústria/mineração
linhas, um político publicou no jornal local o gráfico I, abaixo 30
representado. A Companhia Vilatel respondeu publicando dias
20
depois o gráfico II, onde pretende justificar um grande aumento
na oferta de linhas. O fato é que, no período considerado, foram 10
instaladas, efetivamente, 200 novas linhas telefônicas. 0

Nº total A leitura do gráfico permite constatar que:


de linhas telefônicas
a) Em 40 anos, o Brasil deixou de ser essencialmente agrí-
Gráfico I cola para se tornar uma sociedade quase que exclusivamen-
te industrial.
2.200
b) A variação da força de trabalho agrícola foi mais acen-
2.150
tuada no período de 1940 a 1960.
2.100
2.050 c) Por volta de 1970, a força de trabalho agrícola tornou-se
2.000 equivalente à industrial e de mineração.
d) Em 1980, metade dos trabalhadores brasileiros consti-
Jan Abr Ago Dez tuía a força de trabalho do setor agrícola.
e) De 1960 a 1980, foi equivalente o crescimento percentual
de trabalhadores nos setores industrial/mineral e de serviços.
Nº total
de linhas telefônicas
149. (ENEM) Em um gráfico cartesiano de variável socio-
econômica ou técnicocientífica, identificar e analisar
Gráfico II
valores das váriaveis, intervalos de crescimento ou des-
2.200 créscimo e taxas da variação.
O tempo que um ônibus gasta para ir do ponto inicial
2.150 ao ponto final de uma linha varia, durante o dia, confor-
me as condições do trânsito, demorando mais nos horá-
2.100 rios de maior movimento. A empresa que opera essa linha
2.050 forneceu, no gráfico abaixo, o tempo médio de duração
da viagem conforme o horário de saída do ponto inicial,
2.000
Jan Abr Ago Dez no período da manhã.
João e Antônio utilizam os ônibus da linha mencionada
Analisando os gráficos, pode-se concluir que acima para ir trabalhar, no período considerado no gráfico,
a) o gráfico II representa um crescimento real maior do nas seguintes condições:
que o do gráfico I. –– trabalham vinte dias por mês;
b) o gráfico I apresenta o crescimento real, sendo o II in- –– João viaja sempre no horário em que o ônibus faz o
correto. trajeto no menor tempo;
c) o gráfico II apresenta o crescimento real, sendo o grá- –– Antônio viaja sempre no horário em que o ônibus faz
fico I incorreto. o trajeto no maior tempo;
d) a aparente diferença de crescimento nos dois gráficos –– na volta do trabalho, ambos fazem o trajeto no mes-
decorre da escolha das diferentes escalas. mo tempo de percurso.
EM1D-12-1E

e) os dois gráficos são incomparáveis, pois usam escalas


diferentes.
118

120 H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade


Tempo do percurso (minutos)

110 utilizando conhecimentos algébricos.


100
90
80
70
151. (Encceja) Ana trabalha como vendedora e recebe um sa-
60 lário líquido fixo de R$ 500,00 e mais 2% de comissão sobre as
50 vendas efetuadas no mês. Essa comissão é paga integralmen-
40 te, sem nenhum desconto. Ao final de certo mês em que o total
30
de suas vendas foi de R$20.000,00, recebeu como pagamento
20
10
a quantia de R$ 860,00.
0 Ao conferir esses dados concluiu que
a) os cálculos estavam corretos.
6:00
6:10
6:20
6:30
6:40
6:50
7:00
7:10
7:20
7:30
7:40
7:50
8:00
8:10
8:20
8:30
8:40
8:50
9:00
9:10
9:20
9:30
9:40
9:50
10:00
10:10
10:20
10:30
10:40
10:50
11:00
b) deveria ter recebido R$ 40,00 a mais.
Horário de saída c) deveria ter recebido R$ 60,00 a mais.
Considerando-se a diferença de tempo de percurso, An- d) deveria ter recebido R$ 80,00 a mais.
tônio gasta, por mês, em média, e) deveria ter recebido R$ 50,00 a mais.
a) 05 horas a mais que João.
b) 10 horas a mais que João. 152. (Encceja) Uma artesã que produz pequenas esculturas
c) 20 horas a mais que João. em argila, pensando em ampliar seu negócio, elaborou a
d) 40 horas a mais que João. tabela a seguir para calcular seus custos.
e) 60 horas a mais que João.
Salário do auxiliar (mensal) R$ 450,00
150. (ENEM) Uma pousada oferece pacotes promocionais para
atrair casais a se hospedarem por até oito dias. A hospedagem Energia elétrica e água (mensal) R$ 60,00
seria em apartamento de luxo e, nos três primeiros dias, a Impostos (mensal) R$ 160,00
diária custaria R$ 150,00, preço da diária fora da promoção.
Nos três dias seguintes, seria aplicada uma redução no valor Combustível (mensal) R$ 70,00
da diária, cuja taxa média de variação, a cada dia, seria de R$
20,00. Nos dois dias restantes, seria mantido o preço do sexto Material para uma peça R$ 3,40
dia. Nessas condições, um modelo para a promoção idealizada Embalagem de uma peça R$ 0,60
é apresentado no gráfico a seguir, no qual o valor da diária é
função do tempo medido em número de dias. Utilizando os dados da tabela, a relação entre o custo C
e o número de peças N produzidas mensalmente pode ser
Valor da diária
estabelecida na sentença matemática dada por
a) C = 740N
150 b) C = 4 + 740N
c) C = 740 – 4
d) C = 4N + 740
e) C = 740 – 4N

153. (ENEM) O capim-elefante é uma designação genérica


Tempo que reúne mais de 200 variedades de capim e se destaca
1 2 3 4 5 6 7 8 porque tem produtividade de aproximadamente 40 tonela-
De acordo com os dados e com o modelo, comparando o das de massa seca por hectare por ano, no mínimo, sendo,
preço que um casal pagaria pela hospedagem por sete dias por exemplo, quatro vezes maior que a da madeira de eu-
fora da promoção, um casal que adquirir o pacote promocio- calipto. Além disso, seu ciclo de produção é de seis meses,
nal por oito dias fará uma economia de enquanto o primeiro corte da madeira de eucalipto é feito
a) R$ 90,00. a partir do sexto ano.
b) R$ 110,00. Disponível em: <www.rts.org.br/noticias/destaque-2/i-seminario-
c) R$ 130,00. madeira-energetica-discute-producao-de-carvaovegetal-a-
partir-de-capim>. Acesso em: 18 dez. 2008. (com adaptações).
d) R$ 150,00.
e) R$ 170,00.
ENEM Matemática 119

Considere uma região R plantada com capim-elefante que a) 465.


mantém produtividade constante com o passar do tempo. Para b) 493.
obter a mesma quantidade, em toneladas, de massa seca de c) 498.
eucalipto, após o primeiro ciclo de produção dessa planta, é d) 538.
necessário plantar uma área S que satisfaça à relação e) 699.
a) S = 4R d) S = 36R
b) S = 6R e) S = 48R 156. (ENEM) Na cidade de João e Maria, haverá shows em
c) S = 12R uma boate. Pensando em todos, a boate propós pacotes para
que os fregueses escolhessem o que seria melhor para si.
Pacote 1: taxa de 40 reais por show.
154. (ENEM) O gás natural veicular (GNV) pode substituir a Pacote 2: taxa de 80 reais mais 10 reais por show.
gasolina ou álcool nos veículos automotores. Nas grandes Pacote 3: taxa de 60 reais para 4 shows, e 15 reais por
cidades, essa possibilidade tem sido explorada, princi- cada show a mais.
palmente, pelos táxis, que recuperam em um tempo re- João assistirá a 7 shows e Maria, a 4. As melhores op-
lativamente curto o investimento feito com a conversão ções para João e Maria são, respectivamente,os pacotes
por meio da economia proporcionada pelo uso do gás a) 1 e 2.
natural. Atualmente, a conversão para gás natural do b) 2 e 2.
motor de um automóvel que utiliza a gasolina custa R$ c) 3 e 1.
3.000,00. Um litro de gasolina permite percorrer cerca de d) 2 e 1.
10 km e custa R$ 2,20, enquanto um metro cúbico de GNV e) 3 e 3.
permite percorrer cerca de 12 km e custa R$ 1,10. Desse
modo, um taxista que percorra 6.000 km por mês recu- 157. (ENEM) Três empresas de táxi W, K e L estão fazendo
pera o investimento da conversão em aproximadamente promoções: a empresa W cobra R$ 2,40 a cada quilômetro
a) 2 meses. d) 8 meses. rodado e com um custo inicial de R$ 3,00; a empresa K cobra
b) 4 meses. e) 10 meses. R$ 2,25 a cada quilômetro rodado e uma taxa inicial de R$
c) 6 meses. 3,80 e, por fim, a empresa L, que cobra R$ 2,50 acada quilô-
metro rodado e com taxa inicial de R$ 2,80. Um executivo
155. (ENEM) O gráfico abaixo, obtido a partir de dados do Mi- está saindo de casa e vai de táxi para uma reunião que é
nistério do Meio Ambiente, mostra o crescimento do número a 5 km do ponto de táxi, e sua esposa sairá do hotel e irá
de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção. para o aeroporto, que fica a 15 km do ponto de táxi.
Assim, os táxis que o executivo e sua esposa deverão pegar,
respectivamente, para terem amaior economia são das empresas
número de espécies ameaçadas de extinção

461
a) W e L.
b) W e K.
c) K e L.
d) K e W.
e) K e K.

158. (ENEM) Um comerciante contratou um novo funcioná-


rio para cuidar das vendas. Combinou pagar a essa pessoa
R$120,00 por semana, desde que as vendas se mantivessem
239 em torno dos R$ 600,00 semanais e, como um estímulo, tam-
bém propôs que na semana na qual ele vendesse R$1.200,00,
ele receberia R$ 200,00, em vez de R$ 120,00.
Ao término da primeira semana, esse novo funcioná-
rio conseguiu aumentar as vendas para R$ 990,00 e foi
pedir ao seu patrão um aumento proporcional ao que con-
1983 1987 1991 1995 1999 2003 2007 ano seguiu aumentar nas vendas. O patrão concordou e, após
fazer algumas contas, pagou ao funcionário a quantia de:
Se mantida, pelos próximos anos, a tendência de cresci- a) R$ 160,00. d) R$ 180,00.
EM1D-12-1E

mento mostrada no gráfico, o número de espécies ameaça- b) R$ 165,00. e) R$ 198,00.


das de extinção em 2011 será igual a: c) R$ 172,00.
120

159. (ENEM) A cisterna é um recipiente utilizado para arma- a) al t u r a (m et r o s )


zenar água da chuva. Os principais critérios a serem obser-
vados para captação e armazenagem de água da chuva são:
a demanda diária de água na propriedade; o índice médio de
precipitação (chuva), por região, em cada período do ano; i d ad e (an o s )
o tempo necessário para armazenagem; e a área de telhado
necessária ou disponível para captação. Para fazer o cálculo
al t u r a (m et r o s )
do volume de uma cisterna, deve-se acrescentar um adicional b)
relativo ao coeficiente de evaporação. Na dificuldade em se
estabelecer um coeficiente confiável, a Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) sugere que sejam adiciona-
dos 10% ao volume calculado de água.
i d ad e (an o s )
Desse modo, o volume, em m³, de uma cisterna é cal-
culado por Vc = Vd × Ndia , em que Vd = volume de demanda
da água diária (m³), N dia = número de dias de armaze-
al t u r a (m et r o s )
nagem, e este resultado deve ser acrescido de 10%. Para c)
melhorar a qualidade da água, recomenda-se que a cap-
tação seja feita somente nos telhados das edificações.
Considerando que a precipitação de chuva de 1 mm so-
bre uma área de 1 m2 produz 1 litro de água, pode-se cal-
cular a área de um telhado a fim de atender a necessidade i d ad e (an o s )
de armazenagem da seguinte maneira: área do telhado
(em m2) = volume da cisterna (em litros)/precipitação. d) al t u r a (m et r o s )
Disponível em: www.cnpsa.embrapa.br.
Acesso em: 8 jun. 2009 (adaptado).

Para atender a uma demanda diária de 2.000 litros de


água, com período de armazenagem de 15 dias e precipita-
ção média de 110 mm, o telhado, retangular, deverá ter as i d ad e (an o s )
dimensões mínimas de
a) 6 metros por 5 metros, pois assim teria uma área de 30 m2.
al t u r a (m et r o s )
b) 15 metros por 20 metros, pois assim teria uma área de e)
300 m2.
c) 50 metros por 60 metros, pois assim teria uma área de
3.000 m2.
d) 91 metros por 30 metros, pois assim teria uma área de i d ad e (an o s )
2.730 m2.
e) 110 metros por 30 metros, pois assim teria uma área de 161. (Encceja)
3.300 m2.
60,9 64,5 65,5
57,5 56,5
C6 Interpretar informações de natureza científica
e social obtidas da leitura de gráficos e 47,8
44,1
tabelas realizando previsão de tendência, 36,3 37,6
extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos Volume estimado para este mês, 22,6
ou tabelas para fazer interferências. se for mantida a tendência da queda

jun/05 jul/05 ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05 jan/06 fev/06


160. (Encceja) Sabemos que a altura de uma pessoa aumen- Folha de S. Paulo. 30/8/2006. p. B10 (com adaptações)
ta desde seu nascimento até que se torne adulta. O gráfico
que representa esta variação é
ENEM Matemática 121

O gráfico anterior mostra as exportações brasileiras de a) uma hora e uma hora e meia, respectivamente.
carne suína, em mil toneladas, sinalizando forte tendência b) três horas e meia hora, respectivamente.
de queda no mês de março de 2006. A partir da análise do c) três horas e quatro horas e meia, respectivamente.
gráfico, julgue as afirmações abaixo. d) seis horas e três horas, respectivamente.
I. Se fosse confirmada a tendência de queda apresenta- e) seis horas, igualmente.
da no gráfico, em março de 2006 o Brasil teria exportado
15 milhões de quilogramas a menos do que exportou em 163. (ENEM) Foram publicados recentemente trabalhos
fevereiro de 2006. relatando o uso de fungos como controle biológico de
II. A quantidade de carne exportada em outubro de 2005 mosquitos transmissores da malária. Observou-se o per-
foi o dobro da exportada em fevereiro de 2006. centual de sobrevivência dos mosquitos Anopheles sp.
III. As exportações de agosto de 2005 e outubro de 2005 após exposição ou não a superfícies cobertas com fungos
totalizaram 130 milhões de quilogramas de carne. sabidamente pesticidas, ao longo de duas semanas. Os
É correto apenas o que se afirma em dados obtidos estão presentes no gráfico abaixo.
a) I. d) I e III.

Porcentagem de sobrevivência
b) II. e) I e II. 100
c) III.
80

162. (ENEM) Após a ingestão de bebidas alcoólicas, o metabo- 60


lismo do álcool e sua presença no sangue dependem de fatores 40
como peso corporal, condições e tempo após a ingestão.
20
O gráfico mostra a variação da concentração de álcool
no sangue de indivíduos de mesmo peso que beberam 0
0 2 4 6 8 10 12 14
três latas de cerveja cada um, em diferentes condições:
em jejum e após o jantar. Dias após exposição

Ingestão de álcool --- - - - Mosquitos não expostos Mosquitos expostos

No grupo exposto aos fungos, o período em que houve


g/L
50% de sobrevivência ocorreu entre os dias
1,0 a) 2 e 4. c) 6 e 8. e) 10 e 12.
em jejum
0,9 b) 4 e 6. d) 8 e 10.
0,8 após jantar
164. (ENEM) Uma pesquisa da ONU estima que, já em 2008, pela
Álcool no sangue

0,7 primeira vez na história das civilizações, a maioria das pessoas


0,6 viverá na zona urbana. O gráfico a seguir mostra o crescimento
da população urbana desde 1950, quando essa população era
0,5 de 700 milhões de pessoas, e apresenta uma previsão para 2030,
0,4 baseada em crescimento linear no período de 2008 a 2030.
0,3
Cresce a população urbana no mundo
0,2
em bilhões de pessoas previsão
5,0
0,1 5,0
horas
4,0
1 2 3 4 5 6 7 3,5
2,9
Tempo após ingestão 3,0
2,3
Revista Pesquisa FAPESP n o 57, setembro 2000
2,0 1,7
1,3
1,0
Tendo em vista que a concentração máxima de álco- 1,0
0,7
ol no sangue permitida pela legislação brasileira para 0
motoristas é 0,6 g/L, o indivíduo que bebeu após o jan- 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030
EM1D-12-1E

tar e o que bebeu em jejum só poderão dirigir após,


aproximadamente, Almanaque Abril, 2008, p. 128 (com adaptações)
122

De acordo com o gráfico, a população urbana mundial em Se chamarmos de P o valor mensal da conta, de D o
2020 corresponderá, aproximadamente, a quantos bilhões de número de minutos diurnos falados e de N o número de
pessoas? minutos noturnos falados, obteremos as leis matemáticas
a) 4,00. d) 4,25. que relacionam esses valores:
b) 4,10. e) 4,50. • P = 32 + 0,60D + 0,25N, para a empresa I
c) 4,15. • P = 18 + 0,80D + 0,35N, para a empresa II
Para um assinante que só utiliza os serviços diurnos,
165. (ENEM) A suspeita de que haveria uma relação cau- é mais vantajoso optar pelos serviços da empresa I se o
sal entre tabagismo e câncer de pulmão foi levantada pela número de minutos falados for:
primeira vez a partir de observações clínicas. Para testar essa a) maior que 60.
possível associação, foram conduzidos inúmeros estudos epi- b) maior que 70.
demiológicos. Dentre esses, houve o estudo do número de ca- c) menor que 60.
sos de câncer em relação ao número de cigarros consumidos d) menor que 70.
por dia, cujos resultados são mostrados no gráfico a seguir. e) igual a 70.

Casos de câncer pulmonar dado o número de 167. (ENEM) O gráfico a seguir ilustra a evolução do consu-
cigarros consumidos diariamente mo de eletricidade no Brasil, em GWh, em quatro setores de
Casos de câncer pulmonar

60
50 consumo, no período de 1975 a 2005.
40
30
20
10
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Número de cigarros consumidos diariamente

Centers for Disease Control and Prevention CDC-


EIS Summer Course – 1992 (adaptado).

De acordo com as informações do gráfico,


a) o consumo diário de cigarros e o número de casos de cân-
cer de pulmão são grandezas inversamente proporcionais.
b) o consumo diário de cigarros e o número de casos de
câncer de pulmão são grandezas que não se relacionam.
c) o consumo diário de cigarros e o número de casos de
câncer de pulmão são grandezas diretamente proporcionais.
d) uma pessoa não fumante certamente nunca será Balanço Energético Nacional. Brasília: MME, 2003 (com adaptações).
diagnosticada com câncer de pulmão.
e) o consumo diário de cigarros e o número de casos de Observa-se que, de 1975 agia elétrica. Se essa mesma
câncer de pulmão são grandezas que estão relacionadas, 2005, houve aumento quasetendência se mantiver até
mas sem proporcionalidade. linear do consumo de ener-2035, o setor energético bra-

166. (Encceja) As empresas de telefonia I e II, na disputa sileiro deverá preparar-se para suprir uma demanda total
pelos clientes, lançaram as seguintes tabelas de preços para aproximada de:
seus serviços: a) 405 GWh.
b) 445 GWh.
Preço do c) 680 GWh.
Assinatura Preço do inuto d) 750 GWh.
minuto
(R$) diurno (R$)
noturno (R$) e) 775 GWh.

I 32,00 0,60 0,25


H25 Resolver problema com dados
II 18,00 0,80 0,35 apresentados em tabela ou gráficos.
ENEM Matemática 123

168. (ENEM) Dados da Associação Nacional de Empresas a) R$ 164,00 d) R$ 1.180,00


de Transportes Urbanos (ANTU) mostram que o número b) R$ 500,00 e) R$ 1.280,00
de passageiros transportados mensalmente nas princi- c) R$ 685,00
pais regiões metropolitanas do país vem caindo sistema-
ticamente. Eram 476,7 milhões de passageiros em 1995, 170. (Encceja) A sombra de uma vareta enterrada no chão
e esse número caiu para 321,9 milhões em abril de 2001. muda de comprimento conforme a hora do dia. Após o ama-
Nesse período, o tamanho da frota de veículos mudou nhecer e minutos antes do anoitecer são as horas em que a
pouco, tendo no final de 2008 praticamente o mesmo sombra atinge o seu comprimento máximo. Ao meio-dia, a
tamanho que tinha em 2001. sombra praticamente desaparece, pois o sol fica numa posi-
O gráfico a seguir mostra um índice de produtividade ção vertical em relação à terra.
utilizado pelas empresas do setor, que é a razão entre o O gráfico que melhor representa o comprimento da som-
total de passageiros transportados por dia e o tamanho bra em função da hora do dia é:
da frota de veículos.
a) 15

Capitais Brasileiras – Sistema de Ônibus Urbano* 10

Metros
Passageiros Transportados por Veículos/dia** 5
1995 a 2008
650 0
Passageiro/Veículo

631

7 :0 0
8:00
9:00

11:00
10:00

12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
600 569 568
581
550 555 506 Hora do dia
500 505 463
451 435 438 447 428 441
450
446 440 407 410 418
400 422
400 391 393 404 410 415 411 25
350 b) 20
Out/95

Out/96

Out/97

Out/98

Out/99

Out/00

Out/01

Out/02

Out/03

Out/04

Out/05

Out/06

Out/07

Out/08
Abr/96

Abr/97

Abr/98

Abr/99

Abr/00

Abr/01

Abr/02

Abr/03

Abr/04

Abr/05

Abr/06

Abr/07

Abr/08

15
Metros
10
5
*São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza, 0
Curitiba e Goiânia 7 :0 0
8:00
9:00
10:00

12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
11:00
** Passageiro total mensal/frota/25

Disponível em: http://www.ntu.org.br. Hora do dia


Acesso em 16 jul. 2009 (adaptado).

Supondo que as frotas to-de 2001 e em outubro de 2008


8
tais de veículos naquelas re-eram do mesmo tamanho, os c) 6
giões metropolitanas em abrildados do gráfico permitem
Metros

4
2

inferir que o total de passageiros transportados no mês de 0


7 :0 0
8:00
9:00
10:00

12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
11:00

outubro de 2008 foi aproximadamente igual a


a) 355 milhões. d) 441 milhões. Hora do dia
b) 400 milhões. e) 477 milhões.
c) 426 milhões. 50
d) 40
30
169. (UFG) Observe a fatura mensal de um cliente de um 20
Metros

10
supermecado. 0
7 :0 0

Pagamento
8:00
9:00
10:00

12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
11:00

Vencimento Saldo Devedor


Mínimo R$ Hora do dia
26/11/2006 R$ 1.680,00
336,00

Encargos financeiros no período: 12% ao mês e)


50
40
35
Metros

20
10
Considerando que o cliente não efetuará compras até 0
o próximo vencimento, em 26/12/2006, o valor a ser pago
7 :0 0
8:00
9:00
10:00

12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
11:00

em 26/11/2006 para o saldo devedor da próxima fatura


EM1D-12-1E

seja exatamente a terça parte do saldo devedor acima, Hora do dia

deverá ser:
124

171. (ENEM) No gráfico estão representados os gols mar- Café (em grão) – Brasil

área plantada e produção


cados e os gols sofridos por uma equipe de futebol nas dez 3.000.000 3.000

rendimento médio
primeiras partidas de um determinado campeonato. 2.500.000 2.500
Gols marcados Gols sofridos 2.000.000 2.000
6 1.500.000 1.500
5 1.000.000 1.000
500.000 500
4
0
3 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

2 produção área
rend. médio (kg/ha)
1
(toneladas) plantada (ha)

0 Fonte: IBGE
28/01 04/02 11/02 18/02 25/02 04/03 11/03 18/03 25/03 01/04
Data da partida
Se a tendência de rendimento observada no gráfico, no
Considerando que, neste campeonato, as equipes ganham período de 2001 a 2008, for mantida nos próximos anos,
3 pontos para cada vitória, 1 ponto por empate e 0 ponto em então o rendimento médio do plantio do café, em 2012, será
caso de derrota, a equipe em questão, ao final da décima aproximadamente de
partida, terá acumulado um número de pontos igual a: a) 500 kg/ha.
a) 15. b) 750 kg/ha.
b) 17. c) 850 kg/ha.
c) 18. d) 950 kg/ha.
d) 20. e) 1.250 kg/ha.
e) 4.
174. (ENEM) — No quadro abaixo estão as contas de luz e
172. (ENEM) O tempo que um ônibus gasta para ir do ponto água de uma mesma residência. Além do valor a pagar, cada
inicial ao ponto final de uma linha varia, durante o dia, confor- conta mostra como calculá-lo, em função do consumo de
me as condições do trânsito, demorando mais nos horários de água (em m3) e de eletricidade (em kwh). Observe que, na
maior movimento. A empresa que opera essa linha forneceu, no conta de luz, o valor a pagar é igual ao consumo multipli-
gráfico abaixo, o tempo médio de duração da viagem conforme cado por um certo fator. Já na conta de água, existe uma
o horário de saída do ponto inicial, no período da manhã. tarifa mínima e diferentes faixas de tarifação.
120 Companhia de Eletricidade
110
Tempo do percurso (minutos)

100
Fornecimento Valor - R$
90
80 401 KWH x 0,13276000 53,23
70
60 Companhia de Saneamento
50
40 TARIFAS DE ÁGUA / M3
30
20
10 Faixas de Tarifa Consumo Valor - R$
0 consumo
6:00
6:10
6:20
6:30
6:40
6:50
7:00
7:10
7:20
7:30
7:40
7:50
8:00
8:10
8:20
8:30
8:40
8:50
9:00
9;10
9:20
9:30
9;40
9;50

até 10 5,50 tarifa mínima 5,50


10:00
10:10
10:20
10:30
10:40
10:50
11:00

Horário de saída 11 a 20 0,85 7 5,95


21 a 30 2,13
De acordo com as informações do gráfico, um passageiro 31 a 50 2,13
que necessita chegar até as 10h30min ao ponto final dessa li- acima de 50 2,36
nha, deve tomar o ônibus no ponto inicial, no máximo, até as:
Total 11,45
a) 9h20min d) 8h30min
b) 9h30min e) 8h50min Suponha que, no próximo mês, dobre o consumo de ener-
c) 9h00min gia elétrica dessa residência. O novo valor da conta será de:
a) R$ 55,23
173. (ENEM) No gráfico a seguir, estão especificados a pro- b) R$ 106,46
dução brasileira de café, em toneladas; a área plantada, em c) R$ 802,00
hectares (ha); e o rendimento médio do plantio, em kg/ha, d) R$ 100,00
no período de 2001 a 2008. e) R$ 22,90
ENEM Matemática 125

175. (ENEM) No quadro abaixo estão as contas de luz e água Dos gráficos abaixo, o que melhor representa o valor da
de uma mesma residência. Além do valor a pagar, cada con- conta de água, de acordo com o consumo, é:
ta mostra como calculá-lo, em função do consumo de água
(em m3) e de eletricidade (em kwh). Observe que, na conta a) R$
de luz, o valor a pagar é igual ao consumo multiplicado
por um certo fator. Já na conta de água, existe uma tarifa
mínima e diferentes faixas de tarifação.

Companhia de Eletricidade
Fornecimento Valor - R$
401 KWH x 0,13276000 53,23 m3
Companhia de Saneamento
TARIFAS DE ÁGUA / M3 b) R$
Faixas de Tarifa Consumo Valor - R$
consumo
até 10 5,50 tarifa mínima 5,50
11 a 20 0,85 7 5,95
21 a 30 2,13
31 a 50 2,13
acima de 50 2,36

Total
m3
11,45

Suponha agora que dobre o consumo d’água. O novo va- c) R$


lor da conta será de:
a) R$ 22,90
b) R$ 106,46
c) R$ 43,82
d) R$ 17,40
e) R$ 22,52
m3

176. (ENEM) No quadro abaixo estão as contas de luz e


água de uma mesma residência. Além do valor a pa- d) R$
gar, cada conta mostra como calculá-lo, em função do
consumo de água (em m 3) e de eletricidade (em kwh).
Observe que, na conta de luz, o valor a pagar é igual ao
consumo multiplicado por um certo fator. Já na conta
de água, existe uma tarifa mínima e diferentes faixas
de tarifação.
m3
Companhia de Eletricidade
Fornecimento Valor - R$ e) R$
401 KWH x 0,13276000 53,23

Companhia de Saneamento
TARIFAS DE ÁGUA / M3

Faixas de Tarifa Consumo Valor - R$


consumo
m3
até 10 5,50 tarifa mínima 5,50
11 a 20 0,85 7 5,95
21 a 30 2,13
31 a 50 2,13 H26 Analisar informações expressas em
acima de 50 2,36
gráficos ou tabelas como recurso para
a construção de argumentos.
EM1D-12-1E

Total 11,45
126

177. (Encceja) O gráfico abaixo fornece a velocidade, em De acordo com o gráfico, a contar do instante em que
metros por segundo, de um atleta em função do tempo, em se inicia o pulso elétrico, a corrente elétrica inverte o seu
segundos, em uma corrida de 100 metros rasos. sentido após
a) 0,1 ms. d) 5,2 ms.
v
(m/s) b) 1,4 ms. e) 7,2 ms.
c) 3,9 ms.
14
12
179. (ENEM) Em uma prova de 100 m rasos, o desempenho típi-
10
co de um corredor padrão é representado pelo gráfico a seguir:
8
6 12
4

Velocidade (m/s)
2 10
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 t (s) 8
6
Com relação à velocidade do atleta nessa corrida, assi-
4
nale a opção correta.
a) Ele atinge sua velocidade máxima em um instante compre- 2
endido entre 3 segundos e 4 segundos após o início da corrida.
0
b) Ele atinge sua velocidade máxima em um instante compre- 0 2 4 6 8 10 12 14 16
endido entre 5 segundos e 6 segundos após o início da corrida. Tempo (s)
c) Sua velocidade 2 segundos após o início da corrida é maior
do que sua velocidade 7 segundos após o início da corrida. Baseado no gráfico, em que intervalo de tempo a veloci-
d) Sua velocidade 3 segundos após o início da corrida é maior dade do corredor é aproximadamente constante?
do que sua velocidade 8 segundos após o início da corrida. a) Entre 0 e 1 segundo.
e) Ele atinge velocidade máxima após 9s. b) Entre 1 e 5 segundos.
c) Entre 5 e 8 segundos.
178. (ENEM) Um desfibrilador é um equipamento utilizado d) Entre 8 e 11 segundos.
em pacientes durante parada cardiorrespiratória com obje- e) Entre 12 e 15 segundos.
tivo de restabelecer ou reorganizar o ritmo cardíaco. Seu
funcionamento consiste em aplicar uma corrente elétrica 180. ENEM — O número de indivíduos de certa população é
intensa na parede torácica do paciente em um intervalo de representado pelo gráfico abaixo.
tempo da ordem de milissegundos.
O gráfico seguinte representa, de forma genérica, o
Números de indivíduos (x 1.000)

comportamento da corrente aplicada no peito dos pacientes


em função do tempo. 10
9
I (A)
8
80 7
1,4
6
60 5
4
40 3
2
1
20 0,1 3,9
1940 1950 1960 1970 1980 1990 t (anos)
0
5,2
Em 1975, a população tinha um tamanho aproximada-
– 20 7,2 mente igual ao de:
t (ms) a) 1960 c) 1967 e) 1980
0 2 4 6 8 b) 1963 d) 1970
ENEM Matemática 127

181. (ENEM) Boa parte da água utilizada nas mais diversas Gasolina
atividades humanas não retorna ao ambiente com qualidade Álcool
30

Emissão média de CO (g/km)


para ser novamente consumida. O gráfico mostra alguns da-
dos sobre esse fato, em termos dos setores de consumo. 25
Consumo e restituição de água no mundo
(em bilhões de m³/ano) 20

3500
15
3000
2500 Coletividade 10
2000 Indústria e energia 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
1500 Agricultura Ano
1000 Total Comparando-se a emissão média de monóxido de carbo-
500 no dos veículos a gasolina e a álcool, pode-se afirmar que
0 • I. no transcorrer do período 1992-2000, a frota a
Consumo Restituição sem qualidade álcool emitiu menos monóxido de carbono.
Fonte: Adaptado de MARGAT, Jean-François. A água ameaçada • II. em meados de 1997, o veículo a gasolina passou
pelas atividades humanas. In WIKOWSKI, N. (Coord).
a poluir menos que o veículo a álcool.
Ciência e tecnologia hoje. São Paulo: Ensaio, 1994.
• III. o veículo a álcool passou por um aprimoramento
tecnológico.
Com base nesses dados, é possível afirmar que É correto o que se afirma apenas em
a) mais da metade da água usada não é devolvida ao ciclo a) I. c) II. e) II e III.
hidrológico. b) I e II. d) III.
b) as atividades industriais são as maiores poluidoras de água.
c) mais da metade da água restituída sem qualidade para o 183. (ENEM) Um dos aspectos utilizados para avaliar a po-
consumo contém algum teor de agrotóxico ou adubo. sição ocupada pela mulher na sociedade é a sua participa-
d) cerca de um terço do total da água restituída sem quali- ção no mercado de trabalho. O gráfico mostra a evolução
dade é proveniente das atividades energéticas. da presença de homens e mulheres no mercado de trabalho
e) o consumo doméstico, dentre as atividades humanas, é entre os anos de 1940 e 2000.
o que mais consome e repõe água com qualidade.
%
100
182. (ENEM) A tabela mostra a evolução da frota de veícu- 80
los leves, e o gráfico, a emissão média do poluente monó-
60
xido de carbono (em g/km) por veículo da frota, na região
metropolitana de São Paulo, no período de 1992 a 2000. 40
20
Frota a Álcool Frota a Gasolina 0
Ano 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000
(em milhares) (em milhares)

1992 1250 2500 Homens Mulheres


Fonte: IBGE, Anuários Estatísticos do Brasil
1993 1300 2750
Da leitura do gráfico, pode-se afirmar que a participa-
1994 1350 3000 ção percentual do trabalho feminino no Brasil
1995 1400 3350 a) teve valor máximo em 1950, o que não ocorreu com a
participação masculina.
1996 1350 3700 b) apresentou, tanto quanto a masculina, menor cresci-
mento nas três últimas décadas.
1997 1250 3950
c) apresentou o mesmo crescimento que a participação
1998 1200 4100 masculina no período de 1960 a 1980.
d) teve valor mínimo em 1940, enquanto que a participa-
1999 1100 4400 ção masculina teve o menor valor em 1950.
EM1D-12-1E

e) apresentou-se crescente desde 1950 e, se mantida a ten-


2000 1050 4800
dência, alcançará, a curto prazo, a participação masculina.
128

184. (ENEM) O número de atletas nas Olimpíadas vem aumentando nos últimos anos, como mostra o gráfico. Mais de 10.000
atletas participaram dos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000.

12000
10624 10321
9421 9364
1000
7932
Número de Atletas

8000 7247
6085 5353
5348 5140 5531 6983 7075 Total
6000 6659 6416
5848 6434 Homens
3549 3905
4000 4738 4834 4265 Mulheres
4457 4750
2438 2705
1299 1251 1496
2000 1088
610 683 781
0
1960 1964 1968 1972 1976 1980 1984 1988 1992 1996 2000
Ano

Nas últimas cinco Olimpíadas, esse aumento ocorreu devido ao crescimento da participação de
a) homens e mulheres, na mesma proporção.
b) homens, pois a de mulheres vem diminuindo a cada Olimpíada.
c) homens, pois a de mulheres praticamente não se alterou.
d) mulheres, pois a de homens vem diminuindo a cada Olimpíada.
e) mulheres, pois a de homens praticamente não se alterou.

185. (ENEM) A produção agrícola brasileira evoluiu, na última década, de forma diferenciada. No caso da cultura de grãos, por
exemplo, verifica-se nos últimos anos um crescimento significativo da produção da soja e do milho, como mostra o gráfico.

60
55
50
Milhões de Toneladas

45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Soja Milho Arroz Feijão

Pelos dados do gráfico é possível verificar que, no período considerado,


a) a produção de alimentos básicos dos brasileiros cresceu muito pouco.
b) a produção de feijão foi a maior entre as diversas culturas de grãos.
c) a cultura do milho teve taxa de crescimento superior à da soja.
d) as culturas voltadas para o mercado mundial decresceram.
e) as culturas voltadas para a produção de ração animal não se alteraram.
ENEM Matemática 129

186. (ENEM) No gráfico abaixo, mostra-se como variou o valor do dólar, em relação ao real, entre o final de 2001 e o início de 2005.
Por exemplo, em janeiro de 2002, um dólar valia cerca de R$ 2,40.

4.00

3.60

3.20

2.80

2.40

2.00

1.60

1.20
jan 2002 jan 2003 jan 2004 jan 2005

Fonte: Banco Central do Brasil.

Durante esse período, a época em que o real esteve mais desvalorizado em relação ao dólar foi no
a) final de 2001.
b) final de 2002.
c) início de 2003.
d) final de 2004.
e) início de 2005.

187. ENEM — Foi proposto um novo modelo de evolução dos primatas elaborado por matemáticos e biólogos. Nesse modelo
o grupo de primatas pode ter tido origem quando os dinossauros ainda habitavam a Terra, e não há 65 milhões de anos,
como é comumente aceito.
Cretácio superior Paleoceno
Primatas atuais
90 80 70 60
Milhões
de anos
Lêmures

Lóris

Társios

Macacos do
Fósseis de
Novo Mundo
primatas mais
antigos
Ancestral comum
mais antigo

Macacos do
Velho Mundo

Extinção dos
Grandes macacos
dinossauros
e Humanos

Fonte: Raquel Aguiar, Ciência Hoje on-line 13/05/02.


EM1D-12-1E

Examinando esta árvore evolutiva podemos dizer que a divergência entre os macacos do Velho Mundo e o grupo dos gran-
des macacos e de humanos ocorreu há aproximadamente
130

a) 10 milhões de anos. rou muito lento o ritmo de crescimento naquele ano. Por
b) 40 milhões de anos. isso, estabeleceu como meta mensal para o ano de 2005 o
c) 55 milhões de anos. crescimento das vendas em ritmo mais acelerado que o de
d) 65 milhões de anos. 2004. Pela análise do gráfico 2, conclui-se que a meta para
e) 85 milhões de anos. 2005 foi atingida em:
a) janeiro, fevereiro e outubro.
188. (ENEM) Os gráficos 1 e 2 a seguir mostram, em milhões b) fevereiro, março e junho.
de reais, o total do valor das vendas que uma empresa rea- c) março, maio e agosto.
lizou em cada mês, nos anos de 2004 e 2005. d) abril, agosto e novembro.
e) julho, setembro e dezembro.

189. (ENEM) O gráfico abaixo foi extraído de matéria publi-


cada no caderno Economia & Negócios do jornal O Estado de
S. Paulo, em 11/6/2006.

É um título adequado para a matéria jornalística em


que esse gráfico foi apresentado:
a) Brasil: inflação acumulada em 12 meses menor que a
dos EUA
b) Inflação do terceiro mundo supera pela sétima vez a do
primeiro mundo
c) Inflação brasileira estável no período de 2001 a 2006
Como mostra o gráfico 1, durante o ano de 2004, hou- d) Queda no índice de preços ao consumidor no período
ve, em cada mês, crescimento das vendas em relação ao 2001-2005
mês anterior. A diretoria dessa empresa, porém, conside- e) EUA: ataques terroristas causam hiperinflação
ENEM Matemática 131

190. (ENEM) O gráfico a seguir ilustra a evolução do consu- 191. (ENEM) No gráfico a seguir, estão especificados a pro-
mo de eletricidade no Brasil, em GWh, em quatro setores de dução brasileira de café, em toneladas; a área plantada, em
consumo, no período de 1975 a 2005. hectares (ha); e o rendimento médio do plantio, em kg/ha,
no período de 2001 a 2008.
Café (em grão) – Brasil
3.000.000 3.000

área plantada e produção


2.500.000 2.500

rendimento médio
2.000.000 2.000
1.500.000 1.500
1.000.000 1.000
500.000 500
0
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

produção (toneladas) área rend. médio (kg/ha)


plantada (ha)
Fonte: IBGE
Balanço Energético Nacional. Brasília: MME, 2003 (com adaptações).

A análise dos dados mostrados no gráfico revela que:


A racionalização do uso da eletricidade faz parte dos a) a produção em 2003 foi superior a 2.100.000 toneladas
programas oficiais do governo brasileiro desde 1980. No de grãos.
entanto, houve um período crítico, conhecido como “apa- b) a produção brasileira foi crescente ao longo de todo o
gão”, que exigiu mudanças de hábitos da população brasi- período observado.
leira e resultou na maior, mais rápida e significativa econo- c) a área plantada decresceu a cada ano no período de
mia de energia. De acordo com o gráfico, conclui-se que o 2001 a 2008.
“apagão” ocorreu no biênio: d) os aumentos na produção correspondem a aumentos no
a) 1998-1999. d) 2001-2002. rendimento médio do plantio.
b) 1999-2000. e) 2002-2003. e) a área plantada em 2007 foi maior que a de 2001.
c) 2000-2001.

4. Objetos de conhecimento
• Conhecimentos numéricos: operações em conjuntos numéricos (naturais, inteiros, racionais e reais), desigualda-
des, divisibilidade, fatoração, razões e proporções, porcentagem e juros, relações de dependência entre grandezas, sequ-
ências e progressões, princípios de contagem.
• Conhecimentos geométricos: características das figuras geométricas planas e espaciais; grandezas, unidades de
medida e escalas; comprimentos, áreas e volumes; ângulos; posições de retas; simetrias de figuras planas ou espaciais;
congruência e semelhança de triângulos; teorema de Tales; relações métricas nos triângulos; circunferências; trigonome-
tria do ângulo agudo.
• Conhecimentos de estatística e probabilidade: representação e análise de dados; medidas de tendência central
(médias, moda e mediana); desvios e variância; noções de probabilidade.
• Conhecimentos algébricos: gráficos e funções; funções algébricas do 1º e do 2º graus, polinomiais, racionais, expo-
nenciais e logarítmicas; equações e inequações; relações no ciclo trigonométrico e funções trigonométricas.
• Conhecimentos algébricos/geométricos: plano cartesiano; retas; circunferências; paralelismo e perpendicularida-
de, sistemas de equações.
EM1D-12-1E
132

5. Resposta

1. A 49. E 97. B 145. E


2. A 50. D 98. B 146. D
3. B 51. E 99. A 147. D
4. C 52. D 100. A 148. E
5. A 53. D 101. D 149. C
6. A 54. A 102. D 150. A
7. C 55. D 103. C 151. B
8. C 56. A 104. C 152. D
9. D 57. E 105. E 153. E
10. E 58. C 106. D 154. B
11. E 59. C 107. D 155. C
12. A 60. B 108. B 156. E
13. D 61. A 109. D 157. E
14. C 62. B 110. D 158. C
15. A 63. C 111. A 159. B
16. C 64. E 112. D 160. A
17. A 65. B 113. D 161. D
18. D 66. B 114. B 162. C
19. B 67. D 115. B 163. D
20. C 68. D 116. A 164. D
21. A 69. C 117. C 165. E
22. B 70. C 118. A 166. B
23. B 71. B 119. A 167. C
24. E 72. A 120. E 168. A
25. B 73. D 121. D 169. D
26. C 74. A 122. C 170. D
27. B 75. A 123. A 171. C
28. B 76. C 124. C 172. E
29. D 77. B 125. D 173. E
30. D 78. A 126. A 174. B
31. A 79. A 127. B 175. C
32. D 80. C 128. E 176. A
33. D 81. C 129. C 177. B
34. C 82. A 130. D 178. C
35. E 83. C 131. B 179. C
36. A 84. D 132. B 180. B
37. E 85. B 133. A 181. C
38. D 86. E 134. C 182. B
39. B 87. D 135. D 183. E
40. E 88. B 136. B 184. E
41. D 89. B 137. B 185. A
42. E 90. B 138. B 186. B
43. E 91. B 139. D 187. B
44. A 92. B 140. E 188. D
45. A 93. D 141. B 189. A
46. B 94. D 142. C 190. C
47. C 95. D 143. E 191. D
48. B 96. C 144. D
Ciências da Natureza

A área de conhecimento das Ciências da Natureza e suas


tecnologias envolve as disciplinas de Química, Física e Biologia,
objetivando avaliar a capacidade do aluno em aplicar os
conhecimentos adquiridos na resolução de problemas.
As habilidades descritas na matriz requerem que o aluno
reconheça os fenômenos científicos do cotidiano, interpretando
dados e informações disponíveis em jornais, revistas, televisão,
internet, na própria natureza e em sua vida social. Também
que ele esteja antenado com os assuntos atuais, como meios de
comunicação e de transporte, demanda energética, biotecnologia,
meio ambiente e avanços tecnológicos, além de suas implicações
nas áreas sociais, econômicas, ambientais e de saúde.
A ciência da natureza analisada e descrita em diferentes
contextos exige do aluno atenção na leitura, análise científica
dos itens apresentados, interpretação de gráficos e tabelas.

MANUAL PRÓ-ENEM
134
ENEM Ciências da Natureza 135

1. Eixos cognitivos
I) Dominar linguagens (DL): dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemática,
artística e científica e das línguas espanhola e inglesa.
II) Compreender fenômenos (CF): construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão
de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas.
III) Enfrentar situações-problema (SP): selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações represen-
tados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema.
IV) Construir argumentação (CA): relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos
disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente.
V) Elaborar propostas (EP): recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de
intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.

2. Matriz de referência
Competência 1 Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como
construções humanas, percebendo seus papéis nos processos de produção
e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.

Habilidade 1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou


oscilatórios, relacionando‑os a seus usos em diferentes contextos.

Habilidade 2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro


com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.

Habilidade 3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no


senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.

Habilidade 4 Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana


ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável da biodiversidade.

Competência 2 Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às


ciências naturais em diferentes contextos.

Habilidade 5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.

Habilidade 6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou


utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.

Habilidade 7 Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos,
tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do trabalhador ou a qualidade de vida.

Competência 3 Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a


processos produtivos e sociais e a instrumentos ou ações científico-tecnológicos.

Habilidade 8 Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou


reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.

Habilidade 9 Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo de energia para a vida,
ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações nesses processos.

Habilidade 10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e/ou destino dos
poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.

Habilidade 11 Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando


EM1D-12-1E

estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnológicos.


136

Competência 4 Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde
humana, associando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.

Habilidade 13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando


a manifestação de características dos seres vivos.

Habilidade 14 Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção
do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade, entre outros.

Habilidade 15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos


biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.

Habilidade 16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos


biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.

Competência 5 Entender métodos e procedimentos próprios das ciências


naturais e aplicá-los em diferentes contextos.

Habilidade 17 Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e


representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.

Habilidade 18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas


ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.

Habilidade 19 Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para
diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica ou ambiental.

Competência 6 Apropriar-se de conhecimentos da Física para, em situações-problema,


interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-tecnológicas.

Habilidade 20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

Habilidade 21 Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos
inseridos no contexto da termodinâmica e/ou do eletromagnetismo.

Habilidade 22 Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a


matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em
suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.

Habilidade 23 Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes


específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou econômicas.

Competência 7 Apropriar-se de conhecimentos da Química para, em situações-problema,


interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-tecnológicas.

Habilidade 24 Utilizar códigos e nomenclatura da Química para caracterizar


materiais, substâncias ou transformações químicas.

Habilidade 25 Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações


biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou produção.

Habilidade 26 Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo


de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações químicas.

