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RESOLVE:
Organização
Bruno Vitiritti Ferreira Zanardo
Aires Roberta da Rosa Brandalise
Laurita Aparecida Faustino
Caçador
2021
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Sumário
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Urologia
Protocolo 1 – Hiperplasia Prostática Benigna (HPB)
Atenção: Pacientes com episódio de obstrução urinária aguda em paciente com hiperplasia prostática
benigna devem ser encaminhados a emergência médica.
A hiperplasia prostática benigna (HPB) é uma das patologias mais comuns nos homens a partir da
quinta década de vida, podendo associar-se a sintomas do trato urinário inferior (STUI ou LUTS). A doença
costuma interferir nas atividades diárias e no padrão do sono dos pacientes e, quando não tratada, pode
levar à retenção urinária, hidronefrose e insuficiência renal.
Na avaliação inicial recomenda-se utilizar escores de sintomas para avaliar seguimento e manejo do
paciente. O I-PSS (Escore Internacional de Sintomas Prostáticos) (Figura 1) é um escore amplamente
utilizado e validado para uso no Brasil. Apresenta sete perguntas, auto aplicadas pelo paciente, que avaliam
a gravidade dos sintomas prostáticos. Além disso, é importante avaliar se os sintomas prejudicam a qualidade
de vida do paciente, sendo esse um fator norteador para otimizar o tratamento. Por vezes, essa avaliação é
auxiliada por meio de um diário miccional, no qual o paciente deve registrar os sintomas, horário e volume
das micções durante três dias e noites.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Diagnóstico clínico é baseado na presença de sintomas de trato urinário inferior e exame digital da
próstata (que pode ou não estar aumentada), porém a gravidade dos sintomas não está correlacionada ao
tamanho da próstata. Na história clínica deve-se também questionar sobre: história de infecção urinária
recorrente, disfunção sexual, hematúria, doenças neurológicas, antecedentes cirúrgicos, cálculo vesical e
história familiar de câncer de próstata.
Exame digital da próstata (EDP) / Toque Retal: realizado em homens com suspeita de HPB para avaliar
o tamanho da próstata e a presença de sinais de neoplasia (nódulo, endurecimento ou assimetria). A próstata
é percebida como uma saliência no assoalho do reto. Estima-se o peso prostático através da palpação, sendo
que uma calota palpável com 3 cm equivale a uma próstata de aproximadamente 30 g. Também, nesse
momento, avalia-se a contração e a sensibilidade do esfíncter anal, o reflexo bulbo-cavernoso, e a parede
retal. Próstata homogênea, sem nódulos ou áreas endurecidas não exclui a possibilidade de HPB ou
neoplasia.
Exames Complementares
Alguns exames complementares auxiliam na avaliação inicial a fim de excluir diagnósticos diferenciais:
Exame Qualitativo de Urina (EQU): realizado para excluir infecção e hematúria.
PSA total sérico: algumas instituições indicam quando a pessoa apresenta expectativa de vida superior
a 10 anos ou quando o diagnóstico do câncer pode alterar o manejo dos sintomas. Deve-se conversar com o
paciente sobre potenciais benefícios e riscos na realização do exame, como resultados falsos positivos e/ou
complicações consequentes à possibilidade de biópsia após resultado do PSA.
Função renal (Creatinina/Taxa de filtração glomerular): recomendada para pacientes com história
clínica sugestiva de doença renal, retenção urinária, hidronefrose, e/ou candidatos a tratamento cirúrgico.
Ecografia das Vias Urinárias: não é obrigatória na avaliação inicial. Recomendada em paciente com
função renal reduzida ou infecção urinária. Mostra o tamanho da próstata, lesão em trato urinário superior
(hidronefrose) ou lesão em trato urinário inferior (protrusão prostática intravesical (lobo mediano) e
espessamento da parede vesical (trabeculação vesical).
A decisão sobre o tratamento deve ser individualizada e compartilhada com o paciente. As principais
opções de manejo são:
Expectante (conservador): pode ser utilizada em pacientes com sintomas leves ou moderados e sem
complicações. Quando se opta por esta conduta, deve-se ter em mente que os sintomas progridem com o
tempo na maioria dos pacientes. Algumas medidas comportamentais podem ajudar a reduzir os sintomas:
• redução da ingesta de líquidos à noite,
• exercícios para treinamento vesical como dupla micção para esvaziar a bexiga mais efetivamente,
• redução do uso de álcool, café e cigarros (efeito diurético e irritativo vesical).
Medicamentoso: indica-se o uso de medicamentos quando a pessoa apresenta sintomas leves que
causam prejuízo à qualidade de vida e pessoas com sintomas moderados a graves (I -PSS > 8). Os
medicamentos da classe alfa-bloqueadores causam benefício imediato dos sintomas, enquanto os inibidores
da 5-alfa-redutase requerem um tratamento em longo prazo.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Pacientes que não forem manejados pela APS durante o período de tempo estimado nos protocolos
serão NEGADOS no SISREG
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
1. Sinais e/ou sintomas (tempo de início, histórico de retenção urinária, descrição de toque retal com
tamanho estimado da próstata, consistência, presença de assimetria ou nódulo);
2. Tratamento em uso ou já realizado para sintomas urinários (medicamentos utilizados com dose,
posologia e tempo de uso);
3. Resultado do exame de PSA total, com data;
4. Resultado do cálculo de Clearance Renal com data;
5. Resultado de ecografia abdominal ou vias urinárias ou próstata, com data (se solicitado);
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Urologia
Protocolo 2 – Neoplasia de Próstata
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Urologia
Protocolo 3 – Patologias escrotais benignas
Atenção: Os pacientes com suspeita de torção testicular deverão ser encaminhados para os serviços de
Urgência e Emergência.
As patologias escrotais benignas são: Hidrocele, varicocele, cistos de cordão e epidídimo.
Introdução
As principais causas de patologias escrotais benignas não agudas são: hidrocele, varicocele, cistos de
cordão e de epidídimo. Essas condições geralmente são assintomáticas, porém sintomas como sensação de
peso ou dor podem estar presentes. Em caso de sintomas agudos, devemos avaliar concomitância ou
diagnóstico diferencial com processo inflamatório (epididimite, orquite) ou torção testicular (condição que
indica avaliação cirúrgica em caráter de urgência).
Geralmente as condições benignas são caracterizadas como massas amolecidas à palpação, de
localidade extratesticular e que apresenta transiluminação. Massas firmes sem transiluminação ao exame e
de aumento progressivo sugerem neoplasia.
Hidrocele
Apresenta-se como edema escrotal uni ou bilateral, podendo ser de início agudo ou de evolução
crônica. Costuma ser indolor, porém sintomas como sensação de peso e dor acompanham massas de maior
volume.
As principais causas de hidrocele no adulto incluem o desequilíbrio na secreção e na absorção de fluido
na túnica vaginal escrotal, dano iatrogênico aos vasos linfáticos durante cirurgia inguinal ou de varicocele,
epididimite, torção, neoplasias, trauma testicular ou abdominal, entre outras.
O diagnóstico é estabelecido com os dados clínicos e presença de transluminação, que auxilia a
diferenciar a hidrocele de massas escrotais, hérnia ou hematocele. A ecografia de bolsa escrotal deve ser
solicitada, caso o exame clínico seja inconclusivo, sempre que não for possível palpar adequadamente o
testículo, na hidrocele de início súbito (para excluir neoplasia ou condições inflamatórias agudas) e nos casos
em que se considera indicação cirúrgica.
Varicocele
A varicocele corresponde à dilatação das veias do plexo pampiniforme. Ocorre devido ao refluxo
venoso, comprometendo quase sempre o lado esquerdo (80-90%), mas pode ser bilateral. A localização
unilateral à direita é rara e geralmente é secundária a outras patologias. As complicações associadas à
varicocele são oligospermia, infertilidade e atrofia testicular.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Ao exame, é possível palpar as veias varicosas com paciente em posição ortostática e em manobra de
Valsalva e apresenta textura característica conhecida como "bolsa de vermes". É classificada como grau 1
(palpável somente em Valsalva), grau 2 (palpável mas não visível) e grau 3 (facilmente visível).
Alguns pacientes apresentam dor ou sensação de peso escrotal, principalmente ao final do dia, sendo
manejados conservadoramente e, quando necessário, com analgésicos e anti-inflamatórios não esteroides.
Se prejuízo significativo ao paciente, ou atrofia testicular, o paciente pode ser encaminhado para o urologista
para avaliação cirúrgica.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Urologia
Protocolo 4 – Incontinência urinária
Atenção: É importante lembrar que mulheres com sintomas de incontinência urinária com prolapso genital
e indicação de cirurgia deverão ser colocadas na fila da Ginecologia.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Urologia
Protocolo 5 – Disfunção sexual masculina
Como deveria ser as orientações do médico da APS para manejo de disfunção erétil?
Como deve ser a abordagem e o tratamento da ejaculação precoce na Atenção Primária à Saúde?
Considerações para o médico de Atenção Primária à Saúde avaliar um paciente com queixa de
ejaculação precoce (EP):
• É mandatório diferenciar EP de fato de outras disfunções sexuais. É muito comum disfunção erétil,
por exemplo, ser trazida como um problema de EP, quando na verdade há uma pressa para
alcançar o orgasmo antes da perda de ereção peniana decorrente da disfunção erétil;
• Uma boa história sexual deve ser feita, bem como uma boa história psicossocial. O nível de
sofrimento do paciente, da parceira(o) ou de ambos é ponto chave tanto para diagnóstico
como para conduta. Além disso, a detecção de histórias de abuso sexual ou maus -tratos na
infância podem ser indicativos de necessidade de abordagem psicoterápica;
• Realizar exame físico geral e genital, enfatizando a normalidade do mesmo, quando for o caso;
• Buscar identificar possíveis causas médicas que podem estar associadas à disfunção da ejaculação,
como Diabetes mellitus e neuropatias;
• Exames laboratoriais são raramente necessários em homens com história de EP ao longo de toda a
vida, a menos que existam fatores complicadores ou achados de exame físico anormais.
Pacientes com EP adquirida (indivíduos que não têm EP desde o início da vida sexual ativa)
podem necessitar de avaliação laboratorial complementar, mais focada em fatores de risco
como obesidade, doença vascular, diabetes e depressão.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
O tratamento pode focar num primeiro momento no uso de técnicas que objetivem retardar a
ejaculação. As duas mais utilizadas são:
1. Técnica de “start-stop”: quando o homem sentir, no período de carícias ou mesmo intercurso
sexual, que está próximo do clímax deve parar de “estimular/ser estimulado” por 30 segundos; estimulação
pode ser reiniciada até que chegue perto do clímax novamente, quando o “relaxamento” é repetido;
2. Técnica de “para-comprime” (“squeeze”): durante a técnica de start-stop, a(o) parceira(o) deve
exercer pressão manual na glande do pênis durante a fase de relaxamento.
A terapia medicamentosa é uma alternativa viável e que também pode ser efetiva. As principais drogas
utilizadas são os Inibidores Seletivos da Receptação de Serotonina (ISRS):
• Sertralina: 25 – 200 mg/dia
• Paroxetina: 10 – 40 mg/dia
• Fluoxetina; 5 – 40 mg/dia
Embora haja descrição de uso esporádico (1 cp 3-4 horas antes de intercurso sexual), o uso contínuo
parece ser mais eficaz. Clomipramina é uma alternativa aos ISRSs, no entanto é menos usada devido ao perfil
mais desfavorável de efeitos colaterais. Por fim, deve-se considerar o encaminhamento para Terapeuta
sexual, ou mesmo Urologista, quando as medidas tentadas não forem efetivas.
Pacientes que não entrarem nos critérios iniciais e não manejados pelos médicos da APS serão
CANCELADOS ao serem inseridos na fila do SISREG municipal
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Urologia
Protocolo 6 – Litíase renal
Atenção: Litíase renal com obstrução de trato urinário provocando hidronefrose, sepse urinária e/ou dor
incontrolável devem ser encaminhados para o serviço de urgência e emergência.
Pacientes com achados de cálculos menores que 4 mm, sem evidência de comprometimento renal
serão CANCELADOS
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Urologia
Protocolo 7 – Cistos/Doença policística renal
Atenção: Pacientes com doença policística renal deverão ser encaminhados para NEFROLOGIA!
