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Carlos A. de MOURA
Notação iv
Prefácio v
I Roteiro 1
I.1 Alguns Exemplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
I.2 Convite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
II Os Conceitos Básicos 7
II.1 Espaços Vetoriais Reais:
Notação e Exemplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
II.2 Norma, Distância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
II.3 Produto Interno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
II.4 Convergência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
II.5 Funções Contı́nuas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
II.6 Conjuntos Abertos, Fechados, Densos . . . . . . . . . . . . . 21
II.7 As Seqüências de Cauchy . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
II.8 Espaço–quociente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
II.9 Completamento de um Espaço Normado . . . . . . . . . . . . 31
II.10 O Princı́pio da Extensão Contı́nua . . . . . . . . . . . . . . . . 35
II.11 Os Operadores Lineares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
II.12 Os Operadores Invertı́veis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
II.13 Normas Equivalentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
II.14 A Integral de Lebesgue . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
II.14.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
II.14.2 Definição, Propriedades, o Espaço L1 (IR) . . . . . . . . 56
II.14.3 Os Conjuntos de Medida Nula . . . . . . . . . . . . . . 58
i
II.14.4 Os Espaços Lp (IR) , 1 < p < ∞ . . . . . . . . . . . . . 61
II.14.5 O Espaço L∞ (IR) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
II.14.6 Teoremas de Convergência . . . . . . . . . . . . . . . . 65
II.14.7 O Teorema de Fubini; Diferenciação × Integração . . 69
ii
V.2.1 Aplicação – Um Problema de Dirichlet . . . . . . . . . 145
V.3 Aplicação Aberta, Gráfico Fechado . . . . . . . . . . . . . . . 152
V.4 A Convergência Fraca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155
V.5 O Teorema da Limitação Uniforme . . . . . . . . . . . . . . . 157
V.5.1 Uma Aplicação a Esquemas Numéricos . . . . . . . . . 160
VI A Compacidade 165
VI.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 165
VI.2 A Compacidade em C 0 e em Lp . . . . . . . . . . . . . . . . 166
VI.3 A Convergência Fraco∗ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169
VI.4 Teoremas de Rellich e de Imersão . . . . . . . . . . . . . . . . 171
Bibliografia 207
iii
Notação
`∞
0 , `
∞
, c , c 0 , `2 , 9
C k [a, b] , C ∞ [a, b] , C0∞ (IR) , 10
S(IR) , 11
kxkp , kxk∞ , 12
kf kp , kf kr,p , 13
δt0 (f ) , 21
B[v0 ; r] , B(v0 ; r) , 22
F (f )(t) , 48
ΨA , 53
L1 (A) , 56
Lp (A) , 61
L∞ (A) , 64
V 0 , V ∗ , 73
D ı , 96
H0k (Ω) , H k (Ω) , 97
D(Ω) , 103
D 0(Ω) , 105
Lp (0, T ; B) , 109
supp, 129
o( h ), 194
iv
PREFÁCIO
Esta é a terceira versão de [16], redigido para uma escola de curta duração
e que, devido à inexistência de textos com a orientação deste, foi utilizado
posteriormente em vários contextos, até chegar a uma segunda versão [17],
que seguiu o mesmo percurso. O incentivo de muitos colegas que os utilizaram
motivou a aventura desta nova redação, mais cuidadosa e com algumas adições.
1
Daı́ o subtı́tulo – este é um guia para usar a ferramenta, não para aperfeiçoá-la.
v
As versões anteriores não contemplavam aplicações por estarem essas incluı́das
em outros minicursos das escolas para as quais foram redigidas. A presente
versão inclui aplicações adicionais, todas ligadas à Análise Numérica – ele-
mentos finitos, estabilidade para solução aproximada de equações diferenciais.
Também os resultados sobre a integral de Lebesgue estão reunidos, formando
agora um elenco mais completo. As Transformadas de Fourier e de Laplace,
junto com as Distribuições Temperadas, passaram também a compor o rol de
tópicos apresentados.
CONVENÇÕES
IN : os inteiros positivos
Z/ : os inteiros
IQ : os racionais
IR : os reais
IRN : o espaço euclideano a N dimensões
vi
IC : os complexos
Seqüências serão denotadas por {xn }n∈IN , (xn )n∈IN ou, mais simplesmente,
por {xn } ou (xn ) , eventualmente empregando-se também ı́ndices superiores.
Idêntico abuso de notação para funções: f (x) , f (•) , ou f .
Finalmente, é sempre preciso estar atento à notação que, neste texto, per-
mitimos ser “una donna mobile”, com mutações de capı́tulo para capı́tulo, se
conveniente, como por exemplo em:
Z
kf kL2 = kf k0 = kf k2 = kf k0,2 = { f 2 }1/2 ,
Z Z
kf kH 1 = kf k1 = kf k1,2 = { f2 + (f 0 )2 }1/2 .
ITINERÁRIO
vii
quase geodésico, no caso da reta real, indicando as modificações para o IRN .
O Capı́tulo III estuda as propriedades de duais, espaços indissociavelmente
ligados àqueles espaços introduzidos no Capı́tulo anterior; em particular, as
identificações clássicas – e indispensáveis – para operar com os mesmos. São
eles instrumentos usados no Capı́tulo IV, onde se introduzem as funções ideais,
ou generalizadas, que permitem falar com rigor, por exemplo, da delta de Dirac.
São construı́dos ainda os Espaços de Sobolev e introduzidas as Transformadas
de Fourier e de Laplace.
O que se convencionou chamar de tripé da Análise Funcional Linear compõe o
material do Capı́tulo V, sendo algumas aplicações apresentadas. O Capı́tulo VI
introduz um conceito fundamental para a construção de seqüências de aproxi-
mações à medida que permite garantir sua convergência, em muitas situações.
Até esse ponto, o encadeamento lógico da leitura é linear. Já o Capı́tulo VII,
penúltimo, depende apenas de conceitos dos Capı́tulos II e III, enquanto o
último usa só o que se introduziu no Capı́tulo II. No Capı́tulo VII são apresen-
tados resultados básicos de espaços de Hilbert, fundamentais tanto para apro-
ximações numéricas quanto para aplicações em Fı́sica, v.g. Mecânica Quântica.
(Nesse contexto, a teoria espectral é discutida apenas para operadores com-
pactos, sugerindo-se para o caso geral a consulta a [5, 52]. Estas são também
referências para a teoria dos semigrupos que, apesar de sua importância em
variadas aplicações, ver p.ex. [36], não discutimos.)
O último capı́tulo generaliza o conceito de derivada para funções definidas
em espaços normados. Essa generalização possibilita que nesses espaços se
utilizem algoritmos de aproximação, como o de Newton-Raphson, além de
diferentes métodos de otimização.
viii
Capı́tulo I
Roteiro
1
2 CAPÍTULO I. ROTEIRO
Exemplo 2 Identifiquemos o plano IR2 com o toro do IR3 , isto é, conside-
remos os pontos (t, y) do quadrado unitário Q := [0, 1[×[0, 1[ associados
aos pontos do plano por meio da identificação
#
t com t + n , n ∈ Z/
.
y com y + m , m ∈ Z/
Tomemos agora a curva Cα,β dada por
As seqüências (xn )n∈IN que construı́mos podem ser identificadas entre si,
e identificadas ainda ao número ζ , inexistente entre os racionais e para o
qual é válida (I.5). Esta identificação deve incluir ainda todas as seqüências de
Cauchy (x̃n )n∈IN que satisfizerem (I.6) para pelo menos uma das seqüências
(xn )n∈IN que construı́mos, e portanto para todas elas.
É este um dos caminhos utilizados para introduzir a reta real: incorporar os
6 CAPÍTULO I. ROTEIRO
I.2 Convite
Os Conceitos Básicos
a) v1 + v2 = v2 + v1 ;
b) (v1 + v2 ) + v3 = v1 + (v2 + v3 ) ;
7
8 CAPÍTULO II. OS CONCEITOS BÁSICOS
v+0=v ;
v + −v = 0 .
b) (α1 + α2 )v = α1 v + α2 v ; d) 1v = v .
Concluı́mos a partir destas propriedades que:
0v = 0,
( − α)v = − ( αv) .
Observe que o sinal “ − ” e o sı́mbolo “ 0 ” possuem significados distintos
no primeiro e no segundo membro das duas igualdades acima. Tem-se
também que
α0 = 0
e que tanto o zero como o simétrico de um dado elemento v são únicos.
Mais ainda:
αv = 0 ⇐⇒ α = 0 ou v = 0 ,
o que equivale a
αv = βv ⇐⇒ α = β ou v = 0 .
x = (x1 , . . . , xN ) , xı ∈ IR ,
Verifica-se que
`∞ 2
0 ⊂ ` ⊂ c0 ⊂ c ⊂ `
∞
,
sendo cada espaço contido propriamente no seguinte da lista.
10 CAPÍTULO II. OS CONCEITOS BÁSICOS
X
N −1
p(x) = a x ,
=0
X
N −1
q(x) = b x ,
=0
então
X
N −1
(p + q)(x) := p(x) + q(x) = (a + b )x .
=0
n : V → IR+
é uma norma se valem
12 CAPÍTULO II. OS CONCEITOS BÁSICOS
É claro que num mesmo espaço vetorial podemos ter diferentes normas. Ve-
remos que certas propriedades (ditas topológicas) de um tal espaço podem
variar ou não, dependendo da norma que escolhermos.