Habilidade 27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente, aplicando


conhecimentos químicos e observando riscos e/ou benefícios.
ENEM Ciências da Natureza 137

3. Competências e habilidades
C1 Compreender as ciências naturais e as Bento acha que o trilho aumenta de tamanho porque
tecnologias a elas associadas como construções ele sente calor quando está quente e se encolhe quando
humanas, percebendo seus papéis nos está frio.
processos de produção e no desenvolvimento Carlos acha que o trilho aumenta de tamanho porque
econômico e social da humanidade. as partículas do ferro crescem quando está quente e dimi-
nuem quando está frio.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação,
Diogo acha que o trilho aumenta de tamanho, com o
transporte, saúde ou outro com o correspondente
desenvolvimento científico e tecnológico. calor, porque as partículas de ferro vibram mais e diminui,
com o frio, porque vibram menos.
A interpretação cientificamente correta é a de:
1. (ENEM) O excesso de veículos e os congestionamentos a) Adão.
em grandes cidades são temas de frequentes reportagens. Os b) Bento.
meios de transportes utilizados e a forma como são ocupados c) Carlos e a de Bento.
têm reflexos nesses congestionamentos, além de problemas d) Carlos.
ambientais e econômicos. No gráfico a seguir, podem-se ob- e) Diogo.
servar valores médios do consumo de energia por passageiro
e por quilômetro rodado, em diferentes meios de transporte, 3. (ENEM) Uma cidade foi construída de forma planeja-
para veículos em duas condições de ocupação (número de da e apresenta todos os quarteirões quadrados, de tama-
passageiros): ocupação típica e ocupação máxima. nhos iguais e medindo 100 m cada um. Um automóvel sai
de um ponto A, que fica num dado cruzamento de duas
3.500
Ocupação típica
ruas, com destino a outro ponto B, que fica também no
(Mj/km)

3.000 cruzamento de duas outras ruas. Para isso, ele percorre em


por passageiro por km
Energia consumida

Ocupação máxima
2.500 trajeto retilíneo 5 quadras, vira à direita e percorre mais
2 quadras. A seguir, vira à esquerda e percorre mais 4 qua-
2.000
dras, vira à direita e percorre mais 4 quadras e, por fim,
1.500 vira à direita e percorre 1 quadra, chegando ao ponto B.
1.000 Sabendo que o intervalo de tempo gasto nesse percurso foi
de 160 s, qual foi a velocidade escalar média, em km/h,
500
desenvolvida pelo automóvel para efetuar o percurso do
0 ponto A até o ponto B?
Automóvel Metrô Trem Ônibus
a) 10,0 d) 72,0
Esses dados indicam que políticas de transporte urbano b) 20,0 e) 90,0
devem também levar em conta que a maior eficiência no c) 36,0
uso de energia ocorre para os:
a) ônibus, com ocupação típica. 4. (ENEM) No Brasil, o sistema de transporte depende do
b) automóveis, com poucos passageiros. uso de combustíveis fósseis e de biomassa, cuja energia é
c) transportes coletivos, com ocupação máxima. convertida em movimento de veículos. Para esses combus-
d) automóveis, com ocupação máxima. tíveis, a transformação de energia química em energia me-
e) trens, com poucos passageiros. cânica acontece:
a) na combustão, que gera gases quentes para mover os
2. (Encceja) Quatro novos empregados de uma empresa pistões no motor.
que constrói estradas de ferro souberam que ela iria cons- b) nos eixos, que transferem torque às rodas e impulsio-
truir uma nova ferrovia. Conversando sobre a finalidade nam o veículo.
das juntas de dilatação (espaço deixado entre os trilhos), c) na ignição, quando a energia elétrica é convertida em
surgiram opiniões diferentes entre eles: trabalho.
Adão acha desnecessária a existência das juntas de di- d) na exaustão, quando gases quentes são expelidos
latação porque não acredita que, com o calor, os trilhos para trás.
aumentem de tamanho. e) na carburação, com a difusão do combustível no ar.
EM1D-12-1E
138

5. (ENEM) O gráfico a seguir ilustra, de maneira hipotéti- Johannes Kepler (1571-1630), depois de estudar o planeta
ca, o número de casos, ao longo de 20 anos, de uma doença Marte por cerca de trinta anos, verificou que a sua órbita é
infecciosa e transmissível (linha cheia), própria de uma elíptica. Esse resultado generalizou-se para os demais pla-
região tropical específica, transmitida por meio da picada netas.
de inseto. A variação na densidade populacional do inseto A respeito dos estudiosos citados no texto, é correto
transmissor, na região considerada, é ilustrada (linha pon- afirmar que:
tilhada). Durante o período apresentado não foram regis- a) Ptolomeu apresentou as ideias mais valiosas, por serem
trados casos dessa doença em outras regiões. mais antigas e tradicionais.
b) Copérnico desenvolveu a teoria do heliocentrismo, ins-
No de casos registrados e

pirado no contexto político do Rei Sol.


população de insetos

c) Copérnico viveu em uma época em que a pesquisa cien-


tífica era livre e amplamente incentivada pelas autorida-
des.
d) Kepler estudou o planeta Marte para atender às neces-
sidades de expansão econômica e científica da Alemanha.
e) Kepler apresentou uma teoria científica que, graças aos
0 4 8 12 16 20 métodos aplicados, pôde ser testada e generalizada.

Tempo (anos) 7. (ENEM) Na canalização que abastece de água várias ca-


Casos Insetos sas de uma rua, muitas vezes a área da secção do cano vai
diminuindo, conforme a canalização se aproxima das últi-
Sabendo que as informações se referem a um caso tí- mas residências a serem abastecidas. A figura representa
pico de endemia, com um surto epidêmico a cada quatro uma canalização, com área de secção variável, por onde
anos, percebe-se que no terceiro ciclo houve um aumento flui, da esquerda para a direita, sem atrito e em regime
do número de casos registrados da doença. Após esse surto estacionário, um líquido incompressível. Além disso, a ca-
foi realizada uma intervenção que controlou essa endemia nalização apresenta duas saídas verticais para a atmosfera,
devido: ocupadas pelo líquido até as alturas indicadas.
a) à população ter se tornado autoimune.
b) à introdução de predadores do agente transmissor.
c) à instalação de proteção mecânica nas residências,
como telas nas aberturas.
d) ao desenvolvimento de agentes químicos para erradica-
ção do agente transmissor.
e) ao desenvolvimento de vacina que ainda não era dispo- 1 2
nível na época do primeiro surto.

H3 Confrontar interpretações científicas com Nas alternativas abaixo, assinale a relação correta entre
interpretações baseadas no senso comum, ao as velocidades (v) e as pressões (p) nos pontos 1 e 2.
longo do tempo ou em diferentes culturas. a) v1 < v2 e p1 > p2
b) v1 < v2 e p1 < p2
6. (ENEM) Na linha de uma tradição antiga, o astrônomo c) v1 > v2 e p1 > p2
grego Ptolomeu (100-170 d.C.) afirmou a tese do geocentris- d) v1 > v2 e p1 < p2
mo, segundo a qual a Terra seria o centro do universo, sen- e) v1 = v2 e p1 = p2
do que o Sol, a Lua e os planetas girariam em seu redor em
órbitas circulares. A teoria de Ptolomeu resolvia de modo 8. (Encceja) Ainda hoje, é muito comum as pessoas utili-
razoável os problemas astronômicos da sua época. Vários zarem vasilhames de barro (moringa ou potes de cerâmica
séculos mais tarde, o clérigo e astrônomo polonês Nicolau não esmaltada) para conservar água a um temperatura me-
Copérnico (1473-1543), ao encontrar inexatidões na teoria nor do que a do ambiente. Isso ocorre porque:
de Ptolomeu, formulou a teoria do heliocentrismo, segundo a) o barro isola a água do ambiente, mantendo-a sempre
a qual o Sol deveria ser considerado o centro do univer- a uma temperatura menor que a dele, como se fosse isopor.
so, com a Terra, a Lua e os planetas girando circularmente b) o barro tem poder de “gelar” a água pela sua composição
em torno dele. Por fim, o astrônomo e matemático alemão química. Na reação, a água perde o calor.
ENEM Ciências da Natureza 139

c) o barro é poroso, permitindo que a água passe através não é praticada para certos materiais por ser economica-
dele. Parte dessa água evapora, tomando o calor da moringa mente inviável.
e do restante da água, que é assim resfriada. IV. Embora a biodegradação dos plásticos seja importan-
d) o barro é poroso, permitindo que a água se deposite na te no cenário atual, constitui-se uma alternativa emergen-
parte de fora da moringa. A água de fora sempre está a uma cial, pois não combate o uso excessivo de plásticos.
temperatura maior do que a de dentro. Estão corretas:
e) a moringa é uma espécie de geladeira natural, liberando a) apenas I e II. d) apenas II, III e IV.
substâncias higroscópicas que diminuem naturalmente a b) apenas I e III. e) I, II, III e IV.
temperatura da água. c) apenas I e IV.

9. (ENEM) Para secar um par de tênis após sua lavagem, as 11. (ENEM) Estudiosos preveem que em breve a água será
pessoas geralmente abrem o calçado ao máximo, puxando causa principal de conflitos entre nações. Há sinais dessa ten-
sua lingueta para fora, e retiram suas palmilhas e cordões são em áreas do planeta como Oriente Médio e África. (...)
antes de colocá-lo para secar. Com esse procedimento, o brasileiros, que sempre se consideraram dotados de fontes
tênis seca mais rapidamente do que se estivesse com as inesgotáveis, veem algumas de suas cidades sofrerem falta
palmilhas, com os cordões e com a lingueta para dentro, de água. A distribuição desigual é causa maior de problemas.
porque: (...) além das distâncias entre fontes e centros consumidores
a) essas partes do tênis são feitas com materiais diferentes. da água. É o caso da Califórnia (EUA), que depende, para o
b) o tênis se aquece mais quando tem suas partes separadas. abastecimento, até de neve derretida no distante Colorado; a
c) a permeabilidade do tênis em contato com a água diminui. cidade de São Paulo, que, embora localizada na confluência de
d) aumenta a superfície total do tênis em contato com o ar. vários rios, viu a poluição tornar imprestáveis para consumo
e) diminui a superfície total do tênis em contato com o ar. as fontes próximas, sendo necessária a captação de água de
bacias distantes, alterando os cursos dos rios e a distribuição
H4 Avaliar propostas de intervenção no ambiente, natural da água na região. Na última década, a quantidade de
considerando a qualidade da vida humana água distribuída aos brasileiros cresceu um terço, mas quase
ou medidas de conservação, recuperação ou dobrou a proporção de água sem tratamento e o desperdício
utilização sustentável da biodiversidade. atingiu quase a metade de toda a água distribuída pelos sis-
temas públicos. Seria necessária, então, mais consciência por
10. (ENEM) Resíduo ou lixo é qualquer material considerado parte da população no uso da água e, por parte do governo,
inútil, supérfluo e/ou sem valor, gerado pela atividade hu- maior cuidado com a questão do saneamento e abastecimen-
mana. As formas tradicionais de descartá-lo – incineração, to. Por exemplo, 90% das atividades modernas poderiam ser
depósito no solo e mesmo a reciclagem – são poluentes. realizadas com água de reúso. Além de diminuir a pressão
Uma opção ecológica pode estar na biodegradação, prin- sobre a demanda, o custo dessa água é pelo menos 50% me-
cipalmente do plástico, um dos grandes inimigos do am- nor do que o preço da água fornecida pelas companhias de
biente. Um tipo de fungo original das matas brasileiras, o saneamento, porque não precisa passar por tratamento. Ape-
Pleurotus sp., é capaz de retirar nutrientes dos polímeros sar de não ser própria para consumo humano, poderia ser
sintéticos (PET), transformando em matéria orgânica o que usada, entre outras atividades, nas indústrias, na lavagem
era plástico. de áreas públicas e nas descargas sanitárias de condomínios.
Em relação aos possíveis destinos do lixo, foram dadas Além disso, as novas construções – casas, prédios, complexos
as explicações a seguir. industriais – poderiam incorporar sistemas de aproveitamen-
I. A incineração é a queima do lixo em aparelhos e usi- to da água da chuva, para os usos gerais que não o consumo
nas próprias, com as vantagens de reduzir bastante o volu- humano.
me de resíduos e destruir os micro-organismos que causam Adaptado de: <http://www.socioambiental.org/esp/agua/pgn/>.
doenças, contidos, principalmente, nos lixos hospitalar e Em relação ao texto e aos seus conhecimentos, assinale
industrial. a alternativa correta.
II. Uma área de deposição ou confinamento de resíduos, a) A água é a principal causa de conflitos em alguns paí-
como os lixões, pode gerar contaminação do solo por subs- ses. No Brasil, a disponibilidade de água é suficiente para
tâncias poluentes carregadas pelas águas superficiais até o abastecimento de todas as cidades do país e não há falta
distâncias fora das áreas sob controle e monitoramento. desse recurso.
III. A reciclagem diminui a quantidade de lixo deposi- b) Em algumas cidades brasileiras, o abastecimento e a
EM1D-12-1E

tado no solo e reduz a necessidade de extração de mais distribuição da água dependem da despoluição dos rios e
matéria-prima diretamente da natureza, mas é pouco ou das bacias hidrográficas e do derretimento de geleiras.
140

c) Na última década, a quantidade de água distribuída aos Para o reflorestamento da região desmatada:
brasileiros aumentou 30%, o tratamento dobrou e o desper- a) a espécie 8 é mais indicada que a 1, uma vez que aquela
dício caiu pela metade. possui melhor adaptação a regiões com maior incidência
d) A viabilidade do uso de água da chuva é caracterizada de luz.
pela diminuição na demanda de água fornecida pelas compa- b) recomenda-se a utilização de espécies pioneiras, isto
nhias de saneamento e pela redução do risco de enchentes. é, aquelas que suportam alta incidência de luz, como as
e) Estudos apontam que o reúso da água para o consumo espécies 2, 3 e 5.
humano reduziria 90% do custo em relação à água forneci- c) sugere-se o uso de espécies exóticas, pois somente estas
da pelas companhias de saneamento. podem suportar a alta incidência luminosa, característica
de regiões desmatadas.
12. (ENEM) Uma pesquisadora deseja reflorestar uma área d) espécies de comunidade clímax, como as 4 e 7, são as
de mata ciliar quase que totalmente desmatada. Essa for- mais indicadas, uma vez que possuem boa capacidade de
mação vegetal é um tipo de floresta muito comum nas aclimatação a diferentes ambientes.
margens de rios dos cerrados no Brasil central e, em seu e) é recomendado o uso de espécies com melhor desenvol-
clímax, possui vegetação arbórea perene e apresenta dossel vimento à sombra, como as plantas das espécies 4, 6, 7, 9
fechado, com pouca incidência luminosa no solo e nas plân- e 10, pois essa floresta, mesmo no estágio de degradação
tulas. Sabe-se que a incidência de luz, a disponibilidade de referido, possui dossel fechado, o que impede a entrada de
nutrientes e a umidade do solo são os principais fatores do luz.
meio ambiente físico que influenciam no desenvolvimento
da planta. Para testar unicamente os efeitos da variação de C2 Identificar a presença e aplicar as
luz, a pesquisadora analisou, em casas de vegetação com tecnologias associadas às ciências
condições controladas, o desenvolvimento de plantas de naturais em diferentes contextos
10 espécies nativas da região desmatada sob quatro con-
dições de luminosidade: uma sob sol pleno e as demais em H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos
diferentes níveis de sombreamento. Para cada tratamento elétricos de uso cotidiano.
experimental, a pesquisadora relatou se o desenvolvimento
da planta foi bom, razoável ou ruim, de acordo com crité- 13. (ENEM)
rios específicos. Os resultados obtidos foram os seguintes:

Condição de luminosidade
A mochila tem uma estrutura rígida
Espécie Sombreamento semelhante à usada por alpinistas.
Sol pleno
30% 50% 90% O compartimento de carga é suspenso
por molas colocadas na vertical.
1 Razoável Bom Razoável Ruim
Durante a caminhada, os quadris
sobem e descem em média cinco
2 Bom Razoável Ruim Ruim centímetros. A energia produzida
pelo vai-e-vem do compartimento e
3 Bom Bom Razoável Ruim peso faz girar um motor conectado
ao gerador de eletricidade.
4 Bom Bom Bom Bom

5 Bom Razoável Ruim Ruim


Isto é, n. 1.864, set. 2005, p. 69. Adaptado.
6 Ruim Razoável Bom Bom

7 Ruim Ruim Ruim Razoável Com o projeto de mochila ilustrado acima, pretende-
-se aproveitar, na geração de energia elétrica para acio-
8 Ruim Ruim Razoável Ruim nar dispositivos eletrônicos portáteis, parte da energia
desperdiçada no ato de caminhar. As transformações de
9 Ruim Razoável Bom Bom
energia envolvidas na produção de eletricidade enquanto
10 Razoável Razoável Razoável Bom uma pessoa caminha com essa mochila podem ser assim
esquematizadas:
ENEM Ciências da Natureza 141

H6 Relacionar informações para compreender


manuais de instalação ou utilização de aparelhos,
ou sistemas tecnológicos de uso comum.

15. (Encceja) Diferentes características das geladeiras


contribuem para que sejam mais ou menos eficientes
em sua função. Dentre as características apresentadas a
As energias I e II, representadas no esquema acima, po- seguir, as que mais contribuem para aumentar sua efi-
dem ser identificadas, respectivamente, como: ciência são:
a) cinética e elétrica. d) sonora e térmica. a) paredes pouco espessas (finas) e congelador na parte
b) térmica e cinética. e) radiante e elétrica. superior.
c) térmica e elétrica. b) paredes de fibra de vidro (isolante térmico) e pratelei-
ras vazadas.
14. (ENEM) O uso mais popular de energia solar está asso- c) paredes espessas (grossas) metálicas e prateleiras
ciado ao fornecimento de água quente para fins domésti- compactas.
cos. Na figura abaixo, é ilustrado um aquecedor de água d) paredes de material metálico (bom condutor) e congela-
constituído de dois tanques pretos dentro de uma caixa dor na parte superior.
termicamente isolada e com cobertura de vidro, os quais e) paredes espessas (grossas) de material metálico (bom
absorvem energia solar. condutor).

16. (Encceja) O manual de utilização de um refrigerador


recomenda:
I. Armazene os alimentos em embalagens apropriadas,
tais como sacos plásticos ou recipientes com tampas.
II. Não coloque alimentos quentes no refrigerador;
aguarde até que estejam à temperatura ambiente.
III. Evite quantidades excessivas e períodos longos de
abertura das portas.
IV. Mantenha seu refrigerador vazio e operando por
pelo menos duas horas antes de abastecê-lo com ali-
mentos.
Contribuem para a economia de energia elétrica as re-
comendações:
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
A. Hinrichs e M. Kleinbach. Energia e meio ambiente. São
d) III e IV.
Paulo: Thompson, 3. ed., 2004, p. 529. Adaptado.
e) I e III.
Nesse sistema de aquecimento:
a) os tanques, por serem de cor preta, são maus absorvedo- 17. (ENEM) A geladeira é um dos grandes consumidores de
res de calor e reduzem as perdas de energia. energia elétrica em uma casa, pois fica ligada o tempo todo.
b) a cobertura de vidro deixa passar a energia luminosa e Veja como gastar menos:
reduz a perda de energia térmica utilizada para o aqueci- I. Instale a geladeira e o freezer em local ventilado e
mento. longe do fogão. Verifique sempre se a vedação das portas
c) a água circula devido à variação de energia luminosa está funcionando bem.
existente entre os pontos X e Y. II. Nunca forre as prateleiras da geladeira com plásti-
d) a camada refletiva tem como função armazenar energia cos ou vidro, pois dificultam a passagem do ar e provocam
luminosa. aumento no consumo de energia. Procure não abarrotar as
e) o vidro, por ser bom condutor de calor, permite que se prateleiras, deixando espaço entre os alimentos para facili-
mantenha constante a temperatura no interior da caixa. tar a circulação do ar.
EM1D-12-1E
142

III. Não guarde líquidos nem alimentos ainda quentes na c) não passa de 10%.
geladeira, pois o motor vai ter de trabalhar mais para res- d) não pode ser expresso em porcentagens.
friar o ambiente interno e, consequentemente, gastar mais e) é sempre inferior a 100%.
energia.
IV. Não deixe a porta da geladeira aberta desnecessaria- 19. (ENEM) Durante uma ação de fiscalização em postos de
mente nem por pouco tempo, pois isso faz com que o frio combustíveis, foi encontrado um mecanismo inusitado para
“escape” e exige mais trabalho do motor para baixar a tem- enganar o consumidor. Durante o inverno, o responsável por
peratura interna novamente. um posto de combustível compra álcool por R$ 0,50/litro,
V. Regule o termostato para que esfrie menos no inverno. a uma temperatura de 5 ºC. Para revender o líquido aos
VI. Quando for ficar muito tempo fora, esvazie a geladei- motoristas, instalou um mecanismo na bomba de combustível
ra e o freezer e desligue-os da tomada. para aquecê-lo, para que atinja a temperatura de 35 °C, sen­do
VII. Ao comprar geladeiras e freezers, prefira os que têm o litro de álcool revendido a R$ 1,60. Diariamente o posto
o selo Procel, pois são os mais eficientes e consomem me- compra 20 mil litros de álcool a 5 °C e os revende.
nos energia. Com relação à situação hipotética descrita no texto e
VIII. Não colocar roupas, toalhas, tênis ou qualquer outro ob- dado que o coeficiente de dilatação volumétrica do álcool
jeto atrás da geladeira. Isso aumenta o tempo de trabalho do é de 1 · 10 –3 ºC–1, desprezando-se o custo da energia gasta
motor e provoca maior gasto de energia. no aquecimento do combustível, o ganho financeiro que o
IX. O congelador deve passar periodicamente por degelo. dono do posto teria obtido devido ao aquecimento do álcool
após uma semana de vendas estaria entre:
Em relação aos conselhos dados acima, assinale a alter-
a) R$ 500,00 e R$ 1.000,00.
nativa incorreta.
b) R$ 1.050,00 e R$ 1.250,00.
a) A vedação perfeita das portas dificulta a troca de calor
c) R$ 4.000,00 e R$ 5.000,00.
do meio ambiente com o interior da geladeira.
d) R$ 6.000,00 e R$ 6.900,00.
b) As prateleiras não devem ser forradas, pois, no inte-
e) R$ 7.000,00 e R$ 7.950,00.
rior da geladeira, forma-se uma corrente de convecção, em
que o ar frio, mais denso, desce, enquanto o ar quente,
20. (ENEM) Nos últimos anos, o gás natural (GNV: gás na-
menos denso, sobe, de forma a resfriar adequadamente
tural veicular) vem sendo utilizado pela frota de veículos
toda a geladeira.
nacional, por ser viável economicamente e menos agressivo
c) Com a porta aberta, a afirmação “o frio escapa” está
do ponto de vista ambiental.
errada, pois, na verdade, é o “quente que entra”.
O quadro compara algumas características do gás natu-
d) O bom desempenho de uma geladeira depende da sua
ral e da gasolina em condições ambiente.
eficiência nas trocas de calor entre o congelador e o ar
existente em seu interior. O acúmulo de gelo no con-
gelador dificulta essa troca, por ser o gelo um isolante Densidade
Poder calorífico (kJ/kg)
térmico. (kg/m3)
e) A parte traseira do refrigerador tem justamente a fun-
ção de liberar o calor gerado pelo acionamento do compres- GNV 0,8 50.200
sor no meio ambiente. Todo e qualquer material (roupas, Gasolina 738 46.900
tênis etc.) que prejudique a circulação de ar acaba interfe-
rindo nesta operação.
Apesar das vantagens no uso de GNV, sua utilização
implica algumas adaptações técnicas, pois, em condi-
H7 Selecionar testes de controle, parâmetros ou
ções ambiente, o volume de combustível necessário, em
critérios para a comparação de materiais e
produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, relação ao de gasolina, para produzir a mesma energia,
a saúde do trabalhador ou a qualidade de vida. seria:
a) muito maior, o que requer um motor muito mais po-
tente.
18. (ENEM) Uma loja anunciou a venda de um gerador, mo- b) muito maior, o que requer que ele seja armazenado a
vido a gasolina, com rendimento de 100%. Pode-se argu- alta pressão.
mentar com o vendedor dessa loja que seu anúncio é enga- c) igual, mas sua potência será muito menor.
noso porque o rendimento de um bom gerador a gasolina: d) muito menor, o que o torna o veículo menos eficiente.
a) deve ser sempre maior que 100%. e) muito menor, o que facilita sua dispersão para a at-
b) não pode ser estimado antes do uso do gerador. mosfera.
ENEM Ciências da Natureza 143

C3 Associar intervenções que resultam em Para se diminuírem os problemas ambientais decorren-


degradação ou conservação ambiental a tes da fabricação do papel, é recomendável:
processos produtivos e sociais e a instrumentos a) a criação de legislação mais branda, a fim de favorecer
ou ações científico-tecnológicos. a fabricação de papel biodegradável.
b) a diminuição das áreas de reflorestamento, com o intui-
H8 Identificar etapas em processos de obtenção, to de reduzir o volume de madeira utilizado na obtenção de
transformação, utilização ou reciclagem de fibras celulósicas.
recursos naturais, energéticos ou matérias- c) a distribuição de equipamentos de desodorização à po-
-primas, considerando processos biológicos,
pulação que vive nas adjacências de indústrias de produção
químicos ou físicos neles envolvidos.
de papel.
d) o tratamento da água industrial, antes de retorná-la
21. (Encceja) O esquema mostra, de maneira simplificada, aos cursos d’água, com o objetivo de promover a degradação
o que acontecia há alguns anos no processo que vai desde dos compostos orgânicos solúveis.
a extração do minério de alumínio até o destino final das e) o recolhimento, por parte das famílias que habitam as
latinhas de refrigerante. regiões circunvizinhas, dos resíduos sólidos gerados pela in-
dústria de papel, em um processo de coleta seletiva de lixo.
Mineração Fábrica Fábrica Fábrica de
Consumidor Lixo
de bauxita de alumínio de latinhas refrigerante
23. (ENEM) Os sistemas de cogeração representam uma prá-
tica de utilização racional de combustíveis e de produção
A atualização desse esquema deve considerar a recicla-
de energia. Isto já se pratica em algumas indústrias de açú-
gem do alumínio. Para tanto, deve-se colocar na sequência
do processo representado as fases: car e de álcool, nas quais se aproveita o bagaço da cana,
um de seus subprodutos, para a produção de energia. Esse
a) Consumidor Coletor
Fábrica de processo está ilustrado no esquema abaixo.
latinhas
Indústria sucroalcooleira
Açúcar
Combustível
Produção de
b) Consumidor Coletor Processo
alumínio Cana-de-açúcar industrial Álcool
Eletricidade
Bagaço
Produção de
c) Lixo Coletor
alumínio
Eletricidade Calor

Fábrica de
d) Consumidor Coletor Entre os argumentos favoráveis a esse sistema de co-
refrigerante
geração, pode-se destacar que ele:
e) Lixo Consumidor
Produção
a) otimiza o aproveitamento energético, ao usar a queima
de alumínio
do bagaço nos processos térmicos da usina e na geração de
eletricidade.
22. (ENEM) À produção industrial de celulose e de papel estão b) aumenta a produção de álcool e de açúcar, ao usar o
associados alguns problemas ambientais. Um exemplo são os bagaço como insumo suplementar.
odores característicos dos compostos voláteis de enxofre (mer- c) economiza na compra da cana-de-açúcar, já que o baga-
captanas) que se formam durante a remoção da lignina da ço também pode ser transformado em álcool.
principal matéria-prima para a obtenção industrial das fibras d) aumenta a produtividade, ao fazer uso do álcool para a
celulósicas que formam o papel: a madeira. É nos estágios de geração de calor na própria usina.
branqueamento que se encontra um dos principais problemas e) reduz o uso de máquinas e equipamentos na produção
ambientais causados pelas indústrias de celulose. Reagentes de açúcar e álcool, por não manipular o bagaço da cana.
como cloro e hipoclorito de sódio reagem com a lignina resi-
dual, levando à formação de compostos organoclorados. Esses 24. (ENEM) Biodiesel é um combustível biodegradável,
compostos, presentes na água industrial, despejada em gran- menos tóxico que nosso sal de cozinha, produzido a par-
de quantidade nos rios pelas indústrias de papel, não são tir de materiais recicláveis e que promete ser uma das
biodegradáveis e acumulam-se nos tecidos vegetais e animais, grandes alternativas para a substituição de combustí-
podendo levar a alterações genéticas. veis fósseis não renováveis. Esse combustível é produ-
Celênia P. Santos et al. Papel: como se fabrica? In: Química zido numa reação denominada transesterificação, num
EM1D-12-1E

nova na escola, n. 14, nov. 2001, p. 3-7. Adaptado. processo que envolve a transformação de um éster num
144

outro éster, e com a liberação de glicerina como sub- Simba: Mas um rei não pode fazer tudo o que quiser?
produto. A glicerina, quando pura, apresenta densidade Mufasa: Há muito mais que um rei tem que fazer além de
de aproximadamente 1,26 g/mL, ao passo que os ésteres sua vontade.
resultantes deste processo apresentam densidade relati- Simba: Há muito mais?
va, em geral, menor que 1,00 g/mL. Por ser mais densa e Mufasa: Há! Simba, tudo o que você vê faz parte de um
pouco miscível em meio aos ésteres, a glicerina separa-se delicado equilíbrio, como rei você tem que entender esse equi-
fisicamente destes, podendo ser facilmente separada e líbrio e respeitar todos os animais, desde a formiguinha até o
levada a outro recipiente, enquanto os ésteres são refi- maior dos antílopes.
nados e vendidos como biodiesel. Simba: Mas nós não comemos antílopes?
Com base no enunciado e admitindo que a glicerina e Mufasa: Sim, Simba, mas deixe-me explicar, quando você
os ésteres produzidos se encontrem no estado líquido, o morre, o seu corpo se torna grama, e o antílope come ela e
melhor método de separação a ser utilizado nesse caso é: assim estamos todos ligados no grande ciclo da vida.
a) destilação simples.
b) filtração. Baseando-se no diálogo e em seus conhecimentos é cor-
c) separação magnética. reto afirmar que:
d) filtração a vácuo. a) o trecho “o seu corpo se torna grama” está relacionado
e) decantação com funil de bromo. à ação de seres decompositores como fungos e bactérias.
b) o trecho “mas nós não comemos antílopes” descre-
25. (ENEM) O ciclo biogeoquímico do carbono compreende ve uma relação na qual o número de predadores é sempre
diversos compartimentos, entre os quais a Terra, a atmos- maior do que o de presas.
fera e os oceanos, e diversos processos que permitem a c) o trecho “respeitar todos os animais, desde a formigui-
transferência de compostos entre esses reservatórios. Os nha até o maior dos antílopes” sugere que todos fazem par-
estoques de carbono armazenados na forma de recursos te do mesmo nicho ecológico.
não renováveis, por exemplo, o petróleo, são limitados, d) o trecho “estamos todos ligados no grande ciclo da
sendo de grande relevância que se perceba a importância vida” refere-se ao caminho unidirecional da matéria orgâ-
da substituição de combustíveis fósseis por combustíveis nica na natureza.
de fontes renováveis. e) todos os seres vivos envolvidos no diálogo são hete-
A utilização de combustíveis fósseis interfere no ciclo rótrofos e carnívoros, portanto incapazes de produzir seu
do carbono, pois provoca: próprio alimento.
a) aumento da porcentagem de carbono contido na Terra.
b) redução na taxa de fotossíntese dos vegetais supe- 27. (Encceja)
riores.
c) aumento da produção de carboidratos de origem vegetal. Formação de nuvens
d) aumento na quantidade de carbono presente na at-
mosfera. Precipitação
e) redução da quantidade global de carbono armazenado Evaporação

nos oceanos.

H9 Compreender a importância dos ciclos


Infiltração
biogeoquímicos ou do fluxo de energia para a
Oceano
vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que
podem causar alterações nesses processos.
Água subterrânea ce
do ada
g ua salg Água
Á a salgada
26. (ENEM) O diálogo a seguir foi extraído do filme O rei Ág
u

leão, 32ª animação de longa metragem da Walt Disney Pic-


Heat, R. Hidrologia básica de águas subterrâneas. United
tures, lançado em 1994. States Geological Survey Water Supply, Paper 2220.
Mufasa: Um dia, Simba, o Sol vai se pôr com o meu tempo
aqui e vai se levantar com o seu como um novo rei.
Simba: Tudo isso será meu? Observando o ciclo da água na natureza ilustrado na
Mufasa: Tudo isso. figura, avalie as seguintes afirmações:
Simba: Tudo isso que o Sol toca. E aquele lugar escuro, lá? I. As chuvas caem no continente e não retornam mais
Mufasa: Fica além de nossa fronteira, jamais deve ir lá, Simba. ao mar.
ENEM Ciências da Natureza 145

II. Nuvens se formam no mar pela evaporação da água do d) A água, considerada um recurso essencial para a vida,
oceano e do continente. do ponto de vista biológico, participa do controle de tem-
III. Quando a água das chuvas atinge a terra, escoa pela peratura em animais homeotérmicos e das reações de hi-
superfície, alimentando diretamente os rios, e infiltra-se drólise enzimática.
no solo, alimentando os lençóis subterrâneos. e) Segundo os representantes signatários do FMA, a água
Estão corretas as afirmações: é essencial para a manutenção da vida, porém não foi con-
a) I e II, apenas. siderada um direito de todo ser humano.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas. 29. O esquema representa o ciclo do enxofre na natureza,
d) I, II e III. sem considerar a intervenção humana.
e) Nenhuma das afirmações está correta. transferência de sulfatos para a terra

28. (ENEM) SO2


SO3
Dia Mundial da Água SO2
SO42–
Há 17 anos, no dia 22 de março de 1992, a Organização H 2S
SO2
das Nações Unidas (ONU) instituía o Dia Mundial da Água.
Nessa data, especialistas e membros da ONU discutem medi- compostos
chuva
orgânicos de compostos
das de preservação e melhoria dos recursos hídricos do pla- enxofre H2S
ácida
orgânicos de
neta para assegurar que grande parte da população mundial enxofre H2S SO42–
vulcões seres vivos
tenha acesso à água e ao saneamento básico. Apesar do esfor-
sulfato na seres vivos sulfatos na
ço, estima-se que, até o final do século, 3,2 bilhões de pessoas litosfera água do mar
Terra Mar
sofrerão com a escassez deste recurso.
Adaptado de BRIMBLECOMBE, P. Air composition and
Fórum de Istambul termina sem reconhecer Chemistry. Cambridge: Cambridge University Press, 1996.
água como direito humano
O Fórum Mundial da Água (FMA) terminou neste do- O ciclo representado mostra que a atmosfera, a litosfe-
mingo (...). Durante toda a semana, aproximadamente 25 ra, a hidrosfera e a biosfera, naturalmente:
mil participantes, entre líderes políticos, especialistas, em- I. são poluídas por compostos de enxofre;
presas e ONGs, discutiram as questões mais polêmicas em II. são destinos de compostos de enxofre;
torno deste recurso, como as secas, a reciclagem das águas III. transportam compostos de enxofre;
residuais, a distribuição e a gestão da água. Apesar disso, IV. são fontes de compostos de enxofre.
ao assinar a Declaração Ministerial de Istambul, não se Dessas afirmações, estão corretas, apenas:
chegou a decretar a água como um direito humano, como a) I e II. d) I, II e III.
exigiam os movimentos sociais, ecologistas e vários países b) I e III. e) II, III e IV.
latino- -americanos. c) II e IV.
Folha On-line, 22 mar. 2009. Adaptado.
30. Algumas atividades humanas interferiram significati-
Com base nos textos e em seus conhecimentos, assinale vamente no ciclo natural do enxofre, alterando as quanti-
a alternativa incorreta. dades das substâncias indicadas no esquema. Ainda hoje
a) Apesar das observações feitas, há mais de uma dé- isso ocorre, apesar do grande controle por legislação.
cada, por especialistas e estudiosos, o mau uso da água Pode-se afirmar que duas dessas interferências são re-
compromete a qualidade de vida e as condições climáti- sultantes da:
cas do planeta. a) queima de combustíveis em veículos pesados e da pro-
b) A sustentabilidade do planeta, defendida em questões dução de metais a partir de sulfetos metálicos.
como a distribuição correta dos recursos naturais, depende b) produção de metais a partir de óxidos metálicos e da
não somente dos esforços políticos e governamentais, mas vulcanização da borracha.
também de toda a população. c) queima de combustíveis em veículos leves e da produ-
c) Ambientalistas defendem o consumo adequado da água, ção de metais a partir de óxidos metálicos.
discutindo alternativas para uma melhor gestão desse re- d) queima de combustíveis em indústria e da obtenção de
curso não renovável, pois temem a eliminação da água no matérias-primas a partir da água do mar.
EM1D-12-1E

planeta, tornando-o incompatível com a vida. e) vulcanização da borracha e da obtenção de matérias-


-primas a partir da água do mar.
146

31. (ENEM) Ciclo biogeoquímico pode ser definido como III. A matéria orgânica presente nos seres vivos pode
o percurso realizado no meio ambiente por um elemento ser reciclada por meio do processo de decomposição e,
químico essencial à vida. Ao longo do ciclo, cada ele- desta forma, o carbono e outros elementos podem ser
mento é absorvido e reciclado por componentes bióticos reaproveitados por outros seres vivos.
(seres vivos) e abióticos (ar, água, solo) da biosfera e, IV. O desmatamento contribui para o aumento do car-
às vezes, pode se acumular durante um longo período de bono na atmosfera, pois, com a morte dos seres fotossin-
tempo em determinado lugar. É por meio dos ciclos bio- tetizantes, há uma redução na absorção desse elemento,
geoquímicos que os elementos são transferidos entre os essencial para a síntese de matéria orgânica.
organismos e as diferentes partes do planeta. V. Reflorestamento, redução da frota de automóveis,
As afirmações a seguir referem-se ao ciclo biogeoquí- diminuição dos rebanhos e uso de combustíveis alterna-
mico do carbono. tivos, como o álcool da cana, são ações que ajudariam a
I. A incorporação do carbono ao meio biótico e sua reduzir o nível de carbono na atmosfera.
restituição ao meio abiótico dependem, respectivamen- São corretas:
te, da fotossíntese realizada pelos vegetais e pelo fito- a) apenas I e II.
plâncton e da respiração realizada pelos seres aeróbios. b) apenas IV e V.
II. A formação dos combustíveis fósseis, que ocorreu a c) apenas I, II e III.
partir da decomposição parcial e da transformação da ma- d) apenas III, IV e V.
téria orgânica, contribuiu para acumular carbono no subso- e) I, II, III, IV e V.
lo por milhões de anos.

Diagrama para as ques-


tões 32 e 33.
O diagrama ao lado repre-
senta, de forma esquemática
e simplificada, a distribuição
da energia proveniente do Sol
sobre a atmosfera e a superfí-
cie terrestre. Na área delimi-
tada pela linha tracejada, são -
destacados alguns processos
envolvidos no fluxo de ener-
gia na atmosfera.

SERWAY, Raymong A.; JEWETT, John W. Princípios de Física, v. 2, fig. 189.12. Adaptado.

32. Com base no diagrama anterior, conclui-se que:


a) a maior parte da radiação incidente sobre o planeta fica retida na atmosfera.
b) a quantidade de energia refletida pelo ar, pelas nuvens e pelo solo é superior à absorvida pela superfície.
c) a atmosfera absorve 70% da radiação solar incidente sobre a Terra.
d) mais da metade da radiação solar que é absorvida diretamente pelo solo é devolvida para a atmosfera.
e) a quantidade de radiação emitida para o espaço pela atmosfera é menor que a irradiada para o espaço pela superfície.
ENEM Ciências da Natureza 147

33. A chuva é o fenômeno natural responsável pela manutenção dos níveis adequados de água dos reservatórios das
usinas hidrelétricas. Esse fenômeno, assim como todo o ciclo hidrológico, depende muito da energia solar. Dos pro-
cessos numerados no diagrama anterior, aquele que se relaciona mais diretamente com o nível dos reservatórios de
usinas hidrelétricas é o de número:
a) I. d) IV.
b) II. e) V.
c) III.

34. (Encceja) A figura esquematiza as trocas anuais de CO2 (em gigatoneladas) entre oceanos, vegetação, atividades hu-
manas e atmosfera.

Trocas anuais de CO2


(Gigatoneladas)

Atmosfera
60 Gt

5 Gt 90 Gt
Combustão,
energia fóssil
1,5 Gt
Desmatamento 61,5 Gt

Indústrias

Vegetação
92 Gt

Oceanos
Absorção Liberação

Há um excedente anual de CO2 na atmosfera de cerca de 3 gigatoneladas procedente de:


a) oceanos.
b) queimadas.
c) atividade industrial.
d) fotossíntese das plantas.
e) desmatamento.

35. (ENEM) A água da Terra distribui-se por três reservatórios principais – os oceanos, os continentes e a atmosfera –, entre
os quais existe uma circulação contínua. No ciclo hidrológico,
responsável pela renovação da água no planeta, energia solar Atmosfera
e gravidade são fundamentais. Na atmosfera, o vapor de água 12,9 · 103
que forma as nuvens pode transformar- -se em chuva, neve ou Evaporação
Evaporação
granizo, dependendo das condições climáticas. Essa transfor- 455 50
mação provoca o fenômeno atmosférico chamado precipitação.
A figura a seguir representa a proporção entre os volumes de Precipitação
398 107
água contidos nos oceanos, nos continentes e na atmosfera. As Connentes
setas indicam as trocas de água entre eles. 39 · 106
Oceanos
1.370 · 106 Rios
2,1 · 103
EM1D-12-1E

Valores em km3
148

De acordo com o ciclo mostrado na figura e a importân- gases traços, entre eles o gás carbônico (CO2), vapor de água
cia da água na natureza, pode-se dizer que: (H2O), metano (CH4), ozônio (O3) e o óxido nitroso (N2O), que
a) o volume total da água na Terra varia ao longo do tem- compõem o restante 1% do ar que respiramos. Os gases traços,
po, pois a evaporação é maior do que a precipitação. por serem constituídos por pelo menos três átomos, conseguem
b) muitas doenças dos países pobres estão relacionadas à absorver o calor irradiado pela Terra, aquecendo o planeta.
água não tratada, à ausência de informação básica e às con- Esse fenômeno, que acontece há bilhões de anos, é chamado
dições precárias de saneamento. de efeito estufa. A partir da Revolução Industrial (século XIX),
c) do total de água que evapora para a atmosfera, 80% têm a concentração de gases traços na atmosfera, em particular
origem nos oceanos, enquanto apenas 20% são oriundos o CO2 , tem aumentado significativamente, o que resultou no
dos continentes. aumento da temperatura em escala global. Mais recentemen-
d) ocorre constante troca de água entre a superfície da Terra te, outro fator tornou-se diretamente envolvido no aumento da
e a atmosfera, sem mudança de estado físico dessa substância. concentração de CO2 na atmosfera: o desmatamento.
e) a água é formadora do líquido intersticial que banha os BROWN, I. F.; ALECHANDRE, A. S. Conceitos básicos
tecidos e é componente do sangue dos animais e da seiva dos sobre clima, carbono, florestas e comunidades. In: A.G.
Moreira & S. Schwartzman. As mudanças climáticas
vegetais, mas tem pouca importância no controle térmico.
globais e os ecossistemas brasileiros. Brasília: Instituto de
Pesquisa Ambiental da Amazônia, 2000. Adaptado.
H10 Analisar perturbações ambientais,
identificando fontes, transporte e/ou destino Considerando o texto, uma alternativa viável para com-
dos poluentes ou prevendo efeitos em bater o efeito estufa é:
sistemas naturais, produtivos ou sociais. a) reduzir o calor irradiado pela Terra mediante a subs-
tituição da produção primária pela industrialização re-
36. (ENEM) Uma região industrial lança ao ar gases como frigerada.
o dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio, causadores b) promover a queima da biomassa vegetal, responsável pelo
da chuva ácida. A figura mostra a dispersão desses gases aumento do efeito estufa devido à produção de CH4.
poluentes. c) reduzir o desmatamento, mantendo-se, assim, o poten-
cial da vegetação em absorver o CO2 da atmosfera.
d) aumentar a concentração atmosférica de H2O, molécula
capaz de absorver grande quantidade de calor.
e) remover moléculas orgânicas polares da atmosfera, di-
minuindo a capacidade delas de reter calor.