Introdução
Cistos simples (com paredes finais e regulares e conteúdo líquido) são considerados benignos, não
sendo necessário nenhum seguimento ou exame complementar para afastar neoplasia. São frequentemente
observados em rins normais, podem ser solitários ou múltiplos e bilaterais. São as massas renais mais
comuns. São mais frequentes em homens, e em pessoas com mais de 50 anos.
Essas características, quando presentes, permitem que o cisto seja diferenciado de um carcinoma ou
abscesso. Qualquer outra lesão cística que não preencha os critérios ultrassonográficos de cisto simples deve
ser estudada por outros métodos de imagem mais específicos, preferencialmente a tomografia
computadorizada (TC).
Os seguintes critérios são altamente sugestivos de lesão neoplásica:
• Paredes espessas e irregulares;
• Septo espesso ou com realce no interior da massa;
• Realce da massa após a injeção de contraste;
• Massa multilocular.
Normalmente os cistos simples não produzem sintomas, sendo raramente necessário tratamento para
dor ou infecção.
O sistema de classificação de Bosniak foi criado para ajudar a diagnosticar e gerenciar as massas renais
císticas, com base em características morfológicas vistas na tomografia computadorizada (tabela abaixo).
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Se a dor é persistente mesmo com o tratamento farmacológico, pode-se encaminhar o paciente para
serviço de urologista para avaliar opção de procedimento cirúrgico.
Cistos infectados geralmente são refratários ao tratamento com antibióticos, já que alguns destes não
penetram no interior do cisto. Em situações em que a terapia por via oral não apresenta efeito é necessário
tratamento parenteral intra-hospitalar. Em casos reservados pode-se realizar a punção aspirativa do cisto e
em casos extremos a nefrectomia pode ser considerada.
O tratamento da hipertensão pode ser feito com medicamento inibidor da enzima conversora da
angiotensina (IECA) ou bloqueador do receptor da angiotensina (BRA) associado a diuréticos.
Nefrectomia pode ser necessária em pacientes com cistos grandes acima de 35 cm, infecções
recorrentes, hipertensão incontrolável e suspeita de malignidade.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Urologia
Protocolo 8 – Hematúria
Atenção: Sempre descartar causas benignas (infecção urinária, febre, trauma ou sangramento menstrual)
em pacientes com hematúria.
Pacientes que não fecharem os critérios acima serão CANCELADOS se colocados na fila do SISREG
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Urologia
Protocolo 9 – Infecção Urinária Recorrente
Atenção: ITU recorrente mesmo com profilaxia adequada, após exclusão de causas anatômicas
urológicas ou ginecológicas deverão ser encaminhadas para NEFROLOGIA. Quando houver causa
ginecológica como fator predisponente deve ser encaminhada para GINECOLOGIA.
Introdução
Infecção urinária recorrente é definida como a presença de três ou mais episódios de infecção do trato
urinário (ITU) em 6 meses ou quatro ou mais episódios em 1 ano. É fundamental a comprovação das ITUs por
urocultura. Na ausência de alteração funcional ou anatômica, não há evidência que a ITU em adultos gere
outros problemas de saúde, como hipertensão e doença renal crônica. Fatores de risco comportamentais,
como frequência de relação sexual, coito anal seguido de coito vaginal e uso de espermicida (em especial
quando utilização conjunta ao diafragma), estão associados com infecção urinária recorrente. Algumas
anormalidades anatômicas também predispõem à infecção urinária, como: distância pequena entre a uretra
e ânus, presença de cistocele, prolapso uterino e retocele. Além disso, mulheres na pós-menopausa
apresentam maior risco de infecção recorrente por alterações mecânicas e outros fatores fisiológicos.
Investigação
A investigação inicial da ITU recorrente deve ser voltada para identificação, por meio de exame físico,
de causas anatômicas comuns como: retocele, cistocele ou prolapso uterino. Convém se também avaliar
diagnósticos diferenciais como uretrite e vaginite. A ecografia de vias urinárias é indicada para avaliar
obstrução, cálculos, malformações congênitas e medida do resíduo pós-miccional.
Tratamento
Diversas estratégias têm sido utilizadas para evitar infecções urinárias recorrentes. Embora muitas
dessas abordagens comportamentais não tenham sido estudadas adequadamente, é razoável considerar tais
abordagens para a prevenção, como forma de minimizar a exposição aos antibióticos.
Pode-se, portanto, indicar hidratação adequada, micções frequentes, evitar e tratar infecções
ginecológicas, evitar constipação, micção após o ato sexual e higiene anal no sentido anteroposterior. Sugere-
se as mulheres que utilizam espermicida, em especial quando associado ao diafragma, que escolham outro
método contraceptivo.
A profilaxia com antimicrobiano deve ser oferecida para pacientes com ITU recorrente e pode ser
realizada de maneira contínua, pós-coital ou administração intermitente quando há sintomas. Quando se
opta por profilaxia continua, sugere-se utilizar antibioticoterapia à noite ou 3x/semana com duração de 3 a
12 meses. A escolha do antibiótico se baseia na resistência apresentada em infecções prévias e geralmente
são utilizados:
• Sulfametoxazol + Trimetoprima (1 comprimido de 200mg/40mg),
• Nitrofurantoína (1 comprimido de 50 a 100mg),
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Psiquiatria
Protocolo 1 – Transtornos Depressivos
Atenção: Pacientes com transtorno depressivo que apresentem ideação suicida aguda sem plano concreto
devem ser matriciados em conjunto com a equipe de profissionais do CAPS II. Já pacientes com ideação
suicida com possibilidade de autoextermínio devem ser encaminhados para os serviços de urgência e
emergência da cidade de Caçador.
Condições clínicas que indicam necessidade de encaminhamento para Psiquiatria – Via SISREG:
• Episódio depressivo refratário: ausência de resposta ou resposta parcial a pelo menos duas
estratégias terapêuticas farmacológicas eficazes por pelo menos 8 semanas cada; ou
• Episódio depressivo em paciente com episódios prévios graves (sintomas psicóticos, tentativa
de suicídio ou hospitalização psiquiátrica); ou
• Paciente com ideação suicida persistente.
• Todos os pacientes que forem discutidos em telemedicina e houver indicação de consulta com
psiquiatria.
Condições clínicas que indicam necessidade de matriciamento em conjunto com CAPS II:
• Episódio depressivo associado a sintomas psicóticos; ou
• Pacientes com depressão pós alta de internação em unidade psiquiátrica; ou
• Paciente com ideação suicida aguda sem plano concreto;
• Pacientes com diagnósticos de transtornos psiquiátricos (por exemplo, esquizofrenia) que
apresentem episódio depressivo.
Atenção: Os pacientes devem ser discutidos em MATRICIAMENTO entre a equipe de Saúde da Família e
o CAPS II, evitar encaminhar pacientes com carta de referência ao serviço, salve autorização pela equipe
do CAPS após contato da APS.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
O DSM-5, classificação mais recentemente publicada, estipula nove critérios para depressão, dos quais
cinco devem estar presentes. Para firmar um diagnóstico, é necessário que os sintomas estejam presentes
por pelo menos duas semanas, representem uma alteração em relação ao funcionamento anterior e que um
deles seja obrigatoriamente (1) humor deprimido ou (2) perda de interesse ou prazer. Veja os critérios no
Quadro 6 a seguir.
O fato de o paciente preencher os critérios diagnósticos não encerra a avaliação. Alguns itens são
indispensáveis: avaliação do risco de suicídio, a investigação de história prévia de mania/hipomania e a
possibilidade de os sintomas serem decorrentes de outra doença associada ou efeito colateral de
medicamento.
Eu poderia utilizar alguma escala para avaliar e identificar os pacientes adultos com depressão
maior?
As escalas são úteis, pois permitem rastreamento populacional, estimulam a busca ativa do transtorno,
diminuem o subdiagnóstico e quantificam, por meio do cálculo da pontuação final, quanto de melhora existe
com o tratamento. Para facilitar o uso destas escalas, formas reduzidas já foram validadas. Diagnóstico
definitivo de depressão unipolar só pode ser feito com uma anamnese cuidadosa.
A seguir apresentamos as duas escalas que podem ser utilizadas para auxiliar no diagnóstico e
tratamento de pacientes.
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Nome do Paciente: _______________________________________________________________________________________________ Mês/Ano:________________
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Humor
exaltado/eufórico
Humor
depressivo
Ansiedade
Irritabilidade
Insônia
(sono ruim)
Perda de prazer
Energia
diminuída
Ganho ou Perda
de Peso
Dificuldade
concentração
Culpa excessiva
Insatisfação
sexual
Suicídio |
Tirar a vida
0 Sem alteração
Fazer todos os dias e trazer na 1 Alteração leve
ORIENTAÇÕES: PONTUAÇÃO:
próxima consulta. 2 Alteração Moderada
3 Alteração Grave
PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Remissão → Total
Resposta ou Remissão Parcial → 50% de melhora
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Consultas mais frequentes estão associadas a maior adesão e melhores resultados em curto prazo. A
Organização Mundial da Saúde preconiza consultas semanais durante as primeiras 12 semanas de
tratamento, o que se justifica pela necessidade de observar a resposta, os poss íveis efeitos adversos e a
evolução dos riscos associados ao transtorno.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
É comum deparar-se com casos em que o paciente não responde ao tratamento prescrito. Quando um
paciente com transtorno depressivo não apresenta os resultados esperados, algumas possibilidades devem
ser consideradas:
• Diagnóstico incorreto, devendo ser avaliado se outra doença (psiquiátrica ou não) está presente;
• Má adesão ao tratamento;
• Transtorno de personalidade grave;
• Estressores ambientais persistentes e dificuldades sociais crônicas.
Diferentes estratégias podem ser adotadas caso o paciente não apresente resposta após um período
de quatro a oito semanas de tratamento e haja certeza sobre o diagnóstico e sobre a adesão ao tratamento
prescrito. A associação com psicoterapia adjuvante deve ser sempre cogitada e, se disponível, implementada.
Pacientes que não forem manejados na APS pelo período de 12 semanas com o planejamento
recomendado para o OMS serão CANCELADOS.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Psiquiatria
Protocolo 2 – Transtornos Ansiosos
Atenção: Pacientes com transtorno ansioso que apresentem possibilidade de auto e heteroagressão
devem ser encaminhados para os serviços de urgência e emergência da cidade de Caçador.
Condições clínicas que indicam necessidade de encaminhamento para Psiquiatria – Via SISREG:
• Caso refratário: ausência de resposta ou resposta parcial a duas estratégias terapêuticas efetivas
(psicoterapia e/ou psicofármacos em dose terapêutica e por pelo menos 8 semanas); ou
Condições clínicas que indicam necessidade de matriciamento em conjunto com CAPS AD:
• Caso de ansiedade associado a transtorno por uso de substâncias grave;
Atenção: Os pacientes devem ser discutidos em MATRICIAMENTO entre a equipe de Saúde da Família e
o CAPS AD, evitar encaminhar pacientes com carta de referência ao serviço, salve autorização pela
equipe do CAPS após contato da APS.
Introdução
A ansiedade pode ser vista como sintoma psiquiátrico e/ou como reação emocional não patológica
associada a diversos contextos de vida. Ela representa um sinal de alarme a determinado estímulo percebido
pelo indivíduo como perigoso. Em geral, é composta por uma combinação variável de sintomas físicos,
pensamentos catastróficos e alterações de comportamento. A ansiedade pode ser compreendida como
mecanismo evolutivo, isto é, uma ferramenta que nos ajuda a detectar o perigo e adotar as medidas
necessárias para lidar com ele. No entanto, esse recurso adaptativo muitas vezes encontra-se desregulado,
causando sofrimento e prejuízo ao desempenho social e/ou profissional.
Diagnóstico
O diagnóstico dos transtornos aqui abordados é clínico. Os critérios diagnósticos são estabelecidos
para fins de facilidade de comunicação e uniformidade clínica pelas classificações diagnósticas Classificação
Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10) e Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM-5). Os critérios específicos podem ser verificados em outras fontes de consulta,
mas alguns pontos importantes de apoio à investigação são resumidos a seguir:
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Sofrimento e prejuízo: Medo e ansiedade são emoções que fazem parte do comportamento habitual
de todos nós. Assim, é importante avaliar o sofrimento e os prejuízos que decorrem da ansiedade. Para o
diagnóstico de um transtorno de ansiedade, é preciso que haja sofrimento ou prejuízo no funcionamento
social, profissional ou em outra área importante da vida do indivíduo.
Uso de substâncias e outras condições médicas: Sabendo que medo e ansiedade podem ser
consequência do uso de substâncias ou de outra condição médica, é importante afastar essa possibilidade.
