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Guia Prático para o

planejamento do seu
intercâmbio!

OPQ

FEB
31
Índice

05 Primeira etapa - Documentação

05 Passaporte

05 Procuração

06 Modelo simples

07 Modelo Plenos Poderes

09 Tradução e legalização de documentos

11 CNH ou Permissão Internacional para dirigir

11 Pedido de Demissão

12 Saúde - A importância do check-up

12 Dentista

12 Medicamentos

16 Segunda etapa - Com agência ou por conta própria?

16 Qual agência contratar?

18 Onde buscar informações sobre agências?

18 Pesquise, compare, especule

20 Vantagens de contratar uma agência

22 Fazer tudo por conta própria

25 Terceira etapa – A escolha da Escola

27 Como escolher a escola?

27 Qual a melhor escola?

29 Em Dublin ou no interior?

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33 Quarta etapa – A escolha do curso

33 General English (Inglês Geral)

35 Exames de Proficiência

35 Programas de Estágio

36 Cursos Universitários

36 Tenho passaporte europeu, o que muda?

38 Duração do intercâmbio

40 Quinta etapa – O seguro Saúde

41 Seguro Governamental

43 Seguro ou Assistência Viagem

44 Seguro Privado

47 Sexta etapa – A passagem aérea

47 Tarifa de Estudante

47 Viagem na baixa temporada

49 O que levar em consideração sobre as companhias aéreas?

50 Qual a melhor companhia aérea?

52 Sétima etapa – Como levar os 3 mil euros?

54  ônus - Calendário preparatório! 6 meses para preparar o seu intercâmbio


B
mês a mês.

3
O sonho do intercâmbio não sai da sua cabeça e você não sabe por onde começar?
Seus problemas acabaram!
Com 10 anos de existência, o E-Dublin foi criado a partir de experiências reais do
seu fundador Edu Giansante, além de centenas de milhares de intercambistas que
contribuíram com depoimentos e compartilharam suas histórias, tornando o E-Dublin
essa fonte rica e única de informação sobre intercâmbio.
Para facilitar sua vida, nós do E-Dublin resolvemos transformar todo esse conteúdo
essencial em um guia completo de planejamento. Esse guia visa te ajudar a entender
todos os passos necessários para se planejar para o seu tão almejado intercâmbio.

O que você vai encontrar por aqui?


Um passo a passo para ajudar, desde quando você colocou na cabeça a vontade de
sair do país até a hora de arrumar as malas e embarcar. Isso inclui:
O que fazer; quais medidas devem ser adotadas para minimizar problemas; quais
documentos devem ser providenciados; o que levar em consideração na hora de escolher
a agência e a escola – ou, ainda, como é embarcar nessa aventura fazendo tudo por conta
própria.
Independente do destino do seu intercâmbio, praticamente todos os passos desse
guia se aplicam ao seu planejamento. Para fins de exemplo, iremos focar na Irlanda.
Vamos começar com um checklist de tudo o que você precisa para dar o seu primeiro
passo:

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Parte 1 Documentação
1. Passaporte
Sem ele, você não chega a lugar algum, portanto, antes
de qualquer coisa, é preciso providenciar o documento.
Como? Bem simples! Basta agendar uma data na Polícia
Federal, comparecer com todos os documentos exigidos
e com o Guia de Recolhimento da União (GRU) pago.
Após cumprir essa etapa inicial, é só esperar o prazo
estabelecido e comparecer no dia marcado para buscar
o passaporte. Para quem já possui o documento, é impor-
tante lembrar que o seu passaporte deve possuir um prazo de validade superior a três
meses, considerando não apenas a data da sua viagem, mas também pensando no seu
retorno. Então se você pretende embarcar para a Irlanda em janeiro e o seu passaporte
vence em junho, por exemplo, é preciso renová-lo antes de deixar o Brasil.

2. Procuração
Embora o passaporte seja o documento mais importante quando falamos em
intercâmbio, há um outro passo fundamental no quesito documentação, que contribui
bastante para que a viagem seja mais tranquila. Este passo consiste em redigir uma
procuração, cujo outorgado (pessoa que atuará em seu lugar) seja alguém de confiança.
Afinal, ninguém quer ter que sair correndo no meio do intercâmbio para resolver alguma
pendência no Brasil, não é mesmo?
A procuração nada mais é que um documento que delega poderes a uma pessoa
para que represente outra em determinados órgãos e assuntos. Pode ser uma procura-
ção simples por instrumento particular, em que é reconhecida firma em cartório do ou-
torgante, ou por instrumento público, em que ela é lavrada em cartório. Porém, para cada
caso haverá um modelo específico de procuração.
Você pode optar por uma procuração simples, autorizando uma pessoa da sua
confiança a resolver pendências relacionadas a um tema/órgão específico (exemplo:
DETRAN, conta bancária, etc), ou uma procuração de plenos poderes, onde a pessoa
outorgada terá direitos plenos.

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Modelo de Procuração Simples

Eu, Rômulo Luis Passo Fundo, Brasileiro, divorciado, arqui-


teto, RG nº: 523512X-YZ, C.P.F. nº: 777777725-15, residente(s)
e domiciliado(s) à Rua Pedroso de Rubis, 278, apt 00, Tatuapé,
CEP: 44444-560, São Paulo – SP, nomeio e constituo o meu (mi-
nha) bastante procurador(a), Patrícia Mendrosa Fundo, brasilei-
ra, casada, professora, RG nº: 5474658-2Y, C.P.F. nº: 677287526-
85, residente(s) e domiciliada à Rua Pedroso de Rubis, 278, apt
00, Tatuapé, CEP: 44444-560, São Paulo – SP, para tratar todos
os assuntos pertinente à minha pessoa, junto ao DETRAN.
Podendo atuar em conjunto ou separadamente, responsa-
bilizando-se por todos os atos necessários e indispensáveis ao
fiel cumprimento deste instrumento, dando tudo por bom e va-
lioso, cessando os efeitos deste a partir do dia 25 de janeiro de
2020.
São Paulo – SP. 25 de janeiro de 2020

Assinatura

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Modelo de Procuração de Plenos Poderes

Através do presente instrumento particular de mandato, o ORTOGAN-


TE Rômulo Luis Passo Fundo, Brasileiro, divorciado, arquiteto, RG nº:
52623512YHG, C.P.F. nº: 778524325-15, residente(s) e domiciliado(s) à Rua
Pedroso de Rubis, 278, apt 45, Tatuapé, CEP: 44042-560, São Paulo – SP, nomeia
e constitui como seu(s) procurador(es) o(s) Sr.(s)/Sra.(s), OUTORGADA Patrí-
cia Mendrosa Fundo, brasileira, casada, professora, RG nº: 54285746582Y,
C.P.F. nº: 665287526-85, residente(s) e domiciliada à Rua Pedroso de Rubis,
278, apt 45, Tatuapé, CEP: 44042-560, São Paulo – SP. Outorgando-lhe(s) ple-
nos poderes para tratar de todos os interesses, direitos e negócios do (a)
Outorgante, para prometer ceder, prometer vender, vender, prometer com-
prar, comprar, administrar, alugar, doar, receber doação, permutar, hipotecar,
transferir, alienar, onerar ou prometer fazê-lo, sejam bens móveis ou imóveis,
fazer e assinar contratos de qualquer natureza que se façam necessários, pú-
blicos ou particulares, inclusive de re-ratificação ou de rescisão, seja em car-
tório de ofício de notas e/ou de Registro de Imóveis, aceitar e estabelecer
preços, prazos, cláusulas e condições, receber e pagar quaisquer quantias,
sejam parcelas, sinal ou preço total, assinando os necessários recibos, dando,
aceitando, recebendo quitações, representar perante as repartições públi-
cas federais, estaduais, municipais e autarquias, requerendo, assinando o que
se faça necessário, juntando e retirando documentos, representar ainda nos
Bancos em geral ou qualquer estabelecimento congênere, em suas agências
ou filiais, podendo para tanto abrir, movimentar e encerrar contas correntes e
de cadernetas de poupança, assinando e endossando cheques, pedir saldos
e extratos de contas, requisitar talões de cheques, receber e dar quitação,
assinar cartões de autógrafos, fazer alterações e cadastramento de senhas,
solicitar e receber cartão magnético, solicitar e obter senha para internet, re-
ceber ordem de pagamento do exterior, concede ainda, poderes da cláusula
ad judicia, em qualquer Juízo, Instância ou Tribunal e onde mais com esta se
apresentar dando tudo por bom e valioso, cessando os efeitos deste a partir
do dia 25.01.2020

São Paulo – SP. 25 de janeiro de 2020

(Assinatura do Outorgante)

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Juliana Spinardi
tem 25 anos e morou em Dublin durante um ano.

Me mudei para a Ilha Esmeralda em março de 2015. Eu levei exatamente um mês


para fechar com a escola, comprar as passagens de avião e descolar a grana necessária.
Resolvi me mudar em janeiro e entrei em contato com a agência de intercâmbio em
fevereiro. Como foi um pouco em cima da hora, eu deixei algumas pendências no Brasil,
como meu desligamento do trabalho e a venda do meu carro. Foi aí que a procuração
de plenos poderes me ajudou. Deixei em nome de minha mãe uma declaração para que
ela respondesse por mim em vários assuntos, inclusive judicialmente. Gastei noventa
reais para fazer o documento e graças a ele, minha mãe conseguiu assinar alguns
papéis importantes no Brasil e também movimentar minha conta bancária. Conheci
pessoas em Dublin que não lembraram que a vida é cheia de imprevistos e tiveram
que retornar ao Brasil para resolver assuntos pendentes. Por isso, aconselho que, antes
de viajar, você deixe uma procuração com alguém de confiança. A vida é burocrática e
muita coisa não se resolve apenas usando a Internet.

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3. Tradução e legalização de documentos
Esta não é uma medida obrigatória, mas é de grande valia para quem tem intenção
de ingressar em uma universidade ou mesmo buscar uma colocação profissional em sua
área de formação no mercado irlandês. Para isso, você precisará localizar um tradutor
juramentado, se ainda estiver no Brasil, para dar início ao processo ou então poderá
optar por um profissional na Irlanda.

Por que a tradução é necessária?


Para que o órgão ou instituição do país compreenda o teor do documento, que deve
estar escrito na língua local. Ou seja, para que o seu diploma universitário brasileiro
tenha valor na Irlanda, por exemplo, ele deve ser apresentado na língua inglesa, e a
tradução só terá validade quando realizada por um tradutor oficial (juramentado). Para
descobrir onde encontrar um profissional tradutor juramentado em sua cidade, basta
acessar o site www.sintra.org.br
Além da tradução, alguns documentos também podem necessitar de legalização.
Para quem decide se casar no exterior, por exemplo, a certidão de nascimento é
solicitada, tanto traduzida, quanto legalizada. A boa notícia é que desde 2016 o trâmite
internacional de documentos na Irlanda está menos burocrático para os brasileiros.
Isso acontece porque o país aderiu à Convenção da Apostila, um tratado que tem
como objetivo simplificar e agilizar a legalização de documentos entre os 109 países
signatários, permitindo o reconhecimento mútuo de documentos brasileiros no exterior
e de estrangeiros no Brasil.
Resumidamente, com a entrada em vigor da Convenção da Apostila, documentos
emitidos por países integrantes não precisam ser legalizados por repartições consulares
ou diplomáticas para que tenham validade no Brasil.