Exemplo 2 Em `∞ ,
kxk∞ := sup |x | (II.5)
∈IN
E em `∞
0 , podemos tomar, aém dessas duas, uma terceira norma, qual seja:
∞
X
kxk1 := |x | .
=1
kf k∞ := max |f (x)| ,
a≤x≤b
fy (x) := yn , n≤x<n+1, n = 0, 1, . . .
o que até certo ponto justifica usarmos a mesma notação para estas normas
em diferentes espaços.
A única dificuldade na demonstração de que as definições acima efetivamente
conduzem a normas é a verificação da desigualdade do triângulo no caso das
normas k•k2 . Tal demonstração se torna evidente se fizermos uso de conceitos
introduzidos na próxima seção.
p : V ×V → IR
(x, y) → p(x, y)
Notações usuais para um produto interno são < x, y > , < x|y > , (x, y) ,
(x|y) , ou ainda x•y . Em geral utilizaremos a notação (x|y) , mas nos
reservaremos o direito ao emprego eventual de qualquer das outras três.
(x + ty|x + ty) ≥ 0 .
Desenvolvendo-a, vem:
4(x|y)2 − 4(y|y)(x|x) ≤ 0 ,
ou
|(x|y)| ≤ (x|x)1/2 (y|y)1/2 .
Exercı́cio 4 Verifique que as normas introduzidas acima com um ı́ndice 2,
respectivamente (II.3), (II.6), (II.7) e (II.8), são todas provenientes de um pro-
duto interno. •
II.4 Convergência
Diz-se que uma seqüência (xn )n∈IN de elementos de V é convergente se,
para algum x ∈ V , se tem
Esta é uma das noções de convergência com que vamos lidar. É a chamada
convergência forte ou convergência em norma. A convergência (ou não)
de uma dada seqüência depende não só da própria seqüência mas também da
norma utilizada.
kxn − xk → 0 ⇐⇒ xn − x → 0 ,
2
Demonstra-se que, se (II.11) é válida em um espaço normado V , para quaisquer vetores
v , w , a norma em V provém de algum produto interno.
II.4. CONVERGÊNCIA 17
converge para
f ∈ C 0 [0, 1]
no sentido da norma k•k∞ se e só se
fn → f
uniformemente.
(Diz-se que a norma k•k∞ é a norma da convergência uniforme.)
Exercı́cio 8
6
1– fn
D
D
D
D nx 0 ≤ x ≤ 1/n
D
fn (x) := 2 − nx 1/n ≤ x ≤ 2/n
D
D 0 2/n ≤ x ≤ 1
D
D
D -
1/n 2/n
Verifique que
kψn k∞ → 0 mas kψn k2 não tende a 0. •
φn : X → IR , n = 1, 2, . . . ,
Exemplo 1 Considere
2x x ∈ [0, 1/2]
h(x) := 2(1 − x) x ∈ [1/2, 1]
0 x 6∈ [0, 1]
e
hn (x) := h(2kn x − mn ),
onde #
kn := max`∈IN {2` ≤ n}
.
mn := n − 2kn
II.4. CONVERGÊNCIA 19
6 6 6 6 6
1– h1 1– h2 1– h3 1– h4 1– h5 ...
D D D D D
D D D D D
D D D D D
D D D D D
D D D D D
D D D D D
D D D D D
D D D D D
D D D D D
D - D - D - D - D -
1/2 1 1/4 1/2 1/2 1 1/8 1/4 1/4 1/2
6
n– gn
D
D n2 x 0 ≤ x ≤ 1/n
D
gn (x) := (2 − nx)x 1/n ≤ x ≤ 2/n .
D
D 0 2/n ≤ x ≤ 1
D
D
D
D
D -
1/n 2/n
Z 1
|f (s)|ds = |f (x0 )|
0
20 CAPÍTULO II. OS CONCEITOS BÁSICOS
segue que Z Z
1 1
|f (x)| ≤ |f (s)|ds + |f 0 (s)|ds .
0 0
Usando a desigualdade de Schwarz (de fato, de CBS, relação (II.10)),
Z 1
| φ(x)ψ(x)dx| ≤ kφk2 kψk2
0
com ψ := 1 e φ := f ou f 0 , vem
|f (t)| ≤ kf k2 + kf 0 k2 .
Portanto, temos
kf k2∞ ≤ kf k22 + kf 0 k22 + 2kf k2 kf 0 k2
(II.14)
≤ 2{kf k22 + kf 0 k22 } = 2kf k21,2 ,
pois 2|ab| ≤ a2 + b2 .
Exemplo
b) Para 0 ≤ t0 ≤ 1 ,
δt0 : C 0 [0, 1] → IR
f → δt0 (f ) := f (t0 )
φw : V → IR ,
v → φw (v) := (v|w)
d) Também é contı́nua
#
φ : C 0 [0, 1] → C 0 [0, 1]
R ,
f → [φ(f )](t) := 0t G(s, f (s))ds
Exercı́cio 10
Na realidade estes dois exemplos ilustram uma situação geral: uma função
contı́nua f : V → W é caracterizada pelos seus valores em qualquer
24 CAPÍTULO II. OS CONCEITOS BÁSICOS
Este resultado sugere uma outra pergunta: suponhamos que f está definida
(e é contı́nua) em X que é denso em V . Será que f pode ser estendida
continuamente a todo V , isto é, será que existe
F :V →W
Já sabemos que se tal F existir, ela é única. Neste caso dizemos que F é a
extensão contı́nua de f . Mas observando, por exemplo, a função
#
f : {x ∈ IR, x 6= 0} → IR
,
x → f (x) := sen(1/x)
A idéia que surge naturalmente para conseguir definir uma extensão, e poder
garantir ser ela contı́nua, é tentar, para um arbitrário
x ∈ V \X := {x ∈ V ; x 6∈ X} ,
introduzir
F (x) := lim f (xn ) ,
n
kxn − xm k < .
xn → x em `2 ou `∞ .
1–
6 fn
0 0 ≤ x ≤ 12 − 1
x n
fn (x) := n 2 − 14 + 1 1
− n1 ≤ x ≤ 12 + 1
2 2 n
1
1 2
+ n1 ≤ x ≤ 1
1
...1 -
2
→ | n2 | ←
II.8 Espaço–quociente
Introduziremos agora a noção de espaço-quociente, conceito motivado por
diferentes situações, entre as quais a do
TN (p − q) = 0 , (II.17)
TN : P → PN
P∞ P −1 ı .
p(x) := ı=0
ı
aı x → (TN p)(x) := N
ı=0 aı x
a. reflexividade p ∼ p ∀p ∈ P
b. simetria p ∼ q ⇐⇒ q ∼ p ∀p , q ∈ P (II.18)
c. transitividade p ∼ q , q ∼ r =⇒ p ∼ r ∀p , q , r ∈ P
p∗ := {q ∈ P ; q ∼ p },
p ∼ q ⇐⇒ p − q ∈ FN . (II.170 )
x ∼F y ⇐⇒ x − y ∈ F (II.20)
@
@ @ a =dist(X ∗ , Y ∗ )
@ @
x
@1@ -
@
Ry a@ X ∗
@ @
Y@
30 CAPÍTULO II. OS CONCEITOS BÁSICOS
É possı́vel neste caso medir a distância entre duas classes x∗1 , x∗2 , ou melhor,
introduzir a norma de x∗ := distância de x à reta Y .
Motivados por este exemplo, podemos tentar estudar as noções acima no con-
texto de espaços normados. Mais precisamente, quando E é um espaço nor-
mado, dado F subespaço de E , como introduzir uma norma em E/ ∼F ?
Se observarmos que, em qualquer espaço normado,
desde que tenhamos a noção de distância entre dois conjuntos. Esta é intro-
duzida, para A , B ⊂ E (= espaço normado) por:
sendo que, no segundo membro desta identidade, x pode ser substituı́do por
qualquer y ∈ x∗ , daı́ ser (II.210 ) tomada como uma definição alternativa.
Pode-se ainda verificar que é satisfeita a identidade
Resta a pergunta: (II.21) define de fato uma norma? Observe que nenhuma
hipótese topológica foi feita sobre F . Em particular, se F não é fechado
II.9. COMPLETAMENTO DE UM ESPAÇO NORMADO 31
fn ∈ F , fn → x .
ou seja,
| kxk − kyk | ≤ kx − yk . (II.22)
(Observe que apenas se utilizou na obtenção desta relação a desigualdade do
triângulo e que, para todo vetor x , se tem k − xk = kxk .)
Ocorre que a “função” introduzida em W mediante iii) não é uma norma.
Com efeito, o zero de W é
mas lim kx kV = 0 implica apenas que (x ) é uma seqüência que aproxima
o vetor nulo de V .
A situação no espaço W lembra aquela descrita na seção anterior, em que
(II.21) não define uma norma em E/ ∼F por não ser fechado o subespaço
F . Temos agora um espaço que só passará a ser normado após introduzir-
mos uma identificação entre seus elementos, ou melhor, após definirmos uma
relação de equivalência. Convém tratar este problema num contexto geral e,
em seguida, particularizar para W .
s(x) = 0 =⇒ x = 0
3
Desigualdade que, neste contexto, é também chamada de sub-aditividade.
II.9. COMPLETAMENTO DE UM ESPAÇO NORMADO 33
é a única propriedade de uma norma que s pode não satisfazer. Para obter,
a partir de N , um espaço normado, consideremos o subespaço
F := {x ∈ N ; s(x) = 0 } .