Se os sintomas são explicáveis pelos efeitos psicológicos de uma substância ou de outra condição médica, o
diagnóstico de transtorno de ansiedade não se aplica.
História prévia: É fundamental pesquisar a história pregressa do paciente e investigar se ele teve
episódios de ansiedade semelhantes no passado ou ainda outros episódios de doença psiquiátrica. Esse
ponto não consta dos critérios diagnósticos, mas clinicamente é bastante útil. A presença de sintomas
ansiosos na infância e de transtornos de ansiedade em familiares reforçam a hipótese diagnóstica.
A fim de auxiliar no diagnóstico das patologias dos transtornos ansiosos, utilizamos os diagramas
formulados pelo Telessaúde UFRGS.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
O roteiro proposto pode ser flexibilizado e adaptado. Também não há necessidade de que os pontos
citados sejam trabalhados em uma única consulta: essas técnicas devem ser desenvolvidas ao longo de
uma sequência de consultas breves.
Quadro 7 - Abordagem psicoeducativa/psicossocial em APS.
PERFIL DOS PACIENTES ESTRATÉGIA
Psicoeducação: Explicar ao paciente o que ele tem e como funciona o tratamento. Deixar
claro que a ansiedade depende de uma soma de fatores que incluem vulnerabilidade
genética, estressores ambientais e hábitos de vida. Dizer que medo e ansiedade são
emoções normais que representam um “sinal de alarme” para o perigo, e que o problema
TODOS
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
O Acompanhamento também faz parte do acompanhamento, por esse motivo a Escala de Ansiedade
de Hamilton pode ser medida no início e acompanhada.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
O paciente apresenta mais componentes compatíveis com Transtorno do Pânico, o que fazer?
Pacientes que não forem manejados na APS pelo período de 8 semanas com o planejamento
recomendado para o OMS serão CANCELADOS.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Psiquiatria
Protocolo 3 – Transtorno Bipolar
Atenção: Pacientes com risco de auto e heteroagressão devem ser encaminhados para os serviços de
urgência e emergência da cidade de Caçador.
Condições clínicas que indicam necessidade de encaminhamento para Psiquiatria – Via SISREG:
• Presença de sintomas sugestivos de episódio maníaco ou hipomaníaco atual (com tratamento
iniciado na APS por no mínimo 8 semanas); ou
• Transtorno bipolar que já vem em tratamento e apresenta recidivas frequentes ou sintomas mal
controlados; ou
• Transtorno bipolar em mulheres grávidas; ou
Atenção: Os pacientes devem ser discutidos em MATRICIAMENTO entre a equipe de Saúde da Família e
o CAPS AD, evitar encaminhar pacientes com carta de referência ao serviço, salve autorização pela
equipe do CAPS após contato da APS.
Introdução
Indivíduos com TAB também demonstram aumentos significativos na utilização de serviços de saúde
ao longo da vida, se comparados a pessoas sem outras doenças psiquiátricas. O TAB é a quarta maior causa
de prejuízo funcional entre os transtornos neuropsiquiátricos, sendo superado apenas pelas depressões
unipolares, transtornos associados ao uso de álcool e a esquizofrenia.
No Brasil, um estudo realizado em São Paulo encontrou prevalência ao longo da vida de 0,9%. No
entanto, a dificuldade diagnóstica sugere que essa prevalência seja subestimada. Existe um risco
consideravelmente aumentado de suicídio entre pessoas com TAB, 15- 20 vezes maior do que aquele da
população geral, sendo que 25%-60% dos pacientes tentam suicídio pelo menos uma vez na vida, e de 4%-
19% morrem por suicídio. O tratamento de manutenção em longo prazo, principalmente com carbonato de
lítio, reduz o risco de suicídio nesses pacientes.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
A idade média de início do transtorno encontra-se entre 17 e 21 anos, emergindo, portanto, nos anos
formativos da vida de um indivíduo, impactando seu desenvolvimento cognitivo e emocional e levando a
dificuldades interpessoais, educacionais e financeiras que podem ter repercussões para a vida toda.
O foco de tratamento deve, portanto, abraçar essas questões e procurar atingir melhorias a curto e
longo prazo, a fim de diminuir o impacto da doença. Diferentemente do que se acreditava décadas a trás,
pacientes com TAB apresentam um prejuízo cognitivo não apenas em episódios de mania ou de depressão,
mas, também, durante os períodos de eutimia. Devido às características de cronicidade e recorrência,
evidências indicam que o TAB está associado a uma progressiva deterioração funcional e cognitiva, sendo
possível diferenciar estágios precoces e tardios do transtorno. Nesse sentido, fatores relacionados a um pior
prognóstico seriam um maior número de estressores vitais, maior número de episódios de humor, maior uso
de substâncias, atraso no início do tratamento específico, pior adesão ao tratamento e maior número de
comorbidades.
Colher uma história completa incluindo histórico familiar, uma revisão de episódios prévios e sintomas
entre os episódios. Acessar o perfil de sintomas do paciente, gatilhos de episódios prévios, funcionamento
pessoal e social, comorbidade incluindo abuso de substâncias psicoativas e ansiedade, risco, saúde física, e
estressores psicossociais.
Obter, quando possível, e dentro dos limites confidenciais, uma história por meio de algum membro
da família ou cuidador.
Para o diagnóstico de TAB tipo I, exige-se a presença de pelo menos um episódio de mania durante a
vida; o TAB tipo II cursa exclusivamente com hipomania. Hipomania, segundo o CID-10, é um grau mais leve
de mania, no qual as anormalidades do humor e do comportamento são por demais persistentes e marcantes
para serem incluídas sob ciclotimia, mas não são acompanhados por delírios ou alucinações. Uma
interferência considerável com o trabalho ou a atividade social é consistente com o diagnóstico de
hipomania, mas se a perturbação destes for grave ou completa, o diagnóstico é de mania.
41
PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Os principais sintomas da hipomania são: irritabilidade, alegria, jocosidade, sociabilidade, procura por
companhia, aumento do desejo e do comportamento sexual, tagarelice, autoconfiança e otimismo
exagerado, desinibição e atitudes despreocupadas, redução da necessidade de sono, vitalidade, ânimo e
aumento do envolvimento em projetos novos. A diminuição da necessidade de sono é o sintoma físico mais
frequente
O padrão de remissões e recaídas é bastante variável, apesar das remissões tenderem a ficar cada vez
mais curtas ao longo do tempo e os episódios depressivos mais comuns e duradouros.
Como devo manejar o paciente com diagnóstico de TAB? O que devo fazer com a família?
Informações essenciais para pacientes e familiares
• Existem tratamentos efetivos. O tratamento em longo prazo pode prevenir futuros episódios;
• Se não tratados, os episódios maníacos podem tornar-se disruptivos e perigosos. Os episódios
maníacos, frequentemente levam a perda de emprego, problemas legais, problemas financeiros
ou comportamento sexual de alto risco.
Prevenção de recaída
Prover informação sobre natureza, curso e tratamento do Transtorno Afetivo Bipolar é importante
para promover acesso aos serviços, além de compreensão e colaboração entre pacientes, familiares,
cuidadores e profissionais de saúde.
Tratamentos de autoajuda aumentam o empoderamento do paciente e permitem um maior controle
sobre seu cuidado e decisões de vida. Uma forma de tratamento de autoajuda é ensinar os pacientes a
reconhecer sinais de recorrência de mania e depressão. O principal objetivo é intervir precocemente e
prevenir novos episódios e internações hospitalares, mas parece haver benefícios em termos de melhor
funcionamento social e ocupacional, qualidade de vida, sintomas depressivos e empoderamento dos
pacientes.
Na promoção de um estilo de vida mais saudável para prevenção de recaída, os pacientes devem ser
aconselhados (incluindo informação escrita) sobre:
• A importância da higiene do sono e estilo de vida regular;
• Os riscos de trabalho em turnos alternados (noturno) e trabalho excessivo (rotina de horas
extras);
• Maneiras de monitorar sua saúde física e mental.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Aconselhamento adicional deve ser fornecido em caso de eventos negativos, como perda de emprego,
além de maior monitoramento do humor e bem-estar geral. Deve-se encorajar o paciente a discutir suas
dificuldades com a família e amigos.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
no entanto, que clozapina é eficaz e bem tolerada em transtornos de humor graves, com
reduções significativas de sintomas de humor e taxas de rehospitalização, sendo indicada
como opção para pacientes com refratariedade a outros medicamentos.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
• TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO:
o O objetivo do tratamento de manutenção é a prevenção de novos episódios de humor com
o uso de medicamentos em longo prazo. Nesta fase, medicamentos como benzodiazepínicos
e antidepressivos devem ser gradativamente descontinuados. Idealmente, o tratamento com
monoterapia deve ser buscado na manutenção, no entanto, é raramente atingido na prática.
o O carbonato de lítio, que permaneceu por mais de duas décadas como o único medicamento
aprovado pelo FDA para o tratamento do TAB, ainda é o estabilizador do humor
recomendado como primeira escolha no tratamento de manutenção do TAB. No entanto, de
forma geral, deve-se manter durante o tratamento de manutenção o medicamento que foi
eficaz no tratamento do episódio agudo. São medicamentos com comprovada eficácia no
tratamento de manutenção: carbonato de lítio, ácido valproico, lamotrigina, olanzapina,
quetiapina, risperidona, carbamazepina e clozapina.
o A lamotrigina tem eficácia limitada, pois previne apenas recidivas depressivas, não tendo
benefício na prevenção de mania; sendo assim, deve sempre estar associada a outro agente
com eficácia comprovada na prevenção de episódios maníacos. Assim como no tratamento
do episódio maníaco, a clozapina está indicada após a falha terapêutica dos outros
medicamentos com melhor evidência clínica.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Carbonato de Lítio
- Dose inicial: 300 mg/dia.
- Faixa de dose: 300 – 1.800 mg/dia (de acordo com nível sérico), dose única à noite.
Incremento de 300 mg a cada 2 dias até 900 mg, dosar nível sérico.
- Dose máxima: o ajuste de dose deve ser feito de acordo com o nível sérico (nível sérico terapêutico: 0,6-1,2
mEq/L).
Nota: O nível sérico deve ser dosado com uso contínuo de dose estável do estabilizador
por pelo menos 5-7 dias e intervalo de 12 horas da última administração até o horário da
coleta de sangue.
Ácido valproico
- Dose inicial: 250 mg/dia.
- Faixa de dose: 250 – 2.000 mg/dia, dose única à noite.
Incremento de 250 mg a cada 2 dias até 750 mg.
Carbonato de Lítio
- Dose inicial: 200 mg/dia.
- Faixa de dose: 200 – 1.000 mg/dia, dose única à noite.
Incremento de 200 mg a cada 2 dias até 600 mg, dosar nível sérico.
Lamotrigina
- Dose inicial: 25 mg/dia.
- Faixa de dose: 25 – 200 mg/dia, dose única à noite.
Incremento de 25 mg/dia a cada 2 semanas, nas primeiras 4 semanas, aumentando para 100 mg na quinta semana.
A partir daí, a dose pode ser aumentada no máxima de 100 mg/semana até o alvo.
- Dose máxima: 300 mg/dia.
Risperidona
- Dose inicial: 1 mg/dia.
- Faixa de dose: 1 – 6 mg/dia, dose única à noite.
Incremento de 1 mg/dia até dose alvo.
- Dose máxima: 8 mg/dia.
Quetiapina
- Dose inicial: 25 mg/dia.
- Faixa de dose: Na depressão a dose é de 300 – 600 mg/dia, dose única à noite.
Incremento de 25 a 50 mg por dose por dia, com o objetivo de alcançar dose alvo.
- Dose máxima: 800 mg/dia.
Fluoxetina
- Dose inicial: 20 mg/dia.
- Faixa de dose: 20 – 40 mg/dia, dose única pela manhã.
Incremento de 20 mg a cada 1-2 semanas de acordo com resposta/tolerabilidade.
- Dose máxima: 80 mg/dia.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Pacientes que não forem manejados na APS pelo período de 8 semanas com o planejamento
recomendado para o OMS serão CANCELADOS.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Psiquiatria
Protocolo 4 – Psicoses
Atenção: Pacientes com risco de auto e heteroagressão devem ser encaminhados para os serviços de
urgência e emergência da cidade de Caçador.