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Laís Moura
é luso-brasileira e vive em Dublin desde fevereiro de 2016.

Me mudei para a Irlanda após morar 10 anos em Portugal. Durante a minha faculdade,
tive a oportunidade de fazer o Programa Erasmus na França, a fim de aprimorar o
idioma francês e ter mais uma bagagem internacional. Quando me formei, já estava
convicta a sair de Portugal, portanto resolvi vir com todos os documentos traduzidos.
Por sorte, a minha universidade dava a opção de produzir o certificado, o diploma,
assim como a carta do curso, em Português e Inglês. Também providenciei o Certificado
de Francês da Université Montesquieu Bordeaux IV, para comprovar as minhas aptidões
linguísticas. Por segurança, ainda tive o cuidado de autenticar tudo no consulado.
Porém, ao entrar no mercado de trabalho irlandês, nunca me foi requerido nenhuma
comprovação linguística ou certificações. No entanto, recomendo trazer tudo traduzido
em prol de simplificar, caso seja exigido, especialmente se deseja ingressar em uma
universidade.

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4. CNH ou Permissão Internacional para dirigir
Você dirige no Brasil e pretende continuar a dirigir no exterior? Pois saiba que
dependendo do país escolhido por você, isso é possível sim. Na Irlanda, por exemplo,
é permitido dirigir utilizando a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) brasileira ou a
Permissão Internacional para Dirigir. No entanto, essa permissão só vale por 12 meses
(período máximo), ainda que a CNH tenha uma validade superior.
Após os 12 meses, o direito à condução apenas será concedido se você passar
pelo processo de obtenção da carteira irlandesa. Agora, se você não dirige e não
terá tempo hábil para tirar sua habilitação antes do embarque, não precisa entrar em
pânico. Qualquer pessoa maior de 18 anos, após seis meses de residência na Irlanda,
pode aplicar para a carteira de motorista local, cuja validade se estende a toda a União
Europeia. O processo é bastante similar ao do Brasil, porém a principal diferença é que
o investimento será em Euros.

5. Pedido de Demissão
Considerando que muitas pessoas precisam pedir demissão do emprego antes
de se aventurarem num intercâmbio, a nossa sugestão é de que você faça um
planejamento detalhado. Lembre-se que, ao pedir demissão, é preciso cumprir aviso
prévio, homologar a rescisão, dar entrada no seguro desemprego e esperar, esperar
e esperar! Portanto, é fundamental colocar todas essas datas na ponta do lápis ou
pelo menos anotar estimativas para evitar ficar preso no Brasil por conta de alguma
pendência burocrática. Não são poucos os casos de pessoas que pediram demissão e
depois tiveram que ficar dois ou três meses esperando para acertar todos os detalhes.
Nossa recomendação? Providencie todos os detalhes, documentos necessários e
considere pedir demissão pelo menos três meses antes da data do embarque.

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6. Saúde
Mas nem só de burocracia se resume a preparação para o intercâmbio! Investir
em uma aventura dessas exigirá de você, além de muita organização, um bom estado
mental e de saúde. Então, não se esqueça de adicionar esse capítulo imprescindível
ao seu planejamento. E te damos duas razões importantes para tal: Primeiro, para
não ser surpreendido com um problema de saúde que poderia ser cuidado antes do
intercâmbio e, a segunda, o sistema de saúde europeu não é nada barato, sobretudo
para não europeus. Como estudante no país, o seu visto não te dará acesso aos serviços
públicos ou benefícios que os locais possuem, então, estar com tudo em dia para evitar
contratempos durante a sua experiência é preponderante.
Comece o check-up junto à preparação do seu intercâmbio. Ainda mais importante
do que ter tudo organizado, é estar bem para essa grande aventura. Então, fica a dica:
check-up completo!

Observação importante:
Na Irlanda, o visto de estudante (Stamp 2), para o qual a maioria dos intercambistas
se candidata, não garante acesso a nenhum serviço público e por isso o
seguro saúde também faz parte dos pré-requisitos para a obtenção do visto.

Não sabe por onde começar a organizar essa parte? A gente te conta!

1. Dentista
Os melhores serviços dentários na Irlanda costumam ser
caros. Os próprios irlandeses, inclusive, embarcam em direção
à Irlanda do Norte ou mesmo países do Leste Europeu para
fugir dos altos preços cobrados pelas clínicas dentárias em
procedimentos mais trabalhosos. Sendo assim, faça um check-
up dentário para se certificar de que você não precisará
desembolsar uma boa grana durante a sua viagem com essa
especialidade.

2. Medicamentos
Toma algum medicamento específico? Tem que fazer exa-
mes com frequência? Então venha prevenido. Se for necessário,
traga medicamentos para o período total de estadia no país.
Como citamos anteriormente, os serviços públicos são pagos,
o que significa que ir ao médico apenas para solicitar uma pres-
crição médica, não sai por menos de 60 euros.

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Ao contrário do Brasil, onde muitas vezes conseguimos comprar medicamentos
sem receita médica, na Irlanda, o sistema é muito mais regularizado e a automedicação
está fora de questão. Então, até mesmo aquele medicamento diferente para alergia
que você costuma ir direto à farmácia e solicitar, na Ilha Esmeralda só mesmo com
prescrição médica.
Se você tem uma doença pré-existente, como disfunção da tireoide, ou mesmo para
as meninas que fazem uso de anticoncepcionais, sem sombra de dúvidas, sairá mais
barato trazer a quantidade do Brasil para o período do intercâmbio do que ter que ir a
cada três meses a um médico solicitar uma prescrição.
Já os remédios mais comuns, como analgésicos e antitérmicos, por exemplo, podem
ser comprados sem receita nas farmácias e nos mercados.

3. Adquira um Certificado de Direito à Assistência Médica (CDAM)


Essa é uma ótima dica para os mochileiros! Certamente
você nunca ouviu falar dele, mas ele pode ser uma mão
na roda durante a sua viagem, principalmente para quem
pretende aproveitar o intercâmbio para viajar pela Europa.
O Brasil possui um convênio entre o INSS e três países no
exterior (Portugal, Itália e Cabo Verde). Desta forma, caso você
pretenda viajar um dia para algum desses países e aconteça
alguma eventualidade médica durante a sua viagem, você
pode acessar hospitais públicos como se fosse um cidadão
local.
Para isso, é necessário adquirir o Certificado de Direito à
Assistência Médica (CDAM), disponível em agências estaduais
do Ministério da Saúde. Apresentar passaporte, CPF, passagem de ida e volta, carteira
de trabalho, últimos holerites ou comprovantes de contribuições sociais estão entre
alguns dos documentos requeridos.
Vale lembrar que esse convênio não substitui o seguro saúde exigido pela imigração
irlandesa para estudantes estrangeiros e nem tem validade na Ilha Esmeralda. Porém,
será de grande utilidade para quando você transitar por outros países aderentes do
convênio.

É claro que observando todos esses passos, o processo de preparação parece muito
trabalhoso, porém, nessa primeira fase do seu planejamento, levar em consideração
cada um desses itens e verificar o que é importante será primordial para que o seu sonho
de desbravar o mundo ocorra da forma mais confortável possível. Quando o assunto
é investir em uma viagem fora do país, planejamento e pesquisa são vitais! Porém, até
aqui exploramos algumas providências e documentos importantes para a viagem, mas a
pergunta que não quer calar é: quanto, em média, se gasta nessa fase inicial?

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Estimativa de gastos da primeira etapa
Passaporte brasileiro: R$ 257,25
Check-up completo: depende da cidade, do plano de saúde, etc.
Tradução juramentada (opcional): R$ 32,77 por lauda para textos comuns (passaportes,
certidões de registros civis, cédula de identidade, habilitação profissional e documentos
similares) e R$45,91 por lauda para textos especiais (jurídicos, técnicos e científicos,
bancários e contábeis, certificados e diplomas escolares).*
Procuração de plenos poderes (opcional): R$ 95,00*
* Valores fornecidos com base na Junta Comercial do Estado de São Paulo em
2017.
Recomendamos que essa primeira parte do processo seja iniciada com pelo menos
seis meses de antecedência em relação à data pretendida para realizar a viagem,
pois em caso de contratempos, você terá tempo suficiente para ajustar tudo o que for
necessário.
Os requisitos aqui apresentados não são todos obrigatórios, como já informamos.
Na verdade, a questão da prevenção com relação a alguns itens da documentação e
o cuidado com a saúde são apenas sugestões para que você tenha mais segurança
durante o seu período longe do Brasil.
É preciso levar em conta que quando se está do outro lado do oceano e em outro
continente, qualquer eventualidade como, por exemplo, a necessidade de resolver
algo importante no Brasil ou mesmo providenciar um documento qualquer, exigirá de
você mexer no bolso e, pela distância, já dá para imaginar que esse trâmite nunca sairá
barato. Então, prevenir, neste caso, será melhor que remediar!

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Recapitulando! Vamos ao checklist:

1. P
 ara o intercâmbio, você vai precisar de um documento
imprescindível, o passaporte!
2. V
 ai para o exterior e não quer ter surpresas durante a sua viagem?
Deixe uma procuração com algum de sua confiança para cuidar de
qualquer pendência enquanto você estiver fora!
3. P
 revenir é sempre melhor que remediar! Providencie a tradução
juramentada de certificados que você julgar importantes, caso
decida permanecer mais tempo na Irlanda e alçar voos mais altos.
4. P
 ossui habilitação no Brasil e quer aproveitar para cair na estrada
durante seu intercâmbio? Não se esqueça de trazer a sua CNH
(para dirigir na Irlanda) ou providenciar a Carteira de Habilitação
Internacional (que te permitirá dirigir por até 12 meses nos países
europeus).
5. D
 ecidiu partir rumo ao intercâmbio e ainda não decidiu quando
pedirá demissão na empresa? Não deixe para a última hora! Nossa
recomendação é pedir demissão com pelo menos três meses antes
da data do embarque.
6. B
 urocracia? Sim, não tem como fugir dela, mas existe algo ainda mais
importante, a sua saúde. Então, antes mesmo de escolher o destino
e comprar as passagens, não deixe de fazer um check up completo
para verificar se está tudo em ordem. Sem falar que o sistema de
saúde na Europa custa uma fortuna! Quem avisa, amigo é!
7. C
 ertificado de Direito à Assistência Médica (CDAM). Se você nunca
ouviu falar nele, deveria. O certificado te dará o direito de utilizar
hospitais públicos na Itália, em Portugal e no Cabo Verde com os
mesmos benefícios de um cidadão local. Se você pretende viajar
para esses países, não deixe de fazer o seu. Fará uma grande
diferença na hora de pagar a conta de algum imprevisto.