38. (ENEM) Sobre o fenômeno das chuvas ácidas, assinale a


Considerando o ciclo da água e a dispersão dos gases, alternativa correta.
analise as seguintes possibilidades: a) Em ambientes não poluídos e na ausência de raios e
I. As águas de escoamento superficial e de precipita- relâmpagos, podemos afirmar que a água das chuvas possui
ção que atingem o manancial poderiam causar aumento de caráter neutro, ou seja, pH = 7,0.
acidez da água do manancial e provocar a morte de peixes. b) Em alto mar, em função da maior incidência de raios
II. A precipitação na região rural poderia causar au- e relâmpagos, podemos ter a formação do ácido nítrico
mento de acidez do solo e exigir procedimentos corretivos, (HNO2) pela reação entre os gases nitrogênio (N2) e oxi-
como a calagem. gênio (O2).
III. A precipitação na região rural, embora ácida, não afe- c) Nas áreas metropolitanas, em função da elevada polui-
taria o ecossistema, pois a transpiração dos vegetais neu- ção industrial, ocorre a liberação de enxofre pelas chami-
tralizaria o excesso de ácido. nés das indústrias, o qual pode ser reduzido pelo oxigênio
Dessas possibilidades: do ar, formando óxidos de enxofre, que, em contato com a
a) pode ocorrer apenas a I. umidade, provocam a chuva sulfúrica.
b) pode ocorrer apenas a II. d) A chuva sulfúrica traz prejuízos para a saúde da popu-
c) podem ocorrer tanto a I quanto a II. lação, para a vegetação e para os monumentos artísticos,
d) podem ocorrer tanto a I quanto a III. uma vez que transforma esculturas de mármore em gesso,
e) podem ocorrer tanto a II quanto a III. segundo a equação: H2SO4 + CaCO3 → CaSO4 + H2O + CO2.
e) A chuva ácida natural é prejudicial à saúde da popula-
37. (ENEM) A atmosfera terrestre é composta pelos gases ni- ção, uma vez que o ácido carbônico formado, H2CO3, é um
trogênio (N2) e oxigênio (O2), que somam cerca de 99%, e por oxiácido semiforte ou moderado.
ENEM Ciências da Natureza 149

39. (ENEM) A poluição atmosférica, nas regiões urbanas, 40. (ENEM) A emissão de poluentes por automóveis e indús-
tem aumentado em razão da crescente atividade indus- trias é a principal causadora da chuva ácida. As soluções desse
trial e do aumento do número de veículos motorizados em problema são caras e de aplicação complicada, pois envolvem
circulação. A qualidade do ar urbano tem causado sérios aspectos técnicos, econômicos, políticos, sociais etc. Entre as
problemas às condições de vida das pessoas, das plantas medidas citadas a seguir, assinale a não recomendada.
e dos animais que vivem nas cidades e nos arredores. Os a) Utilizar filtros industriais para remover o SO2.
principais poluentes atmosféricos estão listados na tabela b) Melhorar a eficiência das combustões, tornando-as mais
a seguir. complexas, com menor emissão de CO2.
c) Aumentar gradativamente a participação de combustí-
Principal fonte O que causa veis fósseis.
d) Aumentar as áreas verdes, importantes consumido-
Escape dos veículos Problemas ras de CO2.
moto­rizados, centrais respiratórios e) Incentivar a produção de carros elétricos ou movidos a
NO2
termelétricas, fábricas gás hidrogênio.
de fertilizantes
41. (ENEM) Cerca de 1% do lixo urbano é constituído por resí-
Centrais termelétricas, Irritação nos duos sólidos contendo elementos tóxicos. Entre esses elementos
petróleo ou carvão, olhos, problemas estão metais pesados como o cádmio, o chumbo e o mercúrio,
SO2
fábricas de respiratórios e componentes de pilhas e baterias, que são perigosos à saúde
ácido sulfúrico cardiovasculares humana e ao meio ambiente. Quando descartadas em lixos co-
muns, pilhas e baterias vão para aterros sanitários ou lixões
Escape dos veículos Intoxicações, a céu aberto, e o vazamento de seus componentes contamina
motorizados, alguns problemas o solo, os rios e o lençol freático, atingindo a flora e a fauna.
CO processos industriais, respiratórios e Por serem bioacumulativos e não biodegradáveis, esses metais
fumaça de cigarro cardiovasculares, chegam de forma acumulada aos seres humanos, por meio da
hemorragias, náuseas cadeia alimentar. A legislação vigente (Resolução CONAMA na
257/1999) regulamenta o destino de pilhas e baterias após seu
Escape dos veículos Efeito tóxico esgotamento energético e determina aos fabricantes e/ou im-
motorizados (gasolina acumulativo, portadores a quantidade máxima permitida desses metais em
Pb
com chumbo), anemia, destruição cada tipo de pilha/bateria, porém o problema ainda persiste.
incineração de resíduos de tecido cerebral Disponível em: <http://www.mma.gov.br>.
Acesso em: 11 jul. 2009 (adaptado).
Formados na atmosfera Irritação nos
devido à reação de olhos, problemas
Uma medida que poderia contribuir para acabar defini-
O3 óxidos de nitrogênio, respiratórios (reação
tivamente com o problema da poluição ambiental por me-
hidrocarbonetos e luz solar inflamatória das
tais pesados relatado no texto seria:
vias aéreas)
a) deixar de consumir aparelhos elétricos que utilizem pi-
Com base na tabela e nos seus conhecimentos sobre o lha ou bateria como fonte de energia.
assunto, pode-se afirmar que: b) usar apenas pilhas ou baterias recarregáveis e de vida
a) todos os poluentes produzidos pela queima de combus- útil longa e evitar ingerir alimentos contaminados, espe-
tíveis fósseis causam problemas respiratórios e cardiovas- cialmente peixes.
culares. c) devolver pilhas e baterias, após o esgotamento da ener-
b) um determinado poluente pode, no lugar adequado, ser gia armazenada, à rede de assistência técnica especializa-
considerado fundamental para a saúde dos seres vivos do da para repasse a fabricantes e/ou importadores.
planeta. d) criar nas cidades, especialmente naquelas com mais de
c) o monóxido de carbono e o chumbo são os principais 100 mil habitantes, pontos estratégicos de coleta de ba-
responsáveis pela formação das chuvas ácidas. terias e pilhas, para posterior repasse a fabricantes e/ou
d) os compostos sulfurosos e os nitrogenados causam, em importadores.
comum, problemas respiratórios e cardiovasculares. e) exigir que fabricantes invistam em pesquisa para a subs-
e) o ozônio e o gás carbônico são os principais responsá- tituição desses metais tóxicos por substâncias menos nocivas
EM1D-12-1E

veis pela intensificação do efeito estufa na atmosfera. ao homem e ao ambiente, e que não sejam bioacumulativas.
150

42. (ENEM) A possível escassez de água é uma das maiores a) I.


preocupações da atualidade, considerada para alguns espe- b) II.
cialistas como o desafio maior do novo século. No entanto, c) I e II.
tão importante quanto aumentar a oferta é investir na pre- d) II e III.
servação da qualidade e no reaproveitamento da água de e) Nenhum dos comentários está correto.
que dispomos hoje.
A ação humana tem provocado algumas alterações H12 Avaliar impactos em ambientes naturais
quantitativas e qualitativas da água: decorrentes de atividades sociais ou econômicas,
I. contaminação de lençóis freáticos; considerando interesses contraditórios.
II. diminuição da umidade do solo;
III. enchentes e inundações. 44. (ENEM)
Pode-se afirmar que as principais ações humanas asso- Sobre vacas, bernes e política
ciadas às alterações I, II e III são, respectivamente: Aconteceu, entretanto, que os bernes começaram a se
a) uso de fertilizantes e aterros sanitários / lançamento multiplicar. Os bernes aumentavam, mas a vaca não aumen-
de gases poluentes / canalização de córregos e rios. tava, confirmando a lei de Malthus que disse que os alimentos
b) lançamento de gases poluentes / lançamento de lixo crescem em razão aritmética enquanto as bocas crescem em
nas ruas / construção de aterros sanitários. razão geométrica. O couro da vaca se encheu de calombos que
c) uso de fertilizantes e aterros sanitários / desmatamen- indicavam a presença dos bernes.
to / impermeabilização do solo urbano. Mesmo assim a vaca continuava saudável. Ela tinha muita
d) lançamento de lixo nas ruas / uso de fertilizantes / carne de sobra. Foi então que uma coisa inesperada aconte-
construção de aterros sanitários. ceu: alguns bernes sofreram uma mutação genética e passa-
e) construção de barragens / uso de fertilizantes / cons- ram a crescer em tamanho. Foram crescendo, ficando cada vez
trução de aterros sanitários. maiores, e com uma voracidade também cada vez maior.
Os vermes magrelas ficaram com inveja dos vermes gran-
H11 Reconhecer benefícios, limitações e aspectos des e trataram de tomar providências para crescerem também.
éticos da biotecnologia, considerando O corpo da pobre vaca passou a ser uma orgia de crescimento.
estruturas e processos biológicos envolvidos Os bernes só falavam numa coisa: “É preciso crescer!” Mas
em produtos biotecnológicos. a vaca não crescia. Ficava do mesmo tamanho. De tanto ser
comida pelos bernes, a vaca ficou doente. Emagreceu.
43. (Encceja) A principal praga da lavoura de milho no Mas os bernes nada sabiam sobre a vaca em que moravam.
Brasil é a lagarta-do-cartucho, que causa os maiores es- Para ver a vaca, seria preciso que eles estivessem fora da vaca.
tragos logo nos trinta dias após a plantação e segue cau- Mas os bernes estavam dentro da vaca. Assim, não percebiam
sando mais prejuízos durante todo o desenvolvimento do que sua voracidade estava matando a vaca.
milho. Em geral, a lagarta-do-cartucho é combatida com A vaca morreu. E com ela morreram os bernes. Fizeram
grandes quantidades de inseticidas. Nos últimos anos, os autópsia da vaca. O relatório do legista observou que os ber-
inseticidas vêm sendo substituídos, com muito sucesso, por nes mortos eram excepcionalmente grandes, bem nutridos,
lotes de joaninhas, marimbondos ou microvespas, criados muitos deles chegando à obesidade.
em laboratórios. Soltos nos milharais, esses animais ata- James Lovelock é um cientista que sugeriu que a nossa
cam as lagartas nos primeiros dias após a eclosão dos ovos, Terra é um organismo vivo, como a vaca da parábola. Sendo
matando-as. uma coisa viva, ela pode ter saúde ou ficar doente. Sua conclu-
Sobre esse método alternativo de combate às pragas da são é que nós, os bernes, já estragamos a Terra, nossa vaca,
lavoura, foram feitos os seguintes comentários: além de qualquer possibilidade de cura. A Terra está doente.
I. Além de garantir a produção do milho, o método não O crescimento das nações está provocando profundas mudan-
produz poluição ambiental. ças climáticas irreversíveis: a atmosfera está-se aquecendo,
II. Os animais introduzidos podem fugir ao controle dos as geleiras estão derretendo, a poluição do meio ambiente
agricultores e causar futuramente prejuízos até então des- aumenta, acontecem catástrofes naturais numa intensidade
conhecidos. desconhecida. Esses são os sintomas dos estertores da nossa
III. O método reduz em muito a produção do milho, pois Terra, destruída pela voracidade dos bernes. “E o pior está
os inseticidas, além de matar as lagartas, funcionam como por acontecer”, ele diz. “Ecossistemas inteiros serão extintos,
fertilizantes. e os sobreviventes terão de se adaptar a um clima infernal...”
Com base no que se sabe hoje sobre o assunto, é correto Observando as discussões políticas, não vejo nenhum
o que se afirma apenas em: político que fale sobre a saúde da vaca. Ao contrário, os po-
ENEM Ciências da Natureza 151

líticos, tanto de direita quanto de esquerda, só fazem prome- e) o impedimento da penetração da luz pelas partículas
ter aos bernes um engordamento cada vez maior. Por uma boa em suspensão venha a comprometer a produtividade primá-
razão: os eleitores são os bernes, e não a vaca. O candidato ria do ambiente marinho, que resulta da atividade metabó-
que falar sobre a saúde da vaca e o emagrecimento dos ber- lica do fitoplâncton.
nes, com toda certeza, perderá a eleição. Quando o que está
em jogo é a saúde da vaca, não se pode confiar nos bernes. C4 Compreender interações entre organismos
ALVES, Rubem. Folha de S.Paulo, 22 mar. 2006. e ambiente, em particular aquelas
relacionadas à saúde humana, relacionando
Assinale a alternativa correta sobre o conteúdo do texto. conhecimentos científicos, aspectos
a) A lei de Malthus implica o aumento do número de ber- culturais e características individuais.
nes proporcionalmente ao aumento do número de vacas.
b) À medida que a vaca crescia e engordava, os bernes H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da
também cresciam. vida, prevendo ou explicando a manifestação
c) A moral da parábola é ecológica: se não preservarmos de características dos seres vivos.
o planeta em que vivemos, poderemos perdê-lo, como os
bernes perderam sua vaca. 46. (ENEM) A identificação da estrutura do DNA foi fun-
d) A obesidade dos bernes foi causada por uma alimenta- damental para compreender seu papel na continuidade da
ção rica em gorduras, como é o caso da carne bovina. vida. Na década de 1950, um estudo pioneiro determinou a
e) Uma das causas para o aumento do efeito estufa é o proporção das bases nitrogenadas que compõem moléculas
aumento do rebanho bovino mundial. de DNA de várias espécies.

45. (ENEM) O cultivo de camarões de água salgada vem se Exemplos de BASES NITROGENADAS
desenvolvendo muito nos últimos anos na região Nordeste do materiais
Brasil e, em algumas localidades, passou a ser a principal analisados Adenina Guanina Citosina Timina
atividade econômica. Uma das grandes preocupações dos im-
Espermatozoides
pactos negativos dessa atividade está relacionada à descarga, 30,7% 19,3% 18,8% 31,2%
humanos
sem nenhum tipo de tratamento, dos efluentes dos viveiros
diretamente no ambiente marinho, em estuários ou em man- Fígado humano 30,4% 19,5% 19,9% 30,2%
guezais. Esses efluentes possuem matéria orgânica particula-
Medula óssea
da e dissolvida, amônia, nitrito, nitrato, fosfatos, partículas de rato
28,6% 21,4% 21,5% 28,5%
de sólidos em suspensão e outras substâncias que podem ser
consideradas contaminantes potenciais. Espermatozoide
32,8% 17,7% 18,4% 32,1%
de ouriço-do-mar
CASTRO, C. B.; ARAGÃO, J. S.; COSTA-LOTUFO, L. V.
Monitoramento da toxicidade de efluentes de uma fazenda Plântulas
de cultivo de camarão marinho. Anais do IX Congresso 27,9% 21,8% 22,7% 27,6%
de trigo
Brasileiro de Ecotoxicologia, 2006. Adaptado.
Bactéria E. coli 26,1% 24,8% 23,9% 25,1%
Suponha que tenha sido construída uma fazenda de
carcinicultura próximo a um manguezal. Entre as pertur- A comparação das proporções permitiu concluir que
bações ambientais causadas pela fazenda, espera-se que: ocorre emparelhamento entre as bases nitrogenadas e que
a) a atividade microbiana se torne responsável pela recicla- elas formam:
gem do fósforo orgânico excedente no ambiente marinho. a) pares de mesmo tipo em todas as espécies, evidencian-
b) a relativa instabilidade das condições marinhas torne do a universalidade da estrutura do DNA.
as alterações de fatores físico-químicos pouco críticas à b) pares diferentes de acordo com a espécie considerada, o
vida no mar. que garante a diversidade da vida.
c) a amônia excedente seja convertida em nitrito, por c) pares diferentes em diferentes células de uma espécie,
meio do processo de nitrificação, e em nitrato, formado como resultado da diferenciação celular.
como produto intermediário desse processo. d) pares específicos apenas nos gametas, pois essas células
d) os efluentes promovam o crescimento excessivo de são responsáveis pela perpetuação das espécies.
plantas aquáticas devido à alta diversidade de espécies ve- e) pares específicos somente nas bactérias, pois esses or-
EM1D-12-1E

getais permanentes no manguezal. ganismos são formados por uma única célula.
152

47. (ENEM) Hereditariedade pode ser definida pelo conjunto II. Seres pluricelulares também podem apresentar repro-
de processos biológicos em que cada ser vivo recebe e trans- dução assexuada, em que ocorre variabilidade genética dos
mite informações, contidas em seu material genético, por indivíduos formados.
meio de diferentes mecanismos de reprodução. Seres uni- III. Reprodução assexuada é o processo no qual um único
celulares, por exemplo, apresentam uma forma peculiar de ser vivo origina outros seres vivos, considerados clones do
reprodução – assexuada – na qual um único indivíduo ou indivíduo original.
célula é capaz de formar células idênticas a si. Já os plurice- IV. A reprodução assexuada é diferente da reprodução
lulares podem apresentar duas formas de reprodução: asse- sexuada, sendo que a primeira ocorre apenas nos seres
xuada e sexuada. A primeira é responsável pela formação de unicelulares e a segunda, nos pluricelulares.
indivíduos idênticos, como nos seres unicelulares, e a segun- V. A partir dos processos de reprodução, os indivíduos
da, devido à mistura de material genético, forma indivíduos são capazes de transmitir suas características aos seus des-
diferentes, o que promove maior variabilidade genética. cendentes.
Analise as proposições a seguir. São corretas:
I. O material genético é responsável pela transmissão a) apenas I e II. d) apenas II e III.
das características presentes nos genitores aos descenden- b) apenas III e IV. e) apenas IV e V.
tes, sendo, portanto, responsável pela hereditariedade. c) apenas I, III e V.

48. (ENEM) A figura a seguir representa o ciclo biológico de determinada doença.

Miracídios
1 Os ovos do 2 Os ovos
Schistosoma eclodem na
mansoni são água, liberan-
eliminados nas fezes do larvas
do hospedeiro denominadas
infectado. miracídios.

Schistosoma
mansoni
3 Os miracídios
infectam o
FÍGADO caramujo.
BAÇO

6 Após atingir a
corrente sanguínea, 4 Após um período de
o parasita se 4 a 6 semanas, outras
aloja no baço e HOSPEDEIRO 5 As cercárias penetram larvas, chamadas
no fígado, onde INFECTADO pela pele, assim que cercárias, abandonam
se acasala, dando o homem entra em o caramujo e passam a
origem a ovos contato com a água habitar as águas.
que migram para o contaminada. Nesse
intestino, reiniciando estágio, elas perdem
o ciclo. a cauda.
Folha de S.Paulo, 23 mai. 2005. Adaptado.

Sobre essa doença, assinale a alternativa correta.


a) A doença é popularmente conhecida como amarelão. d) O principal órgão afetado é o coração, provocando in-
b) Uma medida eficaz para combater a doença consiste suficiência cardíaca.
em andar sempre calçado. e) Determinados moluscos são fundamentais para o su-
c) O homem adquire a doença pela penetração ativa, através cesso reprodutivo do parasita.
da pele, de larvas miracídios e cercárias presentes em lagoas.
ENEM Ciências da Natureza 153

49. (ENEM) A figura seguinte representa um modelo de IV. A população de predadores foi extinta após o desma-
transmissão da informação genética nos sistemas biológi- tamento.
cos. No fim do processo, que inclui a replicação, a transcri- Assinale a opção que contenha as proposições corretas.
ção e a tradução, há três formas proteicas diferentes deno- a) II e IV d) I e III
minadas a, b e c. b) I e IV e) I e II
c) II e III
Replicação Tradução
Proteína “a”
DNA RNA Proteína “b”
Transcrição Proteína “c”
51. (Encceja) Durante quase 4 bilhões de anos, desde que
a vida surgiu na Terra, a evolução produziu várias meta-
Depreende-se do modelo que: morfoses. Uma das mais espetaculares foi, com certeza,
a) a única molécula que participa da produção de proteí- aquela que, a partir de peixes com nadadeiras, originou
nas é o DNA. as criaturas portadoras de membros e dedos. Esse grupo,
b) o fluxo de informação genética, nos sistemas biológi- o dos tetrápodes, reúne desde pássaros e seus ancestrais
cos, é unidirecional. dinossauros até lagartos, anfíbios e mamíferos, incluindo
c) as fontes de informação ativas durante o processo de a espécie humana.
transcrição são as proteínas. CLARK, Jennifer A. Com os pés na terra firme. In:
d) é possível obter diferentes variantes proteicas a partir Scientific American Brasil, ano 4, n. 44, jan. 2006.
de um mesmo produto de transcrição. Além de aprender a andar em terra firme, viver em am-
e) a molécula de DNA possui forma circular e as demais biente terrestre exigiu principalmente:
moléculas possuem forma de fita simples linearizada. a) a reprodução por meio de ovos.
b) o espessamento da pele para impedir a transpiração.
H14 Identificar padrões em fenômenos e processos c) a pecilotermia.
vitais dos organismos, como manutenção d) o desenvolvimento de pulmões para captar oxigênio.
do equilíbrio interno, defesa, relações com e) a capacidade de farejar e rastrear parceiros repro-
o ambiente, sexualidade, entre outros. dutivos.

50. (Encceja) Nos estados do Tocantins e do Maranhão, a 52. (ENEM) A tabela abaixo representa, nas diversas regiões
taxa de desmatamento chegou a 68,3% em 2000, segundo do Brasil, a porcentagem de mães que, em 2005, amamenta-
a ONG WWF Brasil. A supressão da floresta pode causar de- vam seus filhos nos primeiros meses de vida.
sequilíbrios entre populações de presas e de predadores. O
gráfico relaciona o crescimento populacional de uma espé- Período de aleitamento
cie de presa e o de uma espécie de predador em um deter- Região
minado sistema. Até o 4º mês De 9 meses a 1
(em %) ano (em %)
200
Predador Desmatamento
Presa Norte 85,7 54,8
Número de indivíduos

Nordeste 77,7 38,8

100 Sudeste 75,1 38,6

Sul 73,2 37,2

0 Centro-Oeste 83,9 47,8


Antes do desmatamento Após o desmatamento Ministério da Saúde, 2005.
Analisando o gráfico, elaboraram-se as seguintes afir- Ao ingerir leite materno, a criança adquire anticorpos
mações: importantes que a defendem de doenças típicas da primei-
I. Presa e predador viviam em equilíbrio antes do des- ra infância. Nesse sentido, a tabela mostra que, em 2005,
matamento. percentualmente, as crianças brasileiras que estavam mais
II. Após o desmatamento, a presa aumentou a capacida- protegidas dessas doenças eram as da região:
de de fugir do predador. a) Norte. d) Sul.
EM1D-12-1E

III. O predador se tornou mais eficiente após o desma- b) Nordeste. e) Centro-Oeste.


tamento. c) Sudeste.
154

53. (ENEM) Programas de reintrodução de animais consis- são compostas de micro-organismos inativados, logo, inca-
tem em soltar indivíduos, criados em cativeiro, em ambien- pazes de multiplicarem-se. As vacinas vivas atenuadas ge-
tes onde sua espécie se encontra ameaçada ou extinta. ralmente produzem imunidade prolongada com uma única
O mico-leão-dourado da Mata Atlântica faz parte de dose. As vacinas inativadas requerem múltiplas doses para
um desses programas. Como faltam aos micos criados em produzir imunidade e, eventualmente, necessitam de uma
cativeiro habilidades para sobreviver em seu hábitat, são dose de reforço.
formados grupos sociais desses micos com outros captu- A imunidade passiva é induzida pela administração de
rados na natureza, antes de soltá-los coletivamente. O anticorpos contra uma infecção particular. Os anticorpos
gráfico mostra o número total de animais, em uma certa colhidos dos humanos são chamados imunoglobulinas e os
região, a cada ano, ao longo de um programa de reintro- dos animais, soros. A imunidade passiva dura apenas algu-
dução desse tipo. mas semanas.
Os gráficos a seguir referem-se a diferentes formas de
200
Nascidos na natureza imunização.
180 Gráfico 1
160
Número total de animais

Nascidos em cativeiro
140
120

Concentração de
100

anticorpos
80
60
40
20 Tempo
Ano
1985 1987 1989 1991 1993 1995 Gráfico 2
Primack e Rodrigues, Biologia da conservação.

A análise do gráfico permite concluir que o sucesso do


Concentração de

programa deveu-se:
a) à adaptação dos animais nascidos em cativeiro ao am-
anticorpos

biente natural, mostrada pelo aumento do número de nas-


cidos na natureza.
b) ao aumento da população total, resultante da reintro-
dução de um número cada vez maior de animais.
Tempo
c) à eliminação dos animais nascidos em cativeiro pelos
nascidos na natureza, que são mais fortes e selvagens. Gráfico 3
d) ao pequeno número de animais reintroduzidos, que se
mantiveram isolados da população de nascidos na natureza.
e) à grande sobrevivência dos animais reintroduzidos, que
Concentração de

compensou a mortalidade dos nascidos na natureza.


anticorpos

54. (ENEM) A imunização é definida como a aquisição de


proteção imunológica contra uma doença infecciosa. É ad-
ministrada por meio de vacina, imunoglobulina ou por soro
de anticorpos.
Tempo
As vacinas são usadas para induzir a imunidade ati-
va; sua administração resulta numa resposta biológica e Tendo em vista o que foi exposto, fizeram-se as seguin-
na produção de anticorpos específicos. A imunidade ativa tes afirmações.
dura muitos anos. Vacinas vivas atenuadas são compostas I. Consideramos uma vacina um material que contém
de micro-organismos vivos enfraquecidos em laboratório, anticorpos contra determinado patógeno, que estimulam
capazes de multiplicarem-se no organismo hospedeiro para a resposta imunológica do indivíduo, como mostrado no
a estimulação de uma resposta imune. Vacinas inativadas gráfico 2.
ENEM Ciências da Natureza 155

II. As imunoglobulinas promovem maior e mais rápida história planetária e também uma esperança para as popula-
produção de anticorpos específicos em casos de encontros ções carentes de tratamento antiviral e de acompanhamento
subsequentes com o mesmo antígeno, como mostrado no médico.
gráfico 3. TANURI, A.; FERREIRA JUNIOR, O. C. Vacina contra aids:
III. O gráfico 1 pode ser relacionado com a imunização desafios e esperanças. Ciência Hoje (44) 26, 2009. Adaptado.
ativa que utiliza vacinas vivas atenuadas, pois estas pro- Uma vacina eficiente contra o HIV deveria:
movem imunidade com apenas uma dose. a) induzir a imunidade, para proteger o organismo da con-
IV. A aplicação do soro deve ser feita quando o agente taminação viral.
infeccioso provoca uma doença de evolução muito rápida, b) ser capaz de alterar o genoma do organismo portador,
pois assim as pessoas desenvolvem anticorpos imediata- induzindo a síntese de enzimas protetoras.
mente. c) produzir antígenos capazes de se ligarem ao vírus, im-
Podemos considerar as afirmações: pedindo que este entre nas células do organismo humano.
a) I e II corretas. d) ser amplamente aplicada em animais, visto que esses
b) III e IV corretas. são os principais transmissores do vírus para os seres hu-
c) I e IV corretas. manos.
d) todas corretas. e) estimular a imunidade, minimizando a transmissão do
e) todas incorretas. vírus por gotículas de saliva.

55. (ENEM) A fotossíntese é importante para a vida na Ter- H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar
ra. Nos cloroplastos dos organismos fotossintetizantes, a fenômenos ou processos biológicos em qualquer
energia solar é convertida em energia química que, jun- nível de organização dos sistemas biológicos.
tamente com água e gás carbônico (CO2), é utilizada para
a síntese de compostos orgânicos (carboidratos). A fotos- 57. (Encceja) Os micro-organismos responsáveis pela decom-
síntese é o único processo de importância biológica capaz posição orgânica são extremamente importantes para a natu-
de realizar essa conversão. Todos os organismos, incluindo reza e para o equilíbrio ecológico.
os produtores, aproveitam a energia armazenada nos car- Decompondo a matéria orgânica, esses organismos devol-
boidratos para impulsionar os processos celulares, liberan- vem ao ambiente componentes químicos essenciais, comple-
do CO2 para a atmosfera e água para a célula por meio da tando, assim, o ciclo da vida. Porém, quando ocorre grande
respiração celular. Além disso, grande fração dos recursos decomposição em espaços limitados, principalmente na água,
energéticos do planeta, produzidos tanto no presente (bio- há um aumento excessivo de nutrientes (eutrofização), oca-
massa) como em tempos remotos (combustível fóssil), é re- sionando a diminuição da taxa de oxigênio e, consequente-
sultante da atividade fotossintética. mente, a morte de muitos organismos aeróbios.
As informações sobre obtenção e transformação dos BRANCO, Samuel Murgel. Água, origem, uso e preservação.
recursos naturais por meio dos processos vitais de fotos- 2. ed. São Paulo: Editora Moderna, p. 70.
síntese e respiração, descritas no texto, permitem con- O processo de eutrofização em rios e lagos pode ser pro-
cluir que: vocado por atividades humanas. Um exemplo disso seria:
a) o CO2 e a água são moléculas de alto teor energético. a) o desmatamento das matas ciliares.
b) os carboidratos convertem energia solar em energia b) o lançamento de esgoto doméstico não tratado.
química. c) o tratamento de água potável para a população.
c) a vida na Terra depende, em última análise, da energia d) o lançamento de pneus de borracha.
proveniente do Sol. e) a canalização de águas pluviais.
d) o processo respiratório é responsável pela retirada de
carbono da atmosfera. 58. (ENEM) A fotossíntese compreende uma série de reações
e) a produção de biomassa e de combustível fóssil, por si, é que resulta nas produções de glicose e oxigênio, a partir de
responsável pelo aumento de CO2 atmosférico. gás carbônico e água, tendo como fonte de energia a luz
solar. Os produtos da fotossíntese, utilizados na respiração
56. (ENEM) Estima-se que haja atualmente no mundo 40 mi- celular, geram energia para o metabolismo celular e libe-
lhões de pessoas infectadas pelo HIV (o vírus que causa a ram gás carbônico. A relação entre a fotossíntese e a respi-
aids), sendo que as taxas de novas infecções continuam cres- ração de uma planta em função da intensidade luminosa é
cendo, principalmente na África, Ásia e Rússia. Nesse cenário mostrada no gráfico A, a seguir, e os pontos de compensa-
EM1D-12-1E

de pandemia, uma vacina contra HIV teria imenso impacto, ção de plantas de sombra (umbrófila) e de sol (heliófila) são
pois salvaria milhões de vidas. Certamente seria um marco na mostrados no gráfico B, a seguir.
156

Volume de CO2 Volume de CO2


CO2 absorvido
CO2 absorvido na
fotossíntese

fila
fila

bró
l
He

Um
CO2 liberado na CO2 liberado
respiração

Ponto de Luz 1 2 Luz


compensação fótico
Gráfico A Gráfico B

Baseando-se nas informações fornecidas e nos seus conhecimentos, é correto afirmar que:
a) o ponto de compensação fótico é a intensidade de luz em que a fotossíntese é maior do que a respiração.
b) nos pontos 1 e 2 do gráfico B, o CO2 absorvido é menor que o CO2 liberado para qualquer planta.
c) se uma planta heliófila for mantida a uma intensidade de luz igual à do ponto 1, ela irá crescer.
d) se uma planta umbrófila for mantida a uma intensidade de luz igual à do ponto 2, ela irá morrer.
e) tanto planta umbrófila quanto heliófila mantidas acima de seu ponto de compensação fótico tendem a crescer.

59. (ENEM) Existe insulina em plantas? Até pouco tempo d) há similaridade entre as duas substâncias, porque a se-
atrás, a pergunta pareceria absurda, mas a equipe do pro- quência de aminoácidos não caracteriza uma proteína, ou
fessor José Xavier Filho, do Laboratório de Química e Função seja, fica clara a impossibilidade de insulina em plantas.
de Proteínas e Peptídeos da Universidade Estadual do Norte e) a similaridade não poderia acontecer, porque as pro-
Fluminense (UENF), em Campos (RJ), descobriu que os vege- teínas animais são formadas por aminoácidos diferentes
tais são, sim, capazes de produzir insulina. A descoberta foi dos das proteínas vegetais.
publicada na revista Protein and Peptide Letters.
A identificação da insulina – hormônio com importante 60. (ENEM) O gráfico a seguir representa as trocas gasosas
função no metabolismo da glicose no organismo – aconteceu por meio da pele e dos pulmões no sapo Bufo americanus em
por acaso. Durante o curso de sequenciamento de proteínas, diferentes temperaturas.
a professora Olga Machado pediu à aluna Elenir Oliveira que
sequenciasse uma das proteínas – com atividade tóxica ao ca- Pele
CO2
runcho (Callosobruchus maculatus) do feijão-de-corda (Vigna
unguiculata) – que havia isolado das cascas de sementes de Pulmões
80
feijão-de-porco. Quando a professora examinou os resultados, O2
Troca gasosa (mL · kg–1 · h–1)

ficou surpresa, pois correspondiam a uma proteína com sequên-


cia de aminoácidos idêntica à da insulina animal.
60
Pablo Pires Ferreira. Ciência Hoje.
O2
A partir do texto acima e com os conhecimentos básicos Pele
de proteínas e aminoácidos, pode-se afirmar que: 40
a) a similaridade observada está incorreta, pois não há
possibilidade de os aminoácidos presentes em animais tam-
CO2
bém serem encontrados em vegetais. Pulmões
20
b) há similaridade entre as duas substâncias, porque tanto
as proteínas de origem animal quanto as de origem vegetal
são formadas por diferentes combinações dos mesmos 20
tipos de aminoácidos.
5 15 25
c) a similaridade dos dois compostos só pode ser explicada
pela pequena quantidade de proteínas que podemos encon- Temperatura (°C)
trar nos organismos vivos.
ENEM Ciências da Natureza 157

A análise do gráfico permite afirmar que: O eclipse do Sol ocorre quando a sombra da Lua atinge
a) a 5 ºC, a captação de O2 pelos pulmões é maior do que a superfície da Terra. No ano de 2009, ocorreram dois eclip-
por meio da pele. ses solares, o primeiro no dia 26 de janeiro e o segundo no
b) a 15 ºC, os pulmões são mais eficientes do que a pele, dia 22 de julho. O próximo eclipse solar será no dia 15 de
tanto na captação de O2 quanto na eliminação de CO2. janeiro de 2010.
c) independentemente da temperatura, a pele é sempre Sombra, região
mais eficiente do que o pulmão na captação de O2. de eclipse total
d) a 25 ºC, a pele é mais eficiente do que os pulmões, tanto
na eliminação de CO2 quanto na captação de O2.
e) as trocas gasosas, tanto por meio dos pulmões quanto
por meio da pele, e a temperatura são duas grandezas dire- Penumbra, região
tamente proporcionais. de eclipse parcial

C5 Entender métodos e procedimentos Analisando as informações acima, assinale a alternati-


próprios das ciências naturais e aplicá- va incorreta.
-los em diferentes contextos. a) As fases da Lua se repetem a cada 27 dias, 7 horas e 43
minutos; portanto, a cada 27 dias, 7 horas e 43 minutos,
H17 Relacionar informações apresentadas
em diferentes formas de linguagem e temos uma Lua nova, com a Lua sendo eclipsada pela Terra,
representação usadas nas ciências físicas, por isso a sua face voltada para nós está totalmente escura.
químicas ou biológicas, como texto b) O eclipse da Lua ocorre durante a fase de Lua cheia.
discursivo, gráficos, tabelas, relações c) O eclipse solar ocorre durante a fase de Lua nova.
matemáticas ou linguagem simbólica. d) Na fase de Lua cheia, a face da Lua voltada para a Terra
está completamente iluminada.
61. (ENEM) Conforme a Lua gira em torno da Terra, ela vai e) Na fase de Lua nova, a face da Lua voltada para a Terra
passando por fases, que são visões diferentes de sua face não está sendo iluminada pelo Sol.
voltada para a Terra, a face visível da Lua, o que se repete
a cada 27 dias, 7 horas e 43 minutos. 62. (ENEM) O sistema decimal é um sistema de numeração
Minguante de posição que utiliza a base dez. Esse sistema utiliza os
dez algarismos indo-arábicos (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9),
que servem para contar unidades, dezenas, centenas etc.,
da direita para a esquerda. Por exemplo, na representação
Luz do Sol
comum, o numeral 345 pode ser escrito como:
3 · 102 + 4 · 101 + 5 · 100 (3 centenas, 4 dezenas e 5 unidades).
Lua Lua
nova
N
cheia O sistema binário é um sistema de numeração decimal
em que todas as quantidades se representam com base em
dois algarismos indo-arábicos: 0 e 1. Esse sistema é utili-
Luz do Sol zado em computadores digitais, que trabalham com dois
níveis de tensão, denominados de ligado e desligado. Na
representação binária, o numeral 101 pode ser convertido
Crescente para o sistema decimal da seguinte forma:
O eclipse da Lua ocorre quando ela penetra na sombra 1 · 22 + 0 · 21 + 1 · 20 = 4 + 0 + 1 = 5. Portanto, o binário
da Terra. Em 2009, ocorreram 3 eclipses lunares nos dias 9 101 é o decimal 5.
de fevereiro, 7 de julho e 6 de agosto. Ainda vai ocorrer um Nos computadores, na entrada, via teclado, os dados
outro, no dia 31 de dezembro. numéricos decimais são convertidos em binários. Na saída,
Penumbra via monitor, os dados binários são convertidos em deci-
mais. Assim, a velocidade 1111, em sistema binário, equi-
vale a uma velocidade, no sistema decimal, com unidade
Sol em m/s, de:
a) 5 d) 18
Terra
b) 10 e) 20
EM1D-12-1E

c) 15
Lua Sombra
158

160
63. (ENEM) Umidade relativa do ar é o termo usado para

20
24

25

0
0

0
descrever a quantidade de vapor de água contido na 150

22

23
atmosfera. Ela é definida pela razão entre o conteúdo Núcleos estáveis

0
140
real de umidade de uma parcela de ar e a quantidade de

20

21
0

0
umidade que a mesma parcela de ar pode armazenar na 130

18

19
mesma temperatura e pressão quando está saturada de

0
120
vapor, isto é, com 100% de umidade relativa. O gráfico

17
0
110
representa a relação entre a umidade relativa do ar e sua

15

16
Número de nêutrons (N)

0
temperatura ao longo de um período de 24 horas em um 100

13

14
determinado local.

0
90

12
0
80% 16 80

10

11
14

0
0
70

90
Umidade Relativa Temperatura 12 60
10

70

80
70%
Temperatura (°C)
Umidade relativa

50
Z = N para os núcleos sobre esta linha
8

60
40
6

50
30
60% 4

30

40
20
2
20
10
0 10

50% 0
–2 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Número de prótons (Z)
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Hora do dia KAPLAN, I. Física nuclear. Rio de Janeiro:
Guanabara Dois, 1978. Adaptado.
Considerando-se as informações do texto e do gráfico, O antimônio é um elemento químico que possui 50 pró-
conclui-se que: tons e possui vários isótopos – átomos que só se diferem
a) a insolação é um fator que provoca variação da umidade pelo número de nêutrons. De acordo com o gráfico, os isóto-
relativa do ar. pos estáveis do antimônio possuem:
b) o ar vai adquirindo maior quantidade de vapor de água a) entre 12 e 24 nêutrons a menos que o número de prótons.
à medida que se aquece. b) exatamente o mesmo número de prótons e nêutrons.
c) a presença de umidade relativa do ar é diretamente pro- c) entre 0 e 12 nêutrons a mais que o número de prótons.
porcional à temperatura do ar. d) entre 12 e 24 nêutrons a mais que o número de prótons.
d) a umidade relativa do ar indica, em termos absolu- e) entre 0 e 12 nêutrons a menos que o número de prótons.
tos, a quantidade de vapor de água existente na atmos­
fera. 65. (ENEM) Em 1982, Sinésio Bonfim se lançou candidato pelo
e) a variação da umidade do ar se verifica no verão, e então PDS à prefeitura do município baiano de Jaguaquara.
não no inverno, quando as temperaturas permanecem Seu slogan de campanha, inspirado nos Jogos Olímpicos, dizia
baixas. “é ouro, prata e bronze!”.
Na noite da eleição, uma vez apuradas as urnas e consta-
64. ( ENEM) Os núcleos dos átomos são constituídos de tada a derrota, a casa de Bonfim foi cercada por adversários,
prótons e nêutrons, sendo ambos os principais responsá- que se puseram a gritar:
veis pela sua massa. Nota-se que, na maioria dos núcleos, — E agora, Sinésio, é ouro, prata ou bronze?
essas partículas não estão presentes na mesma propor- Durante horas ele suportou a provocação, até que, no
ção. O gráfico a seguir mostra a quantidade de nêutrons meio da madrugada, não aguentou mais. Com uma arma na
(N) em função da quantidade de prótons (Z) para os nú- mão e atirando para o alto, saiu de casa gritando:
cleos estáveis conhecidos. — É chumbo!
Disponível em: <https://conteudoclippingmp.planejamento.
gov.br/cadastros/noticias/2009/2/14/licao-de-casa>.
ENEM Ciências da Natureza 159

A partir das citações do texto e seus conhecimentos, É correto apenas o que se afirma em:
são feitas as seguintes afirmações: a) I. d) I e II.
I. O bronze é uma mistura de sólidos, portanto uma b) II. e) II e III.
mistura heterogênea. c) III.
II. A extração do ouro, pelo garimpeiro, geralmente é
feita por um processo mecânico denominado levigação. Responder as questões 67 e 68 de acordo com a tabela
III. O principal minério de chumbo é a galena, de onde o a seguir.
metal é extraído e usado principalmente na fabricação de
baterias e soldas. O Aedes aegypti é vetor transmissor da dengue. Uma pes-
Está(ão) correta(s): quisa feita em São Luís/MA, de 2000 a 2002, mapeou os tipos
a) somente I. de reservatório onde esse mosquito era encontrado. A tabela
b) somente II. abaixo mostra parte dos dados coletados nessa pesquisa.
c) somente III.
d) somente I e II. População de A. aegypti
e) somente II e III. Tipos de reservatórios
2000 2001 2002
66. (ENEM) No primeiro semestre de 2006, o Movimento
Global pela Criança, em parceria com o Unicef, divulgou Pneu 895 1.658 974
o relatório Salvando vidas: o direito das crianças ao tra-
tamento de HIV e aids. Nesse relatório, conclui-se que o Tambor/tanque/depósito
aumento da prevenção primária ao vírus deverá reduzir o 6.855 46.444 32.787
de barro
número de novos casos de infecção entre jovens de 15 a 24
anos de idade, como mostra o gráfico a seguir.
Vaso de planta 456 3.191 1.399

Material de construção/pe­
271 436 276
ça de carro

Garrafa/lata/plástico 675 2.100 1.059

Poço/cisterna 44 428 275

Caixa-d’água 248 1.689 1.014

Recipiente natural, arma­


dilha, piscina e outros 615 2.658 1.178

Com base nesses dados, analise as seguintes afir-


mações: Total 10.059 58.604 38.962
I. Ações educativas de prevenção da transmissão do ví-
rus HlV poderão contribuir para a redução, em 2008, de Caderno Saúde Pública, vol. 20, n. 5, Rio
mais de 20% dos novos casos de infecção entre os jovens, de Janeiro, out. 2004. Adaptado.
em relação ao ano de 2005. 67. De acordo com essa pesquisa, o alvo inicial para a re-
II. Ações educativas relativas à utilização de preservati- dução mais rápida dos focos do mosquito vetor da dengue
vos nas relações sexuais reduzirão em 25% ao ano os novos nesse município deveria ser constituído por:
casos de aids entre os jovens. a) pneus e caixas-d’água.
III. Sem o aumento de medidas de prevenção primária, b) tambores, tanques e depósitos de barro.
estima-se que, em 2010, o aumento de novos casos de in- c) vasos de plantas, poços e cisternas.
fecção por HIV entre os jovens será, em relação ao ano de d) materiais de construção e peças de carro.
EM1D-12-1E

2005, 50% maior. e) garrafas, latas e plásticos.


160

68. Se mantido o percentual de redução da população total 70. (ENEM) Um jovem estudante de química quis obter hidro-
de A. aegypti observada de 2001 para 2002, teria sido en- gênio e, para isso, decidiu reagir magnésio com ácido clorí-
contrado, em 2003, um número total de mosquitos: drico. Em um erlenmeyer, o estudante reagiu, então, 100 g de
a) menor que 5.000. magnésio com 100 mL de ácido clorídrico a 2 mol · L–1, ob-
b) maior que 5.000 e menor que 10.000. tendo um sal e o gás desejado. Ao final da reação, o jovem
c) maior que 10.000 e menor que 15.000. recolheu o H2 em outro recipiente e classificou, respectiva-
d) maior que 15.000 e menor que 20.000. mente, os reagentes e produtos como substâncias simples
e) maior que 20.000. ou compostas. Por fim, anotou o tipo de mistura que obteve
no seu sistema final. Qual a sequência correta das classifi-
69. (ENEM) No século XVIII, o naturalista sueco Lineu acre- cações dadas pelo estudante?
ditava que existiam cerca de 10 mil espécies de seres vivos. a) Simples, composta, composta, simples, mistura homogênea
Atualmente, já são mais de 2 milhões de espécies identificadas b) Composta, composta, composta, simples, mistura hete-
e nomeadas. Essa incrível variedade torna necessário um siste- rogênea
ma eficiente para organizar a enorme diversidade biológica. Os c) Simples, simples, composta, composta, mistura hete-
cientistas dividem os seres vivos em categorias ou grupos taxo- rogênea
nômicos, de acordo com suas características comuns. O gráfico d) Simples, composta, composta, simples, mistura hete-
a seguir representa as frações de certos grupos taxonômicos. rogênea
e) Composta, simples, simples, composta, mistura homogênea

71. (ENEM) A Organização das Nações Unidas instituiu, em


1992, o Dia Mundial da Água – 22 de março. O objetivo
da data é refletir, discutir e buscar soluções para a polui-
ção, desperdício e escassez de água no mundo todo. Mas
há muitos outros desafios: saber usá-la de forma racional,
conhecer os cuidados que devem ser tomados para garantir
o consumo de uma água com qualidade e buscar condições
para filtrá-la adequadamente, de modo a tirar dela o máxi-
mo proveito possível. Sobre a água, podemos afirmar:
a) É considerada potável quando pode ser consumida pelos
seres humanos.
b) É tratada pelas estações de tratamento e chega a nossas re-
sidências pura, ou seja, isenta de micro-organismos e bactérias.
c) É uma substância com ligações covalentes polares e inte-
rações entre moléculas do tipo forças de dispersão de London.
A análise do gráfico permite afirmar que: d) É considerada um solvente universal e possui baixa ten-
a) a soma das frações que incluem bactérias e amebas é são superficial.
maior do que a soma das frações que incluem a levedura e e) Na temperatura ambiente, encontra-se no estado líqui-
a samambaia. do, graças às ligações moleculares apolares.
b) a fração que inclui sardinha, pardal, cascavel e baleia é
muito maior do que a fração que inclui água-viva, planária 72. (ENEM) Um aluno, no laboratório, derramou ácido sul-
e minhoca. fúrico no braço. Qual é o melhor procedimento a adotar?
c) a fração que inclui rosa, tulipa e margarida é maior do a) Chamar imediatamente o médico e não tocar na zona
que a fração que inclui aranha. atingida enquanto ele não chegar.
d) a soma das frações dos eucariontes não vegetais corres- b) Aplicar imediatamente uma pomada gordurosa para di-
ponde, aproximadamente, a 25% do total. minuir a dor e evitar o contato do ar com a zona atingida.
e) os escorpiões estão incluídos na fração que representa c) Lavar imediatamente o braço com água corrente em
quase a metade do total. profusão e depois aplicar uma solução diluída de bicarbo-
nato de sódio.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas
d) Aplicar imediatamente sobre a zona atingida uma solu-
ou biológicas de produtos, sistemas
ção de hidróxido de sódio para neutralizar o ácido.
ou procedimentos tecnológicos às
e) Ingerir imediatamente um antídoto contra envenena-
finalidades a que se destinam.
mento por ácido sulfúrico.
ENEM Ciências da Natureza 161

73. (Encceja) O chamado sal light é aquele que contém parte do NaCℓ substituído por KCℓ, sendo indicado para as pessoas
que devem reduzir o teor de sódio em sua alimentação diária. A tabela seguinte compara algumas características desses
dois sais.
Na tabela, aproximar o símbolo do número. Ex.: 20 ºC

Cor adquirida pela chama


Solubilidade em Densidade
Sal Aspecto do fogão quando o sal é
água a 20°C a 20°C
pulverizado sobre ela

NaCℓ 1,0 g/2,8 mL de água 2,17 g/cm3 Pó cristalino branco Amarelo intenso

KCℓ 1,0 g/2,8 mL de água 1,98 g/cm3 Pó cristalino branco Lilás e violeta

Para verificar se, em certo sal light, parte do cloreto de sódio foi realmente substituído por cloreto de potássio,
basta:
a) determinar a densidade, que deve estar entre 1,98 g/cm3 e 2,17 g/cm3.
b) determinar a solubilidade em água, que deve ser de 1,0 g/2,8 mL de água.
c) observar o aspecto, que deve ser de um pó cristalino branco.
d) fazer a relação solubilidade e densidade.
e) observar a cor adquirida pela chama do fogão, que deve ser amarela intensa.

74. (Encceja) tres com automóveis no país. Em termos absolutos, esse núme-
ro só é inferior ao da Índia (105,7 mil), da China (96,6 mil), dos
Receita de pão caseiro salgado
Estados Unidos (42,6 mil) e da Rússia (35,9 mil). O Brasil,
Ingredientes em porcentagem, ocupa uma posição intermediária, com 18
• 2 tabletes de fermento biológico mortes para cada 100 mil habitantes. As informações são do
• 1/2 copo de água morna jornal O Estado de S. Paulo. Apesar desse número assusta-
• 1 colher de sopa de açúcar dor, o número de mortes para cada 100 mil habitantes vem
• 1 pitada de sal diminuindo ao longo do tempo: no final dos anos setenta,
• 2 colheres de sopa de óleo morriam 21 pessoas para cada 100 mil habitantes. Outro de-
• 1 ovo talhe importante é que a frota de veículos mais que dobrou
• farinha de trigo para dar consistência à massa nos últimos 15 anos. Um dos motivos para essa diminuição
relativa é a mudança de conceito: antigamente, os automó-
Observe que a receita é de pão salgado e, ainda assim, veis eram fabricados com peças de aço grossas; hoje, o carro
ela leva açúcar. Isso se justifica porque o açúcar: é fabricado de forma que, após uma batida, ele se deforme
a) diminui o sabor mais forte que o fermento dá ao pão. muito mais, absorvendo o impacto. Essa tecnologia veio das
b) reduz a ação do sal. pistas de corrida, onde numa batida o carro se desintegra,
c) é a fonte energética para os micro-organismos. mas o piloto é poupado.
d) contribui para dar sabor ao pão. Suponha que um veículo, de massa 1.000 kg, colida a
e) aumenta a acidez do pão. 36 km/h (10 m/s), contra uma parede indeformável. Duran-
te essa colisão, o carro é submetido a uma força média F1 e se
H19 Avaliar métodos, processos ou procedimentos
deforma 5 cm. Se, entretanto, a deformação for de 50 cm, a
das ciências naturais que contribuam para
diagnosticar ou solucionar problemas de força média atuante é de F2. Qual é a razão F1 ?
F2
ordem social, econômica ou ambiental.
10 m/s
75. (ENEM) A Organização Mundial da Saúde (OMS) publi-
F
cou, recentemente, o maior estudo já realizado sobre o im-
pacto dos desastres para a saúde. Nesse relatório, o Brasil
aparece como o país com o quinto maior número de mortes a) 1.000 d) 1
no trânsito de todo o mundo. A OMS utilizou dados de 2007 b) 100 e) 0,1
EM1D-12-1E

e, naquele ano, houve 35,1 mil mortes causadas por desas- c) 10


162

76. (ENEM) O piloto de um avião deseja voar para o norte, Se, para o criador, essas mudanças são um problema
mas um vento de 100 km/h está soprando para o oeste. para a espécie em questão, essa metamorfose apresenta
Sabendo-se que a velocidade do avião, em ar tranquilo, é uma vantagem importante para sua sobrevivência, pois:
de 300 km/h, qual deverá ser, aproximadamente, o ângulo a) aumenta a predação entre os indivíduos.
entre a direção para a qual o piloto deve apontar o avião e b) aumenta o ritmo de crescimento.
a direção norte-sul? c) diminui a competição entre os indivíduos da mesma
espécie.
Dados: 2 = 1, 4 ; 10 = 3,16 ; tg 18° = 0,33; tg 36° = 0,73 d) diminui a quantidade de nichos ecológicos ocupados
pela espécie.
a) 30° d) 36° e) mantém a uniformidade da espécie.
b) 45° e) 18°
c) 60° C6 Apropriar-se de conhecimentos da Física para,
em situações-problema, interpretar, avaliar ou
77. (ENEM) planejar intervenções científico-tecnológicas.
Caixa-d’água Novo conjunto H20 Caracterizar causas ou efeitos dos
Cidade movimentos de partículas, substâncias,
3 metros objetos ou corpos celestes.

