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As
várias
faces
da ética
Prisional
-1-
Alessandro Gualberto
AS
VÁRIAS FACES
DA
ÉTICA PRISIONAL
-2-
Para o sistema Penitenciário
e seus promíscuos cadafalsários.
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Agradecimentos
-4-
ESTRUTURA
Capítulo I ..........................................................................................................06
O CHILREAR DA ALMA PÁRIA: "Quando a alma de um preso grita".
Capítulo II .........................................................................................................13
DISCRIMINACIONALIDADE NÉSCIA E PIGMENTAÇÃO LÚGUBRE:
“Correcionalidade negrejante”
Capítulo III ........................................................................................................25
DESIGNS: THINKS TANK: “Afresco Carcerário”
Capítulo IV .......................................................................................................37
CONSUMISMO ESTUPEFACIENTE:“Narco-deputados” Capítulo V
Capítulo V ...........................................................................................................
DIALETO PRISIONAL: “Quimera gris - Ode Carcerário”
(Memórias de um presidiário )
5. ..................................................................................................................07
6....................................................................................................................09
7....................................................................................................................09
8....................................................................................................................10
-5-
Capítulo I
-6-
A comunicação é instintivamente a mais perfeita transcendência de
sentimentos desde o iniciar do gênero humano até seu desligamento
martirizante do meio onde se caracterizou respirável.
O ingrediente mais essencial para a criação de nosso universo é a
consciência que o observa. Paralelamente, interligada a tal observância,
depara-se a fantástica comunicação entre os seres. O comunicar está
intrinsecamente e intrepidamente entremeado às expressões da "Alma
Artística", bem como os sentimentalismos lúbricos da libido entre as espécies.
A equivalência entrópica é, portanto, a medida da quantidade de informações
das unidades linguísticas que almamente se traduz produzindo movimentos de
corpos funâmbulos e indolentes.
Quando a comunicabilidade loquelar se processa, a emissão,
transmissão e recepção de mensagens por meio de métodos e/ou sistemas
convencionados. Transmitem aos etos a necessidade de absorção. Para tanto,
paulatinamente como previamente, a articulação dos processos que é
incessante e progressivo, passa a ser movido por oposições violentas pelas
quais se avançam por rupturas causantes aos seres e ao convertimento de
atos em sons, importando assim a mnemônica palrar sensitiva ao plantio de
verbos no chão do céu da boca (...)
O paliativo Sistema Carcerário Nacional priva de forma ostracista teus
párias de modo que o instinto que vem se desenvolvendo a milhares de anos,
causa-lhes uma subterfugia interlocução que vai de sinais, criptografias,
dialetos, tamborilados e gírias até a mais cutubante verbosidade.
O procedimento organizado e utilizado no sentido de proibir a
"divulgação ou execução" das ideias e atitudes, assim como o "feedback", é
humilimamente uma necessidade idealizada e administrada esporradamente e
alimentada rebentamente no intrépido poder legislativo de nossa Pátria Mãe. A
argúcia é vista de forma patibulante como um egocentrismo existente na
suposta gnose da supremacia agência. Isto corrói amor e ciência dos
ostracistas reorganizantes e reeducados, tornando-os obliterantes em atitudes
e costumes num certo grupo de alternativos intelectualmente alterados pelo
-7-
ignominioso sistema sócio-econômico-cultural e/ou até mesmo por mentes
destruídas pelo Oscar da televisão da besteira.
A simbologia marcada a ferro e fogo nas costas do militarismo vendido
como forma de ordem num mundo capitalista em atitudes e socialista nos
"jardins oníricos", é de uma cutubância extraordinária. Porém, a ignorância
crassa expressada de forma mítica assume a fronte híbrida arquetípica
humana, tornando os teus passos bifurcados.
Algumas atitudes ludibrias, lúdicas e trânsfugas, tornam espezinhas as
maneiras de flutuar no ar, fazendo com que os pássaros ”(Ìcaros)”, usurpem
dos teus meios de rasgar o infinito de maneira a ludibriar um suposto criador.
Mormente, tal idolatria teologal é simploriamente "o esteio das mutilações
intelectuais dos ínfimos que aviltam os conhecimentos âmagos do saber".
Quando se despoja os movimentos dos corpos, a mente racional
transmuta para outros tirocínios, embriagando os passos e a íris e tornando
teus desejos presos a cada respiração macróbios. Criam-se estratégias bélicas
e idílios "Nerudos", lembranças nostálgicas de pessoas ou coisas distantes que
assumem o gozo da situação, os presumem estratosféricos. O tamanho do
caráter minimiza a qualidade distinta de sons e ultrapassa o tom sociável que
brota à flor da pele, dissimulando as súplicas dos "anjos". Os braços de
concreto que claustrofobiam os párias, se modificam como propagandas. O
nascer e fenecer, se empalheiram em cima do muro. Alegrias tristes e tristes
alegrias politizam os "sonhos" intelectualizados e borrados nos afrescos das
paredes carcerárias. Quando o corpo pede um pouco mais de alma, a
promíscua hipocrisia roga por deuses salvadores e a prisão de torna um dos
maiores templos de adoração desde A.C.. O não material se torna na única
fonte de energia sustentável, justificando teus erros e suas inadimplências ao
demônio. Aleivosia.
A sucumbência de atos pressagiados de forma espiritual, edifica os
músculos e os ossos, assim como a tradução pensante de força e aspectral
atitude desejada de enriquecer. Sucumbências ilegais se encontram lado a
lado com ordens e leis parlamentares e jurídicas, barafundando uma sociedade
ao mesmo tempo néscia, gnosidada.