Já ciente desses primeiros passos, vamos para a 2ª parte do planejamento:


O que você pretende fazer na Irlanda e como chegar lá? O melhor é fazer tudo
de forma autônoma, contratar uma agência ou pedir ajuda ao amigo que já foi
intercambista? Seja qual for a sua resposta, você precisará se organizar e definir mais
alguns pontos.

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Parte 2 Com agência ou por conta própria?
Se você já tomou aqueles cuidados básicos que comentamos na primeira etapa
do planejamento e também já começou a decidir o destino escolhido para o seu
intercâmbio, agora é hora de pensar sobre qual agência contratar. Isso, claro, se você
não decidiu fazer tudo por conta própria.
E já vamos avisar! Seja qual for a sua escolha, você também terá que fazer o dever
de casa!
A contratação da agência é um dos passos mais importantes do planejamento, pois
o investimento é muito alto e o que você mais precisará nessa jornada é de segurança
e assistência de pessoas experientes no assunto. E para evitar meter os pés pelas mãos,
vamos ressaltar nesse capítulo alguns cuidados essenciais na hora de escolher quem
irá organizar seu pacote.

Qual agência contratar?


Vamos começar com a pergunta que não quer calar! Existe a melhor agência? Existe
alguma que não tenha registro de reclamação de estudantes? Existe alguma que faça
tudo como manda o figurino? Ou ainda aquela que eu vou pagar, cruzar os braços e
receber tudo resolvido?

16
Todas essas perguntas têm uma única resposta: NÃO! Nada é perfeito nesse mundo
e as experiências de cada um são únicas. Por melhor que seja o serviço prestado,
ninguém poderá garantir que durante o processo você não terá nenhuma insatisfação.
Diante disso, a nossa dica é: pesquise o máximo que puder antes de decidir
e compare o maior número de opções possível. Tenha em mente que quanto mais
informações sobre o assunto e mais interação com intercambistas que já passaram
por essa fase você tiver, melhor! Dessa forma, você poderá conversar com o agente
“de igual para igual” e evitará muitas surpresas que os intercambistas desavisados
costumam enfrentar.
No entanto, além das informações obtidas através do “boca a boca”, das ideias
trocadas nos inúmeros grupos de discussões ou do WhatsApp e das notícias sobre
agências de intercâmbios, vale, ainda, dar uma olhada em instituições reguladoras do
setor!

Não sabe por onde começar a pesquisar as agências de intercâmbio?


O E-Dublin possui uma ferramenta que irá te ajudar nessa parte: o
Orçamento Fácil! Você preenche apenas um formulário e diversas agências
parceiras que se encaixarem no seu perfil entrarão em contato com você,
facilitando bastante! É só acessar:
http://edubl.in/o

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Onde buscar informação sobre as agências?

1. Brazilian Educational & Language Travel Association (BELTA)


A BELTA é uma instituição brasileira reconhecida internacional-
mente e um dos locais de pesquisa. Você pode estar se perguntan-
do: então basta entrar no site da BELTA, acessar a lista de agências
e escolher uma delas? Não. Apesar de ser um ótimo selo, nem todas
as agências fazem parte da associação e você também pode aca-
bar deixando outras ótimas opções de fora. Esse é apenas mais um instrumento para
ajudar na sua escolha, já que, para constar como associada, a agência precisa cumprir
certas exigências.

2. Procon e Reclame Aqui


Outro cuidado importante que pode evitar muita dor de cabeça é a busca por
reclamações sobre a agência que você tem em mente. E é bom lembrar que essa dica
vale para qualquer tipo de serviço adquirido em nosso país. Não custa nada e evita
prejuízo.
PROCON e Reclame Aqui também são buscas que devem ser
consideradas, e não apenas para verificar casos envolvendo as agên-
cias, mas também para conhecer os principais erros cometidos pelas
empresas que trabalham com intercâmbios e como esses problemas
foram tratados e solucionados, além de tomar conhecimento de di-
vergências comuns durante o período do contrato.

3. Ministério do Turismo - Embratur


Além desses sites, recomenda-se, também, uma
visita ao portal do Ministério do Turismo - Embratur.
Apesar de não regular unicamente empresas ligadas ao
intercâmbio, a Embratur sempre traz dados atualizados
do setor de turismo dentro e fora do país.

Pesquise, compare, especule...


Como o Brasil envia muitos estudantes ao exterior, não é de se admirar que o
mercado de agências seja amplo. Por um lado isso é bom, mas por outro pode gerar
grande dúvida com relação a qual empresa contratar. Como ter certeza de qual agência
fechar o seu pacote? Segue abaixo algumas dicas importantes!
Eliminação! Se a agência com a qual você simpatizou aparece de forma negativa
na voz de estudantes que já contrataram o serviço, evite-a. Onde há fumaça, há fogo.

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Preços! É claro que uma viagem desse porte custa caro, mas devemos sempre
lembrar que se tratando de educação, vale mais a pena juntar mais grana ao invés de
investir naqueles pacotes de ofertas quase irrecusáveis. Não existem milagres, e tenha
certeza: o barato pode sair caro.
Respostas! Fique atento, pois se a agência não consegue responder às suas
perguntas, isso é um mau começo. Se o que buscamos numa agência é justamente
a garantia de que estamos tomando as decisões mais acertadas, a função primordial
dela é deixá-lo mais seguro sobre as suas escolhas.
Compare! Quem disse que você não pode negociar com várias agências ao mesmo
tempo? Escolha duas ou três, exponha suas necessidades, deixe claro que está em
contato com outras opções e compare o que as agências têm a oferecer. Se no meio
do caminho a agência A ou B te apresentar informações desencontradas ou te deixar
inseguro com relação ao serviço ofertado, questione-a e se ainda houver incertezas,
elimine-a. Assim, no final ficará aquela que te transmitiu segurança e que melhor
atendeu às suas expectativas. Aproveite o Orçamento Fácil do E-Dublin para levantar
opções de agências!
Como foi dito lá em cima, a agência perfeita ainda está para nascer, então conhecer
mais sobre o tipo de serviço que ela tem prestado e pesquisas sobre reclamações
mais comuns a respeito dela, já ajuda a evitar problemas futuros. E lembre-se: o mais
importante não é procurar apenas pela agência que não possui nenhuma reclamação,
mas principalmente por aquelas que, em caso de reclamações, souberam resolver a
situação e auxiliar o intercambista. Ter isso em mente é muito importante!

19
Vantagens em contratar uma agência
Como já citamos, contratar uma agência passa uma
segurança a mais ao intercambista. Isso porque, além da
experiência no tema, as agências também podem garantir
um maior conforto durante o intercâmbio.
Para onde ligar se o transfer não aparecer no aeroporto na
sua chegada? Quem procurar em situações de imprevisto? E se
no meio do caminho a escola contratada tiver um problema com
a inspeção do governo ou qualquer que for, e fechar?
Todas essas questões podem ser resolvidas de forma mais simples
se você estiver assegurado por uma empresa e por um contrato no qual
ela se responsabilize pelos serviços prestados. É importante pontuar
que isso não significa que ao contratar uma agência você estará imune a
problemas, mas sim que você poderá evitar maiores dores de cabeça, já
que terá uma empresa para te auxiliar durante todo o processo no exterior.

20
Thaiz Beltrão
é mineira e está na Irlanda desde maio de 2016.

As pessoas que já estavam na Irlanda, as reclamações e elogios na página do


Facebook e no Reclame Aqui, foram super importantes na minha decisão. Lembro-me
que um amigo que tinha ido embora há poucos meses disse: “Todos estão indo por tal
agência”. Eu pesquisei muito e optei pela agência mais importante na minha região. Fui
conhecer o escritório em Uberlândia e ali mesmo decidi fechar. O apoio ainda mesmo
no Brasil foi bem importante. Lógico que todos vendem uma coisa que na verdade
não é bem assim, mas não me arrependi de ter vindo com o suporte de uma agência.
O que deixo para as pessoas que estão se preparando para vir é que não achem que
tudo é um sonho. Pesquisem sobre tudo. Desde o mapa da cidade até como se chama
o presidente do lugar que você vai chamar de casa por 8 meses. Muita gente “quebra
a cara” porque não lê nada. Nunca me esquecerei, por exemplo, que logo no primeiro
dia, na acomodação, já tinha muita gente chorando. O medo nos acompanha, mas o
conhecimento que uma nova experiência proporciona é para o resta da vida. E isso faz
tudo valer a pena. “

21
Comprar por conta própria
Isso é possível e pode sair mais barato - principalmente se você já tiver um nível
melhor de inglês. Assim como as agências, as escolas também querem tê-lo como
aluno e são bem pacientes com os futuros estudantes. Nos sites de muitas instituições é
possível encontrar praticamente todas as informações, como tipos de cursos disponíveis,
valores, duração, etc.
Outro fator facilitador bem comum na Irlanda são as equipes de atendimento
internacionais – nesse caso, a equipe brasileira (Brazilian Team), composta por pessoas
contratadas pelas escolas para melhorar ainda mais o contato com o estudante
brasileiro. Ou seja, a negociação poderá ser toda feita em português. Assim, você terá
contato com diferentes escolas e poderá decidir qual delas se enquadra melhor nas
suas necessidades.
Mas será que a escola é realmente tudo isso que o site mostra?
Desde que o governo irlandês anunciou a nova regulamentação do setor no país,
somente poderão emitir visto de estudante as escolas que tenham passado pela
criteriosa avaliação do governo e que se encontrem na lista oficial do governo, chamada
de Interim List of Eligible Programmes (ILEP). Portanto, antes de tomar qualquer decisão
confira se a escola pesquisada consta nesta lista, que pode ser consultada aqui.
Apesar de vantajoso, pesquisar tudo por conta própria exigirá de você muito mais
tempo, paciência e perspicácia. Vale tudo, todas as estratégias possíveis e imagináveis
para colher o maior número de informações possível. Adicione intercambistas, ex-
intercambistas e, principalmente, estudantes das escolas que você tem maior interesse.
As mídias sociais estão aí com toda a potência e descobrir quem frequenta a escola é
algo muito simples.
Não se intimide! Pergunte mesmo as questões mais óbvias. O importante é saber
de quem está vivendo a experiência se a escola é realmente recomendada ou não. É o
estudante que está vivenciando o ensino que poderá te dizer se está valendo a pena ou
não. Só não se esqueça de conversar com mais de uma pessoa, pois, como já dissemos,
as experiências podem ser bem diferentes de um para outro, assim como os objetivos
e as expectativas.
Acompanhe notícias do setor em sites locais, jornais e procure se há algum tipo de
problema envolvendo a escola selecionada. Sites como o Inis.gov.ie e do Irish Council
for International Students devem fazer parte da sua busca por uma escola.

