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e-a-emendatio-libelli-e-mutatio-libelli-para-nunca-mais-errar_45-163_1/
Como citar este artigo: GALVÃO, Bruno Haddad. Lei 11.719/08 e a Emendatio Libelli e Mutatio
Libelli: para nunca mais errar. Disponível em http://www.sosconcurseiros.com.br.
1. Emendatio Libelli
Art. 383. O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa da que
constar da queixa ou da denúncia, ainda que, em conseqüência, tenha
de aplicar pena mais grave.
Como o próprio nome já indica, emendatio nada mais é do que
emenda, correção. O juiz, se verificar que houve erro na definição jurídica do
fato na denúncia, poderá emprestar-lhe, quando da sentença, outra definição
jurídica, ainda que tenha que aplicar pena mais grave.
Note: com a mudança introduzida pela Lei 11.719/08 ficou claro que o
juiz não altera a narração fática contida na peça acusatória, mas sim a
definição jurídica do fato.
2. Mutatio Libelli
A mutatio libelli está prevista no art. 384, do CPP, alterado pela Lei
11.719/08, verbis:
“Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível
nova definição jurídica do fato, em conseqüência de prova existente
nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não
contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia
ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver
sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-se a
termo o aditamento, quando feito oralmente.
Note a diferença entre este último caso e os dois primeiros: nos dois
primeiros (pena igual ou menor) a lei não exige que o juiz baixe os autos para
que a acusação adite a peça acusatória. Ademais, a defesa é ouvida para se
manifestar e produzir provas em 8 dias. No terceiro caso (pena maior), a lei
exige que o juiz baixe os autos para que a acusação adite a peça acusatória,
fazendo constar a elementar surgida, e a defesa terá o prazo de 3 dias para
requerer (não é produzir) provas. Em ambos os casos, a defesa só poderá
arrolar até 3 testemunhas.
Não aditada a peça neste prazo pelo Ministério Público (ação penal
pública) ou quando mesmo se recuse ao mister, o §1.° do art. 384 do CPP, na
mesma linha do que entendia a doutrina antes da nova redação, impõe que se
aplique o art. 28, do CPP.
Utilizando o senso lógico, o § 3.° afirma que os §§ 1.° e 2.° do art. 383
serão aplicáveis no caso de mutatio liberlli.
Assim, diferentemente da redação anterior, a nova lei determina que
deve ser adotado o mesmo procedimento para o caso da nova capitulação
legal ensejar pena mais grave, mais branda ou a mesma. Não há diferença,
como existia.