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DENISE REIS DA SILVA

A LUDICIDADE COMO ELEMENTO MEDIADOR DA APRENDIZAGEM


NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO

Divinópolis/MG
2017
UCAM – UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

DENISE REIS DA SILVA

A LUDICIDADE COMO ELEMENTO MEDIADOR DA APRENDIZAGEM


NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO

Artigo Científico encaminhado à Universidade


Candido Mendes – UCAM, como requisito parcial
para obtenção do título de Especialista em
Educação Especial e Atendimento Educacional
Especializado (AEE).
Divinópolis/MG
2017

Sumário:

RESUMO:................................................................................................................................................1

1 Introdução:..................................................................................................................................1

2 Definição do assunto:..............................................................................................................3

3 Tema:............................................................................................................................................3

3.1 Delimitação do tema:........................................................................................................3

4 Problematização:.......................................................................................................................4

5 Objetivos:....................................................................................................................................4

5.1 Objetivo geral:....................................................................................................................4

5.2 Objetivos específicos:......................................................................................................4

6 Justificativa:...............................................................................................................................5

7 Hipótese:......................................................................................................................................5

8 Fundamentação teórica:..........................................................................................................6

8.2 A Inclusão no Ambiente Escolar:...................................................................................8

8.3 A importância da ludicidade no processo de inclusão:.........................................11

9 Procedimentos metodológicos:...........................................................................................13

10 Técnicas para coleta de dados:.......................................................................................13

11 Análise e interpretação dos dados:................................................................................13

12 Considerações Finais:........................................................................................................15

13 Referências:..........................................................................................................................15
1

A LUDICIDADE COMO ELEMENTO MEDIADOR DA APRENDIZAGEM


NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO

Denise Reis da SILVA1

RESUMO: O objetivo deste estudo foi o de verificar a importância do lúdico na sala


de aula, como o brincar pode auxiliar no processo de inclusão e também identificar
jogos e brincadeiras que servissem de instrumento para o processo de inclusão e
alfabetização. Para isso foi realizada pesquisa bibliográfica, para que, através da
análise de artigos, livros e outros materiais que abordassem o tema Ludicidade e
Educação, fosse possível elaborar algumas conclusões acerca do assunto. Os
jogos, brinquedos e brincadeiras são atividades fundamentais da infância, pois o
brincar pode favorecer a imaginação, o desenvolvimento da linguagem, do
pensamento, da criatividade e da concentração. Ao brincar as crianças não fazem
distinções e não destacam diferenças, pelo contrário, criam laços afetivos com seus
pares de brincadeira, auxiliando assim, no processo inclusivo. Os resultados da
pesquisa apontam para a grande importância do processo lúdico, como promotor de
aprendizagens cognitivas, afetivas e sociais, sendo fundamental o professor
organizar os tempos e espaços, ocupando o papel de mediador entre a criança e o
brincar.

Palavras-chave: Lúdico – Inclusão escolar – Brincar.

1 Introdução:

O presente estudo traz como tema a ludicidade e inclusão, o lúdico como


estratégia de inclusão. Todas as sociedades reconhecem o brincar como parte da
infância, mas já foi constatado que em todas as fases da vida humana as atividades
lúdicas são muito importantes, pois é através delas que o ser humano explora sua
criatividade, melhora sua conduta e eleva sua autoestima. O jogo tem como função

1
PÓS-GRADUAÇÃO em Pedagogia, especialização Educação Inclusiva pela Universidade Candido
Mendes – Instituto PROMINAS, Timóteo, Minas Gerais, Brasil. E-mail:
denisereispedagoga@gmail.com.
2

primordial no ser humano aliviar a tensão interior e permitir a educação do


comportamento.
De acordo com Soares:

(...) o jogo na vida da criança é de fundamental importância, pois quando ela


brinca, explora e manuseia tudo aquilo que está a sua volta, através de
esforços físicos e mentais e sem se sentir coagida pelo adulto, começa a ter
sentimentos de liberdade e satisfação pelo que faz, dando, portanto, real
valor e atenção às atividades vivenciadas naquele instante (SOARES, p. 3).

