Você está na página 1de 13

Os fluxos migratórios nacionais e internacionais

Tipos de migrações

A mobilidade da população refere-se à deslocação humana entre áreas geográficas


(cidades, países, regiões, continentes). Desde sempre que o Homem se movimenta
no espaço procurando condições favoráveis à sua sobrevivência. Se inicialmente esta
busca dependia, principalmente, de fatores naturais, atualmente as deslocações de
população são essencialmente motivadas pelas desigualdades socioeconómicas entre
as regiões de partida e as regiões de chegada.
A população pode deslocar-se por razões turísticas, de estudo, de negócios ou
mesmo para trabalhar, como, por exemplo, a deslocação diária entre a residência e
o local de trabalho. Todavia, quando esta deslocação é de carácter temporário ou
definitivo/permanente, resultando numa mudança de residência, estas deslocações
são denominadas migrações (muitas vezes estas deslocações implicam ainda a
adoção de um novo estilo de vida, como por exemplo, a adoção de uma nova língua
ou moeda).

A Organização das Nações Unidas (ONU) estimou que o número de migrantes


representava em 2010 cerca de 214 milhões de pessoas, correspondendo a cerca de
3,1% da população mundial (Figura 1). Este valor continuou a aumentar e, em 2019, o
número de migrantes internacionais alcançou 272 milhões de pessoas, um aumento
de mais de 50 milhões desde 2010. Atualmente, os migrantes somam 3,5% da
população global.

Figura 1: Evolução do número de migrantes desde 1960 a 2010.


Tipos de migrações:

As migrações adotam diferentes classificações de acordo com os espaços que


envolvem, a duração dos movimentos, a vontade dos migrantes e a sua relação com
a lei (Figura 2).

Figura 2: Tipos de migrações.

Quando ao espaço

- Externas

As pessoas deslocam-se para fora do país de origem, apresentando duas formas:


a emigração e a imigração. Se este movimento se efetuar entre países/regiões dentro
do mesmo continente estamos perante uma migração intracontinental (intra =
dentro); se o movimento se efetuar entre países/regiões de continentes diferentes
estamos perante uma migração intercontinental (inter = entre) (Figura 3).

Figura 3: Exemplos de migrações intracontinenteias e intercontinentais.

- Internas

As pessoas deslocam-se de uma região para outra mas dentro do mesmo país. Neste
tipo de migrações são muito distintas as situações dos Países Desenvolvidos (PD) e
dos Países Em Desenvolvimento (PED). Nos PD, após uma primeira fase em que se
assistiu à fuga de pessoas do campo para a cidade, assiste-se, atualmente, a uma
crescente corrente de pessoas que fogem da cidade para o campo – êxodo urbano.
Estes movimentos são motivados pelo desenvolvimento dos transportes pois, por
exemplo, permitem que as pessoas vivam no campo e continuem a trabalhar na
cidade, pelo menor custo das habitações, pelo estilo de vida mais tranquilo no campo
ou pelas melhores condições ambientais.

Nos PED assiste-se à fuga das pessoas do campo para a cidade – êxodo rural (Figura
4). Estes movimentos são motivados pelas diferenças salariais (geralmente os salários
são superiores nas cidades), pelo excesso de mão de obra existente no campo (fruto
do crescimento populacional) ou pelas melhores oportunidades sociais ou culturais
existentes nas cidades.

Aos movimentos que são efetuados diariamente entre a residência/habitação e o


local de trabalho/estudo, e vice-versa, dá-se o nome de movimentos pendulares (Figura
5).

Figura 4 e 5: Abandono nas áreas rurais em detrimento das áreas urbanas (êxodo rural). Ida diária e
regresso de alunos para a escola (movimentos pendulares).

Quando à duração

- Definitivas ou permanentes

As pessoas deslocam-se para outro local durante um período de tempo superior a um


ano (ou mesmo para sempre), com o objetivo de aí formar residência (Figura 6). As
razões podem ser muito variadas, mas, regra geral, são motivadas por questões
laborais ou escolares ou ainda pelas guerras e as más condições de vida em geral.

- Temporárias

As pessoas permanecem na área de destino um curto período de tempo, inferior a


um ano, tendo a intenção de regressar ao seu local de origem. As migrações
temporárias podem ainda ser consideradas migrações sazonais, ou seja, próprias de
uma estação do ano, quando estas se realizam em épocas específicas do ano
(nomeadamente quando uma família se deslocam para áreas balneares/praias para aí
passarem férias (motivação turística); ou quando as pessoas, por exemplo, se
deslocam temporariamente para a apanha da fruta (motivação laboral) (Figura 7).

Figura 6 e 7: Chegada de emigrantes portugueses à Gare de Austerlitz em 1965. Paris, França


(migração definitiva). Imigrantes na apanha da maçã em Marrocos (migração temporária sazonal com
motivação laboral).