Atenção: Os pacientes com sintomas psicóticos devem ser matriciados juntamente ao CAPS II. Evitar
encaminhar pacientes com carta de referência ao serviço, salve autorização pela equipe do CAPS após
contato da APS. Se dúvidas encaminhar DOC ao serviço do CAPS II apresentando o caso e a necessidade
de avaliação pelo serviço.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Psiquiatria
Protocolo 5 – Transtornos por uso de substâncias
Atenção: Pacientes com risco de auto e heteroagressão devem ser encaminhados para os serviços de
urgência e emergência da cidade de Caçador.
Atenção: Os pacientes com uso abusivo de substâncias devem ser matriciados juntamente ao CAPS AD.
Evitar encaminhar pacientes com carta de referência ao serviço, salve autorização pela equipe do CAPS
após contato da APS. Se dúvidas encaminhar DOC ao serviço do CAPS AD apresentando o caso e a
necessidade de avaliação pelo serviço.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Psiquiatria
Protocolo 6 – Psiquiatria Pediátrica
Atenção: Alguns pacientes apresentam quadros agudos graves não podendo esperar uma consulta eletiva
em psiquiatria. Dessa maneira as crianças e adolescentes que se apresentam nas condições abaixo deverão
ser encaminhados aos serviços de urgência e emergência:
• Risco de suicídio;
• Risco agudo de auto ou heteroagressão;
• Sintomas psicóticos agudizados;
• Síndrome de abstinência a substâncias psicoativas;
• Agitação psicomotora intensa.
Pacientes com quadros agudos serão CANCELADOS e deverão ser encaminhados para URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA.
PACIENTES QUE NÃO APRESENTAM MANEJO INICIAL PELA APS / PEDIATRIA SERÃO CANCELADOS
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Quadro 11 - MTA SNAP – IV Escala de pontuação para pais e professores para triagem de TDAH
Preenchido por pais ou cuidadores e escola
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Cardiologia
Protocolo 1 – Cardiopatia isquêmica
Atenção: Pacientes com quadro clínico de dor torácica sugestivo de infarto agudo de miocárdio (IAM) e de
angina inestável, ou aqueles com sinais de instabilidade hemodinâmica, deverão ser encaminhados à
unidade de pronto atendimento ou emergência hospitalar.
Introdução
Frequente queixa e motivo de consulta, com âmplio diagnóstico diferencial. Neste contexto, a
realização detalhada da anamnese e do exame físico completo são imprescindíveis para estabelecer o
diagnóstico diferencial. Causas benignas representam a maioria dos casos de dor torácica na atenção
primária e a coleta da história clínica associada aos achados do exame físico permitem, na maioria das vezes,
inferir a hipótese diagnóstica e orientar a propedêutica. O foco do exame físico consis te principalmente em
afastar causas cardíacas isquêmicas ou potencialmente graves de dor torácica.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
EXAME FÍSICO
• Sinais vitais: aferição da pressão arterial, em ambos membros superiores; oximetria de pulso;
temperatura; frequência cardíaca e respiratória.
• Inspeção e palpação: deslocamento ictus cordis, presença de frêmito, deformidades, retrações,
abaulamentos ou pulsações.
• Ausculta cardíaca: ritmicidade e frequência cardíaca, desdobramento de bulhas ou presença de B3 e
B4, sopros, cliques, estalidos ou atritos.
• Pulsos periféricos: frequência, regularidade, amplitude e simetria.
• Evidência de aterosclerose: arco senil, neuropatia periférica, rarefação de pelos nas pernas,
claudicação intermitente, pulsos periféricos diminuídos ou assimétricos, xantomas).
• Presença de edemas periféricos, turgência jugular, visceromegalias, hipocratismo digital e sinais de
hipoperfusão.
O que devemos saber de modo general das doenças coronarianas ou cardiopatias isquêmicas?
De modo geral, a imagem abaixo resume os diagnósticos e direcionamentos do paciente com
cardiopatia isquêmica.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
pacientes é similar ao daqueles sintomáticos, uma vez que apresentam risco similar de desfechos
cardiovasculares negativos.
ANGINA ESTÁVEL: episódios de dor ou desconforto em tórax (aperto, peso ou pressão) ou regiões
adjacentes (mandíbula, membros superiores, ombros ou epigástrio), habitualmente recorrentes,
desencadeados durante atividades físicas e aliviada com o repouso ou uso de nitratos, com duração
geralmente inferior a 20 minutos. Diabéticos, idosos e mulheres podem ainda apresentar equivalentes
anginosos caracterizados por desconforto epigástrico, intolerância aos exercícios físicos, dispnéia e fadiga
excessiva.
O aumento da demanda metabólica pelo miocárdio (atividade física, emoções) irrigado por artérias
coronárias parcialmente obstruídas por placas estáveis de ateroma leva a um quadro de isquemia miocárdica
transitória e dor torácica anginosa. O exame físico costuma ser normal.
Tipo A Angina definitiva, respresentada por desconforto retroesternal desencadeado por exercício ou estresse
emocional e aliviado com o repouso ou uso de nitratos.
Tipo B Angina atípica (provavelmente anginosa), que ocorre somente com 2 dos ítens anteriores.
Tipo C Dor atípica, provavelmente não angionsa, porém com características que não permitem excluir doença
coronoariana.
Tipo D Dor torácica não cardíaca: é aquela com um ou nenhum dos fatores acima.
Classe I Assintomático ou angina presente durante exercícios prolongados e intensos, não limitando as
atividades cotidianas.
Classe II Angina presente ao caminhar mais de 2 quarteirões ou durante esforços não habituais, com discreta
limitação das atividades cotidianas.
Classe III Angina presente ao caminhar menos de 2 quarteirões ou durante esforços habituais, como subir um
lance de escadas. Impõe marcada limitação às atividades cotidianas.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
até alcançar a FC (em repouso) entre 50 e 60bpm. Em pacientes com IC, os betabloqueadores de eleição são
o carvedilol, o succinato de metoprolol e o bisoprolol. Essa classe farmacológica está contraindicada em
bloqueios atrioventriculares, angina vasoespástica e doenças pulmonares obstrutivas crônicas e, nestes
casos, os bloqueadores de canal de cálcio (verapamil e diltiazem) são uma alternativa.
O uso eventual de nitratos (mononitrato de isossorbida e propatilnitrato) também compõe o arsenal
terapêutico em pacientes com quadros anginosos, e apesar de não reduzirem a mortalidade como as demais
drogas, tem o potencial de melhorar significativamente a qualidade de vida.
Finalmente, em pacientes diabéticos o controle da glicemia é determinante na evolução da doença
coronariana e deve ser idealmente alcançado.
EXAMES COMPLEMENTARES
1. Radiografia de tórax (PA e Perfil): necessário na investigação inicial de dor torácica para
estabelecer o diagnóstico diferencial da angina.
2. Eletrocardiograma (em repouso): pode evidenciar alterações eletrocardiográficas sugestivas de
isquemia miocárdica — presença de onda Q patológica (área eletricamente inativa), inversão
da onda T e infradesnivelamento do segmento ST — arritmias e cardiomiopatias. Um exame
normal não exclui doença arterial coronariana.
3. Exames de laboratório: necessários para estratificar o RCV e definir a conduta terapêutica.
Minimamente, deverá conter incluir: perfil lipídico completo, hemograma, função renal,
parcial de urina, potássio plasmático e glicemia em jejum. Outros exames (hemoglobina
glicosilada, TSH, etc.) poderão ser solicitados de acordo com a clínica, comorbidades e uso de
medicamentos, à critério do médico assistente.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Cardiologia
Protocolo 2 – Insuficiência Cardíaca (IC)
Atenção: Pacientes com quadro clínico de congestão pulmonar, hipoperfusão, síncope ou instabilidade
hemodinâmica deverão ser encaminhados à unidade de pronto atendimento ou unidade hospitalar.
Introdução
Síndrome clínica caracterizada pela incapacidade do coração de manter um débito cardíaco adequado às
demandas metabólicas dos tecidos. Possui elevada morbimortalidade e crescente prevalência no Brasil, representando
um grande desafio de saúde pública atualmente. Possui forte associação com fatores de risco cardiovasulares.
FATORES DE RISCO
Hipertensão arterial; diabetes mellitus; dislipidemia; valvopatias; tabagismo; alcoolismo; abuso de drogas ilícitas;
tireoidopatias; apnéia obstrutiva do sono; história de doença arterial coronária ou de infarto agudo de miocárdio.
MAIORES MENORES
Refluxo hepatojugular
Cardiomegalia (radiografia)
Galope de B3
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
NYHA III Sintomáticos durante atividades rotineiras, confortáveis somente em repouso. 50%
Importante limitação nas atividades cotidianas (ergometria: 2-4 METs)
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Cardiologia
Protocolo 3 – Arritmias
Atenção: Pacientes com Quadros de arritmia e instabilidade deverão ser encaminhados aos serviços de
Urgência e Emergência da cidade.
CRITÉRIOS PONTUAÇÃO
Congestão (ICC) 1
Hipertensão arterial 1
Diabetes Mellitus 1
AVE ou AIT 2
Sexo feminino 1
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Tromboembolismo prévio
Trombo atrial persistente Anticoagulação oral (INR 2,5-3,5)
Prótese valvular
CRITÉRIOS PONTUAÇÃO
Hipertensão arterial 1
Hemorragia prévia 1
INR lábil 1
>65 anos 1
Álcool ou drogas 1 (para cada)
Alto risco de sangramento: ≥3 pontos
A avaliação do médico cardiologista está indicada naqueles pacientes com FA de início recente,
menores de 65 anos, sintomáticos, com alta resposta ventricular ou com contraindicações a tratamentos
farmacológicos de primeira linha.
Pacientes com sinais de instabilidade hemodinâmica são candidatos à cardioversão elétrica sob
sedação e devem ser encaminhados ao serviço de emergência sem demora.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
pulso carotídeo. Nunca deve ser realizada simultaneamente de forma bilateral. Esta manobra está
contraindicada na presença de sopro carotídeo, IAM recente (<6 meses), AVE ou AIT prévios (doença
aterosclerótica das carótidas) ou história de taquicardia ventricular ou fibrilação ventricular.
• Manobra de Valsava modificada: consegue reverter até 40% dos casos; consiste em realizar
expiração forçada por 15 segundos em decúbito dorsal a 45º e, imediatamente após, deitar o paciente a 0º,
elevando os membros inferiores a 45º, por 15 segundos.
Após a alta no atendimento de emergência, o paciente deverá ser encaminhado para avaliação médica
especializada com cardiologista.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Cardiologia
Protocolo 4 – Hipertensão Arterial Sistêmica
O médico deve se preocupar com as lesões de órgão alvo causadas pela HAS, por esse motive vamos
orientar:
1. ATEROSCLEROSE
A lesão e disfunção endotelial promovida por valores pressóricos sustentadamente elevados
predispõem à formação de placas de ateroma em artérias que, associadas ao aumento da resistência vascular
periférica, determinam a obstrução progressiva e permanente do lúmen arterial. Esses mecanismos podem
condicionar estados transitórios de isquemia em alguns órgãos, induzidos pelo aumento eventual da
demanda metabólica — claudicação intermitente, angina estável, angina mesentérica — ou mesmo evoluir
para síndromes isquêmicas agudas graves através de fenômenos trombo-oclusivos — infarto agudo de
miocárdio, acidente vascular encefálico, isquemia mesentérica e gangrena de membro inferior.
2. CARDIOPATIA HIPERTENSIVA
• Hipertrofia Ventricular Esquerda (HVE): hipertrofia do ventrículo esquerdo induzida pela
sobrecarga sistólica crônica e ação de substâncias tróficas sobre o miocárdio. Trata -se da
cardiopatia mais frequente na população hipertensa, presente em até metade dos
hipertensos não tratados.
• Doença Arterial Coronariana (DAC): desencadeada pela degeneração aterosclerótica das artérias
coronárias, cujo principal fator de risco é a hipertensão arterial. O espectro clínico
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
caracteriza-se por isquemia silenciosa, angina estável, angina instável, infarto agudo de
miocárdio e morte súbita. Atualmente representa a principal causa de morte no Brasil.
• Disfunção Diastólica: déficit de relaxamento ventricular fortemente associado a hipertensão
arterial e idade avançada, que em casos graves pode levar a um quadro de congestão
pulmonar.
• Disfunção Sistólica (Cardiopatia Dilatada): dilatação ventricular secundária à insuficiência cardíaca
e disfunção sistólica associada.
