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Objeções Teoria de Russell

• A teoria das descrições se aplica apenas a uma subclasse dos termos singulares onde os
quebra-cabeças se aplicam a todos os casos.

R: mesmo os nomes só aparentemente são termos singulares. Eles são descrições definidas
abreviadas.

• (Strawson) a referência não se dá em abstrato, mas apenas em um contexto adequadamente


preparado.

Objeção 1
• A frase O atual rei da França é careca é falsa de acordo com a teoria das descrições. De
acordo com Strawson, isso é implausível.

Se alguém afirma essa frase é apenas mal sucedido em referir. Como não referiu, não fez
nenhum tipo de afirmação completa. Portanto, o que se disse não pode ser considerado nem
verdadeiro nem falso.
A sentença é significativa em virtude de ter um uso legítimo na linguagem. E pode vir a ser
verdadeira ou falsa;
Nem todo ato de elocução é bem sucedido;

Objeção 2
• Strawson nega que alguém esteja asserindo que exista um só rei da França;

Mas isso é um erro de interpretação;

1
Objeção 3
• Muitas descrições dependem do contexto;

10) A mesa está cheia de livros


10’) Há algo e uma só coisa que é mesa e aquilo que é mesa está cheia de livros
R: uma elipse. “A mesa” abrevia uma descrição mais sofisticada;
Mas uma elipse de quê? Isso introduz outros conceitos como de de “sala”.
R: Apelo para a quantificação restrita.
Como dar conta de…
11) Se um bispo encontra outro, o bispo abençoa esse outro.

• Como os quantificadores se restringem?

• Refutação de que as pessoas referem

– Não há nada de errado com o fato de uma expressão referir. Valor Semântico

• E que descrições não são referenciais;

• Mas para o Russelliano essa objeção é inócua;

Objeção 4
Há casos onde as descrições parecem ser apenas etiquetas e a análise russeliana não capta esses
casos;

• Não deu atenção ao uso referencial das descrições.

Donnellan e o Uso atributivo vs uso referncial

(*) O assasino do Silva é um louco


Caso paradigmático do uso referêncial. Mas podemos usar para referir não atributivamente a
alguém.
Em um julgamento, apontando para o Johnes dizemos que O assasino do Silva é um louco.
A teoria das descrições de Russell não deu atenção ao uso referêncial
No uso atributivo: O é , se nada é o então nada se disse que é o .
No uso referncial isso não é o caso. Em particular isso não diz nada com respeito a .
“O marido dela dá-lhe muita atenção” (Linsky 1963)

• mesmo que não seja casada é o acompanhante quem está sendo referido;
O assasino do Silva é louco

• é verdadeira se, e somente se, o Jones é louco.

Quem é o homem bebendo martíne?


(CASOS de QUASE INSUCESSO)
(Kripke 1979) Referência Semântica x Referência de quem fala;
Nos casos de quase insucesso uma pessoa diz aquilo que pretende se utilizando de frases falsas;
A comunicação ocorre com o significado e a referência de quem fala, não a literal.
Segundo Kripke, Donnellan não mostrou que a frase é verdadeira a despeito da carência
de referente.

Mérito

Nem sempre a referência se dá por conta do referente semântico.


As condições de verdade de
13) Sei que é verdade porque ouvi da médica local
Podem depender da distinção entre uso atributivo e referncial de **“a médica local”.
** 14) Quem me dera que o marido dela não fosse o marido dela**
===> 13 e 14 continuam a escapar da análise de Russell

(Q) Será que mesmo nos contextos referênciais o referente efectivo é sempre o referente de
quem fala?

referente efectivo: objeto acerca do qual quem fala consegue fazer uma afirmação;
(MacKay 1968) Mesmo que nos enganemos o referente efetivo pode ser o semântico e não o
de quem fala;
“Dê-me a pedra que está em cima da mesa”
Aposto cinco euros que o glorioso vencedor têm mais de 40 anos
As intenções de quem fala podem ser abitrariamente loucas
Devemos questionar se faz sentido pensar em termos de um referente efetivo.

Anáfora
Expressão anafórica que recebe seu significado de outra expressão.

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