O brincar se manifesta na vida humana desde o nascimento até a vida adulta.


Jogar ou brincar são fundamentais na interação do homem com seu meio e com as
demais pessoas que participam do mesmo. Desde o nascimento, com as primeiras
interações com a mãe, a criança já manifesta a necessidade do brincar.
De acordo com Vygotsky (2003) no o início do desenvolvimento infantil, o
adulto aparece como o mediador entre a criança e o mundo a sua volta, ajudando-o
a estabelecer relações e experiências afetivas, motoras e cognitivas. Essas relações
se dão principalmente através do brincar, ato pelo qual a criança experiência
situações lúdicas ainda não vividas por ela, desenvolvendo-se.
O brincar favorece a imaginação, desenvolvimento da linguagem, do
pensamento, da criatividade e da concentração. É através das atividades lúdicas,
dos jogos e brincadeiras que se dá o contato físico e significativo com outros
colegas, desta forma é impossível pensar a aprendizagem social e afetiva sem esse
convívio, essa interação com o outro, que torna a aprendizagem espontânea e
propicia momentos de significativas experiências de vida.
Assim, torna-se importante pensar, como o Lúdico pode auxiliar na inclusão e
aprendizagem dos alunos com Necessidades Educativas Especiais? Objetiva-se
com este questionamento verificar a importância do lúdico na sala de aula, observar
como o brincar auxilia no processo de inclusão e identificar jogos e brincadeiras que
auxiliem no processo de inclusão e alfabetização.
O presente estudo foi realizado por meio do método indutivo, através de
pesquisa bibliográfica. Desta forma, foram lidos e analisados artigos, livros e outros
materiais que abordam a temática ludicidade e inclusão, para assim verificar o que já
existe na literatura e o que está sendo produzido. A análise foi realizada de forma
qualitativa, com base nas seguintes categorias definidas a priori:
a. o lúdico em sala de aula
b. o brincar no processo de inclusão
c. jogos e brincadeiras para potencializar a alfabetização e a inclusão
3

2 Definição do assunto:

O “brincar” ocupa um importante espaço na infância e no desenvolvimento


infantil. É brincando que a criança conhece a si mesma, seus desejos, limitações e
aprende a comunicar-se com o mundo.
Desta forma, como pensar a escola e principalmente a escola inclusiva sem o
“brincar”? Como inserir a criança nesse mundo escolar, diferente?
O brincar possui a magia de tornar a escola um local onde o conhecimento
pode ser adquirido de uma forma agradável e criativa e na qual as relações afetivas
e sociais ajudam na construção da identidade, personalidade e a nos formarmos
como cidadãos.
Assim, cabe à escola facilitar a aprendizagem e a inclusão, utilizando
atividades lúdicas que criem um ambiente alegre, afetivo e familiar no qual as
relações humanas e a individualidade de cada um sejam respeitadas.

3 Tema:

A Ludicidade como Elemento Mediador da Aprendizagem na Perspectiva da


Inclusão: As revelações da pesquisa apontam para a necessidade de se investir
esforços para o brincar de crianças portadoras de necessidades especiais, no
referente ao cumprimento da legislação voltada para a acessibilidade nos espaços
escolares e provimento de equipamentos e materiais que respeitem as
características das crianças, como também em prover oportunidades de formação
inicial e continuada dos professores, na perspectiva da educação inclusiva e do
brincar

3.1 Delimitação do tema:

O lúdico presente no cotidiano do educando.

A temática para delimitação do tema, revela que ao brincar a criança também


adquire a capacidade de simbolização, permitindo que ela possa vencer realidades
angustiantes e domar medos instintivos.
O brincar é um impulso natural da criança, que aliado à aprendizagem torna-
se mais fácil à obtenção do aprender devido à espontaneidade das brincadeiras
através de uma forma intensa e total.