No espaço–quociente N/ ∼F introduzimos
y1 , y2 ∈ M ⇐⇒ y1 − y2 ∈ F ⇐⇒ s(y1 − y2 ) = 0
lim kx − y kV = 0 .
v ∈ V → ṽ ∈ Ve ⊂ W
f
34 CAPÍTULO II. OS CONCEITOS BÁSICOS
que satisfaça
d(x, y) = d(y, x)
d(x, y) = 0 ⇐⇒ x = y .
d(x, z) ≤ d(x, y) + d(x, z)
Diz-se ser completo um espaço métrico onde qualquer seqüência de Cauchy
converge.
Exemplo 1 A função
f : IR\{0} → IR
x → sen(1/x)
36 CAPÍTULO II. OS CONCEITOS BÁSICOS
O que distingue estes dois exemplos pode ser descrito pela seguinte observação:
sempre que tivermos uma seqüência de Cauchy (xn ) no domı́nio das funções
do Exemplo 2, verifica-se que (f (xn )) também é de Cauchy. Ou, refor-
mulando: tais funções transformam seqüências de Cauchy em seqüências de
Cauchy. Já as funções de Exemplo 1 não satisfazem esta propriedade.
f : D → N
uma função uniformemente contı́nua. Se N for um espaço
completo, então existe uma única extensão contı́nua de f a todo
o espaço M . Mais ainda, a extensão preserva a continuidade
uniforme.
38 CAPÍTULO II. OS CONCEITOS BÁSICOS
segue √
|fn (t̃) − f (t̃)| ≤ 2kfn − f k1,2 ,
e conclui-se que δt̃ é contı́nua.
kṽk∼ = kvkV ,
T : V → W , V, W espaços vetoriais,
é dita linear se
ı : V f
→ Ṽ ⊂ W
v → Ve
que descrevem estar a corda com seus extremos fixos. Tem-se que, dadas φ
e ψ arbitrárias, mas suficientemente regulares5 , pode-se determinar univoca-
mente u = u(x, t) satisfazendo (II.27)–(II.270) e as condições iniciais6
#
u(x, 0) = φ(x)
. (II.2700 )
ut (x, 0) = ψ(x)
T (vn + v0 − v) → T v0 .
T (vn + v0 − v) = T vn + T v0 − T v
de modo que
T vn − T v → 0 ou T vn → T v .
Assim, para verificar se T é contı́nua basta verificar se ela é contı́nua em um
ponto v0 arbitrário. Esta condição pode ser expressa por:
Exemplo 2 Considere
#
T : C 1 [0, 1] → C 0 [0, 1]
.
f → T f := f 0
Se em ambos os espaços tomarmos a norma k•k∞ verificamos que T não
é contı́nua. De fato, sendo fn (x) := (1/n)sen nx , kfn k ≤ 1/n ↓ 0 , mas
fn0 (x) = cos nx , e portanto kfn0 k∞ = 1 . •
onde deixamos implı́cita a notação kxkV e kT xkW , prática que será seguida
quando não suscitar dúvidas.
Exemplo 3 Seja
T : IRN → V
linear, onde V é um espaço normado arbitrário e {e1 , . . . , eN } , a base
canônica do IRN . Se
vı := T eı e kxk1 ≤ 1 ,
X X
kT xkV = kT αı eı kV = k αı vı kV
X
≤ max kvı kV |αı | = max kvı kV kxk1 = max kvı kV .
Por conseguinte, vale a desigualdade
ou ainda, X
kT xk ≤ kvı kV ; (II.2900 )
e também vale
X X X X
kT xk ≤ |αı |kvı kV ≤ ( αı2 )1/2 ( kvı k2V )1/2 ≤ ( kvı k2V )1/2 (II.29000 )
se kxk2 ≤ 1 .
d) T é uniformemente contı́nua;
II ∈ IB(X) e |||II||| = 1 .
T ∈ IB(X, Y ) , S ∈ IB(Y, Z) ,
valem
S · T ∈ IB(X, Z)
e
||| S · T ||| ≤ ||| S ||| · ||| T ||| .
Exercı́cio 32 Se Y é um espaço de Banach, IB(X, Y ) também é.
ku(x, t)kW := max ( kux (•, t)k22 + kut (•, t)k22 )1/2 .
0≤t≤t̃
(Note que, considerando todo o espaço C 2 ( [0, 1] × [0, t̃] ) , esta não é uma
norma.)
II.12. OS OPERADORES INVERTÍVEIS 45
Verifica-se a identidade
Z 1 Z 1
d
E(t) = 2 [uxt ux + utt ut ]dx = 2 ut [utt − uxx ]dx + 2ut ux |10 = 0 ,
dt 0 0
=⇒ |||Wt̃ ||| = 1 .
Exercı́cio 33 Calcule (ou estime) a norma dos operadores lineares descritos
nos Exemplos I.5.1 e Exercı́cios 27 e 28.
T ≡ 0.
46 CAPÍTULO II. OS CONCEITOS BÁSICOS
T x1 = T x2 =⇒ T (x1 − x2 ) = 0 =⇒ x1 − x2 = 0 =⇒ x1 = x2 ,
T : C̃[0, 1] → C̃ 1 [0, 1] R
f → (T f )(x) := 0x f (s)ds
tn+1 1
kT gn k∞ = max = ↓0 .
0≤t≤1 n + 1 n+1
Ocorre que
kgn k∞ = max |tn | = 1
0≤t≤1
e, como
gn = Shn com hn (t) := tn+1 /(n + 1) ,
II.12. OS OPERADORES INVERTÍVEIS 47
com a norma
kf k∞ := sup |f (x)| .
−∞<x<∞
é linear e contı́nuo9 .
kf kd ≤ kf k1,2 .
vem Z Z Z
x x 1
2 0 2
|f (x)| ≤ |f (s)| ds 1 ds ≤ x |f 0 (s)|ds
0 0 0
e, portanto,
Z 1 Z 1 Z 1
2
|f 0 (x)|2 dx ≤ xdx |f 0 (s)|2 ds = kf 0k2 /2 .
0 0 0
2 1 2 2 3 2
kf k21,2 = kf k22 + kf 0 k2 ≤ kf 0 k2 + kf 0 k2 = kf 0 k2 .
2 2
As duas desigualdades
s
3 0
kf 0 k2 ≤ kf k1,2 ≤ kf k2
2
mostram que a identidade é contı́nua e tem inversa contı́nua quando tomada
entre os espaços
T : IRN → V (II.32)
ou ainda,
inf ||T x||V > 0 .
||x||p =1
Sucede que se
inf ||T x||V = 0
||x||p =1
ocorrer, existirá uma seqüência {xn ∈ IRN , ||xn ||p = 1} tal que
||T xn ||V → 0 .
Observações
SN ↑ ∞ se N ↑ ∞.
52 CAPÍTULO II. OS CONCEITOS BÁSICOS
||x||1 ≤ K1 ||x||2 , ∀x ∈ V
||x||2 ≤ K2 ||x||1 , ∀x ∈ V .
temos que
fN ∈ R[a, b] , lim fN (x) = ΨIQ (x) ,
N →∞
X
n
f := cı Ψ E ı
ı=1
δx0 : C0 (IR) → IR
f → δx0 (f ) := f (x0 )
onde "
f (x) se f (x) ≤ a
fa (x) := .
a se f (x) > a
Este é o chamado operador de truncamento e satisfaz
f ≤a ⇐⇒ Ta f = f , (II.36)
f ≥a ⇐⇒ T−a (−f ) = −f .
|f | := f+ + f− ,
onde denotamos
f, g ≥ 0 =⇒ f +g ≥0.
|f | ≤ α ⇐⇒ f ≤α e f ≥ −α .
lim TN f = f .
N →∞
f ≥ 0 ⇐⇒ ∃ fn ∈ C0 (IR) , fn ≥ 0 e fn → f .
Exercı́cio 44 Na reta, todo aberto Q pode ser escrito como união disjunta
de intervalos abertos Qı = (aı , bı ) :
Q = ∪N
ı=1 Qı , N ≤ ∞ , Qı ∩ Q = ∅ , ı 6= .
Verifique que
X
N
m(Q) = (bı − aı ) .
ı=1
Q := ∪∞
ı=1 (qı − /2 , qı + /2 ) .
ı ı
Dispondo assim da noção de medida para conjuntos mais gerais que inter-
valos, a definição que introduzimos pode ser substituı́da pela que segue:
Diremos que um conjunto N tem medida nula se, para cada > 0 , existe
um aberto A ⊃ N tal que
m(A ) ≤ .
1 1
+ =1 (II.41)
p q
ou, equivalentemente,
pq = p + q , (II.410 )
ap bq
ab ≤ + , (II.42)
p q
segue (II.42).
II.14. A INTEGRAL DE LEBESGUE 63
y6 y6
y = xp−1
b b y = xp−1
A2 A1 A2
A1
- -
p−1 a x p−1 a x
a >b a <b
Definamos então
sendo que ||f ||∞ := +∞ se o conjunto do qual devemos tomar o “ inf ” for
vazio.
Definimos agora
e
Bm,n := {x; |fm (x) − fn (x)| > ||fm − fn ||}
pomos
E := ∪∞
k,m,n=1 Ak ∪ Bm,n .
i) f ∈ L1 (IR) ?
66 CAPÍTULO II. OS CONCEITOS BÁSICOS
R n R
ii) fn → f?
i) f ∈ L1 (IR)
n
ii) kfn − f k1 → 0
e, conseqüentemente:
Z Z Z
limn fn = f = limn fn .