DICA: Se você for fechar o intercâmbio com uma agência, ainda assim vale
fazer uma pesquisa sobre as escolas oferecidas nos pacotes, para conhecer
mais de perto a experiência de quem está estudando ou já estudou lá.

22
Rafael Oliveira
é natural de São Paulo e residente em Florianópolis.
Ele está na Irlanda desde dezembro de 2016.

Quando o assunto é pesquisar, eu posso falar com toda propriedade, pois fiquei
expert durante o meu planejamento de intercâmbio. Eu pesquisava em todos os
canais: escolas, assistia muitos vídeos, ficava de olho nos depoimentos de alunos, nas
mídias sociais, etc. Por outro lado, também consultei várias agências, a fim de obter
orçamentos. No final, condensei todas as informações de alunos e agências e optei
pela escola que me proporcionasse boa metodologia de ensino, reconhecimento,
certificação, boa localização e melhor custo benefício. Eu acredito que o sucesso das
minhas escolhas acertadas durante o planejamento se deu, principalmente, pela minha
organização e busca insistente por informação. Se você quer eliminar problemas e
dúvidas, busque por informações de diferentes vertentes. Eu optei fechar o pacote
diretamente com a escola, mas confesso que é válido e importante prezar pelo suporte
de uma agência, pois em casos de ocorrerem imprevistos e também para uma maior
segurança, a agência atenderá melhor a expectativa. Na pré-viagem, tudo correu
muito corretamente, mas confesso que quando cheguei na Irlanda, faltaram algumas
informações muito importantes para as primeiras semanas. Então fica a dica!

23
Vamos ao checklist!

1. C
 ontratar um pacote de intercâmbio não é como comprar a roupa
de fim de ano. Se você possui nível básico de inglês ou ainda nem
conseguiu determinar qual o país do seu intercâmbio, contratar
uma agência pode ser uma boa.
2. A
 ntes de escolher a agência, pesquise se existe algo negativo sobre
a sua escolha.
3. V
 erifique se a agência é certificada em órgãos competentes no
Brasil
4. P
 rocon e Reclame Aqui são dois exemplos de órgãos confiáveis que
também devem ser consultados.
5. P
 esquise com mais de uma agência e, de acordo com a evolução
da negociação, escolha a que te der mais confiança.
6. U
 ma agência com reclamação não significa que ela não preste.
Observe quando o problema aconteceu e se a agência conseguiu
solucionar de forma eficaz.
7. Vai por conta própria? Concentre sua pesquisa nas escolas!
8. A
 ssocie-se a todas as comunidades brasileiras no exterior, fóruns e
grupos de WhatsApp que você conseguir. Os viajantes serão a sua
principal fonte de informação.
9. L
 iste suas prioridades: O que é mais importante para você?
Certificação no final do curso? Ter menos brasileiros na Escola?
Preço? Também tenha claro o que você não quer durante o seu
intercâmbio.
10. D
 efina metas de planejamento! Uma boa dica é montar um
planejamento mês a mês e definir qual a prioridade para cada um
deles. Janeiro: pesquisar e definir agência | Fevereiro: Irlanda ou
Canadá? | Março: escolher a escola e organizar documentação, etc...

24
Parte 3 A Escolha da Escola

Já faz alguns anos que a Irlanda vem estreitando cada vez mais a fiscalização sobre
as escolas de idiomas no país. Isso se deu graças a alguns abusos que ocorreram
no setor ao longo da última década. O interesse pela Irlanda cresceu, o número de
estudantes internacionais aumentou massivamente e começou a virar bagunça. Para
evitar mais abusos, o governo irlandês decidiu mudar muita coisa para melhorar a
qualidade oferecida nas salas de aulas irlandesas e, com isso, passou-se a exigir muito
mais das instituições.
Entre as principais mudanças, reduziu-se o tempo do visto de 1 ano para 8 meses.
A attendance (frequência), que antes era facilmente burlada, passou a ter fiscalização
acirrada e as escolas passam por inspeção regularmente, inclusive com visitas surpresa.
Outro ponto da reforma que não agradou nem um pouco foi a limitação do período
em que os estudantes podem trabalhar em tempo integral (40 horas semanais). Desde
2016, o trabalho full-time só é possível de maio a agosto e de 15 de dezembro a 15 de
janeiro. A medida foi adotada para evitar que estudantes trabalhassem mais horas que
o indicado durante o período das aulas. Afinal, o objetivo focal deve ser o aprendizado
e não a empregabilidade.
Mesmo com o maior controle e todas essas alterações, a Irlanda continua
sendo destaque entre as opções de destino para intercâmbio entre brasileiros. E
além da capital, Dublin (destino tradicional dos estudantes internacionais), cada vez
mais escolas estão ganhando novos endereços pelos quatro cantos da Ilha Esmeralda.
Sendo assim, você talvez se sinta confuso diante de tantas opções. Porém, não
precisa entrar em pânico. Eleger prioridades e saber exatamente o que você procura é
o primeiro passo para chegar à escola desejada sem grande stress. Vamos nessa?

25
Como escolher a escola?
Para quem está comprando o curso agora ou renovando o visto, é essencial
consultar a Interim List of Eligible Programmes - ILEP, lista oficial do governo na qual
estão presentes todas as instituições de ensino regulamentadas e autorizadas a captar
estudantes não europeus.
Outro requisito importante é o seguro Learner Protection, que deve constar em
contrato. Este termo é uma proteção para assegurar ao aluno que, caso a escola venha
a fechar, ele terá seu dinheiro de volta ou que será realocado para uma nova escola.
Atualmente, praticamente todas as instituições oferecem isso em seus contratos.
Como já mencionamos anteriormente, muitas escolas da Irlanda possuem um
departamento de marketing brasileiro, com profissionais aptos a atender a demanda
de estudantes brasileiros. Para quem ainda não fala inglês isso é um ponto positivo na
hora de fazer a grande busca.

Mas por onde começar?


O fórum de discussão do E-Dublin é um bom ponto de partida. Nele você encontrará
muitas perguntas e respostas para questionamentos de pessoas que já passaram por
todo o processo e hoje estão realizando o intercâmbio.
Os grupos no Facebook voltados para os brasileiros na Irlanda também podem conter
informações valiosas sobre cursos e escolas. Mas lembre-se: é preciso tomar cuidado com
a credibilidade da fonte que transmite as informações. Contatar brasileiros ou alunos de
outras nacionalidades que estejam estudando na escola é uma das formas de ter uma
perspectiva da escola que esteja pesquisando, mas não tome uma ou duas experiências
como verdade absoluta. Pesquise com diversas pessoas e estudantes diferentes.

26
Outra fonte que sempre deve ser consultada é o Serviço de Naturalização e
Imigração Irlandês (INIS). No site, é possível ler as últimas notícias relacionadas ao visto
de estudante e também é lá que o governo informa qualquer novidade sobre escolas
que não estão regularizadas.
Além de todas essas opções, outra alternativa é buscar na lista da Marketing English
Ireland (MEI), que é uma associação composta por 54 escolas de inglês reconhecidas
pelo Departamento de Educação da Irlanda. Atualmente, todas as escolas credenciadas
garantem que, caso algo de errado aconteça, os alunos serão transferidos para alguma
outra escola que também esteja na lista. Esta é uma forma de proteger os estudantes
de futuros imprevistos.

Qual é a melhor escola?


Outro assunto muito comentado entre os futuros intercambistas é a qualidade das
escolas. Existe a melhor ou a pior?
Esta é uma pergunta muito difícil de responder, afinal, cada um tem uma opinião
sobre qualidade. É fato que escolas mais caras nem sempre serão as melhores, mas
poderão oferecer mais vantagens do que as que têm preços mais baixos.
Sabemos que existem diversos fatores que podem influenciar, como a estrutura,
metodologia, professores e a vontade de cada um em atingir os objetivos no curso.
Por isso, o melhor é que, antes de qualquer coisa, você coloque no papel o que é mais
relevante para você.
O que vem em primeiro lugar no seu investimento em uma nova língua? A
metodologia? O pouco contato com brasileiros? Uma escola que aplique um exame
de proficiência ao final do curso? Uma instituição que, além do inglês, oferece outros
cursos mais avançados para o futuro?
Tente listar tudo por ordem de prioridade e depois faça um quadro comparativo do
que é primordial para você e o que cada escola que você pesquisou tem a oferecer. É
neste momento que você perceberá qual é a opção que melhor se encaixa nos seus
objetivos.

27
Camila Nani Diniz
é de Belo Horizonte e decidiu se reinventar em Dublin.

A minha decisão pela escola partiu da agência. Pra ser sincera, eu não havia
pesquisado muito até o momento de fechar o meu pacote de viagem. Foi a agência
que me deu o suporte, me mostrou as opções de escolas e todos os demais detalhes.
Confesso que se eu soubesse todos os trâmites burocráticos na época, eu teria
fechado diretamente com a escola, o que me pouparia um pouco de dinheiro. Indico
aos futuros intercambistas que pesquisem por si os valores, documentação e sobre o
país antes de fechar com a agência. Isso pode dar um pouco mais de trabalho, mas
também te dará um bom repertório para interagir com a sua agência e, se você preferir,
condições para fechar diretamente com uma escola.

28
Em Dublin ou no interior?
Outra pergunta que passou a fazer parte do planejamento é a localização da escola.
Há alguns anos, Dublin era quase sempre a principal opção. No entanto, Galway, Cork,
Limerick e muitas outras cidades interioranas passaram a compor a rota de escolas de
idiomas na Irlanda, aumentando as opções dos estudantes.
Quais as diferenças?

Dublin
Capital é capital! Ou seja, Dublin é de fato onde está concentrado o maior número
de escolas. É também onde as oportunidades estão mais presentes. O contexto turístico
conta muito, por exemplo, para as oportunidades profissionais e de emprego.
Porém, com esses fatores a demanda também é grande e já não é novidade nenhuma
que a comunidade brasileira esteja presente em massa nos arredores do Spire (um dos
principais cartões postais da cidade), no centro de Dublin. Ou seja, para quem optar
pela capital, terá que lidar também com a maior concorrência, escutar mais o Português
pelas ruas do centro e, até mesmo na escola.
Vale levar em consideração, também, que na capital a crise imobiliária é muito mais
concentrada e está cada vez mais difícil encontrar uma acomodação decente e com
poucos estudantes. Ou seja, vale pôr tudo isso na ponta do lápis.