4 Problematização:
4

A problemática que será analisada busca compreender a importância dos


jogos e brincadeiras como subsídios eficazes na construção do conhecimento
através de estimulações necessárias na produção de sua aprendizagem. Com o
objetivo de servir aos educadores, pais, psicólogos e a profissionais de áreas afins,
o incentivo da ludicidade as crianças como uma das principais fontes de
aprendizagem.
Portanto, partindo de tal pressuposto fundamenta-se a necessidade de
evidenciar como lúdico influencia no processo de ensino-aprendizagem
estabelecendo a consciência da importância dos jogos no desenvolvimento e na
educação da criança?

5 Objetivos:

5.1 Objetivo geral:

Verificar como as atividades lúdicas contribuem para excluir a dificuldade de


aprendizagem, através da atuação do psicopedagogo. E tendo como os específicos:
avaliar através do diagnóstico a aprendizagem, usando o lúdico na fixação da
aprendizagem; compreender como crianças com dificuldade de aprendizagem
aperfeiçoam- se com a utilização da metodologia lúdica; citar como o psicopedagogo
usa o lúdico no seu trabalho diário.

5.2 Objetivos específicos:

 Identificar a postura do professor alfabetizador com relação ao uso de


jogos e brincadeiras no cotidiano escolar;
 O professor alfabetizador que assume uma postura positiva em relação
aos jogos e brincadeiras como estratégias mediadoras, tem resultados favoráveis no
processo de aprendizagem dos alunos;
 Analisar as estratégias utilizadas pelo professor na utilização de jogos
e brincadeiras como mediadores do processo de aprendizagem no cotidiano escolar
e na organização do trabalho pedagógico;
 A inserção de jogos e brincadeiras como estratégias mediadoras e a
postura que o professor assume na utilização desses recursos na alfabetização
promovem a aprendizagem significativa.
 Estabelecer relação entre a proposição do professor alfabetizador e as
expectativas dos alunos diante de atividades com jogos e brincadeiras;
5

 Os alunos se desenvolvem melhor em atividades propostas pelo


professor alfabetizador que se fundamentam em jogos e brincadeiras.

6 Justificativa:

Justifica- se o lúdico como instrumento de aprendizagem na atuação do


psicopedagogo, tornado- se freqüente, trazendo um trabalho consciente, observando
o avanço de cada caso, tendo a importância de se compreender a dificuldade,
procurando desenvolver diariamente atividades com o lúdico, para o diagnóstico da
dificuldade de aprendizagem.

7 Hipótese:

Nesse contexto, parte-se da hipótese de que as atividades lúdicas tornam a


aula mais interessante, fazendo o aluno sentir-se envolvido e motivado durante as
atividades propostas, pois, diferentemente da proposta tradicional, aquela conhecida
pela oferta da alfabetização de forma mecânica, sem conexões com a realidade,
direcionada a materiais didáticos específicos e generalizados (cartilhas), a que
propus leva em consideração o contexto e a realidade dos alunos.
A proposta inerente ao brinquedo é o da descoberta, da experimentação, da
reinvenção. A criança, em contato com o brinquedo, desenvolva a imaginação, mas
também desenvolve a capacidade de análise, de comparação, de criação.
Desenvolvem, em paralelo, habilidades e enriquece seu mundo interior; a leva a
participar do mundo real.

8 Fundamentação teórica:

O lúdico proporciona à criança a relação com o ambiente em que vive,


considerando como meio de expressão e aprendizado. As atividades lúdicas
possibilitam o desenvolvimento cultural, a assimilação de novos conhecimentos, o
desenvolvimento da sociabilidade e da criatividade. Assim, a criança encontra o
equilíbrio entre o real e o imaginário e tem a oportunidade de se desenvolver de
maneira prazerosa.
Atividades lúdicas criam um clima agradável, é este aspecto de
desenvolvimento emocional que torna a ludicidade um ato motivador, capaz de gerar
um estado de euforia.
6