Quando à tomada de decisão

- Voluntárias ou livres

Movimentos associados ao fator económico (busca de melhores salários) ou à


realização profissional, surge por vontade própria, por livre iniciativa da
população (Figura 8).

- Forçadas

Por razões de ordem religiosa ou política (por exemplo a perseguição de minorias


étnicas), guerras ou catástrofes naturais (sismos, tsunamis, furacões, inundações), a
população pode ser obrigada a deslocar-se para outras áreas (Figura 9).
Figura 8 e 9: Partida de emigrantes portugueses no Aeroporto Francisco Sá Carneiro. Porto (migração
voluntária). Fuga de refugiados Sírios em 2014. Turquia (migração forçada).

Quando à relação com a lei

- Legais ou documentadas

Ocorre quando o migrante tem autorização de entrada e/ou permanência no


país/região de chegada.

- Ilegais, indocumentadas ou clandestinas

Por vezes, pode ocorrer a chegada de migrantes a um país/região que não respeite as
formalidades legais. Neste caso trata-se de uma migração clandestina ou ilegal, ou
seja, o migrante não tem autorização de entrada e/ou permanência no país de
chegada.

Causas das migrações:


As migrações são causadas por uma grande diversidade de fatores (Figura 10). Estes
fatores originam movimentos populacionais das áreas repulsivas para as áreas
atrativas. Na atualidade, os movimentos migratórios mais importantes têm origem
nas regiões menos desenvolvidas, mais pobres e que apresentam um elevado
crescimento demográfico e têm como destino as áreas mais atrativas tais como as
regiões mais desenvolvidas, mais ricas, mais industrializadas e onde a pressão
demográfica é menor.

Figura 10: Causas das migrações.

Causas naturais

Estas migrações realizam-se devido à ocorrência de catástrofes naturais como os


sismos, as erupções vulcânicas, as inundações, as secas, os tsunamis ou condições
climáticas adversas (Figura 11).

Causas económicas

Nas áreas de partida não há, muitas vezes, harmonia entre o crescimento
demográfico e o aumento de recursos (como por exemplo, o aumento da produção
agrícola para alimentar o crescente aumento da população ou o aumento do número
de postos de trabalho) pelo que a população está associada a situações de pobreza,
salários baixos, desemprego ou más condições de vida em geral. Assim, a solução
passa por procurar melhores condições de vida numa outra área economicamente
mais desenvolvida (Figura 12).

Figura 11 e 12: Destruição causada pelo sismo ocorrido na fronteira entre o Irão e o Iraque a 12 de
novembro de 2017. Habitação precária na cidade de Addis Abada, Etiópia.

Causas socioculturais

No âmbito destas migrações estão motivos socioculturais como por exemplo os


artistas ou investigadores que procuram cidades importantes para desenvolverem e
promoverem as suas pesquisas e/ou mostrarem as suas obras. Um outro exemplo são
os estudantes que optam por estudar em Universidades de renome internacional
como por exemplo Cambridge no Reino Unido, Sorbonne em França, Coimbra em
Portugal ou Harvard nos EUA.

Causas bélicas

Estas migrações provêm essencialmente dos PED atingidos pelos conflitos armados
(guerras), lutas e/ou perseguições étnicas, tensões sociais graves ou instabilidade
política onde não estão garantidos os Direitos Humanos.

Causas religiosas

As perseguições religiosas são outro exemplo de motivações para a deslocação de


um povo. A intolerância religiosa manifesta-se num conjunto de ideologias e atitudes
ofensivas a crenças religiosas diferentes. Em casos extremos esta intolerância dá
origem a perseguições, originando a fuga forçada da população contribuindo para o
aumento dos refugiados.

As peregrinações a locais religiosos como por exemplo a Cova da Iria em Fátima, a


São Tiago de Compostela em Espanha, a Lourdes em França, ao Vaticano (religião
cristã), ou a Meca na Arábia Saudita (religião muçulmana) é outra das causas das
migrações.

Consequências das migrações:

As migrações têm consequências importantes para a população. Estes efeitos dos


movimentos migratórios são sentidos nas áreas de partida tanto a nível demográfico
como socioeconómico (Quadro 1).
Consequências nas áreas de partida

Consequências demográficas Consequências económicas Consequências sociais

Diminuição da população absoluta e da pressão Diminuição da mão de obra dos diversos setores
Enriquecimento e intercâmbio cultural
demográfica de atividade

Abandono das infraestruturas e serviços


Pode conduzir a um Saldo Migratório negativo Abandono dos campos agrícolas nas áreas rurais
públicos

Diminuição da Taxa Bruta de Natalidade e de


Diminuição do desemprego Introdução de novas ideias, técnicas e hábito
Fecundidade