Exercı́cio 47 a) Calcule
Z n
n x
limn→∞ 1+ exp−2x dx ;
0 n
b) Demonstre que, se f (x) := |x|α Ψ(0,1] (x) ,
f ∈ L1 (IR) ⇐⇒ α > −1 .
II.14. A INTEGRAL DE LEBESGUE 67
O resultado que segue, além de ter interesse per se, nos vai permitir falar
na integral de Lebesgue de uma função f ≥ 0 , ou f ≤ 0 , mesmo quando
f 6∈ L1 (IR) .
f RE g ⇐⇒ f ΨE = gΨE qtp .
Um ponto crucial neste resultado costuma ser pouco percebido. A ênfase recai
comumente apenas no processo da troca de limites, ou mudança na ordem de
integração, expresso em (II.49). Quando dispomos de hipóteses mais fracas
– por exemplo, se apenas soubermos ser f Riemann-integrável –, a fim de
poder considerar (II.49), como garantir a integrabilidade das funções (de uma
variável)
R #
φτ (s) := f (s, τ ) ∀ τ ; Φ(τ ) := ab φτ (s) ds
R , (II.50)
λs (τ ) := f (s, τ ) ∀ s ; Λ(s) := αβ λs (τ ) dτ
e (II.49) se verifica.
16
A presente formulação se restringe ao IR2 e a retângulos, mas são válidas generaliza-
ções para conjuntos Q := E × F , tanto com E , F ⊂ IR mensuráveis arbitrários,
como sendo E ⊂ IRm , F ⊂ IRn também mensuráveis, com m , n ∈ IN quaisquer. A
demonstração e enunciados ainda mais gerais podem ser consultados em [45].
II.14. A INTEGRAL DE LEBESGUE 71
Verifique que, para esta função – que não pertence a L1 (IR2 ) – as integrais
repetidas correspondentes a (II.49) têm valores distintos.
∂
f ( •) K(•, s) ∈ L1 (IR)
∂s
e verifica-se ser essa a única hipótese exigida: basta observar que se podem
garantir as condições do Teorema da Convergência Dominada, cf. subseção
anterior. Como em todo resultado que envolve diferenciação de uma seqüência
de funções, torna-se indispensável formular hipóteses sobre a derivabilidade da
função limite, nunca podendo ser extraı́das conclusões sobre a derivada – ou
diferenciabilidade – do limite apenas a partir de propriedades dos elementos
da seqüência (compare com o resultado para distribuições no Teorema IV.4.1).
Observemos finalmente que, sendo a derivada um operador local, a verificação
do teorema que segue pode se restringir a subintervalos do domı́nio de f afim
de obter as necessárias limitações para os operadores (II.53), ver por exemplo
[27].
∂
f (•) , K(•, s) f (•) , f (•) K(•, s) ∈ L1 (IR) .
∂s
Então g é diferenciável, satisfazendo sua derivada a relação (II.52).
III.1 Introdução
` : V → IR .
73
74 CAPÍTULO III. O DUAL DE UM ESPAÇO NORMADO
equivalente definir:
v = αw + h (III.1)
ker(`) := { v ∈ V ; ` v = 0 }.
αv := `v hv := v − αv w ,
`v := α(`w) .
Por linearidade
Lβ := {v ∈ V ; `v = β} .
Lβ = βw + ker(`) , com `w = 1 .
B(0; δ) ∩ Lβ = ∅ ,
ii) Demonstre que, para toda φ ∈ C0∞ (IR) , temos uma representação
φ = θ0 + αψ0 ,
f v = (w|v) , ∀v ∈ H . (III.20)
Seja B uma forma bilinear sobre H , isto é, a cada par (x, y) de ele-
mentos de H , B associa um real de modo que, para cada x fixo, B(x, •) é
um funcional linear e, da mesma forma, para y fixo, B(•, y) é linear. Supon-
hamos também que B seja limitada, com o que queremos dizer que existe
uma constante C para a qual se verifica a desigualdade
βx : H → IR
y → βx = B(x, y)
TB : H → H
,
x → TB x := v
o que implica
u − w = 0 =⇒ u ∈ V =⇒ V = H .
Em resumo, demonstramos o
(x | u) = B(v, u) , ∀u ∈ H .
se
C := sup{kxk=kyk=1} B(x, y) , c := inf {kxk=1} B(x, x) . •
onde, observe, estamos denotando por (•, •) o produto interno tanto para
funções vetoriais ( Ω → IR3 ), como para funções reais ( Ω → IR ).
A condição (III.5c) implica a anulação do termo de fronteira na primeira inte-
gração por partes, enquanto (III.5b) acarreta a anulação da segunda parcela.
Conclusão: u é solução da inequação variacional
Im(P ) := {v ∈ V ; v = P w para w ∈ V } ,
tem-se que M
V = Im(P ) ker(P ) ,
o que significa, V é a soma direta de Im(P ) e ker(P ) , ou seja, para cada
v ∈ V , se pode determinar um único par (v1 , v2 ) com
III.4. O TEOREMA DA PROJEÇÃO 83
v1 ∈ Im(P ) , v2 ∈ ker(P ) ,
v = v1 + v2 .
L
Reciprocamente, se V = V1 V2 , pode-se determinar um operador de
projeção P tal que
V1 = Im(P ) , V2 = ker(P ) .
Quando V é um espaço normado, as projeções que consideramos são supostas
limitadas. Tem-se que, sendo P um operador de projeção, o espaço V é
decomposto em soma direta de dois subespaços fechados. A recı́proca deste
resultado é válida, desde que V seja completo:
Dados um espaço de Banach B e dois subespaços fechados F1 e
L
F2 tais que B = F1 F2 , existe um (único) operador de projeção
P para o qual Im(P ) = F1 , ker(P ) = F2 .
A demonstração deste resultado se baseia num dos três princı́pios básicos da
Análise Funcional, o Teorema do Gráfico Fechado, e pode ser encontrada em
[47], pp. 237.
(w − v|u) = 0 , ∀u ∈ U ,
ou seja,
w − v ∈ U⊥ .
Observe que
dist(v, U) = kv − wk
pois, para u ∈ U ,
kv − uk2 = kw + (v − w) − uk2 = k(v − w) + (w − u)k2
= kv − wk2 + kw − uk2 + 2(v − w|w − u)
= kv − wk2 + kw − uk2 ≥ kv − wk2 .
U⊥
6
v−w v
6
-w
U
kv − zk ≤ kv − wk , ∀ z ∈ W , (III.7)
ou seja,
É fácil ver que nenhuma das duas hipóteses pode ser dispensada: não sendo
W fechado, pode não valer a existência; se W não for convexo, mais de uma
solução pode existir. (Basta considerar em IR2 ,
no primeiro caso, ou
W := {(x, y); x ≥ 1 − y ou x ≤ y − 1 } ,
no segundo.)
o que implica
(v − PW v, PW v − z) ≥ 0 , ∀z ∈ W . (III.700 )
Reciprocamente, se w ∈ W satisfaz
(v − w, w − z) ≥ 0, ∀z ∈ W ,
então w = PW v .
De fato,
kv − zk2 = kv − w + w − zk2
= kv − wk2 + 2(v − w, w − z) + kw − zk2 ≥ kv − wk2 .
Quando W é um subespaço,
v
podemos tomar z = y − PW v ' $
em (III.700 ), com y ∈ W ar- * C PW v
-CW
bitrário, do que segue z
(v − PW v, y) ≥ 0 , ∀y ∈ W ,
e como −y ∈ W , deduz-se a & %
condição de ortogonalidade W
(v −PW v, PW v −z) = 0, ∀z ∈ W.
Neste caso, PW v é uma contração, pois
kPW v − PW v 0 k = kPW (v − v 0 )k ≤ kv − v 0 k .
III.5. REPRESENTAÇÃO DE ALGUNS DUAIS 87
z 0 := PW v e z := PW v 0 ,
(PW v − v − PW v 0 + v 0 , PW v 0 − PW v) ≥ 0
ou
kPW v 0 − PW vk2 ≤ (PW v 0 − PW v, v 0 − v)
≤ kPW v 0 − PW vk · kv 0 − vk .
Exercı́cio 6 Demonstre:
a) Se N é um subespaço de dimensão finita de um espaço normado, então
N é fechado.
b) Seja H um espaço de Hilbert e F ⊂ H um subespaço de dimensão
L ⊥
finita. Pelo Teorema da Projeção, H = F F . Neste caso particular (e
importante), demonstre tal resultado diretamente, porém, sem usar o Teorema
de Riesz.
Exemplo 1 O dual de c0
Seja y = (y ) ∈ `1 . Definindo
#
f : c0 → IR
P , (III.9)
x = (x ) ∈ c0 → f x := ∞=1 x y
a desigualdade
∞
X
|f x| ≤ |x | |y | ≤ kxk∞ kyk1
=1
nos mostra não só a convergência da série envolvida em (III.9), como também
que f é limitada. Assim:
f ∈ c∗0 .
Ocorre que todos os funcionais de c∗0 têm esta forma:
Logo, valem
y ∈ `1 e kyk1 ≤ kf k .
