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perdida”
Considera-se a “vítima de bala perdida” a pessoa que não tenha nenhuma participação ou
influência sobre o evento no qual houve disparo de arma de fogo, sendo, no entanto,
atingida por projétil e podendo vir a falecer ou não. Apesar de sua importância frente aos
fenômenos de violência urbana e a necessidade de prevenção, a coleta dos dados e a
mensuração do número de casos envolvendo vítimas de “bala perdida” encontram algumas
dificuldades metodológicas devido à sensibilidade dos dados. Essas dificuldades se
relacionam tanto aos procedimentos realizados pelas autoridades policiais no registro dos
casos quanto aos relatos oferecidos pelas vítimas e testemunhas.
A primeira delas diz respeito ao registro das ocorrências pela Polícia Civil, que não publica
estatísticas oficiais sobre este tipo de ocorrência. Uma vez que a tipificação da legislação
penal não inclui a categoria “bala perdida”, seria necessário realizar uma busca dentro do
universo dos registros de homicídio e lesão corporal, utilizando o campo “Histórico” dos
boletins de ocorrência para a identificação dos casos.
No caso do relatório da ONU sobre casos de “bala perdida” na América Latina, utilizou-se
como fonte de dados os casos que tiveram divulgação nos meios de comunicação. A
principal consequência deste método é a potencial não detecção de ocorrências de “bala
perdida” que eventualmente não tenham cobertura da mídia e dos meios de comunicação,
ocasionando uma significativa incompletude da amostra.