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‘Escoa de . .ar .asigctçáo ei))
aosmeApe encta no (anCampenhoud
camno? De nua thrmna organizar o seu tra
lia cri ta?ric.. a:aiic:oss

Em primado tuga, como isolar a questão


\N UAL DE.
oo::aj,oa co trabaino ex
pioralolio çienuias, tmf.reVfstds), ihe pernii—
STIGÀÇÃO
Prá definir a orobiemática da soa pesquisa?

ir;:. Loa ocisirui Çu rri ino- —.


[CIÊNCIAS
mielo de anádsa, recolher e seleccionar os
aerurcriiuse exammnar as citornia
ções?
SOCIAIS

Par Es u., ZCSi-Sii)J a nasuusa apre
usentaaoo no connr amentos tedricos em
ti pua se 0baseou
-

:)ri).,c_
pai ecpc:)a r;iaa. O5id avro 035-
ponde a todas estas pe.rgnntas e, com o
Ri 5*: OXerliLi;i).s s;aili)tems.
Onentá—io-á
eiicarnc ata ria decornposiçá o das etapas
da sua frvestfoa ão. fornece odo Um ØSflO
xtatodos
dispo iívets, propondo numerosos trabalhos
M 05 aia sEis. :ja55.v:3fl5J..) ama :nvesl
2. ::açàs r.a a íi. ;uutao e. Eeía Ge extrenia
utilidade para estudantes, assistentes so
pra acarea e lo oos os nua cessiem
ernprerenoem uma investigação em ciênc:as
UN!ULs riDE