As lacunas que se explodem em meio a alusões, tanto verdadeiras como
mitigas, brotam no seio do calibre 12, transbordando tremulações e incertezas
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de jovens aficionados com um certo poder, mesmo que este seja pra justificar
talvez uma incapacidade intelectual ou até mesmo pra andar ou tentar chalrar
de maneira presidenciável.
É impressionante a ligação existente entre militarismo e força. Assim
como um incenso tem poder astral de alcandorar teus exotéricos
tantalicamente aos astros, a camuflagem viés usurpa os poros de teus usuários
elevando teus raciocínios ao reflexo do Führer (Adolf Hitler). Limitadamente
manda quem pode, obedece quem tem juízo. Quando se está sob as axilas do
Estado, tudo se pode, mesmo que tal atitude venha ferir o ego humano
quimeramente.
O "magnífico" sistema econômico implantado no –não só- Mercosul,
dolosamente adiciona e subtrai desejos em uma classe social tanto purga
quanto miserável que, apesar de insustentável na xepa, tem sede de seda,
causando assim uma necessidade de adquirir o inadquirível, esta intolerância
humana é vista e jurisdiscada como pérfida. Porém a incapacidade capital e
cultural corroem os bons costumes de humildes e/ou aristocráticos pensantes,
objetivando ourivesarias.
O poder loquelar é tão impressionante que se direcionado de forma
correta e influente, abstrai-se do patíbulo. Mas morra!
O Sistema, de correcional tem uma incorrecionalidade busílis. A bravata
utilizada no intuito de brunir os párias é um devaneio democratizante. Criam-se
quimeras sociais, mormente deixam que o desejo de adstringir as burlas,
lobriguem a capacidade de ressocialização. Um circo dos horrores.
cegueirável.
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A indistintabilidade militar-executiva alimenta em teu seio um "Rendez-
vous" prostibulante, onde paliativamente se constrói, ou melhor, reconstrói o
"caráter humano". Uma fábrica de criar delinquências e preceitos parvos.
oprobriante reparação.
O modo de coagir, combater ou ameaçar pelo uso sistemático do terror é
microcefalamente absorvido por "deuses" julgáveis próceres.
O terrorismo não é uma expressão de raiva. O terrorismo é uma arma
política. Quando se acaba com a fachada de infalibilidade de um governo,
acaba-se com a fé do povo.
Enfim, a melhor defesa é o ataque. Não se conhece a argúcia de
admoestar e sim de "pelourinhar" a filha da putagem existente obumbra
mente no ínfimo de uma sociedade espúria, com leis prístinas e que se
resovem num conciliábulo outorgante e ao mesmo tempo invectivante.
Contudo, lenimentamente uma espórtula de ar pra se respira. Aplica-se
o terror a fim de tiranizar ou supliciar a inteligência de poderosos e/ou
ignominiosos consumidos pelas fontes elícitas estupefacientes. Pois muito
pouco se conhece sobre a formação acadêmica de tais carpideiras
agenciadas.
2
"Pra não dizer que não falei das flores"
Geraldo Vandré
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A ressocialização, assim como o conhecimento, não é transmitida ou
feita passar dum ponto, ou dum possuidor ou detentor, para outro, e sim
absorvida. Quando a estrutura criada e administrada pelo órgão competente
e inteligente pra correcionalizar os párias apresenta lacunas (falhas)
extremamente visíveis e absurdamente lucrativas, perde-se a fé sócio
democrata. O povo bem como os próprios encarcerados, presumem que é
incomensurável a facilidade de lhes burlar os "sentidos", desejos e a
preceitos causados pelo Sistema.
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"Homenagem ao malandro de Chico Buarque
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Voltaire
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CAOS CULTURAL
dilaceram a democracia.
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Capítulo II
“Correcionalidade negrejante”
13
Ser Negro, Ser Melindre...
Há homens que nascem com (...), de cor a proteger-lhes dos abusos
naturais do Astro Rei. Teus dias enxaguem na fulgurância de “seus” brilhos,
porém, de prisco, uma estirpe obumbrante, uma prosápia paradigmática no que
diz respeito a estiolamento.
Quando se articula sons vazios de sentido no intuito de alcandorar a laia
dos mesmos, mesmo que “espúria” na bela, perfeita e intocável
“escravocracia nacional”, exoram-se por espórtulas humanas (mínimo de
respeito), uma espécie de migalha chalrável e sensitiva.
O mundo mãe conduz teus progênies ao dolo, causando assim, uma
letargia sócio racial onde, o cassanje tornar-se-á canhestro, antítese e parvo.
Tal rebento és pérfido aos olhos suscetibilizantes, invetivantes e néscios de um
ser humano iniciado e/ou manifestado subitamente com ímpeto ou violência
num mundo evolucionista. Todavia, torna-os funâmbulos num espetáculo de
preceitos paliativos. E assim, transformam o País inteiro num puteiro,
subdividindo as riquezas, credos e estirpes.
A ausência de pigmentação caleidoscópica na pele és pictórica e exímia
para a complacência das cores em um mundo “gris” e frio...
Cotejando as cadeias de D.N.A, se vê a subterfugiária “desarmonia
existente” entre espécies. Homem (aproximadamente ou igual) ao símio.
Ao analisar com displicência a caterva carcerária de uma colônia
correcional, observa-se a impressionante e invulgar obnubilante cor da pele.
Mesmo que nossa Pátria sejas povoada por uma descomunal e intrigante
miscigenação, tais “colônias” (carceragens) são em maior parte habitadas por
negregados negroides.