29
Interior
Quando falamos de interior, não significa necessariamente cidades pacatas, no meio
do nada. Cork, Limerick e Galway, são cidades cosmopolitas e com grande potencial,
apesar de estarem localizadas na parte interiorana do país.
O número de escolas é menor, porém a qualidade é a mesma. A vantagem?
Principalmente, o número inferior de conterrâneos. Para quem chega com inglês básico
e quer potencializar ao máximo o aprendizado, o interior é muito mais interessante, pois
diminui a possibilidade de interação diária com outros brasileiros e, consequentemente,
a tentação de falar Português.
Com menos competitividade, será muito menos complicado encontrar acomoda-
ção. No interior, os preços também costumam sair mais em conta. É possível gastar me-
tade do que se gasta em Dublin com aluguéis nessas cidades. O contraponto pode ser
considerado nas menores oportunidades de empregabilidade e menor diversidade.
Como você pode notar, na hora de decidir entre capital e interior, você terá que rever
seus conceitos e determinar o que é mais importante no seu projeto de intercâmbio.
Você prefere cidades com menos conterrâneos? Quer evitar acomodações lotadas e a
concorrência? Tem grande interesse de integrar-se à comunidade irlandesa?
Já publicamos diversas matérias e dicas sobre outras cidades e até mostramos
alguns em vídeos. Vale pesquisar bem e ver o que te agrada mais.

(No mapa acima você pode entender onde estão localizadas as escolas de idiomas no
país. Para explorar as regiões isoladamente, assim como as opções de cursos, acesse
a lista do ACELS.)

30
Agora que você já sabe os cuidados básicos necessários para encontrar a escola
dos seus sonhos, é hora de decidir o curso! Afinal, que tipo de cursos estão disponíveis
na Irlanda?

Vamos ao checklist!

1. E
 scola perfeita não existe, então foque nas suas prioridades!
Você prefere uma escola com menos brasileiros? Que te ofereça
programas de inglês com atividades? Ou que possua convênio
com empresas irlandesas?
2. O
 processo é o mesmo que usamos para a escolha da agência.
Decidiu por duas ou três escolas? Pesquise, interaja com estudantes
que já passaram por elas.
3. INIS, MEI, ACELS e ICOS: Frequente esses sites irlandeses para ficar
por dentro de qualquer alteração de status das escolas de idiomas
no país.
4. M
 antenha-se atualizado e visite regularmente a Interim List
of Eligible Programmes - ILEP, a lista com todas as escolas
regulamentadas na Irlanda.
5. F
 uja de propostas milagrosas! As regras estão cada vez mais
restritas e se a escola anda burlando a imigração, isso pode indicar
problemas no futuro.
6. É
 imprescindível confirmar se a escola possui o seguro de proteção
ao aluno exigido pelo governo irlandês (Learner Protection). É ele
que garantirá que você será realocado para outra escola, caso a sua
feche ou enfrente algum problema.

31
Danilo Rodrigues e Juliana Molna
estão na Irlanda desde março de 2016.

Várias perguntas nos assombravam antes de decidirmos a cidade, como: Só vamos


falar Português no nosso intercâmbio? Será difícil conseguir uma acomodação? Vamos
conseguir manter o nosso custo de vida só com o dinheiro que vamos levar do Brasil?
E se não conseguirmos emprego? Portanto, escolher a cidade faria toda a diferença.
No entanto, brincamos sempre que não fomos nós que escolhemos morar no interior,
mas o interior nos escolheu. Trabalhar sempre foi uma prioridade para nós, por isso
decidimos que conseguiríamos trabalho antes de chegar na Irlanda, através de um
trabalho voluntário em que trocaríamos nossos serviços por acomodação e comida.
E foi assim que fomos parar em Bundoran, uma cidade com aproximadamente 4 mil
habitantes no interior da Irlanda. Fomos os primeiros brasileiros a estudar por ali, uma
experiência incrível!
Descobrimos em Bundoran uma região extremamente acolhedora com os
estudantes, um paraíso da aventura e a chance de aprender o inglês da vida real. Ali
não tinha brasileiros para nos comunicarmos e assim mergulhamos de cabeça na cultura
Irlandesa. Cidade menor, menos burocracia para conseguir uma acomodação, processo
de visto simplificado. Uma realidade bem distinta comparando com cidades maiores.
Sem essas preocupações, se dedicar a aprender o inglês virou a única tarefa da lista.
Com um custo de vida muito menor do que outras cidades, conseguimos não só fazer
nosso intercâmbio sem problemas financeiros, como também renovar o curso e viajar.
O que faríamos diferente? Pediríamos Bis! Porque a escolha pelo interior mudou o
rumo do nosso intercâmbio!

32
Parte 4 A Escolha do Curso

No passado, pensar em estudar no exterior significava basicamente cursar o Ensino


Médio nos Estados Unidos ou fazer um curso de inglês na Inglaterra. Com o passar dos
anos, o mercado de intercâmbio cresceu e assim foram surgindo novas possibilidades,
mais destinos e também outros cursos que ultrapassaram os limites do High School.
Para quem tem o inglês básico - ou não sente segurança com o nível avançado - o
curso General English nunca sairá do mercado. Seja na Irlanda, Austrália, Inglaterra ou
em tantos outros destinos que podem ser escolhidos.
Para quem tem conhecimento no idioma ou já fez intercâmbio no passado, o mer-
cado dispõe de pacotes voltados para áreas específicas, como design, moda, negócios
e até programas de aventuras.
Na Irlanda, os mais comuns são os de Inglês Geral (General English), Inglês Intensivo
e Preparatório para Exames de Proficiência. Há, ainda, escolas que ministram aulas
particulares, o que significa dizer que o foco é a necessidade específica de cada um.

General English (Inglês Geral)


Esse é o tradicional do tradicional e sempre estará disponível em todas as escolas,
seja no Brasil ou no exterior. O programa de inglês “General”, nada mais é que um curso
desenhado para aprender o idioma propriamente dito. Ele vai do nível Elementary
até o Advanced, ou seja, do Básico, para quem nunca estudou inglês na vida, ao
nível Avançado. Tudo vai depender de como você lida com o idioma quando o seu
intercâmbio iniciar. Seja qual for o seu nível, ao longo do programa, de acordo com o
seu rendimento, você vai migrando até chegar ao nível de fluência.

33
Cesar Coutinho
é carioca e mora em Dublin desde junho de 2016.

Saber que a escola possuía o selo de segurança do governo foi preponderante na


minha escolha, pois minha viagem ocorreu no mesmo período em que muitas escolas
estavam sendo fechadas pela imigração em consequência de irregularidades. A loca-
lização, estrutura física com áreas para relaxar e interagir com outros alunos, além do
amparo tecnológico e moderno, foram fatores que também pesaram na minha escolha
(a escola possuía, por exemplo, um quadro digital multimídia, bem legal e que deixava
a aula mais dinâmica). Já para a escolha do curso, como meu conhecimento do inglês
era bem básico, eu me concentrei no nível Elementary, ou seja, o Inglês Básico. Para fa-
lar a verdade, só me dei conta das outras possibilidades de cursos ao chegar na Irlanda.
Na fase de preparação, eu recomendo focar em todas as questões burocráticas tanto
no Brasil, como na cidade em que você está indo para fazer o intercâmbio. Preparação
e foco são fundamentais.

34
Exames de Proficiência no Idioma (IELTS/TOEFL/CAMBRIDGE)
Com o mundo globalizado, muitas empresas não veem limites quando o assunto é
a contratação de um profissional multilíngue. Todavia, em alguns casos pode haver a
exigência da empresa no certificado de proficiência no idioma e, quando este não é o
inglês, costuma-se exigir o inglês + o idioma utilizado no ambiente de trabalho. Ou seja,
é preciso dominar o speaking, o listening e o writing como um nativo da língua - ou o
mais próximo possível disso. É aí que entram os programas preparatórios para os exa-
mes de proficiência. A duração de um curso desse tipo pode variar de um a seis meses.
Mas será que esse programa é para você? A primeira coisa que você deve ter claro
é: para entrar num programa preparatório para um teste de proficiência, o seu nível de
inglês já deve ser muito bom. O ideal é que ele esteja no nível avançado ou fluente.
Apostar em um programa desse porte com o inglês pré-intermediário ou similar pode
não resultar no resultado esperado.
Para quem pensa em investir num curso universitário no exterior, as universidades
também exigem certificado de proficiência, afinal, precisam da garantia de que o aluno
será capaz de acompanhar as aulas que, nos casos de países de língua inglesa, são
todas ministradas em inglês. Então, se você quer se preparar para uma graduação, pós
ou mestrado, precisará primeiro se submeter a um desses exames.

Quer saber quais são os testes de proficiência?


TOEFL – Test of English as a Foreign Language;
IELTS – International English Language Testing System;
TOEIC – Test of English for International Communication (Geralmente exigido pelas
universidades australianas);
Cambridge ESOL – Certificados de inglês concedidos pela Universidade de
Cambridge:
FCE – First Certificate in English;
CAE – Certificate in Advanced English;
CPE – Certificate of Proficiency in English.

Business Studies
Se você nunca ouviu falar no Business Studies, ele nada mais é que um curso com
técnicas administrativas. Na Irlanda, o Business Studies se tornou a rota natural dos
estudantes brasileiros na primeira renovação na Irlanda como uma forma de fugir da
‘mesmice’ das aulas de inglês. No entanto, com as mudanças no sistema de ensino
internacional, hoje existe uma variedade muito maior de cursos, inclusive com peso
de graduação, o que é bem interessante para quem quer voltar para o Brasil com uma
certificação internacional.

35
Programa de estágio
Tecnologia, enfermagem, administração e arquitetura. Essas são algumas opções
disponíveis na Irlanda para quem quer regressar ao Brasil com algo a mais no currículo.
Então, se você tem como objetivo potencializar o inglês em uma área específica, vale
considerar buscar por instituições de ensino que te possibilitem essa opção. Claro, se o
seu inglês é básico, essa é uma opção para ser considerada apenas em uma renovação
futura, mas escolher uma escola que te ofereça a oportunidade de estagiar em empre-
sas irlandesas deve ser levado em consideração.

Cursos universitários
Quando o governo irlandês anunciou a reviravolta nas regras para estudantes in-
ternacionais, muita gente acreditou que seria o fim do fluxo de brasileiros na Irlanda.
Porém, uma das exigências anunciadas previa que após duas renovações em cursos
de idioma, a única opção seria rumar para o ensino superior. O que parecia assustador
no início acabou virando uma boa oportunidade tanto para os estudantes quanto para
as instituições educacionais irlandesas, que passaram a abocanhar um volume ainda
maior de estudantes estrangeiros. A boa nova é que esse fluxo também flexibilizou o
acesso e atualmente algumas instituições estão facilitando o processo de ingressão de
estudantes não europeus (até mesmo com o parcelamento de pagamentos).

