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LICENCIATURA EM QUÍMICA
COMPONENTE CURRICULAR: FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
PROFESSOR: FERNANDO MONTEIRO
ALUNO: DANÚBIO LEONARDO B. DE OLIVEIRA
O CONSTRUTIVISMO EM PIAGET
1 BIOGRAFIA: PIAGET
Jean William Fritz Piaget (1896 - 1980) foi um epistemólogo suíço, considerado um dos mais
importantes pensadores do século XX. Defendeu uma abordagem interdisciplinar para a investigação
epistemológica e fundou a Epistemologia Genética, teoria do conhecimento com base no estudo da gênese
psicológica do pensamento humano. Com 10 anos publica na revista da Sociedade dos Amigos da Natureza
de Neuchâtel (sua cidade natal) um artigo com estudos sobre um pardal branco, o que remete posteriormente
à sua formação, Biologia, no qual perfez-se a vida acadêmica até o doutorado, mesmo com apenas 22 anos.
Escreveu cerca de 70 livros e 300 artigos sobre Psicologia, Pedagogia e Filosofia, onde observando seus
filhos, desvendou muitos dos enigmas da inteligência infantil.
2 O CONSTRUTIVISMO
Piaget demonstrou que a criança raciocina segundo estruturas lógicas próprias, que evoluem
conforme faixas etárias definidas, e são diferentes da lógica a qual é formado o conhecimento de uma pessoa
adulta. O homem, logo que nasce, apesar de trazer uma fascinante bagagem hereditária que remonta a
milhões de anos de evolução, não consegue emitir a mais simples operação de pensamento ou o mais
elementar ato simbólico. Logo, o meio social não consegue ensinar a esse recém-nascido o mais elementar
Piaget, como forma de classificar os períodos da inteligência, desde o nascimento até a idade adulta,
descreve detalhadamente em quatro estágios:
Sensório-motor (0 anos 18/24 meses aproximadamente): nesta fase a criança está explorando
o meio físico através de seus esquemas motores.
Pré-operatório (2 anos a mais ou menos 7 anos): a criança é capaz de simbolizar, de evocar
objetos ausentes. Estabelece diferença entre significante e significado, o que possibilita
distância espaço-temporal entre o sujeito e o objeto, por meio da imagem mental. A criança é
capaz de imitar gestos, mesmo com a ausência de modelos.
Operatório Concreto (7 a 11 anos): a criança tem a inteligência operatória concreta, sendo
capaz de realizar uma ação interiorizada, executada em pensamento, reversível, pois admite a
possibilidade de uma inversão e coordenação com outras ações, também interiorizadas.
Necessita de material concreto, para realizar essas operações, mas já está apta a considerar o
ponto de vista do outro, sendo que está saindo do egocentrismo.
Formal (entre os 9/10 anos aos 15/16 anos): o adolescente tem as estruturas intelectuais para
combinar as proporções, as noções probabilísticas, raciocínio hipotético dedutivo de forma
complexa e abstrata.
Considerando estes aspectos, o desenvolvimento ensino-aprendizagem é alocado em período
temporal, formalizando o conhecimento que passa a ser estruturado e discutido por alunos da mesma faixa
As atividades num contexto de laboratório, recorrente no campo das ciências, mais especificamente
em química, é potencialmente lúdica para um grupo de alunos se consideramos determinados critérios, mas
a experiência é individual e não podemos garantir o mesmo envolvimento para todos. A experiência lúdica
está relacionada a intencionalidade e liberdade de ação do sujeito.
Jogos e pequenas interações extra-classe, a fim de dinamizar o conteúdo é compreender no domínio
das assimilações e acomodações, no processo de equilibração, um dos fatores responsáveis pelo
desenvolvimento das estruturas intelectuais, no qual o aluno ao jogar depara-se com uma situação-problema
e cria estratégias para resolvê-la.
3 CONCLUSÃO
Piaget escreve dentro de uma perspectiva atual para os correntes dias, no campo da prática e
princípios pedagógicos, no que concerne a liberdade crítica do educando, aperfeiçoando o saber pautado em
conhecimentos pré-concebidos ao passar do tempo e ter a capacidade e a autonomia de discernir ativamente
sobre suas ações, não no intuito de desobediências às regras impostas – e necessárias-, mas sim comportar-se
como agente atuante da sua própria história na sociedade.
O autor, neste sentido, expõem que a observação do comportamento espontâneo dos alunos é
característica fundamental para a construção do conhecimento.
Linearizar o conhecimento em estágios parece não ser completamente a melhor forma de agrupar os
indivíduos, onde podem retardar o desempenho de alguns alunos.
BECKER, Fernando. O caminho da aprendizagem em Jean Piaget e Paulo Freire: Da ação à operação.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.
GOMES, L. C.; BERLLINI, L. M. Uma revisão sobre aspectos fundamentais sobre a teoria de Piaget:
possíveis implicações para o ensino de física. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 31, n. 2, 2009