EM POLIETILENO
IEFP · ISQ
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pela União Europeia, através do FSE.
M.T5.03
ÍNDICE
I - INTRODUÇÃO
• Objectivos 1
• Temas 1
Breve história dos materiais plásticos 2
Materiais plásticos 4
Classificação dos polímeros 5
O polietileno (características e aplicações) 7
• Resumo 13
• Actividades / Avaliação 14
• Objectivos 15
• Temas 15
Método de fabrico por extrusão 16
Defeitos de fabrico 23
• Resumo 25
• Actividades / Avaliação 26
• Objectivos 27
• Temas 27
Transporte 28
Armazenamento 28
Defeitos devido ao transporte e armazenamento 29
• Resumo 33
• Actividades / Avaliação 34
M.T5.03
• Objectivos 35
• Temas 35
Princípio do método 36
Equipamento de soldadura topo-a-topo 36
Método de execução 41
Ciclo de Soldadura 48
Critérios de aceitabilidade 50
Defeitos e suas origens 55
• Resumo 58
• Actividades / Avaliação 59
• Objectivos 61
• Temas 61
Princípio do método 62
Equipamento de soldadura 63
Método de execução 67
Critérios de aceitabilidade 71
Defeitos e suas origens 76
• Resumo 79
• Actividades / Avaliação 80
VI - BIBLIOGRAFIA 81
M.T5.03
2 Soldador de Tuba
ubagg em em P olietileno
Polietileno Guia do Formando
FP-RF-CPM JANEIRO 2001 768PB
OBJECTIVOS
TEMAS
• Materiais plásticos
• O polietileno
• Resumo
• Actividades / Avaliação
M.T5.03 Ut.01
Desde a mais remota antiguidade que o homem conhece e utiliza matérias plásticas naturais como a argila, o
betume, a goma-laca e o ambar. Para a sua utilização, usava já notáveis técnicas de moldação. De salientar que
o betume e a argila foram os mais utilizados até ao fins do século passado, designadamente a última pela
aplicação na indústria de cerâmica.
Quando há um século (1870), os irmãos Hyatt conseguiram produzir a primeira substância plástica - o celulóide
- obtido a partir de produtos vegetais, como resposta ao desafio dum grupo de industriais norte-americanos que
oferecia uma elevada soma a quem apresentasse um material capaz de substituir o marfim, até então utilizado
no fabrico de bolas de bilhar, certamente estavam longe de pensar nas repercusões do seu trabalho, que se
reflete hoje em todos os ramos da actividade humana.
A primeira matéria plástica com verdadeiro interesse industrial foi obtida pelo belga Baekland em 1909 e recebeu
o nome de Baquelite, com base no nome do seu inventor.
A partir deste momento o avanço foi espectacular graças ao labor incessante da indústria química para fornecer
as matérias primas, e à indústria metalomêcanica para fornecer as máquinas necessárias à sua transformação.
Surgiu assim uma nova era tecnológica.
O quadro I.1 resume a evolução dos materiais plásticos. Nele se encontram quase todos os plásticos actualmente
comercializados.
M.T5.03 Ut.01
2 Soldador de Tuba
ubagg em em P olietileno
Polietileno Guia do Formando
IEFP · ISQ Introdução
É de notar que algumas das famílias de plásticos deste quadro são mais conhecidas pelos nomes comerciais
do primeiro produto lançado no mercado e com os quais são muitas vezes confundidos. Como por exemplo:
MATERIAIS PLÁSTICOS
Por matéria plástica ou sintética, designa-se a matéria obtida de modo artificial, cuja fabricação pode ser efectuada
através de meios sintéticos ou através da transformação de substâncias naturais, tais como a borracha e a
celulose.
Todas as matérias plásticas são constituídas por macromoléculas, às quais damos o nome de polímeros. A
palavra polímero tem a sua origem no grego " Poly " que significa muito e em " meros " que significa partes ou
unidades. Um polímero é, portanto, um grupo de muitas unidades.
H H
H - Hidrogénio
C C C - Carbono
Cl - Cloro
H
Cl
Os polímeros são formados através da reacção química sob a acção do calor e pressão. Outros ingredientes são
adicionados de forma a controlar a formação do polímero, e a produzir o comprimento molecular desejado de
modo a que se obtenham as propriedades requeridas. Este processo químico é chamado de Polimerização.
Os polímeros são referidos tanto pelo seu nome (polietileno), como pela sua abreviação (PE). Uma vez que a
quantidade de nomes comerciais é enorme, apenas iremos referenciar o nome e a abreviação de alguns dos
polímeros mais utilizados.
M.T5.03 Ut.01
4 Soldador de Tuba
ubagg em em P olietileno
Polietileno Guia do Formando
IEFP · ISQ Introdução
Abreviação Nome
O comportamento das matérias plásticas ao calor, depende em grande medida da estrutura das suas
macromoléculas. São aliás, estas últimas que determinam a classificação dos plásticos. Nesta classificação
são englobados:
1 - Os termoendurecíveis
2 - Os termoplásticos
3 - Os elastómeros.
A diferença está na estrutura molecular dos compostos e no comportamento dos mesmos quando submetidos ao
calor em fase de trabalho.
Os termoendurecíveis, quando aquecidos e sujeitos a acção de uma pressão, sofrem uma mudança química, que
provoca uma alteração irreversível na molécula. Este facto impede que o material possa ser soldado. O poliester
é um exemplo de um termoendurecível.
M.T5.03 Ut.01
Os termoplásticos apresentam as vantagens de poderem ser fundidos e solidificados, sem perda significativa
das suas propriedades. Este facto possibilita que o material seja soldado. O polietileno é um exemplo de um
termoplástico.
