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Curso

de Roteiro para HQs & Cinema


Felipe Cagno

- Ideias, ideias, ideias...

Todo ser humano tem ideias para alguma história. Por natureza, todos somos
contadores de histórias, por mais simples que elas sejam, podem ser apenas relatar
o dia de trabalho para a esposa ou um amigo. Contamos histórias todos os dias,
consumimos histórias todos os dias e por isso que o ato de escrever é algo banal e
comum.

Mas contar uma boa história com o potencial de entreter e envolver um público é
diferente, é preciso mais, é preciso prática, é preciso estudo, e acima de tudo é
preciso uma BOA IDEIA.

Um conceito que quando você rapidamente compartilha com alguém em uma curta
frase, a pessoa já te olha com curiosidade e aquela sede de “E aí?”

Não saia desenvolvendo qualquer ideia, seja criterioso, perca um bom tempo nessa
fase pois já existem muitos escritores e roteiristas que perderam meses ou até anos
desenvolvendo e tentando produzir uma ideia sem potencial, uma ideia fraca.

Escreva dez ideias em um pedaço de papel, elas provavelmente irão remeter a
quadrinhos e filmes consumidos em anos até aqui, ou seja, clichês. Jogue essas dez
ideias no lixo e apenas à partir da 11a comece a considerar alguma a ser
desenvolvida, escreva mais dez ideias e escolha a que ache melhor.

Compartilhe com pessoas de confiança e verifique o que acham. Todos nós
consumimos histórias no dia a dia e todos temos um gosto e noção do que é uma boa
ideia. Não é preciso um profissional para lhe dar feedback, faça o teste.

- Você teve uma boa ideia, e agora?

Toda história começa com uma ideia singular, um conceito ou até apenas uma
imagem. É importante enxergar esse começo como a faísca, é só o tiro que anuncia a
corrida que está para acontecer.

Essa ideia irá mudar, se desenvolver, e até ficar para trás. O mais importante é
nunca se prender a conceitos, personagens, cenas, etc, tudo é descartável em prol de
uma boa e estruturada história.

Nenhum escritor senta na frente de um computador e sai batendo as teclas a esmo,
sem uma direção planejada, isso seria como navegar um oceano de possibilidades
sem saber para onde ir ou pior, sem saber para onde querer ir.

Se você não sabe nem onde quer chegar, como esperar encontrar o caminho até seu
destino final?

É preciso um mapa, um guia para navegar as águas da criatividade e fazer o melhor
uso dela de forma objetiva. E antes de mais nada, é preciso saber o destino final, o
ponto de chegada, “é lá que eu quero chegar”, você teve uma boa ideia, e agora
invista tempo pensando no final, escreva dez possibilidades, jogue tudo fora e aí
escreva mais dez, à partir daí é que se começa a ficar interessante.

Saiba como resolver a sua ideia, você tem um começo e um final, dois pontos em um
mapa que podem ser conectados de qualquer forma, uma linha reta, curva, cheia de
ziguezagues...

Mesmo com os pontos marcados no mapa, ainda dá para se perder.

- A Estrutura de Três Atos

99% dos filmes, livros e quadrinhos seguem uma estrutura clássica de três atos que
podem ser resumidas em “Setup, Confronto, Resolução”, ou mais comumente
falando “Começo, Meio, Fim”.

Ou como diria um antigo professor meu de roteiro, o chapéu de bruxa:



A estrutura acima é o porto seguro dos escritores e roteiristas. Ela SEMPRE
funciona, em especial se usada com criatividade. É possível jogá-la pela janela?

Sim, é possível, mas antes de descartar o básico, conheça-o a fundo, domine a
estrutura clássica, pratique, use e abuse, para depois criar algo inédito que sirva
melhor a sua história.

Todas as decisões de um roteirista precisam ser tomadas a favor da história. Se ela
exige uma estrutura diferenciada, vá adiante, agora, se a intenção do escritor é
alterar a estrutura para ser diferente, criar um estilo, repense sua decisão.

Entendendo a Estrutura de Três Atos

São três atos, cada um com sua função dramática, e com três pontos críticos entre
eles, e como se pode ver acima, o 2o Ato normalmente é o maior, isso porque é a
“recheio” do sanduiche, é onde se concentra a maior parte da ação.

Toda boa história começa com um primeiro ato sólido, bem pensado e trabalhado, é
a fundação do roteiro. Se algum elemento não está funcionando no finalzinho do
texto, pode ter certeza que o problema está lá atrás no primeiro ato. É difícil
consertar o final de um filme se o primeiro ato é falho.

Saber trabalhar bem a apresentação dos personagens principais, do tema que
permeia a trama, do mundo que abriga a história e principalmente do objetivo que o
protagonista irá perseguir é uma das funções, senão a função, mais importante de
um escritor de entretenimento.