É raríssimo haver um lugar onde as pessoas não sejam classificadas ou
tachadas, seja pela condição financeira, intelectual, estética, fama ou qualquer
outro tipo de parâmetro. O homem facilmente vive a ditadura do preconceito, o
egocentrismo ativista. Uma das mais drásticas e destrutivas doenças da
humanidade é a ditadura do preconceito. Ela engessa a inteligência e gera toda
sorte de discriminação. A discriminação já arrancou lágrimas, cultivou a
injustiça, distorceu o direito, fomentou o genocídio e muitas outras formas de
violação dos direitos humanos.
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(...)se te xingam a raça,
Se te incham a barriga
De feto e lombriga
Nem por isso compra briga,
Olha bem pra mim
Vence na vida quem diz sim
Vence na vida quem diz sim(...)5
5
“Vence na vida quem diz sim”
Chico Buarque
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sobrevivência são grandes, as pessoas não têm interesse em desenvolver o
pensamento.
“ Com justa razón alguien dijo una vez que la bota de potro no era
para todos...”
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“Haiti”
Caetano Veloso e Gilberto Gil
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tem massa, então ele exerce uma força de gravidade e pode atrair coisas para
si.
O que acontece se muitas pessoas começam a se concentrar no
mesmo pensamento? Todas as ocorrências desse mesmo pensamento
passam a se consolidar em um só, e a massa acumulada dele começa a
aumentar. Portanto, sua gravidade aumenta.
Se um número suficiente de pessoas começar a pensar a mesma coisa,
então a força gravitacional dessa ideia se torna tangível e exerce uma força de
verdade. E ela pode ter um efeito mensurável no mundo físico.
Então, se a humanidade objetivar um acesso direto e imediato ao
conhecimento além daquele disponível aos sentidos normais e ao poder da
razão, noeticamente obstruirão os conflitos psíquicos e sócio raciais
diferenciando a cor da pele desta chusma.
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É incomensuravelmente óbvio que o homem, ao usurpar no mundo
transcendente, deva atuar em concordância com os preceitos que o mesmo lhe
impõem, e que toda sua vida deva transformar-se espiritualizando-se na
essência do pensamento, para refletir-se na clarividência da inteligência; do
contrário seria uma aparência ou uma ficção que a realidade, à qual
pretendesse surpreender, descobriria e fulminaria em racismo. Ignominiosidade
cotejante.
7
Raumsol
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flores, diferenciam-se odoriferamente os humanos. Porém, isto não os julgam
melhores ou piores que os outros, apenas “diferentes”.
O preconceito e a discriminação aflorados no seio da carceragem
abrangem vários setores da mesma. Existem inclusive um pequeno número de
celas reservadas e separadas para párias que não se enquadram em uma
esdrúxula linha de preceitos criados pelos “próprios” discriminados. É
inacreditável porém existente, o “errado no crime”. Atitudes e loquelas
contraditórias e ao mesmo tempo pleonásticas. Errado, consequentemente
crime. Crime, consequentemente errado. Ostracisdo é ostracisdo em qualquer
espaço - visto que a falta de espaço é a maior arma utilizada nas colônias
correcionais (cadeias e penitenciárias). Ela sufoca a respiração; destrói o
controle psicológico que, consequentemente gera grandes e até fatais conflitos,
dilacera o sistema nervoso, minimiza a autoestima, edifica o ódio, lapida a
delinquência e cria-se monstros. – existente dentro das muralhas e cercas
protegidas e supervisionadas por supostos homens persuasivos.
Quando não se enquadram nos preceitos pariáveis, correm o risco de
retaliação, tortura e podendo chegar até a morte. Leis dentro de leis, injúrias
sobrepostas a injúrias, imbecilidades pintadas nas caras de circenses que se
julgam “certos”, visto que, primeiro, como já dito, um erro nunca será uma
atitude certa, segundo, todo ser humano injustamente julga de forma
presciente, ainda mais quando se analisa a ínfima e aviltante “qualidade
intelectual” de uma carceragem. Existem parias (presos) que não conhecem se
quer números. Como podem ser dotados de capacidade para discernimento e
julgamento? Eis os perfectíveis discriminadores. Néscios e estúpidos,
totalmente escravos da estupefaciência (drogas).
Correcionalizar um magote onde, suas “qualidades” – mais utilizadas –
são a necedade, o torpor, a violência expressada e sobreposta como título
monárquico, e claro, possibilidade de aferir lucro, é extremamente complicado
visto que o poder legislativo de nossa Pátria é composto por homens
incapacitados intelectualmente. Cujos quais, foram condecorados ludibriando
humildes e aproveitando de míngua de víveres. Pode-se concretizar tal,
analisando o nível de analfabetismo e a qualidade educacional, onde, as
universidades hoje, não têm interesse de criar pensadores, sim títulos
19
profissionais e possibilidades de aferir lucro. Quanto menos pessoas
inteligentes, melhor para a corrupção governamental.
Se o ser não é educado, tornar-se-á – na grande maioria – criminoso.
Fudendo o nível de cutubância de nosso torrão natal.
Um exemplo raciocinado com justeza, coerência e inteligência: ao
verificar o nível educacional dos parias, depara-se com uma impenetrável
barreira estancada nos meados do primeiro grau (ensino fundamental). Por
incrível e medíocre que seja, é a mais alta média de grau escolar conquistada
pelos “perfectíveis” discriminadores.
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É mentecaptamente esdrúxula a admoestação exibida de forma gloriosa
por estúpidos certificados pelo intragável, espúrio e mulo Ministério da
Educação, justamente em uma época em que as universidades são incapazes
de criar pensadores – como já dito - , um grupo de despreparados batem seus
martelos achando que são deuses, claro, outros têm certeza que são.