Elastómeros
Pela sua estrutura os elastómeros situam-se entre os termoplásticos e os termoendurecíveis. As suas fibras
alongam-se sob o efeito de forças exteriores e voltam ao seu comprimento inicial, logo após o efeito dessas
forças cessarem. Desta forma, os elastómeros possuem a elasticidade da borracha. Os elastómeros são utilizados
como elementos de vedação.
M.T5.03 Ut.01
6 Soldador de Tuba
ubagg em em P olietileno
Polietileno Guia do Formando
IEFP · ISQ Introdução
Nos últimos anos a adopção de tubos de polietileno como alternativa para as condutas de água e gás sofreu um
aumento significativo. A sua crescente implementação está ligada às vantagens de que goza relativamente a
outros materiais. As suas características conferem aos sistemas de redes em tubo de polietileno, uma grande
vantagem do ponto de vista técnico, podendo ligar-se através de diversos métodos, destacando-se os de soldadura
topo a topo e por electrofusão.
Como foi referido anteriormente, o polietileno é um termoplástico e, na construção de redes de gás, apresenta
vantagens relativamente a outros materiais, tais como :
1 - Flexibilidade;
2 - Leveza;
4 - Durabilidade;
5 - Toxidade;
6 - Ligações.
M.T5.03 Ut.01
• Flexibilidade
Permite variações sensíveis de direcção com curvatura em frio sem necessidade de acessórios.
8 Soldador de Tuba
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• Leveza
Fáceis de transportar e montar, o que se traduz numa economia de meios na sua instalação.
• Durabilidade
Vida útil superior a 50 anos.
• Não tóxico
• Ligações
As ligações da tubagem são de rápida e facil execução, garantindo a estanquicidade da rede.
Os materiais termoplásticos são utilizados na indústria e em particular nas redes de distribuição de gás desde
1950. As primeiras experiências foram realizadas nos EUA, onde os estudos efectuados conduziram à introdução
de diferentes materiais de entre eles o polietileno.
Na Europa, os holandeses iniciaram em 1954 a aplicação de policloreto de vinilo (PVC), enquanto que os belgas
e ingleses fizeram o seu arranque em 1968 escolhendo o polietileno.
Em 1974 a França dá o pontapé de saída na utilização dos materiais termoplásticos elegendo o polietileno para
aplicação em redes secundárias, passando, posteriormente, aplicá-los nas redes principais.
Existem diferentes processos para se obter o polietileno os quais podem variar sobretudo em relação à pressão.
Características
Material e estrutura Aplicações Ligações
específicas
10 Soldador de Tuba
ubagg em em P olietileno
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IEFP · ISQ Introdução
Características
Material e estrutura Aplicações Ligações
específicas
SDR 11
DN Bobina Bobina Vara
espessura
(mm) 100m 50m 12m
(mm)
16 3.0 X X
20 3.0 X X
25 3.0 X X
32 3.0 X X
40 3.7 X X
50 4.6 X X
63 5.8 X X
75 6.8 X X
90 8.2 X X
110 10.0 X X
125 11.4 X
140 12.7 X
160 14.6 X
180 16.4 X
200 18.2 X
Características
Material e estrutura Aplicações Ligações
específicas
SDR 17.6
DN Bobina Bobina Vara
espessura
(mm) 100m 50m 12m
(mm)
16 3.0 X X
20 3.0 X X
25 3.0 X X
32 3.0 X X
40 3.0 X X
50 3.0 X X
63 3.6 X X
75 4.3 X X
90 5.2 X X
110 6.3 X X
125 7.1 X
140 8.0 X
160 9.1 X
180 10.3 X
200 11.4 X
12 Soldador de Tuba
ubagg em em P olietileno
Polietileno Guia do Formando
IEFP · ISQ Introdução
RESUMO
Desde sempre que o homem procurou formas de ligar materiais, as matérias primas mais utilizadas foram, o
ambar, a goma laca, a argila, esta sem duvida, a mais utilizada.
Um termoplástico é caracterizado por manter as propriedades, depois de arrefecer, quando sujeito a temperatura.
1 - Flexibilidade;
2 - Leveza;
4 - Durabilidade;
5 - Toxidade;
6 - Ligações.
M.T5.03 Ut.01
ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO
2. Caracterize o polietileno.
M.T5.03 Ut.01
14 Soldador de Tuba
ubagg em em P olietileno
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Fabricação de Tubos
Em Polietileno
OBJECTIVOS
TEMAS
• Defeitos de fabrico
• Resumo
• Actividades / Avaliação
M.T5.03 Ut.02
Os tubos de polietileno são fabricados segundo a norma ISO 4437 que especifica diversos pontos relativos a:
1 - características;
2 - métodos de ensaio;
3 - métodos de fabrico;
4 - marcações.
Características
PEAD
PEAD PEAD
Características Unidades PEBD PE 100
PE 63 PE 80
3º GER.
Peso específico
kg/m3 930 > 940 > 940 > 940
(densidade)
Conteúdo de
% s/massa 2.5 ± 0,5 2 - 2,5 2 - 2,5 2 - 2,5
negro de fumo
Comportamento
ºC <3 <3 <3 <3
ao calor
Alongamento à
% > 350 > 350 > 350 > 350
rotura
Tensão tangencial
a 80º 165 horas Mpa 2,5 3,5 4,6 5,5
a 80º 1000 horas Mpa 2,0 3,2 4,0 5,0
Coeficiente de
mm / m ºC 0,17 0,22 0,22 0,20
dilatação linear
Módulo de
MPa 200 900 900 1 400
elasticidade
16 Soldador de Tuba
ubagg em em P olietileno
Polietileno Guia do Formando
IEFP · ISQ Fabricação de Tubos em Polietileno
Métodos de ensaio
A densidade do polietileno deve situar-se entre os 930 a 960 Kg/m3. Para estes valores de densidade consegue-
-se obter tubos de grandes comprimentos e baixo peso. Para este efeito, é necessário determinar a densidade da
matéria prima.