1 f:pucp)
1 iIi ll tIA 1 1 )Ji Jj E AUMENTADA

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1
Ori and o, ao dcc oaec de aia tuaba Do de i aves ti gt ição
soei aI, o .se a
.isavestlue comproistetett; o técnicas de receio, rraa.antca’,.cc auliuise. dos
dados. DL ‘rc. ttaad’..’, cada
1:0 os sec; ai ne a Lo tio p cjec to
ai me ate ïs ao atio alce e por :tZ 1)05 de um poderá. chegado o ‘aumento e com
pleno conlieci’ucat’
9
,
.rci,:,e ;ttt’iadissiinas tdcni fazer seilsaiameitie trela a sici au a ot,t,ro
dos autaeioscs tadrçsi.;s a
cais dc. ata modo bastame rápido, ass.ita com técnicas de. investigação. eia’ ‘—“a’’ ido restr
o, de qualquer batina, ito, pata t
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’orar
la t--’’. ‘5’:
ca.!al’oraçlc: ,Od.. 10,0, m: a,) ,eihos de riu; especia
— aio, a paflir deles, pri:.cciintc::.to:: de trabalítu
con ec.tamciae adaptado.
tiO,, Ç:uaado aia iutvcstiga
ootl 1
:utdvsiottai ou it’iacipiai
ite. sente grua ao seu proectr
riLZaeS saio quase sempm de ordem
m000iogica,ib) se rido que damos ao mun
o. Ouvimos então expres
cImente ir :rN, alia vau cai que ponto /2. CONCEPÇ1 DIDACI’/(’:t
estou”,
ar e a, são a re au de a o ou e procuro’ o não laço a ,
rainiaaa ideia do aue. hei-Ode. lavrar aura ‘“tmtni’» No plano didáctico. co.’ obra é directame
«tenho muitos nte utttic,’:ccd fq
alio se oqr’e doer cota eles», ou até mesm significa que leitot que o destoe poderá,
o, logo de logo a partir rias tuti’aci.
inicio., «alio sei beta. aou onde começar»
r . ias págnias. aplicar a» seu trabalho
as recoineitdaçã’e
ucicrosa,s obras que se dtzem itieto— serão propostas. Apreccnta-’.c, aoís, com
o uni manual cuja’: ‘tifo.
dold.’rsicas alio se precouaam muito com,.. omé rentes partes podem ser exi’e: inentadas
tode, no seu sentido
.
, seja par iin’c.-$i,i.d •: e,
1 -use de ‘cc td.,a,e;t: para Lonitar os seus principiantes isolados, seja cm grupo
leitores num ou na sala de ato a .-iait
rarocedmmaeato alobai do iuvestieaciio, apre.sent enquadramento crítico ,ie liii:: docente
am—se frequeiitetneiiie tonuado ciii ciéi lei,:: o o
da- de ;é .ac ,a,a,d,aes, ,soladas da tdflexão teórica No entanto, recoinend.,—se n’au primeira
e da coaceoçito de coa iuato. se.ia as quai leitura integral ante’, di.’
‘‘‘
s é. imaossível histificar a sua iniciar os trabalhos de .,r,licucãa. de mod
o uae a cacràna’i,: ‘dai
c ia Pica au: seulid-c, do procedimento seja bem aprecridida as
utilidade aara o investigador, mas só depo
•,‘bais itint, tem entendido. a sua e stnzestões sejarlt .iplica
das de forma flexível, ci’itic., a inventiva
is da e nstnição metodoló• .
acate ;‘na,’tuH Uma tal ambtção pode parecer uma apos
bata obra foi c.oacehid.a pura uiudar todo ta impossível’ catita 1’
s os que, no flnilaito dos possível propor run mutual it,’-to:iolóuuc tina
.
o campo de
.
e’ .tud.:’s das mar tesaoi:sai’td dades onde, como é sabido, os dispovitt’.’os de
arolissionais ou sociais. pesquisa variam con-:ideravel
de.seie.tu formar—se. eta investigação social ou, acate com as iiwesliaacões.’ N.io exist
mais precisamente. e aqui tua enoti
éxi;o a ira baldo dc: tiat de curso ou uma tese, impor uma imagem sinttdista e muito
trabalhos, análises ou investig.açôes arbitrária tia investigação rocial’.’
caio objectivo seja compreen Por várias tazões, pei Isai: tos li: :e este risco
‘ri :,,:ll ,;d
só podet ia tesa l’.:r’:’’. :11
{,e’ttec’ice.’,,c):r !‘tais ace-itadantente os leitura extremamente sunerhct.,l ‘au pruti
menos da vida colectiva, com duo se craif fenó ul deste livro,
-P1,
rotitattt ou que. prr qual Embora o conteúdo lesta ao a seja ‘.lire
ctaineitte apla. ir
(a i;tterm’ot:’co. se apresenta, no entanto, coato unta simp
i.’elos motivos acima expostos, aateceu-n les colecção de receitas.
os que esta obra só poe nas conto ama tt’ania geral e tendo ibeit
a, no Ütnl;-itodi:’’:’
‘c’,’t»tac esta ititicuo ‘e as,c ‘s’:to;taiiaeitte fora (la qual 1) podem pôr—se eta prática
concebtda conto uni os mais vatiados taar’’di’
5 t.tporte de tona aç ão O 1 e todoióg ica. nentos cuncretos. Se é vetoud e que cont
ei a sentido Ia t o,. isto é, co ia o um a ém numerosas ‘a’..’,
,r-na;acoa’ceb’reaid :c,:r a’tmt,1saost[tvo práticas e exercícios de aplicação, nem
tio elucidação do teal. aquelas nem estes a’rattt
Sigaifica isto qrm abot’daa’etnos num rão o leitor para unia ‘‘ia m ctacc’iágm
a i.:rdom lógica temas conto a
dc ttaa i ã:’e1ci1.1 cc ,‘:‘scdo’pac. o traba ca N’ isi e iro\’’ca’sc, ‘.1’’
lho expioratói o. a livro fui inteiramente redigido pra;i ajud
ar o leïtor a cuaceb::
ci..aas r au ç.lio de ata p i atio de pest is a o a si proprio rtii pioces.”r’ ate ti’a.’’,a ilti,
e 5 cri trios. para a escol la a das e imo para lhe ir’’
aleienirii;:ida processo a titu]a
1’ de dãaoae universal, Não se
r

1.3. «UVI’ESTIGAÇÀO.s Eí .. CIÊNCIAS» 50CM IS?


pois, de um «modo de emprego» que implique qualquer aplicação
irecênica das suas diferentes euapas. Propõe pontos de relèrência e —
No domínio que aqui nos ocupa utilizam-se freqtentetne’ite
15» polivalentes quanto possível para que cada uni possa elaborar —,
as palavras «iii’ ‘‘an:açfto»
soiiios forçados a incluir—nos nesle «se»
‘ru Iucideí dispositivos metodológicos próprios cai funçilo dos igcireza e nos 5elltidos
ou «ciência» com t iia
Fala-se, por cxew,t”. c) investigação científica» pat.t ‘
•«!‘ r W 4
e’te pn:j’i.,ft’ ‘ ,:“eJe tan egunda precatição
‘.