Ato I:

- Apresentação do Personagem Principal, o mundo à sua volta e sua maior
paixão, seu motivo de viver, o centro do seu mundo
- Uma falha do personagem que esteja diretamente relacionada à sua paixão
- O antagonista da trama (seja um personagem, um grupo, ou simplesmente
algo adverso dentro do mundo do protagonista)
- Incidente Incitante, o ponto de virada para o 2o Ato

Incidente Incitante, ou Disparo Dramático, é o catalizador da história, o gatilho. Algo
que acontece e que vira a vida de seu protagonista de cabeça para baixo, afetando
seus valores, seu mundo e/ou seus relacionamentos.

Cria uma pergunta na cabeça do público que só será respondida no Clímax e um
problema para o protagonista que ele só resolverá no último ato, no final do texto e
que trará consequências, boas ou más, que completem seu arco.

Ato II:

- A jornada do Protagonista
- O principal conflito derivado do Incidente Incitante é escalado, vai crescendo
exponencialmente, mais e mais obstáculos vão surgindo
- Um twist que dá uma guinada completa na trama, pode ser um lampejo de
resolução, pode ser uma falsa vitória ou uma falsa derrota
- Último ponto de virada, a total desconstrução do protagonista

O segundo ato é onde se concentra a maior parte da ação de um roteiro, onde uma
série de obstáculos vão se acumulando e impedindo o protagonista de responder a
pergunta colocada ao público e de completar seu arco.

Quanto maior a montanha de problemas que o protagonista terá que escalar para
resolver o que foi proposto pelo Incidente Incitante, melhor. Um bom segundo ato
derrota o personagem por completo, o descontrói e atinge mais um ponto de virada,
uma verdadeira crise de identidade.

O público precisa transitar ao terceiro e último ato pensando “Ferrou! E agora? “

Ato III

- Última etapa do arco do protagonista, o seu renascimento. A experiência dele
até aqui, e que revirou seu mundo, faz dele melhor preparado para
finalmente resolver o problema dramático imposto pelo Incidente Incitante
- Clímax
- A pergunta proposta ao público lá atrás no primeiro ato tem uma resposta
- Resolução do tema principal e sub-tramas

Diante de tantos obstáculos, diante de uma situação tão negra, o personagem
principal se vê obrigado a sair de sua zona de conforto e se re-inventar, é aqui que
seu arco se completa e onde vemos que a experiência vivenciada mostra resultados,
ela foi válida.

Transitamos para o clímax, o confronto final, o maior risco e maior desafio pelo qual
o protagonista passa. O resultado direto é o final do roteiro, seja ele positivo,
otimista, seja ele um final negativo, pessimista ou até aberto.

Independente de um final aberto, é preciso responder à pergunta proposta ao
público no começo do texto e mostrar a resolução da meta derivada do Incidente
Incitante. A trama pode até ser continuada em um próximo capítulo, mas o que foi
plantado no primeiro ato, precisa ser resolvido até aqui.

Material recomendado:

Como escrever um bom começo por Michael Arndt, roteirista da Pixar:
https://www.youtube.com/watch?v=A6mSdlfpYLU




- Beat Sheet “Blake Snyder”

Agora que já estabelecemos nossos três atos e os principais pontos de virada é hora
de mastigar ainda mais a estrutura para deixa-la mais acessível e menos
intimidante.

A vantagem de ir escrevendo em blocos, preenchendo lacunas e marcando os
principais “beats” ou pontos, é que se identifica os problemas ainda no
planejamento. É mais fácil resolvê-los agora do que depois de passar semanas e
semanas em uma história e ter que recomeçar do zero.

À partir deste ponto há divergências sobre a melhor maneira de seguir adiante, na
verdade não existe apenas um jeito certo, existem diversas ferramentas e é trabalho
do roteirista identificar aquelas que funcionam melhor para ele.

Eu gosto muito do livro “Save the Cat” do roteirista Blake Snyder. Nele o autor
apresenta uma lista de beats para roteiros de cinema, mas que são facilmente
adaptados para qualquer mídia.

Snyder basicamente quebra os seus três atos em quinze beats, cada um com a sua
função específica:

1. A Primeira Impressão: Nada prende mais um leitor do que uma primeira
imagem instigante e cativante. É aqui que você dá as boas-vindas ao universo da sua
história e prende seu público.

2. Apresentando o Tema: Qual o tema da sua história? O que você está querendo
discutir? Apresentar? Seria amor? Redenção? Talvez vingança. O que quer que seja o
seu tema, é importante identifica-lo e apresenta-lo logo de cara. Mostre-o para seus
leitores, não o ilustre através de diálogo batido e recheado de clichês. A
apresentação do tema é uma das tarefas mais importantes do seu primeiro ato, se a
história é sobre amor, mostre como o seu protagonista enxerga o amor, ele pode ter
acabado de terminar um namoro e por isso está desgostoso em relação ao tema ou
ele pode ter acabado de se apaixonar e por isso sua visão é otimista.

É vital para uma boa história saber apresentar o tema, discuti-lo e puxar o
leitor/público para a discussão. Além disso, o tema está diretamente ligado não
somente ao arco dos personagens, mas também a resolução da trama no 3o Ato.