Os tubos de polietileno estão protegidos na sua massa contra a degradação provocada pela luz solar. Esta
protecção é conseguida com o negro de fumo ou antioxidantes. O conteúdo de negro fumo é adicionado através
de máquina apropriada como podemos observar na imagem.
De acordo com as normas, os tubos devem apresentar resistência quando em exposição à luz solar durante um
ano como mínimo (duração média de armazenagem ao ar livre).
Ensaio de tracção
São retirados provetes dos tubos já fabricados, que posteriormente serão ensaiados à tração numa máquina
apropriada, por forma a determinar o limite elástico,a tensão de ruptura e o alongamento à ruptura.
Pressão interna
O ensaio de pressão interna é o ensaio mais corrente para determinar o comportamento a longo prazo dos tubos
de polietileno. Este consiste num ensaio de pressão hidráulica, no qual o tubo é submetido a uma pressão interna
constante a uma dada temperatura. Durante o ensaio o tempo é medido desde o seu início até se dar a ruptura do
próprio tubo.
Os tubos de polietileno são fabricados por extrusão. Este processo consiste em introduzir na tremonha a matéria-
-prima em forma de grânulos, tal como é entregue pelo fabricante.
18 Soldador de Tuba
ubagg em em P olietileno
Polietileno Guia do Formando
IEFP · ISQ Fabricação de Tubos em Polietileno
A tremonha é o elemento por onde se faz a alimentação da matéria - prima ao fuso, e este no seu movimento de
rotação, empurra o material através de um cilindro convenientemente aquecido.
O material fundido é encaminhado para a cabeça da extrusora onde se quebra a tendência que aquele tem para
um movimento helicoidal proveniente da rotação do fuso.
É na cabeça da extrusora que está instalada uma outra extrusora de menor dimensão que confere ao tubo as
riscas amarelas (identificativa da cor da tubagem para gás).
A temperatura da massa no ponto de saída situa-se na ordem dos 200 ºC. O tubo na fase plástica é recebido por
um calibrador que ajusta o seu diâmetro mediante vácuo e o arrefece para lhe dar a forma definitiva, prolongando-
-se este arrefecimento através de um tanque de refrigeração com aspersores de água.
O tubo já consistente é arrastado e a sua velocidade está condicionada à capacidade de extrusão da máquina.
De seguida todos os tubo de polietileno são marcados indelevelmente com as seguintes indicações:
20 Soldador de Tuba
ubagg em em P olietileno
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IEFP · ISQ Fabricação de Tubos em Polietileno
• Identificação do fabricante;
• Norma de fabrico;
• Palavra GÁS;
• Diâmetro exterior;
Ø
SDR =
e
• Data de fabrico;
• Lote de fabrico;
Depois de marcado, o tubo é cortado por uma serra planetária incorporada no final da linha, nos comprimentos
desejados, que no caso de varas são habitualmente de 12m.
M.T5.03 Ut.02
No caso de tubos de diâmetros inferiores a 125 mm, podem em geral fabricar-se em rolos.
BANHO DE ARREFECIMENTO
APARELHO DE MARCAÇÃO
E DE CORTE DE BARRAS
ARMÁRIO DE COMANDO
CABEÇA DE EXTRUSÃO
LAGARTA DE TRIAGEM
EXTRUSÃO - FUSO
CALIBRAÇÃO
22 Soldador de Tuba
ubagg em em P olietileno
Polietileno Guia do Formando
IEFP · ISQ Fabricação de Tubos em Polietileno
DEFEITOS DE FABRICO
Por defeitos de fabrico entendemos todos os defeitos que resultam do processo de fabricação dos tubos.
• Caroços
Grãos de polietileno total ou parcialmente fundidos. Situam-se à superfície ou na espessura da parede do tubo.
Este defeito é raro nos tubos face há existência de filtros nas extrusoras.
• Espessura da parede
As marcas longitudinais, igualmente repartidas na superfície interna dos tubos, são geradas pelo material que
passa através da extrusora, devidas à deficiente concepção ou a uma temperatura da massa de PE insuficiente.
Os depósitos são incorporados na parede exterior dos tubos quando da passagem pelo calibrador ou colados
sobre a parede interior. Estes defeitos exteriores constituem uma perturbação na homogeneidade da parede do
tubo.
Depósitos de corpos estranhos, tais como, areias, vidros, etc. Estas incrustações não aparecem necessariamente
à superfície, por vezes uma modificação do aspecto interior e exterior pode revelar a presença de corpos estranhos
na parede do tubo.
• Cavidade
As cavidades existentes na parede externa por vezes vem acompanhada de uma réplica interna. Resulta por
vezes da deformação produzida por um gota de água que se escapa entre o tubo ainda mole e o calibrador à
entrada deste. A água provém do circuito de arrefecimento. Este fenómeno é frequente se a pressão da água de
arrefecimento do calibrador é muito elevada.
• Picadas
Defeitos alinhados ou dispersos. A sua origem é de difícil determinação, (extrusora e/ou matéria prima).
M.T5.03 Ut.02
• Crateras
Cavidades mais ou menos profundas de forma cónica sendo a sua origem de difícil estabelecimento, contudo,
parâmetros de extrusão inadaptados, especialmente a temperatura da massa e a falta de homogeneidade da
matéria de base são factores que favorecem a sua aparição.
Estes defeitos são geralmente devidos às matérias voláteis constituintes que na transformação poderão originar
a sua libertação.
As bolhas de vapor saem através da fieira ao mesmo tempo que a pasta de PE.
M.T5.03 Ut.02
24 Soldador de Tuba
ubagg em em P olietileno
Polietileno Guia do Formando
IEFP · ISQ Fabricação de Tubos em Polietileno
RESUMO
A fabricação de tubos em polietileno é feita segundo normas especifícas, as quais estabelecem as características,
métodos de ensaio, métodos de fabrico e marcação dos tubos de PE.