Em uma cidade, o sistema de abastecimento de água 79. (ENEM) “Quatro, três, dois, um... Vá!” O relógio marca-
foi projetado usando uma grande caixa-d’água e funciona va 9h32min (4h32min em Brasília) na sala de comando da
atendendo com eficiência a todos os consumidores. Com a Organização Europeia de Pesquisa Nuclear (CERN), na fron-
construção de um novo conjunto habitacional em um nível teira da Suíça com a França, quando o narrador anunciou
3 m mais alto em relação ao plano da cidade, a distribuidora o surgimento de um flash branco nos dois telões. Era sinal
de água só poderá atender à nova ligação do conjunto se: de que o experimento científico mais caro e mais comple-
a) aumentar o volume da caixa-d’água e diminuir a sua altura. xo da humanidade tinha dado seus primeiros passos rumo
b) a altura da caixa-d’água for superior à do conjunto. à simulação do Big Bang, a grande explosão que originou
c) aumentar o volume da caixa-d’água mantendo sua altura. o universo. A plateia, formada por jornalistas e cientistas,
d) a altura da caixa-d’água ficar a mesma. comemorou com aplausos assim que o primeiro feixe de pró-
e) a altura da caixa-d’água for inferior à do conjunto. tons foi injetado no interior do Grande Colisor de Hadrons
(LHC – Large Hadrons Collider), um túnel de 27 km de cir-
78. (ENEM) A atividade pesqueira é antes de tudo extra- cunferência construído a 100 m de profundidade. Duas horas
tivista, o que causa impactos ambientais. Muitas espécies depois, o segundo feixe foi lançado, em sentido contrário. Os
já apresentam sério comprometimento em seus estoques e, feixes vão atingir velocidade próxima à da luz e, então, coli-
para diminuir esse impacto, várias espécies vêm sendo cul- dirão um com o outro. Essa colisão poderá ajudar a decifrar
tivadas. No Brasil, o cultivo de algas, mexilhões, ostras, mistérios do universo.
peixes e camarões vem sendo realizado há alguns anos, CRAVEIRO, R. Máquina do Big Bang é ligada. Correio
com grande sucesso, graças ao estudo minucioso da biolo- Braziliense, Brasília, 11 set. 2008, p. 34. Adaptado.
gia dessas espécies.
Os crustáceos decápodes, por exemplo, apresentam du- Segundo o texto, o experimento no LHC fornecerá dados
rante seu desenvolvimento larvário várias etapas com mu- que possibilitarão decifrar os mistérios do universo. Para
dança radical de sua forma. analisar esses dados provenientes das colisões no LHC, os
pesquisadores utilizarão os princípios de transformação da
energia. Sabendo desses princípios, pode‑se afirmar que:
a) as colisões podem ser elásticas ou inelásticas e, em am-
bos os casos, a energia cinética total se dissipa na colisão.
b) a energia dos aceleradores é proveniente da energia li-
Algumas das fases larvárias de crustáceos
berada nas reações químicas no feixe injetado no interior
Não só a sua forma muda, mas também a sua alimenta- do Grande Colisor.
ção e hábitat. Isso faz com que os criadores estejam atentos c) o feixe de partículas adquire energia cinética prove-
a essas mudanças, porque a alimentação ministrada tem de niente das transformações de energia ocorridas na intera-
mudar a cada fase. ção do feixe com os aceleradores.
ENEM Ciências da Natureza 163

d) os aceleradores produzem campos magnéticos que não 82. (ENEM) Uma das tecnologias mais impressionantes cria-
interagem com o feixe, já que a energia preponderante das das pelo homem são os foguetes. O espetáculo de lançamen-
partículas no feixe é a energia potencial. to de um desses artefatos tecnológicos é gigantesco. São
e) a velocidade das partículas do feixe é irrelevante nos poucos os países que dominam essa tecnologia. Ao assistir,
processos de transferência de energia nas colisões, sendo pela TV, ao lançamento de um desses foguetes, foram feitas
a massa das partículas o fator preponderante. as afirmativas a seguir:

80. (ENEM)
Seu olhar
Na eternidade
Eu quisera ter
Tantos anos-luz
Quantos fosse precisar
Pra cruzar o túnel
Do tempo do seu olhar
Gilberto Gil

Gilberto Gil usa na letra da música a palavra composta


anos-luz. O sentido prático, em geral, não é obrigatoria-
mente o mesmo que na ciência. Na Física, ano-luz é uma I. Os gases ejetados colidem com a base, o que impulsi-
medida que relaciona a velocidade da luz e o tempo de um na o foguete para cima.
ano e que, portanto, se refere a: II. Os gases são ejetados para baixo, fazendo o foguete
a) tempo. d) velocidade. se movimentar para cima, devido à 3ª lei de Newton.
b) aceleração. e) luminosidade. III. Os gases ejetados possuem quantidade de movimento
c) distância. maior que a do foguete, por isso o foguete começa a subir
vagarosamente.
81. (ENEM) Um jovem, sentado no banco da frente de um Em relação a essas afirmativas, quais são corretas?
carro, percebe que, durante uma subida, a velocidade, dada a) Somente a I e a II. d) Somente a III.
pelo velocímetro, diminui de 120 km/h para 102 km/h, b) Somente a I. e) Todas.
mesmo o carro estando acelerado ao máximo. Chegando em c) Somente a II.
casa, estudando para a prova de física, o jovem lembra-se
do movimento do carro durante a subida e resolve deter- 83. (ENEM) O ônibus espacial Atlantis foi lançado ao espaço
minar a força resultante sobre o carro durante a subida. com cinco astronautas a bordo e uma câmera nova, que iria
Considerando que a massa total do carro era de 1.200 kg e substituir uma outra danificada por um curto-circuito no
a que a subida durou 20 s, assinale a alternativa correta. telescópio Hubble. Depois de entrarem em órbita a 560 km
de altura, os astronautas se aproximaram do Hubble. Dois
astronautas saíram da Atlantis e se dirigiram ao telescópio.
Ao abrir a porta de acesso, um deles exclamou: “Esse teles-
cópio tem a massa grande, mas o peso é pequeno.”

a) A força resultante média tinha intensidade de 300 N, para-


lela ao plano da subida e com sentido para cima.
b) A força resultante média tinha intensidade de 1.080 N,
paralela ao plano da subida e com sentido para cima.
c) A força resultante média tinha intensidade de 300 N, para-
lela ao plano da subida e com sentido para baixo.
d) A força resultante média tinha intensidade de 1.080 N, pa-
ralela ao plano da subida e com sentido para baixo.
EM1D-12-1E

e) A força resultante média tinha intensidade de 690 N,


paralela ao plano da subida e com sentido para cima.
164

Considerando o texto e as leis de Kepler, pode-se afir- intermediários. Sendo assim, a Lua na fase ilustrada na
mar que a frase dita pelo astronauta: figura a seguir poderá ser observada no ponto mais alto de
a) se justifica porque o tamanho do telescópio determina a sua trajetória no céu por volta de:
sua massa, enquanto seu pequeno peso decorre da falta de
ação da aceleração da gravidade.
b) se justifica ao verificar que a inércia do telescópio é
grande comparada à dele próprio, e que o peso do telescópio
é pequeno porque a atração gravitacional criada por sua
massa era pequena.
c) não se justifica, porque a avaliação da massa e do peso
de objetos em órbita tem por base as leis de Kepler, que não
se aplicam a satélites artificiais.
d) não se justifica, porque a força-peso é a força exercida a) meia-noite.
pela gravidade terrestre, neste caso, sobre o telescópio e é b) três horas da madrugada.
a responsável por manter o próprio telescópio em órbita. c) nove horas da manhã.
e) não se justifica, pois a ação da força-peso implica a ação d) meio-dia.
de uma força de reação contrária, que não existe naquele e) seis horas da tarde.
ambiente. A massa do telescópio poderia ser avaliada sim-
plesmente pelo seu volume. 86. (ENEM) Com relação ao funcionamento de uma bicicleta
de marchas, onde cada marcha é uma combinação de uma
84. (ENEM) Um portão está fixo em um muro por duas do- das coroas dianteiras com uma das coroas traseiras, são
bradiças A e B, conforme mostra a figura, sendo P o peso formuladas as seguintes afirmativas:
do portão. I. Numa bicicleta que tenha duas coroas dianteiras e
cinco traseiras, temos um total de dez marchas possíveis
onde cada marcha representa a associação de uma das coroas
A dianteiras com uma das traseiras.
II. Em alta velocidade, convém acionar a coroa dianteira
de maior raio com a coroa traseira de maior raio também.
III. Em uma subida íngreme, convém acionar a coroa
dianteira de menor raio e a coroa traseira de maior raio.
Entre as afirmações acima, estão corretas:
a) I e III, apenas. d) II, apenas.
B b) I, II e III. e) III, apenas.
c) I e II, apenas.

Caso um garoto se dependure no portão pela extremi- 87. (ENEM) Uma fábrica de motocicletas, antes de lançar
dade livre, e supondo que as reações máximas suportadas um modelo no mercado, realizou um teste de desempenho
pelas dobradiças sejam iguais: conforme o gráfico a seguir.
a) é mais provável que a dobradiça A arrebente primeiro v (m/s)
que a B.
b) é mais provável que a dobradiça B arrebente primeiro
que a A. 30
c) seguramente as dobradiças A e B arrebentarão simul-
taneamente.
20 IV
d) nenhuma delas sofrerá qualquer esforço. V
e) o portão quebraria ao meio, ou nada sofreria. III
II
85. (ENEM) No Brasil, verifica-se que a Lua, quando está na I 2 4 6 8 10 t (s)
fase cheia, nasce por volta das 18 horas e se põe por volta – 10
das 6 horas. Na fase nova, ocorre o inverso: a Lua nasce
– 20
às 6 horas e se põe às 18 horas, aproximadamente. Nas fa-
ses crescente e minguante, ela nasce e se põe em horários
ENEM Ciências da Natureza 165

Analisando o gráfico anterior, o movimento realizado pela para o trem seja de 0,1 g, em que g é a aceleração da gravida-
motocicleta nos trechos I, II, III, IV e V foi, respectivamente: de (considerada igual a 10 m/s2), e que a velocidade do trem
a) acelerado, acelerado, retardado, retardado e acelerado. se mantenha constante em todo o percurso, seria correto
b) retardado, acelerado, acelerado, acelerado e retardado. prever que as curvas existentes no trajeto deveriam ter raio
c) acelerado, retardado, acelerado, retardado e acelerado. de curvatura mínimo de, aproximadamente:
d) retardado, acelerado, retardado, acelerado e retardado. a) 80 m. d) 1.600 m.
e) retardado, retardado, acelerado, acelerado e retardado. b) 430 m. e) 6.400 m.
c) 800 m.
88. ( ENEM) No seu livro Diálogo sobre os dois principais sis-
temas do mundo: o ptolomaico e o copernicano, publicado H21 Utilizar leis físicas e/ou químicas
em 1632, Galileu Galilei (1564-1642) analisou a queda de um para interpretar processos naturais ou
corpo em um navio parado e em movimento, discutiu a queda tecnológicos inseridos no contexto da
de um corpo do alto de uma torre, o movimento dos projéteis termodinâmica e/ou do eletromagnetismo.
e o voo das aves na Terra em movimento. Em toda essa dis-
cussão, Galileu utilizou o princípio da relatividade do movi- 90. (Encceja) Leia o anúncio.
mento ou princípio da independência dos movimentos. Esse A nossa empresa usa alta tecnologia para produzir pa-
mesmo princípio seria utilizado por Galileu para demonstrar nelas de aço inox com fundo triplo. São duas camadas de
a trajetória parabólica dos corpos lançados horizontalmente aço inox envolvendo uma camada de alumínio. Dessa forma o
ou obliquamente de uma superfície acima do solo, conforme calor da chama se distribui por igual, deixando os alimentos
registrou no livro Discursos e demonstrações matemáticas muito mais macios e saborosos. Além disso, a comida cozinha
em torno de duas novas ciências, publicado em 1638. muito mais rápido, o que acaba gerando economia para você.
Revista Brasileira de Ensino de Física, vol. 19, n. 2, jun. 1997. Podemos afirmar que o fundo triplo tem o efeito de:
Considere as seguintes afirmações: a) levar o calor para as bordas, pois o alumínio tem uma
I. Um corpo pode estar em repouso em relação a um condutividade melhor que o aço.
referencial e em movimento em relação a outro referencial. b) aumentar a temperatura do alimento acima do ponto de
II. Considerando a Terra como referencial, pode-se dizer ebulição, gerando economia de gás.
que ela gira em torno do Sol. c) tornar os alimentos mais saborosos, porque o cozimento
III. Desprezando-se a resistência do ar, a trajetória de um ocorre mais rápido no centro.
corpo que é abandonado de um avião, em voo plano e hori- d) aumentar a espessura do fundo para distribuir melhor o
zontal, é um arco de parábola. calor. O alumínio é usado por economia de material.
IV. Uma bola de tênis é lançada horizontalmente, du- e) aumentar o gasto de gás, mas diminuir o tempo de
rante o serviço do tenista, com velocidade de 70 km/h. cozimento.
Desprezando-se a resistência do ar, pode-se afirmar que a 91. (Encceja) Suponha que uma indústria de panelas dis-
bola atinge o solo com velocidade horizontal de 70 km/h. ponha de três materiais, X, Y e Z, para utilizar na fabrica-
Está correto o que se afirma em: ção de panelas. Os valores de condutividade térmica desses
a) I, apenas. d) II e III, apenas.
materiais estão apresentados na tabela. Valores baixos de
b) II, apenas. e) I e IV, apenas.
condutividade térmica indicam bons isolantes.
c) I, III e IV.
Material Condutividade térmica
89. (ENEM) O Brasil pode se transformar no primeiro país das industrializado (Kcal/°C·m·s)
Américas a entrar no seleto grupo das nações que dispõem de
trens-bala. O Ministério dos Trans­portes prevê o lançamento X 7 · 10–2
do edital de licitação internacional para a construção da fer- Y 1 · 10–3
rovia de alta velocidade Rio-São Paulo. A viagem ligará os 403
Z 9 · 10–6
quilômetros entre a Central do Brasil, no Rio, e a Estação da
Luz, no centro da capital paulista, em uma hora e 25 minutos. Para produzir uma panela com cabo, a indústria deve
Disponível em: <http://oglobo.globo.com>. Acesso em: 14 jul. 2009. utilizar:
a) Z para a panela e Y para o cabo.
Devido à alta velocidade, um dos problemas a ser enfren- b) X para a panela e Z para o cabo.
tado na escolha do trajeto que será percorrido pelo trem é c) Y para a panela e X para o cabo.
EM1D-12-1E

o dimensionamento das curvas. Considerando-se que uma d) X para a panela e Y para o cabo.
aceleração lateral confortável para os passageiros e segura e) Z para a panela e X para o cabo.
166

92. (Encceja) No dia a dia, observam-se duas panelas em b) o calor flui de forma não espontânea da parte mais
funcionamento, de mesmo tamanho, uma feita de ferro, ou- fria, no interior, para a mais quente, no exterior da
tra de pedra. A panela de pedra demora mais que a panela geladeira.
de ferro para esquentar. Em compensação, ela permanece c) a quantidade de calor cedida ao meio externo é igual ao
quente por mais tempo que a similar de ferro. calor retirado da geladeira.
Isso ocorre porque: d) a eficiência é tanto maior quanto menos isolado ter-
a) a panela de pedra retém mais calor e tem menor con- micamente do ambiente externo for o seu compartimento
dutividade. interno.
b) a panela de ferro retém mais calor e tem menor condu- e) a energia retirada do interior pode ser devolvida à ge-
tividade. ladeira abrindo-se a sua porta, o que reduz seu consumo
c) a panela de pedra é mais leve que a de ferro. de energia.
d) a panela de ferro absorve mais calor e a de pedra perde
mais calor. 94. (Encceja) Colocar uma panela com água para ferver em
e) a panela de ferro é mais leve que a de pedra. um fogão é uma tarefa diária para quem cozinha. Entre-
tanto, poucos se dão conta de que se pode economizar uma
93. (ENEM) A invenção da geladeira proporcionou uma re- fração apreciável de gás, energia elétrica ou lenha – depen-
volução no aproveitamento dos alimentos, ao permitir que dendo do tipo de fogão –, se a panela permanecer tampada
fossem armazenados e transportados por longos períodos. até a fervura. Essa economia provém:
A figura apresentada ilustra o processo cíclico de funciona- a) da melhor distribuição do calor ao redor da panela.
mento de uma geladeira, em que um gás no interior de uma b) da redução do movimento de convecção da água no in-
tubulação é forçado a circular entre o congelador e a parte terior da panela.
externa da geladeira. É por meio dos processos de compres- c) da energia que deixa de ser perdida para o ar com a
são, que ocorrem na parte externa, e de expansão, que ocor- evaporação da água.
rem na parte interna, que o gás proporciona a troca de calor d) do aumento da capacidade de condução do calor quando
entre o interior e o exterior da geladeira. se tampa a panela.
e) do equilíbrio térmico entre a panela e o fogão.

H22 Compreender fenômenos decorrentes da


interação entre a radiação e a matéria em
suas manifestações em processos naturais
ou tecnológicos, ou em suas implicações
biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Compartilhamento
do congelador
95. (ENEM) Um poeta habitante da cidade de Poços de Cal-
das-MG assim externou o que estava acontecendo em sua
cidade:

Hoje, o planalto de Poços de Caldas não


serve mais. Minério acabou.
Compressor Só mancha, “nunclemais”.
Mas estão “tapando os buracos”, trazendo para cá
Válvula de
expansão [“Torta II” 1,
aquele lixo do vizinho que você não gostaria
de ver jogado no quintal da sua casa.
Sentimentos mil: do povo, do poeta e do Brasil.
Disponível em: <http://home.howstuffworks.
com>. Acesso em: 19 out. 2008. Adaptado. Hugo Pontes. In: M. E. M. Helene. A radioatividade e
o lixo nuclear. São Paulo: Scipione, 2002, p. 4.
1. Torta II – Lixo radioativo de aspecto pastoso
Nos processos de transformação de energia envolvidos
no funcionamento da geladeira: A indignação que o poeta expressa no verso “Senti-
a) a expansão do gás é um processo que cede a energia mentos mil: do povo, do poeta e do Brasil” está relacio-
necessária ao resfriamento da parte interna da geladeira. nada com:
ENEM Ciências da Natureza 167

a) a extinção do minério decorrente das medidas adotadas d) maior refração ao atravessar os átomos de carbono que
pela metrópole portuguesa para explorar as riquezas mine- os átomos de cálcio.
rais, especialmente em Minas Gerais. e) maior ionização de moléculas de água que de átomos
b) a decisão tomada pelo governo brasileiro de receber o de carbono.
lixo tóxico oriundo de países do Cone Sul, o que caracteriza
o chamado comércio internacional do lixo. H23 Avaliar possibilidades de geração, uso ou
c) a atitude de moradores que residem em casas próximas transformação de energia em ambientes
umas das outras, quando um deles joga lixo no quintal do específicos, considerando implicações éticas,
vizinho. ambientais, sociais e/ou econômicas.
d) as chamadas operações tapa-buracos, desencadeadas
com o objetivo de resolver problemas de manutenção das 97. (Encceja) João quer viajar de trem desde a estação Brás
estradas que ligam as cidades mineiras. em São Paulo até a estação de Jundiaí, no mesmo estado.
e) os problemas ambientais que podem ser causados quan- Ele procurou na Internet e encontrou no sítio da compa-
do se escolhe um local para enterrar ou depositar lixo tó- nhia de trem a informação que consta no quadro seguinte.
xico.
COMPANHIA PAULISTA DE Viagem ponto-a-ponto
96. (ENEM) Considere um equipamento capaz de emitir ra- TRENS METROPOLITANOS
Sugestão de roteiro
diação eletromagnética com comprimento de onda bem me-
nor que a da radiação ultravioleta. Suponha que a radiação Estação inicial – Brás
emitida por esse equipamento foi apontada para um tipo Estação final – Jundiaí
específico de filme fotográfico e entre o equipamento e o Tempo estimado de viagem: 1 hora e 50 min
filme foi posicionado o pescoço de um indivíduo. Quanto
mais exposto à radiação, mais escuro se torna o filme após CPTM Embarque na estação Brás. Siga
a revelação. Após acionar o equipamento e revelar o filme, Linha D até Luz.
evidenciou-se a imagem mostrada na figura abaixo.

Na estação Luz, transfira para a



Linha A – CPTM
CPTM
(transferência gratuita)

CPTM
Siga até Francisco Morato
Linha A

Na estação Francisco Morato,


 transfira para a linha A Extensão
– CPTM (transferência gratuita).

CPTM
Linha A Siga até Jundiaí.
Extensão

Nota: Este roteiro de viagem é gerado de forma automática,


de acordo com as estações informadas. O tempo estimado
Dentre os fenômenos decorrentes da interação entre a de viagem é baseado no regime normal de operação e não
radiação e os átomos do indivíduo que permitem a obtenção leva em conta fatos eventuais que possam gerar atrasos.
desta imagem inclui-se a:
a) absorção da radiação eletromagnética e a consequen- Em um período de regime normal de operação, sendo
te ionização dos átomos de cálcio, que se transformam em a distância entre as duas estações igual a 120 km, o valor
átomos de fósforo. aproximado do módulo da velocidade média desenvolvida
b) maior absorção da radiação eletromagnética pelos áto- no percurso é de:
mos de cálcio que por outros tipos de átomos. a) 75 km/h. d) 50 km/h.
EM1D-12-1E

c) maior absorção da radiação eletromagnética pelos áto- b) 65 km/h. e) 82 km/h.


mos de carbono que por átomos de cálcio. c) 55 km/h.
168

98. (Encceja) O motor elétrico de um elevador de automóvel seria a energia consumida por ele para, partindo do repou-
foi dimensionado para ser capaz de levantar um carro em so, atingir velocidade de 30 m/s?
40 s. Se quiséssemos levantar o carro em 20 s, seria sufi-
ciente um motor com: m⋅ v2
a) a metade da potência do anterior. Dado: Energia cinética:
2
b) a mesma potência do anterior.
c) o dobro da potência do anterior. a) 720 kJ d) 1.440 kJ
d) o triplo da potência do anterior. b) 180 kJ e) 90 kJ
e) o quádruplo da potência do anterior. c) 360 kJ

99. (ENEM) O esquema abaixo mostra, em termos de potên- 101. (ENEM) A eficiência de uma usina hidrelétrica é de-
cia (energia/tempo), aproximadamente, o fluxo de energia, fi nida como o produto entre as eficiências das turbinas e
a partir de uma certa quantidade de combustível vinda do do gerador. Aproveitando o desnível de 50 m de um rio,
tanque de gasolina, em um carro viajando com velocidade planeja-se construir uma usina hidrelétrica que produza
constante. uma potência de 100 MW. Se as eficiências das turbinas
hidráulicas e do gerador elétrico são, respectivamente, 95% e
Energia dos
hidrocarbonetos Luzes, 90%, e considerando a aceleração da gravidade igual a 10 m/s2,
não queimados, ventilador, qual deve ser, aproximadamente, a vazão, em kg/s, de água
energia térmica gerador,
dos gases direção,
necessária para produzir aquela potência?
de escape e bomba
Energia
a) 1,2 · 105 d) 4,5 · 105
Evaporação transferência ao ar hidráulica b) 2,3 · 10 5 e) 6,8 · 105
térmica
1kW ambiente 56,8 kW etc. 2,2 kW 5
3 kW c) 3,0 · 10

102. (ENEM) O Sol representa uma fonte limpa e inesgotá-


vel de energia para o nosso planeta. Essa energia pode ser
No tanque de
gasolina 72 kW captada por aquecedores solares, armazenada e convertida
71 kW Rodas
14,2 kW 12kW 9kW
posteriormente em trabalho útil. Considere determinada
Motor de Transmissão e região cuja insolação – potência solar incidente na superfí-
combustão engrenagens
cie da Terra – seja de 800 watts/m2. Uma usina termossolar
O esquema mostra que, na queima da gasolina, no mo- utiliza concentradores solares parabólicos que chegam a
tor de combustão, uma parte considerável de sua energia é dezenas de quilômetros de extensão. Nesses coletores so-
dissipada. Essa perda é da ordem de: lares parabólicos, a luz refletida pela superfície parabólica
a) 80%. d) 30%. espelhada é focalizada em um receptor em forma de cano e
b) 70%. e) 20%. aquece o óleo contido em seu interior a 400 °C. O calor des-
c) 50%. se óleo é transferido para a água, vaporizando-a em uma
caldeira. O vapor em alta pressão movimenta uma turbina
100. (ENEM) ...outra revolução poderá ser deflagrada por acoplada a um gerador de energia elétrica.
uma tecnologia automotiva: a propulsão alimentada pelo hi-
drogênio, em vez de petróleo. Trata-se das células de combus-
tível que convertem o gás hidrogênio em eletricidade num
processo limpo, viabilizando veículos não poluidores movidos
a motores elétricos...
O veículo a células de combustível de hidrogênio é quase
duas vezes tão eficiente quanto um motor de combustão inter-
na e, portanto, ele necessitará de apenas metade da energia
do combustível.
Scientific American Brasil, n. 6 nov. 2002, p. 82-85.

Um veículo com motor de combustão interna tem efi-


ciência de 25% e massa de 800 kg. Se esse mesmo veículo
fosse movido a células de combustível de hidrogênio, qual
ENEM Ciências da Natureza 169

Considerando que a distância entre a borda inferior para elevar a temperatura de 1 m 3 (equivalente a 1 t) de
e a borda superior da superfície refletora tenha 6 m de água de 20 °C para 100 °C, em uma hora, estará entre:
largura e que focaliza no receptor os 800 watts/m 2 de a) 15 m e 21 m. d) 680 m e 710 m.
radiação provenientes do Sol, e que o calor específi co da b) 22 m e 30 m. e) 6.700 m e 7.150 m.
água é 1 cal · g–1 · ºC–1 = 4.200 J · kg–1 · ºC–1, então c) 105 m e 125 m.
o comprimento linear do refletor parabólico necessário

103. (ENEM) Observe a situação descrita na tirinha abaixo.

Francisco Caruso & Luisa Daou, Tirinhas de Física, vol. 2, CBPF: Rio de Janeiro, 2000.

Assim que o menino lança a flecha, há transformação de um tipo de energia em outra. A transformação, nesse caso,
é de energia:
a) potencial elástica em energia gravitacional. d) cinética em energia potencial elástica.
b) gravitacional em energia potencial. e) gravitacional em energia cinética.
c) potencial elástica em energia cinética.
23% 24%
14% Indústria Produção de
Desmatamento Quase toda energia
Abre áreas para a produção Cerca de dois
plantar o que é para nosso terços abastacem
ingerimos. consumo? as indústrias e os
serviços que nos
104. (ENEM) A figura ao lado ilustra as principais fontes atendem.
de emissões mundiais de gás carbônico, relacionando-as a
nossas compras domésticas (familiares).
Com base nas informações da figura, é observado que
as emissões de gás carbônico estão diretamente ligadas às
compras domésticas. Deste modo, deduz-se das relações de
produção e consumo apresentadas que:
a) crescimento econômico e proteção ambiental são políti-
cas públicas incompatíveis.
8%
b) a redução da atividade industrial teria pouco impacto Construção
nas emissões globais de gás carbônico. 17% Faz parte
14% de nossas
c) os fluxos de carbono na biosfera não são afetados pela Agricultura
Transporte escolhas,
Cultiva os
atividade humana, pois são processos cíclicos. alimentos que
Metade dos trans- mas não é um
lados é para cargas consumo diário.
d) a produção de alimentos, em seu conjunto, é direta- comemos.
que compramos.
mente responsável por 17% das emissões de gás carbônico. Nossas compras domésticas são responsáveis por
e) haveria decréscimo das emissões de gás carbônico se o 77% das emissões de gás carbônico do mundo.

consumo ocorresse em áreas mais próximas da produção.


Cerca de 98% da produção industrial atende ao consumo
doméstico. Fonte: Agência Internacional de Energia.
EM1D-12-1E

Compre verde: como nossas compras podem ajudar a


salvar o planeta. In: Época, n. 515, 31 mar. 2008.
170

C7 Apropriar-se de conhecimentos da Química para, Pedreiro: — Olá, meu amigo, muito bom dia!
em situações-problema, interpretar, avaliar ou Atendente: — Olá, Danilo, em que posso te ajudar?
planejar intervenções científico-tecnológicas. Pedreiro: — Então, pra começar eu gostaria de dois li-
tros de X, que eu vou usar para limpar os pisos lá de casa.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da Química Atendente: — Certo...
para caracterizar materiais, substâncias Pedreiro: — Também preciso de Y, para preparar arga-
ou transformações químicas. massa (areia + cal), acho que uns três quilos são suficientes...
Atendente: — Mais alguma coisa?
105. (Encceja) Para retirar a camada de ferrugem (óxido Pedreiro: — Por enquanto é só isso, mas, e você, está bem?
hidratado) que se forma sobre objetos de ferro, eles podem Atendente: — Tudo certo, só estou com um pouco de
ser mergulhados em uma solução diluída de ácido sulfúrico queimação na região da barriga, sabe? Mas depois do ex-
(incolor), por alguns minutos, e, em seguida, lavados em pediente vou passar lá na farmácia do Ricardo e comprar
água corrente para retirar a solução salina amarelada e o um frasco de Z, pois dizem que essa queimação pode ser
ácido que ainda resta. excesso de X no estômago.
A representação que melhor resume a reação que ocorre na Baseados no diálogo entre o pedreiro e o atendente, pode-
limpeza desses objetos, segundo o enunciado, é: mos afirmar que as substâncias X, Y e Z são, respectivamente:
a) óxido + ácido → sal. a) ácido clorídrico, CaOH e hidróxido de magnésio.
b) base + ácido → óxido. b) HCl, hidróxido de cálcio e MgOH.
c) sal + óxido → ácido. c) ácido muriático, CaOH e leite de magnésia.
d) sal + ácido → base. d) HClO3, cal hidratada e Mg(OH)2.
e) hidróxido + ácido → sal + base. e) ácido clorídrico, Ca(OH)2 e hidróxido de magnésio.

106. (ENEM) Quando definem moléculas, os livros geralmente 108. (ENEM) O processo de industrialização tem gerado
apresentam conceitos como: “a menor parte da substância sérios problemas de ordem ambiental, econômica e social,
capaz de guardar suas propriedades”. A partir de definições entre os quais se pode citar a chuva ácida. Os ácidos usual-
desse tipo, a ideia transmitida ao estudante é a de que o mente presentes em maiores proporções na água da chuva
constituinte isolado (moléculas) contém os atributos do todo. são o H2CO3, formado pela reação do CO2 atmosférico com
É como dizer que uma molécula de água possui densidade, a água, o HNO3, o HNO2, o H2SO4 e o H2SO3. Esses quatro
pressão de vapor, tensão superficial, ponto de fusão, ponto de últimos são formados principalmente a partir da reação da
ebulição etc. Tais propriedades pertencem ao conjunto, isto é, água com os óxidos de nitrogênio e de enxofre gerados pela
manifestam-se nas relações que as moléculas mantêm entre si. queima de combustíveis fósseis.
OLIVEIRA, R. J. O mito da substância. In: A formação de chuva mais ou menos ácida depende
Química nova na escola, n. 1, 1995. não só da concentração do ácido formado, como também
O texto evidencia a chamada visão substancialista que do tipo de ácido. Essa pode ser uma informação útil na
ainda se encontra presente no ensino da Química. A seguir es- elaboração de estratégias para minimizar esse proble-
tão relacionadas algumas afirmativas pertinentes ao assunto. ma ambiental. Se consideradas concentrações idênticas,
I. O ouro é dourado, pois seus átomos são dourados. quais dos ácidos citados no texto conferem maior acidez
II. Uma substância macia não pode ser feita de molécu- às águas das chuvas?
las rígidas. a) HNO3 e HNO2 d) H2SO4 e HNO3
III. Uma substância pura possui pontos de ebulição e fusão b) H2SO4 e H2SO3 e) H2CO3 e H2SO3
constantes, em virtude das interações entre suas moléculas. c) H2SO3 e HNO2
IV. A expansão dos objetos com a temperatura ocorre
porque os átomos se expandem. 109. (ENEM) Cientistas americanos acreditam ter encontrado
Dessas afirmativas, estão apoiadas na visão substancia- indícios de oxigênio e, portanto, de vida na Terra há 3,46
lista criticada pelo autor apenas: bilhões de anos, quase 800 milhões de anos antes do que se
a) I e II. d) I, II e IV. pensava.
b) III e IV. e) II, III e IV. O geoquímico Hiroshi Ohmoto e sua equipe da Universidade
c) I, II e III. da Pensilvânia chegaram a essa conclusão após encontrarem di-
minutos cristais de hematita, um minério de ferro, em formação
107. (ENEM) Um pedreiro de nome Danilo foi a uma loja de de jaspe (um tipo de pedra), na região de Pilbara, um sítio ar-
materiais de construção, necessitando comprar alguns itens queológico no noroeste da Austrália.
para terminar uma obra. Chegando lá, disse ao atendente:
ENEM Ciências da Natureza 171

Em um estudo publicado na revista Nature Geoscience, eles H25 Caracterizar materiais ou substâncias,
afirmam que isso demonstra a existência de uma extensão de identificando etapas, rendimentos ou
água rica em oxigênio nesse local na época do Período Arqueano implicações biológicas, sociais, econômicas
(de 3,6 bilhões a 2,7 bilhões de anos atrás). ou ambientais de sua obtenção ou produção.
Portanto, a descoberta indica a presença de micro-orga-
nismos capazes de produzir oxigênio por fotossíntese 800 111. (ENEM) Na figura abaixo, está esquematizado um tipo
milhões de anos antes dos fósseis de micróbios fotossintéti- de usina utilizada na geração de energia.
cos mais antigos conhecidos até o momento.
“Nossa descoberta indica que a origem da vida ocorreu
há cerca de 3,5 bilhões de anos”, afirma o cientista.
Disponível em: <http://g1.globo.com/Noticias/ Água
Tecnologia/0,,MUL1043666-6174,00-ESTUDO+ANTECIPA+INI Gerador
CIO+DA+VIDA+NA+TERRA+EM+MILHOES+DE+ANOS.html>.
h
De acordo com o texto apresentado, julgue os itens a
seguir.
I. Os cristais de hematita indicam a presença de oxigê- Torre de
nio no local, pois esse elemento é um dos componentes do Turbina transmissão
minério.
II. A existência de uma extensão de água rica em oxi- Analisando o esquema, é possível identificar que se tra-
gênio indica a presença de micro-organismos capazes de ta de uma usina:
produzir esse gás por fotossíntese. a) hidrelétrica, porque a água corrente baixa a tempera-
III. As conclusões estão erradas, pois a hematita não tura da turbina.
apresenta oxigênio em sua composição. b) hidrelétrica, porque a usina faz uso da energia cinética
Está(ão) correta(s): da água.
a) apenas I. d) apenas I e II. c) termoelétrica, porque com o movimento das turbinas
b) apenas II. e) apenas III. ocorre aquecimento.
c) apenas II e III. d) eólica, porque a turbina é movida pelo movimento da água.
e) nuclear, porque a energia é obtida no núcleo das molé-
110. (ENEM) Embora os fenômenos físicos e químicos sejam culas de água.
distintos, é comum na natureza ou nas atividades humanas
a ocorrência de processos que envolvem os dois fenômenos. 112. (Encceja) Muitas pessoas associam a palavra ácido
Um bom exemplo é o funcionamento de um automóvel, em a substâncias químicas que corroem materiais e que são
que o fenômeno químico ocorre com a explosão da gaso- prejudiciais à saúde. Para mostrar que tal associação é
lina e, a partir daí, todo o sistema utiliza a energia da equivocada, basta lembrar que são classificados como
explosão em uma série de fenômenos físicos. Utilizando ácidos:
seus conhecimentos sobre fenômenos físicos e químicos, a) vinagre e suco de laranja.
assinale a alternativa que indica qual(is) item(ns) abaixo b) leite e sabão em pó.
está(ão) correto(s). c) bicarbonato de sódio e vaselina.
I. Toda combustão é um fenômeno químico exotér- d) sal de cozinha e açúcar.
mico, e a matéria produzida nela é mais estável do que e) sabão e detergente.
a matéria que sofreu combustão para formá-la.
II. A respiração dos seres vivos, a fotossíntese e a refle- 113. (ENEM) Ferramentas de aço podem sofrer corrosão e
xão da luz são exemplos de fenômenos químicos. enferrujar. As etapas químicas que correspondem a esses
III. A decomposição de um medicamento, em especial na processos podem ser representadas pelas equações:
forma de solução, e a consequente diminuição da quanti- Fe + H2O + 1/2 O2 → Fe(OH)2
dade do composto que o constitui são um exemplo de fenô-
Fe(OH)2 + 1/2 H2O + 1/4 O2 → Fe(OH)3
meno químico.
IV. O orvalho representa um fenômeno físico. Fe(OH)3 + n H2O → Fe(OH)3 · n H2O (ferrugem)
a) Somente I, II e III. d) Somente III. Uma forma de tornar mais lento esse processo de corro-
b) Somente I, III e IV. e) I, II, III e IV. são e formação de ferrugem é engraxar as ferramentas. Isso
EM1D-12-1E

c) Somente II e III. se justifica porque a graxa proporciona:


172

a) lubrificação, evitando o contato entre as ferramentas. a) 8,50 t d) 425 kg


b) impermeabilização, diminuindo seu contato com o ar b) 4,25 t e) 170 kg
úmido. c) 850 kg
c) isolamento térmico, protegendo-as do calor ambiente.
d) galvanização, criando superfícies metálicas imunes. 116. (ENEM)
e) polimento, evitando ranhuras nas superfícies.
Casa de química

114. (ENEM) O nitrato de prata é um sal inorgânico de colo-


Captação de água
ração esbranquiçada, venenoso e forte agente oxidante. Em Elevatória de
contato com pele, mucosa ou olhos, pode causar vermelhi- água bruta
Mistura rápida
dão, irritação e queimaduras. Apesar dos riscos, é bastante
utilizado como reagente em procedimentos laboratoriais. Reservatório de lavagem
Seguem algumas afirmações sobre as propriedades e a rea- Rio
tividade desse composto:
Filtro
I. Pode ser obtido pela reação entre nitrato de cálcio e
Bombeamento
prata metálica. Reservatório de
II. Apresenta propriedades típicas de compostos iônicos, água tratada
Floculador
como ponto de fusão e ebulição elevados, apesar de apre- Decantador
sentar ligações covalentes em sua estrutura.
III. Sua reação com cloreto de sódio em solução aquosa é
comprovada pela formação de precipitado.
Está(ão) correta(s):
a) apenas I e II. d) I, II e III.
b) apenas I e III. e) somente III.
c) apenas II e III.
Adutora
Rede de distribuição
115. (ENEM) No final da primeira década do terceiro milê-
nio, a humanidade ainda depende da agricultura em larga Disponível em: <http://www.copasa.com.br/cgi/cgilua.
escala para produzir alimentos e matéria-prima. Nesse ce- exe/sys/start.htm?infoid=23&sid=98&tpl=printerview>.
nário, o uso de fertilizantes ainda é necessário na maio-
ria das culturas, pois fornecem aos vegetais as grandes Com relação à representação, assinale a alternativa
quantidades de nutrientes que demandam. Os fertilizantes correta.
nitrogenados são substâncias que possuem em sua compo- a) A água obtida ao final do tratamento é pura.
sição o elemento nitrogênio num formato assimilável pelas b) A captação é de água subterrânea.
plantas. O nitrogênio é encontrado de forma abundante na c) Na decantação, separam-se da água as partículas sóli-
atmosfera em sua forma molecular (N2). Este formato é ina- das em suspensão.
proveitável à maioria dos organismos vivos. Para tornar-se d) Na filtração, separam-se as partículas dissolvidas na
“fixável”, o nitrogênio deve se transformar em outros com- água.
postos, como nitratos, nitritos ou amônia, sendo o primeiro e) A desinfecção da água ocorre quando é adicionado
o mais assimilável pela maioria dos vegetais. o flúor.
A amônia pode ser industrialmente convertida em nitrato
por um processo que tem como ponto de partida a reação dessa
H26 Avaliar implicações sociais, ambientais e/
molécula com ar, sob alta pressão e na presença de catalisador.
ou econômicas na produção ou no consumo
Nessa reação, há formação de monóxido de nitrogênio e água
de recursos energéticos ou minerais,
gasosos. O monóxido de nitrogênio ainda é oxidado e hidra- identificando transformações químicas ou
tado para originar o nitrato na forma de ácido nítrico. Assim, de energia envolvidas nesses processos.
é correto afirmar que a massa de amônia necessária para pro-
duzir 750 m3 de monóxido de nitrogênio a 3 atm e 825 °C é:
Dados: 117. (ENEM) O esquema a seguir mostra um diagrama de
Volume molar dos gases a 825 °C e 3 atm = 30,0 L bloco de uma estação geradora de eletricidade abastecida
por combustível fóssil.
Massas atômicas: H = 1 u; N = 14 u; O = 16 u
ENEM Ciências da Natureza 173

Nova Délhi e Recife, no Brasil) estão acima desse valor


apenas devido à exploração de águas subterrâneas (Nebel
Gases da e Wright, 2000).
combustão Vapor
Eletricidade Cadernos temáticos de Química nova na escola
Turbina Gerador
“Águas no planeta Terra”. In: Edição especial, mai. 2001

Caldeira De acordo com o texto, julgue os itens a seguir:


Saída H2O quente
I. A maior parte da população mundial está acima do
H2O
Condensador consumo de água mínimo necessário por ano.
II. Com o crescimento populacional, vários outros países
Entrada H2O
deverão atingir níveis de consumo de água abaixo do con-
Líquido siderado ideal.
Combustível Bomba fria
+ III. A maioria da população mundial ainda não tem
ar acesso à água de boa qualidade.
Lago
É(são) verdadeiro(s):
a) somente I. d) I e II.
b) somente II. e) II e III.
HINRICHS, R. A.; KLEINBACH, M. Energia e meio ambiente.
c) somente III.
São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. Adaptado.

Se fosse necessário melhorar o rendimento dessa usi- H27 Avaliar propostas de intervenção no meio
na, que forneceria eletricidade para abastecer uma cida- ambiente aplicando conhecimentos químicos
de, qual das seguintes ações poderia resultar em alguma e observando riscos ou benefícios.
economia de energia, sem afetar a capacidade de geração
da usina? 119. (ENEM)
a) Reduzir a quantidade de combustível fornecido à usina Condomínio da Terra
para ser queimado. “O nosso sistema de valoração é a economia, que tem que
b) Reduzir o volume de água do lago que circula no con- dar valor ao que nós mais precisamos e, neste momento, pre-
densador de vapor. cisamos mais dos serviços prestados pelas florestas do que de
c) Reduzir o tamanho da bomba usada para devolver a telefones celulares de quarta ou quinta geração”, salientou o
água líquida à caldeira. principal impulsionador do Condomínio da Terra.
d) Melhorar a capacidade de os dutos com vapor conduzi- Nas contas da equipe liderada por Robert Costanza, o ser-
rem calor para o ambiente. viço ecológico mais “valioso” prestado pela biosfera é a recicla-
e) Usar o calor liberado com os gases pela chaminé para gem de minerais, em especial carbono, nitrogênio e fósforo, que
mover um outro gerador. foi avaliada em 17 trilhões de dólares anuais.
O tratamento de resíduos e filtragem de produtos tóxicos
118. (ENEM) (2,28 trilhões), o controle de distúrbios climáticos (1,78), o
Água e população mundial armazenamento de água em bacias hidrográficas, reservatórios
e aquíferos (1,69) e a produção de alimentos (1,39) são outros
A água potável de boa qualidade é fundamental para
serviços cujo valor foi estimado.
a saúde e o bem-estar humano. Entretanto, a maioria da
Nesta lista incluem-se ainda serviços ambientais como a
população mundial ainda não tem acesso a este bem essen-
regulação dos níveis de gases atmosféricos poluentes (1,34),
cial. Mais do que isto, existem estudos que apontam para
uma escassez cada vez mais acentuada de água para a as fontes de matérias-primas (0,72), o controle biológico de
produção de alimentos, desenvolvimento econômico e pro- pragas e doenças (0,42) ou a proteção de hábitats utilizados na
teção de ecossistemas naturais. Para exercer tais ativida- reprodução e migração das espécies (0,12).
des, especialistas estimam que o consumo mínimo de água O estudo permitiu concluir, sem sombra para dúvidas, que
per capita deva ser de pelo menos 1.000 m 3 por ano. Cerca os ecossistemas do planeta prestam serviços cujo valor eco-
de 26 países, em sua maioria localizados no continente nômico é muito superior aos lucros gerados pela exploração
africano, já se encontram abaixo deste valor. Com o rápido tradicional dos seus recursos.
crescimento populacional, acredita-se que inúmeras outras “Num planeta limitado, é insustentável ter uma economia
localidades deverão atingir esta categoria no futuro próxi- baseada numa produção ilimitada”, defendeu Paulo Magalhães.
EM1D-12-1E

mo. Várias regiões do planeta (Pequim, Cidade do México, Disponível em: <http://aeiou.expresso.pt/gen.
pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/503242>.
174

De acordo com o texto, julgue os itens a seguir: Analisando o quadrinho e as relações existentes entre
I. O serviço ecológico mais valioso prestado pela biosfera os animais, podemos afirmar que entre a ave e o mamífero
é a reciclagem de carbono, nitrogênio e fósforo. há uma relação de:
II. O tratamento de resíduos e a filtragem de produtos a) parasitismo.
tóxicos só podem ser feitos pelas indústrias. b) predatismo.
III. A regulação dos níveis de poluentes na atmosfera se- c) mutualismo.
ria desnecessária se houvesse a manutenção dos ecossiste- d) comensalismo.
mas existentes na biosfera. e) antibiose.
É(são) verdadeiro(s):
a) somente I. d) I e III. 122. (Encceja) O esquema seguinte representa as relações
b) somente II. e) II e III. alimentares observadas numa área do Pantanal Mato-
c) somente III. -Grossense.

120. (ENEM) Assinale a alternativa que corresponde ao Lambaris


combustível mais adequado para a geração de energia pen- Piranhas
sando somente na diminuição de emissão de poluentes cau- Plantas aquáticas Pacus
sadores da chuva ácida.
Ariranhas
a) Biodiesel d) Etanol
Capivaras
b) Gasolina e) GNV (gás natural veicular)
c) Carvão mineral
Selecione a melhor descrição das relações alimentares
C8 Apropriar-se de conhecimentos da Biologia para, esquematizadas.
em situações-problema, interpretar, avaliar ou a) Plantas aquáticas servem de alimento para lamba-
planejar intervenções científico-tecnológicas. ris, pacus e capivaras. Piranhas alimentam-se de lam-
H28 Associar características adaptativas dos baris e pacus. Já as ariranhas alimentam-se de pacus e
organismos com seu modo de vida ou com seus piranhas.
limites de distribuição em diferentes ambientes, b) Plantas aquáticas servem de alimento para lamba-
em especial em ambientes brasileiros. ris, ariranhas e pacus. As capivaras sobrevivem ali-
mentando-se de ariranhas, lambaris, pacus e plantas
121. (Encceja) Os quadrinhos seguintes representam um aquáticas.
fenômeno comum na natureza. c) Os lambaris, os pacus e as capivaras são herbívoros. As
ariranhas se alimentam de vegetais e piranhas que, por sua
vez, se alimentam de lambaris e pacus.
d) Plantas aquáticas servem de alimento para lambaris e
ariranhas. Já os lambaris, pacus e capivaras se alimentam
de piranhas e ariranhas.
e) A ariranha serve de alimento às piranhas.

123. (ENEM) Os anfíbios anuros – sapos, rãs e pererecas –


são animais terrestres cujos ciclos de vida têm forte de-
pendência da água. Isso se deve, entre outros fatores, a
aspectos morfológicos e fisiológicos, como pele bastante
permeável à água e gases. Tipicamente, esses animais per-
dem bastante água quando expostos a ambientes secos. No
entanto, inúmeras espécies de anuros são encontradas em
ambientes com baixa disponibilidade de água, como a caatinga
brasileira, o que demonstra a capacidade deles para enfren-
tar situações de estresse hídrico. O gráfico a seguir ilustra
a variação da massa corpórea de diferentes espécies de anu-
ros devido à perda de água, ao longo do tempo de exposição
em condições desidratantes.
GENANDSZNAJDER, do. 2. ed. Ciências – O planeta Terra.
ENEM Ciências da Natureza 175

80

70

60

Massa corporal (g)


50
Espécie A
40 Espécie B
30 Espécie C

20 Espécie D
Espécie E
10

0
0 50 100 150 200
Tempo (h)

Baseado nas informações apresentadas e em seus conhecimentos, é possível afirmar que:


a) as espécies A, B e C são as mais adaptadas aos ambientes secos, pois a perda de água favorece a manutenção de uma
temperatura constante.
b) nenhuma das espécies mostradas no gráfico é capaz de ocupar ambientes secos, pois todas morrem após 150 horas,
devido à desidratação.
c) as espécies D e E podem ocupar ambientes secos, pois apresentam as menores taxas de perda de água em função do
tempo de exposição.
d) as espécies A, B e C devem possuir pele seca e bastante espessa, justificando a grande perda de água nas primeiras
horas de exposição.
e) as espécies D e E são incapazes de sobreviver em ambientes secos, pois a baixa capacidade de perder água impede a ma-
nutenção da temperatura constante.