3. DOENÇA CEREBROVASCULAR
A repercurssão cerebrovascular da hipertensão arterial e da aterosclerose pode traduzir -se
clinicamente através de demência vascular, hemorragia intraparenquimatosa cerebral (ruptura de
microaneurismas de Charcot-Bouchard), hemorragia subaracnóide, ataque isquêmico transitório (AIT) ou
acidente vascular encefálico (AVE) isquêmico. Representa a segunda maior causa de morte no Brasil, além
de ser uma importante causa de morbidade e invalidez.
4. NEFROPATIA HIPERTENSIVA
Comprometimento progressivo e irreversível da função renal em contexto de hipertensão arterial
sistêmica, caracterizada pela diminuição da taxa de filtração glomerular e surgimento de proteinúria
(inicialmente microalbuminúria). O marco histológico é a presença de nefroesclerose hipertensiva à
microscopia óptica. As duas principais causas de doença renal crônica no Brasil são a HAS e a diabetes.
5. RETINOPATIA HIPERTENSIVA
Dano microvasuclar retiniano às custas da hipertensão arterial sistêmica, constatável através da
fundoscopia, que pode evidenciar estreitamento arteriolar, cruzamento arteriovenoso patológico,
hemorragias, exsudatos e papiledema. Deve ser suspeitada em pacientes hipertensos com declínio súbito ou
progressivo da acuidade visual. A constatação de sinais de retinopatia hipertensiva deve fomentar a
investigação de lesões em outros órgãos-alvo devido à forte associação com o acometimento microvascular
sistêmico, especialmente com a nefropatia hipertensiva.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Atenção: Pacientes com suspeita de TEP ou TVP deverão ser encaminhados para urgência e emergência.
NÃO ENCAMINHAR PACIENTES COM QUADRO AGUDO!!!
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Atenção: Pacientes com varizes associadas ao quadro de Insuficiência Venosa Crônica (que não possuem
úlceras de estase) deverão ser encaminhados via TFD para CIRURGIA VASCULAR. Todos os casos inseridos
na fila do SISREG municipal serão CANCELADOS.
A avaliação da IVC apresenta um grau de dificuldade maior que a avaliação da doença arterial. Os
diferentes métodos diagnósticos da doença venosa são examinador - dependente e requerem habilidade
clínica específica.
O doppler de ondas contínuas é o principal método de avaliação após o exame clínico, podendo
detectar de refluxo em junção safeno femoral ou safeno-poplítea. O ecodoppler venoso determina a
localização e a morfologia das alterações, principalmente quando se objetiva o tratamento cirúrgico. É
indicado para avaliação de refluxo envolvendo território da veia safena magna e/ ou parva; localização de
perfurantes incompetentes; esclarecimento diagnóstico de edema sem outros sinais de IVC; avaliação de
casos de varizes recidivadas e anomalias vasculares; investigação de trombose venosa profunda prévia e de
insuficiência valvular e refluxo em sistema venoso profundo.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Atenção: Pacientes com suspeita de isquemia crítica aguda do membro de início recente (dor constante
em repouso, palidez, ausência de pulso, membro mais frio em relação ao contralateral, alteração de
sensibilidade ou força, parestesia e paralisia do membro, sinais de gangrena) devem ser encaminhados
para Urgência e Emergência! Não colocar pacientes na fila para avaliação de “urgência”.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Doença Carotídea
É definida pela presença de obstrução ≥ 50% na carótida extracraniana. É considerada assintomática
se não há sintomas nos últimos 6 meses. É este subgrupo no qual há maior divergência se o benefício de
intervenção supera os riscos. Apesar de não haver consenso, a maior parte dos autores recomenda
intervenção quando há preditores de alto risco de AVC:
• Infartos cerebrais silenciosos na RM ou TC do SNC
• AVC ou AIT no território cerebral contralateral
• A estenose piora progressivamente com o passar do tempo (> 20%)
• Doppler transcraniano visualiza microembolização espontânea
• Placas largas e/ou brilhantes no US (“ecolucentes”) (alto risco embolização)
• Área hipoecogênica justaluminal no US (placa instável)
• RM com hemorragia na placa de aterosclerose e/ou centro rico em lipídeos (placa instável)
* Caso boa expectativa de vida e centro médico com baixo índice de complicações / boa experiência com procedimento.
** Há muito debate nessa área, mas em geral a cirurgia tem resultados levemente superiores no longo prazo, sendo o stent melhor
opção no paciente com alto risco cirúrgico, nos > 70 anos e se anatomia favorável. Considerar o uso de “protetores” (“rede ou
guarda-chuva”) contra a embolização durante o procedimento. Além disso, as melhores evidências são para obstruções de 70 -
99%, em comparação com aquelas entre 50-69%.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Ginecologia
Protocolo 1 – Sangramento Uterina Anormal (SUA)
Atenção: sempre descartar gravidez (em mulher na menacme) e sangramento por patologias cervicais na
investigação inicial de sangramento uterino anormal.
Mulher com sangramento uterino anormal (com ou sem mioma) que apresenta instabilidade
hemodinâmica ou anemia com sintomas graves devem ser avaliadas em serviço de urgência/emergência.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
O tratamento também pode ser feito com ácido tranexâmico (terapia não hormonal), nas posologias:
• Swedish Medical Products Agency: 1 a 1,5 gramas 3 a 4 vezes ao dia, 3 a 4 dias (podendo ↑
até 1 grama 6 vezes ao dia)
• European Medicines Agency: 1 grama 3 vezes ao dia por 4 dias (podendo ↑ até 4 g por dia)
• FDA: 1,3 gramas, 3 vezes ao dia, por até 5 dias.
o Contraindicações: insuficiência renal ou história de tromboembolismo prévio.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Pacientes com indicação de tratamento clínico na APS sem manejo inicial serão NEGADOS no SISREG
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Ginecologia
Protocolo 2 – Massa anexial
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Ginecologia
Protocolo 3 – Miomatose
Atenção: Mulher com sangramento uterino anormal (com ou sem mioma) que apresenta instabilidade
hemodinâmica ou anemia com sintomas graves devem ser avaliadas em serviço de urgência/emergência.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
o Dor pélvica
▪ Sempre considerar e investigar outras causas mais frequentes, pois miomas
raramente são causas de dor pélvica. Se confirmado como única causa Ver
Fluxograma de Dor Pélvica.
▪ Grandes miomas podem, ocasionalmente, provocar sintomas de compressão,
causando então:
• dor pélvica;
• aumento da frequência urinária;
• sensação de esvaziamento completo da bexiga;
• constipação intestinal.
o Infertildade
▪ É pouco usual miomas serem a causa de infertilidade.
▪ Sempre considerar e investigar causas mais frequentes:
• anovulação;
• endometriose;
• aderências pélvicas.
▪ Apenas algumas localizações podem justificar infertilidade:
• submucosos
▪ intramurais com componente intracavitário
Pacientes com miomatose sem entrarem no critério acima serão NEGADAS no SISREG
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Ginecologia
Protocolo 4 – Incontinência Urinária
Muitas vezes não se consegue chegar a uma etiologia da incontinência urinária, dessa maneira,
deverá ser classificada a Incontinência urinária (IU) em 3 tipos:
• IU de esforço: Perda de urina involuntária aos esforços ou durante os atos de espirrar, tossir,
rir ou subir escadas.
o Abordagem realizada tanto pelo profissional da enfermagem quanto medicina.
o Orientações de mudança no estilo de vida:
▪ Restrição hídrica em especial algumas horas antes de dormir ou realizar
alguma atividade que cause desconforto. Redução do IMC quando indicado.
▪ Orientar esvaziamento vesical sem segurar a urina por muito tempo.
▪ Após 3 meses de acompanhamento na APS, verificar se paciente apresenta
necessidade de introdução de medicamento para auxílio:
✓ Opções terapêuticas:
o Anticolinérgicos:
▪ Oxibutinina (2,5 mg, 2x/dia, a 5 mg, 3x/dia);
▪ Tolterodina (1 mg a 2 mg, 2x/dia).
83
PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
o Antidepressivos:
▪ Imipramina (100 mg a 200 mg/dia)
▪ Amitriptilina (25 mg/dia).
o Bloqueadores do canal de cálcio:
▪ Nifedipina (20 mg a 40 mg).
✓ Se persistência dos sintomas após 3 meses de manejo, encaminhar
para referência.
• IU de urgência: Perda de urina involuntária acompanhada ou precedida de urgência.
o Abordagem realizada tanto pelo profissional da enfermagem quanto medicina.
o Orientações de mudança no estilo de vida:
▪ Fortalecimento do assoalho pélvico
▪ Reeducação da bexiga
• IU mista: Perda de urina involuntária associada com urgência e esforço. Utilizar as duas
técnicas acima.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Ginecologia
Protocolo 5 – Dor Pélvica Crônica | Endometriose
A Mulher com Dor Pélvica deve ser avaliada pelo profissional Médico ou Enfermeiro, recebendo uma
investigação adequada através de uma anamnese e exame físico completo. Definindo-se o padrão da dor
tem-se as condutas:
• Dor Pélvica Aguda → Aquela com duração < 3 meses
o Considerar encaminhamento para emergência se sinais de alerta, como:
▪ Evolução curta;
▪ Atraso menstrual, amenorreia ou gravidez confirmada
▪ Parto ou abortamento recentes
▪ Febre, calafrio, hipotensão, taquicardia, taquipneia
▪ Distensão ou rigidez abdominal, sinais de irritação peritoneal
▪ História de violência sexual
o Considera que mulher está grávida?
▪ Teste rápido na UBSF POSITIVO, considerar:
• Gestação ectópica;
• Abortamento;
• Gravidez com complicação;
• Cisto de corpo lúteo;
• Torção de ovário.
▪ Teste Rápido na UBSF NEGATIVO, pensar nas causas:
• CAUSAS GINECOLÓGICAS:
o Doença inflamatória pélvica;
o Dismenorreia (atentar para possibilidade de endometriose);
o Torção/ruptura de cisto ovariano;
o Endometrite pós-parto/aborto;
o Neoplasias malignas (quando sintomas associados)
• CAUSAS NÃO GINECOLÓGICAS:
o Apendicite
o Infecção/litíase urinária
o Constipação e outras Doenças intestinais
o Vasculopatia abdominal
o Violência sexual
o Neoplasias malignas.
• Dor Pélvica Cíclica → Aquela associada ao ciclo menstrual
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Ginecologia
Protocolo 6 – Alterações de Ciclo Menstrual
Atenção: Aqui são trabalhadas as amenorreias, as alterações de ciclo menstrual como hipermenorreias e
etc, deve seguir o fluxo de SUA.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
O Quadro 26 mostra os principais manejos e orientações quanto as mulheres em climatério que não
entram no critério de encaminhamento para Ginecologia.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
O rientar:
✓Se os suores noturnos/fogachos estiverem interrompendo o
sono, observar as orientações indicadas no item anterior.
✓Se há necessidade de se levantar muitas vezes à noite para ir
ao banheiro, diminuir a tomada de líquidos antes da hora de
dormir, reservando o copo de água para o controle dos
fogachos.
✓Praticar atividades físicas na maior parte dos dias, mas nunca
a partir de três horas antes de ir dormir.
✓Deitar-se e levantar-se sempre nos mesmos horários
diariamente, mesmo nos fins de semana, e evitar tirar
P roblemas com cochilos, principalmente depois do almoço e ao longo da
Sono tarde.
✓Escolher uma atividade prazerosa diária para a hora de se
deitar, como ler livro ou tomar banho morno.
✓Assegurar que a cama e o quarto de dormir estejam
confortáveis.
✓Não fazer nenhuma refeição pesada antes de se deitar e evitar
bebidas à base de cafeína no fim da tarde.
✓Se permanecer acordada por mais de 15 minutos após apagar
as luzes, levantar-se e permanecer fora da cama até perceber
que irá adormecer.
✓Experimentar uma respiração lenta e profunda por alguns
minutos.
✓ Sintomas como disúria, nictúria, polaciúria, urgência
miccional, infecções urinárias de repetição, dor e ardor ao
coito (dispareunia), corrimento vaginal, prurido vaginal e
Sintomas vulvar pode estar relacionado à atrofia genital.
urogenitais ✓ Considerar o uso de: lubrificantes vaginais durante a relação
sexual, hidratantes vaginais à base de óleos vegetais
durante os cuidados corporais diários ou estrogênio tópico
vulvovaginal.
a) Valorizar a presença de situações de estresse e a resposta a
elas, como parte da avaliação de rotina;
b) Estimular a participação em atividades sociais;
Tr anstornos
c) Avaliar estados depressivos especialmente em mulheres
psicossociais que tenham apresentado evento cardiovascular recente;
d) Considerar tratamento para depressão e ansiedade quando
necessário
• Os sintomas clássicos relacionados com o processo de
atrofia genital que podem ocorrer devido ao
hipoestrogenismo são: ressecamento vaginal, prurido,
irritação, ardência e sensação de pressão. Esses sintomas
podem influenciar a sexualidade da mulher, especialmente
na relação sexual com penetração, causando dispareunia.