Autoconsagrarão vomitante e discriminatória. jugulação.
A cada dia, de qualquer forma, a entropia persuade no âmago do Poder
Legislativo Nacional. Insistem em leis prístinas, criam-se leis desinteressantes
e paliativas com intuito de favorecer os passos e claro, as “mãos”. No entanto,
o reflexo de tais atitudes procriam nos campos de víveres. O mais condecorado
título “profissional” entre os parias é o de “larápio”. Por incrível que pareça é
também o mais empregado – profissional – no seio do governo nacional.
Principalmente no que diz respeito ao alto escalão. Ditadores. Tuas atitudes
larapias são extremamente pleonásticas às dos ladravazes. Arrogante,
porquanto existente.
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“Que País é Esse”
Legião Urbana
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A mutilação dos órgão genitais da mulher é anterior ao Islã. Nem todos
os muçulmanos adotam essa prática, e alguns povos que a adotam não
professam o islamismo.
Durante o coito, os maridos tentavam penetrá-las, forçando a passagem
dentro delas, rasgando a cicatriz entre suas pernas, machucando-as. Quando a
sutura era muito apertada que os maridos não conseguiam enfiar o pênis,
faziam-se (fazem) uso de uma faca.
Pregavam – e pregam até hoje, visto que seis mil meninas sofrem
diariamente a clitorectomia (mutilação da genitália) – que tal escarmento têm o
sagrado intuito de purificação.
Enfim, a discriminação existente intrinsecamente no âmago social de
nossa nação, mutila desumanamente a sensibilidade de prazer racional.
Mesmo que, conforme descrito:
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
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A sensibilidade de absorção de tais conhecimentos, ainda é muito
apoucada no seio de uma sociedade cujo poder intelectual é extremamente
adstringido. Onde o ser humano utiliza "espórtulamente" 10% de sua cabeça
animal, como dizia de forma brilhante e poética o grande Raul Seixas Santos. E
a coisa vem se deteriorando a cada dia, apesar do avanço da tecnologia, o
qual se “resume” apenas em informatizar o informatizado, em todos os
aspectos, depara-se com uma sociedade a cada dia mais bucéfala. O âmago
acadêmico, assim como todos os setores da vida, não criam mais “gênios”,
sim mais e mais deficiências intelectuais. As grandes tecnologias de hoje –
falando da estrutura bélica – têm um único intuito de promover o descontrole
universal: guerras químicas, farmacologia, desastres psicológico a qual utiliza-
se para curar doenças causadas pelo próprio homem (estupidez generalizada),
armamentos de última geração utilizados pra reprimir, ferir e matar o próprio
homem e o envenenamento do espírito acético.
Mesmo quando se criam inventos pra favorecer a humanidade, a
mesma dolosamente induz teus inventores até mesmo ao suicídio. Ave Alberto
Santos Dumond.
A prístina e insuficiente educação ensinada e apresentada aos filhos da
nação brasileira, visto que, as estruturas de ensino (material, psicológica e
financeira) são de uma precariedade verde e amarela, não conseguem
sozinhas banir o analfabetismo. As famílias brasileiras não gozam de
suficiência educacional, apoio governamental e capacidade financeira pra
crescer. Gerando assim delinquências e subterfugiárias maneiras de
sobrevivência, as quais, quase sempre direcionam desde crianças,
adolescentes e adultos, ao cárcere e/ou a cessação da vida.
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Da pedra dilatam
Os anjos partem armados
Em bondes do mal
Penso naqueles que rezam
E nesses que matam
Deus e o diabo disputam
A terra do sal
Penso nos malabaristas
Do sinal vermelho
Que nos vidros fechados do carros
Descobrem quem são
Uns, justiceiros, reclamam
O seu quinhão
Outros pagam com a vida
Sua porção
Todos são excluídos
Na grande cidade10
10
“Malabaristas do sinal vermelho”
João Bosco e Francisco Bosco
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Capítulo III
“Afresco Carcerário”
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Os métodos “pré-históricos” utilizados pelos párias (presos) no cárcere são
extremamente “modernos”.
11
“Mulheres de Atenas”
Chico Buarque
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Os desenhos são na maioria das vezes medíocres. Traços impudicos
representando uma geografia “circunferencial” de Plablo Picasso. Porém, com
um pouco de sutileza de raciocínio, pode-se visualizar a “Afrodite” e atingir o
gozo. Driblando os nervos e descarregando orgasmamente o corpo.
Existem dezenas de estacas de tortura (suplícios) simbolizando a
redenção de Cristo, desenhadas nas paredes. Tais cruzes têm por finalidade
tornar as nauseabundas (fétidas) celas em locais sagrados e “adoráveis”. São
tantas, que haja corpos pra crucificar ou orações e rezas pra lhes
alcandorarem.
Se “Davi” frequentasse os barracos (celas) das carceragens, iria se
orgulhar de tantos Salmos transcritos em suas paredes.
As siglas de grupos organizados (gangues) – supostamente – se
multiplicam como pragas. Uma espécie de partidos políticos, mais
especificamente “grupos esquerdistas” revolucionários tais como as Farc, o
Eta, o PCC, o C.V dentre outros. Estes “respeitados” símbolos mancham as
paredes do cárcere como um magnífico abstrato.