Receção de poupanças envidas pelos


Diminuição da Taxa de Crescimento Natural Diminuição dos encargos da Segurança Socia
emigrantes (remessas)

Aumento da mortalidade Aumento dos salários Retrocesso no desenvolvimento regional

Diminuição do espírito empreendedor e


Envelhecimento da população Diminuição da população urbana
produtividade

Também nas áreas de chegada se verificam consequências a nível demográfico e


socioeconómico (Quadro 2).
Consequências nas áreas de chegada

Consequências
Consequências económicas Consequências sociais
demográficas

Aumento da mão de obra dos diversos setores


Aumento da população absoluta e da pressão Enriquecimento e intercâmbio cultural
de atividade
demográfica

Fragmentação e perda de direitos dos


Dificuldade de integração dos imigrantes
Pode conduzir a um Saldo Migratório positivo trabalhadores

Falta de habitação e aumento dos bairros de


Aumento da Taxa Bruta de Natalidade e de Disponibilidade de mão de obra barata
lata
Fecundidade

Envio de poupanças para o país de origem dos


Aumento dos encargos da Segurança Social
Aumento da Taxa de Crescimento Natural migrantes

Saturação das infraestruturas e serviços


Diminuição dos salários
Diminuição da mortalidade públicos

Aumento do espírito empreendedor e Aumento dos conflitos sociais, do racismo e da


Rejuvenescimento da população produtividade xenofobia

Grandes ciclos migratórios internacionais:

Pode dizer-se que, ao longo da História, as migrações internacionais contribuíram


para o povoamento do Mundo e, nos tempos atuais, para o seu repovoamento já que
existem, segundo a ONU, milhões de pessoas que não vivem nos seus países de
origem. Neste contexto é possível identificar quatro grandes ciclos/fases
migratórios/as (três deles nos últimos dois séculos), sendo que um deles pode ser
subdividida em dois momentos com características totalmente diferentes.
1ª fase – Até ao século XIX

O maior período de migrações teve início no século XVI, com as colonizações


portuguesa e espanhola do Novo Mundo. A América do Norte foi ocupada,
principalmente, por colonos britânicos e franceses e a América do Sul e Central por
colonos portugueses e espanhóis. Um outro fluxo muito importante foi a saída
forçada de escravos africanos para as Américas com o intuito de trabalharem nas
diversas colónias.

⇒ Áreas de partida – sobretudo continente europeu e africano

⇒ Áreas de chegada – sobretudo continente americano

2ª fase – Desde o século XIX até meados do século XX (até ao final da Segunda
Guerra Mundial)

Elevados fluxos migratórios desde início século XIX até sensivelmente à Primeira
Grande Guerra (1914-1918). O aumento muito elevado da população do continente
europeu (explosão demográfica motivada pela melhoria nos cuidados de saúde e de
higiene) e a precariedade (más condições de vida) da população (motivadas pela
falta de emprego e/ou baixos salários devido ao desenvolvimento da indústria)
motivou a saída de milhões de europeus sobretudo para a América e para a Oceânia
(migração intercontinental). Esta migração foi facilitada pelo desenvolvimento dos
meios de transporte, nomeadamente o desenvolvimento de navios
transatlânticos (Figura 13).

Baixos fluxos migratórios entre Primeira Grande Guerra (1914-1918) e o final da


Segunda Guerra Mundial (1939-1945). As dificuldades de navegação (ou o medo
de viajar pois os navios eram, frequentemente, afundados) levaram à redução dos
fluxos migratórios. Também a crise económica de 1929-1930 (que conduziu à
falência de muitos bancos e empresas) levou a que muitos países recetores de
migrantes restringissem a imigração, ou seja, proibissem a entrada de imigrantes.

⇒ Áreas de partida – sobretudo continente europeu

⇒ Áreas de chegada – sobretudo continente americano

3ª fase – Desde o final da Segunda Guerra Mundial (1945) até sensivelmente 1970

Nesta fase as principais correntes migratórias foram em direção e dentro do


continente europeu (migração intracontinental) pois não só ocorrera uma elevada
mortalidade da sua população, que provocara a falta de mão de obra (a maioria dos
que morreram eram jovens pelo que restaram os mais idosos), como também a
Europa ficou parcialmente destruída pelo que havia a necessidade da sua
reconstrução.

⇒ Áreas de partida – sobretudo países do sul do continente europeu e de países do


norte do continente africano

⇒ Áreas de chegada – sobretudo países da europa central e ocidental como a França


ou a Alemanha

4ª fase – Diminuição dos fluxos migratórios e o surgimento de novas tendências


(desde 1970 até a atualidade)

Sensivelmente entre 1970 e os finais de 1980 as migrações tiveram uma redução


muito acentuada devido às diversas crises económicas motivadas pela subida muito
acentuada dos preços do petróleo de 1973 e 1980 (conhecidas por Choques
Petrolíferos), que conduziram ao elevado desemprego. Ppor essa razão muitos países
recetores de migrantes restringiram a imigração.

