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ANALISTA JUDICIÁRIO
CURSO ON-LINE - JUDICIÁRIA
– DIREITO PENAL
PROFESSOR
PROFESSOR PEDRO IVO
PEDRO IVO
Caros alunos,
A partir de agora começaremos a tratar de temas mais específicos do Direito
Penal e o que foi visto até agora será essencial para um bom entendimento.
Iniciaremos esta parte do seu futuro edital tratando dos crimes contra a
Administração Pública, um assunto recorrente em provas, para o qual deve ser
dada uma atenção MAIS DO QUE ESPECIAL.
A fim de facilitar o aprendizado ao máximo, vou ser o mais objetivo possível,
apresentando o que vocês precisam saber para a PROVA. Para isto, nesta aula,
serão estudados os primeiros delitos que vocês necessitam ter conhecimento e,
na aula seguinte, complementaremos o assunto com os restantes.
Vejo em sala de aula que, como são várias tipificações, muitos alunos acabam
fazendo uma grande confusão e, exatamente por isso, é necessário ter calma e
cuidado no estudo de cada tipo penal, entendendo o conceito e os caracteres que
compõem os crimes.
Mais do que nunca é importante praticar com exercícios, mas julgo que o
aprendizado fica extremamente comprometido quando as questões são separadas
de acordo com a classificação dos delitos (você entenderá isso em breve). Você
acha que o CESPE vai separar na hora da prova, por exemplo, a corrupção
passiva da ativa? Claro que não.
Sendo assim, deixarei os exercícios para a AULA 06, na qual finalizaremos TODOS
os tipos penais importantes para sua prova. Desta forma, você realmente testará
o seu aprendizado e poderá verificar as pendências e dúvidas.
Por falar em dúvidas, outra recorrente é quanto à necessidade ou não de guardar
as penalizações dos crimes (Ex: reclusão de dois a quatro anos). Meu “Bizu” é o
seguinte: Não perca tempo decorando as penas dos delitos. Pode ser cobrado
pelo CESPE? Claro que sim! Mas toda a lógica indica que tal conhecimento não
será exigido e a relação TEMPO/BENEFÍCIO, em minha opinião, é muito pequena.
Agora uma dica: Ao final da aula será apresentado um resumo a fim de organizar
as idéias. Sendo assim, procure entender bem cada delito e deixe para separá-los
no cérebro com o quadro-resumo. Não perca tempo indo e voltando em sua
primeira leitura. Bons estudos!!!
O Código Penal dedica o último título da parte especial para tratar dos crimes
contra a Administração Pública.
Pretende o legislador proteger o normal desenvolvimento da máquina
administrativa em todos os setores de sua atividade, proibindo, pela incriminação
penal, não só a conduta ilícita dos funcionários públicos, mas também a dos
particulares que venham expor a perigo de dano a função administrativa.
Mas qual o significado da expressão “Administração Pública” utilizada pelo Código
Penal?
A Administração Pública pode ser analisada sob duas óticas diferentes, ora no
sentido amplo, ora no sentido restrito.
O conceito de Administração em sentido restrito abrange apenas o poder
Executivo no exercício de sua função típica de administrar.
Diferentemente, a Administração Pública analisada no sentido amplo é o próprio
Estado, sendo composta pelos três poderes, ou seja, o Legislativo, o Executivo e
o Judiciário.
Vamos entender:
O poder Executivo tem como função principal a de administrar, desenvolvendo
todos os atos inerentes a esta função. Entretanto, tal como ocorre nos outros
poderes, detém também funções de editar leis, como no caso das Medidas
Provisórias, e julgar processos, como no caso das decisões proferidas em seus
processos administrativos.
O poder Legislativo, por sua vez, tem como funções principais a edição de Leis e
o controle. Todavia, exerce também a função de administrar, em se tratando da
administração de seu pessoal, por exemplo, e a função de julgar, como no caso
do crime de responsabilidade.
Por fim, o poder Judiciário tem como função principal a de julgar, exercendo a
função jurisdicional em todo o âmbito da administração. Entretanto, na
admissão, demissão e promoção de seu pessoal, por exemplo, pode ser verificada
a ocorrência da função administrativa.
Sendo assim, percebe-se que temos a função administrativa no âmbito dos três
poderes e, exatamente por isso, o legislador optou por utilizar no Código Penal o
conceito de Administração Pública em SENTIDO AMPLO, abrangendo assim o
poder EXECUTIVO, o LEGISLATIVO e JUDICIÁRIO.