3. Set-up / Fundação: A calmaria antes da tempestade, o set-up é todo o primeiro
ato. Ele engloba a apresentação dos personagens, do tema, do catalisador, do
incidente incitante, etc. É aqui que o protagonista terá seu mundo virado do avesso.

4. Catalisador: TODA história precisa de um bom catalisador. Se o incidente
incitante é o disparo dramático, o catalisador é o carregar da arma. É o chegar do
assassino na cidade do protagonista buscando vingança, ou os droides R2D2 e C3PO
sendo encontrados por Luke Skywalker com uma mensagem da Princesa Leia. Pense
no Catalisador como um mini ponto de virada do 1o Ato.

5. Debate: Qualquer que seja o catalisador, ele terá que impactar a vida do
protagonista e causar uma reação. À partir daqui, que caminho o personagem
principal irá trilhar? Vai continuar vivendo sua vidinha ou se arriscar no misterioso?

Muitas vezes o debate sobre o curso de ação pode até ser debatido verbalmente,
mas sempre é melhor mostrar a luta interna e as consequências de cada caminho da
encruzilhada.

Luke recebeu a mensagem da Princesa Leia, o que fazer agora? Ir atrás do
misterioso Ben-Kenobi ou obedecer seu tio e continuar com a vida de fazendeiro?

6. Incidente Incitante / Disparo Dramático: Aqui não há mais volta, não há mais
debate, não há mais opções salvo uma: seguir em frente. O incidente incitante muda
tudo na vida do personagem principal e causa um enorme suspense do que virá a
seguir...

7. Sub-Trama / História “B”: Depois de estabelecer a trama principal, é preciso
preencher a narrativa com algo mais pessoal e que o público se identifique com
maior facilidade. As sub-tramas, ou histórias “B”, são mais mundanas e
relacionáveis, geralmente lidam com amizade, romances, desejos cotidianos, em
contrapartida à trama principal que pode ser desde salvar o mundo até sobreviver a
horrores sobrenaturais.

Enquanto a trama principal lida com temas mais universais, as sub-tramas servem
para humanizar seu elenco de personagens.

8. Jogos & Diversão: Com todas as peças corretamente posicionadas no tabuleiro, e
tendo o seu tabuleiro bem definido, é hora de se divertir com elas. Com o objetivo
principal claro do seu protagonista, é aqui que o roteirista pode criativamente criar
obstáculos cada vez maiores para impedir a progressão dele.

É a parte onde os vilões tomam a dianteira e colocam os personagens principais
para sofrer. E acredite, trabalhar vilões é bem mais legal.

9. Clímax / Ponto de Virada 2: Falsa Vitória ou Falsa Derrota

Mais uma guinada no rumo do seu roteiro, tudo se encaminha em uma direção, o
público já começa a achar que sabe para onde vai a história quando você o
surpreende dando um giro 180O . Segundo o Blake Snyder, aqui é um excelente
ponto para se ter uma Falsa Vitória onde o protagonista parece ter alcançado o seu
objetivo (só parece) ou uma Falsa Derrota onde o vilão parece ter enterrado de vez
qualquer esperança de vitória.

Em Star Wars, Darth Vader vence e mata Obi-Wan Kenobi (falsa derrota, que
esperança pode ter Luke e cia agora que o último Jedi está morto?). Já em Caçadores
da Arca Perdida, Indiana Jones encontra a arca, e chega até a tê-la em suas mãos
(falsa vitória, a felicidade dele dura pouco quando a arca é roubada).

Existem maneiras e maneiras de surpreender o leitor/público, e neste ponto da
história é onde essa guinada é mais necessária. Importante notar que a sua escolha
aqui (falsa vitória ou falsa derrota) irá influenciar o ponto 11 da lista, o próximo
Ponto de Virada.

10. Vilões fecham o cerco: Os planos malignos dos vilões estão cada vez mais perto
de se concretizarem. Sejam eles planos do Darth Vader ou de simplesmente um
antagonista que bate de frente com o personagem principal na busca do objetivo em
comum entre eles.

De qualquer maneira, o objetivo principal do protagonista se distancia ainda mais
dele...

11. Tudo está perdido: Falsa Vitória ou Falsa Derrota

Independente da escolha feita no item 9 acima, uma falsa vitória ou falsa derrota, é
nesta fase do roteiro que o seu protagonista será arremessado em um poço
aparentemente sem fundo e sem saída.

Se você optou por uma falsa vitória no clímax do roteiro, então aqui naturalmente
teremos uma falsa derrota, tudo estará perdido. O personagem principal estará sem
esperança alguma de alcançar seu objetivo, estará derrotado e assistindo o
antagonista, o vilão, deitando e rolando.

Novamente apelando para Caçadores da Arca Perdida, Indiana Jones é rendido e
obrigado a acompanhar os nazistas até o local onde a arca será aberta. Não há nada
mais que ele possa fazer...