124. (ENEM) Observe o cartaz ao lado produzido pela Pre-


feitura do Rio de Janeiro há alguns anos, com o intuito
de informar a população sobre o caramujo africano Acathina
fulica.
Assinale a alternativa incorreta a respeito do caramujo
africano e da interferência humana em ecossistemas na-
turais.
a) O caramujo africano é uma verdadeira praga para a agri-
cultura, devasta hortas e plantas ornamentais e causa da-
nos ao ambiente e prejuízos aos seres humanos.
b) Além de interferir em hábitats, por meio da produção de
poluentes, os seres humanos provocam desequilíbrios nos
ecossistemas introduzindo espécies exóticas.
c) O controle da densidade populacional é feito pela
própria natureza, quando em equilíbrio, e pelos fato-
res de resistência ambiental, tais como predatismo e
competição.
d) O caramujo africano atua como hospedeiro de agentes
causadores de doenças de interesse médico.
e) O controle biológico utilizando predadores é o mais in-
dicado para combater o caramujo, pois não há risco algum
nesse tipo de procedimento.
EM1D-12-1E
176

125. (ENEM) No início do século XX, com a finalidade de pos- 126. (Encceja) Cachaça, vinho e cerveja são bebidas muito
sibilitar o crescimento da população de veados no planalto de apreciadas que têm coloração, sabor e aroma característicos.
Kaibab, no Arizona (EUA), moveu-se uma caçada impiedosa aos Na produção dessas bebidas, sob a ação de micro-organismos,
seus predadores – pumas, coiotes e lobos. No gráfico a seguir, a os carboidratos da cana-de-açúcar, da uva e do malte são
linha cheia indica o crescimento real da população de veados, convertidos em etanol, em concentrações que variam de
no período de 1905 a 1940; a linha pontilhada indica a expecta- bebida para bebida.
tiva quanto ao crescimento da população de veados, nesse mes- O conjunto de transformações que leva à obtenção do
mo período, caso o homem não tivesse interferido em Kaibab. etanol com liberação de CO2 é conhecido como:
Número de a) alcoolização.
veados b) fermentação.
100.000
100.000 c) pasteurização.
d) condensação.
Primeiros filhotes
Morte de 60%
e) fotólise.
morrem de fome
dos filhotes
127. (ENEM) A condição dos países em desenvolvimento
50.000 Eliminação dos na busca da sustentabilidade, particularmente aqueles de
predadores 40.000 megadiversidade, depende da habilidade em proteger seus
30.000 ecossistemas, suas economias e a saúde pública. Infeliz-
20.000 mente, invasões de espécies exóticas – plantas, animais e
10.000
Proibição de caça micro-organismos – trazem uma significante e sem prece-
dente ameaça aos recursos desses países. De acordo com
1905 1910 1920 1930 1940 Tempo (anos)
a Convenção sobre Diversidade Biológica – CDB – “espécie
Amabis & Martho. Fundamentos de Biologia moderna, p. 42. exótica” é toda espécie que se encontra fora de sua área de
distribuição natural.
Para explicar o fenômeno que ocorreu com a população Ministério do Meio Ambiente. Disponível
de veados após a interferência do homem, um estudante em: <http://www.mma.gov.br>.
elaborou as seguintes hipóteses e/ou conclusões:
I. Lobos, pumas e coiotes não eram, certamente, os Sobre o assunto, é incorreto afirmar que:
únicos e mais vorazes predadores dos veados; quando es- a) espécies exóticas invasoras, por suas vantagens com-
tes predadores, até então despercebidos, foram favorecidos petitivas e favorecidas pela ausência de predadores e pela
pela eliminação de seus competidores, aumentaram nume- degradação dos ambientes naturais, dominam os nichos
ricamente e quase dizimaram a população de veados. ocupados pelas espécies nativas, notadamente em ambien-
II. A falta de alimentos representou para os veados um tes frágeis e degradados.
mal menor que a predação. b) espécies exóticas invasoras são ameaças biológicas ao
III. Ainda que a atuação dos predadores pudesse represen- meio ambiente, com enormes prejuízos à economia, à bio-
tar a morte para muitos veados, a predação demonstrou-se um diversidade e aos ecossistemas naturais, além dos riscos à
fator positivo para o equilíbrio dinâmico e a sobrevivência da saúde humana.
população como um todo. c) a destruição das barreiras biogeográficas, em razão da
IV. A morte dos predadores acabou por permitir um cres- ação antrópica, acelerou o processo de invasões biológicas,
cimento exagerado da população de veados, o que levou à pois, à medida que o homem foi colonizando novos ambien-
degradação excessiva das pastagens, tanto pelo consumo ex- tes, levou consigo plantas e animais, proporcionando, para
cessivo como pelo seu pisoteamento. diversas espécies, condições de dispersão muito além de
O estudante acertou se indicou as alternativas: suas reais capacidades.
a) I, II, III e IV. d) II e III, apenas. d) com a crescente globalização, espécies exóticas são
b) I, II e III, apenas. e) III e IV, apenas. translocadas, intencional ou não intencionalmente, para
c) I, II e IV, apenas. áreas onde não encontram predadores naturais, tornando-se
mais eficientes que as espécies nativas no uso dos recursos.
H29 Interpretar experimentos ou técnicas que e) espécies exóticas multiplicam-se lentamente, ocasio-
utilizam seres vivos, analisando implicações para nando o enriquecimento dos ambientes, o aumento da com-
o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, plexidade dos ecossistemas e o favorecimento das espécies
matérias-primas ou produtos industriais. nativas, reforçando a biodiversidade local.
ENEM Ciências da Natureza 177

H30 Avaliar propostas de alcance individual ou 130. (Encceja) Para prevenir doenças como ascaridíase e
coletivo, identificando aquelas que visam giardíase, uma das medidas mais recomendadas é:
à preservação e implementação da saúde a) a vacinação das crianças em idade escolar.
individual, coletiva ou do ambiente. b) a higienização dos alimentos, em geral.
c) a cloração da água distribuída às residências.
128. (Encceja) Lavar as mãos com sabonete reduz signifi- d) o controle sistemático dos insetos que as transmitem.
cativamente a proliferação da pneumonia e da diarreia, as e) o estímulo à medicação eficiente no início dos sin-
duas principais causas de morte no mundo em crianças me- tomas.
nores de 5 anos. Esses resultados foram obtidos de estudos
financiados por uma empresa de produtos de beleza e lim- 131. (ENEM) A nova gripe, mais conhecida como gripe suína,
peza, no Paquistão, onde os pesquisadores examinaram 900 causada pelo vírus Influenza A H1N1, vem registrando mi-
domicílios. Analise os dados da pesquisa na tabela. lhares de casos ao redor do mundo e tomou as proporções
de uma pandemia. O vírus tem uma combinação de carac-
Quantidade de casos em 100 pessoas/semana terísticas das gripes suína, aviária e humana. A malária,
causada pelo protozoário Plasmodium e transmitida pela
Número de casos picada do mosquito Anopheles fêmea, foi um dos inimigos
quando as mãos Número de casos naturais dos soldados brasileiros, paraguaios, uruguaios e
Doença
são lavadas com sem lavar as mãos. argentinos. A febre tifoide, contraída pela ingestão de água
sabão comum. e alimentos contaminados com a bactéria Salmonella typhi,
ocorre com frequência em países onde o saneamento básico
Pneumonia 2,20 4,40
é precário. A peste negra, causada pela bactéria Yersinia
Diarreia 1,91 4,06 pestis, transmitida ao ser humano através das pulgas dos
ratos pretos e outros roedores, causou a morte de milhões
Lancer. Scientific American, ano 4, n. 42. Adaptado. de pessoas na Europa durante o seculo XVI.
A tabela mostra que: De acordo com o texto e com os seus conhecimentos,
a) o hábito de lavar as mãos é dificultado pela carência assinale a alternativa correta.
econômica da região. a) Os vírus, os protozoários e as bactérias possuem organi-
b) o hábito de lavar as mãos foi suficiente para reduzir em zação celular semelhante.
mais de 50% os casos de diarreias infantis. b) Os antibióticos, que agem contra as bactérias, não têm
c) o sabonete foi mais eficiente para evitar a pneumonia nenhum efeito sobre as infecções virais.
e a diarreia. c) O combate ao vetor e o saneamento básico são me-
d) os dados da pesquisa servem exclusivamente para in- didas preventivas comuns para as doenças mencionadas
fluenciar a compra do produto produzido pela empresa. no texto.
e) o uso de sabonete foi insuficiente para diminuir os ca- d) A malária esteve presente na Guerra do Paraguai,
sos das doenças na população estudada. pois os conflitos ocorreram na fronteira amazônica bra-
sileira.
129. (Encceja) A vaginose bacteriana é uma patogenia causa- e) As vacinas desencadeiam a produção de anticorpos e
da por um desequilíbrio ecológico da flora vaginal, na qual as são utilizadas para prevenir todas as doenças mencionadas
bactérias protetoras (Lactobacilus acidophilus) são substituídas no texto.
por outras bactérias, provocando um corrimento de odor fétido.
Carlos Antônio da Costa. Ginecologia, n. 132. (ENEM) Os triglicerídios são formados pelo glicerol
4, ano 1, jul. 2003. Adaptado. ligado a três ácidos graxos. Se os ácidos graxos forem de
Para se evitar o aparecimento de corrimentos vaginais, cadeia saturada, isto é, possuírem todos os átomos de hi-
deve-se: drogênio que a cadeia carbônica pode conter, como o ácido
I. fazer higiene externa, diariamente, com sabonete esteárico, o triglicerídio será uma gordura, abundante nos
neutro. animais e geralmente sólida à temperatura ambiente. Se os
II. comer iogurtes com lactobacilos. ácidos graxos forem de cadeia insaturada, isto é, possuírem
III. usar o preservativo – camisinha – nas relações sexuais. moléculas que ainda podem receber átomos de hidrogênio,
Estão corretos os procedimentos: como o ácido oleico, o triglicerídio será um óleo, líquido à
a) I e II, apenas. d) I, II e III. temperatura ambiente e predominante nos vegetais, como
EM1D-12-1E

b) I e III, apenas. e) apenas o II. o óleo de milho e o de girassol. Pesquisas científicas mos-
c) II e III, apenas. traram os perigos do consumo excessivo de triglicerídios,
178

principalmente os de origem animal. O gráfico a seguir re- De acordo com a prosa dos dois compadres, assinale a
laciona o número de mortes por doença coronariana – coro- alternativa correta.
nárias são as artérias que irrigam o músculo cardíaco – em a) A comadre está provavelmente com esquistossomose,
10.000 homens de meia-idade durante um período de cinco contraída pela penetração de larvas miracídios ao nadar
anos e a porcentagem de gordura na dieta total, em dife- em lagoas de coceira; Rosinha, provavelmente, adquiriu
rentes países. sua doença por meio da ingestão de cistos e apresenta
sintomas de anemia devido à atividade hematófaga do
parasita.
b) A comadre está provavelmente com barriga-d’água, con-
traída ao nadar em lagoas habitadas por determinados molus-
no mortes cos, onde se reproduzem as larvas cercárias, das quais se ori-
% gordura ginam larvas miracídios que penetram ativamente pela pele;
já Rosinha denuncia sintomas característicos de malária.
c) A comadre, provavelmente, reside na zona rural, por-
A B C D E F G tanto basta mudar-se para a cidade para ficar curada; no
caso de Rosinha, a doença não tem cura.
De acordo com o texto e com o gráfico, analise as afir- d) A comadre, provavelmente, apresenta problemas no fígado,
mações a seguir. causados pelo parasita platelminto; o uso de botina seria uma
I. Uma das diferenças entre gorduras e óleos é o estado das medidas profiláticas para a provável doença de Rosinha.
físico à temperatura ambiente. e) A comadre está provavelmente com esquistossomose,
II. O número de mortes e a porcentagem de gordura na adquirida ao ingerir alimentos contaminados com ovos de
dieta são diretamente proporcionais. Schistosoma mansoni, e Rosinha apresenta sintomas de an-
III. Uma dieta rica em gordura está associada a grande cilostomose.
risco de morte por doença coronariana.
IV. As gorduras oferecem maiores riscos à saúde do que 134. (ENEM) De acordo com Edmilson Migovisky, infecto-
os óleos. logista da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o risco
São corretas: de contrair doenças como leptospirose em Santa Catarina
a) apenas II e IV. d) apenas I, III e IV. é muito grande, por conta dos alagamentos. Além disso, a
b) apenas I, II e III. e) apenas III e IV. proximidade dos sintomas da leptospirose, da hepatite A e
c) apenas I e II. da dengue pode dificultar ainda mais o diagnóstico de do-
enças das vítimas dos temporais em Santa Catarina. “Todas
133. (ENEM) as vezes em que vejo essas pessoas dentro da água, redobra
— Olá, compadre Chico. a minha preocupação. Os sintomas se parecem e fica um
— Oi, Zé. pouco confuso o diagnóstico. O tratamento é diferente e,
— A comadre Maria vai bem? E o nenê? infelizmente, nessas regiões que foram assoladas, não vem
— Não nasceu ainda não, Zé. sendo distribuída a vacina para a hepatite A”.
— Como não? Já tem mais de dez meses. Parece filho Analise as afirmações a seguir.
de burro, uai! I. Águas de enchentes podem transmitir doenças como
— Olha o respeito, Zé. A criança vai ser forte! leptospirose, hepatite A e dengue.
— Acho que não, Chico. Pelo jeito, a Maria nem deve II. A distribuição da vacina contra a hepatite A é essen-
estar grávida. O barrigão deve ser doença, verme. Se eu cial para a cura dos doentes.
fosse você, levava ela num médico. III. O diagnóstico preciso das doenças citadas no texto é
— Será? Já num basta os problemas da minha filha Ro- difícil porque cada doença apresenta sintomas bem carac-
sinha... terísticos.
— Que problemas tem a Rosinha, compadre? IV. Tanto os órgãos afetados pelas doenças citadas no
— Os de sempre. Preguiça. Só dorme, não aprende na texto quanto os medicamentos utilizados nos tratamentos
escola, está até amarela de tanto dormir. são os mesmos.
— Mas, Chico, isso também deve ser verme! a) Nenhuma afirmativa é correta.
— Puxa vida, mas tudo é verme? b) Apenas a afirmativa I é correta.
— É, pois é... c) Apenas a afirmativa II é correta.
d) As afirmativas I e III são corretas.
e) As afirmativas II e IV são corretas.
ENEM Ciências da Natureza 179

135. (ENEM) O lixo orgânico de casa – constituído de restos de Suponha que uma pessoa, desejosa de fazer seu próprio
verduras, frutas, legumes, cascas de ovo, aparas de grama, en- adubo orgânico, tenha seguido o procedimento descrito no
tre outros –, se for depositado nos lixões, pode contribuir para texto, exceto no que se refere ao umedecimento periódico
o aparecimento de animais e de odores indesejáveis. Entretan- do composto. Nessa situação:
to, sua reciclagem gera um excelente adubo orgânico, que pode a) o processo de compostagem iria produzir intenso mau
ser usado no cultivo de hortaliças, frutíferas e plantas orna- cheiro.
mentais. A produção do adubo ou composto orgânico se dá por b) o adubo formado seria pobre em matéria orgânica que
meio da compostagem, um processo simples que requer alguns não foi transformada em composto.
cuidados especiais. O material que é acumulado diariamente c) a falta de água no composto vai impedir que micro-
em recipientes próprios deve ser revirado com auxílio de ferra- -organismos decomponham a matéria orgânica.
mentas adequadas, semanalmente, de forma a homogeneizá- d) a falta de água no composto iria elevar a temperatura
-lo. É preciso também umedecê-lo periodicamente. O material da mistura, o que resultaria na perda de nutrientes es-
de restos de capina pode ser intercalado entre uma camada senciais.
e outra de lixo da cozinha. Por meio desse método, o adubo e) apenas micro-organismos que independem de oxigênio
orgânico estará pronto em aproximadamente dois a três meses. poderiam agir sobre a matéria orgânica e transformá-la em
Como usar o lixo orgânico em casa? In: Ciência adubo.
Hoje, v. 42, jun. 2008. Adaptado.

4. Objetos de conhecimento

Física • Energia, trabalho e potência – Conceituação de tra-


• Conhecimentos básicos e fundamentais – Noções balho, energia e potência. Conceito de energia potencial
de ordem de grandeza – Notação Científica. Sistema In- e de energia cinética. Conservação de energia mecânica
ternacional de Unidades. Metodologia de investigação: a e dissipação de energia. Trabalho da força gravitacional
procura de regularidades e de sinais na interpretação física e energia potencial gravitacional. Forças conservativas e
do mundo. Observações e mensurações: representação de dissipativas.
grandezas físicas como grandezas mensuráveis. Ferramen- • A Mecânica e o funcionamento do Universo –
tas básicas: gráficos e vetores. Conceituação de grandezas Força peso. Aceleração gravitacional. Lei da Gravitação
vetoriais e escalares. Operações básicas com vetores. Universal. Leis de Kepler. Movimentos de corpos celes-
• O movimento, o equilíbrio e a descoberta de leis tes. Influência na Terra: marés e variações climáticas.
físicas – Grandezas fundamentais da mecânica: tempo, Concepções históricas sobre a origem do universo e sua
espaço, velocidade e aceleração. Relação histórica entre evolução.
força e movimento. Descrições do movimento e sua inter- • Fenômenos elétricos e magnéticos – Carga elétri-
pretação: quantificação do movimento e sua descrição ma- ca e corrente elétrica. Lei de Coulomb. Campo elétrico e
temática e gráfica. Casos especiais de movimentos e suas potencial elétrico. Linhas de campo. Superfícies equipo-
regularidades observáveis. Conceito de inércia. Noção de tenciais. Poder das pontas. Blindagem. Capacitores. Efeito
sistemas de referência inerciais e não inerciais. Noção di- Joule. Lei de Ohm. Resistência elétrica e resistividade.
nâmica de massa e quantidade de movimento (momento Relações entre grandezas elétricas: tensão, corrente, po-
linear). Força e variação da quantidade de movimento. Leis tência e energia. Circuitos elétricos simples. Correntes
de Newton. Centro de massa e a ideia de ponto material. contínua e alternada. Medidores elétricos. Representação
Conceito de forças externas e internas. Lei da conservação gráfica de circuitos. Símbolos convencionais. Potência
da quantidade de movimento (momento linear) e teorema e consumo de energia em dispositivos elétricos. Campo
do impulso. Momento de uma força (torque). Condições de magnético. Ímãs permanentes. Linhas de campo magnéti-
equilíbrio estático de ponto material e de corpos rígidos. co. Campo magnético terrestre.
Força de atrito, força peso, força normal de contato e tra- • Oscilações, ondas, óptica e radiação – Feixes e fren-
ção. Diagramas de forças. Identificação das forças que atu- tes de ondas. Reflexão e refração. Óptica geométrica: lentes
am nos movimentos circulares. Noção de força centrípeta e espelhos. Formação de imagens. Instrumentos ópticos
e sua quantificação. A hidrostática: aspectos históricos simples. Fenômenos ondulatórios. Pulsos e ondas. Período,
e variáveis relevantes. Empuxo. Princípios de Pascal, Ar- frequência, ciclo. Propagação: relação entre velocidade,
quimedes e Stevin: condições de flutuação, relação entre frequência e comprimento de onda. Ondas em diferentes
EM1D-12-1E

diferença de nível e pressão hidrostática. meios de propagação.


180

• O calor e os fenômenos térmicos – Conceitos de ca- • Transformações químicas e energia – Transforma-


lor e de temperatura. Escalas termométricas. Transferência ções químicas e energia calorífica. Calor de reação. Ental-
de calor e equilíbrio térmico. Capacidade calorífica e ca- pia. Equações termoquímicas. Lei de Hess. Transformações
lor específico. Condução do calor. Dilatação térmica. Mu- químicas e energia elétrica. Reação de oxirredução. Poten-
danças de estado físico e calor latente de transformação. ciais padrão de redução. Pilha. Eletrólise. Leis de Faraday.
Comportamento de gases ideais. Máquinas térmicas. Ciclo Transformações nucleares. Conceitos fundamentais da ra-
de Carnot. Leis da Termodinâmica. Aplicações e fenômenos dioatividade. Reações de fissão e fusão nuclear. Desintegra-
térmicos de uso cotidiano. Compreensão de fenômenos cli- ção radioativa e radioisótopos.
máticos relacionados ao ciclo da água. • Dinâmica das transformações químicas – Trans-
formações químicas e velocidade. Velocidade de reação.
Química Energia de ativação. Fatores que alteram a velocidade
• Transformações Químicas – Evidências de transfor- de reação: concentração, pressão, temperatura e cata-
mações químicas. Interpretando transformações químicas. lisador.
Sistemas gasosos: Lei dos gases. Equação geral dos gases • Transformação química e equilíbrio – Caracteri-
ideais, Princípio de Avogadro, conceito de molécula; massa zação do sistema em equilíbrio. Constante de equilíbrio.
molar, volume molar dos gases. Teoria cinética dos gases. Produto iônico da água, equilíbrio ácido-base e pH. Solu-
Misturas gasosas. Modelo corpuscular da matéria. Modelo bilidade dos sais e hidrólise. Fatores que alteram o siste-
atômico de Dalton. Natureza elétrica da matéria: Modelo ma em equilíbrio. Aplicação da velocidade e do equilíbrio
Atômico de Thomson, Rutherford, Rutherford-Bohr. Átomos químico no cotidiano.
e sua estrutura. Número atômico, número de massa, isóto- • Compostos de carbono – Características gerais dos
pos, massa atômica. Elementos químicos e tabela periódica. compostos orgânicos. Principais funções orgânicas. Es-
Reações químicas. trutura e propriedades de hidrocarbonetos. Estrutura e
• Representação das transformações químicas – propriedades de compostos orgânicos oxigenados. Fermen-
Fórmulas químicas. Balanceamento de equações quími- tação. Estrutura e propriedades de compostos orgânicos
cas. Aspectos quantitativos das transformações quími- nitrogenados. Macromoléculas naturais e sintéticas. No-
cas. Leis ponderais das reações químicas. Determinação ções básicas sobre polímeros. Amido, glicogênio e celulose.
de fórmulas químicas. Grandezas químicas: massa, volu- Borracha natural e sintética. Polietileno, poliestireno, PVC,
me, mol, massa molar, constante de Avogadro. Cálculos Teflon, náilon. Óleos e gorduras, sabões e detergentes sin-
estequiométricos. téticos. Proteínas e enzimas.
• Materiais, suas propriedades e usos – Proprieda- • Relações da química com as tecnologias, a socie-
des de materiais. Estados físicos de materiais. Mudan- dade e o meio ambiente – Química no cotidiano. Química
ças de estado. Misturas: tipos e métodos de separação. na agricultura e na saúde. Química nos alimentos. Química
Substâncias químicas: classificação e características ge- e ambiente. Aspectos científico-tecnológicos, socioeconô-
rais. Metais e ligas metálicas. Ferro, cobre e alumínio. micos e ambientais associados à obtenção ou produção de
Ligações metálicas. Substâncias iônicas: características substâncias químicas. Indústria química: obtenção e utili-
e propriedades. Substâncias iônicas do grupo: cloreto, zação do cloro, hidróxido de sódio, ácido sulfúrico, amônia
carbonato, nitrato e sulfato. Ligação iônica. Substâncias e ácido nítrico. Mineração e metalurgia. Poluição e trata-
moleculares: características e propriedades. Substâncias mento de água. Poluição atmosférica. Contaminação e pro-
moleculares: H 2, O2, N2, Cℓ 2, NH 3, H 2O, HCℓ, CH4. Ligação teção do ambiente.
covalente. Polaridade de moléculas. Forças intermolecu- • Energias químicas no cotidiano – Petróleo, gás na-
lares. Relação entre estruturas, propriedade e aplicação tural e carvão. Madeira e hulha. Biomassa. Biocombustí-
das substâncias. veis. Impactos ambientais de combustíveis fósseis. Energia
• Água – Ocorrência e importância na vida animal e nuclear. Lixo atômico. Vantagens e desvantagens do uso de
vegetal. Ligação, estrutura e propriedades. Sistemas em energia nuclear.
solução aquosa: soluções verdadeiras, soluções coloidais e
suspensões. Solubilidade. Concentração das soluções. As- Biologia
pectos qualitativos das propriedades coligativas das solu- • Moléculas, células e tecidos – Estrutura e fisiologia
ções. Ácidos, bases, sais e óxidos: definição, classificação, celular: membrana, citoplasma e núcleo. Divisão celular.
propriedades, formulação e nomenclatura. Conceitos de Aspectos bioquímicos das estruturas celulares. Aspectos
ácidos e bases. Principais propriedades dos ácidos e bases: gerais do metabolismo celular. Metabolismo energético: fo-
indicadores, condutibilidade elétrica, reação com metais, tossíntese e respiração. Codificação da informação genéti-
reação de neutralização. ca. Síntese proteica. Diferenciação celular. Principais teci-
ENEM Ciências da Natureza 181

dos animais e vegetais. Origem e evolução das células. Noções comunidade biológica: teia alimentar, sucessão e comu-
sobre células-tronco, clonagem e tecnologia do DNA recombi- nidade clímax. Dinâmica de populações. Interações entre
nante. Aplicações de biotecnologia na produção de alimentos, os seres vivos. Ciclos biogeoquímicos. Fluxo de energia no
fármacos e componentes biológicos. Aplicações de tecnologias ecossistema. Biogeografia. Biomas brasileiros. Exploração e
relacionadas ao DNA a investigações científicas, determina- uso de recursos naturais. Problemas ambientais: mudanças
ção da paternidade, investigação criminal e identificação de climáticas, efeito estufa; desmatamento; erosão; poluição
indivíduos. Aspectos éticos relacionados ao desenvolvimento da água, do solo e do ar. Conservação e recuperação de
biotecnológico. Biotecnologia e sustentabilidade. ecossistemas. Conservação da biodiversidade. Tecnologias
• Hereditariedade e diversidade da vida – Princí- ambientais. Noções de saneamento básico. Noções de legis-
pios básicos que regem a transmissão de características lação ambiental: água, florestas, unidades de conservação;
hereditárias. Concepções pré-mendelianas sobre a heredi- biodiversidade.
tariedade. Aspectos genéticos do funcionamento do cor- • Origem e evolução da vida – A biologia como ciên-
po humano. Antígenos e anticorpos. Grupos sanguíneos, cia: história, métodos, técnicas e experimentação. Hipó-
transplantes e doenças autoimunes. Neoplasias e a influên- teses sobre a origem do Universo, da Terra e dos seres vi-
cia de fatores ambientais. Mutações gênicas e cromossômi- vos. Teorias de evolução. Explicações pré-darwinistas para
cas. Aconselhamento genético. Fundamentos genéticos da a modificação das espécies. A teoria evolutiva de Charles
evolução. Aspectos genéticos da formação e manutenção da Darwin. Teoria sintética da evolução. Seleção artificial e
diversidade biológica. seu impacto sobre ambientes naturais e sobre populações
• Identidade dos seres vivos – Níveis de organiza- humanas.
ção dos seres vivos. Vírus, procariontes e eucariontes. • Qualidade de vida das populações humanas – As-
Autótrofos e heterótrofos. Seres unicelulares e plurice- pectos biológicos da pobreza e do desenvolvimento huma-
lulares. Sistemática e as grandes linhas da evolução dos no. Indicadores sociais, ambientais e econômicos. Índice de
seres vivos. Tipos de ciclo de vida. Evolução e padrões desenvolvimento humano. Principais doenças que afetam
anatômicos e fisiológicos observados nos seres vivos. a população brasileira: caracterização, prevenção e profi-
Funções vitais dos seres vivos e sua relação com a adap- laxia. Noções de primeiros socorros. Doenças sexualmente
tação desses organismos a diferentes ambientes. Embrio- transmissíveis. Aspectos sociais da biologia: uso indevido
logia, anatomia e fisiologia humana. Evolução humana. de drogas; gravidez na adolescência; obesidade. Violência
Biotecnologia e sistemática. e segurança pública. Exercícios físicos e vida saudável. As-
• Ecologia e ciências ambientais – Ecossistemas. pectos biológicos do desenvolvimento sustentável. Legisla-
Fatores bióticos e abióticos. Hábitat e nicho ecológico. A ção e cidadania.

5. Respostas

1. C 20. B 39. B 58. E 77. B 96. B 115. D 134. A


2. E 21. A 40. C 59. B 78. C 97. B 116. C 135. C
3. C 22. D 41. E 60. E 79. C 98. C 117. E
4. A 23. A 42. C 61. A 80. C 99. A 118. E
5. E 24. E 43. C 62. C 81. C 100. A 119. A
6. E 25. D 44. C 63. A 82. C 101. B 120. D
7. A 26. A 45. E 64. D 83. D 102. A 121. C
8. C 27. C 46. A 65. E 84. A 103. C 122. A
9. D 28. C 47. C 66. A 85. E 104. E 123. C
10. E 29. D 48. E 67. B 86. A 105. A 124. E
11. D 30. E 49. D 68. E 87. D 106. D 125. E
12. B 31. E 50. D 69. C 88. E 107. E 126. B
13. A 32. E 51. D 70. D 89. E 108. D 127. E
14. B 33. A 52. A 71. A 90. A 109. D 128. C
15. B 34. C 53. A 72. C 91. B 110. B 129. B
16. C 35. B 54. E 73. A 92. A 111. B 130. B
17. C 36. C 55. C 74. C 93. B 112. A 131. B
EM1D-12-1E

18. E 37. C 56. A 75. C 94. C 113. B 132. D


19. D 38. D 57. B 76. E 95. E 114. C 133. D
182

Anotações
Ciências Humanas

A área de Ciências Humanas e suas Tecnologias envolve as


disciplinas de Filosofia, Geografia, História e Sociologia, por meio das
quais podemos compreender de maneira mais clara o mundo em que
vivemos, analisando os fenômenos socioespeciais que o compõem.
As ciências humanas buscam explicar as múltiplas dimensões que
envolvem a sociedade e a natureza, mediante informações histórico-
espaciais produzidas pelo homem ao longo do tempo. Elas se baseiam
em documentos históricos, mapas, imagens, livros e tantos outros
recursos que precisam ser organizados e analisados nas diferentes
escalas — local, regional, nacional e global —, de modo a estabelecer
redes de dados que facilitem a compreensão de nossa sociedade.
A articulação dos conhecimentos de cada disciplina possibilita
entender as disparidades econômicas e sociais desde sua gênese,
passando por nossas raízes sociais e, ao mesmo tempo, pela
história de outros povos. Esse processo desenvolve nos estudantes
a capacidade de compreender e debater o universo social do nosso
tempo e suas peculiaridades.

MANUAL PRÓ-ENEM
184
ENEM Ciências Humanas 185

1. Eixos cognitivos
I) Dominar linguagens (DL): dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemática,
artística e científica e das línguas espanhola e inglesa.
II) Compreender fenômenos (CF): construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão
de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas.
III) Enfrentar situações-problema (SP): selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações represen-
tados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema.
IV) Construir argumentação (CA): relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos
disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente.
V) Elaborar propostas (EP): recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de
intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.

2. Matriz de referência
Competência 1 Compreender os elementos culturais que constituem as identidades.
Habilidade 1 Interpretar histórica e/ou geograficamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura.

Habilidade 2 Analisar a produção da memória pelas sociedades humanas.

Habilidade 3 Associar as manifestações culturais do presente aos seus processos históricos.

Habilidade 4 Comparar pontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspecto da cultura.

Habilidade 5 Identificar as manifestações ou representações da diversidade do


patrimônio cultural e artístico em diferentes sociedades.
Competência 2 Compreender as transformações dos espaços geográficos como produto
das relações socioeconômicas e culturais de poder.
Habilidade 6 Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.

Habilidade 7 Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder entre as nações.

Habilidade 8 Analisar a ação dos estados nacionais no que se refere à dinâmica dos fluxos
populacionais e no enfrentamento de problemas de ordem econômico-social.

Habilidade 9 Comparar o significado histórico-geográfico das organizações políticas


e socioeconômicas em escala local, regional ou mundial.

Habilidade 10 Reconhecer a dinâmica da organização dos movimentos sociais e a importância da


participação da coletividade na transformação da realidade histórico-geográfica.
Competência 3 Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e
econômicas, associando-as aos diferentes grupos, conflitos e movimentos sociais.
Habilidade 11 Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço.

Habilidade 12 Analisar o papel da justiça como instituição na organização das sociedades.

Habilidade 13 Analisar a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para


mudanças ou rupturas em processos de disputa pelo poder.

Habilidade 14 Comparar diferentes pontos de vista, presentes em textos analíticos e interpretativos, sobre situação
ou fato de natureza histórico-geográfica acerca das instituições sociais, políticas e econômicas.
EM1D-12-1E

Habilidade 15 Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais ao longo da história.
186

Competência 4 Entender as transformações técnicas e tecnológicas e seu impacto nos


processos de produção, no desenvolvimento e na vida social.

Habilidade 16 Identificar registros sobre o papel das técnicas e tecnologias na


organização do trabalho e/ou da vida social.

Habilidade 17 Analisar fatores que explicam o impacto das novas tecnologias


no processo de territorialização da produção.

Habilidade 18 Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas implicações socioespaciais.

Habilidade 19 Reconhecer as transformações técnicas e tecnológicas que determinam as


várias formas de uso e apropriação dos espaços rural e urbano.

Habilidade 20 Selecionar argumentos favoráveis ou contrários às modificações impostas


pelas novas tecnologias à vida social e ao mundo do trabalho.

Competência 5 Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e valorizar os fundamentos da cidadania


e da democracia, favorecendo uma atuação consciente do indivíduo na sociedade.

Habilidade 21 Identificar o papel dos meios de comunicação na construção da vida social.

Habilidade 22 Analisar as lutas sociais e conquistas obtidas no que se refere às


mudanças nas legislações ou nas políticas públicas.

Habilidade 23 Analisar a importância dos valores éticos na estruturação política das sociedades.

Habilidade 24 Relacionar cidadania e democracia na organização das sociedades.

Habilidade 25 Identificar estratégias que promovam formas de inclusão social.

Competência 6 Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas interações


no espaço em diferentes contextos históricos e geográficos.

Habilidade 26 Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios


físicos e as relações da vida humana com a paisagem.

Habilidade 27 Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico,


levando em consideração aspectos históricos e(ou) geográficos.

Habilidade 28 Relacionar o uso das tecnologias com os impactos socioambientais


em diferentes contextos histórico-geográficos.

Habilidade 29 Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico,


relacionando-os com as mudanças provocadas pelas ações humanas.

Habilidade 30 Avaliar as relações entre preservação e degradação da vida no planeta nas diferentes escalas.
ENEM Ciências Humanas 187

3. Competências e habilidades
C1 Compreender os elementos culturais 2. (Encceja) Os versos seguintes são da letra de uma músi-
que constituem as identidades. ca de Fernando Brandt e Gilberto Gil.
vatapá, farofa, abaré
H1 Interpretar histórica e/ou geograficamente fontes
acarajé, caruru, angu
documentais acerca de aspectos da cultura.
mingau, canjica, tutu
feijoada e mocotó.
banguela, batuque, banzé
1. (ENEM) Ignorância sábia caçula, cochilo, cafuné
Aconteceu aos verdadeiros sábios o que se verifica com macumba, mandinga, ebó
as espigas de trigo, que se erguem orgulhosamente en- quitute, quindim de iaiá.
quanto vazias e, quando se enchem e amadurece o grão, As palavras e expressões citadas são exemplos da so-
se inclinam e dobram humildemente. Assim esses homens, brevivência, no Brasil, de uma cultura e de um conjunto de
depois de tudo terem experimentado, sondado e nada ha- idiomas de origem:
verem encontrado nesse amontoado considerável de coisas a) negra africana.
tão diversas, renunciaram à sua presunção e reconheceram b) indígena americana.
a sua insignificância. (...) Quando perguntaram ao homem c) branca europeia.
mais sábio que já existiu o que ele sabia, ele respondeu que d) cabocla mestiça.
a única coisa que sabia era que nada sabia. A sua resposta e) mestiça americana.
confirma o que se diz, ou seja, que a mais vasta parcela do
que sabemos é menor que a mais diminuta parcela do que 3. (Encceja) Leia o texto.
ignoramos. Em outras palavras, aquilo que pensamos saber (...) Assim, quando o batel chegou à foz do rio estavam
é parte – e parte ínfima – da nossa ignorância. até 18 ou 20 homens, pardos, todos nus (...) Não fazem o
MONTAIGNE, Michel de. Ensaios. São Paulo, menor caso de encobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso
Abril Cultural, série Pensadores, 2005. têm tanta inocência como em mostrar o rosto (...).
Parece-me gente de tanta inocência que se a gente os en-
Montaigne, influenciado pelas tensões religiosas que tendesse e eles a nós, que seriam logo cristãos, porque eles
marcaram a França na segunda metade do século XVI, dis- não têm e nem atendem a nenhuma crença.
correu em seus Ensaios sobre vários assuntos e procurou Carta de Pero Vaz de Caminha, 1500 (trecho selecionado).
dar dimensão relativa a alguns deles, o que expressava uma In: VALENTE, José Augusto Vaz (Org.). A certidão de
Nascimento do Brasil: a carta de Pero Vaz de Caminha. São
preocupação com a tolerância. No trecho anterior, podemos
Paulo: Museu Paulista da USP, 1975. p. 1 v. – 13 v.
encontrar essa postura:
a) na preocupação de Montaigne em afirmar a insignifi-
cância e a pouca validade do conhecimento humano re- Vocabulário
tirado das experiências do mundo, o que pode impedi-lo Batel – antiga embarcação pequena
de ser tolerante. Vergonhas – os órgãos sexuais humanos
b) na afirmação da incapacidade do homem em conhecer Após a análise do documento, que descreveu o encontro
qualquer coisa sobre sua condição no mundo, o que o faz pre- entre os primeiros habitantes do Brasil e o colonizador eu-
sunçoso e intolerante em relação a assuntos desconhecidos. ropeu, é correto afirmar que:
c) na relação que o autor estabelece entre a afirmação de a) o europeu concordava que o índio seguisse a sua própria
Sócrates sobre o conhecimento maior da ignorância ao se religião.
conhecer algo e o descuidado que devemos ter em negar b) o europeu considerava-se culturalmente superior ao índio.
coisas que não conhecemos completamente. c) os povos indígenas e os europeus tinham a mesma cultura.
d) na afirmação de que nosso conhecimento, por ser par- d) o primeiro encontro entre as culturas indígena e europeia
cela diminuta de um amplo desconhecido, produz, nos foi hostil.
verdadeiros sábios, uma ideia de tolerância por renun- e) o principal interesse dos europeus era transferir sua
ciarem à presunção. cultura aos índios.
e) na preocupação de Montaigne em afastar qualquer pos-
sibilidade de conhecimento humano num universo ampla- 4. (ENEM) O movimento hip-hop é tão urbano quanto as
EM1D-12-1E

mente ignorado, o que se traduz em insignificância do pró- grandes construções de concreto e as estações de metrô, e
prio homem, que não pode ser sábio. cada dia se torna mais presente nas grandes metrópoles mun-
188

diais. Nasceu na periferia dos bairros pobres de Nova York. É como objetivo preservar a memória do povo afrodescendente
formado por três elementos: a música (o rap), as artes plásticas no sul do país. A ancestralidade negra é abordada em suas
(o grafite) e a dança (o break). No hip-hop os jovens usam as diversas dimensões: arqueológica, arquitetônica, paisagís-
expressões artísticas como uma forma de resistência política. tica e imaterial. Em regiões como a do Sertão de Valongo,
Enraizado nas camadas populares urbanas, o hip-hop afir- na cidade de Porto Belo, a fixação dos primeiros habitan-
mou-se no Brasil e no mundo com um discurso político a favor tes ocorreu imediatamente após a abolição da escravidão
dos excluídos, sobretudo dos negros. Apesar de ser um movimen- no Brasil. O Iphan identificou nessa região um total de 19
to originário das periferias norte-americanas, não encontrou referências culturais, como os conhecimentos tradicionais de
barreiras no Brasil, onde se instalou com certa naturalidade — o ervas de chá, o plantio agroecológico de bananas e os cultos
que, no entanto, não significa que o hip-hop brasileiro não tenha adventistas de adoração.
sofrido influências locais. O movimento no Brasil é híbrido: rap Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/portal/
com um pouco de samba, break parecido com capoeira e grafite montarDetalheConteudo.do?id=14256&sigla=Noticia&retorno=
detalheNoticia> Acesso em: 1 jun. 2009. (Com adaptações)
de cores muito vivas.
Adaptado de Ciência e Cultura, 2004
O texto permite analisar a relação entre cultura e me-
De acordo com o texto, o hip-hop é uma manifestação mória, demonstrando que:
artística tipicamente urbana, que tem como principais a) as referências culturais da população afrodescendente
características: estiveram ausentes no sul do país, cuja composição étnica
a) a ênfase nas artes visuais e a defesa do caráter nacionalista. se restringe aos brancos.
b) a alienação política e a preocupação com o conflito de b) a preservação dos saberes das comunidades afrodescen-
gerações. dentes constitui importante elemento na construção da
c) a afirmação dos socialmente excluídos e a combinação identidade e da diversidade cultural do país.
de linguagens. c) a sobrevivência da cultura negra está baseada no iso-
d) a integração de diferentes classes sociais e a exaltação lamento das comunidades tradicionais, com proibição de
do progresso. alterações em seus costumes.
e) a valorização da natureza e o compromisso com os ide- d) os contatos com a sociedade nacional têm impedido a
ais norte-americanos. conservação da memória e dos costumes dos quilombolas
em regiões como a do Sertão de Valongo.
5. (Encceja) Leia o relato do sertanista Chico Meirelles. e) a permanência de referenciais culturais que expres-
Quando levei os xavantes ao Rio de Janeiro pela primeira sam a ancestralidade negra compromete o desenvolvi-
vez, eles quiseram saber de onde vinha nossa comida. Levei- mento econômico da região.
-os ao mercado, onde existe uma quantidade enorme de fru-
tas e legumes, mas também existe uma multidão de crianças 7. (ENEM) Os ianomâmis constituem uma sociedade indígena
e velhos catando comida no lixo. Eles me perguntaram como do norte da Amazônia e formam um amplo conjunto linguístico
que nós, tão ricos, permitíamos aquele espetáculo. e cultural. Para os ianomâmis, urihi, a “terrafloresta” não é um
Revista Veja, 23/5/1973 mero cenário inerte, objeto de exploração econômica, e sim uma
entidade viva, animada por uma dinâmica de trocas entre os
O espanto dos xavantes diante da cena do mercado diversos seres que a povoam. A floresta possui um sopro vital,
ocorre porque na nossa sociedade: wixia, que é muito longo. Se não a desmatarmos, ela não mor-
a) todos têm o acesso a moradia e alimentação. rerá. Ela não se decompõe, isto é, não se desfaz. É graças ao seu
b) a desigualdade social é uma de suas características. sopro úmido que as plantas crescem. A floresta não está morta
c) só as pessoas que plantam têm direito à alimentação. pois, se fosse assim, as florestas não teriam folhas. Tampouco
d) a caridade resolve o problema da fome. se veria água. Segundo os ianomâmis, se os brancos os fizerem
e) os que não trabalham não têm o direito à alimentação. desaparecer para desmatá-la e morar no seu lugar, ficarão pobres
e acabarão tendo fome e sede.
H2 Analisar a produção da memória ALBERT, B. Ianomâmi, o espírito da floresta. Almanaque
pelas sociedades humanas. Brasil Socioambiental. São Paulo: ISA, 2007. Adaptado.

De acordo com o texto, os ianomâmis acreditam que:


6. (ENEM) A Superintendência Regional do Instituto do Pa- a) a floresta não possui organismos decompositores.
trimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desenvolveu b) o potencial econômico da floresta deve ser explorado.
o projeto “Comunidades Negras de Santa Catarina”, que tem c) o homem branco convive harmonicamente com urihi.
ENEM Ciências Humanas 189

d) as folhas e a água são menos importantes para a floresta e) Pitágoras e Arquimedes viveram durante o Império ro-
que seu sopro vital. mano, época em que nasceu Jesus Cristo; Pascal e Newton,
e) Wixia é a capacidade que tem a floresta de se sustentar no século das Grandes Navegações; Goedel, no século da
por meio de processos vitais. abolição da escravatura nos Estados Unidos e no Brasil.

8. (ENEM) A Idade Média é um extenso período da His- 10. (ENEM) Analise atentamente as imagens a seguir: a da
tória do Ocidente cuja memória é construída e recons- esquerda data do século XVI e mostra um ritual antropofágico
truída segundo as circunstâncias das épocas posteriores. dos índios do Brasil; a da direita retrata Tiradentes esquarte-
Assim, desde o Renascimento, esse período vem sendo jado por ordem dos representantes da Coroa portuguesa.
alvo de diversas interpretações que dizem mais sobre o
contexto histórico em que são produzidas do que pro-
priamente sobre o medievo.
Um exemplo acerca do que está exposto no texto
acima é:
a) a associação que Hitler estabeleceu entre o III Reich
e o Sacro Império Romano Germânico.
b) o retorno dos valores cristãos medievais, presentes
nos documentos do Concílio Vaticano II.
c) a luta dos negros sul-africanos contra o apartheid
inspirada por valores dos primeiros cristãos.
d) o fortalecimento político de Napoleão Bonaparte, que se Theodor de Bry, século XVI Pedro Américo.
justificava na amplitude de poderes que tivera Carlos Magno. Tiradentes esquartejado, 1893
e) a tradição heroica da cavalaria medieval, que foi afe-
tada negativamente pelas produções cinematográficas de A comparação entre as reproduções possibilita as se-
Hollywood. guintes afirmações:
I. Os artistas registraram a antropofagia e o esquarteja-
9. (ENEM) Na Antiguidade, houve Pitágoras, guru de um mento praticados no Brasil.
culto de geômetras, e Arquimedes, tão distraído rabiscando II. A antropofagia era parte do universo cultural indíge-
uma equação na areia, que foi apunhalado por um soldado na e o esquartejamento era uma forma de se fazer justiça
romano. Pascal e Newton no século 17, Goedel no 20 – todos entre luso-brasileiros.
reforçaram a imagem do matemático como um asceta, fu- III. A comparação das imagens faz ver como é relativa a di-
gindo de uma vida regular na busca de verdades rarefeitas ferença entre “bárbaros” e “civilizados”, indígenas e europeus.
demais para a compreensão do resto dos mortais. Está correto o que se afirma em:
JOHNSON, George. O Estado de S. Paulo, 3/5/2006. a) I, apenas. d) I e II, apenas.
b) II, apenas. e) I, II e III.
A partir da leitura do texto, podemos concluir que: c) III, apenas.
a) Pitágoras e Arquimedes viveram na Alta Idade Mé-
dia, época em que houve o apogeu do feudalismo; Pascal H3 Associar as manifestações culturais do
e Newton, no século da Inconfidência Mineira; Goedel, no presente aos seus processos históricos.
século da Revolução Russa.
b) Pitágoras e Arquimedes viveram na Grécia Antiga, quando 11. (Encceja) Leia o texto:
ocorreu a Guerra do Peloponeso; Pascal e Newton, no século Praticada em 150 países por, como arriscam alguns, mais
das revoluções inglesas; Goedel, no século da Revolução Russa. de 10 milhões de pessoas, a luta dos escravos brasileiros con-
c) Pitágoras e Arquimedes viveram durante o helenis- tra o estado, segundo parte da historiografia sobre o tema,
mo, época das conquistas de Alexandre Magno; Pascal e vai, enfim, receber do mesmo estado uma “reparação histó-
Newton, no período do absolutismo; Goedel, no século das rica”, nos termos do Ministério da Cultura. (...). O governo
guerras mundiais. já iniciou as conversas para montar um projeto de resgate,
d) Pitágoras e Arquimedes viveram na República romana, estudo e dimensionamento da capoeira, iniciativa que pode
período no qual ocorreram as Guerras Púnicas; Pascal e culminar em um pedido para que a luta seja considerada Pa-
Newton, no século da independência dos Estados Unidos; trimônio Cultural da Humanidade.
EM1D-12-1E

Goedel, no século da Revolta de Canudos. Revista Nossa História. out/2004, n. 12, p. 8


190

A partir das informações sobre a capoeira, podemos Grécia Antiga, apresentada no filme, e a realidade da mulher
afirmar que: no século XXI.
a) é uma manifestação cultural do passado que ganha re- Assinale a alternativa a seguir que analisa corretamen-
conhecimento no presente. te essas diferenças.
b) está extinta como prática, apesar do seu valor como pa- a) Na sociedade espartana, como foi bem retratado no fil-
trimônio histórico. me, a mulher possuía papel de destaque, uma vez que os
c) atualmente desprezada pelo governo, já foi uma forma homens dedicavam sua vida à guerra e à preparação militar
de resistência escrava. apenas; já em Atenas, apesar de sua natureza filosófica e
d) é identificada atualmente como uma prática que remete humanista, as mulheres possuíam poucos direitos, bem di-
à marginalidade. ferente do momento atual, em que a mulher conquistou sua
e) deve ser proibida sua prática, por tratar-se de manifes- participação política e econômica, garantindo igualdade ju-
tação agressiva herdada do passado. rídica com relação aos homens.
b) Na sociedade espartana, apesar de seu importante pa-
12. (ENEM) A identidade negra não surge da tomada de cons- pel social, as mulheres tinham pouco poder político, não
ciência de uma diferença de pigmentação ou de uma diferen- lhes sendo permitida a participação nas assembleias dos
ça biológica entre populações negras e brancas e(ou) negras esparciatas; já em Atenas, por conta de sua formação hu-
e amarelas. Ela resulta de um longo processo histórico que manista e igualitária, as mulheres exerciam direitos de ci-
começa com o descobrimento, no século XV, do continente dadania iguais aos dos homens, o que permitiu ao mundo
africano e de seus habitantes pelos navegadores portugueses, ocidental atual herdar de Atenas essa fundamentação iso-
descobrimento esse que abriu o caminho às relações mercanti- nômica das relações de poder entre homens e mulheres.
listas com a África, ao tráfico negreiro, à escravidão e, enfim, c) Em Esparta, pela natureza militarista e patriarcal da
à colonização do continente africano e de seus povos. sociedade, as mulheres eram completamente excluídas
K. Munanga. Algumas considerações sobre a diversidade e da vida pública, o que se configurava diametralmente
a identidade negra no Brasil. In: Diversidade na educação: diferente em Atenas, onde a participação feminina se as-
reflexões e experiências. Brasília: Semtec/MEC, 2003, p. 37.
semelhava ao papel político desempenhado pela mulher
atualmente, com a única diferença de que, em Atenas,
Com relação ao assunto tratado no texto, é correto elas não podiam concorrer a cargos públicos.
afirmar que: d) A posição da mulher espartana pode ser considerada
a) a colonização da África pelos europeus foi simultânea como destacada, mas, ainda assim, elas eram excluídas
ao descobrimento desse continente. da participação política na cidade; já em Atenas, mes-
b) a existência de lucrativo comércio na África levou os mo com toda sua tradição de pensamento humanista, as
portugueses a desenvolverem esse continente. mulheres eram excluídas da vida política, diferindo do
c) o surgimento do tráfico negreiro foi posterior ao início atual momento vivido por elas, que é de inclusão, lutas
da escravidão no Brasil. e conquistas.
d) a exploração da África decorreu do movimento de ex- e) Tanto em Esparta quanto em Atenas, as mulheres eram
pansão europeia do início da Idade Moderna. excluídas de todos os aspectos da vida pública, em virtude
e) a colonização da África antecedeu as relações comer- do caráter patriarcal das instituições sociais da Antigui-
ciais entre esse continente e a Europa. dade; já na contemporaneidade, importantes movimentos
femininos, como a luta por direitos nas décadas de 1970 e
13. (ENEM) Produções cinematográficas têm-se valido, em 1980 e os efeitos da expansão da democracia, permitiram
toda sua trajetória, de momentos históricos para poder de- às mulheres forte inclusão social, igualando-se ao homem
finir a estética empregada nos filmes, promovendo algumas em praticamente todos os setores sociais.
alterações de conteúdo para ressignificar certos períodos
da História abordados nas obras. Foi o que aconteceu, por H4 Comparar pontos de vista expressos em diferentes
exemplo, no filme 300, do diretor Zack Snyder. Baseado fontes sobre determinado aspecto da cultura.
numa obra quadrinística, estilizada pelo desenhista Frank
Miller, o filme abordou diversos pontos da estrutura social
da cidade-Estado grega, analisando inclusive o papel da 14. (ENEM) A questão étnica no Brasil tem provocado dife-
mulher, dando-lhe acentuado destaque. No entanto, uma rentes atitudes:
pessoa consciente do papel desempenhado pelas mulhe- I. Instituiu-se o “Dia Nacional da Consciência Negra”
res em Esparta, e também na outra grande cidade-Estado em 20 de novembro, em vez da tradicional celebração do
grega, Atenas, perceberia diferenças entre a realidade da 13 de maio.
ENEM Ciências Humanas 191

Essa nova data é o aniversário da morte de Zumbi, que Texto II: Sertanista experimentado, em 1627 procurava
hoje simboliza a crítica à segregação e à exclusão social. as minas de Belchior Dias com a gente da Casa da Torre; aju-
II. Um turista estrangeiro que veio ao Brasil, no carna- dara Matias de Alburquerque na defesa do Arraial, onde fora
val, afirmou que nunca viu tanta convivência harmoniosa ferido, e desertara em consequência de vários crimes prati-
entre as diversas etnias. cados... (os crimes referidos são o de contrabando e roubo).
Também sobre essa questão, estudiosos fazem diferen- CALMON, P. História do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1959.
tes reflexões:
Entre nós [brasileiros], (...) a separação imposta pelo
sistema de produção foi a mais fluida possível. Permitiu 16. (Encceja) Usamos um calendário que tem como ponto
constante mobilidade de classe para classe e até de uma inicial o nascimento de Cristo. Assim, o ano de 2002 marca
raça para outra. Esse amor, acima de preconceitos de raça o tempo transcorrido desde o nascimento de Jesus. O marco
e de convenções de classe, do branco pela cabocla, pela inicial do calendário muçulmano é a fuga do profeta Maomé
cunhã, pela índia (...) agiu poderosamente na formação do da cidade de Meca para Medina.
Brasil, adoçando-o. Pode-se afirmar que os calendários muçulmano e cris-
Gilberto Freire. O mundo que o português criou. tão estão organizados a partir de uma referência:
a) política.
[Porém] o fato é que ainda hoje a miscigenação não faz b) religiosa.
parte de um processo de integração das “raças” em con- c) econômica.
dições de igualdade social. O resultado foi que (...) ainda d) militar.
são pouco numerosos os segmentos da “população de cor” e) social.
que conseguiram se integrar, efetivamente, na sociedade
competitiva. H5 Identificar as manifestações ou representações
Florestan Fernandes. O negro no mundo dos brancos. da diversidade do patrimônio cultural e
artístico em diferentes sociedades.