Estes tubos são fabricados por extrusão, processo que consiste em introduzir numa tremonha a metéria - prima,
tal como é entregue pelo fabricante. O material fundido é depois encaminhado para a extrusora, o qual na fase
plástica é recebido por um calibrador que ajusta o seu diâmetro. O tubo já arrefecido é arrastado pela máquina e
marcado segundo as especificações requeridas.
Entende-se por defeito de fabrico todas os defeitos que resultam do processo de fabricação dos tubos.
Nomeadamente, caroços, variação da espessura das paredes do tubo e defeitos superficiais exteriores.
M.T5.03 Ut.02
ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO
2. Quais as marcações que devem possuír os tubos de PE para transporte de gás combustível.
M.T5.03 Ut.02
26 Soldador de Tuba
ubagg em em P olietileno
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Transporte e
Armazenamento
OBJECTIVOS
TEMAS
• Transporte
• Armazenamento
• Resumo
• Actividades / Avaliação
M.T5.03 Ut.03
TRANSPORTE
O transporte e armazenamento dos tubos de polietileno são fundamentais, tendo em vista o tipo de ligação
utilizado através de diferentes métodos de soldadura, que exigem elevada qualidade. A falha ou insucesso duma
destas etapas poderá trazer problemas num futuro próximo.
O carregamento deve processar-se de forma a não provocar qualquer espécie de anomalia no material.
Não Sim
É interdita a utilização de cabos, correntes, cordas ou qualquer outro tipo de material que, de algum modo, se
possa constituir em elemento cortante.
Durante o transporte, não se devem colocar pesos em cima dos tubos pois, podem ocasionar ovalizações.
ARMAZENAMENTO
O armazenamento deve assegurar uma protecção adequada dos tubos e acessórios, para além dos cuidados
habituais. É rigorosamente interdito fazer rolar os tubos e acessórios no solo. Assim, os tubos devem ser sempre
manipulados por forma a evitar o arrastamento, ainda que pontualmente.
Durante o armazenamento os tubos devem assentar num solo perfeitamente plano, limpo e livre de superfícies
duras, susceptíveis de ofender o polietileno.
Nunca devem ser colocados em contacto com óleos ou quaisquer produtos betuminosos.
É ainda rigorosamente interdito empilhar tubos de diâmetro superior a 50 mm numa altura superior a 1 metro, tal
como mostra a figura.
M.T5.03 Ut.03
28 Soldador de Tuba
ubagg em em P olietileno
Polietileno Guia do Formando
IEFP · ISQ Transporte e Armazenamento
Não Sim
Os defeitos são numerosos. O impacto de um defeito sobre a vida de um tubo e/ou acessório é função não só da
sua extensão como também da sua natureza.
É difícil determinar a origem dos defeitos, sobretudo daqueles que resultam da combinação das condições da
operação de fabrico e da matéria de base.
Além disso, um defeito detectado na superfície pode ser a parte visível de um defeito situado ao longo de toda a
espessura.
Actualmente, não se dispõem de métodos de controlo não destrutivos aplicáveis a 100%, face ao seu custo ser
elevado e não comportável com as condições industriais.
Nesta perspectiva de conhecimento deveremos proceder com a maior prudência possível para descriminar os
defeitos, nomeadamente os de aspecto.
2. Unhadas;
O transporte dos tubos de PE deve ser feito sempre em paletes apropriadas, como se indica na figura.
Divisórias
Tubos PE Paletes
Assim, os tubos estão menos sujeitos às deformações causadas pelos saltos que o transporte origina, como as
ovalizações, especialmente nas pontas dos tubos.
Ao carregar e descarregar os tubos de PE deve utilizar-se sempre cintas, de forma como se indica na figura e
nunca cordas ou correntes.
As cintas, devem posicionar-se de preferência, como se mostra na figura por forma a provocarem o mínimo de
esforços nos tubos.
Ter sempre o cuidado de assentar as paletes numa superfície plana, se tal não acontecer, corre-se o risco de
causar escoriações e/ou deformações permanentes nos tubos, tornando-os assim impróprios para instalação.
M.T5.03 Ut.03
30 Soldador de Tuba
ubagg em em P olietileno
Polietileno Guia do Formando
IEFP · ISQ Transporte e Armazenamento
Em todas as situações em que houver hipótese dos tubos poderem receber luz directa do sol, devem os mesmos
ser protegidos por um material que seja opaco à luz solar, e aos raios UV.
Esta protecção é essencial, não só aos tubos mas também aos acessórios de polietileno.
Em caso algum, os tubos, bem como os acessórios, não podem estar em contacto com alguns produtos.
Produtos proibidos
• Óleos;
• Diluentes;
• Tintas;
• Vernizes.
Para tubos com diâmetro superior a 500 mm admite-se apenas duas filas de tubos em armazenagem. Esta
imposição prende-se com o peso dos tubos, que com o diâmetro referido, é muito significativo.
M.T5.03 Ut.03
M.T5.03 Ut.03
32 Soldador de Tuba
ubagg em em P olietileno
Polietileno Guia do Formando
IEFP · ISQ Transporte e Armazenamento
RESUMO
A grande maioria dos defeitos que a tubagem apresenta em obra, são devido ao mau acondicionamento no
transporte e/ou a uma armazenagem deficiente em estaleiro ou em obra.
Assim, para evitar estes defeitos existem alguns cuidados a ter, quer no transporte quer no armazenamento dos
tubos de PE.
Durante o transporte dos tubos de PE, não se deve colocar pesos em cima destes pois, podem ocasionar
ovalização.
No que diz respeito ao armazenamento, este deve assegurar uma protecção adequada dos tubos .
Assim, nunca se deve colocar os tubos de PE em contacto com óleos ou quaisquer produtos betuminosos e é
rigorosamente interdito fazer rolar os tubos no solo.