• Co n duta:
a) Estimular o autocuidado;
b) Estimular a aquisição de informações sobre sexualidad e
Sexualidade (livros, revistas etc.);
c) Avaliar a presença de fatores clínicos ou psíquicos que
necessitem de abordagem de especialista focal;
d) Apoiar iniciativas da mulher na melhoria da qualidade das
relações sociais e familiares;
e) Estimular a prática de sexo seguro;
f) Orientar o uso de lubrificantes vaginais à base d’água na
relação sexual;
g) Considerar a terapia hormonal local ou sistêmica para
alívio dos sintomas associados à atrofia genital.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Ginecologia
Protocolo 7 – Neoplasias: endométrio e colo de útero
Atenção: Não está indicado solicitar ecografia transvaginal como exame de rotina ou para rastreamento
de câncer de endométrio.
Todas as mulheres com essas indicações e alterações em exames devem ser agendadas no
AMBULATÓRIO DE PATOLOGIA CERVICAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Ginecologia
Protocolo 8 – Condilomatose e patologias de vulva
Atenção: É de boa prática investigar outras DSTs (sífilis, HIV, hepatite B e C) em pessoas que apresentam
condiloma acuminado. Não perca a oportunidade de realizar os Testes rápidos no momento da consulta.
AMBULATÓRIO DE CONDILOMAS
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Ginecologia
Protocolo 9 – Ambulatório de Mamas
O Quadro 27 abaixo indica quais as condutas referentes a cada um dos resultados dos exames
complementares:
CATEGORIA
INTERPRETAÇÃO CONDUTA
BIRADS ®
• Avaliação adicional com incidências e manobras.
• Correlação com outros métodos de imagem, conforme
0 Exame inconclusivo recomendação do médico radiologista, sendo a
ultrassonografia de mamas a mais comum.
• Comparação com mamografia feita no ano anterior.
1 Exame Negativo • Rotina de rastreamento conforme a faixa etária.
Exame com achado • Rotina de rastreamento conforme a faixa etária, fora de risco.
2
tipicamente benigno
• Controle radiológico por três anos, com repetição do exame a
cada seis meses no primeiro ano e anual nos dois anos
seguintes.
• Encaminhar se paciente com indicações de biópsia:
* Nódulo sólido recente em mulher com idade superior a 35 anos;
ou
Exame com achado * Nódulo em mulher com história prévia de câncer de mama,
3 provavelmente hiperplasia intraductal e/ou carcinoma in situ; ou
benigno * História familiar de alto risco para câncer de mama:
-- pelo menos um familiar de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com
diagnóstico de câncer de mama em idade < 50 anos; ou
-- pelo menos um familiar de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com
diagnóstico de câncer de mama bilateral ou câncer de ovário, em
qualquer faixa etária; ou
-- homens, em qualquer grau de parentesco, com diagnóstico de
câncer de mama
Exame com achado • TODAS deverão ser encaminhadas para a unidade de
4
suspeito referência secundária para investigação histopatológica.
Exame com achado
5
altamente suspeito
Exame com achados
6 cuja malignidade já
está comprovada
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
95
PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Ortopedia
Protocolo 1 – Dor osteoarticular
Atenção: Os pacientes com suspeita de fratura devem ser encaminhados para a URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Ortopedia
Protocolo 2 – Síndrome do Túnel do Carpo
Pacientes já avaliados e encaminhados para cirurgia de STC serão NEGADOS no SISREG sem
justificativa
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Ortopedia
Protocolo 3 – Cisto Sinovial
TODOS OS PACIENTES COM SUSPEITA DE CISTO SINOVIAL DEVEM SER ENCAMINHADOS VIA
TFD PARA “ORTOPEDIA ADULTO” OU “ORTOPEDIA MÃO”
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Neurologia
Protocolo 1 – Cefaleia
Atenção: Os pacientes com SINAIS DE ALERTA devem ser encaminhados para a URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
a fim de investigar e tratar a causa da Cefaleia, segue os sinais levados em consideração:
• Início súbito ou recente com dor de forte intensidade (“pior cefaleia da vida”);
• Evolução insidiosa e progressiva, com ápice há poucos dias;
• Cefaleia iniciada após trauma de crânio recente;
• Sinais de doença sistêmica: febre, mialgias, petéquias, confusão mental, rigidez de nuca;
• Paciente HIV com padrão novo de cefaleia ou alteração em exame de imagem;
• Padrão novo de cefaleia em paciente com história recente/atual de neoplasia, uso de
anticoagulantes ou com discrasias sanguíneas;
• Padrão novo de cefaleia iniciada em paciente com mais de 50 anos, com dor a palpação e edema
da artéria temporal superficial, mialgias e/ou VSG elevado;
• Sinais neurológicos focais;
• Crise hipertensiva e confusão mental;
• Suspeita de glaucoma (pupila fixa com midríase média / olho vermelho).
Há mais de 150 tipos de cefaleia catalogadas, sendo impossível para um não-especialista manejar ou
diferenciar cada uma delas, por esse motivo, a Sociedade Internacional de Dor de Cabeça, aborda uma
classificação mais simples para o manejo inicial:
99
PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
O manejo inicial da cefaleia no paciente deveria seguir a sua classificação clínica, sendo assim,
apresentamos um resumo do melhor manejo para as crises:
TIPO MANEJO PROFILAXIA
• Orientar o repouso e relaxamento são as medidas iniciais. A SBCE e SBMFC sugerem que, para a
• O manejo farmacológico quando indicado pode ser feito forma crônica, podem ser utilizados
com: antidepressivos tricíclicos, com
Cefaleia
o Paracetamol (1.000 mg) com cafeína (130 mg); destaque para a Amitriptilina na
Tensional
o Ibuprofeno (400 mg) com cafeína (200 mg dosagem de 25 mg a 75 mg/dia, em
o NÃO OFERTAR OPIÓIDES! dose única diária, preferencialmente à
noite.
Crise de fraca intensidade: • Betabloqueadores:
Droga Posologia o Propranolol 40 mg/dia.
AAS 1.000 mg VO repetir 2h a 4h após s/n o Alternativas: Metoprolol e o
Paracetamol 500 mg a 1 g repetir 4h após s/n – máx 3g timolol.
Naproxeno 750 mg a 1,25 g repetir 4h após s/n – máx 1,65g o Quem usar? São recomendados
Ibuprofeno 600 mg repetir 4h após s/n – máx 1.200 mg/dia para indivíduos portadores de
Dipirona 500 mg repetir 2 a 4 h s/n – máx. 2g/dia hipertensão e ansiedade.
** Pode ser associado um antiemético para manejo da náusea. o Quem NÃO usar? Asmáticos,
Crise de moderada intensidade: DPOC, doença vascular
Droga Posologia periférica e insuficiência
AAS 1.000 mg VO repetir 2h a 4h após s/n cardíaca;
Sumatriptano 50 mg a 100 mg repetir 1 dose s/n –máx 200 mg • Antidepressivos tricíclicos:
Naproxeno 750 mg a 1,25 g repetir 4h após s/n – máx 1,65g o Amitriptilina 25 e 75 mg/dia.
Ibuprofeno 600 mg repetir 4h após s/n – máx 1.200 mg/dia o Quem usar? Indivíduos
Dipirona 500 mg repetir 2 a 4 h s/n – máx. 2g/dia portadores de depressão,
** Pode ser associado um antiemético para manejo da náusea. cefaleia tensional, distúrbios do
sono e outras síndromes
Crise de forte intensidade:
dolorosas.
Manejo deve ser com medicações injetáveis.
Migrânea o Quem NÃO usar? Portadores de
Droga Posologia
doença isquêmica do coração,
Dipirona 1 g IV em SF 0,9% - máx 2g
arritmia, infarto do miocárdio
Sumatriptano 100 mg VO repetir 1 dose s/n –máx 200 mg
ou epilepsia;
Clorpromazina 0,1 mg/Kg a 0,7 mg/kg IM até 3x
• Anticonvulsivantes:
Dexametasona 4 mg IV repetir em 12 horas
o Topiramato (25-200mg/dia)
Haldol 5 mg IM
o Valproato de Sódio/Ácido
** Pode ser associado um antiemético para manejo da náusea.
Valproico (500-1500 mg/dia)
o Drogas de segunda linha para
profilaxia de migrânea.
• Gabapentina:
o A dose utilizada varia de 300-
2400 mg/dia.
o O alto custo, porém, é um fator
limitante para a escolha do
fármaco.
• TEMPO DE PROFILAXIA: 6 meses.
Após este período, reavaliar a
necessidade de manutenção
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Neurologia
Protocolo 2 – Ambulatório de Demências
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Neurologia
Protocolo 3 – Ambulatório de Epilepsias
Pacientes estáveis, sem crises ou efeitos colaterais das medicações serão NEGADOS no SISREG
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Neurologia
Protocolo 4 – Ambulatório de Distúrbios do Movimento
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Neurologia
Protocolo 5 – Ambulatório de Neurovascular (AVC)
Atenção: Os pacientes com suspeita de Acidente Vascular Encefálico / Acidente isquêmico transitório
agudo devem ser encaminhados a URGÊNCIA E EMERGÊNCIA.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Endocrinologia
Protocolo 1 – Ambulatório de Diabetes
Atenção: Paciente com suspeita de cetoacidose diabética e síndrome hiperosmolar hiperglicêmica não-
cetótica devem ser encaminhados ao Serviço de Urgência e Emergência.
Introdução
Distúrbio metabólico caracterizado por hiperglicemia crônica e alterações do metabolismo de
carboidratos, proteínas e gorduras, decorrentes de defeitos da secreção e/ou ação da insulina. O diabetes
apresenta elevada morbimortalidade associada a complicações agudas (hipoglicemia, cetoacidose e coma
hiperosmolar) e crônicas (retinopatia, nefropatia e neuropatia), além de maior risco para doenças cardíacas
e cerebrovasculares, sendo, portanto, prioridade em saúde pública.
A diferenciação de diabetes tipo 1 e 2 é importante para o plano terapêutico. A apresentação do
diabetes tipo 1 em geral é abrupta com tendência a hiperglicemia grave e cetoacidose, ocorrendo
principalmente em crianças e adolescentes. O diabetes tipo 2 geralmente ocorre em adultos, com excesso
de peso e história familiar de DM2, apresentando sintomas mais brandos.
Sinais e sintomas
Os sintomas clássicos são: poliúria, polidipsia, polifagia e perda ponderal (os quatro “Ps") e podem
estar presentes em ambos tipos de diabetes, porém são mais agudos no tipo 1. O diabetes tipo 2 costuma
ter evolução insidiosa e assintomática, muitas vezes seu diagnóstico é feito pela presença de complicações
tardias da doença.
Diagnóstico
O rastreamento em indivíduos assintomáticos está indicado em todos os adultos a partir dos 45 anos
ou naqueles com IMC > 24,9 kg/m2 e mais um fator de risco para DM2 (história familiar, sedentarismo,
hipertensão, dislipidemia, entre outros). Se normal, repetir a cada 3 anos. O diagnóstico é realizado pela
detecção de hiperglicemia segundo os critérios apresentados na tabela abaixo.
106
PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
descompensação) está indicado. Adicionalmente, pacientes com sinais de desidratação (hipotensão, redução
do turgor cutâneo e do débito urinário, confusão mental, mal-estar) devem ser encaminhados para a
emergência.
A estimativa da taxa de filtração deve ser feita em todos os pacientes. Existem diversos modos
de calculá-la sendo os mais adequadamente usados a fórmula MDRD e CKD-EPI (fórmulas
disponíveis no site da Sociedade Brasileira de Nefrologia ou em aplicativos de celulares).