Considerando as atitudes expostas e os pontos de vista


dos estudiosos, é correto aproximar: 17. (ENEM)
a) a posição de Gilberto Freire e a de Florestan Fernandes
igualmente às duas atitudes.
b) a posição de Gilberto Freire à atitude I e a de Florestan
Fernandes à atitude II.
c) a posição de Florestan Fernandes à atitude I e a de Gil-
berto Freire à atitude II.
d) somente a posição de Gilberto Freire a ambas as atitudes.
e) somente a posição de Florestan Fernandes a ambas
as atitudes.
Pintura rupestre da Toca do Pajaú — PI.
15. (ENEM) Rui Guerra e Chico Buarque de Holanda escre- Internet: <www.betocelli.com>
veram uma peça para teatro chamada Calabar, pondo
em dúvida a reputação de traidor que foi atribuída ao
personagem pernambucano que ajudou decisivamente os A pintura rupestre anterior, que é um patrimônio cul-
holandeses na invasão do Nordeste Brasileiro, em 1632. tural brasileiro, expressa:
– Calabar traiu o Brasil que ainda não existia? Traiu Por- a) o conflito entre os povos indígenas e os europeus du-
tugal, nação que explorava a colônia onde Calabar havia rante o processo de colonização do Brasil.
nascido? Calabar, mulato em uma sociedade escravista e b) a organização social e política de um povo indígena e a
discriminatória, traiu a elite branca? Os textos referem- hierarquia entre seus membros.
-se também a este personagem. c) aspectos da vida cotidiana de grupos que viveram du-
Texto I: ...dos males que causou à Pátria, a História, a rante a chamada pré-história do Brasil.
inflexível História, lhe chamará infiel, desertor e traidor, por d) os rituais que envolvem sacrifícios de grandes dinos-
todos os séculos. sauros atualmente extintos.
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Visconde de Porto Seguro, in: Souza Júnior, A. Do Recôncavo e) a constante guerra entre diferentes grupos paleoíndios
aos Guararapes. Rio de Janeiro: Bibliex, 1949. da América durante o Período Colonial.
192

18. (ENEM) O que se entende por Corte do antigo regime é, III. A imagem revela a preocupação do artista em dis-
em primeiro lugar, a casa de habitação dos reis de França, sociar os indígenas do seu ambiente originário.
de suas famílias, de todas as pessoas que, de perto ou de IV. A pintura apresenta uma visão do indígena brasi-
longe, dela fazem parte. As despesas da Corte, da imensa leiro construída a partir do imaginário europeu.
casa dos reis, são consignadas no registro das despesas do Estão corretas apenas as afirmativas:
reino da França sob a rubrica significativa de Casas Reais. a) I e III.
ELIAS, N. A sociedade de corte. Lisboa: Estampa, 1987. b) I e IV.
c) II e III.
Algumas casas de habitação dos reis tiveram grande d) I, II e IV.
efetividade política e terminaram por se transformar em e) II, III e IV.
patrimônio artístico e cultural, cujo exemplo é:
a) o palácio de Versalhes. 20. (ENEM) O tráfico de escravos em direção à Bahia pode
b) o Museu Britânico. ser dividido em quatro períodos:
c) a catedral de Colônia. 1o O ciclo da Guiné durante a segunda metade do
d) a Casa Branca. século XVI;
e) a pirâmide do faraó Quéops. 2o O ciclo de Angola e do Congo no século XVII;
3o O ciclo da Costa da Mina durante os três primeiros
19. (ENEM) A imagem a seguir é uma reprodução da obra quartos do século XVIII;
Mulher Tapuia, produzida por Albert Eckhout (1610-1666), 4o O ciclo da Baía de Benin entre 1770 e 1850, estan-
pintor que integrava a Missão Holandesa trazida ao Brasil, do incluído aí o período do tráfico clandestino.
em 1637, por Maurício de Nassau. A chegada dos daomeanos (jejes) ocorreu nos dois últi-
mos períodos. A dos nagô-iorubás corresponde, sobretudo,
ao último. A forte predominância dos iorubás na Bahia, de
seus usos e costumes, seria explicável pela vinda maciça
desse povo no último dos ciclos.
VERGER, Pierre. Fluxo e refluxo do tráfico de escravos
entre o golfo do Benin e a Bahia de Todos os Santos:
dos séculos XVII a XIX. Tradução de Tasso Gadzanis. São
Paulo: Corrupio, 1987. p. 9. (Com adaptações)

Os diferentes ciclos do tráfico de escravos da costa afri-


cana para a Bahia, no Brasil, indicam que:
a) o início da escravidão no Brasil data do século XVI,
quando foram trazidos para o Nordeste os chamados “ne-
gros da Guiné”, especialistas na extração de ouro.
b) a diversidade das origens e dos costumes de cada na-
ção africana é impossível de ser identificada, uma vez
que a escravidão moldou os grupos envolvidos em um
processo cultural comum.
c) os ciclos correspondentes a cada período do tráfico de
diferentes nações africanas para a Bahia estão relaciona-
dos aos distintos portos de comercialização de escravos.
d) o tráfico de escravos jejes para a Bahia, durante o
ciclo da Baía de Benin, ocorreu de forma mais intensa a
A partir da análise da imagem, considere as afirmativas partir do final do século XVII até a segunda metade do
a seguir. século XVIII.
I. A composição de elementos indígenas, da flora e da e) a escravidão nessa província se estendeu do século
fauna pelo pintor faz lembrar a disposição de peças em um XVI até o início do século XVIII, diferentemente do que
museu de História Natural. ocorreu em outras regiões do país.
II. A imagem retrata fielmente os hábitos e ritos antro-
pofágicos dos indígenas brasileiros.
ENEM Ciências Humanas 193

21. (ENEM) deres majestáticos, chegando até a libertar presos comuns


em algumas regiões de Portugal e do Brasil.
Internet: <www.terrabrasileira.net/folclore/
regioes/6ritos/divino.html>

De acordo com o texto, sobre a festa do Divino, con-


clui-se que:
a) foi criada no Brasil em homenagem à rainha Isabel de
Portugal.
b) é herança da cultura europeia cristã trazida pelos co-
lonizadores.
c) descaracterizou-se ao incorporar manifestações fol-
clóricas.
d) servia para arrecadar fundos ao imperador em Portugal.
e) as manifestações folclóricas incorporadas à Festa do Di-
Catedral de Chartres Zigurate (Mesopotâmia) vino estão relacionadas à família real.

As obras arquitetônicas ilustradas representam mani- C2 Compreender as transformações dos espaços


festações culturais de diferentes povos e momentos histó- geográficos como produto das relações
ricos. Sobre elas, é correto afirmar que: socioeconômicas e culturais de poder.
a) ambas exprimem o gigantismo do Estado gerenciador
H6 Interpretar diferentes representações gráficas
das sociedades humanas na Antiguidade Clássica.
e cartográficas dos espaços geográficos.
b) enquanto a primeira representa a religiosidade pre-
sente nas sociedades do Extremo Oriente na Idade Moder-
na, a segunda cumpria uma função político-ideológica na
sociedade egípcia. 23. (ENEM)
c) o primeiro templo contribuía para estimular a reli-
giosidade das sociedades europeias da Alta Idade Média,
enquanto a segunda figura demonstra a criatividade dos
agricultores astecas.
d) ambas são características de sociedades marcadas por
extremada religiosidade, sendo que a catedral exprime a
supremacia católica na Idade Média e o zigurate insinua
uma grande preocupação religiosa que estimulou a astro-
nomia na antiga Mesopotâmia.
e) somente a catedral está relacionada à religiosidade
medieval, já que o zigurate exprime o poderio da nobre- O desenho do artista uruguaio Joaquín Torres-García
za e, portanto, a fragilidade do poder real na Alta Idade trabalha com uma representação diferente da usual da
Média europeia. América Latina. Em artigo publicado em 1941, em que apre-
senta a imagem e trata do assunto, Joaquín afirma:
22. (Encceja) A festa do Divino foi instituída em Portugal Quem e com que interesse dita o que é o norte e o sul?
nos primeiros anos do século XIV pela rainha Isabel, mulher Defendo a chamada Escola do Sul porque na realidade, nos-
de D. Diniz, quando construiu a igreja do Espírito Santo em so norte é o Sul. Não deve haver norte, senão em oposição
Alenquer. No Brasil, popularizou-se no século XVI e é cele- ao nosso sul.
brada ainda no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Pa- Por isso colocamos o mapa ao revés, desde já, e então tere-
raná, Santa Catarina, Maranhão, Amazonas, Espírito Santo mos a justa ideia de nossa posição, e não como querem no resto
e Goiás, com missa cantada, procissão, leilão de prendas e do mundo. A ponta da América assinala insistentemente o sul,
as manifestações folclóricas peculiares de cada região. Na nosso norte.
preparação da festa realiza-se uma folia, com a bandeira TORRES-GARCÍA, J. Universalismo constructivo. Buenos
do Divino, para arrecadar fundos e são armados coretos, Aires: Poseidón, 1941. (Com adaptações)
EM1D-12-1E

palanques e um trono para o imperador do Divino. Trata-se


de uma criança ou adulto que, durante a festa, exerce po- O referido autor, no texto e na imagem anteriores:
194

a) privilegiou a visão dos colonizadores da América. 25. (Encceja) O mapa destaca os países do Mercosul.
b) questionou as noções eurocêntricas sobre o mundo.
c) resgatou a imagem da América como centro do mundo.
d) defendeu a Doutrina Monroe expressa no lema “América
para os americanos”.
e) propôs que o sul fosse chamado de norte e vice-versa.

24. (Encceja) Observe o mapa.


Uruguai Argentina

Paraguai

Brasil

Da maneira como está disposto, o mapa:


a) distorce a fronteira entre os países da América do Sul.
b) aumenta o tamanho dos países do Mercosul.
c) não serve para representar o Mercosul.
d) não altera nem o tamanho dos países nem as fronteiras
entre eles.
e) inferioriza a importância econômica do Brasil.

26. (Encceja) Existem diferentes maneiras de representar


uma mesma região. Os mapas I e II, por exemplo, represen-
tam a Região Nordeste de duas formas diferentes.

Mapa I Mapa II

MA CE
Mapa de Lopo Homem, 1519. RN
PI PB
PE
Nesta representação cartográfica do Brasil, podemos AL
considerar que: BA SE Meio-Norte
a) o Brasil era visto como uma terra na qual a agricultura Sertão
era a base da economia. Agreste
b) a presença de embarcações e de espécies animais sugere Zona da Mata
contrabando.
c) os indígenas e africanos trabalham como escravos a ser- Analisando os mapas I e II, pode-se dizer que eles re-
viço dos europeus. presentam, respectivamente, divisões:
d) os europeus realizavam o escambo do pau-brasil com a) culturais e econômicas.
trabalho indígena. b) sociais e financeiras.
e) o desmatamento não era praticado na época colonial; a c) climáticas e militares.
madeira era aproveitada apenas como material de constru- d) políticas e naturais.
ção das habitações indígenas. e) naturais e culturais.
ENEM Ciências Humanas 195

27. (ENEM) Até 1929 A sequência de mapas apresenta a evolução da ocupação


da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Sobre a for-
ma de ocupação, é correto afirmar que:
a) nos primeiros períodos destacados, observa-se uma
ocupação na região central, enquanto nos últimos perío-
dos observa-se uma ocupação concentrada na área limí-
trofe (fronteira).
b) nos primeiros períodos destacados, observa-se uma ocu-
pação mais concentrada, enquanto nos últimos períodos
observa-se uma ocupação mais difusa em razão das deseco-
nomias de aglomeração nas áreas mais antigas (município de
São Paulo, por exemplo).
c) nos primeiros períodos, observa-se uma ocupação em
pequenas áreas em razão do elevado valor da terra urbana,
enquanto nos últimos períodos observa-se uma ocupação em
várias áreas em razão da reforma urbana, dos planos diretores
1950 a 1962 e do Estatuto da Cidade, os quais têm promovido maior acesso
à terra urbana.
d) nos últimos períodos, observa-se menor expansão no mu-
nicípio de São Paulo e maior expansão na Região Metropoli-
tana (exceto o município de São Paulo); nos períodos iniciais,
observa-se expansão uniforme da ocupação em ambas as áreas
em razão da grande disponibilidade de terras virgens.
e) nos últimos períodos, observa-se menor expansão da
ocupação na Região Metropolitana de São Paulo em razão
da pequena disponibilidade de terras, do elevado valor
da terra urbana, dos problemas da poluição e da degrada-
ção ambiental e da forte fiscalização contra a ocupação
irregular (favelamento).

28. (ENEM) No mundo contemporâneo, as reservas energé-


ticas tornam-se estratégicas para muitos países no cenário
1993 a 2002 internacional. Os gráficos apresentados mostram os dez pa-
íses com as maiores reservas de petróleo e gás natural em
reservas comprovadas até janeiro de 2008.
Posição País Gás natural – reservas provadas (metros cúbicos)
1 Rússia 47,570,000.000,000
2 Irã 26,370,000,000,000
3 Catar 25.790,000,000,000
4 Arábia Saudita 6,568,000,000,000
5 Emirados Árabes Unidos 5,823,000,000,000
6 Estados Unidos 5.551,000,000,000
7 Nigéria 5,015,000,000,000
8 Argélia 4,359,000,000,000
9 Venezuela 4,112,000,000,000
10 lraque 3,170,000,000,000

Posição País Petróleo – reservas provadas (barris)


1 Arábia Saudita 266,800,000,000
2 Canadá 178,800,000,000
N 3 Irã 132,500,000,000
0 9 18 27 Km 4 Iraque 15,000,000,000
5 Kuwait 104,000,000,000
6 Emirados Árabes Unidos 97,800,000.000
Expansão da área urbanizada 7 Venezuela 79,730.000,000
Municípios da RMSP 8 Rússia 60,000,000,000
Anterior ao período No período 9 Líbia 39,130,000,000
10 Nigéria 35,880,000,000
EM1D-12-1E

Disponível em: <http://sempla.prefeitura. Disponível em: <http://indexmundi.com>.


sp.gov.br/mm/panorama/>. Acesso em: 12 ago. 2009 (adaptado).
196

As reservas venezuelanas figuram em ambas as classi- e capitães, porque todos vão buscar gentios e trazê-los ao
ficações porque: lume da fé e ao grêmio da Igreja? Sim, porque muitas vezes
a) a Venezuela já está integrada ao Mercosul. é necessário que os soldados com suas armas abram e fran-
b) são reservas comprovadas, mas ainda inexploradas. queiem a porta, para que por esta porta aberta e franqueada
c) podem ser exploradas sem causar alterações ambientais. se comunique o sangue da Redenção e a água do Batismo.
d) já estão comprometidas com o setor industrial interno Antônio Vieira – Sermões V e VII
daquele país.
e) a Venezuela é uma grande potência energética mundial. O texto evidencia:
a) o caráter laico do Estado português na época da con-
29. (ENEM) Os mapas abaixo apresentam informações acer- quista e colonização do Brasil.
ca dos índices de infecção por leishmaniose tegumentar b) a completa submissão da Igreja aos interesses do Estado
americana (LTA) em 1985 e 1999. no projeto expansionista que levou às conquistas da África
e da América.
1985 1999
c) a associação entre Estado e Igreja Católica no projeto de
colonização do Brasil.
d) a aliança entre Estado e religião no processo de for-
mação dos Estados nacionais modernos europeus, na Baixa
Idade Média.
Índice de infecção e) a estreita relação que existiu entre as ordens religiosas
Caso não registrado
Baixo
católicas e os militares portugueses durante o processo de
Médio catequese dos indígenas no Brasil.
Alto
N N
Muito alto H8 Analisar a ação dos estados nacionais
Ministério da Saúde no que se refere à dinâmica dos fluxos
populacionais e no enfrentamento de
problemas de ordem econômico-social.
A partir da leitura dos mapas, conclui-se que:
a) o índice de infecção por LTA em Minas Gerais elevou-se
muito nesse período. 31. (Encceja) O texto refere-se a uma propaganda veiculada
b) o estado de Mato Grosso apresentou diminuição do índice pelo governo de um estado brasileiro.
de infecção por LTA devido às intensas campanhas de saúde. Terra virgem. Terra que precisa ser possuída. Agora. Urgen-
c) a expansão geográfica da LTA ocorreu no sentido norte- te. Terra que dá arroz, algodão, soja, feijão, milho e tudo mais.
-sul como resultado do processo predatório de colonização. Terra que é veio sem fim de amianto, níquel, ouro, diamante,
d) o índice de infecção por LTA no Maranhão diminuiu em cristal de rocha, manganês, mica — minérios que todo mundo
virtude das fortes secas que assolaram o estado nesse período. está de olho neles. Terra que engorda gado bom o ano inteiro.
e) o aumento da infecção por LTA no Rio Grande do Sul resul- Terra para você trabalhar toda a vida e ganhar sempre. Trabalhar,
tou da proliferação do roedor que transmite essa enfermidade. ganhar e viver no conforto. Quem busca lucro e paz o negócio é
Goiás. Matéria-prima farta, mão de obra barata. Energia elétrica
H7 Interpretar os significados histórico-geográficos à vontade. Estradas asfaltadas. Crédito fácil e a longo prazo. (...)
das relações de poder entre as nações. Revista Realidade/Amazônia, Ed. Abril.

A propaganda refere-se:
30. (ENEM) O Reino de Portugal, enquanto reino e enquanto a) ao processo de colonização desencadeado por ingleses
monarquia, está obrigado não só de caridade, mas de justi- e portugueses no continente americano durante os séculos
ça, a procurar efetivamente a conversão e salvação dos gen- XVIII e XIX.
tios... Tem esta obrigação Portugal enquanto reino porque b) à expansão das fronteiras agrícolas incentivadas pelo
este foi o fim particular para que Cristo o fundou e instituiu, governo nos anos de 1970.
como consta da mesma instituição. E tem esta obrigação en- c) à ocupação do planalto central durante a colonização
quanto monarquia porque este foi o intento e contrato com portuguesa no Brasil.
que os Sumos Pontífices lhe concederam o direito das con- d) à política de criação e desenvolvimento da Amazônia
quistas, como consta de tantas bulas apostólicas (...) Não Legal no Brasil.
só são apóstolos os missionários, senão também os soldados e) ao incentivo de ocupação do Nordeste, no século XX.
ENEM Ciências Humanas 197

32. (Encceja) Leia o texto. d) moradores das periferias das grandes cidades, que mi-
Quando acontece uma seca, no Nordeste toda a estrutura graram para o interior do país na década de 1970 atraídos
sofre, mas o peso maior é suportado pelos que estão embaixo. pelas oportunidades de emprego nas reservas extrativistas.
A seca, na verdade, é o colapso da produção agrícola e esse e) pequenos proprietários rurais nordestinos que, na dé-
colapso se traduz em fome [...] quando ocorre, se lança mão cada de 1970, migraram para São Paulo para trabalhar como
de uma ajuda de emergência [...] mas é preciso estar pre- boias-frias na colheita de café.
parado [...]. É preciso que esses projetos não fiquem sendo
manipulados pelos grupos locais. 34. (ENEM) O movimento migratório no Brasil é significa-
Celso Furtado. In: OLIVA, Jaime; GIANSANTI, Roberto. Temas tivo, principalmente em função do volume de pessoas que
da geografia do Brasil. São Paulo: Atual, 1999, p. 196. saem de uma região com destino a outras regiões. Um des-
ses movimentos ficou famoso nos anos 80, quando muitos
Levando em consideração o texto, sobre o problema da nordestinos deixaram a região Nordeste em direção ao Su-
seca no Nordeste brasileiro, é correto afirmar que: deste do Brasil. Segundo os dados do IBGE de 2000, este
a) os projetos para evitar as secas têm sido implantados processo continuou crescente no período seguinte, os anos
corretamente pelos políticos locais. 90, com um acréscimo de 7,6% nas migrações deste mesmo
b) o pequeno agricultor foi beneficiado pela ajuda dos vá- fluxo. A Pesquisa de Padrão de Vida, feita pelo IBGE, em
rios níveis de governo e das elites locais. 1996, aponta que, entre os nordestinos que chegam ao Su-
c) a manipulação do dinheiro público pela elite local pro- deste, 48,6% exercem trabalhos manuais não qualificados,
voca a chamada indústria da seca. 18,5% são trabalhadores manuais qualificados, enquanto
d) a dinâmica climática leva as secas ao Nordeste, mas per- 13,5%, embora não sejam trabalhadores manuais, se en-
mite o desenvolvimento agrícola. contram em áreas que não exigem formação profissional.
e) existem projetos permanentes de ajuda aos agriculto- O mesmo estudo indica também que esses migrantes pos-
res, mantidos pelos grupos locais, uma vez que as secas são suem, em média, condição de vida e nível educacional
previsíveis. acima dos de seus conterrâneos e abaixo dos de cidadãos
estáveis do Sudeste.
33. (ENEM) Os fluxos migratórios humanos, representados Disponível em: http://www.ibge.gov.br.
nos mapas abaixo, mais do que um deslocamento espacial Acesso em: 30 jul. 2009 (adaptado).
podem significar uma mudança de condição social.
Com base nas informações contidas no texto, depreen-
Décadas de Décadas de Décadas de de-se que:
1950 e de 1960 1960 e de 1970 1970 e de 1980 a) o processo migratório foi desencadeado por ações de
governo para viabilizar a produção industrial no Sudeste.
b) os governos estaduais do Sudeste priorizaram a qualifi-
cação da mão de obra migrante.
c) o processo de migração para o Sudeste contribui para o
fenômeno conhecido como inchaço urbano.
d) as migrações para o Sudeste desencadearam a valoriza-
ção do trabalho manual, sobretudo na década de 80.
Adaptado de SANTOS, Regina Bega. Migrações e) a falta de especialização dos migrantes é positiva
no Brasil. São Paulo: Scipione, 1994. para os empregadores, pois significa maior versatilidade
profissional.
Analisando-se os mapas, pode-se afirmar que essa mu-
dança ocorreu com: H10 Reconhecer a dinâmica da organização dos
a) trabalhadores rurais nordestinos, que migraram para movimentos sociais e a importância da
São Paulo nas décadas de 1950 e de 1960, transformando-se participação da coletividade na transformação
em operários do setor industrial. da realidade histórico-geográfica.
b) agricultores sulistas, que migraram para o centro-
-oeste na década de 1960, transformando-se em empre-
sários da mineração. 35. (Encceja) Leia o texto:
c) trabalhadores rurais nordestinos, que migraram para a No Brasil [...] os escravos foram os ombros, as costas e as
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Amazônia na década de 1960, transformando-se em gran- pernas que fizeram andar a Colônia e, mais tarde, o Império.
des proprietários de terras. Foram o ventre que gerou uma imensa população mestiça e o
198

seio que amamentou os filhos dos senhores. Deixaram uma d) distinguir, dentro do terceiro estado, as condições em
herança profunda: em 500 anos de história, o Brasil teve que viviam os “criados de libre” e os camponeses.
três séculos e meio de regime escravocrata contra apenas e) comprovar a existência, no interior da corte, de uma
um de trabalho livre. luta de classes entre os trabalhadores manuais.
Eduardo Bueno. Brasil: uma história. 2. ed.
São Paulo: Ática, 2003, p. 118-119. 37. (ENEM) Observe as duas afirmações de Montesquieu
(1689-1755), a respeito da escravidão:
Analisando o fragmento, é correto afirmar que: A escravidão não é boa por natureza; não é útil nem ao
a) o Brasil é fruto de um processo de exploração e mis- senhor, nem ao escravo: a este porque nada pode fazer por
cigenação relacionado com a escravização de africanos. virtude; àquele, porque contrai com seus escravos toda sor-
b) a cultura africana enraizou-se na colônia brasileira e te de maus hábitos e se acostuma insensivelmente a faltar
tornou-se padrão dominante a partir do século XVI. contra todas as virtudes morais: torna-se orgulhoso, brusco,
c) em 150 anos de trabalho livre, o negro ascendeu so- duro, colérico, voluptuoso, cruel.
cialmente, anulando as consequências da escravidão. Se eu tivesse que defender o direito que tivemos de tornar
d) por meio do sacrifício dos africanos e indígenas escra- escravos os negros, eis o que eu diria: tendo os povos da Europa
vizados, o Brasil adquiriu status de nação desenvolvida. exterminado os da América, tiveram que escravizar os da África
e) a escravidão de africanos foi a única forma de traba- para utilizá-los para abrir tantas terras. O açúcar seria muito caro
lho compulsório existente na época colonial. se não fizéssemos que escravos cultivassem a planta que o produz.
Montesquieu. O espírito das leis.
C3 Compreender a produção e o papel histórico
das instituições sociais, políticas e Com base nos textos, podemos afirmar que, para Mon-
econômicas, associando-as aos diferentes tesquieu:
grupos, conflitos e movimentos sociais. a) o preconceito racial foi contido pela moral religiosa.
b) a política econômica e a moral justificaram a escravidão.
H11 Interpretar os registros de práticas de
c) a escravidão era indefensável de um ponto de vista eco-
grupos socias no tempo e no espaço.
nômico.
d) o convívio com os europeus foi benéfico para os escravos
africanos.
36. (ENEM) O que chamamos de corte principesca era, essen- e) o fundamento moral do direito pode submeter-se às ra-
cialmente, o palácio do príncipe. Os músicos eram tão indis- zões econômicas.
pensáveis nesses grandes palácios quanto os pasteleiros, os
cozinheiros e os criados. Eles eram o que se chamava, um 38. (ENEM) Hoje em dia, nas grandes cidades, enterrar os
tanto pejorativamente, de criados de libre. A maior parte dos mortos é uma prática quase íntima, que diz respeito apenas
músicos ficava satisfeita quando tinha garantida a subsistên- à família. A menos, é claro, que se trate de uma persona-
cia, como acontecia com as outras pessoas de classe média lidade conhecida. Entretanto, isso nem sempre foi assim.
na corte; entre os que não se satisfaziam, estava o pai de Para um historiador, os sepultamentos são uma fonte de in-
Mozart. Mas ele também se curvou às circunstâncias a que formações importantes para que se compreenda, por exem-
não podia escapar. plo, a vida política das sociedades.
Norbert Elias. Mozart: sociologia de um gênio. Ed. No que se refere às práticas sociais ligadas aos sepul-
Jorge Zahar, 1995, p. 18 (com adaptações). tamentos:
a) na Grécia Antiga, as cerimônias fúnebres eram desvalori-
Considerando-se que a sociedade do Antigo Regime zadas, porque o mais importante era a democracia experimen-
dividia-se tradicionalmente em estamentos: nobreza, clero tada pelos vivos.
e terceiro estado, e correto afirmar que o autor do texto, b) na Idade Média, a Igreja tinha pouca influência sobre
ao fazer referência à “classe média”, descreve a sociedade os rituais fúnebres, preocupando-se mais com a salvação
utilizando a noção posterior de classe social a fim de: da alma.
a) aproximar da nobreza cortesã a condição de classe dos c) no Brasil Colônia, o sepultamento dos mortos nas igre-
músicos, que pertenciam ao terceiro estado. jas era regido pela observância da hierarquia social.
b) destacar a consciência de classe que possuíam os músi- d) na época da Reforma, o catolicismo condenou os excessos
cos, ao contrário dos demais trabalhadores manuais. de gastos que a burguesia fazia para sepultar seus mortos.
c) indicar que os músicos se encontravam na mesma situa- e) no período posterior à Revolução Francesa, devido às
ção que os demais membros do terceiro estado. grandes pertubações sociais, abandona-se a prática do luto.
ENEM Ciências Humanas 199

39. (ENEM) No final do século XVI, na Bahia, Guiomar de particularmente adequadas (...), as peças do quebra-cabeça
Oliveira denunciou Antônia Nóbrega à Inquisição. Segundo o da domesticação se acomodaram e os coletores transforma-
depoimento, esta lhe dava “uns pós não sabe de quê, e outros ram-se em agricultores.
pós de osso de finado, os quais pós ela confessante deu a be- CROSBY, Alfred W. Imperialismo ecológico.
ber em vinho ao dito seu marido para ser seu amigo e serem São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
bem-casados, e que todas estas coisas fez tendo-lhe dito a
dita Antônia e ensinado que eram coisas diabólicas e que os Texto II
diabos lha ensinaram”. Os historiadores acostumaram-se a separar a coleta e a
ARAÚJO, E. O teatro dos vícios. Transgressão e transigência na agricultura como se fossem duas etapas da evolução humana
sociedade urbana colonial. Brasília: UnB/José Olympio, 1997. bastante diferentes e a supor que a passagem de uma à outra
tivesse sido uma mudança repentina e revolucionária.
Do ponto de vista da Inquisição: Hoje, contudo, admite-se que essa transição aconteceu
a) o problema dos métodos citados no trecho residia na de maneira gradual e combinada. Da etapa em que o ho-
dissimulação, que acabava por enganar o enfeitiçado. mem era inteiramente um caçador-coletor passou-se para
b) o diabo era um concorrente poderoso da autoridade da outra em que começava a executar atividades de cultivo de
Igreja e somente a justiça do fogo poderia eliminá-lo. plantas silvestres (...) e de manipulação dos animais (...).
c) os ingredientes em decomposição das poções mágicas Mas tudo isso era feito como uma atividade complementar
eram condenados porque afetavam a saúde da população. da coleta e da caça.
d) as feiticeiras representavam séria ameaça à sociedade, In: VICENTINO, Cláudio. História para o Ensino Médio:
pois eram perceptíveis suas tendências feministas. História Geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2005.
e) os cristãos deviam preservar a instituição do casamen-
to recorrendo exclusivamente aos ensinamentos da Igreja. Os textos analisam:
a) o final do Período Neolítico e se posicionam de forma
40. (ENEM) O Egito é visitado anualmente por milhões de tu- convergente quanto ao papel revolucionário desempenhado
ristas de todos os quadrantes do planeta, desejosos de ver com pela agricultura e pela domesticação dos animais.
os próprios olhos a grandiosidade do poder esculpida em pedra b) o início do Período Neolítico e divergem entre si a res-
há milênios: as pirâmides de Gizeh, as tumbas do Vale dos Reis peito da existência da Revolução Neolítica, pois enquanto
e os numerosos templos construídos ao longo do Nilo. um indica uma transformação radical, o outro destaca a
O que hoje se transformou em atração turística era, no simultaneidade da caça, da coleta e da agricultura.
passado, interpretado de forma muito diferente, pois: c) o início do Paleolítico Inferior e são contraditórios en-
a) significava, entre outros aspectos, o poder que os fara- tre si, no que se relaciona aos efeitos da agricultura, dentre
ós tinham para escravizar grandes contingentes populacio- eles a sedentarização humana.
nais que trabalhavam nesses monumentos. d) o final do Paleolítico Superior, no momento em que
b) representava para as populações do alto Egito a pos- ocorreu a Revolução Agrícola, ambos afirmando que a caça
sibilidade de migrar para o sul e encontrar trabalho nos e a coleta foram suprimidas pela agricultura.
canteiros faraônicos. e) a Transição Mesolítica, e concordam que, com o cul-
c) significava a solução para os problemas econômicos, tivo das plantas e a criação de animais, ocorreu a sus-
uma vez que os faraós sacrificavam aos deuses suas rique- pensão das atividades de caça e coleta, provocando a
zas, construindo templos. Revolução Neolítica.
d) representava a possibilidade de o faraó ordenar a so-
ciedade, obrigando os desocupados a trabalharem em obras 42. (Encceja) Projetos desenvolvidos no Amapá mostram no-
públicas, que engrandeceram o próprio Egito. vas possibilidades de aproveitamento econômico dos recursos
e) significava um peso para a população egípcia, que con- naturais: cultivos agroflorestais de frutas tropicais, produção
denava o luxo faraônico e a religião baseada em crenças e de óleos vegetais (copaíba, andiroba) e inseticidas naturais,
superstições. coleta e processamento da castanha-do-pará em cooperativas
de agricultores, pesca, ecoturismo e outros. São apoiados por
41. (ENEM) programas sociais e educacionais, com parcerias entre gover-
Texto I nos, comunidades e entidades.
Em todo o mundo, a leste e a oeste, as populações come- Disponível em: <http://www.amapa.gov.br>
çaram a trocar a dependência às hordas de grandes animais
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“muitas das quais em rápido declínio” pela exploração de ani- De acordo com o texto, os melhores projetos para a re-
mais menores e de plantas. (...) Onde as condições fossem gião são os que conseguem:
200

a) manter sistemas naturais como a Floresta Amazônica e dos conflitos agrários em todas as regiões do Brasil nesse
valorizar o trabalho de pequenos agricultores. período, e o número de mortes ocorridas nessas lutas.
b) acelerar a derrubada de matas para plantio, extrativis-
mo mineral e exploração madeireira.
c) implementar os mecanismos da agricultura moderna,
como o uso de máquinas agrícolas e adubos químicos.
d) intensificar o uso de recursos como solos férteis e água
e reduzir a biodiversidade local.
e) enriquecer a população da região com o aproveitamento
de produtos naturais.
Número total
43. (ENEM) Comissão Especial da Câmara dos Deputados de assassinatos

aprova no Brasil a redução da jornada semanal de 44 para 83

40 horas e o aumento do valor para as horas extras, de


21

1
50% para 75%.
N
Jornada semanal na Europa
Média de horas trabalhadas na UE é 20% menor do que a jornada máxima legal
Brasil – Vítimas fatais de conflitos ocorridos no campo
MÉDIA SEMANAL DE HORAS EFETIVAS TRABALHADAS EM 2008
1985-1996 Comissão Pastoral da Terra – CPT
41,0 40,4 41,0 42,4 41,6
37,8 38,1 39,1 38,2
35,6 36,9
30,8 OLIVEIRA. A. U. A longa marcha do campesinato brasileiro:
movimentos sociais, conflitos e reforma agrária. Revista
Estudos Avançados. v. 15 n. 43, São Paulo, set./dez. 2001.
União França Alemanha Holanda Reino Espanha Itália Eslováquia Eslovênia Polônia Grécia Bulgária
Europeia Unido
48 35 48* 48 48 40 40 40 40 40 40 40 Com base nas informações do mapa acerca dos conflitos
Jornada semanal legal por horas (pode acima disso, mas conta como hora extra) pela posse de terra no Brasil, a região:
*Não há jornada máxima na Alemanha; a de 48 horas é uma média dos acordos realizados em convenções coletivas.

Fontes: Eurostart e Eiro (European Industrial Relations Observatory)


a) conhecida historicamente como das Missões Jesuíticas é a
Folha de S. Paulo, B6, 4/7/2009. de maior violência.
b) do Bico do Papagaio apresenta os números mais expressivos.
c) conhecida como oeste baiano tem o maior número de
Os sindicatos e os movimentos de trabalhadores reivin- mortes.
dicam a redução da jornada de trabalho para, entre outras d) do norte do Mato Grosso, área de expansão da agricultura
consequências: mecanizada, é a mais violenta do país.
a) reduzir a carga tributária em relação aos contratos e) da Zona da Mata mineira teve o maior registro de mortes.
trabalhistas.
b) aumentar o número de empresas de subcontratação e/ H12 Analisar o papel da justiça como instituição
ou terceirização. na organização das sociedades.
c) aumentar a oferta de empregos formais, diminuindo
o desemprego.
d) aumentar os salários formais com o aumento da oferta 45. (Encceja) São reconhecidos aos índios sua organização
de vagas. social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos
e) melhorar as condições de higiene e de segurança no originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam,
ambiente de trabalho. competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar
todos os seus bens.
44. (ENEM) A luta pela terra no Brasil é marcada por di- Art. 231. Constituição Federal do Brasil
versos aspectos que chamam a atenção. Entre os aspectos
positivos, destaca-se a perseverança dos movimentos do De acordo com o artigo citado, a Constituição:
campesinato e, entre os aspectos negativos, a violência que a) garante os direitos dos fazendeiros e garimpeiros em
manchou de sangue essa história. Os movimentos pela re- ocupar terras indígenas.
forma agrária articularam-se por todo o território nacional, b) reconhece que as sociedades indígenas não têm direito
principalmente entre 1985 e 1996, e conseguiram de ma- às terras que tradicionalmente ocupam.
neira expressiva a inserção desse tema nas discussões pelo c) garante ao índio a posse e a proteção da terra e o respei-
acesso à terra. O mapa seguinte apresenta a distribuição to a suas tradições culturais.
ENEM Ciências Humanas 201

d) reconhece os direitos indígenas, com a mesma lei que é b) o Código de Hamurabi, apesar de proteger a propriedade
aplicada aos estrangeiros. e a família, é marcado por forte religiosidade, o que lhe
e) garante à União o direito de transferir populações indí- confere aspectos igualitários naquilo que se refere à orga-
genas de acordo com interesses econômicos nacionais. nização social.
c) o Direito romano privilegiava aspectos da vida privada,
46. (ENEM) enquanto o Código mesopotâmico demonstrava grande pre-
Código de Hamurabi ocupação com o direito público.
Art. 1o – Se alguém acusa um outro, lhe imputa um sor- d) diferentemente do Código de Hamurabi, as Leis roma-
tilégio, mas não pode dar prova disso, aquele que acusou de- nas desconsideravam questões relativas ao trabalho.
verá ser morto. e) a crueldade das penalidades impostas pelo Código de
Art. 3o – Se alguém em um processo se apresenta como Hamurabi devem ser explicadas pelas influências assírias
testemunha de acusação e não prova o que disse, se o proces- na cultura mesopotâmica.
so importa perda de vida, ele deverá ser morto.
No art. 5o está estabelecido que o juiz prolator de uma sen- 47. (Encceja) O texto refere-se às terras indígenas.
tença errada será punido com o pagamento das custas multipli- A criação dessas áreas tem como finalidade proteger e
cadas por 12, e ainda será expulso publicamente de sua cadeira. garantir a sobrevivência dos grupos indígenas. Elas são con-
Art. 15 – Se alguém furta pela porta da cidade um escravo troladas pela FUNAI. No entanto, parte dessas terras ainda
ou uma escrava da Corte, ou escravo ou escrava de um liberto, não está demarcada, o que facilita a entrada nessas áreas e
deverá ser morto. sua utilização para outras atividades como a agropecuária, a
Art. 16 – Se alguém acolhe em sua casa um escravo ou mineração, a extração de madeiras, a construção de hidrelé-
escrava fugidos da Corte ou de um liberto e, depois da procla- tricas e rodovias. Muitos grupos indígenas abandonam suas
mação pública do mordomo, não apresenta, o dono da casa terras, encontrando sérios problemas para sua sobrevivência.
deverá ser morto. Adaptado de www.ibge.gov.br
Sobre delitos e penas: Além da Funai e dos índios, estão envolvidos no proces-
Art. 198 – Se alguém arranca o olho de um liberto, deverá so de demarcação de terras indígenas:
pagar uma mina. a) grupos dos sem-terra e comerciantes.
Art. 199 – Se ele arranca um olho de um escravo alheio, b) empresários e governos.
ou quebra um osso ao escravo alheio, deverá pagar a metade c) grileiros e ambulantes.
do seu preço. d) embaixadas estrangeiras e comerciantes.
Art. 203 – Se um nascido livre espanca um nascido livre e) desempregados e industriais
de igual condição, deverá pagar uma mina.
Art. 204 – Se um liberto espanca um liberto, deverá pagar 48. (ENEM) Em uma disputa por terras, em Mato Grosso do
dez siclos. Sul, dois depoimentos são colhidos: o do proprietário de
Lei das Doze Tábuas uma fazenda e o de um integrante do Movimento dos Tra-
Tábuas I e II – Organização e procedimento judicial balhadores Rurais Sem Terras:
Tábua III – Normas contra os inadimplentes Depoimento 1
Tábua IV – Pátrio poder A minha propriedade foi conseguida com muito sacrifício
Tábua V – Sucessões e tutela pelos meus antepassados. Não admito invasão. Essa gente
Tábua VI – Propriedade não sabe de nada. Estão sendo manipulados pelos comunis-
Tábua VII – Servidões tas. Minha resposta será à bala. Esse povo tem que saber que
Tábua VIII – Dos delitos a Constituição do Brasil garante a propriedade privada. Além
Tábua IX – Direito público disso, se esse governo quiser as minhas terras para a Reforma
Tábua X – Direito sagrado Agrária terá que pagar, em dinheiro, o valor que eu quero.
Tábuas XI e XII – Complementares Proprietário de uma fazenda no Mato Grosso do Sul.
Os instrumentos jurídicos apresentados servem à
compreensão das sociedades onde vigoraram, respecti- Depoimento 2
vamente, a babilônica e a romana. Sobre isso, é correto Sempre lutei muito. Minha família veio para a cidade por-
afirmar que: que fui despedido quando as máquinas chegaram lá na Usina.
a) apesar de ambas se preocuparem com a defesa da pro- Seu moço, acontece que eu sou um homem da terra. Olho pro
priedade, a Lei das Doze Tábuas insinua uma sociedade céu, sei quando é tempo de plantar e de colher. Na cidade não
EM1D-12-1E

mais complexa e mais preocupada com questões adminis- fico mais. Eu quero um pedaço de terra, custe o que custar.
trativas e estatais. Hoje eu sei que não estou sozinho. Aprendi que a terra tem
202

um valor social. Ela é feita para produzir alimento. O que o 50. (Encceja) Observe a imagem e leia o texto.
homem come vem da terra. O que é duro é ver que aqueles que
possuem muita terra e não dependem dela para sobreviver,
pouco se preocupam em produzir nela.
Integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra (MST), de Corumbá – MS.

A partir da leitura do depoimento 1, os argumentos utili-


zados para defender a posição do proprietário de terras são:
I. A Constituição do país garante o direito à proprieda-
de privada, portanto invadir terras é crime.
II. O MST é um movimento político controlado por par-
tidos políticos.
III. As terras são o fruto do árduo trabalho das famílias
que as possuem.
IV. Este é um problema político e depende unicamente da
decisão da justiça.
Está(ão) correta(s) a(s) proposição(ões):
a) I, apenas. d) I, II e III, apenas.
b) I e IV, apenas. e) I, III e IV, apenas. Camponeses trabalhando próximo aos portões
c) II e IV, apenas. de uma cidade, fins do século XV.