8.1 Políticas e leis que norteiam a educação inclusiva:

Os alunos com necessidades especiais têm seus direitos garantidos após


muitas lutas ao longo dos anos. Para que isso acontecesse foi necessária a
manifestação da sociedade e do mundo em geral que não aceitavam mais a
exclusão dos portadores de necessidades no ambiente social, do fato deles, muitas
vezes, ter seus direitos negados pelo governo.
Segundo Soares (2010) em meio a manifestações nacionais e internacionais
foi que iniciou as mudanças, na qual se começava a visualizar o deficiente como
sujeito, como qualquer outro na sociedade, que tem limitações leves ou severas,
mas, independente das limitações, deveriam ser respeitados por todos, e seus
direitos garantidos perante a lei.
Soares (2010) ainda destaca que além de alguns acontecimentos em favor da
inclusão do deficiente, ocorreu a organização de congressos internacionais
importantes para se discutir ações em favor dos portadores de necessidades
especiais. Desses congressos três, declarações fundamentais foram divulgadas, que
aprovaram conquistas para todas as pessoas, independente de terem ou não
alguma deficiência, seja ela motora, sensorial, intelectual. Os encontros
internacionais deram origem às seguintes declarações: a Declaração Universal dos
Direitos do Homem (1948); Declaração Mundial de Educação para Todos (1990); e a
Declaração de Salamanca (1994).
A Declaração Universal dos Direitos do Homem não é considerada
exatamente uma lei, porém determina direitos a humanidade, independente dos
aspectos referente à nacionalidade, religião, cor, sexo, política e de uma forma mais
abrangente esclarece em um documento oficial os direitos comuns para todos os
cidadãos, inclusive a garantia de educação para todos, sendo assim, incluiu os
educandos que têm alguma deficiência.
No que diz respeito à Declaração Mundial de Educação para Todos, criada
nos anos 90 menciona que: "garante educação para todos independente das
possíveis dificuldades ou limitações que o sujeito apresente". Segundo Miranda
(2003 apud SOARES, 2010, p. 7).
A Lei n. 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) garante
aos portadores de necessidades especiais os seguintes direitos nos artigos citados
abaixo:

Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a
modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede
7

regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.


Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com
necessidades especiais: I - currículos, métodos, técnicas, recursos
educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades;
II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível
exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas
deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa
escolar para os superdotados; III - professores com especialização
adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem
como professores do ensino regular capacitados para a integração desses
educandos nas classes comuns; IV - educação especial para o trabalho,
visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições
adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho
competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como
para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística,
intelectual ou psicomotora; (Brasil, 2005, p.18)

O Estatuto da Criança e do Adolescente também dispõem em seu Art. 53 que


"criança e o adolescente têm direito à educação, visando o pleno desenvolvimento
de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho
assegurando-lhes: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na
escola; III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino. (BRASIL,1990, p. 14).
As leis ou políticas voltadas para garantir os direitos dos portadores de
deficiência são muito importantes, pois todos esses direitos não foram conseguidos
facilmente, e sim através de desejos e luta da sociedade para que fossem
assegurados os seus direitos. Conferências internacionais acontecerão, políticas
foram pensadas para que aconteça a inclusão das pessoas que têm alguma
deficiência, nas escolas sejam elas públicas ou privadas. Para que esses direitos
sejam concretizados nada melhor que o ambiente escolar, que é democrático, que é
um espaço de socialização, reflexão, aprendizagem. Com isso o ambiente escolar
pode ser visto como um local que se pode trabalhar para que as diferenças e
diversidades sejam aceitas e respeitadas por todos.