“O grande problema destes grupos é que tais gangues seguem um
suposto estatuto desorganizado, com uma linha de raciocínio espúria e tanto
comandada, como filiada por homens – na sua grande maioria jovens –
extremamente néscios (ignorantes), que travam uma batalha cruenta
(sanguinária) por – como princípio – venda de drogas, auto consagração
marginal, títulos de matadores (cruéis exterminadores) e Simbol Sex (Don
Juans) em meio as famosas “piriguetes”.
Subdividem os bairros em territórios, as famosas e sempre frequentadas
Bocas, onde, membros de outras gangues são extremamente proibidos de
circular. Correndo com isto o risco de retaliação. As " pobre-diabas “guerras”
Só frequentam tais áreas quando partem com seus bondes do mal com
intuito de matar teus concorrentes. Às vezes até mesmo ex-coleguinhas de
escola que brincavam juntos de “estrear o novo toco, queimada, rouba
bandeira e outros, que tomaram rumos iguais e ao mesmo tempo diferentes.
Estupidez sacramentada, insuficiência intelectual e policiamento incapacitado
destroem a paz e o direito de ir e vir de um povo já massacrado pelo
“inescrupuloso sistema governamental da dileta nação brasileira”.
27
A pigmentação (tinta) utilizada para a confecção de tais “obras de arte”
não passam de grafites e até mesmo creme dental. Uma verdadeira
emporcalhação visual. Pejorativa.
O nome Deus é quase que o Coca-Cola no marketing carcerário.
A intrépida palavra “Liberdade” pode ser lida até mesmo dentro de uma
latrina (sentina). Todos rogam pela Lilí.
Por serem efemeramente habitadas por jovens – na grande maioria –
como já dito, dotados de uma bucefaleidade produzida pela estupefação das
drogas, tais barracos (celas) são repletos de pichações: pseudônimos e nomes
de clubes esportivos. Uma miscelânea desgraçada e pouco inteligente, nem
um pouco agradável.
Os barracos parecem estar em constante comemoração a São João. O
emaranhado de varais – cordas extremamente resistentes, feita de tiras de
lençol “batidas” (espécie de trançagem) – um trancelim valorizável - , com
inúmeras roupas e praianas (toalhas de banho) dependuradas, ludibriam as íris
e plagiam as bandeirolas de uma festa de quadrilha.
Como numa parede de rapel, ganchos confeccionados a partir de cabos
de escovas de dente se mesclam em meio aos afrescos, sustentando as alças
(sacolas plásticas), onde os parias mantêm teus brechós e instrumentos de
higiene pessoal.
Pra completar a belíssima imagem da festa junina (dia de São João),
uma fogueira é acesa quase todas as noites num canto da cela, utilizada para
requentar o alimento e/ou esquentar a réuvis (sobra de móca (café)).
O fogãozinho fabricado e utilizado pelos parias é bem simplório, porém
invejável a qualquer fabricante de eletrodomésticos: uma base de Ø 8 cm por
(X) 8 cm de altura, feito com retalhos de pano enrolados e coberta nas laterais
com alumínio das blindadas (marmitex), de onde elevam-se três pés, também
fabricados com tal alumínio, é o “Continental”.
O fogo utilizado em tal invento vem claro, do petróleo. Os saquinhos
plásticos, nos quais são servidos os pães franceses (Marrocos), servem de
“gás” pra manter o fogo. Precário, portanto suficientemente tecnológico e
eficaz.
Pra se esquentar o móca, fazem o uso de uma garrafa pet (2Lts) onde,
passam creme dental no fundo e na lateral até o meio, é um método bastante
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interessante e funcional, pois o creme dental protege tal garrafa plástica para
que a mesma não derreta com o fogo que é aceso sob o fundo desta, que é
pendurada por uma corda plástica (espécie de berimbau) e suspensa a alguns
centímetros acima do fogo produzido no moderníssimo fogão.
É incrível a engenharia elétrica, um verdadeiro fabulário, pra ser mais
exato, uma cama de gato geradora de constantes choques e riscos de
incêndios.
Os barracos são dotados de 6 (seis) jégas (catre – cama) – isso no
presídio São Marcos em Vespasiano – porém é comum e fácil encontra-los
“hospedando” até mesmo 12 (doze) homens. Porquanto, as praias (área livre
das celas) são quase sempre entupidas de latrôs (colchões). Apelidaram os
colchões de latrô por intermédio de uma comparação feita ao crime de
latrocínio. Tal latrô tornar-se-á um dos mais importantes utensílios do famoso
“Kit Marchador”, visto que, os praticantes de tais crimes, terão que marchar
uma longa temporada encarcerados. Claro que isto depende muito da
necedade jurídica.
Fica-se impossível circular dentro dos barracos, além claro, de
esquentar bastante o ambiente, distorcer a visão, transforma-os em
verdadeiros ninhos de guaxe.
As corres de concreto que se aquarelam por todos os lados do barraco,
contrastam com o bordô das grades.
A fumaça gerada pelos constantes boros (mistura de fumo Sabiá e fumo
Trevo) e cigarros, nublam tanto o ambiente que fica complicado enxergar a
ponta do próprio nariz. Ave Souza Cruz. Igualmente o crack na bolsa de
valores dos Estados Unidos em 29 (1929), "a guerra entre elementos químicos
e a máquina humana se inicia como escafandristas em corpos vívidos". Eis a
globalização! Ou câncer pulmonar? Sei lá.
Dentro deste ambiente cadafalsário, os monstros fabulosos se
entrelaçam como num cesto de vime, a ignorância crassa expressada em
olhares e atitudes, bem como por meio de “sufocantes” sons, causam um certo
abuso de credulidade.
O adstringido espaço tosco de 16 m2 -como dito- é uma representação
fidelíssima de “O inferno de Dante”. Pra ser mais exato, o “Purgatório”.