49. (ENEM) Considere as seguintes leis: Não existe cidade na América Latina que tenha uma con-
• Lei 4.151, de 4 de setembro de 2003 — institui nova centração tão grande de marcas de luxo como São Paulo. Es-
disciplina sobre sistemas de cotas para ingresso nas univer- tão instaladas na metrópole paulistana marcas conceituadas
sidades públicas estaduais e dá outras providências. e caras como Versace, Armani, Diesel, Kenzo, Tiffany, outras
• Lei 4.528 — institui nos currículos do Ensino Funda- duas Louis Vuitton – sendo que uma delas é a Global Store, com
mental e Médio o ensino de História e Cultura Afro-brasileira. dois andares e custo de US$ 1 milhão —, entre muitas outras.
• Lei 2.589, de 26 de dezembro de 2002 — dispõe sobre Laura Ancona Lopes. Revista IstoÉ, n. 1780, 12/11/2003.
a reserva de vagas aos vestibulandos índios na Universida-
de Federal de Mato Grosso do Sul. Observando a imagem e lendo o texto, produzidos em
Muitas vezes o Brasil é visto, tanto aqui como no exte- diferentes contextos históricos, escolha a opção correta.
rior, como um país com uma convivência harmoniosa entre a) A presença de estabelecimentos de luxo em São Pau-
as etnias, sobretudo quando as imagens divulgadas mos- lo ilustra o desenvolvimento econômico e a igualdade social
tram o carnaval e os jogos de futebol. As leis mencionadas na cidade.
acima e promulgadas nos últimos anos indicam que: b) A posse e a utilização da terra eram elementos es-
a) a ideia de convivência harmoniosa é verdadeira e essas senciais da vida econômica do período medieval.
leis acabam suscitando preconceito contra minorias. c) A concentração de riqueza no período medieval
b) há uma tendência para se inibir o racismo legalizado ocorria nas grandes cidades, tal qual na São Paulo atual.
no Brasil. d) As muralhas da cidade medieval facilitavam o de-
c) os movimentos contra discriminações e preconceitos têm senvolvimento do comércio, favorecendo a circulação da
avançado bastante no Brasil e as leis reforçam essa tendência. riqueza.
d) o Brasil está entre os países do mundo com os menores e) Como no período medieval, quando a terra era sinô-
índices de violação de direitos humanos, por isso essas leis nimo de riqueza, atualmente os estabelecimentos de luxo
tornam-se desnecessárias. em São Paulo se devem ao sucesso do agronegócio.
e) é mais adequado permitir que a sociedade se autorregu-
le em termos de extinção de preconceitos, sendo desneces- 51. (ENEM) Os Jogos Olímpicos tiveram início na Grécia, em
sário criar leis com essa finalidade. 776 a.C., para celebrar uma declaração de paz. Na sociedade
contemporânea, embora mantenham como ideal o congra-
H13 Analisar a atuação dos movimentos sociais çamento entre os povos, os Jogos Olímpicos têm sido palco
que contribuíram para mudanças ou rupturas de manifestações de conflitos políticos. Dentre os aconte-
em processos de disputa pelo poder. cimentos apresentados a seguir, o único que evoca um con-
ENEM Ciências Humanas 203

flito armado e sugere sua superação, reafirmando o ideal 53. (Encceja) Leia os textos.
olímpico, ocorreu: Texto 1
a) em 1980, em Moscou, quando os norte-americanos dei- O trono real não é o trono de um homem, mas o trono do pró-
xaram de comparecer aos Jogos Olímpicos. prio Deus (...). Os reis são deuses e participam de alguma manei-
b) em 1964, em Tóquio, quando um atleta nascido em Hi- ra da independência divina (...). O rei vê de mais longe e de mais
roshima foi escolhido para carregar a tocha olímpica. alto, deve acreditar-se que ele vê melhor e deve obedecer-lhe sem
c) em 1956, em Melbourne, quando a China abandonou os murmurar, pois o murmúrio é uma disposição para a sedição.
Jogos porque a representação de Formosa também havia Jacques Bossuet (1627-1704). A política
sido convidada para participar. inspirada nas Sagradas Escrituras.
d) em 1948, em Londres, quando os alemães e os japoneses Texto 2
não foram convidados a participar. A única maneira de instruir um poder comum (...) é confe-
e) em 1936, em Berlim, quando Hitler abandonou o está- rir toda sua força e poder a um homem, ou a uma assembleia
dio ao serem anunciadas as vitórias do universitário negro, de homens, que possa reduzir suas diversas vontades por plu-
Jesse Owens, que recebeu quatro medalhas. ralidade de votos, a uma só vontade.
Thomas Hobbes (1588-1679). O Leviatã.
52. (ENEM) Na segunda metade do século XVIII, teve início,
na Inglaterra, um processo de desenvolvimento tecnológico Por meio da leitura dos textos, pode-se concluir que:
que ficou conhecido como Revolução Industrial. Apesar de ser a) ambos defendem que a origem do poder absoluto dos
descrito como uma revolução técnica, sabemos, no entanto, reis advém do caráter divino deles.
tratar-se de um movimento que deixou marcas profundas nas b) o primeiro explica a origem do poder absoluto a partir
sociedades do mundo contemporâneo. Um novo tipo humano, o da razão iluminista e o segundo, a partir do cristianismo.
operariado, passou a compor as multidões das sociedades capi- c) os argumentos contidos no segundo texto são a base da
talistas e, desprovidos de meios e instrumentos para sua sobre- democracia e no primeiro texto, da ditadura.
vivência e submetidos a condições degradantes de existência, d) os textos se complementam quanto à legitimidade da
esse novo ser social passou a atuar diretamente nos processos origem do poder dos governos absolutistas.
de transformações de algumas sociedades. O ludismo, movi- e) o segundo texto lança as bases do parlamentarismo.
mento de destruição de máquinas pelos operários ingleses, foi
a expressão pioneira de uma nova era das relações sociais no 54. (ENEM) Servidão: uma obrigação imposta ao produtor
mundo capitalista. Sobre esse tema, é correto afirmar que: (...) independentemente de sua vontade para satisfazer cer-
a) o movimento dos operários ingleses foi determinante tas exigências econômicas de um senhor, quer tais exigências
para encaminhar mudanças que humanizaram as relações tomem a forma de serviços a prestar ou de taxas a pagar em
entre capital e trabalho em todo o mundo capitalista. dinheiro ou em espécie.
b) o ludismo acabou produzindo uma teoria que serviu de Maurice Dobb – A evolução do capitalismo
base para o desenvolvimento do anarquismo nas primeiras
décadas do século XX. O escravo torna possível o jogo social, não porque ga-
c) a afirmação do Estado liberal e o aprofundamento das ranta a totalidade do trabalho material (isso jamais será
desigualdades sociais resultantes da Revolução Industrial verdade), mas porque seu estatuto de anticidadão, de es-
estimularam a produção de teorias revolucionárias como o trangeiro absoluto, permite que o estatuto do cidadão se
socialismo, em meados do século XIX. desenvolva; porque o comércio de escravos e o comércio
d) o liberalismo político e as doutrinas econômicas a ele simplesmente, a economia monetária, permitem que um
associadas encontraram terreno fértil para a sua difusão número bem excepcional de atenienses sejam cidadãos.
junto aos movimentos operários. Pierre Vidal-Naquet – Trabalho e escravidão na Grécia Antiga
e) o sindicalismo, um dos produtos da Revolução Indus-
trial, acabou freando o ímpeto revolucionário da classe tra- Comparando-se as formas de trabalho destacadas
balhadora no início do século XX. pelos textos, predominantes em determinados períodos
históricos e em diferentes espaços geográficos, está cor-
reto afirmar que:
H14 Comparar diferentes pontos de vista, presentes
a) ambas as formas foram largamente utilizadas nas épo-
em textos analíticos e interpretativos,
cas moderna e contemporânea, principalmente em socieda-
sobre situação ou fatos de natureza
des pré-capitalistas altamente urbanizadas.
histórico-geográfica acerca das instituições
EM1D-12-1E

b) as duas categorias de trabalhadores coexistiram na An-


sociais, políticas e econômicas.
tiguidade Clássica Greco-Romana, sendo que somente a es-
204

cravidão sobreviveu como forma de trabalho predominante atividade social e cultural não pode ser uma construção. Esque-
até a modernidade. cem-se, porém, aqueles que fazem tal crítica, que o Brasil, como
c) sem ser uniforme, tanto a servidão como a escravidão praticamente toda a América, é criação do homem ocidental.
existiram simultaneamente em diferentes momentos da PEDROSA, M. Utopia: obra de arte. Vis – Revista do Programa de
história da humanidade, como, por exemplo, na Antigui- Pós-graduação em Arte (UnS), Vai. 5, n. 1, 2006 (adaptado).
dade Oriental e em algumas regiões da América colonial.
d) a servidão assemelhava-se à escravidão, pois nas duas As ideias apontadas no texto estão em oposição, porque:
formas o trabalhador era propriedade de um senhor que, a) a cultura dos povos é reduzida a exemplos esquemáti-
por isso, podia dispor livremente do trabalhador, bem como cos que não encontram respaldo na história do Brasil ou
do seu trabalho. da América.
e) escravos e servos deviam obrigações aos seus senho- b) as cidades, na primeira afirmação, têm um papel mais
res, destacando-se entre elas a obrigatoriedade de entre- fraco na vida social, enquanto a América é mostrada
gar-lhes parte da produção e dedicar dias de trabalho às como um exemplo a ser evitado.
terras do senhor. c) a objeção inicial, de que as cidades não podem ser
inventadas, é negada logo em seguida pelo exemplo utó-
55. (Encceja) Em um confronto entre policiais e camelôs pico da colonização da América.
no centro de São Paulo, foram colhidos por um repórter d) a concepção fundamental da primeira afirmação de-
de TV dois depoimentos: o do proprietário de uma loja e fende a construção de cidades e a segunda mostra, histo-
o de um camelô. ricamente, que essa estratégia acarretou sérios problemas.
Depoimento 1 e) a primeira entende que as cidades devem ser organismos
Esta situação está ficando insustentável. Não há lugar vivos, que nascem de forma espontânea, e a segunda mostra
para os pedestres circularem livremente pela calçada e isso que há exemplos históricos que demonstram o contrário.
prejudica meus negócios. O preço dos produtos desses camelôs
é uma afronta, porque, como não pagam impostos e só traba- H15 Avaliar criticamente conflitos culturais,
lham com mercadorias contrabandeadas ou roubadas, não há sociais, políticos, econômicos ou
concorrência que resista. ambientais ao longo da história.
Proprietário de uma loja na região central de São Paulo.
Depoimento 2 57. (Encceja) Leia o texto e observe a charge.
Eu era metalúrgico, e fui demitido. O que antes eu fazia, Mais do que a chegada dos colonos, é a escravização
hoje um monte de máquinas faz no meu lugar. Eu não consigo que desintegra o modo de vida das tribos indígenas. Eles
arrumar outro emprego, porque as outras fábricas também morrem com centenas de doenças transmitidas pelos bran-
estão demitindo. A crise está muito brava. Peguei meu Fundo cos. Só na Bahia, em 1563, uma epidemia de varíola mata
de Garantia e apostei tudo nisso. Monto minha barraca onde cerca de 30 mil índios.
tem mais gente passando pra poder faturar um pouco e sus- NOVAIS, Carlos Eduardo e LOBO, César. História
tentar minha família. do Brasil para principiantes, 1999.
Vendedor ambulante do centro de São Paulo.

Os depoimentos indicam que:


a) a crise econômica e o desemprego prejudicam proprie-
tários e trabalhadores.
b) os comerciantes são os únicos prejudicados pela crise
do desemprego.
c) a crise econômica pode ser resolvida pelo comércio dos
camelôs.
d) donos das lojas e camelôs estão unidos contra a crise.
e) os camelôs são os únicos prejudicados pela crise uma
vez que os comerciantes são os detentores dos capitais.

56. (ENEM) A mais profunda objeção que se faz à ideia da cria-


ção de uma cidade, como Brasília, é que o seu desenvolvimento
não poderá jamais ser natural. É uma objeção muito séria, pois
provém de uma concepção de vida fundamental: a de que a
ENEM Ciências Humanas 205

Utilizando o texto e a charge, escolha a opção correta a) a erradicação da fome no mundo.


acerca da transformação da vida dos índios na Bahia após a b) o aumento das áreas rurais e a diminuição das áreas
chegada dos portugueses ao Brasil no século XVI. urbanas.
a) Nos primeiros encontros com os europeus, os índios já c) a maior demanda por recursos naturais, entre os quais
tinham conhecimento dos perigos à saúde que o contato os recursos energéticos.
com os colonizadores ocasionaria. d) a menor necessidade de utilização de adubos e correti-
b) A charge revela que os índios eram seguidores dos vos na agricultura.
portugueses e não questionavam os aspectos negativos e) o contínuo aumento da oferta de emprego no setor pri-
do contato com os europeus. mário da economia, em face da mecanização.
c) A escravidão dos índios dessa região foi imposta pe-
los portugueses e aceita pacificamente pelos índios. 60. (Encceja) À medida que os europeus se apropriavam das
d) A colonização europeia da América desorganizou o modo terras do continente americano, intensificaram-se os con-
de vida das populações indígenas e disseminou doenças. flitos com os ameríndios. As ofensivas dos europeus aos
e) Os colonizadores tratavam com respeito os indígenas povos indígenas acabaram por contribuir para a resolução
que logo com eles se aliaram nos trabalhos agrícolas. do problema de mão de obra.
Pode-se afirmar que as relações entre os conquistadores
58. (ENEM) A prosperidade induzida pela emergência das europeus e os ameríndios foram marcadas pelo(a):
máquinas de tear escondia uma acentuada perda de prestí- a) respeito ao modo de vida dos indígenas.
gio. Foi nessa idade de ouro que os artesãos, ou os tecelões b) disposição do ameríndio a submeter-se ao europeu.
temporários, passaram a ser denominados, de modo gené- c) integração entre europeus e ameríndios.
rico, tecelões de teares manuais. Exceto em alguns ramos d) exploração da mão de obra indígena.
especializados, os velhos artesãos foram colocados lado a e) ausência de reações violentas contra os colonizadores.
lado com novos imigrantes, enquanto pequenos fazendeiros-
tecelões abandonaram suas pequenas propriedades para se
concentrar na atividade de tecer. Reduzidos à completa de- C4 Entender as transformações técnicas e
pendência dos teares mecanizados ou dos fornecedores de tecnológicas e seu impacto nos processos
matéria-prima, os tecelões ficaram expostos a sucessivas de produção, no desenvolvimento do
reduções dos rendimentos. conhecimento e na vida social.
THOMPSON, E. P. The making of the english working class. H16 Identificar registros sobre o papel das
Harmondsworth: Penguin Books, 1979 (adaptado).
técnicas e tecnologias na organização
do trabalho e/ou da vida social.
Com a mudança tecnológica ocorrida durante a Revo-
lução Industrial, a forma de trabalhar alterou-se porque:
a) a invenção do tear propiciou o surgimento de novas re- 61. (Encceja) As duas fotos mostram dois momentos dife-
lações sociais. rentes da produção de automóveis.
b) os tecelões mais hábeis prevaleceram sobre os inex-
perientes.
c) os novos teares exigiam treinamento especializado
para serem operados.
d) os artesãos, no período anterior, combinavam a tecela-
gem com o cultivo de subsistência.
e) os trabalhadores não especializados se apropriaram dos
lugares dos antigos artesãos nas fábricas.

59. (ENEM) Até o século XVII, as paisagens rurais eram


marcadas por atividades rudimentares e de baixa produti-
vidade. A partir da Revolução Industrial, porém, sobretudo
com o advento da revolução tecnológica, houve um desen-
volvimento contínuo do setor agropecuário. Após observar as duas imagens, é possível afirmar que a
São, portanto, observadas consequências econômicas, diferença marcante entre os dois momentos está relacionada à:
EM1D-12-1E

sociais e ambientais inter-relacionadas no período poste- a) automação industrial expressa na foto II.
rior à Revolução Industrial, as quais incluem: b) ausência da produção em série na foto I.
206

c) automação industrial expressa na foto I. 64. (ENEM)


d) ausência da produção em série na foto II.
e) ausência da presença humana, desnecessária na produ-
ção em série na foto II.

62. (Encceja) Depois de lutar contra a exploração capitalista,


os trabalhadores têm agora que lutar contra a falta dela. Do
sistema de exploração passiva para uma situação de exclusão
porque os grandes centros capitalistas precisam cada vez me-
nos do trabalho...
Adaptado de KURZ, R. O colapso da modernização.
São Paulo: Paz e Terra, 1992.

Ao mencionar, no texto, a situação de exclusão dos tra- De cada 100 pessoas adicionadas à população na próxima
balhadores, o autor refere-se: década, 97 viverão em países subdesenvolvidos.
a) ao crescimento dos governos socialistas que, tomando Hania Zlotnik, 2005.
para o estado as empresas privadas, despedem os trabalha-
dores para empregar funcionários públicos. A imagem acima é uma anamorfose que expressa as po-
b) ao crescimento de forças sindicais muito mais represen- pulações nacionais absolutas.
tativas dos interesses das empresas do que dos direitos dos
trabalhadores. Distribuição da população mundial por país – 2005
c) à redução da participação da mão de obra nas indústrias
como resultado da utilização de tecnologias modernas de
produção.
d) ao contrato de aumento salarial para uma parte dos
trabalhadores em troca da demissão dos operários mais
qualificados.
e) aos baixos salários pagos aos trabalhadores, impossibi-
litados de competir com as máquinas.

63. (Encceja) Em 1986, ano com o maior número de contrata-


dos na indústria automobilística, havia 157 mil trabalhadores
para produzir 1 milhão de veículos. Em 2004, 101 mil traba-
lhadores produziram 2,2 milhões de automóveis de qualida-
de muito superior. Fenômeno semelhante ocorreu em outros
setores da atividade produtiva porque a humanidade vive os Reinaldo Tronto, com dados de PNUD. RDH 2007/2008.
impactos do uso cada vez mais penetrante da tecnologia na
produção industrial.
Época, n. 411, 13/4/2006 (com adaptações). A análise dos gráficos permite afirmar que:
a) o continente asiático é o mais populoso em decorrência
Considerando o texto, é correto afirmar que: das condições socioeconômicas e da influência religiosa em
a) a indústria automobilística representa um setor econô- alguns casos.
mico alheio aos avanços tecnológicos. b) China e Índia, juntas, compõem mais da metade da po-
b) a qualificação da mão de obra inibe o impacto das novas pulação mundial.
tecnologias no emprego. c) os países do Norte rico apresentam pequena participa-
c) o avanço da tecnologia na produção favoreceu a contra- ção em razão do controle estatal na natalidade.
tação de trabalhadores. d) os países ricos apresentam pequena participação na po-
d) a introdução das novas tecnologias aumentou a quanti- pulação mundial, como é apresentado na anamorfose e no
dade e a qualidade dos produtos. gráfico, pela sua ausência.
e) a relação produção x novas tecnologias produz alterações e) os países pobres e emergentes apresentam forte parti-
sociais e econômicas quando questões salariais estão em cipação na população total do planeta em razão de serem
jogo, não sendo significativas nos níveis de empregabilidade. todos países rurais.
ENEM Ciências Humanas 207

65. (ENEM) Na figura, observa-se uma classificação de regi- H17 Analisar fatores que explicam o impacto
ões da América do Sul segundo o grau de aridez verificado. das novas tecnologias no processo de
territorialização da produção.

66. (Encceja) O texto trata de um exemplo da atual distri-


buição espacial das indústrias.
(...) Um carro esporte Mazda é desenhado na Califórnia,
financiado por Tóquio; o protótipo é criado em Worthing (In-
glaterra) e a montagem é feita nos Estados Unidos e no Mé-
xico, usando componentes eletrônicos inventados em Nova
Jersey e fabricados no Japão (...)
ORTIZ, Renato. Mundialização e Cultura. In O
trabalho na Economia Global. CARMO, Paulo Sérgio
do. Coleção Polêmica. Editora Moderna, 1998.
A principal característica das indústrias, abordada no
texto, é:
a) a centralização de todos os setores da indústria em áre-
as de grande disponibilidade de matérias-primas.
b) a dispersão dos setores da indústria para países da
América do Sul com grande mercado consumidor.
c) a concentração dos setores da indústria em países ricos,
de alta tecnologia e mão de obra barata.
d) a descentralização dos setores da indústria como resul-
tado da ampliação dos meios de transporte e comunicação,
barateando os custos.
e) a independência dos setores industriais, dificultando a
globalização.

67. (Encceja) (...) O cidadão norte-americano desperta num


leito construído segundo padrão originário do Oriente Próximo,
mas modificado na Europa setentrional, antes de ser transmi-
Disponível em: http://www.mutirao.com.br. Acesso em: 5 ago. 2009. tido à América. Sai debaixo de cobertas feitas de algodão, cuja
planta se tornou doméstica na Índia; ou de linho ou de lã de
carneiro, um e outro domesticados no Oriente Próximo; ou de
Em relação às regiões marcadas na figura, observa-se que: seda cujo emprego foi descoberto na China. Todos esses mate-
a) a existência de áreas superáridas, áridas e semiáridas riais foram fiados e tecidos por processos inventados no Oriente
é resultado do processo de desertificação, de intensidade Próximo. Ao levantar da cama faz uso dos mocassins que foram
variável, causado pela ação humana. inventados pelos índios das florestas do leste dos EUA e entra
b) o emprego de modernas técnicas de irrigação possibi- no quarto de banho cujos aparelhos são uma mistura de inven-
litou a expansão da agricultura em determinadas áreas do ções europeias e norte-americanas, uma e outras recentes (...)
semiárido, integrando-as ao comércio internacional. LINTON, Ralph. O homem: uma introdução à
c) o semiárido, por apresentar déficit de precipitação, pas- antropologia. 8. ed. São Paulo: Martins, 1971.
sou a ser habitado a partir da Idade Moderna, graças ao Pode-se afirmar que os diversos produtos destacados no
avanço científico e tecnológico. texto foram:
d) as áreas com escassez hídrica na América do Sul se res- a) incorporados e consumidos apenas nos países ricos.
tringem às regiões tropicais, onde as médias de temperatu- b) incorporados sucessivamente por diversos povos ao lon-
ra anual são mais altas, justificando a falta de desenvolvi- go do tempo.
mento e os piores indicadores sociais. c) criados por muitos povos e industrializados apenas nos
e) o mesmo tipo de cobertura vegetal é encontrado nas Estados Unidos.
áreas superáridas, áridas e semiáridas, mas essa cobertura, d) incorporados apenas pelo cidadão norte-americano.
EM1D-12-1E

embora adaptada às condições climáticas, é desprovida de e) a superioridade dos EUA com relação ao conforto dos
valor econômico. cidadãos.
208

68. (Encceja) Uma das críticas feitas por diversos segmen- IV. Contato face a face é fundamental para se trabalhar o
tos sociais em relação ao uso indiscriminado de produtos ambiente de confiança, elemento fundamental para a cons-
transgênicos, retratada na charge, envolve um problema de trução de parcerias entre empresas que objetivam a inovação.
cidadania, pois: V. Localização de energia, matérias-primas e mão de
obra barata são condições que atraem empresas de alta tec-
nologia para os países da periferia do capitalismo mundial.
Das condições destacadas acima, quais são as que contri-
buem de fato para uma empresa de alta tecnologia escolher o
lugar ou o território para se instalar ou para criar uma filial?
a) Apenas I, II, III e IV d) Apenas III, IV e V
b) I, II, III, IV e V e) Apenas II, III e V
c) Apenas II, III e IV

70. (ENEM) Gargalo à vista


Alguns dos principais corredores do
país aguardam investimentos

a) os alimentos industrializados trazem em suas embala- Araguaia/Tocantins BR-163


gens a utilização de produtos transgênicos, permitindo aos Ações judiciais paralisaram o Governo tent
cidadãos optarem pelo seu consumo. Porto de
projeto no início dos anos 2000. com obras, m
Santarém
Itaqui Eclusa da usina de Tucuruí alega problem
b) o uso indiscriminado de alimentos transgênicos pode Manaus
Amazo
nas Usina de Pecém
tornará uma pequena parte de licenciame
Tucuruí
causar danos à saúde, pois não são conhecidos seus efeitos AM eir
a Açailândia do corredor navegável. ambiental.

Trecho
d PA MA PI Porto de
Ma

ntins
para o organismo humano a longo prazo. Suape

Nor

ia

Toca
gua
te
Eliseu PE

Ara
c) os alimentos transgênicos são produtos consumidos Porto Velho Palmas Martins Madeira BR-163

Trecho
RO MT Figueirópolis
BA Hidrovia já em funcionamento É hoje o princ
apenas em países ricos, e os países pobres devem ter acesso

Sul
Ilhéus enfrenta problemas de de saída da p
às suas qualidades alimentares. Cuiabá
GO sazonalidade. Maior problema agrícola de M
Rondonópolis
d) os alimentos transgênicos têm maior produtividade e ainda é o acesso precário Exaurida, a v
MG
pela BR-364, que liga MT a RO. projetos de re
qualidade, reduzindo a mão de obra e gerando desemprego. MS Estrela D’Oeste
Tietê

a ná
Par
e) os alimentos transgênicos, de melhor qualidade, pre- SP
Anhembi
Teles Pires/Tapajós Ferrov
PR
judicam os produtos naturais, que não são mais aceitos Projeto está em estudo pelo Conclusão da
pelo consumidor. governo federal. Dificuldade, Palmas (TO) o
por enquanto, é combinar ano. Concess
N o uso hidrelétrico (Palmas-Estr
69. (ENEM) Como a geografia influencia a inovação, apesar com o hidroviário. deve ocorrer
do avanço nas comunicações e na colaboração virtual, o local
onde você está ainda afeta o modo como você inova. Araguaia/Tocantins BR-163 – Norte Ferrovia
Época Negócios. Abril de 2009. Adaptado Ações judiciais paralisaram o Governo tenta avançar Transnordestina
Porto de
projeto no início dos anos 2000. com obras, mas o Dnit Governo promete que obras da
Santarém
Itaqui Eclusa da usina de Tucuruí alega problemas ferrovia ganhem "velocidade"
I. Equipe: muitas empresasManaus estão nas
espalhando seus ten-Pecém tornará uma pequena parte de licenciamento
Amazo Usina de nos próximos meses.
táculos de pesquisa peloAM mundo, i ra
mas, na hora
Tucuruí
de escolher
Açailândia do corredor navegável. ambiental.
Trecho

e PA
ad MA PI Porto de
para onde ir, a maioria dos Mexecutivos (67%) considera a Suape
ntins
Nor

Ferrovia Leste-Oeste
ia

Toca
gua
te

PE
situação crítica e 25% achamPorto Velhomuito importante Palmas o acesso
Eliseu
Ara

Martins Madeira BR-163 – Sul Projeto ainda em estudo


Trecho

RO Figueirópolis
a bons profissionais. Empresas de MTalta tecnologia buscam BA Hidrovia já em funcionamento É hoje o principal corredor pela Valec. Governo promete
Sul

lugares com universidades e centros Cuiabá de pesquisa para en- Ilhéus enfrenta problemas de de saída da produção iniciar obras neste ano até
GO sazonalidade. Maior problema agrícola de Mato Grosso. Caetité (BA). Enquanto isso,
contrar bons profissionais. Rondonópolis
ainda é o acesso precário Exaurida, a via aguarda prepara a concessão para
MG
II. Para as empresas, a cocriação MScom consumidores Estrela D’Oeste e pela BR-364, que liga MT a RO. projetos de recuperação. o setor privado.
Tietê
fornecedores tem sido fonte crescente de inovação. A pos-
á
ran

SP
Pa

Anhembi
sibilidade de contato direto com o públicoPRé fundamental e Teles Pires/Tapajós Ferrovia Norte-Sul Tietê-Paraná
define onde se dá a inovação. Projeto está em estudo pelo Conclusão das obras até Cinco estados (SP, MG, GO,
governo federal. Dificuldade, Palmas (TO) ocorre ainda neste PR e MS) discutem com o
III. Nem sempre os baixos salários são atrativos para a por enquanto, é combinar ano. Concessão do trecho sul governo federal investimentos
instalação de empresas,
N em especial as de alta tecnologia. o uso hidrelétrico (Palmas-Estrela D'Oeste) de R$ 3 bi para ampliar
com o hidroviário. deve ocorrer em 2010. o uso da hidrovia.
Empresas de alta tecnologia preferem pagar mais e ter me-
lhores profissionais. Folha de S. Paulo, B4, 5/7/2009.
ENEM Ciências Humanas 209

O mapa anterior apresenta “gargalos” do território H18 Analisar diferentes processos de


brasileiro para o funcionamento efetivo dos corredores produção ou circulação de riquezas e
da produção nacional. Há dificuldades e limitações para suas implicações socioespaciais.
implementar, melhorar e/ou expandir esses corredores e
o resultado é o aumento do custo país, aqui chamado de 72. (Encceja) As imagens mostram como a Revolução Indus-
“custo Brasil”. Assinale a alternativa que apresenta uma trial afetou a forma da produção de tecidos na Inglaterra
dificuldade por parte do Estado para efetivar esses corredores. no século XIX.
a) Lentidão na aprovação de licenças ambientais para a
implantação das infraestruturas, assim como as atuais di-
vergências político-eleitorais entre o governo federal e al-
guns governos estaduais.
b) Inexistência de parcerias com a iniciativa privada para
a construção e exploração dos sistemas de transportes.
c) Inviabilidade das condições do relevo brasileiro – bas-
tante acidentado no Brasil Central – e do clima semiárido
no Sertão Nordestino. I
d) Ausência de mão de obra para operar as obras e para
o funcionamento dos sistemas de transportes nas regiões
Norte e Centro-Oeste.
e) A atual imagem negativa da economia e do governo brasi-
leiro prejudica a obtenção de créditos financeiros de institui-
ções como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional.

71. (ENEM) Além dos inúmeros eletrodomésticos e bens ele- II


trônicos, o automóvel produzido pela indústria fordista pro-
Trabalhador tecendo na roda de fiar, 1814. Ao lado, produção
moveu, a partir dos anos 50, mudanças significativas no
de tecidos no século XIX. CANEDO, Letícia Bicalho. 16. ed.
modo de vida dos consumidores e também na habitação e nas A Revolução Industrial. São Paulo: Atual, 1994. TEIXEIRA,
cidades. Com a massificação do consumo dos bens modernos, M. P. Revolução industrial. São Paulo: Ática, 1990.
dos eletroeletrônicos e também do automóvel, mudaram radi-
calmente o modo de vida, os valores, a cultura e o conjunto Comparando as imagens, podemos dizer que a Revolu-
do ambiente construído. Da ocupação do solo urbano até o ção Industrial trouxe como consequência:
interior da moradia, a transformação foi profunda. a) o reforço do modo artesanal de produção.
MARICA TO, E. Urbanismo na periferia do mundo globallzado: b) o aparecimento das fábricas com a divisão do trabalho.
metrópoles brasileiras. Disponível em: <http://www. c) o fim da utilização de mão de obra feminina.
scielo.br>. Acesso em: 12 ago. 2009 (adaptado).
d) a utilização de formas domésticas de produção.
e) o desaparecimento do modo artesanal de produção.
Uma das consequências das inovações tecnológicas
das últimas décadas, que determinaram diferentes formas 73. (Encceja) Em virtude da mecanização do campo e da ur-
de uso e ocupação do espaço geográfico, é a instituição banização – processos iniciados desde o advento da Revolução
das chamadas cidades globais, que se caracterizam por: Industrial –, a porcentagem da população ocupada no setor
a) possuírem o mesmo nível de influência no cenário primário (atividades rurais) tende a diminuir no mundo in-
mundial. teiro. Também o setor secundário (indústria), que foi talvez o
b) fortalecerem os laços de cidadania e solidariedade en- grande empregador de mão de obra durante a maior parte do
tre os membros das diversas comunidades. século XX, encontra-se atualmente num ritmo de diminuição
c) constituírem um passo importante para a diminuição até mesmo mais acelerado que o setor primário.
das desigualdades sociais causadas pela polarização social J. W. Vesentini. Geografia – série Brasil.
e pela segregação urbana. Editora Ática (com adaptações).
d) terem sido diretamente impactadas pelo processo de O argumento que justifica as ideias do texto é:
internacionalização da economia, desencadeado a partir a) a expansão do setor terciário com prestação de serviços
do final dos anos 1970. muito variados e boa remuneração tem atraído o trabalhador.
EM1D-12-1E

e) terem sua origem diretamente relacionadas ao processo b) o desemprego no mundo atual é causado, sobretudo, pela
de colonização ocidental do século XIX. mecanização e pela automação.
210

c) a diminuição do emprego é causada pela emigração da mento da agência de publicidade McCann Erickson identificou
mão de obra qualificada para outros países. que cerca de 60% das famílias dessa faixa já têm computador
d) atualmente, os trabalhadores migram do setor secundário e aparelho de DVD e que 68% sonham com uma TV de plasma.
da economia para o setor primário, devido ao processo de me- Esses consumidores vêm trocando o leite tipo C pelo iogurte,
canização industrial. o pão francês pela bolacha recheada. Descobrem o sabor do
e) a automação do setor secundário e a mecanização do achocolatado, a eficiência de um sabão em pó, o perfume de
setor primário potencializam a empregabilidade das po- um desodorante aerossol. Acima de tudo, almejam a casa pró-
pulações com formação técnica semideficiente. pria, o carro zero, o curso universitário. Graças à classe C, o
mercado interno tornou-se um trunfo do Brasil na crise.
74. (Encceja) Leia a letra da canção. Época Negócios. Abril de 2009.
Meu país
Zezé di Camargo e Luciano
O texto trata do aumento da classe C e de seus impac-
tos na produção e na circulação da riqueza na economia e
Aqui não falta sol sociedade brasileiras. O resultado desse processo é encon-
Aqui não falta chuva trado em qual alternativa?
A terra faz brotar qualquer semente a) Diminuição das exportações, já que parte da produção
Se a mão de Deus nacional é consumida pelo mercado interno.
Protege e molha o nosso chão b) Crescimento da economia interna com a eliminação da
Se a natureza nunca reclamou da gente desigualdade de renda, da pobreza e da miséria, condição
Tem alguém levando lucro verificada com a extinção das classes D e E.
Tem alguém colhendo fruto c) Aumento do consumo interno e diminuição da dependên-
Sem saber o que é plantar cia da economia brasileira em relação às exportações destina-
Tá faltando consciência das aos países ricos (Estados Unidos, União Europeia e Japão).
Tá sobrando paciência d) Aumento das importações de bens manufaturados, con-
Tá faltando alguém gritar dição que tem criado déficit na balança comercial (mais
Feito trem desgovernado importações do que exportação) e aumento do desemprego
Quem trabalha tá ferrado que beira a 20% (2009).
Nas mãos de quem só engana e) Classificação do Brasil entre os países do Bric, anacrô-
Feito mal que não tem cura nico de Brasil, Rússia, Índia e China, países que não foram
Estão levando à loucura o país afetados pela crise e devem passar os países ricos quanto
Que a gente ama. ao tamanho de suas economias (PIB).

Analisando a canção, podemos afirmar que retrata: 76. (ENEM)


I. a baixa fertilidade do solo brasileiro e os esforços
para realizar a reforma agrária.
II. os lucros obtidos no setor agrário, mas que não
criam condições de vida favoráveis ao trabalhador.
III. a subordinação e a falta de mobilização do homem
do campo brasileiro.
Com base nas afirmações, é(são) considerada(s) correta(s)
apenas a afirmação(ões):
a) I e III. d) III.
b) II e III. e) II.
c) I. PIB por habitante
em 2004
75. (ENEM) Os lares na base da pirâmide, formada pelas ca- 13 000
madas D e E, caíram de 45% para 31%. Os pesquisadores – e Média 9 730
as empresas – depararam-se com a ascensão de uma camada 6 000
4 000 N
bem particular: a classe C, que representava, no início da déca-
da, cerca de 43% da população e que atualmente corresponde
a 54% – mais da metade das famílias brasileiras. Sua renda CIATTONI, A. Géographie. L’espace mondial.
familiar oscila entre R$ 1,1 mil e R$ 4,5 mil.(...) Um levanta- Paris: Hatier, 2008 (adaptado).
ENEM Ciências Humanas 211

A partir do mapa apresentado, é possível inferir que nas 78. (Encceja) Leia o texto:
últimas décadas do século XX, registraram-se processos que Nas grandes cidades, hoje, é fácil identificar territórios
resultaram em transformações na distribuição das ativida- diferenciados: ali é o bairro das mansões e palacetes, acolá o
des econômicas e da população sobre o território brasileiro, centro de negócios, adiante o bairro boêmio onde rola a vida
com reflexos no PIB por habitante. Assim: noturna, mais à frente o distrito industrial, ou ainda o bair-
a) as desigualdades econômicas existentes entre regiões ro proletário. Assim, quando alguém, referindo-se ao Rio de
brasileiras desapareceram, tendo em vista a moderniza- Janeiro, fala em Zona Sul ou Baixada Fluminense, sabemos
ção tecnológica e o crescimento vivido pelo país. que se trata de dois Rios de Janeiro bastante diferentes. É a
b) os novos fluxos migratórios instaurados em direção ao este movimento de separação das classes sociais e funções
Norte e ao Centro-Oeste do país prejudicaram o desenvolvi- no espaço urbano que os estudiosos da cidade chamam de
mento socioeconômico dessas regiões, incapazes de atender segregação espacial.
ao crescimento da demanda por postos de trabalho. ROLNIK, Raquel – O que é cidade? 3. ed. São
c) o Sudeste brasileiro deixou de ser a região com o maior Paulo: Brasiliense, 1994, p. 40
PIB industrial a partir do processo de desconcentração es-
pacial do setor, em direção a outras regiões do país. Em relação à configuração espacial das cidades, o pro-
d) o avanço da fronteira econômica sobre os estados da re- cesso mencionado no texto indica que é:
gião Norte e do Centro-Oeste resultou no desenvolvimento a) definida pelas políticas públicas.
e na introdução de novas atividades econômicas, tanto nos b) influenciada pelas diferenças socioeconômicas.
setores primário e secundário, como no terciário. c) determinada pela diversidade religiosa.
e) o Nordeste tem vivido, ao contrário do restante do país, d) estabelecida pelos aspectos naturais.
um período de retração econômica, como consequência da e) surgida naturalmente, independentemente das aspira-
falta de investimentos no setor industrial com base na ções dos indivíduos.
moderna tecnologia.
79. (ENEM) Em certa cidade, algumas de suas principais
H19 Reconhecer as transformações técnicas vias têm a designação “radial” ou “perimetral”, acrescen-
e tecnológicas que determinam as tando-se ao nome da via uma referência ao ponto cardeal
várias formas de uso e apropriação correspondente.
dos espaços rural e urbano. As ruas 1 e 2 estão indicadas no esquema abaixo, em
que não estão explicitados os pontos cardeais.

77. (Encceja) O gráfico apresenta a porcentagem da popula-


ção rural do Brasil nas últimas décadas.

População (%) rural do Brasil


70
60
50 CENTRO
40
30
20
10 1
0
1950 1960 1970 1980 1991 2000
2
IBGE

Os nomes corretos das vias 1 e 2 podem, respectiva-


Os dados do gráfico comprovam que, nas últimas décadas: mente, ser:
a) houve uma diminuição da população das cidades. a) perimetral sul, radial leste.
b) a população rural aumentou consideravelmente. b) perimetral sul, radial oeste.
c) houve uma forte migração do campo para a cidade. c) perimetral norte, radial oeste.
EM1D-12-1E

d) o Brasil se tornou um país com concentração rural. d) radial sul, perimetral norte.
e) o agronegócio atraiu mais trabalhadores para o campo . e) radial sul, perimetral oeste.
212

80. (ENEM)Desflorestamento na Amazônia – 1988-2007


14.000

12.000

Área desflorestada (km2)


10.000

8.000

6.000

4.000

2.000

0
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
Acre Maranhão Rondônia
Amazonas Mato Grosso Roraima
Amapá Pará Tocantins

Dados: Inpe – Prodes. Org.: Eduardo Paulon Girardi.

Trabalho escravo por atividade em 2008

Casos Casos Trabalhadores Trabalhadores


Atividades % % % %
denunciados fiscalizados envolvidos libertados

Desmatamento 7 3% 6 3% 99 1% 83 2%

Pecuária 134 48% 88 41% 1.712 24% 1.029 20%

Refloresta-
19 7% 18 8% 264 4% 248 5%
mento

Extrativismo 5 2% 5 2% 68 1% 49 1%

Cana 19 7% 18 8% 2.553 36% 2.553 48%

Outras lavouras 35 13% 28 13% 847 12% 731 14%

Carvão 47 17% 39 18% 1.253 18% 418 8%

Outros & n.i. 14 5% 14 6% 201 3% 155 3%

Total 280 100% 216 100% 6.997 100% 5.266 100%

CPT Nacional

A análise do gráfico e da tabela e seus conhecimentos sobre a temática abordada permitem afirmar que:
a) as atividades destacadas na tabela não estão relacionadas com o desflorestamento da Amazônia.
b) as atividades mais denunciadas em relação ao trabalho escravo são as que mais contribuem para o desflorestamento
da Amazônia.
ENEM Ciências Humanas 213

c) percebe-se, no gráfico, que apenas o campo promove a) imóveis improdutivos são predominantes em relação às
impactos ambientais no Brasil, daí os conflitos fundi- demais formas de ocupação da terra no âmbito nacional e
ários ocorrerem apenas no espaço rural, onde os movi- na maioria das regiões.
mentos sociais defendem as questões ecológicas. b) o índice de 63,8% de imóveis improdutivos demonstra
d) os estados que mais praticam o desflorestamento são que grande parte do solo brasileiro é de baixa fertilidade,
os que apresentam as maiores produções agrícolas do impróprio para a atividade agrícola.
país, bem como contribuem com mais de 90% das expor- c) o percentual de imóveis improdutivos iguala-se ao de
tações do Brasil. imóveis produtivos somados aos minifúndios, o que justifi-
e) os conflitos no campo, dentre eles a questão do tra- ca a existência de conflitos por terra.
balho escravo, devem-se em grande parte ao desemprego, d) a região Norte apresenta o segundo menor percentual
à extinção do desflorestamento e à proibição da prática de imóveis produtivos, possivelmente em razão da presen-
agropecuária na Amazônia a partir de 2004. ça de densa cobertura florestal, protegida por legislação
ambiental.
81. (ENEM) Apesar do aumento da produção no campo e da e) a região Centro-Oeste apresenta o menor percentual de
integração entre a indústria e a agricultura, parte da popu- área ocupada por minifúndios, o que inviabiliza políticas
lação da América do Sul ainda sofre com a subalimentação, de reforma agrária nesta região.
o que gera conflitos pela posse de terra que podem ser ve-
rificados em várias áreas e que frequentemente chegam a H20 Selecionar argumentos favoráveis ou contrários
provocar mortes. às modificações impostas pelas novas tecnologias
Um dos fatores que explicam a subalimentação na Amé- à vida social e ao mundo do trabalho.
rica do Sul é:
a) a baixa inserção de sua agricultura no comércio mundial.
b) a quantidade insuficiente de mão de obra para o trabalho 83. (Encceja) A robótica, como tecnologia moderna nas in-
agrícola. dústrias, pode libertar o homem de tarefas insalubres e pe-
c) a presença de estruturas agrárias arcaicas formadas por rigosas que afetam a saúde. Ainda que os robôs tenham tra-
latifúndios improdutivos. zido uma importante contribuição para o desenvolvimento
d) a situação conflituosa vivida no campo, que impede o industrial, também ocasionaram um crescente aumento do
crescimento da produção agrícola. desemprego mundial.
e) os sistemas de cultivo mecanizado voltados para o Um dos setores industriais que mais utiliza robôs é o
abastecimento do mercado interno. a) automobilístico.
b) pesqueiro.
82. (ENEM) O gráfico mostra o percentual de áreas ocu- c) de mineração.
padas, segundo o tipo de propriedade rural no Brasil, no d) de construção civil.
ano de 2006. e) da indústria química.
Área ocupada pelos imóveis rurais
84. (Encceja) Um operário desenrola o arame, outro o endireita,
90,0
80,0 um terceiro o corta, um quarto faz as pontas, um quinto o afia
70,0
nas pontas para a colocação da cabeça do alfinete; para fazer
60,0
50,0 uma cabeça de alfinete requerem-se 18 operações distintas (...)
40,0
30,0
Pode-se considerar que cada [operário] produzia 4.800 alfinetes
20,0 diariamente. Se, porém, tivessem trabalhado independentemen-
10,0
0,0
te um do outro (...) certamente cada um deles não teria conse-
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro- guido fabricar 20 alfinetes por dia, e talvez nenhum (...)
-Oeste
SMITH, Adam. A riqueza das nações.
Minifúndio 7,5 5,3 14,3 9,0 14,5 2,0
Imóveis Improdutivos 63,8 82,6 69,7 48,4 38,3 63,5
Imóveis Produtivos 28,7 12,1 16,0 42,6 47,2 34,5 O texto descreve uma nova forma de trabalho que sur-
MDN/INCRA (DIEESE, 2006). Disponível em: <http:// gia no final do século XVIII, caracterizado como:
www.sober.org.br>. Acesso em: 6 ago. 2009. a) industrial individual.
b) artesanal individual.
c) manufaturado em série.
EM1D-12-1E

De acordo com o gráfico e com referência à distribuição d) artesanal em série.


das áreas rurais no Brasil, conclui-se que: e) manufaturado individual.
214

85. (Encceja) Observe as imagens. d) II e III, apenas


e) I, II e III.

87. (ENEM)

REINALDO TRONTO
Um artesão, Operário trabalhando em linha de
século XVI veículos em Gravataí, (RS) 2001.
CATELLI Jr, Roberto; CABRINI, Conceição; montellato, Andréa.
História temática. 2. ed. São Paulo: Scipione, 2008, p. 127 E 156.

Considerando as imagens, pode-se afirmar que:


a) o trabalhador medieval realizava o trabalho artesanal-
mente, confeccionando os produtos integralmente, da mes-
ma forma que o trabalhador moderno.
b) o trabalho artesanal tem qualidade superior ao automa-
tizado, pois a divisão de trabalho existente entre os arte-
sãos garante que o produto seja mais bem acabado. A questão do emprego ou da sua ausência é um dos
c) a automatização do processo produtivo substituiu o temas fundamentais no que diz respeito ao trabalho na
homem na sociedade contemporânea e recriou o papel do atualidade. A questão da tecnologia em substituição ao
artesão, tal qual ocorria na Idade Média. homem, ou das máquinas em substituição ao trabalhador,
d) dentre as consequências do progresso técnico está a é um dos principais desafios da atualidade e do futuro
concorrência da mão de obra humana com a produção auto- próximo da sociedade mundial em relação à manutenção e
matizada que gera desemprego. à criação de vagas de emprego.
e) o trabalho automatizado impede o trabalho artesanal, Analise as afirmativas a seguir.
pelos baixos custos das produções. I. A questão do desemprego é uma das causas da ex-
clusão social e da pobreza humana.
86. (ENEM) Considere o papel da técnica no desenvolvimen- II. O desemprego estrutural da atualidade tem, entre
to da constituição de sociedades e três invenções tecnoló- suas causas, a questão da revolução tecnológica que au-
gicas que marcaram esse processo: invenção do arco e fle- tomatiza, mecaniza e robotiza a produção.
cha nas civilizações primitivas, locomotiva nas civilizações III. A tecnologia tem promovido a diminuição das de-
do século XIX e televisão nas civilizações modernas. sigualdades entre as classes sociais, já que hoje todos os
A respeito dessas invenções são feitas as seguintes indivíduos têm acesso igual à informação.
afirmações: IV. Quanto mais desenvolvido tecnologicamente for
I. A primeira ampliou a capacidade de ação dos braços, um país, maior será a taxa de desemprego e menor será a
provocando mudanças na forma de organização social e na concentração de trabalhadores da PEA nos setores secun-
utilização de fontes de alimentação. dário e terciário, os mais automatizados.
II. A segunda tornou mais eficiente o sistema de trans- Assinale a alternativa que apresenta todas as afirmativas
porte, ampliando possibilidades de locomoção e provocan- corretas.
do mudanças na visão de espaço e de tempo. a) I, II, III e IV.
III. A terceira possibilitou um novo tipo de lazer que, en- b) Apenas I, II e III.
volvendo apenas participação passiva do ser humano, não c) Apenas I e II.
provocou mudanças na sua forma de conceber o mundo. d) Apenas I, III e IV.
Está correto o que se afirma em: e) Apenas II, III e IV.
a) I, apenas.
b) I e II, apenas. 88. (ENEM) Uma pesquisadora francesa produziu o seguinte
c) I e III, apenas. texto para caracterizar nosso país:
ENEM Ciências Humanas 215

O Brasil, quinto país do mundo em extensão territorial, é de o índio brasileiro não ser distinto das demais comuni-
o mais vasto do hemisfério sul. Ele faz parte essencialmente dades primitivas que existiram no mundo. A história não
do mundo tropical, à exceção de seus estados mais meridia- é outra coisa senão um processo civilizatório, que conduz
nos, ao sul de São Paulo. O Brasil dispõe de vastos territó- o homem, por conta própria ou por difusão da cultura,
rios subpovoados, como o da Amazônia, conhece também um a passar do paleolítico ao neolítico e do neolítico a um
crescimento urbano extremamente rápido, índices de pobreza estágio civilizatório.
que não diminuem e uma das sociedades mais desiguais do Hélio Jaguaribe, cientista político, Folha de
mundo. Qualificado de “terra de contrastes”, o Brasil é um S. Paulo, 2 de setembro de 1994.
país moderno do Terceiro Mundo, com todas as contradições
que isso tem por consequência. Pode-se afirmar, segundo os textos, que:
DROULERS, Martine. Dictionnaire geopolitique des états. Organizado a) tanto Terena quanto Jaguaribe propõem ideias inade-
por Yves Lacoste. Paris: Éditions Flamarion, 1995. Adaptado. quadas, pois o primeiro deseja a aculturação feita pela “ci-
vilização branca”, e o segundo, o confinamento de tribos.
O Brasil é qualificado como uma “terra de contrastes” por: b) Terena quer transformar o Brasil numa terra só de
a) fazer parte do mundo tropical, mas ter crescimento índios, pois pretende mudar até mesmo a língua do país,
urbano semelhante ao dos países temperados. enquanto a ideia de Jaguaribe é anticonstitucional, pois
b) não conseguir evitar seu rápido crescimento urbano, fere o direito à identidade cultural dos índios.
por ser um país com grande extensão de fronteiras ter- c) Terena compreende que a melhor solução é que os bran-
restres e de costa. cos aprendam a língua tupi para entender melhor o que
c) possuir grandes diferenças sociais e regionais e ser dizem os índios. Jaguaribe é de opinião que, até o final do
considerado um país moderno do Terceiro Mundo. século XXI, seja feita uma limpeza étnica no Brasil.
d) possuir vastos territórios subpovoados, apesar de não d) Terena defende que a sociedade brasileira deve res-
ter recursos econômicos e tecnológicos para explorá-los. peitar a cultura dos índios e Jaguaribe acredita na inevi-
e) ter elevados índices de pobreza, por ser um país com gran- tabilidade do processo de aculturação dos índios e de sua
de extensão territorial e predomínio de atividades rurais. incorporação à sociedade brasileira.
e) Terena propõe que a integração indígena deve ser
C5 Utilizar os conhecimentos históricos para lenta, gradativa e progressiva, e Jaguaribe propõe que
compreender e valorizar os fundamentos da essa integração resulte de decisão autônoma das comu-
cidadania e da democracia, favorecendo uma nidades indígenas.
atuação consciente do indivíduo na sociedade.
90. (ENEM) Com base na charge de Hubert de Carvalho Ara-
H22 Analisar as lutas sociais e conquistas
nha e no conhecimento histórico, é correto afirmar que,
obtidas no que se refere às mudanças nas
no Brasil:
legislações ou nas políticas públicas.