Tenho passaporte europeu, o que muda?


Entre os brasileiros que procuram sair do país para trabalhar ou estudar, uma das
opções mais cotadas é buscar na árvore genealógica alguma ligação de familiares com
a Europa para a obtenção do passaporte vermelho.
Sim, com este documento muita coisa pode mudar. A principal é não há necessi-
dade de se comprar um curso de inglês para entrar na Irlanda. Aos interessados em
estudar inglês, é possível pagar semanalmente ou pelo tempo que achar necessário,
sem estar preso à questão do visto de estudante.
Para quem procura por cursos no Ensino Superior, a notícia é ainda melhor: os va-
lores para cidadãos da União Europeia caem, na maioria das vezes, para a metade do
valor cobrado para os cidadãos não europeus.
Aos que não possuem ligação familiar e não podem contar com esta facilidade, é
importante lembrar que com as mudanças das regras na Irlanda, os cursos superiores
estão em constante avaliação pelo governo irlandês e, assim como os cursos de idio-
mas, devem ser validados pelo QQI, além de estarem presentes na lista de cursos ele-
gíveis a estudantes estrangeiros (ILEP).

36
André Luis Cia
é de Americana e possui dupla cidadania. Está em Dublin desde junho de 2016.

Quando desembarquei em Dublin pela primeira vez, em 2008, passei por todos os
tradicionais perrengues que estudantes não europeus enfrentam. De volta ao Brasil e
após um longo período batalhando para adquirir a tão sonhada cidadania italiana, ela
finalmente saiu no final de 2015. Pensei, então, que todos os meus problemas estavam
resolvidos. Mas foi um engano acreditar que só de ter a cidadania já tinha a solução
de tudo. Se você não é fluente no idioma do país, como é o meu caso, e também
não tem o famoso QI (quem indica), o início é bastante complicado e se assemelha
muito à situação de um não europeu sem cidadania. Você tem menos limitações, é
verdade, mas sem a língua, a dificuldade é a mesma. Então, até a fluência acontecer,
você vai ter que recorrer aos mesmos empregos que todo mundo para conseguir se
sustentar. Essa é exatamente a minha situação de cidadão europeu, mas com pouco
inglês. Passados sete meses desde a minha chegada, em junho de 2016, continuo na
batalha por trabalhos que me acrescentem experiência profissional e cada vez mais
tenho a consciência de que a vida fora de casa é uma aventura diária, seja ela com ou
sem a cidadania europeia.

37
Duração do intercâmbio
Só pode fazer intercâmbio quem tem disponibilidade para ficar quase um ano fora?
Claro que não! Oito meses é um período relativamente bom para melhorar seu nível
do idioma, porém, para aqueles que não possuem todo esse tempo, já são fluentes ou
querem apenas uma convivência com o idioma, existem cursos com duração menor.
A duração pode variar de uma semana a três meses. Outro fator importante é, caso
a sua opção seja por um curso inferior a 3 meses, você pode entrar na Irlanda como
turista e não necessita cumprir todas as regras para estudantes internacionais, nem
comprovar 3000 euros. Já para cursos entre 3 e 6 meses, você precisará aplicar
na chegada para o visto 2A e, nesse caso, registrar-se na imigração e pagar o cartão
IRP (Irish Residence Permit), assim como os estudantes dos cursos de 6 meses.
Porém, para qualquer visto inferior a 6 meses de duração você não terá o direito a
trabalhar no país.
Tenha em mente que qualquer opção implica em prós e contras e comece
a pesquisar o máximo que puder para chegar ao objetivo final com sucesso!

38
Vamos ao checklist!

1. A
 ntes de optar pelo curso, lembre-se de rever suas prioridades,
tempo disponível para o intercâmbio, possibilidade de extensão de
visto, etc.
2. A
 escolha do curso está diretamente relacionada ao nível do
seu idioma. Então, não adianta escolher um programa de Inglês
Business, por exemplo, se você ainda está no básico.
3. F
 oco! Pense em todas as possibilidades. Você considera a
renovação? Gostaria de renovar na mesma escola? Esses pontos
serão importantes no futuro.
4. A
 tualmente, existe uma grande variedade de cursos, mas não
se desespere! O mais importante é saber que certamente você
encontrará aquele que atenda suas necessidades.
5. D
 uração? A decisão é sua! Só tem o período de férias para o
intercâmbio? Procure por uma escola que possa oferecer essa
possibilidade em um curso intensivo.
6. P
 ensa em fazer faculdade após o conseguir a fluência? Considere
investir no programa para Exames de Proficiência na sua renovação.
Assim, você já estará preparado para atender as exigências de
certificação solicitadas pelas universidades.

39
Parte 5 O seguro saúde

Quando começamos a falar sobre intercâmbio e viajar para fora do país, uma das
primeiras preocupações dos familiares e muitas vezes nossa também, é a saúde. Por
estarmos fora da nossa zona de conforto, onde conhecemos todos os hospitais, médicos
e como o sistema funciona, é preciso se preparar para qualquer imprevisto que possa
acontecer no exterior.
Como a mudança é muito grande, começando pelo clima (enquanto no Brasil é
verão, na Irlanda é inverno e vice-versa), passando pelas novidades de rotina, o corpo
pode reagir de formas inesperadas. Nas primeiras semanas, com tantas preocupações
em ajeitar tudo, acabamos não comendo muito bem, o que pode baixar a imunidade
de alguns e trazer gripes ou outros tipos de “reclamações” do nosso corpo, que se
sente mais fraco.
É preciso estar informado sobre remédios e, principalmente, sobre o funcionamento
do sistema de saúde e como ocorre o atendimento médico no país de destino. Por isso,
o 5º item do nosso checklist de planejamento é o seguro saúde, requisito obrigatório
para intercambistas a caminho da Irlanda.
Antes de qualquer coisa, assim como já dissemos, recomendamos que todo viajante,
seja intercambista ou não, realize um check-up antes de partir para sua aventura, pois
saber como está a saúde é sempre importante, ainda mais quando se está prestes a
embarcar para fora do país por tempo indeterminado.
Realizar todos os exames com os médicos que você já conhece e que já possuem
o seu histórico será bem melhor do que ter que lidar com questões de saúde estando
em outro país, com outra língua e com um sistema de saúde diferente. Quando se trata
de saúde, é sempre melhor prevenir do que remediar.
O ideal é ir cuidando dessas questões de saúde durante o planejamento. Assim,
não pesa no bolso e você vai resolvendo qualquer eventualidade.
Com o check-up em ordem e a saúde em dia, é hora decidir sobre o seguro saúde
para a sua viagem. Ele é um dos requisitos para o visto de estudante na Irlanda, assim
como para qualquer viagem em outro país.

Quais as opções na Irlanda?

Seguro Governamental
Ao decidir pelo intercâmbio na Irlanda, além de possuir o curso pago na sua tota-
lidade, passagem de ida e volta e comprovação dos 3 mil euros, você terá como um
dos requisitos a aquisição do seguro governamental. Esses são os itens obrigatórios na
hora de aplicar para o visto de oito meses (6 meses de aula + 2 meses de férias).

40
O seguro governamental, que custa entre 120 e 150 euros, pode ser
adquirido juntamente com o pacote de intercâmbio junto da agência ou, no caso da
compra sem agência, diretamente com a escola. Ele só é válido em território irlandês e
serve apenas para cobrir emergências.

Mas quais emergências o seguro governamental cobre?


Com ele, é possível ter acesso ao atendimento público de saúde - que na
verdade não é tão público assim. No caso de consultas médicas, é preciso pagar
pelo serviço para ser atendido por um clínico geral, que depois te encaminhará para
algum espe-cialista. Cada uma dessas consultas custa a partir de 50 euros.
Apesar de ser obrigatório, o seguro governamental é limitado, pois cobre
apenas casos mais graves, como morte ou perda de algum membro. Em suma, o que
ele faz é encaminhar o paciente ao atendimento e só, o que pode resultar em uma
conta maior do que você imagina.
Ou seja, pagamos para ter acesso, mas isso não garante gratuidade. Por
isso, falaremos também de duas opções extras que ajudarão muito no caso de
algum problema de saúde, seja ele pequeno ou não: o Seguro ou Assistência
Viagem e o plano de saúde na Irlanda.

41
Liliane Catto
26 anos, na Irlanda desde março de 2016

Quando comecei a pesquisar orçamentos para realizar o intercâmbio, a dúvida en-


tre fazer ou não um seguro saúde particular surgiu. Ao conversar com meu agente, ele
explicou a importância de adquirir ou não e também a realidade do seguro governa-
mental obrigatório. Como eu nunca tive problemas de saúde e posso contar nos dedos
as vezes que precisei procurar um médico – e levando em consideração que, como
todo estudante, eu tinha meu dinheiro quase que contado para realizar todo o inter-
câmbio –, optei por não comprar um seguro saúde adicional. Fechei meu intercâmbio
com uma agência e as informações repassadas por eles sobre o seguro governamental
foram o suficiente para eu tomar a decisão. Acredito que, se fosse hoje, também não
compraria. Minha dica para as pessoas que estão em dúvida entre fazer ou não, é que
olhem para o seu histórico. Se você costuma procurar profissionais da área da saúde
frequentemente, é importante, sim, adquirir um seguro saúde adicional.

42
Seguro ou Assistência Viagem
Esta modalidade de seguro normalmente é oferecida pelas agências para quem
está viajando para fora do Brasil, mas o seguro também pode ser adquirido diretamen-
te com as empresas especializadas nesse serviço.
Vai viajar à turismo? Vale lembrar que os cidadãos brasileiros não precisam de visto
prévio para entrar nos países do bloco europeu e que fazem parte do Espaço Schengen,
mas que essa permissão é para estadias curtas, de no máximo 90 dias (visto de turis-
mo). Todavia, os cidadãos que entrarem nessas condições também deverão ter contra-
tado um seguro viagem que tenha cobertura de, no mínimo, 30 mil euros, assim como
deverão cumprir com outros requisitos, como ter passaporte válido por pelo menos
três meses após o término da viagem. A Irlanda também exige o seguro viagem para
quem opta por fazer turismo no país.
Se você está indo para a Irlanda e pensa em conhecer outros países, é importante
ponderar isso na hora de fechar o seu pacote.
O pacote pode ser fechado ainda no Brasil e é possível escolher o tipo de cober-
tura. Quanto mais abrangente, mais caro. É importante observar que esses tipos de
seguros cobrem desde problemas de saúde, emergência e até extravio de bagagem.
Os preços de cada seguro podem variar, mas os mais baratos estão custando cerca
de R$ 2000,00 para o período completo do intercâmbio (8 meses). Existem diversas
empresas que oferecem seguros e vários sites onde você pode comparar os preços en-
tre elas. O site http://www.segurospromo.com.br/ por exemplo oferece um comparati-
vo e leitores do E-Dublin que usarem o código EDUBLIN10 ganham 10% de desconto.
Ninguém gosta de pensar que vai ficar doente ou que vai ter algum problema de
saúde, mas é sempre melhor se prevenir do que ter que acabar pagando muito mais
caro por isso ou se prejudicando.