29
A descomplacência intelectual descentraliza qualquer linha de raciocínio
que se possa imaginar. A verbosidade pleonástica fere os tímpanos e mostra
um Brasil tristemente estúpido e multívago.
São tantas as altercações que fica extremamente difícil de transparecer
e/ou entender os motivos de tais discussões. Trocam-se socos e pontapés a
três por quatro e nem se despenteiam.
Por motivos quase sempre torpes, se machucam (agridem) os corpos e
os egos. Até mesmo um mísero docinho de R$ 0.25 é motivo pra se exaurir o
sangue de outros parias. Uma simplória tosse durante a alimentação
(almoço/jantar) serve de pontapé inicial pra um covarde espancamento.
Pra se usar o boi brabo (latrina), é obrigatório logo após, tomar um chuá
(banho). Eis o cárcere e seus preceitos, regras quase sempre “marginais
militaristas”.
12
“Fazendo a sua cabeça”
Planet Hemp
30
A força sempre foi e infelizmente será atributo de conquistas, vivências e
utilizada até mesmo para oferecer em holocausto por meio de cerimônias
próprias.
Sangravam animais até a morte, depois os queimavam para satisfazer o
ego de supostos deuses. Os deuses se divertiam e se sentiam alcandorados
escarniando violências.
Há homens que se ajoelham perante uma cena aterrorizadora pra
chegarem à presença de Deus. Uma imagem tão forte e desesperadora de um
“filho de Deus” pregado em uma estaca de tortura, com uma coroa de
espinhos, agonizando parábolas paradoxais em teu martírio. E é considerado
lindo!. De tão macabra, tornar-se-á agressiva, violentamente aviltante
(desagradável) e apologética.
Adoram seu Deus sob uma efígie do terror que “profetiza uma época
de iluminação” existente em praticamente todas as crenças e tradições
filosóficas do mundo:
31
A todo instante o Astro Rei tornar-se-á mais próximo do planeta terra. A
distância do mesmo com relação a terra, que é de aproximadamente 1,495 x
10¹¹m, sentidamente pela pele dos gradativamente. A incomensurável abertura
na camada de ozônio, cuja qual tende a aumentar a cada amanhecer,
“violenta” a matéria humana, causando câncer de pele dentre outros. Porém, a
magnífica estrutura humanitária absorve dos raios solares essenciais energias
para sua sobrevivência.
Dentro dos limites carcerários criam-se rituais de absorção de tais
energias. Duas vezes por semana, com um tempo de aproximadamente uma
hora e meia, todos os párias gozam do banho de sol, conforme transcrito no
Decreto Nº 6.049 de Fevereiro de 2007 – Anexo: regulamento penitenciário
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federal. Título VI – Do regime Disciplinar Ordinário – Cap. I Das Recompensas
e Regalias, dos Direitos e dos Deveres dos Presos – Seção II Dos Direitos dos
Presos: Art. 37 – Inciso VI: exercícios das atividades profissionais, intelectuais,
artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da
pena.
Tais banhos amenizam o complexo psicológico nervoso pois, como o
Brasil é o país do futebol, uma boa pelada és tranquilizadora. Nem sempre,
claro. Mormente por se tratar de presos.
Alguns párias gozam deste essencial horário para resolver divergências
e até mesmo lavar tuas honras com sangue dos “adversários”. As gangues
utilizam deste tempo para fechar - formar - grupos ou gangues – contra um
determinado paria e consequentemente, oprimi-lo. Atitudes covardes e
atenuadoras.
Quando se explodem tais agressões físicas, as pobre-geradas brigas, as
mesmas só são contidas com a intervenção dos agentes penitenciários que
fazem com que suas escopetas calibre 12 cuspam de forma estrondeantes
projéteis de efeito moral a se espalharem no ar em direção do pequeno pátio e
consequentemente do tumulto. Tais projéteis são de silicone (borracha)
portanto, quando da explosão, espalha-se inúmeras bolinhas de silicone que
dependendo da distância, perfura facilmente a pele. Um grande perigo para os
olhos.
É neste banho de sol que a maioria dos párias (presos) aproveitam para
pelo menos tentar se identificar com inúmeros cortes de cabelo. Cortes estes
quase sempre marginais. Trocam-se informações como num recreio escolar.
Os parias causadores de tal bulício são responsabilizados e podem
responder perante juízo por tal falta grave (gravíssima). Dependendo do grau
da mesma, responder até por tentativa de homicídio.
Há uma conversa que se agita pelos corredores do cárcere que diz que
quando se é enquadrado em um crime dentro dos limites carcerários, este é
pago de ponta, ou seja, se cumpre a pena total na tranca – regime fechado.
Como diz o Excelentíssimo Senhor Aurélio Buarque de Holanda Ferreira:
“geral”: Brás. Pop. 1. Inspecionar, revisar, revistar. 2. Arrumar, limpar,
organizar.
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Toda semana todos os barracos passam por uma geral, também
chamada de liquidificador. O intuito da mesma é exatamente como descrito no
dicionário. O departamento de segurança está em constante tensão, pois é
absurdamente existente o tráfego do tráfico estupefaciente dentro dos
presídios. O livre comércio dos alucinógenos funciona a todo vapor,
demonstrando assim o “belíssimo e funcional” sistema de segurança. Há
também a constante procura por chuchos (espécie de faca artesanal), que
contribui bastante para o grande reboliço causado pelas bagunçadas “geral”.