5.1.1 CLASSIFICAÇÕES
Durante a aula, falarei por diversas vezes em “funcionário público”, mas qual o
real significado desta expressão?
Para responder a este questionamento, devemos buscar o conceito exposto no
artigo 327 do Código Penal. Observe:
Com base no dispositivo supra, para fins de aplicação dos artigos de lei que
analisaremos a seguir, devemos entender por funcionários públicos todos
aqueles que desempenham função, submetidos a uma relação hierarquizada
para com o ente administrativo, independentemente de ser este ente da
administração direta ou indireta, bem como de ser este labor permanente ou
temporário, voluntário ou compulsório, gratuito ou oneroso.
Art. 327
[...]
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo,
emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha
para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada
para a execução de atividade típica da Administração Pública.
Art. 327
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos
crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em
comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da
administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública
ou fundação instituída pelo poder público.
Resumindo:
5.2.1 PECULATO
• SUJEITOS DO DELITO:
• ELEMENTOS:
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
5.2.1.2 PECULATO-FURTO
Art. 312
[...]
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora
não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre
para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se
de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
5.2.1.2 PECULATO-CULPOSO
Exemplo 02: José é intimado a levar seu relógio para perícia até a delegacia de
polícia. Lá chegando, entrega seu bem a João, o porteiro, sendo que o correto
seria entregá-lo ao Delegado de Polícia. João recebe o bem e, tendo
conhecimento do ato errôneo de José, resolve se apropriar do bem.
OBSERVAÇÃO!!!
O ERRO DE QUEM ENTREGA O OBJETO MATERIAL
DEVE SER ESPONTÂNEO. CASO HAJA PROVOCAÇÃO,
NÃO É PECULATO E SIM ESTELIONATO.
• SUJEITOS DO DELITO:
• ELEMENTOS:
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Este delito foi inserido no Código Penal pela lei nº 9.983/00 nos seguintes
termos:
• SUJEITOS DO DELITO:
• ELEMENTOS:
• Inserir, facilitar;
TRATA-SE DE UM TIPO MISTO
• Alterar; ALTERNATIVO, EM QUE A OCORRÊNCIA DE
MAIS DE UM DOS NÚCLEOS, EM UM MESMO
• Excluir CONTEXTO FÁTI-CO, CONSTITUI CRIME
ÚNICO.
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
• SUJEITOS DO DELITO:
• ELEMENTOS:
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
• SUJEITOS DO DELITO:
• ELEMENTOS:
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
• SUJEITOS DO DELITO:
• ELEMENTOS:
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
5.2.7 CONCUSSÃO
Caro (a) Aluno (a), este é um dos delitos mais exigidos em prova e,
consequentemente, será necessário uma atenção especial e um
aprofundamento um pouco maior. Vamos começar:
De acordo com o artigo 316, caput, do Código Penal, constitui delito o fato de
o funcionário público:
• SUJEITOS DO DELITO:
1. SUJEITO ATIVO: Como é um crime próprio, só pode ser cometido
por funcionário público, MESMO QUE AINDA NÃO TENHA
ASSUMIDO O CARGO, mas desde que aja em virtude dele.
• ELEMENTOS:
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Art. 316
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe
ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança
meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:
• SUJEITOS DO DELITO:
• ELEMENTOS:
• A expressão “indevido”;
• A expressão “que a lei não autoriza”, referindo-se à cobrança
vexatória ou gravosa.
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
• TIPO QUALIFICADO
Este crime, como você sabe, quase não ocorre em nosso país... É a famosa
“propina” exigida para “comprar” um ato de um funcionário público.
• SUJEITOS DO DELITO:
• ELEMENTOS:
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
• TIPO QUALIFICADO
Art. 317
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da
vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar
qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
• TIPO PRIVILEGIADO
Art. 317[...]
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO
• SUJEITOS DO DELITO:
1. SUJEITO ATIVO: Como é um crime próprio, só pode ser cometido
por funcionário público. Não qualquer, mas aquele a quem é
imposto o dever de reprimir ou fiscalizar o contrabando.
Mas e se o funcionário, sem infringir DEVER FUNCIONAL, concorre
para o contrabando?
Neste caso, ele responderá pelo delito previsto no artigo 334 do
Código Penal (Analisaremos na próxima aula):
• ELEMENTOS:
1. OBJETIVO: É elementar do tipo:
• Facilitar (o descaminho ou contrabando ).
2. SUBJETIVO: São dois:
• Dolo
• A consciência de estar violando dever funcional. Se o
indivíduo age com dolo, mas sem esta consciência,
responderá pelo já citado delito previsto no artigo 334.