Mas se a opção no clímax foi uma falsa derrota, então aqui damos ao protagonista
um gostinho de que a vitória é possível, de que a esperança é renovada em busca do
objetivo. Vemos Luke Skywalker cada vez mais perto de destruir a Estrela da Morte,
os Rebeldes conseguindo abrir espaço para ele, basta apenas acertar o tiro.

Só que a ilusão da vitória é despedaçada mudando completamente o rumo da trama,
o que antes parecia certo, agora já não é mais possível. Darth Vader destrói as naves
rebeldes e Luke tem seu sistema automático de mira desabilitado o que torna o tiro
humanamente impossível. Tudo está perdido.

O resultado aqui é sempre o mesmo, TUDO ESTÁ PERDIDO, o seu protagonista está
sem saída, não há como vencer, não há como alcançar seu objetivo. Quanto pior a
situação, melhor, pois assim a resolução será ainda mais celebrada e catártica.

12. Ataque de Pânico: Este ponto dramático pode durar apenas algumas linhas ou
algumas páginas, mas nunca será irrelevante. É aqui que criamos o suspense em
cima do público, “o que irá acontecer agora? Como o herói vai sair dessa?”

Se pularmos direto do ponto onde tudo está perdido diretamente para o 3o Ponto de
Virada (a resolução da trama), o leitor se sentirá lesado, vai achar que a solução veio
fácil demais.

Dê tempo para seus personagens sofrerem, conhecerem o desespero, coloque o seu
público sofrendo junto deles para que a heroica escalada seja ainda mais celebrada.

E mais importante ainda, que a solução venha de forma natural progredindo de algo
estabelecido antes no filme como ilustro no ponto abaixo.

13. Quebra para o 3o Ato / Ponto de Virada 3:

Como o seu personagem principal sairá do abismo? Da onde irá tirar forças? Como o
seu arco determinará a resolução da trama principal e conquistará o objetivo
principal?

Apenas algumas perguntas que obrigatoriamente têm que ser respondidas de forma
visual, instigante e acima de tudo surpreendente. Não adianta o personagem sacar
uma arma secreta ou um anjo vir dos céus, é preciso que o protagonista encontre
forças por si só, que ele use tudo que aprendeu até aqui e busque a vitória.

Se o seu 3o Ponto de Virada não está funcionando é porque algo não foi plantado
direito lá atrás. Não existem atalhos, um bom final sempre é consequência de uma
boa estrutura de roteiro.

Luke Skywalker é especial desde o 1o Ato, ele é um excelente piloto desde o começo
da trama, e a Força sempre foi presente nele. É natural que ele consiga acertar o tiro
que destrói a Estrela da Morte. E no entanto ainda somos surpreendidos com o
retorno da Millenium Falcon e um último treinamento de Obi-Wan a seu pupilo.

Embora a resolução fosse óbvia, a maneira como ela foi conduzida cativou o público.

Busque sempre soluções criativas e inéditas para finalizar a trama principal,
enquanto um começo morno pode ser revertido ao longo de um roteiro, um final
medíocre é a última coisa que o leitor tira de sua história. Acabe suas história com
convicção!

14. Final: Hora de amarrar pontas soltas, dar uma resolução aos conflitos
apresentados e terminar sua história. É o epílogo, ou as consequências da trama
principal e conquista do objetivo dramático até aqui.

Luke está convencido do poder da Força e de ser um Cavaleiro Jedi e a Aliança
Rebelde conquista uma importante vitória contra o Império e sua arma mais letal.
Ou no caso dos Caçadores da Arca Perdida, Indiana acaba com a garota mesmo que
indignado que o governo americano tenha tomado posse da Arca.

15. Última Impressão: A última página do seu quadrinho, ou o último plano antes
dos créditos de um filme. Tem que ser algo clássico que o leitor vai levar com ele,
por exemplo Indiana Jones cavalgando de encontro ao pôr-do-sol na Última Cruzada,
a imagem do infinito armazém onde a Arca está sendo “esquecida” em Caçadores da
Arca Perdida ou o elenco todo de heróis de Star Wars sendo celebrados pela incrível
vitória. Pense em algo poderoso!

Curso de Roteiro para HQs & Cinema
Felipe Cagno

- Desenvolvendo o Tema

Todo roteirista precisa de um Tema em seus textos, é algo especial que precisa estar
lá para dar liga ao roteiro como um todo, independente da mídia. Pode ser cinema,
TV ou quadrinhos, uma boa história precisa de um bom tema por trás.

Billy Mernit diz no livro “Writing the Romantic Comedy”:

“A resistência de um roteirista de mergulhar em “coisas pessoais” é absurda. É
necessário ser pessoal se alguém irá se importar com a sua história. Tema é a arena
onde sua experiência, ponto de vista e descobertas pessoais são abordadas.
Escritores experientes entendem que o que é universal vem do que é mais pessoal –
de um ponto de vista extremamente apaixonado e próprio. Assim como temos
empatia com personagens que têm vontades fortes, também enfatizamos com uma
escrita que é fortemente pessoal.”
– Tradução e adaptação por Thiago Fogaça

Tema não é saber explicar sobre o que é o seu roteiro, não é uma mensagem ou lição
de vida consequente da história e muito menos um discurso ideológico regurgitado
por algum personagem.