Quando da mesma, todos os presos são obrigados a sentarem-se no
chão da cela (praia), de costas para a capa (porta), de um em um os parias
passam pelo humilhante ritual chamado de procedimento: despem-se
totalmente diante dos agentes de segurança com as mãos na nuca; abaixa-se
de cócoras três vezes de frente, três de costas, mostra-se a sola dos pés,
debaixo dos braços, abre-se a boca: língua pra cima, língua pra baixo e para
finalizar, abre-se as pernas e levanta o saco escrotal. Vestem-se apenas a
bermuda e dirigem-se para o pátio onde, são obrigados a ficarem sentados
enfileirados sob a mira de uma ou mais escopetas calibre 12.
Quando os parias voltam para suas celas, as encontram literalmente
“sacudidas”, parecendo que passou por ali um tsunami. Uma zona geral.
Acredita-se que tal procedimento enraíza de forma tanto peculiar como
no geral para a afloração dos nervos à flor da pele. Porém tal procedimento é
necessário por se tratar de uma porcentagem quase que total de jovens
delinquentes que se julgam espertos, mas que não passam de estúpidos,
néscios, ignóbeis e estupefacientes. Há! Claro, incorrecionáveis.
Assim como o da liberdade, o dia da visita é esperado de forma aflito e
emotiva. Além do contato pessoal com o mundo exterior, torna-se menos árduo
os sentimentos e nervos ostracisdos. Apesar de sentidamente, um momento de
glória, para se completar tal momento de fusão familiar. Antes é preciso que os
adoráveis visitantes passem por um procedimento extremamente humilhante
de revista, não só das vacilações - tudo que é trazido pelos visitantes - como
também das roupas e corpos, principalmente partes íntimas. Atitudes como já
dito, extremamente aviltantes, porquanto necessárias visto que tais familiares –
claro, uma ínfima e pequena minoria – utiliza dos seus corpos como ponte para
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a transposição (entrada) de ilegais entorpecentes nas carceragens.
Consequentemente fomentando o tráfego do tráfico.
É deste tempo junto com seus familiares que os parias utilizam para
tratarem de todos os assuntos possíveis: familiares, sentimentais,
“profissionais”, jurídicos, econômicos e até mesmo sobre as pobre-diabas
guerras entre gangues.
Durante este curto tempo com seus ente queridos – este tempo varia de
presídio para presídio, conforme os preceitos administrativos dos mesmos –
pode-se observar uma cena psicossocialmente triste, que é a presença de
inúmeras crianças neste ambiente cadafalsário e patibulante. Definitivamente
crianças e colônias prisionais são duas pontas excepcionalmente extremas.
A tristeza estampada nos rostos e exalada pelos poros, tanto dos parias
quanto de seus familiares, torna o lugar – seja no pátio ou numa pequena sala
de aula, já que existe uma separação dos presos do convívio com os do seguro
– num tom a cada instante mais gris e supliciante.
A falta de estrutura, já que o Departamento Penitenciário Nacional é
insuficientemente correcional e entenebrecedor, dolosamente faz com que tais
acontecimentos “magistrais” torna-se de alegrias tristes em momentos mais
aflitivos e mediocremente sofridos. Espalham-se as mantas (cobertores) no
chão numa espécie de piquenique torturante. Incomodo físico em alto grau. Na
maioria das vezes não é feita se quer a limpeza do local e os presos,
principalmente do seguro, têm que torcer para que nem todos tenham visitas,
pois o tosco espaço não suportaria a presença de todos. Isto em determinados
presídios e suas insuficiências estruturais preceituais.
Com tudo isto, é como se existisse uma força que se alimenta dos bons
sentimentos e lembranças deixando assim, somente o que de pior há dentro de
cada ser humano, subvertendo os cadafalsários subversivos. Não se conhece
uma conotação pejorativa. Figuradamente linguajando.
Os afrescos carcerários refletem um terror acéfalo e transmitem novas
drogas de aluguel. Neste vídeo coagido. Claro!
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Na Melancolia I” de 1514, Albrecht Dürer retrata exatamente nossa busca
pelo viscoso “Abramelin” de Aleister Crowley.
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Capítulo IV
CONSUMISMO ESTUPEFACIENTE
“Narco-deputados”
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Toma vergonha na cara canalha
Não quer saber de trabalhar
Ser dedo duro não serve pra ti
Ainda tem que fumar e cheirar
Muitos iguais a você já se foram
Você está no gatilho
Seu preço é baixo e não tem recompensa
E sim muitos motivos
Se eu fosse tu, ia pra outro País
A sua cova já está cavada você está por um tris
“Cavalo do cão”
Johnny Byrne
Banda Repúblika
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O Grande pandemônio causador da superlotação das penitenciárias
brasileiras nada mais é que a estupefaciência das drogas.
Esse combustível explosivo dilacera e energeticamente alimenta a
criminacionalidade pejorativa nacional. Pra ser mais exato, o câncer da
humanidade. Um problema de saúde pública que parece invisível aos olhos
governamentais.
O grande poderio do capitalismo ficciona a humanidade desde seu
rebento. A necessidade de aferir lucro ou simplesmente sobrevivência,
manipula os racionais planetários e causam-lhes intermináveis dependências
socioeconômicas em busca de títulos nobiliárquicos. Transformam o livre
comércio de alucinógenos numa feira dos diabos.
Noventa por cento (90%) dos presos, diretamente ou indiretamente têm
um envolvimento amoroso e/ou marginalizado com substâncias entorpecentes;
alucinógenas, excitantes e etc., dissipando famílias, amizades,
profissionalismo, autoestima e enclausurando-os em patíbulos – como já dito -
incorrecionais.