Pelo que foi referido anteriormente, pode-se concluir que o transporte e o armazenamento são fundamentais no
contexto da qualidade de soldadura.
M.T5.03 Ut.03
ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO
1. Quais os possíveis defeitos que a tubagem de PE pode apresentar devido a deficiência de armazenamento e
transporte?
M.T5.03 Ut.03
34 Soldador de Tuba
ubagg em em P olietileno
Polietileno Guia do Formando
Soldador de Tubagem em Polietileno
IEFP · ISQ Método de Soldadura Topo-a-Topo
OBJECTIVOS
TEMAS
• Princípio do método
• Método de execução
• Ciclo de Soldadura
• Critérios de aceitabilidade
• Resumo
• Actividades / Avaliação
M.T5.03 Ut.04
PRINCÍPIO DO MÉTODO
O método de soldadura topo a topo consiste na ligação de tubos e acessórios, por fusão do material, nas
zonas de contacto dos elementos a soldar, que é realizada pelo aquecimento e compressão dos extremos
anelares dos componentes, durante determinado tempo.
O aquecimento e compressão são transmitidos por uma máquina eléctrica, que faz a ligação aos terminais de
comando e controla os parâmetros de soldadura.
O equipamento de soldadura topo a topo, utilizado em redes de distribuição de gás combustível, é formado pelos
seguintes elementos:
4. Interface de aquecimento;
36 Soldador de Tuba
ubagg em em P olietileno
Polietileno Guia do Formando
IEFP · ISQ Método de Soldadura Topo-a-Topo
Destina-se a fixar e mover o tubo durante o processo de soldadura e é constituído por duas maxilas fixas e duas
maxilas móveis.
Destina-se à rectificação dos topos a soldar. Deverá ser concebida de modo a permitir que ambas as extremidades
sejam rectificadas em simultâneo.
Elemento destinado a transmitir força ao interface de fixação/deslocamento por intermédio de um circuito hidráulico.
4. Interface de aquecimento
Elemento destinado à transmissão de calor aos topos a soldar, e deverá ser concebida de modo a cobrir toda a
gama dimensional utilizada no equipamento de soldadura.
38 Soldador de Tuba
ubagg em em P olietileno
Polietileno Guia do Formando
IEFP · ISQ Método de Soldadura Topo-a-Topo
Este equipamento dispõe no seu interior de componentes onde existe corrente eléctrica. O seu manuseamento
por pessoas não qualificadas pode resultar na má operação da máquina bem como no risco de electrocussão.
É de salientar, que quando se “operar” entre as extremidades dos topos a soldar nunca se deve tocar no interface
de transmissão de força. O operador corre o risco de ficar entalado por um movimento involuntário das maxilas.
40 Soldador de Tuba
ubagg em em P olietileno
Polietileno Guia do Formando
IEFP · ISQ Método de Soldadura Topo-a-Topo
Não tocar com as mãos na placa do interface de aquecimento, dado que, normalmente a temperatura é próxima
dos 210º C.
Colocar o equipamento, em obra, de maneira a não cair dentro da vala, e poder magoar alguém.
Verificar sempre o estado dos cabos eléctricos, por forma a não acontecer qualquer electrocussão.
MÉTODO DE EXECUÇÃO
Durante a execução das soldaduras, estas deverão ser protegidas das chuvas, ventos e de temperaturas inferiores
a 0 ºC.
M.T5.03 Ut.04
O arrefecimento repentino, devido especialmente a correntes de ar no interior dos elementos a soldar, é evitado
tamponando os extremos livres.
As extremidades dos elementos a soldar deverão apresentar um plano perpendicular ao seu eixo. Caso contrário,
dever-se-á cortar perpendicularmente os extremos dos tubos a ligar, utilizando as ferramentas adequadas à
execução desta operação, tais como:
1- Tesoura 2-Guilhotina
Colocada a máquina em posição, posicionar sobre a parte fixa da mesma o primeiro tubo ou acessório e fixá-lo
com as maxilas. De seguida, coloca-se o segundo tubo na parte móvel e aperta-se as maxilas. O aperto deverá
ser uniformemente distribuído de modo a corrigir em simultâneo eventuais desalinhamentos nas extremidades a
soldar.
M.T5.03 Ut.04
42 Soldador de Tuba
ubagg em em P olietileno
Polietileno Guia do Formando
IEFP · ISQ Método de Soldadura Topo-a-Topo
Para a rectificação dos topos é necessário colocar a rectificadora entre os elementos a soldar, e perpendicularmente
a estes.
Rectificar a totalidade do perímetro da tubagem até se obter uma fita contínua nos dois extremos. Desta maneira,
eliminam-se as possíveis imperfeições e obtem-se uma superfície isenta de resíduos de material oxidado, assim
como um perfeito paralelismo dos dois extremos.
O paralelismo entre as duas extremidades é observado visualmente através da aproximação até ao contacto dos
dois elementos.
• Alinhar
Os elementos são alinhados e nivelados face ao equipamento de soldadura de modo a tornar coincidentes os
seus eixos, quer por deslocação dos pontos de apoio, rotação dos elementos a soldar ou por intermédio de
qualquer outra operação tendo sempre presente que os elementos a soldar não podem provocar esforços nos
dispositivos de fixação do equipamento de soldadura.
• Limpar
As superfícies do interface de aquecimento e as orlas dos elementos a soldar são limpas e desengorduradas
com um líquido de limpeza adequado.
Antes de se iniciar o processo de soldadura deve-se determinar a pressão de arrasto, que depende do comprimento
e tipo de tubo a arrastar. Colocado o tubo na parte móvel, aumenta-se progressivamente a pressão do grupo até
se conseguir um deslocamento conjunto. Ao valor da pressão registado damos o nome de pressão de arrasto.