43
Seguro privado (Plano de saúde)
Desde 2011, o governo passou a aceitar para o visto de estudante qualquer plano
de saúde privado, desde que a sede da empresa que oferece o serviço esteja situada
na Irlanda. O plano precisa possuir cobertura de 25 mil euros em casos de acidentes e
doenças durante o período de validade do visto e dar cobertura ilimitada em caso de
internação hospitalar. Este seguro funciona de forma similar aos convênios de saúde
que temos no Brasil.
Se você não está certo de adquirir o seguro antes de chegar aqui, pode adquirir o
governamental para atender a exigência o visto e, uma vez na Irlanda, avaliar se é van-
tajoso ou não adquirir o seguro privado na Irlanda.
Alguns exemplos são Vhi, Laya Healthcare, Hibernian Aviva, GloHealth e Plano de
Saúde HSF. Nesses casos, o convênio médico oferece consultas em casa, exames, in-
ternações, etc. Tudo vai depender da cobertura e do valor pago pelo seguro. Existem
planos apenas para uma pessoa, casais ou família. Os mais básicos (para apenas uma
pessoa) iniciam a partir de 40 euros por mês, com a possibilidade de plano anual, mas
podem chegar a mais de 100 euros por mês.
Cada plano tem uma cobertura diferente, exatamente como no Brasil. Então o ideal
é entrar em contato com as empresas para ter certeza antes de contratar o seguro.

Vantagens de adquirir um seguro saúde extra


Já sabemos que viajar apenas com o seguro governamental não é problema algum,
mas para quem prefere prevenir ou mesmo aqueles que possuem problemas de saúde
que exijam acompanhamento médico, o melhor é adquirir um seguro saúde extra.
Para pessoas que já tenham algum quadro preexistente ou doença crônica, o me-
lhor é avaliar qual seguro privado se encaixa dentro das suas necessidades. Em caso
de acompanhamento médico, o seguro extra pode ser um grande aliado no exterior,
até porque os médicos podem receitar remédios que não são autorizados para venda
sem prescrição.

44
Lays Fernanda
é mineira de Pouso Alegre e atualmente vive em Galway.

Ao fechar meu intercâmbio, optei apenas pelo seguro saúde governamental. Eu


possuo Hipotireoidismo, uma disfunção da tireoide, e é necessário fazer um controle
a cada seis meses, no meu caso, para averiguar se o medicamento está na dosagem
correta.
Antes mesmo de pisar na Irlanda, eu já havia me preocupado com a medicação.
Por isso, fui ao médico uma semana antes de embarcar e refiz todos os meus exames
e trouxe meus remédios para os primeiros seis meses. O problema foi que quando
eles acabaram tive que recorrer ao médico local. O seguro governamental não cobre
exames de rotina e eu tive que arcar com a consulta e exame de sangue, que na época
ficaram em cinquenta euros. Os exames chegaram uma semana após a consulta e pude
retirar a prescrição médica para três meses. Já na farmácia, me deram duas opções: eu
poderia pegar o remédio daquele mês e voltar no mês seguinte com a prescrição em
mãos e retirar o próximo ou poderia deixar arquivado com eles e dali um mês eles mes-
mos me enviariam uma mensagem dizendo que já poderia passar lá e pegar. Preferi
a segunda opção, pois isso me ajudou a não esquecer ou até mesmo perder o papel.
Então sugiro que você tenha em mente que, em caso de uma doença preexistente e
que precise de uma rotina de acompanhamento médico, você terá que arcar com custo
extra, caso, assim como eu, decida apenas pelo seguro governamental.

45
Vamos ao checklist!

1. P
 rimeira coisa a ter em mente quando o assunto é seguro saúde é
que sim, você precisará de um.
2. L
 embre-se o seguro governamental possui cobertura apenas na
Irlanda. Se você pretende mochilar pela Europa, o ideal é fazer,
também, um seguro viagem com cobertura em todo o continente.
3. O
 seguro viagem à parte elimina o governamental? NÃO! O
Governamental é exigência para o visto.
4. C
 orro algum risco se não fizer outro seguro? Na verdade, isso fica
por sua conta. Se algo acontecer fora da Irlanda, ou mesmo for
um problema de saúde pontual, você terá que pagar ao utilizar o
serviço médico, o que pode sair bem mais caro.
5. E
 steja ciente: o sistema público de saúde na Irlanda é pago mesmo
para os irlandeses, assim como em boa parte da Europa.
6. S
 e você tem alguma doença preexistente ou crônica, o seguro
privado ou de viagem é altamente recomendado.

46
Parte 6 A passagem aérea

Ufa! Acredite! Quando você chegar neste momento do seu planejamento, tenha
certeza que a realização do seu sonho está a apenas um passo de se realizar, pois a
compra da passagem é praticamente a fase final do planejamento.

A tarifa de estudante
Uma das primeiras coisas que escutamos por aí é sobre a tarifa de estudante. A
ideia de usufruir de benefícios especiais é bem motivadora, mas será que vale mesmo
a pena? Seria a tarifa de estudante a melhor opção para o período escolhido para a sua
viagem? Afinal, o que é a tarifa de estudante e qual a economia real?
Diversas companhias oferecem tarifas especiais para pessoas entre 12 e 34 anos,
que comprovem estar matriculadas por mais de duas semanas em algum curso no
exterior – seja em uma faculdade, pós-graduação, especialização, curso de idioma ou
mesmo cursos de férias. A diferença de valores em comparação à tarifa comum nem
sempre é significativa e pode variar muito. Por isso não se engane.
O grande atrativo, entretanto, é a flexibilidade para alterar datas e o prazo estendi-
do entre os voos de ida e volta. Quem compra a tarifa comum sabe que não é possível
marcar o retorno para dali a um ano, então a solução, muitas vezes, é deixar para trocar
o bilhete depois. Para isso, entretanto, normalmente é preciso pagar uma taxa de apro-
ximadamente 100 dólares ou mais, dependendo da companhia aérea. Já a passagem
de estudante permite alterar as datas sem que nenhuma quantia extra precise ser de-
sembolsada.
Em alguns casos, é preciso ter flexibilidade no período da viagem para conseguir
usar esses benefícios, então fica a dica: quando pensar na passagem, lembre-se de
deixar uma margem de datas para facilitar a possibilidade de tarifas mais baixas.

Viagem na baixa temporada


Se você não está familiarizado com viagens internacionais, saiba que os valores das
passagens variam muito. Com um pouco de jogo de cintura e organização, dá para
evitar os períodos em que as passagem estão mais caras e economizar alguns euros. O
que você precisa evitar é a alta temporada, quando tudo fica muito mais caro.
Alta temporada – Junho a meados de setembro
Média temporada – Março a maio e setembro a outubro
Baixa temporada – Novembro a março
Nos meses de verão na Europa (junho a meados de setembro), também conhecidos
como “alta temporada”, tudo fica mais caro, então evite.

47
Fabiano Araújo
é de Novo Hamburgo, RS, e mora em Dublin desde 2014.

Confesso que quando decidi, em 2014, deixar tudo no Brasil e desembarcar na


Irlanda para aprender inglês, a hora da compra da passagem aérea tirou um pouco
o meu sono. Por não ser nenhum garotinho, não me encaixei na tarifa de estudante e
para não pagar muito caro pela tarifa tradicional, tive que arriscar e comprar a passa-
gem no último minuto do segundo tempo. Adotei essa estratégia por dois motivos: 1º,
porque algumas companhias aéreas baixam o preço da passagem cerca de 4 semanas
antes da data do voo. 2º, porque, como não queria ter que pagar a taxa de remarca-
ção da passagem de volta, então tentei esticar ao máximo a compra para evitá-la. Foi
um risco, mas eu não tinha muitas opções. Outra dica importante é: programe-se para
viajar na baixa temporada. Independente da tarifa que você for pagar, no inverno eu-
ropeu (dezembro a março) as passagens são mais razoáveis. Outra dica! Cuidado com
as promoções. Comprar uma passagem em promoção geralmente impõe uma série
de restrições, incluindo conexões mirabolantes e viagens longas. Leve em conta que
a viagem em si já te provocará uma série de inseguranças. Enfrentar uma maratona de
embarque e desembarque, além de horas intermináveis entre uma conexão e outra é
um desgaste que você pode evitar e chegar mais relaxado para enfrentar as aventuras
da vida no exterior.

48
Comprar por conta própria ou por agência? Faz diferença?
Muitas companhias aéreas, como é o caso da TAM e da Ibéria, não oferecem pas-
sagens de estudante diretamente aos clientes, de modo que só é possível comprá-las
por meio de agências de viagem especializadas. A Air France e KLM, por sua vez, são
exemplos de companhias que oferecem o serviço diretamente ao cliente através do
seu call center.
O lado negativo de comprar com agências é que, além da tarifa estudantil nem
sempre ser a mais barata, é preciso pagar uma taxa de serviço. Ou seja, no final, nem
sempre essa será a opção mais em conta.
O melhor é fazer uma cotação não só das tarifas de estudante, mas também das
tarifas comuns. Assim você conseguirá saber qual tem realmente o melhor preço, de
acordo com a sua data de viagem. De todo modo, vale lembrar que para comprar o
bilhete de estudante é preciso apresentar a carta de matrícula na escola, que será for-
necida pela instituição de ensino em questão. Então não se esqueça de considerar esse
trâmite na hora de pensar na compra da passagem.

O que levar em consideração ao escolher a companhia aérea?


Além de escolher o menor valor, vale levar em consideração a qualidade do serviço
e a rota de cada empresa. Não há voos diretos entre Brasil e Irlanda e, por isso, cada
companhia aérea faz conexão em seu país de origem. A holandesa KLM, por exemplo,
faz conexão em Amsterdã, a British Airways faz uma pausa em Londres. Já a Lufthansa,
em Frankfurt e a Air France, em Paris.
Tem milhas acumuladas? Saiba que elas também podem ser úteis. A depender da
quantia acumulada, você pode até mesmo comprar o trecho Brasil - Europa através de
milhas e apenas desembolsar apenas a ida até Dublin, o que deixará a passagem muito
mais barata. Falamos mais sobre esse assunto no texto Dicas úteis na hora de comprar
passagem.
Também vale ficar de olho nos sites de comparação de preços como a momondo.
com ou Skyscanner. Por ser um mercado bastante competitivo, essas plataformas po-
dem possuir acordos com as companhias aéreas, o que pode garantir descontos. Uma
forma fácil de acompanhar essas tarifas promocionais é cadastrar o seu e-mail com as
datas da sua viagem, assim, a cada mudança na tarifa, para mais ou para menos, o site
te avisará!