O fabulário estupefaciente normalmente começa na adolescência, pois
se o louco persistir em sua loucura, tornar-se-á sábio. Ave Iluminismo!
O mundo estupefaciente ilusório é extremamente o oposto da realidade.
Quando se está sob o poder das drogas tudo perde o sentido, as vontades e
desejos da vida perdem-se seus valores. Talvez a legalização sejas uma
solução de controle. Porém deve-se trabalhar a intelectualidade e educação de
um povo ignorante e deficiente mentalmente.
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Capítulo V
DIALETO PRISIONAL
(Memórias de um presidiário)
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Deus me deu mãos de veludo
13
“Partido Alto”
Chico Buarque
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dizer é tão espaçosa que bastam quatro corpos para que não suporte, não
deixando assim, espaço para que o ar circule, asfixiando os sobreviventes.
Nas pastagens do mundo, nas serras do interior, nas estribarias de
Minas, encontramos bois. No barraco não é diferente. Os usamos para lavar a
ramôna que dos corpos emana pelos poros. Eis o boi lavabo. Ou melhor, boi
brabo.
Caminhamos com os táxis pela praia hostil. Às vezes,
congestionamentos marginais engolem a locomoção de corpos, causando
assim, uma resenha dentre outras.
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Jatos vão vêm, carregados de venenos, mascantes, salves e até mesmo com
doces pra amenizar o amargo da situação. O pátio se torna uma gigante teia de
aranha. È incrível o trilhar dos jatos no desligar do sol.
Mais uma pausa para o móca, outro paisano. Meus ouvidos não
suportam mais o creck das algemas vibrando em punhos. Punhos estes já
cansados de engravatar lhes.
Cansado de tanto ver o nada, repouso-me na jéga, subterfugiando-me
em imagens da suspensa babilônia, enfeitando a íris de minh’alma. Inventando
os pérfidos sentidos ou diletos desejos? Porfiei-me. Como espécie de incenso,
a tereza ludibria o odor carnal que é regogitado nas imundícies do boi brabo.
Um chuá e a praiana o corpo a secar. Eis a ventana, como dizia o
grande compositor: “cabelo ao vento, gente jovem reunida. Na parede da
memória esta lembrança é o quadro que dói mais”. Ao lado da capa brilha
solitária a ventana, por onde observamos o nada, ou o quase nada.
O quebra-gêlo define as unhas. Seguimos ao léu, com o sol a nos
observar. Sol este que brilha todas as noites, como se estivéssemos
mergulhados na constelação de láctea. Como Dalila, a borboleta retira nossas
forças e dá forma a armaduras tão hippies quanto presas. Tratores a
desfacelar a cara. Como num toque de mágica, aura redobra, outro rosto a se
formar. Quem é este? Não mais sei. Aranhas tecem as ganchas, blusas e
mantas, só não costuram a boca de quem nada tem a dizer, mas insistem em
engolir palavras e expelir imundícies e canhetrísses.
Outra pausa para o móca, agora acompanhado por um marroco. Não
aguento mais queijos, minha boca amarga, meus olhos se fecham, meu corpo
se torna mais pesado que um mamute. É hora de retornar ao catre e torcer por
imagens paradisíacas pra abrandar os nervos. Um outro sol brilha pela manhã.
É hora da matemática prisional, ás 7:00 horas sobrenomes voam por entre
grades e orações, fazendo assim, um silêncio de que morreu.
Despeço-me dos companheiros, pois o bonde com seus giroflex, tornam
as ruas da velha cidade num belíssimo e hipnotizador postal reluzente. Eis a
cidade luz, fantástica Paris. Iluminado seja o Louvre com seus Da Vinci a
enriquecer a ótica plástica de seu surpreendente mestre. Ave Da Vinci...
Outro lugar. Igual lugar. É realmente fantástico o dialeto prisional,
comunicamos por sinais, quase que surdos e mudos. Não enxergamos nada.
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Apenas registramos. Criamos preceitos, quebramos regras, alimentamos
desejos, usurpamos mentes, deliberamos a Ode. Eis a fantástica poesia
carcerária... repleta de preceitos, sem medo do nada!
Driblamos a psicologia, desafiamos a psiquiatria. Somos magos, Alester
Crowley, sim. Andamos quilômetros sem sair dos 16 m². Organizamos a
entropia. A despigmentação da pele é quase que total. São quase todos pretos,
ou quase brancos, quase pretos de tão pobres. E pobres são como podres e
todos sabem como se tratam pretos e pobres, ou quase presos... presos.
Analisaremos inteligentemente e lucidamente os efeitos da
complacência noética face à cruzada do paliativo Conselho de Ética Prisional.
Ignominioso.
Ave grades!
Amin!
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Marcelo Yuca
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“O que será (À flor da pele)”
Chico Buarque
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Um Poema inusitado
Um Poema Inusitado
Johnny Byrne
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Quando estamos enfrentando grandes infortúnios e distúrbios em nossa
trajetória terrena, nosso íntimo sofre profundas transformações: o ódio
impera sobre o amor, o ceticismo vence a fé e a alegria sucumbe frente a
tristeza. Nos resta, assim, apenas a mínima parte da razão, cabendo a ela
buscar no inconsciente todo o sentimento incontido.
Tim Duque
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Vocábulos
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Vasilhame: copo plástico
Veneno: suco plástico
Ventana: espécie de janela
OUTROS VOCÁBULOS
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Capítulo VI
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È extremamente complicado a forma de coagir que certos híbridos
sentem-se talvez menosprezados e aviltantes junto ás prerrogativas sociais.
Fazer o quê?...
Zé Geraldo
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BIOGRAFIA
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