M.T5.03 Ut.04
44 Soldador de Tuba
ubagg em em P olietileno
Polietileno Guia do Formando
IEFP · ISQ Método de Soldadura Topo-a-Topo
Conhecendo o valor dessa pressão podemos calcular a pressão de pré - aquecimento, que é a soma da pressão
de arrasto e da pressão de soldadura, dada pelas tabelas existentes em função do diâmetro e espessura da
tubagem.
Antes de colocar o interface de aquecimento entre os dois extremos a soldar, deve-se limpar a superfície da placa
com um pano impregnado com um liquido desengordurante e verificar a sua temperatura.
Esta deverá ser controlada na superfície da placa de aquecimento em pelo menos quatro pontos desfasados de
90 º, para isso utiliza-se um termómetro de contacto. O valor da temperatura de aquecimento será fornecido pelo
fabricante do equipamento e situa-se por volta de 210ºC podendo verificar-se uma variação no seu valor de
aproximadamente 10ºC.
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Colocada o interface de aquecimento, aproxima-se os extremos dos tubos aplicando-se a pressão de pré-
-aquecimento até se conseguir um rebordo uniforme em todo o seu perímetro. A altura do rebordo é dada em
função do diâmetro nominal dos elementos a soldar.
A pressão de pré - aquecimento é reduzida, tendo em vista preparar o aquecimento das superfícies a soldar.
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Esta pressão é designada de pressão de aquecimento e é mantida durante o tempo especificado pelo fabricante
do equipamento de soldadura.
Decorrido este tempo separa-se os extremos, retira-se o interface de aquecimento e unem-se rapidamente as
partes.
Esta é uma fase bastante critica, já que ao deixar-se arrefecer demasiado os elementos aquecidos, resultará em
danos irreversíveis na soldadura.
Aumentar a pressão de modo progressivo, até se alcançar o valor da pressão de soldadura. Os tempos e
pressões são definidos pelo fabricante da máquina de soldar.
Ao alcançar a pressão de soldadura, esta deverá ser mantida durante o tempo definido pelo fabricante do
equipamento.
Após concluída a operação de soldadura, as maxilas do equipamento são desapertadas de modo a permitir a
avaliação da qualidade da ligação efectuada.
CICLO DE SOLDADURA
P2
P3=P1
t1 t2 t3 t4 t5 t
Assim, temos :
P2 - Pressão de aquecimento
P3 - Pressão de soldadura
t5 - Tempo de arrefecimento
• Ao colocar o interface de aquecimento aplicamos a pressão P1 até se formar um rebordo com a altura
indicada.
P1
t1
t
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• De seguida diminuímos a pressão até P2 mantendo-a durante o tempo t2 (valor fornecido pelas tabelas do
fabricante).
P1
P2
t1 t
• Retiramos o interface de aquecimento t2 e unimos os extremos do tubo. O tempo máximo para realizar esta
operação é t3 (máximo de 8 s).
P1
P2
t1 t2 t
P1
P2
t1 t2 t3 t4 t
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P2
P3=P1
t1 t2 t3 t4 t5 t
CRITÉRIOS DE ACEITABILIDADE
Para se garantir qualidade e segurança numa soldadura pelo processo topo-a-topo, dever-se-á ter em conta
determinados requisitos, designados por parâmetros ou critérios de aceitabilidade.
Entalhe
O que a figura quer representar é o entalhe característico que divide as duas meias metades do rebordo da
soldadura depois de executada.
M.T5.03 Ut.04
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Este entalhe nunca pode ser demasiadamente profundo, o que implica um valor de A sempre superior a zero. O
valor de A representa a distância entre a geratriz superior da tubagem e o entalhe.
Quando o desalinhamento entre os tubos acima referenciado é superior a estes valores, a soldadura é rejeitada.
É um dos parâmetros mais importantes e é dos primeiros a ser controlado depois de executada uma soldadura.
A referida largura é medida em vários pontos do cordão de maneira a garantir-se o controlo da uniformidade
desejada.
M.T5.03 Ut.04
O quadro seguinte indica os valores (em m/m) admissíveis para a largura do cordão de soldadura:
Material de base
PE80 SDR11
Pressão de pré-aquecimento 13 17 28
Altura do rebordo de soldadura (mm) 1 1 1
Pressão de aquecimento (bar) 0 0 0
Tempo mínimo de aquecimento (s) 103 120 140
Tempo de saída da placa (s) 6 6 8
Elevação ao valor de soldadura (s) 10 11 13
Pressão de soldadura (bar) 13 17 28
Tempo mínimo de soldadura (min) 14 16 20
Tempo mínimo de arrefecimento (min) 14 16 20
Dimensão do cordão de soldadura (mm) 7/11 8/12 10/15
Quadro. IV.1
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O cordão de soldadura tem de obedecer a uma simetria entre as duas meias metades do respectivo cordão. É
fácil verificar a simetria entre as duas meias metades do cordão. Geralmente quando o cordão não está simétrico
salta logo à vista, e nesse caso a soldadura é rejeitada.
Desvio ângular
300
Uma soldadura topo-a-topo executada com os topos no mesmo eixo não deverá apresentar um desvio ângular
para além do referido, caso contrário a soldadura é rejeitada.
O rebordo de uma soldadura topo-a-topo tem um aspecto característico. Se se notar um rebordo demasiado
estreito e alto, que vá para além do critério de aceitabilidade, a soldadura é rejeitada.
M.T5.03 Ut.04
Esquadriamento
O esquadriamento entre os topos a soldar deve ser o mais perfeito possível, caso contrário, deve estar dentro do
valores que se mostra no quadro.
Desvio(mm)
DN(mm)
(a)
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Para se poder evitar um defeito tem de se saber qual a sua possível origem.