Tema é uma convicção pessoal que o escritor tem, um ponto de vista, um significado,
algo que você irá compartilhar com o seu público.

Duas abordagens para se definir Tema são oferecidas por Billy Mernit em seu livro,
ambas de outros autores. A primeira delas é de Stephen Minot: “Tema comenta
sobre a condição humana.”

Mesmo as histórias mais fantásticas partem da percepção humana do assunto e
mostrará algo sobre a experiência de ser humano porque é assim que nos
conectamos em um nível pessoal com o leitor. Billy diz que “Um escritor que tem
algo a dizer sobre a experiência de ser humano, está na verdade se direcionando a
toda humanidade.”

Thiago Fogaça complementa dizendo que “Histórias são metáforas para vida,
portanto não importa se elas forem as mais distantes da realidade possíveis, mesmo
assim seu foco emocional será diretamente ligado a emoções humanas. Não
conseguimos escrever histórias sobre alienígenas, peixes, robôs, nem mesmo
objetos inanimados sem partir de um ponto de vista humano. É como seres
humanos funcionam. É como histórias funcionam.”

A segunda definição é de Janet Burroway: “Tema especula sobre uma possível
verdade.” Aqui eu já acho que a definição de Tema começa a clarear, até porque
remete a uma busca, uma descoberta, é uma ação.

Voltando para o texto de Billy, ele diz que “Digamos que, após certa exploração, um
roteirista decide que um ingrediente vital para um casamento de sucesso é a
confiança. É a sua “base de argumentação”, seu guia para o desenvolvimento de
historias. Dada esta possível verdade sobre confiança, o roteirista vê como cada
personagem seu expressa esta possível verdade ou a nega. Que tal um marido infiel
que abusa da confiança de seu casamento para o manter funcionando? Um casal de
acrobatas que brigam todo dia e tem que se interceptar em pleno ar durante a
noite?”

Tema, dentro de um roteiro, na sua mais simples definição, é a busca por uma
verdade. É você, através dos personagens e da trama, responder alguma questão
universal e humana, é argumentar e correr atrás de verdades fundamentais.

No filme “De Volta Para O Futuro”, a trama é retornar ao presente após uma
acidental viagem ao passado, mas o tema diluído através dessa sinopse e dos
personagens é “Confiança se constrói com coragem?“

Tudo gira em torno disso, desde George McFly conquistar auto-confiança através da
coragem de enfrentar Biff até o Doc Brown ter a coragem de confiar em Marty e na
carta o avisando sobre seu destino.

A trama do escritor deve colocar à prova alguma verdade, deve testá-la. E como
exatamente é trabalhado o Tema em uma obra?

No livro “The Art of Dramatic Writing” de Lajos Egri, um das bíblias da dramaturgia,
ele insiste que o tema é uma declaração clara de propósito, ele exige que uma
verdade seja afirmada de modo ativo e dividida, olhe só, em três partes.

Se você quer explorar desonestidade, Egri diz, não é só dizer que sua história é
“sobre desonestidade”. Qual é o problema com a desonestidade? Por que é o jeito
errado (ou certo) de se fazer as coisas? Bem, pode-se dizer que a verdade virá a tona
mais cedo ou mais tarde quando uma pessoa é desonesta. Certo, então sua premissa
neste caso seria “desonestidade leva a exposição”.

O que está embutido nesta premissa é que um protagonista, personificando
desonestidade, é exposto no final. E cada parte desta declaração sugere uma
estrutura lógica de três atos. “Desonestidade” é seu primeiro ato (setup), “leva à” é
seu segundo ato (conflito, obstáculos e crise) e “exposição” é seu terceiro ato
(resolução).

Voilá! Tema e Estrutura, casados em quatro palavras.

Melhor ainda quando se começa a escrever uma história com o Tema Aberto, ou
seja, em forma de questão. Se ele está em aberto, significa que você pode usar cada
personagem da sua trama para personificar cada resposta possível ao tema, as
respostas vão sendo descobertas durante a escrita.

Seria como expressar o tema de Egri da seguinte forma:

“Será a desonestidade seletiva um componente necessário para um relacionamento
amoroso?” ou “O quão honesto um homem tem que ser?” ou até “Como o amor é
sustendado – através da honestidade ou desonestidade?”.

A ideia é não temer as possíveis respostas que surgirem por mais perturbadoras e
ambíguas que sejam ao final do roteiro.

- Como Tema é expressado?

É imperativo que o Tema não seja artificialmente enfiado na história e muito menos
expressado de forma banal por algum dos personagens de maneira expositiva.
Veremos como expressa-lo corretamente:

Seus personagens são personificações das questões temáticas.