8.2 A Inclusão no Ambiente Escolar:

Durante muitos anos a sociedade em geral assistiu, sem incômodo, a total


segregação das pessoas com necessidade especial: elas já viveram nas ruas, já
foram prisioneiras em asilos e até mesmo em casa por não ser aceitas pela sua
própria família, já freqüentaram escolas especial, onde fica bem distante de ter uma
convivência social e uma sociedade igualitária. Porém esse contexto felizmente vem
mudando graças a grandes lutas das pessoas com deficiência, seus familiares e
8

organizações visto que é um direito garantido pela lei e Diretrizes e Bases da


educação nacional (Lei n9.934/96), que afirma a oferta da educação especial que se
inicia na Educação infantil até o fundamental.
Outra razão para se lutar por uma sociedade inclusiva seria a legislação. O
direito a inclusão está assegurado na constituição Federal de 1988,quando em seu
artigo 208,inciso terceiro, garante atendimento educacional especializado aos
portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino, e se
precisarem de ensino especializado, que também seja realizado dentro da rede
regular.
Nesse sentido as escolas precisam se reestruturar para que possam
assegurar que todos os alunos possam ter acesso ás oportunidades educacionais e
social oferecida pela escola, impedindo à segregação e o isolamento dessas
crianças no âmbito educacional, pois estamos vivendo nas escolas momentos de
transformação para que possam atender a todos sem distinção, com o objetivo de
satisfazer as necessidade básica da aprendizagem de todos as crianças ,jovens e
adultos devem estar em condições de aproveitar as oportunidades educativas
voltadas para satisfazer suas necessidades básica de aprendizagem.
Essas necessidades compreendem tanto os instrumentos essenciais para a
aprendizagem como leitura e escrita, a expressão oral, o cálculo, a solução de
problemas, quanto os conteúdos básicos da aprendizagem (como conhecimentos,
habilidades, valores e atitudes), É necessários para que os seres humanos possam
sobreviver desenvolver com dignidade, participar plenamente do desenvolvimento
político,econômico e tecnológico da atualidade,pois só assim estarão gozando dos
seus direitos os quais são assegurados pela Declaração de Salamanca (BRASIL,
1994) passam a influenciar a formulação das políticas públicas da educação
inclusiva.
Em 1944, a declaração de Salamanca proclama que as escolas regulares
com orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater
atitudes discriminatórias e que alunos com necessidades educacionais
especiais em ter acesso à escola regular tendo como princípio orientador
que "as escolas deveria acomodar todas as crianças independentemente de
condições físicas,intelectuais,sociais emocionais, linguísticas ou outras"
(BRASIL,1994, p. 330).

A Convenção da Guatemala (1999), promulgada no Brasil pelo Decreto n:


3.956/2001, afirma que as pessoas com deficiência têm os mesmo direitos humanos
e liberdades fundamentais que as demais pessoas, definindo como discriminação
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com base na deficiência toda diferenciação ou exclusão que possa impedir ou


anular o exercício dos direitos humanos e de suas liberdades fundamentais. Para
Brasil (2001), este documento tem importante repercussão na educação especial,
compreendida no contexto da diferenciação, adotado para eliminar as barreiras o
acesso à escolarização.
A pessoa com necessidade especial geralmente precisa de atendimento
especializado,seja para fins terapêuticos,como fisioterapia ou estimulação motora,
seja para que possa aprender a lidar com sua dificuldade e a desenvolver suas
potencialidades intelectuais e cognitivas. A Educação especial tem se organizado
para atender especifica e exclusivamente alunos com necessidade especial tem sido
uma das áreas que vem desenvolvendo estudos científicos e metodológicos para
melhorar o atendimento a essas pessoas principalmente na rede regular de ensino.
Educação inclusiva segundo Sassaki (1997) é um processo no qual se amplia
a participação de todas as pessoas com deficiência na educação. Trata de uma
reestruturação da cultura, da prática e das políticas vivenciadas nas escolas de
modo que estas respondam à diversidade de alunos como o direito de todos.
As nossas escolas brasileiras infelizmente não estão preparadas para
inclusão, pois o que vimos na verdade e o despreparo para acolher e lidar com o
diferente.
A ideia de uma sociedade inclusiva fundamenta-se numa filosofia que
reconhece e valoriza a diversidade como característica inerente à constituição de
qualquer sociedade, portanto pensar nessa diversidade é pensar na diversidade de
valores sociais sem distinção alguma. É resgatar todo valor histórico cultural de cada
indivíduo indistintamente, buscando a integração e a socialização para que, não se
sintam mais o número, mais uma cadeira ocupada em sala de aula, mas sintam-se
pessoas capazes de integrar-se no ensino aprendizagem, no entanto, a prática
pedagógica deve acontecer sucessivas mudanças, buscando novos métodos de
ensino, novos currículos, novos valores e novas práticas educacionais.
Segundo Edler (1988), não se trata apenas de garantir a matrícula e
conseguir um lugar numa turma para os alunos especiais. Embora o tema esteja
ganhando espaços nos fóruns nacionais e internacionais, deve ser debatido. Os
educadores devem examinar a questão, buscando seus pontos e contrapontos,
sempre em busca de boa qualidade das respostas educativas das escolas, para
tanto, de um lado,há que remover as barreiras arquitetônicas e de outro melhorar a
qualidade da aprendizagem e das interações entre todos os alunos.
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Quanto à modalidade de inserção, uma das opções de integração escolar