O uso de anti-hipertensivos inibidores da enzima conversora de angiotensina (iECAs, como
enalapril e captopril) previne ou retarda a progressão da nefropatia em pacientes com DM2,
devendo ser usados mesmo em pacientes não hipertensos que apresentam micro ou
macroalbuminúria confirmada. Os bloqueadores do receptor da angiotensina (BRAs, como
losartana) são uma alternativa aos pacientes com intolerância aos iECAs (tosse é o efeito
adverso mais comum). A restrição de carne vermelha também é uma opção de tratamento a ser
oferecida aos pacientes.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Endocrinologia
Protocolo 2 – Patologias de Tireoide
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
4. Paciente com alto risco para câncer de tireoide (sim ou não). Se sim, descreva o motivo (ver quadro no anexo);
5. Número da teleconsultoria, Telemedicina-UFSC.
Introdução
A prevalência da doença tireoidiana é 8x mais comum em mulheres que homens. A principal forma de
apresentação do hipotireoidismo é decorrente de alterações primárias na tireoide (hipotireoidismo
primário), podendo também ocorrer secundário ao uso de medicamentos e disfunções hipofisárias
(hipotireoidismo secundário) ou alterações hipotalâmicas (hipotireoidismo terciário).
Não se deve solicitar TSH como rastreamento populacional em pessoas assintomáticas ou em
gestantes assintomáticas de baixo risco. O TSH somente deve ser solicitado para pacientes com suspeita de
disfunção tireoidiana.
111
PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
No hipotireoidismo subclínico recomenda-se iniciar o tratamento com doses menores (25 a 75 µg/dia).
O seguimento posterior é semelhante ao hipotireoidismo franco. Se optado por não iniciar o tratamento,
deve-se repetir o TSH após seis meses a um ano.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Introdução
É uma condição comum, encontrada em 5% das mulheres e 1% dos homens. Se avaliada por ecografia,
a prevalência aumenta para 19% a 68%. A principal preocupação com nódulos de tireoide é a possibilidade
de neoplasia maligna de tireoide. Apesar disso, a frequência de câncer de tireoide é baixa (7% a 15 % do total
de nódulos) e a maioria dos pacientes com esse diagnóstico costuma ter um bom prognóstico (mais de 90%
das neoplasias são papilares ou foliculares).
114
PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
2. São características ecográficas de maior risco de malignidade: nódulo hipoecoico, com microcalcificações, com
vascularização aumentada (central principalmente), margens irregulares, mais alto do que largo na visão transversal .
Nenhum achado isolado é diagnóstico de malignidade, mas sua associação aumenta a probabilidade de neoplasia.
3. Nos casos de linfonodomegalia cervical suspeita e nódulo de tireoide, existe indicação de realizar biopsia do linfonodo
alterado.
• De maneira geral, nódulos puramente císticos não devem ser puncionados com vistas a diagn óstico, pois apresentam baixo
risco para malignidade. Se o cisto for volumoso e acompanhado por sintomas compressivos ou prejuízo estético, a punção
aspirativa, com ou sem injeção de etanol, pode ser considerada, assim como o tratamento cirúrgico definitiv o. A citologia
do cisto deve ser realizada, caso a punção aspirativa seja feita.
115
PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Endocrinologia
Protocolo 3 – Ambulatório de Síndrome Metabólica/Obesidades
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
No exame físico deve-se atentar não só para o peso e a estatura, mas também para medidas de pressão
arterial com manguito adequado e avaliação de sinais clínicos de obesidade secundária a outras doenças. Os
únicos exames necessários na avaliação inicial são glicemia de jejum e colesterol total. Outros exames devem
ser guiados conforme achados na história e exame físico.
As doenças endócrinas que podem causar excesso de peso são: hipotireoidismo, acromegalia e
Síndrome de Cushing. Raramente a obesidade é originada por essas causas secundárias. No hipotireoidismo,
podemos encontrar pele seca, fria e descamativa, cabelos finos e secos, voz rouca, madarose, edema duro,
presença de bócio. Na Síndrome de Cushing, avaliar presença de pletórica facial, estrias violácea s no
abdômen, face “em lua cheia”, pescoço em ogiva, petéquias, fragilidade capilar. Na acromegalia, observar
aspecto facial característico como prognatismo e feições rudes, mãos grandes e com aumento dos tecidos
moles.
A meta terapêutica é a perda de 5 a 10% do peso inicial em 3 a 6 meses. Considera-se saudável uma
perda de no máximo 0,5 kg por semana. Devemos ser francos sobre a importância do emagrecimento e
sensíveis às dificuldades e frustrações dessa meta. Motivações atuais devem ser buscadas e barreiras
identificadas.
O tratamento comportamental é uma técnica terapêutica com efetivo benefício na perda de peso.
Terapias em grupo baseadas em técnicas comportamentais são igualmente efetivas para perda de peso
quando comparadas a orientações individuais. Em geral, a terapia em grupo compreende 10 a 15 indivíduos
e envolve sessões semanais de 60 a 90 minutos por 4 a 6 meses, seguidas de sessões de manutenção, em
grupo ou individuais, a cada duas semanas. A longo prazo, reforços a cada 4 a 6 meses são indicados. As
sessões em grupo podem ser lideradas por nutricionistas, psicólogos ou outros profissionais de saúde.
Devemos cuidar para não criar grupos fixos, onde somente os mesmos pacientes acompanham
rotineiramente.
O tratamento farmacológico pode ser considerado para os pacientes com IMC >30 kg/m² e para
aqueles de IMC entre 27 e 29,9 kg/m² com morbidades associadas que não alcançaram as metas em 6 meses
com as modificações comportamentais. Importante salientar que é uma terapia adjuvante às modificações
não farmacológicas.
O orlistat é uma agente antiabsortivo utilizado na dose de 120 mg três vezes ao dia, sendo
administrado antes, durante ou até uma hora após as principais refeições. Tem como maiores efeitos
adversos flatulência, urgência ou incontinência fecal, sobretudo se a dieta for rica em gorduras. Está
contraindicado nos casos de síndrome de má absorção e nos casos de colestase.
118
PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Pacientes que não entrarem nas indicação acima serão NEGADAS no SISREG
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Endocrinologia
Protocolo 4 – Ambulatório de Endocrinologia Pediátrica
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Endocrinologia
Protocolo 5 – Ambulatório de Neuroendócrino
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Endocrinologia
Protocolo 6 – Ambulatório de Neuroendócrino
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Endocrinologia
Protocolo 7 – Ambulatório de Endocrinologia Geral
Os pacientes com suspeita ou necessidade de interconsulta com endocrinologia deverão ser discutidos
pelo sistema de Telemedicina – UFSC.
Todos os pacientes com indicação da especialista para consulta presencial no Ambulatório deverão ter
o caso minimamente descrito e o número da Teleconsultoria.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Obstetrícia
Protocolo 1 – Fluxo de encaminhamento das Gestantes
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
125
PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Obstetrícia
Protocolo 2 – Guia de anamnese e exame físico
A organização das orientações deste manual baseia-se na primeira versão do PROTOCOLO DA REDE
CEGONHA DO MUNICÍPIO DE CAÇADOR, sumarizamos as orientações de modo mais compacto. Para
detalhamentos e aprofundamento sobre o tema, orientamos a consulta do documento primário.
A primeira consulta do pré-natal de uma mulher é fundamental para o conhecimento da sua rede de
assistência e cuidados. Se possível, e se houver, deverá ser feita juntamente com o parceiro ou parceira da
gestante para que a família se sinta cuidada e acolhida pela equipe de saúde da família. O quadro abaixo
sumariza o PRIMEIRO ATENDIMENTO da gestante.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
O exame ginecológico inclui a inspeção vulvar, o exame especular e o toque vaginal quando necessário
pelo profissional médico. Não se deve perder a oportunidade para a realização do rastreamento do câncer
do colo do útero nas gestantes. Não está contraindicada a realização deste exame em mulheres grávidas,
podendo ser feito em qualquer período da gestação, preferencialmente entre a 12ª até a 28ª semana de
gestação. A coleta do material do colo do útero para exame colpocitopatológico deve ser realizada a partir
de uma amostra da parte externa, a ectocérvice. A coleta da parte interna, a endocérvice, não deve ser
realizada nas gestantes. Para a coleta do material, é introduzido um espéculo vaginal e procede-se à
escamação ou esfoliação da superfície externa do colo por meio de uma espátula de madeira (espátula de
Ayre). Gestantes com lesão de colo deve pelo menos 1 vez a cada trimestre realizar colposcopia no
Ambulatório de Especialidades Jonas Ramos (procedimento com Ginecologista). As coletas de preventivo das
gestantes poderão ser realizadas na Clínica Materno Infantil conforme cronograma da enfermeira
responsável.
Controles fetais:
• Ausculta dos batimentos cardiofetais;
• Avaliação dos movimentos percebidos pela mulher e/ou detectados no exame obstétrico/
registro dos movimentos fetais;
Condutas:
• Interpretação dos dados da anamnese e do exame clínico/obstétrico e correlação com
resultados de exames complementares;
• Avaliação dos resultados de exames complementares e tratamento de alterações encontradas
ou encaminhamento, se necessário;
129
PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Considerações Importantes:
• Realizar a busca ativa (equipe de ESF) das gestantes faltosas em consultas e/ou coleta de exames
(anotar em prontuário eletrônico IDS e ficha de controle de pré-natal) e caso necessário acionar
assistente social e conselho tutelar através do 1DOC.
130
PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Obstetrícia
Protocolo 3 – Guia de exames complementares
É importante dizer que os exames complementares devem ser solicitados a todas as gestantes. No
Quadro abaixo listamos os mesmos e a regularidade de solicitação de acordo com a idade gestacional.
131
PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Protocolo de Obstetrícia
Protocolo 4 – Manejo de Doenças Infecto Parasitárias na Gestante
As doenças infecto parasitárias são de grande importância na gestação devido ao seu potencial de
transmissibilidade ao feto e, consequentemente, gerar quadros infecções congênitas graves e até fatais. A
fim de tornar este capítulo mais prático, sintetizamos as condutas de maneira concisa. As dúvidas práticas
que destoem da prática convencional deverão ser discutidas com a equipe do Ambulatório de Infectologia
da Vigilância Epidemiológica de Caçador.
DIAGNÓSTICO MANEJO
• A mulher com diagnóstico de HIV deve ser orientada sobre
a patologia e a importância do tratamento para evitar a
transmissão do vírus para o feto. É importante que a
mulher tenha seu(s) parceiro(s) testados o mais rápido
possível.
• Hoje TODOS os pacientes vivendo com HIV devem receber
o tratamento o mais precoce possível, dessa maneira, a
coleta de Carga Viral e CD4+ deve ser adiantada para essas
pacientes.
• TODAS as pacientes com ABERTURA de diagnóstico devem
ser encaminhadas para o Ambulatório de Infectologia da
• Anti-HIV
HIV/AIDS Vigilância Epidemiológica de Caçador para os protocolos
• Teste Rápido para HIV
de cuidado. Os exames de seguimento são realizados de
modo geral:
o 1ª Carga Viral: Primeiro Trimestre ou momento
do diagnóstico.
o 2ª Carga Viral: Com 25 semanas.
o 3ª Carga Viral: Com 36 semanas.
• Pacientes com diagnóstico prévio devem ter suas
consultas baseadas na regularidade da tomada das
medicações e consultas terapêuticas de adesão ao
tratamento. Também devem ser orientadas sobre a
amamentação e retiradas dúvidas sobre seus cuidados.
• A Hepatite C não permite o tratamento durante a gestação
devido o perfil das drogas utilizadas para o tratamento.
Dessa maneira, TODAS as pacientes com Hepatite C devem
ser investigadas quanto sua função hepática para o cálculo
• Anti-HCV
HEPATITE C de APRI e FIB-4 inicial.
• Teste Rápido para HCV
• Encaminhar no Puerpério TODAS as gestantes com HCV
reagente para que se monte o processo de solicitação das
medicações. Estas somente serão ofertadas após o recém-
nascido for desmamado.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
DIAGNÓSTICO MANEJO
• As pacientes diagnosticadas com Hepatite B durante a
gestação deverão ter seus familiares testados, desde filhos
anteriores a gestação atual, até pais, irmãos e parceiro.
• O diagnóstico de Hepatite B por si só não indica
• HBsAg tratamento da gestante, para isso deve-se solicitar o
HEPATITE B
• Teste Rápido para HBV marcador sorológico de replicação viral: HBeAg.
• Após a triagem da gestante com provas hepáticas e
HBeAg, a mesma deverá ser encaminhada ao Ambulatório
de Infectologia da Vigilância Epidemiológica para consulta
com especialista para avaliação de tratamento profilático.