Como já citei rapidamente acima, se o seu Tema é uma pergunta, cada personagem
representa uma possível resposta, melhor ainda que batam de frente, que cada
personagem represente um ponto de vista contraditório para a mesma questão
fundamental apresentada.

Tema no crescimento do personagem.

Uma resposta ao seu Tema é oferecida através do Arco de seus personagens. Como
diria o escritor de ficção Robert Penn Warren: “O assunto secreto de qualquer
história é o que aprendemos ou deixamos de aprender através do tempo.”

O que o seu personagem aprendeu ao ir atrás de uma meta, alcança-la, perde-la ou
desistir dela? De onde ele partiu emocionalmente e onde chegou?

As respostas a essas perguntas certamente lidarão com o Tema.

Tema na resolução da história.

Onde seus personagens acabam é a indicação mais clara do ponto de vista que você
escolheu defender com o seu Tema. Se cada personagem é uma possível resposta, e
se cada arco de personagem defende essa resposta, então a resolução é quem bate o
martelo de qual resposta melhor representa os desejos do escritor. É a resposta
definitiva a sua pergunta em forma de Tema.

Tema nas subtramas.

O Tema é ecoado durante a história através das subtramas, desenvolvendo os
personagens secundários e seus dilemas, apresentando então várias facetas,
respostas, prós e contras, pontos de vista e conclusões da questão temática.

Dependendo até da importância da subtrama, a sua questão temática pode mostrar
que como escritor você não encontrou uma resposta definitiva, se o tema for
complexo o suficiente para ser deixado em aberto, é através das subtramas que você
passará isso ao seu público.

Consistência Temática

É importante notar que todos os aspectos da história correspondem ao tema, tanto
os personagens quanto as tramas. Qualquer componente numa história que não
corresponde ao Tema a confunde e a desfoca, o público intuitivamente sente isso.

Finalizando com o Billy Mernit na tradução de Thiago Fogaça:

“É só perceber que, quando o segundo ato se perde, normalmente é porque o
escritor seguiu cegamente personagens sem pontos de vista claros em relação ao
Tema ou criou situações que, embora tivesse uma vontade forte de expressar, não se
relacionam ao Tema e, portanto, não pertencem a esta história em particular. Um de
seus trabalhos como escritor é testar cada arco de personagem, imagem e trama em
seu roteiro de acordo com sua questão temática. Se o mesmo Tema for expressado
em todo decorrer da história, ela terá a integridade de que precisa.”

- Como encontrar e desenvolver temas universais e interessantes

Encontrar o Tema da sua história pode ser tão complexo quanto escrever o roteiro
inteiro, afinal de contas, quando temos uma ideia, geralmente ainda não temos total
noção do que queremos contar através dela. É apenas uma boa ideia, não uma
história.

Uma das maneiras mais pontuais de encontrar o Tema a ser discutido através da
história que você quer contar, é escolher um valor, tanto positivo quanto negativo,
como por exemplo uma emoção, um adjetivo, uma peculiaridade, um pecado ou uma
visão de vida, e aí formatar perguntas em cima dele.

- Thiago Fogaça propõe o seguinte exercício para encontrar temas universais:

“Faça uma lista curta e simples dos seus três maiores medos e três maiores desejos.

Não pense muito. Não filosofe muito. Não elabore muito.

Pense em coisas como a morte, superação pessoal, família, amigos, amor, doença,
decepção, perda pessoal, catástrofe, guerra, fome, pobreza, corrupção e honra. Evite
desejos materiais ou fobias.

Outra dica é NÃO tentar ser original. Se eu já mencionei no parágrafo passado um de
seus maiores medos ou uma faceta deles não se recuse a listá-lo. São os medos e
desejos mais comuns que nos tornam humanos.

Talvez você tenha listado mais de 3 medos e desejos. Ou talvez tenha sido mais
difícil listá-los do que imaginou. Isto pode ser resolvido abrangendo mais o escopo
de um medo em particular.

Por exemplo: morte. É a sua morte que lhe aflige? A morte de amigos e entes
queridos? Uma morte dolorosa, lenta e agonizante? O que irá (ou não) acontecer
após a morte? O que você deixou de fazer em vida? A qualidade do legado que
deixou para trás? Apenas um tipo de medo nos dá muitas perguntas a serem
exploradas.

Outro jeito de achar mais medos e desejos ou explorá-los melhor é perceber que um
é o espelho do outro. Se você quer prover maior segurança e felicidade para a sua
família, o contraponto seria que você provavelmente tem muito medo de perdê-los
ou desapontá-los.

Conseguiu finalmente preencher sua lista?

Aconselho ler o trecho a seguir apenas se já pensou ou listou seus maiores medos e
desejos:

Examine bem sua lista. Estão aí as seis maiores razões pelas quais você mais se
apaixonou por filmes ou certos tipos de histórias em sua vida. Estão aí também os
temas recorrentes em toda história que você já criou ou ainda irá criar.