3. NORMATIVO:
• A expressão “com infração de dever funcional”.
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
1. Crime FORMAL. Consuma-se o delito com a realização da conduta
de facilitação, seja ela comissiva (Ex: Aconselhar) ou omissiva (Ex:
Não criar obstáculos).
2. É admissível a tentativa.
5.2.11 PREVARICAÇÃO
• SUJEITOS DO DELITO:
• ELEMENTOS:
3. NORMATIVO:
• A expressão “indevidamente” ao retardar ou deixar de
praticar ato de ofício.
• A expressão “contra disposição expressa em lei” quando
pratica ato de ofício.
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
• PREVARICAÇÃO IMPRÓPRIA
(A) Prevaricação
(B) Condescendência criminosa
A resposta correta é a letra “B”, pois no caso em tela Tício comete o crime que
encontra previsão no Código Penal nos seguintes termos:
• SUJEITOS DO DELITO:
• ELEMENTOS:
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Caro (a) concurseiro (a), você imaginava que existiam tantos delitos? Sei que
são muitos, mas o conhecimento de todos fará uma grande diferença na hora
da prova. Para aliviar um pouco, vou dar um tempinho para você ler um
jornal... MAS NÃO É A PARTE DE ESPORTES E NEM SOBRE AS NOVELAS... É o
interessantíssimo texto que eu separei especialmente para você descansar.
Observe:
A decisão foi do juiz federal Renato Câmara Nigro que entendeu que o agente
público valeu-se de sua função, e ofendeu a lisura da administração para
garantir vantagem indevida a particular.
Em uma interceptação telefônica, o dono da empresa Madureira Serviço de
Vigilância, Silvio César Madureira, conversa com Magnesi Junior sobre a
obtenção da autorização de funcionamento e renovação do certificado de
segurança da empresa junto à PF.
As exigências para a obtenção da autorização não haviam sido cumpridas.
Segundo a acusação, era nítido o favorecimento prestado pelo agente a
Madureira, já que foram passadas ao empresário informações ilícitas sobre
como conseguir a autorização.
• SUJEITOS DO DELITO:
• ELEMENTOS:
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
• SUJEITOS DO DELITO:
• ELEMENTOS:
2. SUBJETIVO:
• Dolo;
3. NORMATIVO:
• A expressão “fora dos casos permitidos em lei”.
Imagine que Tício resolve viajar para Petrópolis, município
do Rio de Janeiro. Chegando lá, uma chuva anormal
acontece, gerando o deslizamento de barreiras e impedindo
o retorno de Tício por um longo período de tempo. Tal fato,
qual seja a ausência de Tício, gera danos para a
Administração Pública.
Neste caso, há crime?
Claro que não, pois a lei admite o abandono de cargo nas
ocasiões de força maior, estado de necessidade, doença, etc.
Diferentemente, se Tício abandona para participar de uma
festa que dura 60 dias, obviamente teremos a ocorrência do
crime.
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
• FORMA QUALIFICADA
O delito de abandono de função apresenta duas situações em que as
penas são agravadas. São elas:
Este delito não é muito exigido em prova, mas é importante, ao menos, ter
uma noção sobre ele. Encontra previsão no art. 324 do Código Penal nos
seguintes termos:
• SUJEITOS DO DELITO:
• ELEMENTOS:
APOSENTADORIA COMPULSÓRIA
2. SUBJETIVO:
• No caso de antecipar o início da atividade Dolo;
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que
deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
CARÁTER SUBSIDIÁRIO
• SUJEITOS DO DELITO:
• ELEMENTOS:
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Art. 325
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e
empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas
não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da
Administração Pública;
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou
a outrem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
• SUJEITOS DO DELITO:
• ELEMENTOS:
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
*****************************************************************
Futuros(as) Aprovados(as),
Pedro Ivo
Peculato
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou
desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a
posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído,
em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a
qualidade de funcionário.
Peculato culposo
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença
irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena
imposta.
Concussão
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora
da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Excesso de exação
Corrupção passiva
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou
promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o
pratica infringindo dever funcional.
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com
infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Prevaricação
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou
praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Condescendência criminosa
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado
que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência,
não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Advocacia administrativa
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva
permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui
crime mais grave.
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha
ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de
informações ou banco de dados da Administração Pública;
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
Funcionário público
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função
em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço
contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração
Pública.
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes
previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de
direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de
economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.