;:.t:::s Jes!a ç1i$Lw1cn:en!C ao :rcuo eritin, de sondagens de opir.d. c es::dos de incitado ou os dir.’’’’
nodo que o leitor seja reguku mente levado a reilectír com lucidez banais só porque knana efectuados por um serviço ou pom una cenuo
sobre o sentido do seu trabalho, tt medida que fór progredindo. As de investigação universitário. Dá-se a entender aos estudantes do pii
reflexões que propomos ao leitor ftmdan,-se na nossa experiência de melro nível do ensino superior, e mesmo aos dos últimos anos tio
n”esdgndores em svt’inlngiz1 de ftMmaclc,res de adultos e de docentes. ensino secundário. nie as suas aulas de métodos e técnicw. ila: laves
. .

, p.::tuao. f.ç’,stu:ere Ncctiv;.s e inacakidas. Partimos ;lt’ tigação social os :,rniit M’tOS a adoptar uni «proceda’::-
.:‘.
co» e. desde logo. a: pra.) ,zir um -‘conhecimento cicnu’. tid.
c’ de que o c:t’r >eu ;‘J ‘‘u ettue e
rar:aklaanent uma fotma
;ie discutir e ser avaliado por O!))’ na scrdade, é rnua difl:i, aesmno para uni investiais ,‘‘:‘‘ft’
ç;) teonca e goza da possabmiada de
ciências sociais. Wremos, e com experiência, pmduzir conhecimento vetxladeiramente i’ovo que
investigador ou um docente formado em
e como os recursos • faça progredir a sua disciplina.
por outro lado, no decurso desta obra, onde de facto no
tcmicos intervtm na elaboraçãçi do dispositivo metodológic o. • ‘ O que é que, na melhor tias hipóteses, se apiiide
d’ iives’ ••

:n é. pois. unia sucessão de métodos fim daquilo que teia!’nec qualificado como traba!hn
Urna iancstgaçio sedai ..; %‘
:“ .

1;tstara tal e qual se apresen— ligação em ciént.a— so’. ;m-- A compreender tIiCiI!tn fi
e ttc!uctts estereotip:id.is que aiihcar
dos de um ieoitetiiie;’. •.de uma conduta, a lazr
,. .
w;:fl:; zten; i:u’,av tseih:’ a elaboração e a organiza—
s

ç5o dos ptoccssos de trabal) ao vanani cani cada investigação


especí mente o pumilo da situação, a captar coiti flNiinr pei ‘‘‘;aia as
fica. Por isso — e tntta-se de urna terceira precaução— , a obra está lógicas de funcionamemuo de uma organização, a reflectir acertada
,.elaborada com base em numerosos exemplos reais. Alguns deles mente sobre as implicações de uma decisão política. ou ainda a
serão vádas vezes referidos. dc modo a realçarem a coerência glo compreender com mais nitidez como determinadas pessoas ;ipreen.
‘1
e estigaçe. SAn uQnstit!tcai1 ideais a atingir. nia sim tleiii um problenaca :t:n, iskeis alguns dos funi.
1 1 p.3!’tir tta’ aiaW cada tifli POde) distanciar—se e situar—se. suas representaçk..
;a :iução •.—. csic livro apiesenta-se. ‘Ibdo isto n)c:t :e tt:: aos Jetenliaiauis e qne a!.;-.
txplicíta;ncnte, conto um manual de tom inação. Está construído ciii formação; é principalmente a ela que o livro é consagi ;.lo, Mas
função de unia ideia de progressão na aprendizagem. Por conse raramente se trata de investigações que contribuam para la ter pro
guinte, conipreender’se-á imediatamente que o significado e o inte gredir os quadros conceptuais das ciências sociais, os seus ‘nodelos
csse destas diferentes etapas não podem ser correctamente avalia de análise ou os seus dispositivos metodológicos. Trata. s” ;h’ estu
r.

e:’:e”.; redrads do :,eU cnnle\tt’ global. Umas são mais dos, an&lises ou exames. nias ou nenos Lena reaFza..’.,
:?..,. ou!rss m.tis ciitias, Alu:nas ideias, pouco aprofundadas a formação e a :;ragimt..çfi: de «investigadora e as )“. de
evnt cabo as suas investigaç&s , E. .: -‘