denomina-se mainstreaming (corrente principal) e seu sentido é analógico a um
canal educativo geral, que em seu fluxo vai levando todo tipo de aluno, com ou sem
capacidade ou necessidade especifica. O aluno com necessidades especiais ou com
dificuldades de aprendizagem, pelo conceito referido, deve ter acesso à educação,
sua formação sendo adaptado ás suas necessidades especificas. Existe um leque
de possibilidades e de serviços disponíveis aos alunos, que vai de inserção as
classes regulares ao ensino em escolas especiais.

8.3 A importância da ludicidade no processo de inclusão:

Desde os primórdios da humanidade já se tinha registro sobre o brincar, tal


fato pode ser visto nas pinturas rupestres, nas danças, nas manifestações de
alegria. Já nos dias de hoje percebe-se a brincadeira de várias maneiras, nos
esportes, nos jogos, nas danças, no teatro e até na política. (Santos,2000).
Para os autores Freitas e Salvi (2008) a ludicidade é mencionada:

O lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer dizer "jogo".
Seachasse confinado a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo
apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. A evolução
semântica da palavra "lúdico", entretanto, não parou apenas nas suas
origens e acompanhou as pesquisas de Psicomotricidade. O lúdico passou
a ser reconhecido como traço essencial de psicofisiologia do
comportamento humano. De modo que a definição deixou de ser o simples
sinônimo de jogo. As implicações da necessidade lúdica extrapolaram as
demarcações do brincar espontâneo.

Diante disso entende-se que a atividade a lúdica é importante para uma


saúde física, mental, social. É também coisa muito séria. Mexe com o emocional e
intelectual do ser humano. Porque é através da brincadeira que a criança
(re)significa seu mundo, se reequilibra, recicla suas emoções e sacia sua
necessidade de conhecer. É brincando que a criança vai interagindo com o mundo
que a cerca, na troca com o outro, vai se constituindo sujeito.
Para Vygotsky (1984), o brincar é definido pela situação da imaginação criada
pela criança, e que tende a suprir necessidades que mudam conforme a idade. Com
o crescimento surgem novas necessidades que poderão ser satisfeitas através da
capacidade imaginária da criança.
Segundo Nhary (2006) As atividades lúdicas são importantes no
desenvolvimento do sujeito que tenha ou não alguma limitação, durante as
atividades lúdicas todos são vistos como capazes de realizar a atividade
coletivamente, dentro das suas capacidades físicas, intelectuais, sociais. Desta
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maneira o educando especial é incluído através da ação lúdica. Isso porque o mais
importante nestas atividades é o desejo de estar junto com o outro, mesmo que seja
para competir, é poder usufruir do movimento de prazer.
Consideramos que o processo de ensino-aprendizagem no ambiente escolar
utilizando a atividade lúdica torna-se elemento motivador e facilitador, fazendo com
que os educandos com necessidades especiais possam assimilar os conteúdos,
vivenciem valores e atitudes de maneira prazerosa e divertida.
A ludicidade é um instrumento pedagógico essencial, sendo utilizado como
meio de interação ou como forma de despertar na criança o interesse pela leitura e
escrita, possibilitando a formação do autoconceito positivo, havendo assim um
desenvolvimento integral do educando. Portanto, brincar é uma necessidade básica
que ajuda no desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e social. Reforçando esta
afirmação, Santos destaca que:
As atividades lúdicas possibilitam fomentar a "resiliência", pois permite a
formação do autoconceito positivo. As atividades lúdicas possibilitam o
desenvolvimento integral da criança, já que através destas atividades a
criança se desenvolver efetivamente, convive socialmente e opera
mentalmente;O brinquedo e o jogo são produtos de cultura e seus usos
permitem a inserção da criança na sociedade;Brincar é uma necessidade
básica assim como é a nutrição, a saúde, a habitação e a educação; Brincar
ajuda a criança no seu desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e social,
pois, através das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, relaciona
ideias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corporal,
reforça habilidades sociais, reduz a agressividade, integra-se na sociedade
e constrói o seu próprio conhecimento; O jogo é essencial para a saúde
física e mental; O jogo simbólico permite à criança vivências do mundo
adulto e isto possibilita a mediação entre o real e imaginário. (SANTOS,
2000 p. 20).

