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sobre-praticas-sustentaveis
Planejamento
É aí que mora o problema. Esse uso indiscriminado faz com que cerca de 1 trilhão
de sacolas sejam consumidas anualmente em todo mundo. No Brasil, apenas os
supermercados distribuem em torno de 1 bilhão de unidades por mês. Essa
quantidade colossal de plástico causa o entupimento de bueiros, a
impermeabilização dos solos - dificultando a decomposição do lixo orgânico em
aterros sanitários, entre outras coisas - e a morte de milhares de aves e animais
marinhos. E há ainda o desperdício indireto de água e petróleo cada vez que uma
delas é descartada.
Mas qual a solução? Bani-las? Não. O melhor seria usá-las de forma mais racional.
"A questão é o uso que a gente faz desse recurso. O material plástico facilita
muito a vida, mas usá-lo para fazer produtos descartáveis é um desperdício muito
grande", comenta Silvia Sá, gerente de Educação do Instituto Akatu. De acordo
com uma estimativa da entidade, as sacolas plásticas duráveis podem ser
utilizadas mais de 350 vezes e substituem, a cada uso, até oito sacolas
descartáveis. Uma conta rápida: considerando uma pessoa que vai quatro vezes
às compras por mês, a vida útil da sacola seria de pouco mais de 7 anos. Isso
equivaleria ao uso cerca de 2.700 sacolinhas descartáveis no mesmo período.
Por outro lado, há outros aspectos que devem ser levados em consideração. Um
deles é o sanitário. O acúmulo de material orgânico junto às embalagens pode ser
um convite para ratos e baratas. Se um deles na sua área de serviço já é
inconveniente, imagine famílias inteiras de animais vagando sobre pilhas e pilhas
de latas de leite condensado, potes de maionese ou garrafas de refrigerante nos
depósitos das cooperativas. Em casos como esses, lavar as embalagens antes do
descarte poderia diminuir a proliferação de insetos e outros animais que podem
ser nocivos à saúde.
Mas como saber quando lavar ou não? A dica é avaliar caso a caso. Passar uma
água em uma garrafa de vidro ou numa caixa de leite não custa nada e quase não
gasta água, se você se organizar para isso. Já para uma lata de creme de leite, por
exemplo, pode não valer o gasto de água. "É possível usar uma bacia ou água de
reuso para lavar as embalagens", orienta Maria Zulmira. Outro procedimento
importante é secar as embalagens antes de descartá-las.
Mas, aí, você encontra um pedaço de carne esquecido no fundo da geladeira, que
deveria ser seu almoço quatro dias antes. Ao abrir o embrulho, o cheiro já
denuncia que o produto não está bom para consumo. Vai ter que ir pro lixo. Se a
peça em questão tiver meio quilo, lá se foram cerca de 7.500 litros de água pelo
ralo.
Você pode nunca ter parado para pensar nisso, mas praticamente tudo o que
consumimos precisa de água em algum momento de sua cadeia produtiva. Esse
conceito é chamado de água virtual. Para dar mais um exemplo: uma simples
calça jeans, peça obrigatória no guarda-roupa da maioria das pessoas
atualmente, precisa de 10 mil litros de água para ser confeccionada. Então, antes
de comprar algo é importante sabermos o qual é o impacto que aquele produto
gera e pensar duas, três, quatro vezes antes de consumir - e descartar - por
impulso.