• A toxoplasmose é uma doença parasitária que somente se
pega uma vez na vida. As titulações positivas para IgM
podem perdurar anos (relatos de até o momento de 5 anos
após a infecção primária). Dessa maneira, a positividade
de IgG e IgM não deve ser interpretada sozinha para
classificação das gestantes em toxoplasmose aguda.
Orientamos a conduta diante dessa situação (IgG e IgM
POSITIVOS) em face de dois cenários:
o Primigesta:
▪ Diagnóstico no passado de Toxoplasmose com
comprovação pela sorologia prévia: Orientações
que IgM é residual e que não há indicação de
tratamento para o caso.
▪ Paciente sem comprovação de infecção prévia:
▪ IG com < 16 sem:
• Solicitação de Toxo Avidez
• Encaminhamento ao Infectologista
TOXOPLASMOSE • Toxo IgG e IgM
▪ IG > 16 sem:
• Encaminhamento ao Infectologista
• Não solicitar Teste de Avidez
o Multípara:
o Pedir as carteirinhas das gestações anteriores e
comprovar sorologia. Se paciente não tiver mais
carteiras, procurar em registro eletrônico ou ligar no
Laboratório Municipal para verificar resultado.
▪ Paciente COM história de Toxoplasmose anterior:
• Somente orientações.
▪ Paciente SEM história de Toxoplasmose anterior:
▪ IG com < 16 sem:
• Solicitação de Toxo Avidez
• Encaminhamento ao Infectologista
▪ IG > 16 sem:
• Encaminhamento ao Infectologista
• Não solicitar Teste de Avidez
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
DIAGNÓSTICO MANEJO
• O manejo da sífilis gestacional dependerá da história
prévia da gestante:
o Gestante SEM história de sífilis:
▪ Toda gestante com TR POSITIVO na primeira consulta
deverá ter o tratamento iniciado com Penicilina
Benzatina 2.400.000 UI, não sendo necessária a
espera do VDRL e FTA-ABs confirmatório. Porém,
estes exames deverão ser solicitados.
▪ Chamar o parceiro para testagem e tratamento se
indicado.
▪ Fazer seguimento mensal com VDRL, lembrando-se
que em média demora-se 3 a 4 meses para queda de
titulação.
o Gestante COM história de sífilis:
• VDRL ou RPR
▪ Gestante com resultado de VDRL anterior:
SÍFILIS • FTA-ABs IgG e IgM
• Solicitar VDRL no momento da consulta e verificar
• TR para Sífilis
resultado na mesma semana.
• Se titulação maior que anterior = realizar
tratamento
• Se titulação menor ou igual a anterior, sem
história de reexposição = sem necessidade de
tratar.
▪ Gestante sem resultado de VDRL anterior:
• Iniciar tratamento preemptivo com 3 doses de P.
benzatina devido impossibilidade de
comprovação de cicatriz sorológica.
• Solicitar VDRL no momento da consulta e
acompanhar.
▪ Chamar o parceiro para testagem e tratamento se
indicado.
• As cervicites ou uretrites causadas pelos patógenos ao
lado podem causar desde parto prematuro até problemas
oculares nos recém-nascidos nascidos de parto vaginal.
• Cultura para Chlamydia,
Dessa maneira, todas as gestantes com identificação
OUTRAS Gonococo, Ureaplasma e
destas ISTs deverão ser tratadas da seguinte maneira:
INFECÇÕES Mycoplasma.
o Azitromicina 1 g VO dose única
SEXUALMENTE • PCR para Chlamydia,
o Ceftriaxone 250 mg IM dose única
TRANSMISSÍVEIS Gonococo, Ureaplasma e
• Sempre lembrar de tratar o parceiro(a) sexual da gestante
Mycoplasma.
concomitantemente.
• O exame poderá ser repetido com Cultura dos patógenos
4 semanas após o tratamento.
135
PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
DIAGNÓSTICO MANEJO
• A infecção urinária é sabidamente uma patologia que pode
acelerar o trabalho de parto.
• É muito importante a solicitação da UROCULTURA para
guiar o tratamento, principalmente se gestante tem
história de ITU recorrente e utilização de múltiplos
antibióticos.
• O tratamento empírico até resultado do TSA poderá ser
feito com:
INFECÇÃO
• Cultura de Urina + TSA o Cefalexina 500 mg – 1 comp. de 6 em 6 horas por 7
URINÁRIA
dias.
o Nitrofurantoína 100 mg – 1 comp. de 6 em 6 horas
por 10 dias (Não usar depois de 36 semanas)
o Amoxicilina-Clavulanato 500+125 mg – 1 comp de 8
em 8 horas por 7 dias.
o Associa-se aos esquemas acima:
▪ Pyridium 200 mg – 1 comp. de 8 em 8 horas por 2
dias para alívio dos sintomas.
136
PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Porém, todos sabem que com o envelhecimento as doenças cardiovasculares aumentam, da mesma
forma que doenças neoplásicas. Acrescidos a isto, os fatores de risco aumentam as chances de diagnóstico
de alguma patologia grave. No entanto é necessário ter critério e solicitar os exames de acordo com a história
clínica do paciente.
PROFISSIONAIS SOLICITANTES:
• Profissionais médicos de todas as especialidades
• Profissionais de Enfermagem dentro dos protocolos clínicos da APS.
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
VERMELHO Pacientes em investigação de eventos agudos (infecciosos, neoplásicos)
Pacientes com quadro clínico descompensado sendo feito o manejo clínico e solicitado
AMARELO
o exame de controle no tempo adequado.
VERDE Paciente com doenças crônicas estáveis em acompanhamento
AZUL Pacientes sem comorbidades e sem uso de medicações
137
PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
PROFISSIONAIS SOLICITANTES:
• Profissionais médicos de todas as especialidades
• Profissionais de Enfermagem dentro dos protocolos clínicos da APS.
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
VERMELHO SEM DESCRIÇÃO DE CRITÉRIOS
AMARELO SEM DESCRIÇÃO DE CRITÉRIOS
VERDE SEM DESCRIÇÃO DE CRITÉRIOS
AZUL SEM DESCRIÇÃO DE CRITÉRIOS
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Este exame é realizado no Ambulatório de Especialidades Jonas Ramos, com agendamento prévio. Tal
exame é laudado via telemedicina.
Tal exame deve ser solicitado para todos os pacientes com indicação de encaminhamento a Cardiologia
ou estratificação de risco para demais especialidades.
PROFISSIONAIS SOLICITANTES:
• Profissionais médicos de todas as especialidades
• Profissionais de Enfermagem dentro dos protocolos clínicos da APS.
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
VERMELHO SEM DESCRIÇÃO DE CRITÉRIOS
AMARELO SEM DESCRIÇÃO DE CRITÉRIOS
VERDE SEM DESCRIÇÃO DE CRITÉRIOS
AZUL SEM DESCRIÇÃO DE CRITÉRIOS
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
PROFISSIONAIS SOLICITANTES:
• Profissionais médicos de todas as especialidades
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
VERMELHO SEM DESCRIÇÃO DE CRITÉRIOS
AMARELO SEM DESCRIÇÃO DE CRITÉRIOS
VERDE SEM DESCRIÇÃO DE CRITÉRIOS
AZUL SEM DESCRIÇÃO DE CRITÉRIOS
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
A mamografia é um exame utilizado para rastrear e/ou diagnosticar patologias mamárias em mulheres.
Ela pode ser dividida em:
Mamografia de rasteio - faz parte dos exames de rotina, é usada para procurar sinais de câncer de
mama em mulheres que não tem sintomas da doença. O médico compara o resultado do exame mais recente
com os anteriores para ter um histórico de alterações nos seus seios.
Mamografia de diagnóstico - é feita para investigar quando há suspeita de câncer de mama. As
imagens de alta qualidade do exame ajudam o médico a identificar tumores que ainda estão pequenos
demais para serem sentidos durante o exame de toque.
PROFISSIONAIS SOLICITANTES:
• Profissionais médicos de todas as especialidades
• Profissionais de enfermagem dentro dos protocolos clínicos da APS
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
VERMELHO Pacientes com alteração ao exame físico de mama E com fatores de risco aumentado.
Pacientes com alterações ao exame físico de mama OU com fatores de risco
AMARELO
aumentado.
VERDE Pacientes em seguimento de BIRADS 3.
AZUL Rastreamento eletivo sem alterações ou em seguimento de BIRADS 1 e 2.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
O exame de ultrassom é um exame complementar que pode ser utilizado para avaliação de órgãos e
cavidades, bem como articulações e outras estruturas. É um exame simples de se fazer, podendo ter critério
diagnóstico ou de acompanhamento.
Os exames ultrassonográficos ofertados pela Secretaria de Saúde são:
PROFISSIONAIS SOLICITANTES:
• Profissionais médicos de todas as especialidades
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
Pacientes em investigação de quadros agudos não emergenciais com alteração ao
VERMELHO
exame físico ou exames complementares.
Pacientes em investigação de complementação diagnóstica, como por exemplo,
AMARELO complementação de radiografia de articulação, pós-acidente vascular encefálico,
hematúria...
VERDE Pacientes em seguimento de doenças definidores de fator de risco.
AZUL Investigações sem descrição adequada ou sem diagnóstico presuntivo.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
PROFISSIONAIS SOLICITANTES:
• Profissionais médicos de todas as especialidades
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
Pacientes aguardando cirurgias bariátrica, ortognática, cardiológica ou de otorrino.
VERMELHO Pacientes com necessidade de BIPAP. Pacientes com obesidade com saturação abaixo
de 90%. Cardiopatas graves.
AMARELO Obesidade mórbida com sinais de apneia grave e hipoventilação.
VERDE Pacientes com obesidade.
AZUL Demais casos.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
PROFISSIONAIS SOLICITANTES:
• Profissionais médicos de todas as especialidades
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
Disfagia, melena, vômitos com sangue → Somente após alta hospitalar
VERMELHO
Investigação de pacientes com alta suspeita de CA gástrico.
Sangramento gastrointestinal crônico com anemia por deficiência de ferro, avaliação de
hipertensão portal, esôfago de Barret, investigação de doença celíaca, controle de úlcera
AMARELO
gástrica perfura (desde que documentado o episódio antigo). Diagnóstico diferencial de dor
torácica (somente cardiologistas)
Cirurgia gástrica prévia, vômitos de repetição, história familiar de CA em parentes de 1º grau,
VERDE
PSO positivo.
AZUL Demais casos.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
COLONOSCOPIA
PROFISSIONAIS SOLICITANTES:
• Profissionais médicos de todas as especialidades
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
Enterorragia → Somente após alta hospitalar
VERMELHO Doença inflamatória intestinal em atividade
Alta suspeita de CA intestinal
Sangramento gastrointestinal confirmado com PSO (sem hemorroidas), investigação de anemia,
AMARELO
emgracimento e controle de adenoma de alto grau.
VERDE PSO + | incontinência fecal, diarreia crônica (> 3 meses).
História Familiar de CA colorretal (assintomático) | controle de polipose (hiperplásicos ou
AZUL
adenomas de baixo grau), rastreamento de idosos com PSO negativo, doença diverticular.
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Todos os exames devem ser preenchidos via TFD, pois os únicos prestadores são o Hospital
Nereu Ramos em Florianópolis e o Hospital Regional de São José.
PROFISSIONAIS SOLICITANTES:
• Profissionais médicos das especialidades:
o Pneumologia
o Cirurgia torácica
o Cirurgia pediátrica
o Infectologia
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
Todos os exames devem vir preenchidos via BPA I. De acordo com a pactuação da Secretaria
Municipal de Saúde, os exames de triagem em otorrinolaringologia somente poderão ser
solicitados de acordo com o quadro abaixo:
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
De acordo com a pactuação municipal, os Médicos da Atenção Básica não poderão solicitar
exames tomográficos na Central Municipal, somente na Central Estadual. O Quadro abaixo
sistematiza os exames ofertados pelo município e pela rede Estadual:
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
De acordo com a pactuação municipal, os Médicos da Atenção Básica não poderão solicitar
exames de ressonância na Central Municipal, somente na Central Estadual. O Quadro abaixo
sistematiza os exames ofertados pelo município e pela rede Estadual:
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PROTOCOLO DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL
A densitometria óssea é tida como um exame de alta complexidade devido o alto custo que
a envolve. Dessa maneira é um processo regulado pelo município de Caçador. Os critérios para
entrada do exame na fila estão elencados abaixo:
PROFISSIONAIS SOLICITANTES:
- Médico.
PRIORIDADES:
- Osteoporose,
- Tumores,
- Patologias metabólicas.
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