Portanto, quando valorizamos as atividades lúdicas, percebemos como a


atividade natural, espontânea é necessária para o aluno, pois através dela, o
educando pode exercer sua capacidade de criar e imprescindível que haja riqueza e
diversidade nas experiências que lhes são ofertadas. Diante disso a atividade lúdica
pode contribuir para melhorar o processo de aprendizagem do portador de
necessidades especiais e sua inclusão no ambiente escolar.
A ludicidade deve estar dentro do espaço da salas de aula, pois este um
lugar de encontro de pessoas com suas singularidades, no momento em que estão
descobrindo muitos conhecimentos, com relação a vida e o mundo, começando uma
caminhada que marcará profundamente a sua história,as inter-relações entre os
indivíduos, seus sentimentos, afetos e sonhos, precisam ser legitimados, buscando
a superação da fragmentação e do isolamento.
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9 Procedimentos metodológicos:

O método para a construção deste artigo foi utilizado à pesquisa bibliográfica


mediante o método descritivo. De acordo com Vergara (2007), pesquisa bibliográfica
é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros,
revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao publico em geral.
Lakatos e Marconi (2001) definem os estudos descritivos como destinados a
descrever as características de determinada situação, os estudos descritivos diferem
dos resultados exploratórios no rigor em que são elaborados seus projetos.
10 Técnicas para coleta de dados:

A coleta de dados foi realizada na bibliografia eletrônica do site da Biblioteca


Regional as bases de dados online no site de procura do Google acadêmico,
pesquisas em livros, artigos, monografias, a fim de adquirir embasamentos teóricos
para dissertação sobre o tema proposto.
Decorrente dessa busca científica partiu-se para análise do material, seguindo
as etapas: leitura exploratória, procedente da necessidade de conhecer melhor o
problema, aprimorar ideias; leitura seletiva, através da qual foram selecionados a
literatura pertinente aos propósitos do artigo; leitura analítica dos textos, momento
de apreciação e julgamento das informações, evidenciando-se os principais
aspectos abordados sobre o tema.
Para melhor descrever o tema os dados foram organizados em três
subtópicos listados a seguir: Políticas e leis que norteiam a educação Inclusiva. A
inclusão no ambiente escolar. A importância da ludicidade no processo de inclusão.
Finalmente, a leitura interpretativa que, apoiada na experiência profissional
dos pesquisadores, conferiu significado mais amplo aos resultados obtidos com a
leitura analítica.