A partir de 1990 surgiram novas tendências migratórias. Esta última grande vaga
migratória, está marcada por uma grande diversidade de áreas de partida e áreas de
chegada. A Europa continua a ser um dos destinos mais procurados devido ao
desenvolvimento dos países da Europa ocidental e central e também devido às
condições climáticas e históricas dos países sul da Europa que atraem turistas. Com
o crescente desenvolvimento económico e industrial dos países do sul e leste da Ásia,
estas regiões tornaram-se também grandes focos atrativos de migrantes. As atuais
correntes migratórias têm proveniência, sobretudo, nos PED de África e da Ásia
motivadas pelas desigualdades entre os países mais desenvolvidos e os países menos
desenvolvidos (Figura 14).

⇒ Áreas de partida – sobretudo países do continente africano e asiático

⇒ Áreas de chegada – sobretudo a Europa central, Europa ocidental e Europa do sul;


alguns países do sudeste asiático
i Figura 14: Principais fluxos migratórios na atualidade.

Características dos fluxos migratórios atuais:

No passado verificava-se sobretudo a migração de pessoas pouco qualificadas (com


fracos estudos). Contudo na atualidade verifica-se uma corrente migratória muito
acentuada de migrantes muito qualificados tal como por exemplo os enfermeiros
portugueses que migram para o Reino Unido em busca de melhores condições de
vida. Por outro lado, no passado as migrações eram efetuadas sobretudo por
população jovem do sexo masculino. Na atualidade, cada vez mais se verificam as
migrações efetuadas por indivíduos do sexo feminino (apesar de ainda
predominarem as migrações efetuadas por indivíduos do sexo masculino) e as
migrações familiares. Pode ainda salientar-se que no passado as migrações eram
maioritariamente definitivas e que, na atualidade, cada vez se verificam mais
migrações temporárias, motivadas pelo desenvolvimento dos transportes e
consequente aumento do turismo e ainda o aumento de contratos de trabalho de curta
duração.

Há atualmente Países Desenvolvidos que são, ao mesmo tempo, países de


emigração e imigração.

Estes países recolhem trabalhadores de países menos desenvolvidos para


desenvolver trabalhos menos qualificados (como a construção de obras públicas, a
restauração ou a agricultura) e, ao mesmo tempo, perdem população qualificada
devido à falta de empregos ou condições laborais pouco favoráveis. Este movimento
é, normalmente, apelidado de fuga de cérebros (do inglês brain drain), ou seja, a
emigração de pessoas com elevada qualificação técnica e científica.
Fatores atrativos e repulsivos que influenciam as migrações:

As migrações são condicionadas por um conjunto muito variado de fatores


repulsivos que estimulam a população a deixar o seu país. Por outro lado, alguns
fatores atrativos favorecem a convergência de população para os países mais
desenvolvidos (Figura 15).

Figura 15: Fatores atrativos e repulsivos que influenciam as migrações.

Referências

Barreto, A. (2005). Globalização e Migrações (2nd ed.). Lisboa: Imprensa de Ciências


Sociais.

Castles, S., & Ãgoas, F. (2005). Globalização, transnacionalismo e novos fluxos


migratórios. Lisboa: Fim de Século.

Marques, M. (2010). Estado-nação e migrações internacionais. Lisboa: Livros


horizonte.

Marques, M. (2015). Lisboa multicultural. Lisboa: Fim de Século.

Ribeiro, M., Estrela, J., & Machado, R. (2017). Relatório de Imigração, Fronteiras e
Asilo 2016 [Ebook]. Barcarena: Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
Retrieved from https://sefstat.sef.pt/Docs/Rifa2016.pdf
Ribeiro, M., Estrela, J., Rosa, A., & Machado, R. (2018). Relatório de Imigração,
Fronteiras e Asilo 2017 [Ebook]. Barcarena: Serviço de Estrangeiros e
Fronteiras. Retrieved from https://sefstat.sef.pt/Docs/Rifa2017.pdf

Ribeiro, M., Estrela, J., Rosa, A., Cruz, M., Miranda, S., Sousa, P., & Machado, R.
(2019). Relatório de Imigração, Fronteiras e Asilo 2018 [Ebook]. Barcarena:
Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. Retrieved from
https://sefstat.sef.pt/Docs/Rifa2018.pdf

Tarefas:

Grandes ciclos migratórios internacionais

Características dos fluxos migratórios atuais

Fatores atrativos e repulsivos que influenciam as migrações

Atenção pessoal o texto servirá de apoio, o que significa que precisam consultar
outras fontes para a realização de tarefa, o mesmo deve ser enviado dia 2 de
Janeiro de 20203.

Você também pode gostar