Como
X
N
N
k x e − xk∞ → 0 , ∀x = (x ) ∈ c0 ,
=1
conclui-se que
∞
X
fx = y x ,
=1
e da desigualdade
∞
X
|f x| ≤ |y x | ≤ kxk∞ kyk1
=1
∞
X
f x = z1 (lim x ) + z+1 x .
j
=1
T : c∗0 → `1 T : c∗ → `1
e
f → T f := yf f → T f := yf
(`∞ )∗ = `1 ?
fy : `∞ → IR
P
x = (x ) → fy x := ∞=1 x y
é um funcional de (`∞ )∗ e
kfy k = kyk1 .
É possı́vel demonstrar – mas os fatos de que dispomos no momento não são
ainda suficientes para isto – que nem todo funcional f ∈ (`∞ )∗ é da forma
III.5. REPRESENTAÇÃO DE ALGUNS DUAIS 91
g = g` ∈ Lq (Ω) ,
Algumas das demonstrações omitidas, bem como outros resultados nesta di-
reção, podem ser encontrados em [5], [49] ou [52].
92 CAPÍTULO III. O DUAL DE UM ESPAÇO NORMADO
III.6 O Bidual
o que implica
kv kV ∗∗ ≤ kvkV ∀v ∈ V . (III.13)
De fato, demonstraremos no Capı́tulo IV que vale sempre a igualdade em
(III.13), sendo então a aplicação J uma isometria entre V e um subespaço
de V ∗∗ , comumente mencionada como identificação canônica.
Exercı́cio 9
kv kV ∗ = kvkV ,
já sabemos que, no caso de V não ser completo, a função J não é sobre,
isto é, V não é reflexivo. Em outras palavras,
V reflexivo =⇒ V Banach .
λ : M → [0, ∞]
[
M X
M
λ( Aı ) = λ(Aı ) , M ∈ IN ∪ {∞} , Aı ∈ M disjuntos.
ı=1 ı=1
5
Esta classe forma uma σ -álgebra, o que significa: (i) ∅ , IR ∈ M ;
(ii) A ∈ M =⇒ Ac ∈ M (iii) Aı ∈ M , M ∈ IN ∪ {∞} =⇒ ∪M ı=1 Aı ∈ M
94 CAPÍTULO III. O DUAL DE UM ESPAÇO NORMADO
Espaços de Sobolev,
Distribuições
95
96 CAPÍTULO IV. ESPAÇOS DE SOBOLEV, DISTRIBUIÇÕES
onde Z
(f | g) := f g dX
Ω
denota o produto interno de L2 (Ω) .
Dada u ∈ H k (Ω) , existe {u } em C∗k (Ω) tal que ku − ukk → 0 .
Como, para todo multi-ı́ndice α com |α| ≤ k , se tem
kDα u − Dα u` k0 ≤ ku − u` kk ,
conclui-se que { Dα u } é uma seqüência de Cauchy em L2 (Ω) . Sendo
L2 (Ω) completo, existe vα ∈ L2 (Ω) tal que kDα u − vα k0 → 0 , e
podemos caracterizar H k (Ω) como o conjunto das funções de L2 (Ω) tais
que existem {u } em C∗k (Ω) e vα em L2 (Ω) satisfazendo
lim ku − uk0 = 0 , lim kD α u − vα k0 = 0 , |α| ≤ k . (IV.2)
Diz-se também que a função u tem todas as derivadas (no sentido forte) de
ordem ≤ m .
ou seja,
(φ | vα − wα ) = 0 , ∀φ ∈ C0k (Ω) .
Como C0k (Ω) é denso em L2 (Ω) – cf. (IV.1) –, deduz-se que vα = wα .
temos
Dı f (x) = zı f (x) , ∆f (x) = |z|2 f (x) = f (x) .
Logo, para qualquer φ ∈ C01 (Ω) ,
X
n
(f | φı )1 = (f | φ) + (D f | D φ)
=1
= (f | φ) − (∆f | φ) = 0 .
Agora, f ∈ C ∞ (IRn ) , logo f ∈ C∗k (Ω) ⊂ H 1 (Ω) para todo k ≥ 0 ,
pois Ω é limitado. Como C01 (Ω) é denso em H01 (Ω) , não se pode ter
f ∈ H01 (Ω) , já que f ⊥ C01 (Ω) .
Seja agora Ω := IRn . Pode-se demonstrar que C0k (Ω) é denso em C∗k (Ω) .
Com efeito, tomemos em IRn a função ψ(x) := θ(|x|) , onde θ foi
introduzida no Exercı́cio II.17. Dada f ∈ C∗k (Ω) , verifica-se que
f (x) = ψ( x/ ) f (x) → f (x)
no sentido da norma k•kk . (Este é o chamado truncamento de f .) De fato,
f (x) − f (x) = 0 se |x| ≤ ,
logo
X Z
kf − f k2k = |f (x) − D ı [ ψ(x/) f (x)]2 dX .
|x|≥
|ı|≤k
e por conseguinte
Z Z Z
2 2
|J v(y)| dY ≤ |v(y − z)| dY ρ(z)dZ ,
K |z|≤1 K
IV.4 As Distribuições
Nesta seção, Ω denotará sempre um aberto conexo2 de Rn . Introduzimos o
espaço das funções-teste D(Ω) , que é o conjunto C0∞ (Ω) munido da noção
de convergência abaixo descrita.
2
Um aberto A ⊂ IRn é conexo se, para todo p e todo q ∈ A , existe uma poligonal
P ⊂ A unindo p a q .
104 CAPÍTULO IV. ESPAÇOS DE SOBOLEV, DISTRIBUIÇÕES
φ ∈ C0∞ (Ω) .
Note que não introduziremos uma norma em C0∞ (Ω) , mas apenas esta noção
de convergência. Como já observamos no Capı́tulo II, praticamente todas as
noções topológicas que estaremos utilizando podem ser definidas a partir de
seqüências.
D D
φ → φ =⇒ D α φ → Dα φ , ∀α multi-ı́ndice. (IV.15)
Observe que estamos permitindo que f 6∈ L1 (Ω) , mas apesar disso (IV.16)
existe sempre, para toda φ ∈ D(Ω) , pois na realidade a integral está
restrita a um certo compacto de Ω , fora do qual φ é nula. A linearidade de
T (f ) é evidente; sua continuidade, uma conseqüência direta do Teorema da
Convergência Dominada de Lebesgue.
3
A noção de continuidade utilizada é aquela via seqüências, como para espaços normados
e, claro, tomando a convergência introduzida em D(Ω) .
106 CAPÍTULO IV. ESPAÇOS DE SOBOLEV, DISTRIBUIÇÕES
Apesar de nem toda distribuição ser dada por uma função na forma de (IV.16),
é possı́vel definir alguns conceitos e operadores em D 0 (Ω) que em princı́pio
só fazem sentido para funções. É uma situação semelhante àquela descrita na
Seção II.14, ao estudar as “funções generalizadas” de L1 (IR) . As distribuições
às vezes são também chamadas de funções ideais ou de funções generaliza-
das, cf. [14], [24].
Dada ψ ∈ C ∞ (Ω) , definimos para T ∈ D 0 (Ω) , o produto de uma função
por uma distribuição (ψ T ) ∈ D 0 (Ω) por:
(τ a f )(x) := f (x − a) ,
De uma maneira análoga, a fórmula de integração por partes (IV.3) nos dá,
para f ∈ C k (Ω) ,
R
< T (Dα f ) , φ > = φ (D α f ) dX =
Ω R
(−1)|α| Ω f (D α φ) dX = (−1)|α| < T (f ) , D α φ > ,
DT = 0 .
φ = θ0 + αφ0 ,
< Dα T , φ > =
(−1)α < T , Dα φ > → < T , Dα φ > =
onde representamos por G(t) · f (t) a dualidade, muitas vezes denotada por
< G(t) | f )t) > . Observe que é uma conseqüência da desigualdade de Hölder
a existência da integral em (IV.21): tem-se
|G(t) · f (t)| ≤ kG(t)kB∗ kf (t)kB
e, portanto,
Z
T
G(t) · f (t) dt ≤ |G|Lq (0,T ;B∗ ) |f |Lp (0,T ;B) . (IV.22)
0
então
f1 = f2 ;
então
ou seja,
T (f ) → T (f ) no sentido de D 0 (0, T ; B) .
Diz-se que uma seqüência f que satisfaz (IV.24) converge para f no sentido
das distribuições .
Dizemos que uma função f pertence a C k (Ω) se ela possuir uma extensão
f˜ ∈ C k (Ω̃) , onde o aberto Ω̃ ⊃ Ω .
γ : H 1 (Ω) → L2 (∂Ω) ,
de, ao enunciar o Teorema do Traço, mencionar o espaço H 1/2 (Ω) , que ilus-
tra naquele contexto como podemos necessitar da generalização desses espaços
obtida quando se toma s real qualquer. É este o objetivo da presente seção.
ψa (x) ←→ δ (x − a) em H 1 (0, 1) ,
6
Mencionada também no Exemplo b, Seção II.5
IV.7. OS ESPAÇOS DE SOBOLEV DE ORDEM REAL 115
Lψ : L2 (0, 1) → IR
R . (IV.29)
f → Lψ (f ) := 01 ψ(x)f (x)dx =< ψ|f >L2
e portanto
kλψ k := sup |λ(f )| ≤ kψkL2 = kLψ k . (IV.31)
kf kH 1 =1
Nas passagens acima, ψ poderia ser substituı́da por uma função arbitrária
em L2 (0, 1) – é desta forma que construı́mos uma identificação, denotada por
I , de L2 (0, 1) com uma parte do dual de H 1 (0, 1) , a qual pode também ser
formalizada como passamos a descrever.