11 Análise e interpretação dos dados:

Ao longo do texto, procurou-se refletir sobre a importância da ludicidade no


processo de inclusão de alunos portadores de necessidades especiais no âmbito
escolar, sem esquecer as problemáticas que cercam esse processo.
Considerando as leituras realizadas percebeu-se um significativo o interesse
por parte da sociedade em reconhecer o indivíduo com ser único e cheio de
possibilidades, contudo no Brasil existem leis decretadas indicando a necessidade
de distinguem às pessoas com necessidades especiais em relação aos demais
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cidadãos, o que observa é que essas normas são implantadas de modo lento e
parcial, sendo ignoradas por alguns membros da sociedade, que em alguns
momentos não conhecem os direitos do aluno com necessidades especiais, e
quando esses indivíduos precisam reivindicar seus direitos, tem que recorrer à
legislação.
A inclusão não é uma prática educativa a ser feita de qualquer forma, exigem
conhecimento de pais, professores e demais profissionais e sociedade. Ela reforça a
pratica de que as diferenças podem ser aceitas e respeitadas. Atualmente, na
sociedade percebe-se a fase de mudanças nos setores: educacional, político e
social e econômico. Com isso, é importante evitar-se os erros do passado e criar
para os alunos com necessidades especiais estratégia em sala de aula e recursos
adequados para desenvolver melhor o conhecimento de modo agradável nos
espaços educacionais, favorecendo com isso uma verdadeira inclusão no espaço
escolar.
Diante disso os autores estudados mostraram em suas pesquisas que é
possível incluir o portador de necessidades no ambiente escolar utilizando a
ludicidade com instrumento importante para essa conquista. Mais também poder
público tem um papel fundamental para alcançar esses anseios, investindo mais em
estrutura física das escolas e formação dos profissionais para atender a demanda.
Diante disso, ainda é necessária a quebra de paradigmas para mostrar a todos que
cada indivíduo portador ou não de alguma deficiência deve ter seus direitos
respeitados. A inclusão "passa por uma mudança no modo de vermos o outro, de
agirmos para que todos tenham seus direitos respeitados." (MANTOAN, 2001).
Enfatiza-se ainda que a ludicidade possa ajudar tanto no processo de ensino-
aprendizagem do aluno portador de necessidades especiais quanto os outros alunos
considerados "normais". Portanto o lúdico deva ser valorizado e divulgado em todas
as escolas como instrumento facilitador e construtor de conhecimentos dentro do
processo inclusão para todos alunos com ou sem necessidades especiais.

12 Considerações Finais:

No decorrer artigo, vimos através das leituras realizadas como as atividades


lúdicas podem ajudar a escola no processo de inclusão de alunos com necessidades
especiais. Pois existe hoje uma grande preocupação em desenvolver essa inclusão
destes educandos no ambiente escolar. Mais nossas escolas ainda precisam
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modificações de uma estrutura melhor, de profissionais capacitados e mais


comprometimentos do poder público.
A escola como um espaço fundamental para a transformação dessa realidade
na inclusão de alunos portadores de necessidades especiais e a ludicidade é um
instrumento de estimulação prático utilizada em qualquer etapa do desenvolvimento
da psicomotricidade. É uma forma global de expressão que envolve todos os
domínios da natureza., apresenta ainda grandes benefícios do ponto de vista físico,
intelectual, social e didático para a criança. As brincadeiras lúdicas desenvolvem a
criatividade e a espontaneidade da criança.
Portanto para que a inclusão acontece verdadeiramente às mudanças são
fundamentais, mas exige esforço de todos possibilitando que a escola possa ser
vista como um ambiente de construção de conhecimento, deixando de existir a
discriminação de idade e capacidade. Para isso, a educação deverá ter um caráter
amplo e complexo, favorecendo a construção ao longo da vida, e todo aluno,
independente das dificuldades, poderá beneficiar-se dos programas educacionais,
desde que sejam dadas as oportunidades adequadas para o desenvolvimento de
suas potencialidades.
Concluirmos este trabalho ressaltando que segundo as literaturas
pesquisadas a inclusão de alunos com necessidades especiais pode acontecer no
ambiente escolar através de atividades lúdicas, tornando esse processo não só uma
obrigação legal, mas uma interação com todos os envolvidos portadores ou não de
algum tipo de necesidades especiais.

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