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Espaço e Território em Saúde
Espaço e Território em Saúde
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Miasmas: odores do meio ambiente (mau cheiro) produziriam as doenças, como em pântanos, coisas
estragadas, podres
A partir da metade do século XX, com a urbanização que concentrava a pobreza em
espaços definidos da cidade, os fatores socioeconômicos passaram a ser considerados
na epidemiologia e na Geografia Médica, que se voltaram para uma noção de espaço
social, embora ainda com o viés ecológico.
O pobre não consegue morar no mesmo espaço do rico, pois não pode comprar um
terreno e acaba indo para a periferia onde é mais barato, ou então ocupando
simplesmente algumas áreas.
Milton Santos define espaço como um sistema de objetos e coisas (fixos e fluxos) que
são imperceptíveis. A noção de território é empírica, mas ainda assim é um meio
percebido, subordinado a uma avaliação subjetiva de acordo com representações
sociais específicas.
O espaço passa a ser uma categoria de objetos (do meio físico-biológico e construído
pela sociedade – socioeconômicos e culturais) e mais as ações, não sendo estático
como a noção de paisagem do século XIX.
Complexo técnico-patogênico informacional:
Sistemas de fatores determinantes
Sistemas de informação e monitoramento
Sistemas de atendimento à saúde
A doença e a saúde não resultam simplesmente das forças percebidas por Pavlosvky ou
Sorre, como hoje temos – sistema de atendimento à saúde, que podem alterar ou
extinguir uma doença.
Praticamente não existem espaços naturais, pois o homem tem manipulado e
interagido em praticamente todos os lugares. A malária na Europa não mais existe, pois
os dois sistemas (de informação e monitoramento e de atendimento à saúde) atuaram.
Já na África, a malária ainda existe, uma vez que os dois sistemas praticamente
inexistem.
Lugar é uma categoria geográfica fundamental para a compreensão do território e é a
partir de seu exame que se poderá tomar a complexidade das condições de vida dos
indivíduos e dos lugares onde eles vivem como ponto de partida das políticas públicas.
O conceito de “lugar” pode ser definido como um espaço definido pela afetividade, o
“lugar onde nasci”, onde vivo e tenho relação de afetividade.
De acordo com Milton Santos (1998), “cada homem vale pelo lugar onde está: o seu
valor como produtor, consumidor, cidadão, depende de sua localização no território”.
A territorialização serve para a organização dos serviços e das práticas de saúde,
considerando-se uma atuação em uma delimitação espacial previamente
determinada. Como exemplo temos os PSF.
O conceito de territorialidade refere-se às relações de poder espacialmente
delimitadas. As instituições, as empresas e os mais diversos agentes sociais
desenvolvem suas próprias estratégias de apropriado território. A ocupação do
território advém da luta pelo poder:
Tráfico
Torcidas de futebol
Grandes empresas
O território como disputa entre grupos antagônicos tem levado à desterritorialização
dos mais fracos. Portanto, território é um espaço de poder!