Um bom filme é aquele que brinca com um medo e/ou desejo de uma maneira muito
poderosa e universal. No entanto, sentimos que aquele filme está sendo direcionado
especificamente para nós, de uma maneira extremamente pessoal. Pois quanto mais
pessoal seus medos e desejos são, mais eles ressoam universalmente.”
Curso de Roteiro para HQs & Cinema
Felipe Cagno

- Criando & Desenvolvendo Personagens

A melhor maneira de enxergar seus personagens é vê-los como ferramentas, é
preciso que cada um tenha uma função específica dentro do tema e estrutura
delineados até aqui.

Mesmo os livros, filmes e quadrinhos que são “character driven”, ou seja, são
aqueles que os personagens são destaques e aparentemente a base da história, nada
mais são que personagens bem desenvolvidos, mas ainda assim servindo um
propósito maior dentro da trama.

“Jurassic Park” não é um filme que pode ser etiquetado “character driven”, mas
certamente sua principal força está no desenvolvimento de todos os personagens,
inclusive os dinossauros.

Toda e qualquer história se beneficia de personagens bem desenvolvidos, é a alma e
o coração de um bom roteiro, é onde podemos nos espelhar, nos apaixonar e nos
envolver.

Enquanto desenvolver um tema e fechar a estrutura de uma história são exercícios
quase mecânicos e quantitativos, desenvolver personagens é um esforço lírico,
qualitativo, não se deve medir quanto tempo passar com eles. Desenvolver
personagens é na verdade descobrir eles dentro do mundo que você criou.

Personagens são pessoas reais, elas vivem nos detalhes e nas nuances contraditórias
dentro de si mesmo. É o odiar o calor, mas passar mal com o ar-condicionado, é ser
um homem de família discreto e gostar de sadomasoquismo, é amar os filhos, mas
não conseguir se relacionar com eles.

Todo personagem precisa ter valores positivos e valores negativos, afinal de contas,
ninguém é perfeito, e se seus personagens são reflexos de seres humanos reais,
também não podem ser.

Além de terem qualidades e defeitos, é preciso ter duas características principais
diretamente relacionadas ao tema proposto, uma positiva e outra negativa. Essas
características chave irão determinar os extremos do Arco de Personagem.

Arco de Personagem

Se todo roteiro se propõe a discutir um Tema, é através dele que iremos enxergar as
principais características, tanto positivas quanto negativas, dos personagens.
O que o personagem quer no começo da história é um desejo consciente, porém não
é o que ele precisa, um desejo inconsciente.

No primeiro ato, quando somos apresentados aos personagens, vemos eles fazendo
o que mais gostam, aquilo que lhes dá mais prazer. Seja seu emprego, seu hobby, sua
família, sua razão de viver, é algo palpável, uma atividade, alguém.

Essa “maior prazer” será arrancado dele e o irá impulsionar em toda a história. Além
de determinar o que é que o personagem mais ama na história, é também preciso
pensar no seu maior defeito como pessoa.

O maior defeito de um personagem será sempre uma característica que vai
distancia-lo do desejo consciente o tornando cada vez mais inalcançável. É aí que a
busca por uma meta vai revelar não só o desejo inconsciente, mas também como
vencer o próprio defeito.

Ao aprender o que realmente precisa e alcançar o objetivo inconsciente, o
personagem estará completando o seu Arco. A experiência foi válida, ele se
transformou através dela, foi catártico.

O Arco de Personagem é então a transformação de características negativas,
relacionadas ao tema, em ferramentas para se tornar alguém mais completo. É o
nosso dia a dia, é o amadurecimento ilustrado.

O segredo então de bons personagens não é focar em suas qualidades, mas sim, nos
defeitos e como eles serão superados. Qual é a maior falha do seu personagem
principal? E dos personagens à sua volta?

A Falha como criadora de conflitos

A falha dos personagens não serve apenas para criar conflitos internos a serem
superados, elas também estão lá para causar conflitos dentro da trama.

Parafraseando o roteirista Thiago Fogaça:

“Conflito = objetivo + obstáculo.”

Quando duas pessoas discutem, o objetivo de cada uma delas é provar que está
certa, e o obstáculo é o ponto de vista do outro.

Se uma boa história é um personagem principal em busca de um objetivo, logo, os
obstáculos em seu caminho estão diretamente relacionados às tentativas frustradas
do mesmo em alcançá-lo.

Ou seja, quanto mais o protagonista age em prol do objetivo, mais cria obstáculos
para si mesmo. São as suas escolhas que carregam a trama, as suas falhas que ditam
os conflitos.

“Uma vez que o escritor tem essa epifania de que o personagem é a causa de seus
próprios problemas, um peso enorme é tirado de seus ombros. O roteirista amador
resolve criar mais obstáculos e situações, infestando seu segundo ato de sequencias
de ação ou personagens secundários e terciários. Só que não percebe que a própria
falha de personagem e sua personalidade são suficientes para colocá-lo em mais
apuros.” – Thiago Fogaça

É exatamente por isso que o segundo ato é sempre tão aberto, porque é a etapa da
história mais dependente do personagem principal e suas escolhas.