ı II
L2 - (L2 )∗ - (H 1)∗
Demonstração Sejam
"
n 0 < x < 1/n
ψn (x) = n>0 . (IV.35)
0 x ≥ 1/n
Então √
kψn kL2 = n (IV.36)
e, por outro lado,
Z 1 Z 1/n
λψn (f ) := ψn f = n f → f (0) , f ∈ H 1 (0, 1) ,
0 0
Uma informação adicional que se deduz a partir deste resultado é que o con-
junto L2 , quando munido da norma k•k˜−1 , não é um espaço completo:
conseqüência do Teorema 1 do Capı́tulo II.13, e cujo enunciado recordamos.
Pode este fato ser demonstrado de uma forma mais construtiva: a seqüência
{ψn } definida em (IV.35) é de Cauchy no sentido da norma k•k˜−1 , mas não
é convergente em L2 relativamente a essa mesma norma. As relações
Z
kψn − ψm k˜−1 = sup f (ψn − ψm ) =
kf kH 1 =1
Z 1/n Z 1/m
sup {n f − m f} = sup { f (xn ) − f (xm ) } ≤
kf kH 1 =1 0 0 kf kH 1 =1
0 = lim < ψn − g|f >L2 = lim < ψn |f >L2 − < g|f >L2
. (IV.38)
= δ (f ) − < g|f >L2
Agora, com esta nova norma, chamada norma negativa de P. Lax, pode-
mos tornar a completá-lo8 : obtemos assim um espaço que denotaremos9 por
H̃ −1 (0, 1) . Temos as relações
Ou seja:
Ou ainda:
Sugestão Para f ∈ H 1 ,
`f : H̃ −1 → IR
ψ → `f (ψ) := < ψ , f >
define uma isometria. A demonstração de que ela é sobre (H̃ −1)∗ usa o
mesmo argumento apresentado para o Teorema 1.
Lv : H01 → IR R R 0
f → < Lv , f > := f v1 − f v2 ,
11
Relevemos o abuso de notação nesta igualdade, que deve ser pensada apenas entre dois
conjuntos, sem referenciar estrutura alguma
IV.7. OS ESPAÇOS DE SOBOLEV DE ORDEM REAL 123
Lv ←→ v1 + v20 , v1 , v2 ∈ L2 .
d/dx : H01 → L2 ,
e que o raciocı́nio até aqui exposto também se aplica a H 1 , isto é, a repre-
sentação (IV.53) vale tanto para H 1 como para H01 . Só para o segundo
espaço porém é que se pode passar de (IV.53) a (IV.52) com a mesma linha
124 CAPÍTULO IV. ESPAÇOS DE SOBOLEV, DISTRIBUIÇÕES
com v1 , v2 ∈ L2 e α0 , α1 ∈ IR .
H −p (0, 1) :=
X
p
(k)
fk , com fk ∈ L2 (0, 1) ;
k=0
X
p
(−1)k f (2k) , com f ∈ H0p (0, 1) .
k=0
(H −p )∗ = H0p , p ≥ 0 inteiro ,
Dα : H p → H p−|α| , |α| ≤ p ,
Esta é uma propriedade mais fraca que a derivabilidade, mais forte que a
continuidade. A constante K é uma semi-norma de u no espaço das funções
uniformemente Hölder-contı́nuas de ordem α .
Poderı́amos medir esta propriedade de u não de forma local, mas globalmente.
É esta a motivação que nos leva a introduzir, para u : IR → IR ,
Z Z " #2
dy u(x + y) − u(x)
|u|2α := dx . (IV.55)
|y| |y|α
H s (IR) := {f ∈ L2 ; |f |s < ∞} ,
com a norma
kf k2H s := kf k2L2 + |f |2s .
Observe que uma dada f ∈ H p pertence a H p+1 se f (p) ∈ H 1 , e
onde |•|1 denota a seminorma |u|1 := ku0 kL2 . Assim, definimos, para todo
s ∈ IR , 1 ≤ m < s < m + 1 ,
munindo-o da norma
H s ⊃ H p se s < p , s , p ∈ IR , (IV.56)
Define-se o suporte de uma função a valores reais (ou vetoriais) como o fecho
do complementar de seus zeros, i.e.,
supp f := f −1 ({0}c ) .
Exercı́cio 17 Alternativamente, o complementar do suporte de uma função é
o maior aberto onde ela se anula. Assim, se ela não se anula num dado ponto,
este ponto pertence ao suporte – que pode também conter zeros.
Esta pode ser pensada como uma indicação de que se relacionam o suporte de
f e o crescimento de F (f ) . O resultado que segue12 aponta nessa direção e
para a busca de ainda outro contexto onde aprofundar a pesquisa de F .
16
g(x) := exp (−x2 /2)
-
0 x
e que g satisfaz
g 0 (x) = −x g(x) , ∀ x ∈ IR . (IV.63)
Aplicando F a ambos os membros de (IV.63) se obtém
d
i t F (g) (t) = −i F (µ1φ) (t) = −i (F (g)) (t) ,
dt
12
Ver [52] ou [45].
IV.8. TRANSFORMADAS DE FOURIER E LAPLACE 131
G0 (t) = −t G(t) .
G (s) = λ g(s) , ∀ s ∈ IR .
Como Z √
G(0) = g(x)dx = 2π ,
a escolha de nova definição,
s
Z
1
F (f ) (t) := f (x) exp(−itx) dx , (IV.64)
2π IR
Assim,
f = F (ρF ) , ∀ f ∈ S , onde ρ F (t) := F (−t) .
De (IV.65) decorre ainda
kf k2 = kF (f )k2 , ∀ f ∈ S . (IV.66)
F : L2 (IR) → L2 (IR) ,
F : H n (IR) → H n (IR) .
14
mais apropriadamente, generalizar
15
Novamente, a exposição se restringe à reta IR mas pode ser aplicada ao IRn , n ≥ 2 .
134 CAPÍTULO IV. ESPAÇOS DE SOBOLEV, DISTRIBUIÇÕES
S
satisfaz θn φ → φ , ∀ φ ∈ S . •
Z " Z #
i0t 1 −ixt
√
= e √ e φ(x)dx dt = 2π φ(0) .
2π
Assim se conclui que √
F 1I = 2π δ0 .
IV.8. TRANSFORMADAS DE FOURIER E LAPLACE 135
Este resultado sugere questionar se vale em S 0 (IR) uma relação que correspon-
da a (IV.65), de modo a podermos formular em S 0 um resultado semelhante
ao Teorema IV.8.1. O operador F̄ , definido em (IV.67), é introduzido em
S 0 , de forma análoga à que seguimos para F . Para ele se verifica
tenta-se formalizar
0
Denotamos com D+ o espaço das distribuições cujo suporte está contido em
IR+ := [0, +∞[ e adaptamos a esse espaço a construção da transformada de
0
Laplace para funções considerando, para T ∈ D+ :
0
No subespaço de D+ dado por
0
DL := { T ∈ D+ | σ(T ) < +∞} ,
Biunivocidade Dadas U , T ∈ DL ,
L [U] = L [T ] =⇒ U = T .
Γ(p) = L [T ] (p) ,
Verifica-se que essa função é a distribuição F T , que ela pode ser estendida
a todo o plano como uma função holomorfa e que ela satisfaz (IV.78) para
t ∈ IC . Em resumo, temos o
V.1 Introdução
Discutiremos neste capı́tulo os chamados três princı́pios básicos da Análise
Funcional: o teorema de Hahn-Banach sobre extensão contı́nua de formas li-
neares, o teorema da Aplicação Aberta (uma conseqüência do qual foi usada na
demonstração do Teorema 1, Seção III.2), e o teorema de Banach-Steinhaus, ou
da Limitação Uniforme, que também já mencionamos (Teorema IV.4.2). Como
não vamos demonstrar nenhum destes resultados, nosso objetivo é motivar o
leitor, tentando convencê-lo de que são “razoáveis” os enunciados e indicando
como utilizá-los, ao exibir algumas de suas aplicações relevantes.
Demonstrações rigorosas destes resultados podem ser encontradas em qualquer
livro de Análise Funcional, em particular em [5], [29], [40], [43], [44] e [47], que
os abordam com o mesmo grau de generalidade destas notas. Já em [49] e [52],
um enfoque mais geral é apresentado.
Usaremos neste capı́tulo a convenção de denotar por N , N1 , N2 , etc.,
espaços normados, e por B , B1 , B2 , etc., espaços de Banach.
141
142 CAPÍTULO V. OS TRÊS PRINCÍPIOS BÁSICOS
forma ` ∈ N ∗ ,
`(D) = {0} =⇒ ` ≡ 0 .
Demonstração Sendo D denso e ` contı́nua, ` é necessariamente nula se
se anular em D .
Reciprocamente, suponhamos que D̄ 6= N e aceitemos o resultado:
Proposição Dado um subespaço fechado próprio de N , existe um hiper-
plano fechado que o contém.
Ora, D̄ está então contido num hiperplano fechado H . Por observações
feitas na Seção III.2, podemos encontrar um funcional não nulo `H ∈ N ∗
que tem por núcleo H . Logo, `H (D) = {0} e `H 6= 0 , o que contradiz a
hipótese. •
`w : [w] → IR
(V.2a)
v := αw → ` v := αkwk
` v1 6= ` v2 , k`k = 1 .