A seguir referem-se possíveis defeitos e suas origens em soldadura topo-a-topo de tubos PE:
Entalhe
Deve-se eventualmente a:
Deve-se eventualmente a:
Deve-se eventualmente a:
Falta de fusão
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Deve-se eventualmente a:
Porosidade
Deve-se eventualmente a:
Fissuras
Deve-se eventualmente a:
Inclusões
• areias;
• pelos ou fibras;
• terra;
• outros.
Deve-se eventualmente a:
RESUMO
Nos últimos anos a adopção de tubos de PE em alternativa a outros materiais, levou a um aumento significativo
de utilização deste material.
As avançadas técnicas de ligação, conferem aos sistemas de redes em tubos de PE uma grande vantagem do
ponto de vista técnico.
Este processo consiste na ligação de tubos mediante aquecimento dos extremos anelar dos dois componentes,
através do uso de uma placa de aquecimento, até se alcançar a fusão das superfícies em contacto. Ao colocar o
interface de aquecimento aplicamos a pressão de pré-aquecimento até se formar um rebordo com a altura indicada
pelo fabricante, diminui-se de seguida a pressão, mantendo-a durante o tempo mínimo de aquecimento.
Aplica-se gradualmente a pressão de soldadura e mantem-se esta pressão durante o tempo de arrefecimento.
• Porosidade no cordão;
• Tubagem desalinhada.
Os defeitos que possam ocorrer no cordão de soldadura têm todos uma causa bem definida, são essas causas
que é necessário ter sempre presente, a fim de se poder evitar as respectivas consequências.
Assim, devemos:
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ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO
OBJECTIVOS
TEMAS
• Princípio do método
• Equipamento de soldadura
• Método de execução
• Critérios de aceitabilidade
• Resumo
• Actividades / Avaliação
M.T5.03 Ut.05
PRINCÍPIO DO MÉTODO
O método de soldadura por electrofusão consiste na ligação de tubos e acessórios electrosoldáveis, por
fusão do material, nas zonas de contacto dos elementos a soldar, que é realizada pelo aquecimento da resistência
eléctrica existente no interior de cada acessório, durante determinado tempo.
O aquecimento da resistência é transmitido por uma máquina eléctrica, que faz a ligação aos terminais dos
acessórios e controla os parâmetros de soldadura.
Para a soldadura por electrofusão emprega-se os acessórios electrosoldáveis. Todos os acessórios têm o mesmo
princípio básico: a incorporação de uma resistência eléctrica.
Ao aplicar uma tensão ao acessório as resistências aquecem, fundindo o material tanto do acessório como da
tubagem de forma homogénea.
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• O comprimento do cabo de saída deve ser de pelo menos 3 metros. Deverá ser flexível em condições de
funcionamento e de armazenamento.
• Na extremidade do cabo deverá existir um adaptador que permita fazer a ligação aos diversos acessórios.
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• Todas as indicações no visor devem ser claramente visíveis tanto com boa luminosidade, como em condições
de luminosidade reduzida.
• O equipamento de soldadura deve estar equipado com um elemento de detecção de temperatura para medição
ambiente. O condutor de temperatura pode ser incorporado no equipamento ou ser do tipo externo. Os elementos
externos de detecção da temperatura devem estar protegidos mecanicamente.
• A caneta de leitura óptica é o elemento que faz a leitura do código de barras dos acessórios a soldar. A
máquina ao receber a informação do código de barras do acessório, identifica qual o tipo do acessório a soldar
e inicia o processo de soldadura adequado.
Acessórios
Existem diversos tipos de acessórios electrosoldáveis, que permitem realizar as instalações de tubagens com a
máxima comodidade e garantia. A possível utilização de: uniões, curvas, tês, reduções, tomadas em carga,
facilitam uma montagem rápida das respectivas instalações.
As peças electrosoldáveis contam com zonas quentes e zonas frias, também denominadas de fusão e de
arrefecimento. O comprimento destas zonas é particularmente importante. Cada zona assegura que a fusão se
limita a um comprimento concreto da estrutura do acessório e que a pressão é controlada ao longo de todo o
processo.
M.T5.03 Ut.05
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MÉTODO DE EXECUÇÃO
Durante a execução das soldaduras, estas deverão ser protegidas das chuvas, ventos e de temperaturas inferiores
a 0 ºC.
O arrefecimento repentino devido especialmente a correntes de ar no interior dos elementos a soldar é evitado
tamponando os extremos livres.
As extremidades dos elementos a soldar deverão apresentar um plano perpendicular ao seu eixo. Caso contrário
dever-se-á cortar perpendicularmente os extremos dos tubos a ligar, utilizando as ferramentas adequadas à
execução desta operação, tais como: tesoura e guilhotina.
• Raspar
As influências atmosféricas proporcionam a criação de uma camada de óxidos sobre a superfície dos tubos e
acessórios dificultando a execução da soldadura com o mínimo de garantia. Assim, torna-se primordial eliminar
esta camada antes de efectuar a soldadura. A raspagem deverá eliminar esta camada de óxidos até uma
profundidade de 0,1 mm sobre toda a superfície cilíndrica sem esquecer qualquer posição.
A raspagem deve realizar-se em sentido axial e com uma extensão superior a do encaixe do acessório, utilizando
as ferramentas adequadas à execução desta operação, tais como: raspador e superficiador.
68 Soldador de Tuba
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• Limpar
As superfícies dos elementos a soldar devem ser limpas e desengorduradas com um líquido de limpeza adequado,
para garantir uma boa soldadura.
• Marcar
Antes de proceder à montagem, deve-se marcar sobre os tubos a ligar, a profundidade de encaixe do acessório
electrosoldável. A marcação nos tubos é feita da seguinte maneira:
• Inserir o acessório num dos extremos do tubo até se conseguir o contacto com o batente interior.
• Marcar a profundidade de penetração nesse ponto e efectuar a mesma operação com o outro extremo do
tubo.