.:‘do da ob:a, .sio teci:,mdas e desentolvidas posteriormente que se :‘odeia pa:1 a


noutros contextos. Certas passagens contêm recomendações fun pode ser precioso e contribuir muito para a lucidez do actores
ilamentadas; outras apresentam simples sugestões ou um leque de sociais acerca das práticas de que são autores, ou sobre os aconte
possibilidades. Nenhuma delas dá, por si só, uma imagem do,dis cimentos e os fenómenos que testemunham, mas não se dcve atri
‘‘stivc doM, mij:s cada u:ua ocupa nele um lugar necessário. 1’uir—lhe uni estatuto que não lhe é apro’riado.

4.4
lota ç.bra, embora possa apoiar determina
dos leitores empenha— perdermos nele ainda au’ es de a termos realm
dt o ciii investigações de uma certa envergadura, ente co tirçati’ o 1 iis
visa sobretudo aproxiniadamente a foi a. c tino começa a maior
atudar os que têm ambições mais modestas,
mas que, pelo menos, pai te tIOS ti aba—
lhos de estudantes, mas também, por vezes, de
estão decididos a estudar os fepóp2enos sociais
,øom urna preocu investinalorosjios
‘‘‘pci.o de autenticidade, de campreensõci domínios que dizem resteto áquilo a qüe costuma ti.’s’s
e de rigor metodológico. «ciências sociais».
Etticijjj’isaciai ternos de aos nroteger de
dois defeitos Es’t’êRdàõs õiig ia! rãa• deve ser motivo de inqu
01 tosto um cientismo tn en o 1 ue onstW Wcret na possibil ictuçh’; leio
contrftrio, é a mai ca de um espirito que
dade de estabelecer verdades definitivas
e de adoptar um rigor não se ;tli acata de
análono ao dos fisicos ou dos biólogos, simplisnios e de cemiezas estabelecidas.
ou, inversamente, um
O problema ceasiste em sair dele sem demorar deu asrRo
cersttat saio que negaria a própria possibilid
ade de conhecimento e Ciii
erc.atificoS abemos itinultaneatuente mais fazê-lo em nosso proveito.
e menos do que por Parti o conseg.innos, ieanlos primeiro aquilo que
voces deixamos entender. Os nossos conh
ecimentos constroem-se a’’ deve—
mos de forma alguma fazer. mas que, infelizmente,
coas o apoio de quadros teóricos e meto
dológicos explícitos, 1cm azo mos com
frequência: a fuga riara a frente. Esta pode toma várias
lamente elaborados, que constit.uem uns
campo pelo menos par— r fruas,
das quais só iremc’ aqui a Nord ar as mais frequentes:
.zirucnte estruturado, e esses conhecim
entos são apoiados por a ta ivtesca
ou estatística, a «passagem» às hipóteses e a ênfa
irrita OhS:e.rvaÇáo dos fac.tos c:oncretcs se que obscurece.
E a estas qualidades de Se nos detemos ao ii sobre c que não devemos
fazer, é o ternos
visto demasiados estudantes e investigadores princ
une o seremos dar relevo nesta obra. Se
utilizamos os termos «in— ipiantes plecipi
ve.sti.g:iEEInvestigador» e «ci.ênc tarem-se desde o inicio para os piores cainïnhos.
ias sociais» para falar tanto Ao mlt’dcar:lguns
tu mulos a ler esta-r’.’iI1e i. as páginas,
dos tia daibos mais modestt ‘s como dos mais
ambiciosos, é por uma o leitor poupará la i’tCj algu
qac.stao dc tacilidade, pontue não vemos mas semanas, ou mesmo alguns meses, de trabalh
outros mais convenientes, o extenuante e,
mas é tatr.ibéiti com a consciõuc.ia •de em grande parte, tútil.