`v
kvk := sup `v = sup . (V.3)
{`∈V ∗ k`k=1} {`∈V ∗ `6=0} k`k
A relação (V.3) é chamada de fórmula dual (ou fórmula variacional dual) para
a norma de v : compare-a com
`v
k`k := sup `v = sup . (V.3∗ )
{v∈V kvk=1} {v∈V v6=0} kvk
∞
X
kξkp = sup ξ η , ∀ξ = (ξ ) ∈ `p . (V.3b)
{η=(η )∈`q ;kηkq =1} =1
144 CAPÍTULO V. OS TRÊS PRINCÍPIOS BÁSICOS
kv kV ∗∗ = kvkV ,
para todo x ∈ N ;
para todo n ∈ N ∗ . •
∂2u ∂2u
∆ u := + = 0 ,
∂x2 ∂y 2
A : H → V
u → Au := u|C ,
A−1 : Im (A) ⊂ V → H
onde
∇ u := (∂u/∂x1 , . . . , ∂u/∂xp )
2 c
Exterior de D := D ( = complementar do fecho de D ).
V.2. O TEOREMA DE HAHN-BANACH 147
Γ := { y ∈ IRp ; |y − x0 | ≤ r } ⊂ Ω .
Então
Z Z
∂u(y) d
0 = dS = { u(x0 + ry)}r p−1 dS
|y−x0 |=r ∂n |y|=1 dr
Z
d
= r p−1 {u(x0 + ry)} dS ,
dr |y|=1
148 CAPÍTULO V. OS TRÊS PRINCÍPIOS BÁSICOS
Z
1 dS
= u(z) ,
ωp−1 |y−x0 |=r r p−1
ou seja, Z
1
u(x0 ) = u(z) dS . (V.9)
ωp−1 r p−1 |z−x0 |=r
e
v(x, y) := log r .
V.2. O TEOREMA DE HAHN-BANACH 149
s → gp (s) := log |s − p|
p 6∈ D → gp ∈ V .
p ∈ D =⇒ gp ∈ V0 .
onde "
Lq (gp ) p ∈
6 C
k(p, q) = .
log |q − p| p ∈ C
Necessitamos provar a continuidade de G e que (V.13b) se verifica, já que
(V.13a) está satisfeita, pela definição introduzida.
Com efeito, seja q fixo. Para p ∈ C , ∆k(p, q) = 0 , enquanto que, para
p 6∈ C , se tem
0 = Lq ∆ qp = ∆k(p, q) .
Devemos justificar a segunda igualdade, ou seja, verificar que é válida a troca
na ordem de aplicação dos operadores ∆ e Lq . Com este objetivo, intro-
duzimos, para h > 0 , os operadores discretos
Ou seja, no caso de uma transformação linear, para garantir ser ela aberta
basta supor que a imagem por f de uma certa bola aberta contenha alguma
bola aberta. •
Observamos que este resultado pode também ser provado a partir do Teo-
rema do Gráfico Fechado:
A transformação T : B1 → B2 , tendo o gráfico fechado, implica em ser
o gráfico de T −1 igualmente fechado. Realmente, seja (vn , T −1 vn ) uma
seqüência em G(T −1 ) que converge para (v0 , w0 ) ∈ B2 × B1 . Por (V.16),
vn → v0 e T −1 vn → w0 . Pela continuidade de T , conclui-se que
vn → T w0 e, portanto, v0 = T w0 , ou w0 = T −1 v0 , o que significa:
(v0 , w0) ∈ G(T −1 ) , ou seja, G(T −1 ) é fechado. Conclusão: T −1 é contı́nua.
πT : G(T ) → B1
(x, T x) → πT x := x
kπT xk = kxk + kT xk .
V.4. A CONVERGÊNCIA FRACA 155
é linear, contı́nua, biunı́voca e sobre B2 , logo aberta, pelo Teorema dos Iso-
morfismos. Daı́ se conclui ser T aberta.
Já o Teorema 1 da Seção II.13 é uma conseqüência imediata do Teorema dos
Isomorfismos: basta tomarmos para T a identidade.
F : L1 (IR) → Ca (IR)
não é sobrejetora.
Verificou-se, no citado Exercı́cio II.35, ser F −1 descontı́nua, o que implica
não ser ela sobre Ca (IR) , pois do contrário terı́amos uma contradição com o
Teorema dos Isomorfismos.
(vN ) ∈ `2 =⇒ lim vN = 0 .
N
{ ` xn ; n ∈ IN , ` ∈ N ∗ , k`k = 1 } ,
{ Jxn ` ; n ∈ IN , ` ∈ N ∗ , k`k = 1 } .
|xn `| = |` xn | ≤ C1 (`) ,
C1 (`) ≤ C ∀ ` ∈ N∗ , k`k = 1 ,
C2 (n) ≤ C ∀ n ∈ IN .
k
B(h, k) U n := U n + (τ+h U n − 2U n + τ−h U n ) .
h2
Um esquema numérico simular, modelar discretamente uma dada equação
diferencial significa que as soluções da equação de diferenças finitas a ele as-
sociada aproximam a solução dessa equação diferencial. Sendo tal esquema
consistente, essa solução deveria também ser “quase” solução da equação de
diferenças – e é esta a condição que se impõe para definir um algoritmo con-
sistente. Ainda em outras palavras, como se espera que
U n+1 − U n
∼ LU n ,
k
sendo I a identidade, define-se consistência exigindo a condição
!
B(h, k) − I
lim
− L u (t)
= 0 , ∀ t ∈ [0, T ] (V.29)
h,k→0 k H 1 (IR)
para as soluções de (V.25), ou pelo menos para alguma famı́lia densa nesse
conjunto.
U n+1 = B U n = . . . = Bn+1 U 0
implica que estão envolvidas nos cálculos para aproximação as potências dos
operadores B = B(k) , de forma que as soluções numéricas associadas ao
esquema em estudo dependem de dois parâmetros, k e n . É a partir dessas
observações que se introduz a
for válido:
`
k B(k` )n` φ − E(t) φ k → 0 , φ ∈ X . (V.30)
`
∃ C > 0 | k B(k` )n k ≤ C , ∀ n ∈ IN , k` → 0 . (V.31)
A definição (V.29) estabelece um vı́nculo local, uma vez que envolve esti-
mar a evolução da solução aproximada do nı́vel n para o nı́vel n + 1 ,
enquanto (V.30) e (V.31) são globais. Por outro lado, ao contrário das outras
duas, (V.31) só depende do esquema numérico, não mencionando a equação
analisada. Elas se relacionam por meio do
A Compacidade
VI.1 Introdução
165
166 CAPÍTULO VI. A COMPACIDADE
VI.2 A Compacidade em C 0 e em Lp
Segue da definição que todo conjunto compacto é fechado e limitado. Pelo
Teorema 1 acima enunciado, nos espaços de dimensão infinita necessitamos
de outras condições para garantir a compacidade de um dado conjunto. Não
existe uma caracterização geral: dispomos, sim, de resultados que descrevem
os conjuntos compactos de alguns espaços particulares.
Consideremos o espaço N := C 0 [0, 1] munido da norma k•k∞ e seja
F ⊂ N compacto. Dada {fn } , uma seqüência arbitrária em F , existe
uma subseqüência {fnk } tal que
lim k fnk − f k∞ = 0 ,
k→∞
Conclui-se ser esta propriedade válida não apenas para a subseqüência {fnk },
mas para todo o conjunto3 F , e temos a seguinte caracterização dos com-
pactos em C 0 [0, 1] :
3
Isto significa que, em (VI.2) se pode trocar ∀k ∈ IN por ∀f ∈ F .
168 CAPÍTULO VI. A COMPACIDADE
F0 ` := lim F ` = lim ` x
A recı́proca do Teorema 1 é o
VI.4. TEOREMAS DE RELLICH E DE IMERSÃO 171
é compacta para 0 ≤ s ≤ k − 1 .
f (x) := f (x − x0 ) , ∈ IN
em cada compacto K ⊂ Ω .
O Teorema de Rellich continua válido para H k (Ω) (em lugar de H0k (Ω) ) desde
que ∂Ω tenha certa regularidade, ver [23], pp. 31.
Com relação à regularidade dos elementos de H k (Ω) é válido o
Bases Hilbertianas e
Aproximação
VII.1 Ortogonalização
Neste capı́tulo estaremos sempre trabalhando com um espaço de Hilbert real
H munido do produto interno (•|•) .
173
174 CAPÍTULO VII. BASES HILBERTIANAS E APROXIMAÇ ÃO
X
n−1
s̃n := sn − (sn |σ )σ , (V II.30 )
=1
σn := sn /ksn k . (V II.200 )
O conjunto {σ } tem as propriedades enunciadas.
Para k = 1, . . . , n, efetue
p(k) := k
fim
Para k = 1, . . . , n, efetue
Atribua à variável J o menor valor de
j = k : n para o qual
ksp(j)k ≥ ksp(i) k ∀ i = k : n
σk := sp(J) /ksp(J) k
Para i = k : J − 1 efetue
p(i + 1) := p(i)
fim
Para i = k + 1 : n , efetue
sp(i) := sp(J) − (sp(J) |σk )σk
fim
fim
para uma certa escolha dos reais x . Antes, é preciso definir o que se quer
dizer com uma série da forma (VII.4). Diremos que, dados os vetores {v } de
P
H , a série ∞
=1 v é convergente e tem v0 ∈ H por limite, escrevendo-se
∞
X
v0 = v
=1
se
X
N
v0 = lim vj .
