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- O autor praticamente não fala do Brasil. Mas o país tem se valido dos conceitos e análises
mobilizadas por ele no crescimento da noção de “cultura da memória”. Por aqui, são relevantes
as memórias da ditadura, por exemplo.
- Defende que os estudos sobre memórias estejam alinhados com a luta por direitos
humanos.
- Existe uma “guinada transnacional” nos debates sobre memória, com contextos nacionais
influenciando outros (Holocausto > Argentina; Comissão da Verdade pós-apartheid > outras
comissões do tipo)
- Primeira parte: a partir das experiências de alguns artistas fora do eixo EUA-Europa (Ásia,
África, América Latina), tenta entender como a cultura/modernidade clássica foi traduzida e
apropriada em países colonizados e pós-coloniais. O que existe em comum nas obras é que
elas lidam com questões da memória a partir de contextos nacionais, sem um padrão pré-
estabelecido, e que se apropriam de modos modernistas de representação.
- O modernismo foi disseminado negociando as ideias de local e global. Mas manter essa
dualidade impede a compreensão transnacional das práticas culturais, sua apropriação, os
fluxos desiguais. Critica o discurso das culturas locais autênticas, que deveriam ser
preservadas da homogeneização da globalização.
- Critica o conceito de “memória coletiva” (Halbwachs), como uma memória mais ou menos
estável de um grupo ou nação. A memória nunca é neutra (“abusos de memória”).
- Em um mundo obcecado pela memória (e onde tudo pode ser facilmente acessado e
armazenado), o esquecimento é malvisto.
- Entretanto, políticas de esquecimento foram importantes em alguns casos de construção
de um discurso politicamente desejável e de uma esfera pública democrática em
consonância com as políticas nacionais de memória. Por exemplo: o esquecimento das
mortes causadas pela guerrilha urbana na ditadura argentina para se consolidar o consenso
nacional sobre os desaparecidos; ou o esquecimento dos bombardeios dos Aliados na
Alemanha para consolidar o horror do Holocausto.
- Questões que o autor ensaia: pode haver uma ética do esquecimento? Como se dá a
diferença entre esquecimento voluntário e forçado? Algo reprimido ou silenciado foi
esquecido? Talvez possa haver um meio termo entre memória e esquecimento.
- A busca por reparação de injustiças cometidas no passado aproximam as políticas de
memórias das políticas de direitos humanos. É preciso reforçar essa ligação, pensando
ainda na justiça e em ações mais práticas.
- Essa reivindicação tem crescido na questão dos direitos culturais das populações
indígenas ou descendentes de escravizados na América Latina, Canadá e Austrália, assim
como direitos civis na questão da imigração e diáspora. Isso desestabiliza a ideia de
“identidade nacional” e colocam em conflito global e local. O autor critica a concepção de
suposta autenticidade intocada das culturas locais.