No ar, o
Madame,
programa da
89. (ENEM) Os textos referem-se à integração do índio à seu programa
mulher
começou!
chamada civilização brasileira. brasileira!
I. Mais uma vez, nós, os povos indígenas, somos vítimas
de um pensamento que separa e que tenta nos eliminar cultu-
ral, social e até fisicamente. A justificativa é a de que somos
apenas 250 mil pessoas e o Brasil não pode suportar esse ônus.
(...) É preciso congelar essas ideias colonizadoras, porque elas
são irreais e hipócritas e também genocidas.(...) Nós, índios,
queremos falar, mas queremos ser escutados na nossa língua,
nos nossos costumes.
Marcos Terena, presidente do Comitê Intertribal Articulador
Hubert de Carvalho Aranha
dos Direitos Indígenas na ONU e fundador das Nações
Indígenas, Folha de S. Paulo, 31 de agosto de 1994.
a) a ampliação das oportunidades de trabalho, principal-
EM1D-12-1E

II. O Brasil não terá índios no final do século XXI (...) E mente para a mulher negra, está contribuindo para o de-
por que isso? Pela razão muito simples que consiste no fato saparecimento do preconceito racial em nossa sociedade.
216

b) só no terceiro milênio, depois de mais de cem anos da Comparando as ideias de Hobbes (texto I) com a tendên-
abolição dos escravos, os negros, especialmente a mulher cia citada no texto II, pode-se afirmar que:
negra, estão vendo garantido o direito ao trabalho. a) em ambos, a guerra é entendida como inevitável e injusta.
c) a mídia tem-se colocado contra a luta dos negros, prin- b) para Hobbes, a paz é inerente à civilização e, segundo o
cipalmente das mulheres negras, pela conquista do direito texto II, ela não é um valor absoluto.
de participarem das programações televisivas. c) de acordo com Hobbes, a guerra é um valor absoluto e,
d) a maioria dos programas de TV dedicados às mulheres, segundo o texto II, a paz é sempre melhor que a guerra.
principalmente à mulher negra, contribui para preservar os d) em ambos, a guerra ou a paz são boas quando o fim é justo.
valores e a cultura dos afrodescendentes. e) para Hobbes, a paz liga-se à natureza e, de acordo com o
e) mais de cem anos após a abolição da escravidão, os ne- texto II, à civilização.
gros, particularmente as mulheres, continuam discrimina-
dos e marginalizados em nossa sociedade. 93. (ENEM) Leia os dois trechos abaixo, observe o tempo
histórico em que estão inseridos os seus autores e compare
H23 Analisar a importância dos valores éticos suas opiniões, para responder à questão.
na estruturação política das sociedades. Trecho 1
Art. 17. Se alguém encontrar um escravo ou escrava fugiti-
vos em terra aberta e os trouxer a seus mestres, o mestre dos
91. (Encceja) O filósofo grego Aristóteles, ao afirmar que “os escravos deverá pagar a esse alguém dois shekels de prata.
desiguais devem ser tratados desigualmente”, conceituou a Trecho extraído do Código de Hamurábi (imperador
ideia de uma justiça distributiva. babilônico), Mesopotâmia, ± 1780 a.C.
Carlos Alberto de Moura Ribeiro Zeron. Estado e Direito.
Ciências Humanas e suas tecnologias: livro do estudante Trecho 2
Ensino Médio. Brasília: MEC, Inep, 2002. p. 89.
— A escravidão! Acredita o senhor que haja no Brasil
algum compatriota que deseje mais ardentemente do que eu
Partindo dessa afirmação, indique qual política go- a abolição? Nenhum! E os primeiros a saber como eu penso
vernamental atenderia aos princípios de uma distribuição são os que trabalham à frente do belo movimento de emanci-
mais equitativa, visando a restabelecer uma maior igualda- pação. Alguns me atacam, com marcada injustiça, afirmando
de entre os cidadãos. que eu retardo a hora, que no entanto será a mais feliz do
a) Propor leis que estimulem a iniciativa privada a realizar meu reinado, em que não haja um só escravo em minha Pá-
o papel do estado. tria, e que o último desses infelizes seja tão livre quanto eu.
b) Implantar projetos que acabem com a fome e ampliem o D. Pedro II (imperador brasileiro), em conversa com
acesso à saúde e à educação. o embaixador argentino Hector Varela, 1887.
c) Financiar grandes empresas para aumentar o produto
interno bruto. A partir da comparação entre os dois textos, podemos
d) Criar taxas e impostos com valor único para todos os concluir:
cidadãos brasileiros. a) Nos dois casos apresentados, as figuras detentoras do
e) Criar parâmetros limitantes de consumo para setores poder político têm ideias contrárias a respeito da escravi-
como educação e moradia para a população mais abastada. dão: enquanto no primeiro caso o escravo é considerado
uma propriedade juridicamente constituída, tendo inclu-
92. (ENEM) sive valor monetário, no segundo caso o autor considera
I. Para o filósofo inglês Thomas Hobbes (1588-1679), o es- a escravidão algo indigno do homem, uma prática social
tado de natureza é um estado de guerra universal e perpétua. intolerável que deve ser abolida.
Contraposto ao estado de natureza, entendido como estado de b) No primeiro trecho, a escravidão é tratada como uma
guerra, o estado de paz é a sociedade civilizada. forma de organização econômica, em que se percebe clara
Dentre outras tendências que dialogam com as ideias de relação comercial vinculada à escravidão; já no segundo
Hobbes, destaca-se a definida pelo texto seguinte. caso percebe-se uma visão igualitária – política, jurídica,
II. Nem todas as guerras são injustas e, correlativamente, econômica – dos homens, a partir do discurso apresentado
nem toda paz é justa, razão pela qual a guerra nem sempre é pela autoridade política do Estado brasileiro.
um desvalor, e a paz nem sempre um valor. c) O trecho extraído do Código de Hamurábi, apesar de
BOBBIO, N.; MATTEUCCI, N.; PASQUINO, G. Dicionário fazer referência a valores monetários, não configura um
de Política, 5. ed. Brasília: Universidade de Brasília; documento de cunho comercial, sendo, na verdade, um re-
São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2000.
gistro de instância jurídica; ao mesmo tempo, o segundo
ENEM Ciências Humanas 217

trecho configura também uma apresentação de norma ju- 95. (ENEM) A economia solidária foi criada por operários, no
rídica, pois permite concluir a formação de uma legislação início do capitalismo industrial, como resposta à pobreza e ao
imediata, de cunho abolicionista. desemprego que resultavam da utilização das máquinas, no iní-
d) Apesar da aparente contradição entre as duas opiniões ex- cio do século XIX. Com a criação de cooperativas (de produção,
postas nos trechos, sabe-se claramente que tanto o imperador de prestação de serviços, de comercialização ou de crédito), os
mesopotâmico quanto o imperador brasileiro eram partidários trabalhadores buscavam independência econômica e capacida-
da escravidão em seus respectivos momentos históricos, crian- de de controlar as novas tecnologias, colocando-as a serviço
do barreiras jurídicas que impediram o processo de libertação de todos os membros da empresa. Essa ideia persistiu e se es-
de homens tratados como propriedade em suas sociedades. palhou: da reciclagem ao microcrédito, já existem milhares de
e) O trecho 1 é justificadamente escravista pelo fato de que empreendimentos desse tipo hoje em dia, em várias partes do
a produção nas sociedades antigas era sustentada pelo tra- mundo. Na economia solidária, todos os que trabalham são pro-
balho de uma grande leva de trabalhadores, necessários ao prietários da empresa. Trata-se da possibilidade de uma empre-
aproveitamento das cheias dos grandes rios; já o trecho 2 é sa sem divisão entre patrão e empregados, sem busca exclusiva
justificadamente antiescravista pelo fato de que, no período pelo lucro e mais apoiada na qualidade do que na quantidade
do governo de D. Pedro II, o trabalho assalariado começava de trabalho, em convivência com a economia de mercado.
a se consolidar em todo o território nacional, tornando o SINGER, Paul. A recente ressurreição da economia solidária no Brasil.
trabalho escravo um entrave ao desenvolvimento da nação. Disponível em: <http://www.cultura.ufpa.br/itcpes/documentos/
ecosolv2.pdf> Acesso em: 23 mar. 2009. (com adaptações).
94. (ENEM) Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor A economia solidária, no âmbito da sociedade capitalis-
conjunto de normas e naquela dotada de homens absolutamen- ta, institui complexas relações sociais, demonstrando que:
te justos, os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho a) a fraternidade entre patrões e empregados, comum no
trivial ou de negócios – esses tipos de vida são desprezíveis e cooperativismo, tem gerado soluções criativas para o de-
incompatíveis com as qualidades morais –, tampouco devem semprego desde o início do capitalismo.
ser agricultores os aspirantes à cidadania, pois o lazer é indis- b) a rejeição ao uso de novas tecnologias torna a empresa
pensável ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática solidária mais ecologicamente sustentável que os empreen-
das atividades políticas”. dimentos capitalistas tradicionais.
VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade- c) a prosperidade do cooperativismo, assim como a da pi-
-Estado. São Paulo: Atual, 1994. rataria e das formas de economia informal, resulta dos be-
nefícios do não pagamento de impostos.
O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, per- d) as contradições inerentes ao sistema podem resultar em
mite compreender que a cidadania: formas alternativas de produção.
a) possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, e) o modelo de cooperativismo dos regimes comunistas e
pois é condenável que os políticos de qualquer época fi- socialistas representa uma alternativa econômica adequada
quem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos cida- ao capitalismo.
dãos tem de trabalhar.
b) era entendida como uma dignidade própria dos grupos 96. (Encceja) Leia:
sociais superiores, fruto de uma concepção política profun- Em Brasília, o MST promete ampliar ações em 2005.
damente hierarquizada da sociedade. Mais de oito mil militantes do Movimento dos Trabalhado-
c) estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção res Rurais Sem Terra (MST) cercaram na quinta-feira a sede do
política democrática, que levava todos os habitantes da pó- Banco Central e prometeram ampliar a sua atuação em 2005,
lis a participarem da vida cívica. se não receberem mais verbas para acelerar a reforma agrária
d) tinha profundas conexões com a justiça, razão pela no Brasil. O coordenador nacional do grupo, João Pedro Sté-
qual o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado às dile, disse que os sem-terra vão fazer a reforma agrária por
atividades vinculadas aos tribunais. conta própria no ano que vem...
e) vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles O MST realizou em abril a sua maior onda de ocupações
que se dedicavam à política e que tinham tempo para resol- de terras em cinco anos, e Stédile disse que no ano que vem
ver os problemas da cidade. as ações serão ainda mais frequentes. “Em abril e maio,
pode haver muita luta neste país”, disse Stédile durante a
H25 Identificar estratégias que promovam passeata de dois quilômetros no Plano Piloto de Brasília.
formas de inclusão social. Sítio Terra Notícias. Disponível em: <http://
EM1D-12-1E

noticias.terra.com.br/brasil/interna/0..O1429123-
EI1774.00.html>. Acesso em: 25/11/2004.
218

A partir da notícia, considere as seguintes afirmações, d) permitir o aproveitamento de espécies locais e agregar
em relação ao movimento social em questão: famílias de baixa renda à produção.
I. a ocupação de terras no campo é uma estratégia para e) ser exportável aos Estados Unidos, que não dominam a
acelerar a reforma agrária. tecnologia de biocombustível.
II. as marchas e protestos são formas de chamar a aten-
ção para as reivindicações.
III. a concessão de verbas para a reforma agrária elimina C6 Compreender a sociedade e a natureza,
os conflitos no campo. reconhecendo suas interações no espaço em
IV. a violência é a principal forma de atuação do MST. diferentes contextos históricos e geográficos.
Está de acordo com as ações e perspectivas do MST o
H26 Identificar em fontes diversas o processo
que está dito:
de ocupação dos meios físicos e as relações
a) nas afirmações I, II e III.
da vida humana com a paisagem.
b) nas afirmações I e II, somente.
c) nas afirmações II e III, somente.
d) nas afirmações I e III, somente.
e) em todas as afirmações. 99. (Encceja) Leia o texto:
A verdade é que a visão geral da Mata Atlântica no
97. (Encceja) Brasil colônia, especialmente no cotidiano da produção e
1850 — Aprovação da Lei de Terras, que impediu agri- do assentamento, aproximou-se da imagem difundida em
cultores de origem italiana se tornarem proprietários. 1711 pelo jesuíta André João Antonil, em Cultura e opulên-
1988 — A reforma agrária foi incluída na nova Cons- cia do Brasil por suas drogas e minas. Na obra de Antonil,
tituição. Artigo 184 — Compete à União desapropriar por a floresta surge, ao menos indiretamente, como um gran-
interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural de estorvo: ‘feita a escolha da melhor terra para a cana,
que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia roça-se, queima-se, alimpa-se, tirando-lhe tudo o que po-
e justa indenização (...). dia servir de obstáculo’. A Mata Atlântica, em toda a sua
De 1990 a 1999, foram assentadas, em terras desapro- beleza e diversidade, não era mais do que um obstáculo ao
priadas pelo estado, 500 mil famílias, em várias regiões do plantio da cana, refletindo assim a percepção dos agentes
país. Esse número tem aumentado nos últimos anos. da economia colonial, para quem a abertura contínua da
Analisando esses trechos, é correto afirmar que: fronteira, através das queimadas, representava a maneira
a) a estrutura fundiária brasileira sofreu profundas modi- mais fácil e barata de avançar na agricultura. O que era,
ficações e o trabalhador rural passou a ter direito de posse aliás, perfeitamente racional do ponto de vista do imedia-
sobre o solo cultivado. tismo econômico, especialmente levando-se em conta que
b) o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) a floresta aparecia, aos olhos dos colonizadores, como um
perde a razão quando reivindica terras porque a Constitui- oceano verde sem limites.
ção já garante a posse de terras a esses trabalhadores. José Augusto Pádua. Defensores da Mata Atlântica no Brasil
c) houve conquistas recentes na luta da sociedade pela Colônia. Revista Nossa História. Ano 1 n. 6, p. 15.
reforma agrária, que busca um melhor crescimento econô-
mico e justiça social. Na atualidade, restam no Brasil apenas 7% da área de
d) o trabalhador rural foi excluído de seus direitos consti- Mata Atlântica existente em 1500. Levando em conside-
tucionais no decorrer de nossa história. ração as informações do texto, escolha a opção correta.
e) o assentamento de trabalhadores sem terra acontece a) Durante a colonização do Brasil, valorizava-se a pro-
de acordo com os interesses dos movimentos sociais que dução agrícola, sem que se preservassem os recursos
os representa. naturais.
b) O processo de destruição da Mata Atlântica ocorre desde
98. (ENEM) No Brasil, o biodiesel é apontado como uma al- que surgiu a vida na Terra.
ternativa para geração de energia, por: c) Os europeus acreditavam que os recursos naturais eram
a) abrir mercados no país, já que é uma fonte de energia limitados desde o Período Colonial.
sem restrições socioambientais. d) A floresta era um entrave econômico para os europeus
b) impedir o desmatamento da Amazônia, substituindo a por oferecer escassos recursos naturais.
pecuária. e) A Mata Atlântica impediu a produção de cana-de-açúcar
c) criar empregos rurais qualificados para manipular má- no centro-sul do litoral, direcionando para o Nordeste esta
quinas agrícolas. atividade econômica.
ENEM Ciências Humanas 219

100. (ENEM) Considere os seguintes acontecimentos ocor- Dessas propostas, são adequadas apenas:
ridos no Brasil: a) I e II.
• Goiás, 1987 – Um equipamento contendo césio radioa- b) I e III.
tivo, utilizado em medicina nuclear, foi encontrado em um c) II e III.
depósito de sucatas e aberto por pessoa que desconhecia o d) I, III e IV
seu conteúdo. Resultado: mortes e consequências ambien- e) II, III e IV.
tais sentidas até hoje.
• Distrito Federal, 1999 – Cilindros contendo cloro, gás 101. (ENEM adaptado) “Casa que não entra Sol, entra médico.”
bactericida utilizado em tratamento de água, encontrados Esse artigo ditado reforça a importância de, ao cons-
em um depósito de sucatas, foram abertos por pessoa que truirmos casas, darmos orientações adequadas aos dor-
desconhecia o seu conteúdo. Resultado: mortes, intoxica- mitórios, de forma a garantir o máximo conforto térmico
ções e consequências ambientais sentidas por várias horas. e salubridade.
Para evitar que novos acontecimentos dessa natureza Assim, confrontando casas construídas em Lisboa (ao
venham a ocorrer, foram feitas as seguintes propostas para norte do Trópico de Câncer) e em Curitiba (ao sul do Trópico
a atuação do estado: de Capricórnio), para garantir a necessária luz do Sol, as jane-
I. Proibir o uso de materiais radioativos e gases tóxicos. las dos quartos devem estar voltadas, respectivamente, para
II. Controlar rigorosamente a compra, o uso e o destino de os pontos cardeais:
materiais radioativos e de recipientes contendo gases tóxicos. a) norte e sul.
III. Instruir usuários sobre a utilização e o descarte destes b) sul e norte.
materiais. c) leste e oeste.
IV. Realizar campanhas de esclarecimentos à população d) oeste e leste.
sobre os riscos da radiação e da toxicidade de determinadas e) oeste e oeste.
substâncias.

102. (ENEM)
Desflorestamento na Amazônia Legal

Boa Vista
BR 1
56
74

BR 163
BR 1

Macapá

Desflorestamento total Belém

Desflorestamento em 2004-2006 São Luís

BR 0
Santarém
Outros tipos de vegetação*
BR 163

23 0
BR 010

16
BR Altamira
Manaus
9 Itaiuba
Amazônia Legal BR
31
22
2
4 BR
17
Rodovias principais Marabá
BR 1

BR 226
Imperatriz BR Teresina
0
63

Rodovias secundárias 23
9

BR
31

BR

30
BR 2
BR

15

BR 23
Rios principais 0
3

Humaitá

*Principalmente áreas com vegetação BR 36


4 Porto Velho

característica do cerrado, mas também 36


4
BR
há outros tipos de vegetação. Rio Branco
Palmas
53

Ji-Paraná
Dados: INPE – Projeto PRODES
BR 1

29
BR 4 Sinop
Sorriso
3
BR 16

Lucas do Rio Verde


BR

Nova Mutum
364

Atlas da questão agrária brasileira  2008 – Eduardo Paulon Girardi


BR 070
Cuiabá
Software de cartomática: PHILCARTO U BR
164
S
BR 163

Software de SIG: SPRING


Base cartográfica adaptada de: IBGE/Inpe – 2001 100 0 200 400 600 km

PROJEÇÃO POLICÔNICA: Meridiano Central: 54° O. Gr. – Datum: SAD69


EM1D-12-1E

GIRARDI, Eduardo P. Atlas da questão agrária. Fapesp/Unesp. Nera. 2008.


220

Na década de 1970, agricultores também foram atra-


ídos por propaganda semelhante à do período cafeeiro.
Foram alvos dessa propaganda, principalmente:
a) pequenos proprietários da região Sul, atraídos para o
Centro-Oeste por empresas colonizadoras que ofereciam
como vantagens terras virgens e de baixo preço.
b) usineiros empobrecidos da Zona da Mata nordestina, in-
centivados a ocupar a Amazônia – a terra sem homens – com
a promessa de doação de terras pelo governo federal.
c) agricultores sem-terra da região Sul, os chamados
“brasiguaios”, que se dirigem ao Uruguai em busca de
Analise o mapa e a imagem de satélite e leia as afir- terras doadas pelo governo local para a ocupação da
mativas: fronteira.
I. As áreas desmatadas estão concentradas ao longo dos d) empresários paulistas, que queriam aproveitar os in-
principais eixos rodoviários. centivos fiscais para quem investia no Projeto Jari, um
II. A imagem de satélite destaca o padrão de desfloresta- dos grandes projetos agroindustriais do Pará.
mento denominado “espinha de peixe”. e) posseiros de várias áreas da região Sudeste, atraídos
III. A Amazônia Legal abrange a área coberta pela flores- para a Amazônia pela promessa do governo em promover
ta Amazônica. assentamentos em reservas extrativistas.
IV. Os estados do Pará e do Mato Grosso apresentam baixo
índice de desflorestamento. H27 Analisar de maneira crítica as interações
As afirmativas corretas são: da sociedade com o meio físico,
a) I e III. d) II e IV. levando em consideração aspectos
b) II e III. e) I e IV. históricos e/ou geográficos.
c) I e II

103. (ENEM) Considere o anúncio para responder à questão. 104. (ENEM) A ocupação predatória associada à expansão da
fronteira agropecuária e acelerada pelo plantio da soja tem
deflagrado, com a perda da cobertura vegetal, a diminuição
COMPANHIA AGRÍCOLA da biodiversidade, a erosão do solo, a escassez e a conta-
minação dos recursos hídricos no bioma cerrado. Segundo
FAZENDA SÃO MARTINHO ambientalistas, o cerrado brasileiro corre o risco de se trans-
AGRICULTORES: formar em um deserto.
A respeito desse assunto, analise as afirmações seguintes.
Entregando 60% de sua colheita de café,
durante 10 annos, uma família de lavra-
I. Considerando-se que, em 2006, restem apenas 25% da
dores se tornará proprietária de UM LOTE cobertura vegetal original do cerrado e que, desse percen-
COM 10 MIL PE´S DE CAFE´, CASA E tual, 3% sejam derrubados a cada ano, estima-se que, em
MAIS DE 4 ALQUEIRES DE TERRAS DE 2030, o cerrado brasileiro se transformará em deserto.
CULTURA.
Se a produção do lote comprado fôr II. Sabe-se que a eventual extinção do bioma cerrado,
superior á média dos ultimos 5 annos, dada a pobreza que o caracteriza, não causará impacto sis-
o comprador pagará seu lote antes do têmico no conjunto dos biomas brasileiros.
prazo de 10 annos. III. A substituição de agrotóxicos por bioinseticidas reduz
Durante o mes de Abril collocamos MAIS DE UM MILHÃO a contaminação dos recursos hídricos no bioma cerrado.
DE PE´S DE CAFE´ e disposmos ainda de lotes.
É correto o que se afirma:
a) apenas em I.
PARA MAIS INFORMA-
ÇÕES DIRIGIR-SE A´ b) apenas em III.
FAZENDA SÃO MARTINHO c) apenas em I e II.
ESTAÇÃO MARTINHO PRADO d) apenas em II e III.
(Linha Paulista)
e) em I, II e III .

Myriam Becho Mota e Patrícia Ramos Braick, 105. (ENEM) Houve uma grande elevação do número de ca-
História das cavernas ao terceiro mundo. sos de malária na Amazônia que, de 30 mil casos na década
ENEM Ciências Humanas 221

de 1970, chegou a cerca de 600 mil na década de 1990. Esse c) interação de todas as dimensões do bem-estar huma-
aumento pode ser relacionado a mudanças na região, como: no com o crescimento econômico, sem a preocupação com
a) as transformações no clima da região decorrentes do a conservação dos recursos naturais que estivera presente
efeito estufa e da diminuição da camada de ozônio. desde a Antiguidade.
b) o empobrecimento da classe média e a consequente fal- d) proteção da biodiversidade em face das ameaças de des-
ta de recursos para custear o caro tratamento da doença. truição que sofrem as florestas tropicais devido ao avanço
c) o aumento na migração humana para fazendas, gran- de atividades como a mineração, a monocultura, o tráfico
des obras, assentamentos e garimpos, instalados nas áreas de madeira e de espécies selvagens.
de floresta. e) necessidade de se satisfazerem as demandas atuais
d) as modificações radicais nos costumes dos povos in- colocadas pelo desenvolvimento sem comprometer a capa-
dígenas, que perderam a imunidade natural ao mosquito cidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias
transmissor. necessidades nos campos econômico, social e ambiental.
e) a destruição completa do ambiente natural de repro-
dução do agente causador, que o levou a migrar para os 108. (ENEM) Com a perspectiva do desaparecimento das ge-
grandes centros urbanos. leiras no Polo Norte, grandes reservas de petróleo e minérios,
hoje inacessíveis, poderão ser exploradas. E já atiçam a cobiça
106. (ENEM) Mamirauá é a maior área de floresta inundada e das potências.
preservada do planeta... Na maior reserva alagada do mundo, KOPP, D. Guerra Fria sobre o Ártico. Le monde diplomatique
alia-se a conservação da natureza ao desenvolvimento hu- Brasil. Setembro, n. 2, 2007. Adaptado.
mano... Foram os moradores, por exemplo, que ensinaram os
cientistas a calcular o tamanho (e em consequência a idade) No cenário de que trata o texto, a exploração de jazidas
do pirarucu, além da quantidade de peixes existente em de- de petróleo, bem como de minérios – diamante, ouro, prata,
terminada lagoa... cobre, chumbo, zinco –, torna-se atraente não só em função
Há o projeto de manejo da pesca, que inclui o planejamento de seu formidável potencial, mas também por:
da extração de pirarucu das lagoas que se formam depois da a) situar-se em uma zona geopolítica mais estável que o
época das cheias. Em cinco anos o número de pescadores que Oriente Médio.
aderiram ao sistema multiplicou. Pesca-se mais e o preço subiu. b) possibilitar o povoamento de uma região pouco habitada,
As espécies também se beneficiaram. A população de pirarucus além de promover seu desenvolvimento econômico.
cresceu 64%, porque acabou a pesca predatória e somente os c) garantir, aos países em desenvolvimento, acesso a maté-
pescadores das comunidades têm autorização para pescar. rias-primas e energia, necessárias ao crescimento econômico.
Desafios do desenvolvimento. Agosto de 2004. d) contribuir para a redução da poluição em áreas ambien-
talmente já degradadas devido ao grande volume da produção
Pela leitura do texto, pode-se inferir quais caracterís- industrial, como ocorreu na Europa.
ticas da região? e) promover a participação dos combustíveis fósseis na
a) Manejo sustentável e aumento da renda da população matriz energética mundial, dominada, majoritariamente,
local pelas fontes renováveis, de maior custo.
b) Manejo predatório e inclusão social
c) Expansão agrícola e exclusão social 109. (ENEM) Calcula-se que 78% do desmatamento na Ama-
d) Desmatamento e redução da renda da população local zônia tenha sido motivado pela pecuária – cerca de 35% do
e) Extração racional do látex e exclusão social rebanho nacional está na região – e que pelo menos 50 mi-
lhões de hectares de pastos são pouco produtivos. Enquanto
107. (ENEM) No presente, observa-se crescente atenção aos o custo médio para aumentar a produtividade de 1 hectare de
efeitos da atividade humana, em diferentes áreas, sobre o pastagem é de 2 mil reais, o custo para derrubar igual área
meio ambiente, sendo constante, nos fóruns internacionais de floresta é estimado em 800 reais, o que estimula novos
e nas instâncias nacionais, a referência à sustentabilidade desmatamentos. Adicionalmente, madeireiras retiram as ár-
como princípio orientador de ações e propostas que deles vores de valor comercial que foram abatidas para a criação de
emanam. A sustentabilidade explica-se pela: pastagens. Os pecuaristas sabem que problemas ambientais
a) incapacidade de se manter uma atividade econômica ao como esses podem provocar restrições à pecuária nessas áre-
longo do tempo sem causar danos ao meio ambiente. as, a exemplo do que ocorreu em 2006 com o plantio da soja,
b) incompatibilidade entre crescimento econômico acele- o qual, posteriormente, foi proibido em áreas de floresta.
EM1D-12-1E

rado e preservação de recursos naturais e de fontes não Época, 3/3/2008 e 9/6/2008 (com adaptações).
renováveis de energia.
222

A partir da situação-problema descrita, conclui-se que: 111. (ENEM)


a) o desmatamento na Amazônia decorre principalmente
da exploração ilegal de árvores de valor comercial.
b) um dos problemas que os pecuaristas vêm enfrentando
6 centrais
na Amazônia é a proibição do plantio de soja. 1 central
c) a mobilização de máquinas e de força humana torna o 104 MW
49,3 MW
desmatamento mais caro que o aumento da produtividade 1 central
de pastagens. CE RN
17,85 MW PB
d) o superávit comercial decorrente da exportação de car- PI
ne produzida na Amazônia compensa a possível degradação 55,2 MW
ambiental. 11 centrais
e) a recuperação de áreas desmatadas e o aumento de pro-
dutividade das pastagens podem contribuir para a redução
do desmatamento na Amazônia.

H28 Relacionar o uso das tecnologias com os 1 central


impactos socioambientais em diferentes 9 MW
contextos histórico-geográficos. SC
RS 3 centrais
110. (Encceja) Ninguém acredita que os alimentos que co- N
150 MW
míamos (antes da descoberta da transgênese) eram todos
encontrados em estado de graça natural. Batata, milho,
feijão e outros cereais foram sofrendo processos de me- Folha de S.Paulo, 20/6/2009.
lhoramento ou aperfeiçoamento genético que permitiram
torná-los não só mais agradáveis ao paladar, como tam- A energia retratada no mapa é a:
bém mais nutritivos. Mas com os transgênicos o assunto é a) eólica, que emite grande volume de material particulado.
um pouco mais complicado porque a tendência é para uma b) hidráulica, que é responsável pela emissão de dióxido de
uniformização das variedades e, dentro dela, em alguns enxofre.
casos, do controle do próprio princípio de fertilidade das c) solar, que apresenta pequeno potencial na região Nordeste.
sementes, uniformizando, pelo monopólio da tecnologia, o d) biomassa, que está concentrada na região Sudeste.
controle econômico das lavouras. e) eólica, que é renovável e não emite gases estufa.
O Alarde dos Transgênicos. In: Carlos Vogt. Com Ciência
— Revista Eletrônica de Jornalismo Científico. Internet: H29 Reconhecer a função dos recursos naturais na
<www.comciencia.br> 15/4/2006 (com adaptações).
produção do espaço geográfico, relacionando-os
com as mudanças provocadas pelas ações humanas.
Os transgênicos despertam, ao mesmo tempo, muito en-
tusiasmo pelos ganhos produtivos e muito temor pelo risco
dos seus impactos. Sobre eles é correto dizer que, no Brasil: 112. (Encceja) As mudanças ambientais estão ligadas à
a) os transgênicos beneficiarão os pequenos agricultores ação humana. Observe e compare as consequências em di-
na competição com os grandes produtores. ferentes situações:
b) com os transgênicos a produção se elevará, o acesso à Situação 1: Área urbana com morro coberto com vege-
tecnologia aumentará e os alimentos ficarão mais baratos. tação natural
c) um dos riscos dos transgênicos é que os agricultores
venham a depender excessivamente das empresas donas da
tecnologia.
d) já está claro que o uso dos transgênicos não implica
qualquer impacto negativo para o meio ambiente.
e) os prejuízos causados pelos transgênicos ao ambiente
e à vida de forma geral justificam-se quando associados ao
desenvolvimento da quantidade de alimentos disponíveis à Baseado em NEVES, Abilio Rodrigues. A educação
humanidade hoje. florestal. Rio de Janeiro: Globo, 1987.
ENEM Ciências Humanas 223

Situação 2: Área urbana com morro sem cobertura vegetal 114. (ENEM)
Perdas de solo em diferentes tipos de uso das terras

Tipos de uso e Perdas de solo


ocupação das terras (ton/ha/ano)

Mata natural 0,004

Pastagem 0,4

Cafezal 0,09

Baseado em NEVES, Abilio Rodrigues. A educação Algodoal 26,6


florestal. Rio de Janeiro: Globo, 1987.
BERTONI, José, LOMBARDI NETO, Francisco. Conservação
do solo. São Paulo: Ícone, 1990. Adaptado.
A possibilidade de ocorrerem enchentes com mais in-
tensidade será:
a) maior na situação 1, porque árvores interferem pou- Analise a tabela e utilize os seus conhecimentos rela-
co no processo de retenção, infiltração e escoamento das tivos à agricultura para identificar as afirmativas corretas.
águas superficiais. I. A mata natural perde mais solo por ano que a pastagem.
b) a mesma nas situação 1 e 2, porque o rio principal rece- II. As perdas de solo por ano são mais intensas no algodoal.
be a mesma quantidade de chuvas. III. O escoamento superficial da água é mais intenso na
c) maior na situação 1, porque as árvores aumentam o im- vegetação primitiva.
pacto da água, provocando as enxurradas. IV. A perda de solo por ano é menor na agricultura
d) maior na situação 2, pois sem as árvores a água escorre permanente.
com maior velocidade, provocando enxurradas e inundação As afirmativas corretas são, apenas:
dos rios. a) I, II e III.
e) menor na situação 2, em função dos prováveis proce- b) III e IV.
dimentos técnicos de prevenção de enchentes adotados c) II, III e IV.
pela cidade. d) II e IV.
e) I e II.
113. (Enceja) O ministro dos Transportes afirmou que o gover-
no desistiu do projeto original da Hidrovia Paraguai-Paraná. 115. (ENEM) O potencial brasileiro para gerar energia a partir
Conhecida como Hidrovia do Mercosul, tem 3.442 quilômetros da biomassa não se limita a uma ampliação do Pro-álcool. O
e vai de Cáceres, no Pantanal de Mato Grosso, a Nueva Palmi- país pode substituir o óleo diesel de petróleo por grande va-
ra, no Uruguai. riedade de óleos vegetais e explorar a alta produtividade das
O Estado de S. Paulo, 10 de janeiro de 2001. florestas tropicais plantadas. Além da produção de celulose, a
utilização da biomassa permite a geração de energia elétrica
Entre as causas das resistências à criação de algumas por meio de termelétricas a lenha, carvão vegetal ou gás de
hidrovias hoje no Brasil está(ão): madeira, com elevado rendimento e baixo custo.
a) o elevado custo de implantação e a baixa eficiência des- Cerca de 30% do território brasileiro é constituído por terras
se sistema de transporte. impróprias para a agricultura, mas aptas à exploração florestal.
b) a preocupação com eventuais impactos ambientais. A utilização de metade dessa área, ou seja, de 120 milhões de
c) a comprovada eficiência do transporte de cargas e pes- hectares, para a formação de florestas energéticas, permitiria
soas pelas rodovias. produção sustentada do equivalente a cerca de 5 bilhões de
d) a pobreza de recursos hídricos no território brasileiro. barris de petróleo por ano, mais que o dobro do que produz a
e) a enorme distância das indústrias dos rios navegáveis. Arábia Saudita atualmente.
Jose Walter Bautista Vidal. Desafios Internacionais para o século
XXI. Seminário da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa
Nacional da Câmara dos Deputados, ago./2002 (com adaptações).
EM1D-12-1E
224

Para o Brasil, as vantagens da produção de energia a H30 Avaliar as relações entre preservação e degradação
partir da biomassa incluem: da vida no planeta nas diferentes escalas
a) implantação de florestas energéticas em todas as regiões
brasileiras com igual custo ambiental e econômico.
b) substituição integral, por biodiesel, de todos os com-
bustíveis fósseis derivados do petróleo. 117. (ENEM) Em fevereiro de 1999, o Seminário Internacional
c) formação de florestas energéticas em terras impróprias sobre Direito Ambiental, ocorrido em Bilbao, na Espanha, pro-
para a agricultura. pôs, na Declaração de Viscaia, a extensão dos direitos humanos
d) importação de biodiesel de países tropicais, em que a ao meio ambiente, como instrumento de alcance universal. No
produtividade das florestas seja mais alta. parágrafo 3º. do artigo 1º. da referida declaração, fica esta-
e) regeneração das florestas nativas em biomas modifica- belecido: “O direito ao meio ambiente deverá ser exercido de
dos pelo homem, como o Cerrado e a Mata Atlântica. forma compatível com os demais direitos humanos, entre os
quais o direito ao desenvolvimento”. No Brasil, o cumprimento
116. (ENEM) Uma fonte de energia que não agride o ambien- desse direito configura um grande desafio. Na Região Amazôni-
te, é totalmente segura e usa um tipo de matéria-prima infi- ca, por exemplo, tem havido uma coincidência entre as linhas
nita é a energia eólica, que gera eletricidade a partir da força de desmatamento e as novas fronteiras de desenvolvimento do
dos ventos. O Brasil é um país privilegiado por ter o tipo de agronegócio, marcadas por focos de injustiça ambiental, com
ventilação necessária para produzi-la. Todavia, ela é a menos frequentes casos de escravização de trabalhadores, além de
usada na matriz energética brasileira. O Ministério de Minas conflitos e crimes pela posse de terras, muitas vezes, impunes.
e Energia estima que as turbinas eólicas produzam apenas Disponível em: <http://www.unicen.com.br/universoverde>
0,25% da energia consumida no país. Isso ocorre porque ela Acesso em: 9 maio 2009. (com adaptações).
compete com uma usina mais barata e eficiente: a hidrelétri-
ca, que responde por 80% da energia do Brasil. O investimen- Promover justiça ambiental, no caso da região amazôni-
to para se construir uma hidrelétrica é de aproximadamente ca brasileira, implica:
US$ 100 por quilowatt. Os parques eólicos exigem investimen- a) fortalecer a ação fiscalizadora do estado e viabilizar po-
to de cerca de US$ 2 mil por quilowatt e a construção de uma líticas de desenvolvimento sustentável.
usina nuclear, de aproximadamente US$ 6 mil por quilowatt. Ins- b) ampliar o mercado informal de trabalho para a popula-
talados os parques, a energia dos ventos é bastante competitiva, ção com baixa qualificação profissional.
custando R$ 200,00 por megawatt-hora frente a R$ 150,00 por c) incentivar a ocupação das terras pelo estado brasileiro,
megawatt-hora das hidrelétricas e a R$ 600,00 por megawatt- em face dos interesses internacionais.
-hora das termelétricas. d) promover alternativas de desenvolvimento sustentável,
Época. 21/4/2008 (com adaptações). em razão da precariedade tecnológica local.
e) ampliar a importância do agronegócio nas áreas de con-
De acordo com o texto, entre as razões que contribuem flito pela posse de terras e combater a violência no campo.
para a menor participação da energia eólica na matriz ener-
gética brasileira, inclui-se o fato de: 118. (Encceja) A despeito dos esforços crescentes desenvolvidos
a) haver, no país, baixa disponibilidade de ventos que podem ao longo dos últimos 20 anos, a perda da diversidade biológica
gerar energia elétrica. no mundo – decorrente, sobretudo da destruição de hábitats, da
b) o investimento por quilowatt exigido para a construção de colheita excessiva, da poluição e da introdução inadequada de
parques eólicos ser de aproximadamente 20 vezes o necessário plantas e animais exóticos [de fora] – prosseguiu.
para a construção de hidrelétricas. Agenda 21 Global. Conferência das Nações Unidas
c) o investimento por quilowatt exigido para a construção de sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano
(ECO-92, Rio de Janeiro), cap. 15, p. 175-6.
parques eólicos ser igual a 1/3 do necessário para a construção
de usinas nucleares.
d) o custo médio por megawatt-hora de energia obtida após Sobre a perda da diversidade biológica no mundo, é cor-
instalação de parques eólicos ser igual a 1,2 multiplicado pelo reto afirmar que:
custo médio do megawatt-hora obtido das hidrelétricas. a) a ciência já estocou as espécies naturais e as está estu-
e) o custo médio por megawatt-hora de energia obtida após dando, razão pela qual não são necessários tantos investi-
instalação de parques eólicos ser igual a 1/3 do custo médio mentos para sua preservação na natureza.
do megawatt-hora obtido das termelétricas. b) as florestas foram removidas e espécies foram destru-
ídas, porque isso era sinônimo de progresso, mentalidade
esta que já não existe mais.
ENEM Ciências Humanas 225

c) a agricultura moderna (o agronegócio) no Brasil não A medida mais eficaz a ser tomada, visando à conserva-
constitui mais uma ameaça à diversidade biológica. ção da planície pantaneira e à preservação de sua grande
d) a remoção das florestas tropicais é o que mais preocupa biodiversidade, é a conscientização da sociedade e a orga-
nessa questão da perda da diversidade de espécies animais nização de movimentos sociais que exijam:
e vegetais. a) a criação de parques ecológicos na área do pantanal
e) os ecossistemas são passíveis de reestruturação, bem mato-grossense.
como o avanço em tecnologia em genética assegura a diver- b) a proibição da pesca e da caça, que tanto ameaçam a
sidade biológica no mundo. biodiversidade.
c) o aumento das pastagens na área da planície, para que
119. (Encceja) O Brasil foi sede, em 1992, da ECO 92 – Con- a cobertura vegetal, composta de gramíneas, evite a erosão
ferência das Nações Unidas sobre o Ambiente e o Desenvolvi- do solo.
mento, com a participação de 176 países. Destacamos a seguir d) o controle do desmatamento da erosão, principalmente
algumas informações sobre fatos ocorridos no Brasil, de 1992 nas nascentes dos rios responsáveis pelo nível das águas
até os dias de hoje, relacionados com meio ambiente, extraí- durante o período de cheias.
das de um artigo escrito por um especialista. e) a construção de barragens, para que o nível das águas
I. Extensas áreas do cerrado foram convertidas em dos rios seja mantido, sobretudo na estiagem, sem prejudi-
plantios de soja. car os ecossistemas.
II. As queimadas e incêndios mantêm uma média anual
de 110 mil focos. 121. (ENEM)
III. Aumentou a consciência da sociedade sobre a impor-
tância do ambiente e dos direitos das populações tradicionais. Percentual dos biomas protegidos por unidades
IV. A legislação ambiental foi aprimorada com a criação, de conservação federais – Brasil, 2006
por exemplo, das Leis das Águas e Crimes Ambientais. 14
12
Adaptado de CAPOBIANCO, J. P. R. Desenvolvimento 10
insustentável. Folha de S. Paulo, 24 de agosto de 2002. 8
6
4
2
Nesse artigo, o especialista afirma que, em relação ao 0
Amazônia Caatinga Mata Pampa
desenvolvimento sustentável, o Brasil não avançou, mas Cerrado Pantanal Brasil
Atlântica
lançou as bases para avançar.
As informações que justificam a parte sublinhada da USO SUSTENTÁVEL PROTEÇÃO INTEGRAL
frase do especialista são: Ministério do Meio Ambiente. Cadastro Nacional de Unidades de Conservação.
a) I e III, apenas.
b) II e IV, apenas. Analisando-se os dados do gráfico acima, que remetem
c) III e IV, apenas. a critérios e objetivos no estabelecimento de unidades de
d) I, II, III, e IV. conservação no Brasil, constata-se que:
e) II e III, apenas. a) o equilíbrio entre unidades de conservação de proteção
integral e de uso sustentável já atingido garante a preser-
120. (ENEM) As áreas do planalto do cerrado – como a chapa- vação presente e futura da Amazônia.
da dos Guimarães, a serra de Tapirapuã e a serra dos Parecis, b) as condições de aridez e a pequena diversidade bioló-
no Mato Grosso, com altitudes que variam de 400 m a 800 m gica observadas na Caatinga explicam por que a área des-
– são importantes para a planície pantaneira mato-grossense tinada à proteção integral desse bioma é menor que a dos
(com altitude média inferior a 200 m), no que se refere à demais biomas brasileiros.
manutenção do nível de água, sobretudo durante a estia- c) o Cerrado, a Mata Atlântica e o Pampa, biomas mais
gem. Nas cheias, a inundação ocorre em função da alta intensamente modificados pela ação humana, apresentam
pluviosidade nas cabeceiras dos rios, do afloramento de proporção maior de unidades de proteção integral que de
lençóis freáticos e da baixa declividade do relevo, entre unidades de uso sustentável.
outros fatores. Durante a estiagem, a grande biodiversida- d) o estabelecimento de unidades de conservação deve ser
de é assegurada pelas águas da calha dos principais rios, incentivado para a preservação dos recursos hídricos e a
cujo volume tem diminuído, principalmente nas cabeceiras. manutenção da biodiversidade.
Cabeceiras ameaçadas. Ciência Hoje. Rio de Janeiro: e) a sustentabilidade do Pantanal é inatingível, razão
EM1D-12-1E

SBPC. v. 42, jun. 2008 (adaptado). pela qual não foram criadas unidades de uso sustentável
nesse bioma.
226

4. Objetos de conhecimento Vida urbana: redes e hierarquia nas cidades, pobreza e se-
• Diversidade cultural, conflitos e vida em sociedade gregação espacial.
Cultura material e imaterial; patrimônio e diversidade cul- • Características e transformações das estruturas
tural no Brasil. produtivas
A conquista da América. Conflitos entre europeus e indí- Diferentes formas de organização da produção: escravismo
genas na América colonial. A escravidão e formas de resistên- antigo, feudalismo, capitalismo, socialismo e suas diferentes
cia indígena e africana na América. experiências.
História cultural dos povos africanos. A luta dos negros Economia agroexportadora brasileira: complexo açucarei-
no Brasil e o negro na formação da sociedade brasileira. ro; a mineração no Período Colonial; a economia cafeeira; a
História dos povos indígenas e a formação sociocultural borracha na Amazônia.
brasileira. Revolução Industrial: criação do sistema de fábrica na
Movimentos culturais no mundo ocidental e seus impactos Europa e transformações no processo de produção. Formação
na vida política e social. do espaço urbano-industrial. Transformações na estrutura
produtiva no século XX: o fordismo, o toyotismo, as novas
• Formas de organização social, movimentos sociais,
técnicas de produção e seus impactos.
pensamento político e ação do estado
A industrialização brasileira, a urbanização e as transfor-
Cidadania e democracia na Antiguidade; estado e direitos
mações sociais e trabalhistas.
do cidadão a partir da Idade Moderna; democracia direta, in-
A globalização e as novas tecnologias de telecomunicação
direta e representativa.
e suas consequências econômicas, políticas e sociais.
Revoluções sociais e políticas na Europa moderna.
Produção e transformação dos espaços agrários. Moder-
Formação territorial brasileira; as regiões brasileiras; polí-
nização da agricultura e estruturas agrárias tradicionais. O
ticas de reordenamento territorial.
agronegócio, a agricultura familiar, os assalariados do campo
As lutas pela conquista da independência política das co-
e as lutas sociais no campo. A relação campo-cidade.
lônias da América.
Grupos sociais em conflito no Brasil imperial e a cons- • Os domínios naturais e a relação do ser humano com
trução da nação. o ambiente
O desenvolvimento do pensamento liberal na sociedade Relação homem-natureza, a apropriação dos recursos na-
capitalista e seus críticos nos séculos XIX e XX. turais pelas sociedades ao longo do tempo. Impacto ambien-
Políticas de colonização, migração, imigração e emigração tal das atividades econômicas no Brasil. Recursos minerais e
no Brasil nos séculos XIX e XX. energéticos: exploração e impactos. Recursos hídricos; bacias
A atuação dos grupos sociais e os grandes processos revo- hidrográficas e seus aproveitamentos.
lucionários do século XX: Revolução Bolchevique, Revolução As questões ambientais contemporâneas: mudança climá-
Chinesa, Revolução Cubana. tica, ilhas de calor, efeito estufa, chuva ácida, a destruição
Geopolítica e conflitos entre os séculos XIX e XX: Imperia- da camada de ozônio. A nova ordem ambiental internacional;
lismo, a ocupação da Ásia e da África, as Guerras Mundiais e políticas territoriais ambientais; uso e conservação dos recur-
a Guerra Fria. sos naturais, unidades de conservação, corredores ecológicos,
Os sistemas totalitários na Europa do século XX: nazifas- zoneamento ecológico e econômico.
cista, franquismo, salazarismo e stalinismo. Ditaduras polí- Origem e evolução do conceito de sustentabilidade.
ticas na América Latina: Estado Novo no Brasil e ditaduras Estrutura interna da Terra. Estruturas do solo e do relevo;
na América. agentes internos e externos modeladores do relevo.
Conflitos político-culturais pós-Guerra Fria, reorganiza- Situação geral da atmosfera e classificação climática. As
ção política internacional e os organismos multilaterais nos características climáticas do território brasileiro.
séculos XX e XXI. Os grandes domínios da vegetação no Brasil e no mundo.
A luta pela conquista de direitos pelos cidadãos: direitos • Representação espacial
civis, humanos, políticos e sociais. Direitos sociais nas consti- Projeções cartográficas; leitura de mapas temáticos, físi-
tuições brasileiras. Políticas afirmativas. cos e políticos; tecnologias modernas aplicadas à cartografia.
ENEM Ciências Humanas 227

5. Respostas

1. D 26. D 51. B 76. D 101. A


2. A 27. B 52. C 77. C 102. C
3. B 28. E 53. D 78. B 103. A
4. C 29. A 54. C 79. B 104. B
5. B 30. C 55. A 80. B 105. C
6. B 31. B 56. E 81. C 106. A
7. E 32. C 57. D 82. A 107. E
8. A 33. A 58. D 83. A 108. A
9. B 34. C 59. C 84. C 109. E
10. E 35. A 60. D 85. D 110. C
11. A 36. C 61. A 86. B 111. E
12. D 37. E 62. C 87. C 112. D
13. D 38. C 63. D 88. C 113. B
14. C 39. E 64. A 89. D 114. D
15. E 40. A 65. B 90. E 115. C
16. B 41. B 66. D 91. D 116. B
17. C 42. A 67. B 92. B 117. A
18. A 43. C 68. B 93. A 118. D
19. B 44. B 69. A 94. B 119. C
20. C 45. C 70. A 95. D 120. D
21. D 46. A 71. D 96. B 121. D
22. B 47. B 72. B 97. C
23. B 48. D 73. B 98. D
24. D 49. C 74. B 99. A
25. D 50. B 75. C 100. E
EM1D-12-1E
228

Anotações

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