ctne. são frequentemente exces—
sr.:s’,c

a) A gula livresca ou estatística


2. O fl{OCEDJMENTO
Como o nome inoica, a guia livresca ou estatístïca
e’
1. P?OBH2NMV
«encher a cabeça» com atua grande quantidade
DE árËmDo (o cooz otguu. de livros, artigos
fr
ou três ou dados nuinérices, esperando encontrar aí, ao
oleiro de começar moR virar dc uni pará
grafo ou de uma carta, a .,z que permitirá
enfim precisa:, cortec
tainente e de forma satisfatória, o objectivo
No inicio de urna inees Ugação ou de
uni trabalho, o cenário é e o tema do trabalho
quase -remtare idêntico, Sabemos vagam que se deseja efectuar. dita atitude conduz
eate que queremos estudar invariavclneiue lo
.-—
ad no tal problema por e;sernpio, o desenvolvimento da
desalento, dado que a abundància de informaçõ
es mal inteçrad’s
própria região, o funcionamento de uma nossa., acaba por confundi’ as metas.
empresa, a introdução das
nos as tecnologias na escola, a emig Será então necessário voltar arás, reaprend
ração ou as actividades de uma er a refiectir, Cii vez
—.
associação que frequentamos de devorar, a ler em orofuadídade poucos textos
mas não sabemos muito bem cuidatl’’sa’nc:te
coato abordaraquestãa. Desejamos escolhidos e a interuretar j-cdiciosanente alguns
que este trabalho seja útil e dados eu atisticos
scsulte. eta proposições concretas, mas particularmente eloquentes. A fuga para a frente
temos a sensação de nos não só é inútil,
mas também preju ia tal liti tos estudantes aband ti a lii os seus
pesquisa quando se tem t:!na ideia da natureza dos d:,.,’ça;’:
projectos de trabalho de úm de curso ou dc tese por os terem
colher, o que implica que se comece por definir bem o ‘rojecto.
iniciado desse modo.
Esta forma de fuga para a frente é corrente, sendo cntorajada
E muito mais gratificante ver as coisas dc outra forma e consi
derar que, bent compreendida, a lei do menor esforço é unia regra pela crença segundo a quui a utilização de técnicas de in;e,’tig.ição
essencial do trabalho de investigação. Consiste em procurar sempre consagradas detemuna o ‘aor intelectual co carácter cw:;:;i. de
tomar o caminho mais curto e mais simples para o melhor resul um trabalho. Mas que utilidade tem a aplicação correcta dc técni
o que implica, nomeadamente, que nunca se inicie uni traba cas experimentadas se estas estiverem ao serviço de uni projecto
hn importante sem antes refiectir sobre o que se procura saber e vago e tirai definid’i! Outros pensam que basta acuuI&:! rin
a ft>rma de o conseguir. ximo de informações sobre um assunto e submetJ-las ‘ várias
Quem se sentir visado por estas observações não deve deses técnicas de análise estatisfica para descobrir a resposta às suas.
j;cur. Bastar-lhe-á simplesmente descongestionar o cérebro e dese perguntas. Afundam-se, assim, numa armadilha cujas c’n%equt’n
maranhar a meada de números ou de palavras que o asfixia e cias podem cobri-!os de ncticulo. Por exemplo, num ‘r .it.’ de
impede de funcionar de forma ordenada e criativa. Pare de acuinu fim de curso uni estudante tentava descobrir quais os argumentos
lar sem método informações mal assimiladas e preocupe-se primei mais frequentemente empregues por um conselho de turma para
ro coro o seu procedimento. avaliara capacidade dos estudantes. Tinha gravado tod:is i’
sões dos docentes &jran:c e conselho dc turma de tini .‘‘:a;n e.
após ter introduzido tudo num ficheiro de computador. havia-o
ii) A «passagem» às hipóteses submetido a um programa de análise de conteúdo altamente sofis
ficado. Os resuI&t’ fo; ::rn inesperados. Segundo o .t’:::;”!:tl.,r.
Aqui está uma outra forma d;feicnze de fuga para a frente. Os os termos mais e’npregcs parir julgar os alunos er.t; ;‘.ii;n Ias
como «e»... «de».,. «hein,»,., «capaz»... «mas»
... etc.!
jogadores de bridege sabem bem o que 6 uma passagem». Em
vez de jogar primeiro o ás e assegurar assim a vaza, o temeiro
jogador tenta ganhar o ponto com a dama, esperando que o
&io tenha o rei. Se a jogada resultar, o jogador ganha a c) A ênfase que obscurece
vaza e conserva o 1s, Uma tal aposta não se justifica em investi
gação. onde é absolutamente necessário assegurar cada ponto e Este terceiro defeito é frequente nos investigadorc princi
realizar cuidadosamente as primeiras etapas antes de pensar nas piantes que estão itnprcssioaad3s e intimidados pela ;.. ;:xnte
seguintes. passagem pela ftequên.ia das universidades e por .::::o que
A «passagem» às hipóteses consiste precisamente em precipi pensam ser a ciência. Para assegurarem a sua credibilidade jul
tar-çe sobre a recolha dos dados antes dc ter formulado hipóteses gam ser útil exprimirem-se de forma pomposa e ininleli?ível e, na
de investigação — voltaremos adiante a esta noção — e cru preo maior parte das vezes, nin conseguem evitar raciocinar da nwsmn
cupar-se com a escolha e a aplicação prática das técnicas de inves maneira.
tigação antes mesmo de saber exactamente aquilo que sç procura Duas características dominam os seus Projectos de investigação
sI
conq
r o.
’lrr:” !’
c, purfanto, para o que irão seri& ou de trabalho: a anrbiçl.’ desmedida e a mais t ‘
Umas vezes pare:e est:w em causa a reestru turação i: .1 la
Não é raro ouvir um estudante declarar que tenciona fazer uni do ensino; outras ainda d nakt lireimos
inquérito por questionário junto de uma dada população quando sua região; outras, o funaro
não tem nenhuma hipótese de trabalho e, para dizer a verdade, nem do que o destino do Teiceiro Mundo que parece jogar-se nos ‘eus
sequer sabe o que procura. Só é possível escolher unia técnica de poderosos cérebrns,
23
22
r