49
Qual a melhor companhia aérea?
A gente até poderia dizer aqui que a KLM é incrível por isso, que a British Airways
é boa por aquilo, mas, na verdade, a maioria oferece serviços bem parecidos. O que
sugerimos é ficar atento à duração dos voos, ao tempo e quantidade de conexões, ve-
rificar o que está incluso na tarifa, se há serviços disponíveis e gratuitos para pessoas
com limitação alimentar, a franquia de bagagens, etc. Aliás, na busca por uma tarifa
mais baixa, você pode até cair na besteira de não prestar atenção a esses detalhes e
uma viagem de 14h poderá durar 30h. Já pensou?
Outra coisa importante para os gordinhos ou quem busca mais conforto, são os
as-sentos Economy Comfort da KLM por exemplo (como demonstrado pelo Edu e a
Mah) que tem os assentos mais reclináveis e com mais espaço para as pernas,
tornando o voo muito mais agradável, ou como alternativa, assentos na saída de
emergência, que também oferecem mais espaço para as pernas, mas também são
mais concorridos.
Outro detalhe importante é considerar a quantidade de malas que você
poderá levar no voo. Leia e releia as condições da tarifa antes de clicar em pagar e,
em caso de dúvidas, sempre confirme esses detalhes com a empresa aérea de sua
escolha.

50
Vamos ao checklist!

1. A
 passagem aérea e um dos últimos pontos do seu planejamento,
então relaxe e aproveite para comemorar todo o trabalho duro que
fez você chegar aqui.
2. P
 esquise várias opções de tarifas e não se limite apenas à de
estudante. Nem sempre ela é a melhor opção.
3. T
 ente se programar para viajar na baixa temporada e aproveitar as
melhores tarifas.
4. V
 erifique programas de pontos de seus cartões de crédito. Muitas
vezes você consegue usufruir dos créditos em milhagens aéreas.
5. C
 uidado com as promoções! Elas podem trazer restrições. Portanto,
antes de bater o martelo, leia e releia as limitações das ofertas.
6. C
 rie alerta de passagens nos sites meta-buscadores, como
Momondo, Skyscanner, Edreams, etc, em datas distintas.
7. O
 rce com as agências, mas também faça o dever casa sozinho,
visitando os sites das companhias aéreas. Nunca se sabe quando
uma boa tarifa pode surgir!

51
Parte 7 Como levar os 3 mil euros para a Irlanda?

Segundo as regras do Irish Naturalization and Imigration Service (INIS), estudantes


não europeus que vão permanecer no país por um período igual ou superior a seis me-
ses devem comprovar na imigração o valor mínimo de 3 mil euros. Já no caso de quem
planeja estudar na Irlanda por um período entre 3 e 6 meses, é exigida a comprovação
de 500 euros por mês de estadia em solo irlandês.
Como realizar o sonho do intercâmbio exige um grande investimento financeiro,
durante o planejamento uma das principais dúvidas dos estudantes é sobre qual a
melhor maneira de se trazer esse dinheiro para a Irlanda. É sobre isso que falaremos
agora. Sobre maneiras de levar dinheiro para o exterior, as vantagens e desvantagens
de cada uma delas.

Dinheiro em espécie
Para quem está pensando em economizar, essa é a opção mais em conta para se
levar dinheiro para o exterior, já que possui taxa de IOF mais baixa, limitada a 0,38%.
Por outro lado, essa opção pode não ser a mais segura, já que, apesar da Irlanda
ser um país relativamente seguro, nunca se pode descartar a possibilidade de roubos
ou furtos. Além disso, carregar uma alta quantia de dinheiro em espécie nem sempre é
muito prático, afinal você terá uma preocupação extra para não perder o dinheiro.
Também é importante destacar que a Receita Federal brasileira impõe um limite de
R$ 10 mil, ou equivalente em moeda estrangeira que podem ser levados do país sem
declaração. Para fazer a declaração, é necessário preencher a Declaração Eletrônica de
Porte de Valores (DPV) disponível na internet e apresentá-la no aeroporto, na Polícia
Federal, no dia do embarque. A declaração é gratuita.

Travel Money
Outra opção bem popular entre os intercambistas é o Travel Money, que nada mais
é do que um cartão de débito pré-pago, recarregável, aceito em praticamente todos
os estabelecimentos do mundo e com o qual também é possível realizar saques em
bancos e caixas eletrônicos no exterior.
Entre as vantagens, está o fato da taxa de câmbio ser fixa no dia da compra ou re-
carga do cartão. Ele também poder ser recarregado pela internet a qualquer momento
e, em caso de perda do cartão ou furto, é possível bloqueá-lo e solicitar um novo em
seguida.
O ponto negativo é que, desde o final de 2013, a tarifa IOF sobre os cartões pré-pagos
subiu de 0,38% para 6,38%, o que eleva, e muito, o custo do intercâmbio. Também vale
ficar atento que há cobranças de taxas na realização de saques, o valor pode variar de
acordo com a operadora, mas geralmente giram em torno de 2,50 euros por transação.

52
Saldo da conta corrente no Brasil
Em setembro de 2016, a imigração irlandesa passou a aceitar como comprovante
de renda o extrato bancário da sua conta corrente em banco estrangeiro, desde que
este documento tenha menos de um mês de emissão e esteja acompanhado do cartão
de débito da conta corrente em questão.
Assim, você pode continuar utilizando o saldo da sua conta corrente brasileira na
Irlanda. Mas, apesar de parecer bem prática, essa opção pode ser uma enrascada, já
que cada transação realizada está sujeita aos 6,38% de IOF, além das taxas praticadas
pelo seu banco, que geralmente costumam ser bem elevadas quando se trata de tran-
sações no exterior.
Também é importante se lembrar de autorizar o uso do seu cartão no exterior dire-
tamente com o seu banco - recomendamos fazer esse procedimento com pelo menos
uma semana de antecedência da sua viagem.

O que dizem os estudantes?

Juliana Mercês
é de São Paulo e está em Dublin desde Dezembro de 2014

Mesmo levando em consideração a elevada taxa de IOF, optei pela segurança e


decidi trazer os 3 mil euros no VTM. Também trouxe cerca de 800 euros em espécie,
mas apenas para me manter nas primeiras semanas de intercâmbio, enquanto dava
andamento aos procedimentos para adquirir o visto de estudante. Claro que poderia
ter economizado muito mais se tivesse optado por trazer todo o dinheiro em espécie,
mesmo assim acredito que o VTM foi a melhor escolha, já que pude sacar o dinheiro
nos caixas eletrônicos de Dublin e também recarregar o cartão com facilidade em caso
de emergências.

53
Lucas Sant’anna
é de São Paulo e está na Irlanda desde novembro de 2014

A princípio, planejei trazer o dinheiro via VTM, principalmente considerando a


praticidade dessa escolha, já que eu poderia recarregá-lo com Euros esporadicamente
e também por ser muito mais seguro. Porém, quando verifiquei que devido ao IOF de
6,38% essa opção seria muito mais cara, acabei desistindo de investir no VTM e passei
a comprar dinheiro em espécie. Como fechei meu intercâmbio com 1 ano e meio de
antecedência, tive bastante tempo para planejar tudo com calma e trocar a moeda aos
poucos. No final, acho que a minha escolha foi financeiramente gratificante, mesmo
assim, fiquei muito preocupado com o montante de dinheiro que tive que carregar
durante o meu trajeto. Se a diferença de IOF não fosse tão grande, certamente esta não
seria a minha opção.

54
Bônus: Calendário Preparatório
Agora que você já conhece todas as etapas necessárias para tirar o seu sonho do
intercâmbio do papel, vamos te dar mais uma forcinha extra com um planejamento de
seis meses, para que você possa visualizar como organizar esses processos de forma
prática!

Mês 1!
• Ainda não tem passaporte? Providencie já.
• Comece a providenciar a documentação necessária para a
viagem e comece a visitar sites de agências.
• Não sabe por onde começar a buscar uma agência? Utilize
o Orçamento Fácil no E-Dublin!
• Solicite acesso nas comunidades, páginas e grupos de
brasileiros na Irlanda e acompanhe as notícias sobre a
Irlanda.
• Independente do nível do seu inglês, comece a criar
uma rotina de acesso ao idioma. Altere o seu celular para
o inglês, leia notícias em sites internacionais, adicione
estrangeiros nas suas mídias sociais.
• Crie um cadastro no Vai Quando e comece a interagir
com outros intercambistas.

55
Mês 2!
• Selecione algumas opções de agências. Entre em contato,
pergunte, tire dúvidas, peça orçamentos.
• É hora de definir o destino concretamente. Irlanda? Mas
onde? Capital ou interior?
• É hora de pensar no check-up médico.
• Começou a receber os orçamentos? Foque no tipo de
intercâmbio e na escola
• Tem carteira de motorista? Vai tirar uma carteira
internacional?
• C
 om os nomes das escolas em mente, especule com
estudantes que já estão na Irlanda a reputação delas.

Mês 3!

• Comece a estudar os orçamentos enviados. Será que a


grana vai dar? Quanto tempo será preciso para se planejar
financeiramente?
• Siga com o check-up médico
• Providencie a procuração
• Faça uma lista de prioridades e pendências a serem
resolvidas no Brasil antes da viagem

56
Mês 4!
• Se você trabalha e ainda não comunicou na empresa sobre a
sua viagem, a hora é agora.
• Tem cachorro, gato, periquito? Já encontrou alguém para
cuidar deles?
• Contate intercambistas no Vai Quando, em grupos do
WhatsApp e crie um perfil no E-Dublin para descobrir quem
embarca na mesma época que você.
• Já decidiu qual seguro contratará?

Mês 5!
• Já tem mala? Precisa comprar algo específico para a
viagem?
• Rescisão contratual, congelamento de contas de serviços no
Brasil. A hora está chegando!
• Passagem aérea? Meta-buscadores já! A essa altura você já
deve ter definido a data do embarque.
• Ainda precisa comprar euros? Comece a acompanhar a
cotação, vá comprando aos poucos para aproveitar as
melhores tarifas.
• É hora de praticar o desapego. Selecione o que levará para a
Irlanda e se necessitará comprar algumas peças chaves para
o primeiros dias. Essa é a hora de pensar na organização das
malas e o que levar!

57
Mês 6!

• Hora de repassar seu checklist de planejamento e ver o


que ainda está em aberto
• Já decidiu como vai levar os 3 mil euros para a Irlanda?
• Hora de começar a se despedir dos amigos!
– E convidá-los pra te visitar enquanto estiver na Irlanda,
claro!

Aproveite essa oportunidade incrível e única.


Boa viagem!

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