Enquanto o primeiro ato serve para estabelecer o mundo de sua história e o elenco
que o habita, seus desejos e falhas, o segundo ato está lá para ser um playground
onde todas as escolhas do protagonista irão bagunçar a tudo e todos.

Thiago ainda completa:

“Se você nunca esquecer que o seu personagem irá sempre fazer o MÍNIMO de
esforço necessário para o MÁXIMO resultado e que suas decisões serão sempre
baseadas em sua PERSONALIDADE e sua maior FALHA, então será fácil identificar
de onde os problemas e obstáculos podem surgir.”

Elenco de Personagens

É preciso ter total ciência de todos os personagens dentro da trama, é preciso que
cada um cumpra uma função diferenciada. Se dois personagens estão lá para exercer
a mesma função, mescle-os e elimine um deles. Seja frio, seja direto, isso irá se pagar
no escopo geral de uma boa história.

Quanto mais enxuto for o elenco de personagens, mais tempo cada um deles terá
para se desenvolver diante dos olhos do seu público. Assim como na vida real, é
preciso de tempo para conhecer as pessoas, realmente conhecer todas as camadas
que nos fazem tão complexos.

Com uma boa história é o mesmo pensamento. Imagine seus filmes favoritos,
aqueles com os personagens mais marcantes, qual era o tamanho do elenco em cada
um deles?

Arrisco a dizer que não mais que meia dúzia de personagens...

Por que o megassucesso de crítica e público “Os Vingadores” fez tanto sucesso com
um elenco tão grande?

Porque os personagens eram velhos conhecidos, cada um deles teve seu devido
tempo de projeção em outros filmes para se desenvolverem. E mesmo assim, com
um elenco tão inflado, ainda tivemos a oportunidade de conhecer ainda mais
nuances de cada um deles.

- Fichas de Personagens

Além de suas funções dramáticas, falhas e razão de viver, é preciso também detalhar
seus personagens com o maior número de informações, mesmo que elas nunca
venham a existir dentro do roteiro.

Quando contamos uma história, estamos retratando apenas um momento na vida
daqueles personagens, mas e o que veio antes?

Onde nasceram? Como é o relacionamento com os pais? Os maiores medos e
sonhos?

Tudo isso serve para criar camadas e evitar personagens clichês ou estereótipos,
além de municiar o roteirista com os mais diversos assuntos a serem discutidos na
história ou que possam nos abrir os olhos sobre uma nova faceta do tema.

Conhecer seus personagens é enxergar aquela história e aquele mundo através de
seus olhos, é saber como eles reagiriam diante dos obstáculos criados por eles
mesmo, e principalmente, é dar uma identidade que cative o público.

Uma ficha de personagem pode ser em formato de perguntas ou texto corrido,
redações que ajudam a descascar os personagens para usufruir ao máximo deles.

Pontos como função dramática, pontos de vista dos mais polêmicos assuntos (no
que os personagens acreditam e como enxergam o mundo), o que eles buscam
dramaticamente e porquê, suas atitudes, comportamento, histórias, arcos e como
eles mudam durante a história. Basicamente um enorme resumo de quem é cada
personagem e como ele é utilizado dentro da história a ser contada.

Primeiramente preencho a seguinte ficha para depois desenvolver um texto corrido
em cima dela completando com qualquer detalhe que me venha à cabeça no
momento, desde uma música favorita, até alguma crença ou algo tão simples quanto
a comida favorita. O ideal ao escrever o texto corrido é se deixar levar e escrever o
que vier à cabeça, por mais banal que seja.










NOME DO PERSONAGEM

1) Quem é e de que mundo vem esse personagem, qual é sua back-story? E o


“Fantasma” na sua vida, seus traumas? Qual é a Causalidade da Vida dele?
Aquele momento no passado que justifique suas ações até hoje?

2) Qual é o valor, o ponto de vista, do Personagem em relação ao Tema? Qual a


sua falha dentro do tema proposto?

3) Quais qualidades que causam Empatia?

4) O que o personagem quer?

5) Porque o personagem quer? Qual a motivação, que ligada à obsessão criada


pelo “Fantasma”, empurra o personagem durante a exploração do Tema?

6) E o que ele precisa? Como esses desejos podem criar conflitos com os outros
personagens?

7) E se ele não conseguir o que quer/precisa? Quais são os riscos? E as


recompensas?

8) Qual é o Arco do Personagem?

9) Qual seu ponto de vista em relação à vida? Seus credos, convicções, ideais, e
novamente, como isso pode criar conflito dentro da história com o restante
do elenco?

10) Qual seu comportamento? Como ele fala, se veste, age socialmente?

11) Qual sua função dramática dentro da história?

12) Lembre-se sempre de “Show, don’t tell”, ou seja, sempre que trabalhar
exposição de informação, back-story, etc, faça-o com imagens e não através
de diálogos!

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