Natas declarações de rutenção exprimem-se numa gíria, tão oca


qearito enfática, que mal eseurido a ausência de um project fenómenos natinaís; erra ambos os casos irá hipóteses tet”rie as c:ue
o dc devem ser coníicatamias com dados de observação ‘u;ee’peri
mnve.stigação claro e interessante. A primeira tarefa do orienta
dor mentação. Toda a investigação deve, portanto, responder a alguns
deste tipo de trabalho será aj•lar o seu autor a assentar
os pés na princípios estáveis e idêntieos, ainda que vários pererrr’-o m líleren
teu a mostrar mais srrnpliendade e clareza. l’ara vencer as suas
eventuais reticências é tiecessáno pedir-lhe sistematicam tes conduzam ar conhecimento científico.
ente que Uni procedimento é uma forma de progredir em direcção a uru
defina todas as palavras que emprega e que explique todas
as frases objectivo. Expor o procedimento científico consiste. ar auto, err 1
peS ‘unula, de rondo que rapidamente se dê conta de que
ele pr
propriu não percebe nadar ia sua; ilgaraviada. descrever os prir e ipir
0 ra;rdamentais a pôr em prál eS em r qir a quer

Se pensa que estas considerações se lhe aplicam, esta tomada trabalho de ia estigação. Os métodos não são luar s rio que
de formalizações particulares do procedimento, pei’cm sos dildr entes
cmsciéucia, por sj sê. põ-lo rno bom caminho, dado que
uma carac concebidos para estarem;; riais adaptados aos fenômireu e

teos.tica essencial e rara —-Ode. urna boa investigação é a autentici
dade, Neste domítuo que nos ocupa, mais do que em qualquer nios estudados.
outro. Mas esta adaptação não dispensa a fidelidade do investigador
niit há l.xnrn trabalho une não seta unia prr.)eura sincera
da verdade. Não aos princípios fundanreatais do procedimento cientític
a verdade absoluta, estabelceida de uma es por todas pelos
dogmas, Ao (lar mais relevo ao proced;mento do que aos tireI d —par
rosa aqt.reia que se repõe seinprc em questão e se aprofunda
ineessan ticulares, a nossa formulação tem, assim, um alcance geral e pode
tenttcnte devido ao desejo de compreender com mais justeza
a reali aplicar—se a toda o tipo de trabalho científico em cd tremas 5’ -e ais
dade era que viventosepar o cuja produção contribuímos.
Se, pelo eontrár.ro, pensa que nada disto lh diz rçspeit faça Mas quais são etsrs pri’.c;oios fundamentais que urdi a u’estiga
o, ção deve respeitar?
s. •mes.rno ássi.rn, o •pequeíno °favor de exlidar clarán ente
1 palacras e as frases que já tenha evenirrainiente
as
redigido sobre um (Jaston Base ard nt,,mru o processo cientitico cru ,rier:m;iis
trai Lallru que inicia, Pode honestamente afirmar
que se compreende palavras; «O fino c*,;mOjo á conquistado, construrdeverrim
berna si mesmo e que os seus textos não contêm expressões
imi— c ado »
urdas e declarações ocas e prcsuuçosas? Se assim