N →∞
=1
Suponhamos então que uma expansão na forma (VII.4) seja possı́vel para o
PN
=1 x e . Como xN → x , por iii), Seção II.4,
vetor x , e seja sN :=
(xN |eJ ) → (x|e ) , para todo ∈ IN fixo.
Agora, sendo < N ,
X
N
(xN |e ) = x δı = x .
=1
Conseqüentemente,
x = lim (xN |e ) → (x|e ) ,
N →∞
x = (x|e ) , = 1, 2, . . . . (VII.5)
Observe que (VII.7) é válida qualquer que seja o sistema ortonormal {e } ,
independentemente de ser ele completo ou não.
Da desigualdade de Bessel decorre que {x } ∈ `2 e, mais ainda, que a série
(VII.4) é convergente, pois {xN } é de Cauchy:
+P
NX +P
NX
kxN +P − xN k2 = k x e k2 = |x|2 → 0 , se N → ∞ , ∀P .
=N +1 =N +1
xN → x0 .
Resta mostrar que x0 = x . Ora, da mesma forma que (VII.5) foi obtida,
chega-se a
(x0 |e ) = x , (6.50 )
178 CAPÍTULO VII. BASES HILBERTIANAS E APROXIMAÇ ÃO
do que decorre
(x − x0 |e ) = 0 , ∀ ∈ IN .
Usamos agora o fato de ser {e } um sistema completo para concluir que
x0 = x e, portanto, vale (VII.4).
Dados dois vetores x, y ∈ H , usando-se outra vez a continuidade do
produto escalar – cf. (II.13.c) – vem
P P∞
∞
(x|y) = =1 (x|e )e |
P k=1 (y|ek )ek
P
=1 (x|e )e |
N N
= limN →∞ k=1 (y|ek )ek
PN PN
= limN →∞ =1 k=1 (x|e ) (y|ek ) (e |ek )
P P∞
= limN →∞ N =1 (x|e ) (y|e ) = =1 (x|e ) (y|e ) ,
ou seja, vale
∞
X
(x|y) = (x|e ) (y|e ) . (VII.8)
=1
conjunto que contenha propriamente {e } não pode ser ortonormal. Tem-se
o seguinte
Teorema 1. Seja H um espaço de Hilbert e {e } um sistema ortonormal.
São equivalentes as seguintes condições sobre {e }∈IN :
i) {e } é maximal;
portanto, vi) =⇒ i) . •
Vale a pena observar que existe um outro conceito de base em espaços ve-
toriais de dimensão infinita: um conjunto β contido num espaço vetorial V
é chamado uma base de Hamel para V se, dado qualquer v ∈ V , existem
subconjuntos finitos {bı }ı∈I ⊂ β e {αı }ı∈I ⊂ IR tais que
X
v = αı bı .
ı∈I
para o qual
kp − f k∞ < .
De acordo com este Teorema, o fecho de [β] em C 0 (0, 2π) , na norma k•k∞ ,
contém C00 (0, 2π) . Logo, o fecho de [β] em L2 (0, 2π) contém C00 (0, 2π) ,
sendo portanto o próprio espaço L2 (0, 2π) .
Foi Richard Courant, em [12], quem pela primeira vez sugeriu os espaços de
elementos finitos, em um artigo que passou despercebido até ser essa técnica re-
descoberta nos anos 60, na área da Engenharia Civil (é de Argyris[3] a primeira
referência, sendo Clough[10] quem primeiro empregou o termo). Quando sub-
metida, anos depois, ao rigoroso crivo matemático, demonstraram-se teorica-
mente algumas de suas propriedades já conhecidas – e utilizadas – computa-
cionalmente.
O teorema descoberto em 1891 por Karl Weierstrass, cf. pág. 23, pág. 181
ou [51], pode ser descrito dizendo que os polinômios possuem a propriedade
de mimetizar muito bem as funções contı́nuas: por melhor que seja o instru-
mento de medição de que disponhamos, dada uma função contı́nua arbitrária
no intervalo [a, b] , existe um polinômio que consegue confundir nosso ins-
trumento, o qual não vai poder distinguir entre esse polinômio e a função
inicialmente introduzida. Como a avaliação numérica de um polinômio exige
apenas operações algébricas (soma, multiplicação), facilmente processadas em
um computador, este resultado parece indicar um caminho insuperável para a
construção de algoritmos de aproximação.
se demonstra que, para obter erros cada vez menores com as aproximações
garantidas pelo Teorema de Weierstrass, polinômios com graus cada vez mais
elevados são exigidos, essa aproximação conduz ainda a um outro tipo de er-
ros, aqueles gerados pela aritmética de precisão finita da computação digital,
os erros de arredondamento.
Por um lado, (VII.10) indica que buscar a redução dos erros na aproximação
com polinômios, por meio da interpolação, não é um bom caminho, pois e-
xige um grau elevado para esses polinômios. Mas deve-se observar que essa
expressão indica também uma outra alternativa, justamente a que motivou a
construção do método dos elementos finitos, como passamos a descrever.
θı : [−1, 1] → IR
θ
6
1
X
Nh
v(x) = v(x ) φ (x) . (VII.13)
=1
1 −6
e2 e3 e1 e2 e3 e1 e2
e1 = a
e1 |e2 e3 |0 |-
e1 e02 e03 e3 = b
/ e /| |
e0
equações locais.
wh (x ) = v(x ) , = 1, . . . , Nk ,
188 CAPÍTULO VII. BASES HILBERTIANAS E APROXIMAÇ ÃO
satisfaz
k v − Vh kH 1 = O(h`−1) .
Formulações mais completas podem ser consultadas em [9], que também expõe
– cf. pp.112-114 – detalhes do resultado que apresentamos a seguir. Ele esta-
belece a conexão entre interpolação e solução numérica de equações diferenciais
por meio dos elementos finitos.
T : H → H
P P
x = n
x en → T x := (xn /n)en ,
190 CAPÍTULO VII. BASES HILBERTIANAS E APROXIMAÇ ÃO
Da mesma forma, sendo limitada, {x2 (1)} admite uma subseqüência conver-
gente para, digamos, x̄2 ∈ IR . Denotemos essa subseqüência de {x (1)}
por {x (2)} , valendo
x̃ı := xı (ı) , ı ∈ IN .
VII.4. COMPACIDADE: BASE DE AUTO-VETORES 191
e conseqüentemente
∞
X
|x̃nı − x̄n |2 /n2 < /2 . (VII.18)
n=N
A Derivada em Espaços
Normados
VIII.1 Introdução
Os problemas não lineares são muitas vezes tratados como perturbações de
problemas lineares, pelo fato de nos permitir a maior simplicidade destes, se os
conhecemos bem, inferir conclusões sobre aqueles. Tal é a idéia que repousa,
por exemplo, ao aproximar uma função real qualquer pela sua fórmula de
Taylor de primeira ordem, ou seja, usar o Teorema do Valor Médio
na forma aproximada
193
194 CAPÍTULO VIII. A DERIVADA EM ESPAÇOS NORMADOS
kT1 x − T2 xk ≤ , ∀ x ∈ M , kxk = 1 ,
logo T1 = T2 .
Para provar a continuidade de f num ponto x0 onde ela é derivável, usamos
a desigualdade do triângulo:
Enunciamos agora a
ψ : [0, 1] → IR
λ → ψ(λ) := f ( x0 + λ(x1 − x0 ) )
g : [0, 1] → M
λ → g(λ) := x0 + λ (x1 − x0 )
Demonstramos assim o Teorema do Valor Médio para funções reais com do-
mı́nio em um espaço normado qualquer. Sabe-se que este resultado não se
estende para funções a valores vetoriais, ainda que N = IR2 . Intuitivamente
falando, a razão de não termos uma tal extensão é que, quando f pode ser
“separada em componentes”, é possı́vel que se obtenham valores x distintos
para cada componente. Vale porém o
198 CAPÍTULO VIII. A DERIVADA EM ESPAÇOS NORMADOS
ou por outra,
g 0(x) = `˜ f 0 (x) .
≤ k f 0 (x̄) k · kx1 − x0 k ,
pois k`k = 1 , o que encerra a demonstração.
Uma conseqüência imediata da desigualdade do Valor Médio:
ou seja,
kB̃(x)k ≤ kBk kyk ,
do que decorre
kB̃k ≤ kBk . (V III.60 )
As desigualdades (VIII.6) e (VIII.60 ) implicam na igualdade
kB̃k = kBk .
f 00 : A ⊂ M → β(M, N) .
para algum θ , com 0 < θ < 1 , desde que existam f 0 (x) e f 00 (x) para
x ∈ {x0 + λh , 0 ≤ λ ≤ 1} .
Mais geralmente, com as hipóteses correspondentes, tem-se, denotando
h(k) := (h, h, . . . , h) ∈ M k ,
e 1/2
X
k
|||f |||k := |||f ()|||20
=0
f (x) = x , (VIII.11)
ρ+1
d(x , x̄) ≤ d(x1 , x0 ) , (VIII.13)
1−ρ
e, portanto,
Para esta função f , (VIII.11) não possui solução. Sucede porém que, para
algum ξ := x + θ(y − x) , 0 < θ < 1 , tem-se
e, conseqüentemente,
|f (x) − f (y)| < |x − y|
ou seja, (VIII.10) é satisfeita com p = 1 .
tem-se que
| [F 0 (f0 )h](t) | ≤ t sup |h(S)| sup |D2 G(S, σ)| .
0≤S≤t 0≤S≤t
−α≤σ≤α
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