Uma vez colocados os extremos dos tubos dentro do acessório e depois de nos termos certificado de que se
alcançaram as marcas de profundidade estabelecidas, colocamos o conjunto no posicionador.
O posicionador tem como função evitar movimentos do respectivo conjunto durante o processo de fusão. Assim,
minimizam-se os riscos de um movimento acidental, ao mesmo tempo que se alinham correctamente os tubos.
• Executar a soldadura
Antes de se proceder à soldadura dever-se-á ligar a máquina e verificar se está apta a receber o código de barras
do acessório. De seguida ligam-se os terminais do cabo da máquina de soldar e faz-se a introdução dos dados do
acessório através de leitura óptica.
70 Soldador de Tuba
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Para dar inicio à soldadura deve-se carregar no botão de start. Assim, inicia-se um processo de contagem
decrescente até se atingir o tempo total de fusão, momento em que a própria máquina dá uma indicação acústica.
Finalizada a soldadura retiram-se os cabos e deixa-se arrefecer o conjunto. O tempo de arrefecimento é fornecido
pela tabela do acessório ou incluído no respectivo acessório.
CRITÉRIOS DE ACEITABILIDADE
Tal como no caso do processo topo-a-topo também o processo de soldadura por electrofusão tem os seus
critérios de aceitabilidade, assim:
Não Sim
Batente
Fig.V.23 - Encosto
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Numa soldadura esta folga tem de estar dentro dos limites verificados no quadro seguinte:
Diâmetro do tubo X
mm (m/m)
20 2,0
25 2,5
32 3,5
40 3,5
63 4,0
90 4,5
110 4,5
125 5,0
160 5,5
200 6,0
O tubo não deverá em caso algum apresentar no seu interior, após soldadura, qualquer deformação. A deformação
pode ser causada por movimentos do conjunto (acessório/tubos) a quando da soldadura.
Escorrimentos
Devido a defeitos de encaixe ou posicionamento poderá haver o risco de escorrimentos do material fundido.
Ora, se esse material escorre é porque sai da zona normal de fusão e soldadura, que é onde ele é preciso. Assim,
a soldadura tem grandes probabilidades de não ficar com a fiabilidade exigida o que não abona nada a favor da
segurança da instalação.
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72 Soldador de Tuba
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O que dá origem a esta situação é o incumprimento das marcações prévias no tubo, a fim de se saber qual a
profundidade de encaixe correcta.
Neste caso, a folga radial entre o tubo e o acessório, não foi corrigida antes de se proceder à soldadura, ou então o
posicionador não foi suficientemente forte e eficaz para manter o conjunto fixo. Por essa razão as extremidades sofrem
um deslocamento.
Nesta situação as extremidades a soldar não foram cortadas num eixo perpendicular ao eixo dos tubos. Como o
corte foi feito na oblíqua, as pontas a soldar uniram numa zona mas ficaram afastadas no resto do encaixe, por
isso houve escorrimento nas zonas exageradamente afastadas.
Indicadores de fusão
Os indicadores de fusão são elementos existentes no acessório que indicam que houve uma fusão correcta entre
o acessório e o tubo.
Estes têm de estar saídos e com um comprimento característico, isto é, não podem ficar nem muito longos nem
muito curtos.
Se os indicadores de fusão estiverem saídos é um primeiro sinal de que a soldadura correu bem.
Falta de fusão
A falta de fusão é sempre prejudicial e pode ter consequências trágicas, mas, para diâmetros superiores a 63 mm
é aceitável uma falta de fusão se não exceder o valor “b” que se apresenta no quadro a seguir à figura.
74 Soldador de Tuba
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DIÂMETRO DO TUBO b
mm em m/m
90 14
110 14
125 14
160 22
200 28
A figura seguinte mostra zonas de fusão (zonas quentes), e zonas sem fusão (zonas frias).
Raspagem
A eliminação da camada de óxido deverá ser visível e uniforme na superficie a soldar em geral até 10 mm para
cada lado da zona ocupada pelo acessório, afim de se garantir a completa raspagem da zona a soldar.
Profundidade de encaixe
As marcas correspondentes à profundidade de encaixe deverão ser visíveis ao longo de todo o perímetro do tubo.
Estão ilustradas no desenho pelo traço e pelo ponto.
Para se poder evitar um defeito tem que se saber qual a sua possível origem. A seguir referem-se possíveis
defeitos e suas origens, encontrados no processo de electrofusão.
• Escorrimentos
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• Corte deficiente;
• Folga irregular.
• Tubo ovalizado;
• Indicadores de fusão
A distância entre o batente e a extremidade do tubo, valor de x, não deve ultrapassar os valores indicados no
quadro da página 72.
Diâmetro do X
tubo (mm) (mm)
20 2,0
25 2,0
32 3,0
40 4,0
63 6,0
90 6,0
110 6,0
125 6,0
160 6,0
200 6,0
Quadro V.3
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RESUMO
Este método de soldadura é substancialmente diferente do método topo a topo. O princípio de ligação é baseado
na fusão do material de dois elementos a soldar. Fusão essa que neste caso se dá entre a zona interior do
acessório e a zona exterior do tubo. Esta fusão é possível através do calor transmitido pela resistência eléctrica
existente no interior de cada acessório.
No mercado existe uma ampla gama de acessórios electrosoldáveis que permitem realizar as instalações de gás
natural com a máxima comodidade e garantia.
Para se poder garantir uma soldadura fiável e com qualidade é imperativo que se conheçam todos os requisitos
necessários à execução do processo, bem como os critérios de aceitabilidade.
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ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO
2. Quais os possíveis defeitos existentes numa soldadura por electrofusão em tubagem PE?
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80 Soldador de Tuba
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Soldador de Tubagem em Polietileno
IEFP · ISQ Bibliografia
BIBLIOGRAFIA
“Tecnologia dos gases combustíveis”, Engenheiro Saraiva Ferreira, 1994, Edição do Autor