é, se possui a Conquis a-es) srh-nt as preconceitos;
nu trsnticrdade e o sentido das proporções, então, e só

então, é pos Construidc pela roXo;
sível que o seu trabalho venha a servir para algum
a coisa. Verificado tios factos,
Aós termos examinado várias maneiras de começ
ar muito mal.
vejamos agota. como é rossível proceder de
forma válida a um A mesma idc;a estr atira toda a obra Le mélíer /
trabalhu de investigação e assegurar-lhe uni
bom começo. Com a ‘etoiogUe,
ajuda de esquemas. referiremos primeiro os pra de P. l3ourdieu, J. C. Chamboredon e J. C. Passeron (l’anis. Mouton,
cípios mais impor— Bordas, 1968). ldea os autores descrevem o proceciin;e;it eterno
ouses do procedimento crcntitico e apresentaremos
as etapas da um processo em três ac as cuja orcem deve ser respeitada. E aquilo
sua aplicação prátu
a que chaniarn «hierarquna dos actos epistemológicos> listes àês
actos são a ruptura, a construção e a verificação (orr capemiurenta
ás miA PAS DC) PRQCEDJMENTO cão).
O objectivo (leste manual é o de apresentar este,s prurcípio$ do
amentalnrer;te ar oujeuna do conhecimento científ
procedimento científico em ciências sociais sob a bruta de sete
ico etapas a percorrer. Em cada uma delas são descritas as operações
mie-se da mesma mancha pai a os fenómenos sociais
e para os a empreender para atingi; a seguinte e progredir de um acto parir
AS ETAPAS DO PROCEDIMENTo
o outro. Ou seja, este manual apresenta—se como uma peça de
teatro• clássica, em três actos e sete cenas.
O esquema da página seguinte mostra a correspondência entre
a et.apa e os actós do prdàedimento. Por razões didáctiea o actos
e as eta.pas são apresentados como operações separadas e numa
otdm ai stquenctal Na tealidadu umas mvesttgação cientifica não e
tão mecânica, ,pelo qqe introduzimos no esquema circuitos de
retroacçfio para simbolizar as interacções que realmente existem
entre as diferentes fases da investigação.
RuPTuRA

a) Os três actos do procedimento

Para compreender a artic:u.laç.ão das etapas de uma investigação


com os três actos do procedimento científico é necessário dizer
primeiro algumas palavras sobre os pr pios que estes três actos
enc.erram e sobre a lógica que •s une.
coNstRuçÃo
A ruptura
Em ciências sociais, a nossri bagagem supostamente «teórica»
•comporta numerosas amiadi.lhas, dado que uma grande parte das
nossas ideias se inspiram nas aparências imediatas ou cru posições
parciais. Frequentemente, não mais do que ilusões e preconceios.
Cons.truir sobre tais premissas e.quivale a construir sobre areia. Daí
a importância da ruptura, que consiste precisamente em romper
com os preconceitos e..as falsas evidências, que somente nos dão a
t
ilusão de compreendermos as coisas. A. ruptura é, portanto, o pri
meiro amo constitutivo do procedimento ci.entífieo, VERIFICAÇÃO

A eonstruçiio
Esta ruptura só pode ser efectuada a partir de um sistema
conceptual organizado, susceptível e exprimir a lógieaque o ia.
vdstigador supõe estar na base do fenómeno. E graças a esta teoria
que ele pode erguer as proposições explicativas do fenórpei a
estddar e prever qual o plano de pesquisa a definir, as operações
a aplicar eas consequências que l.ogicamente devem esperar-se no

26
1’

AS MAPAS DO PROC.LiDiMJNTO

.Lfapa 2—--— .4’ exploração

- \air’J
-t 1—+r
1.
O llJ EC TI VOS
*1’
1 No capitulo an.terjor vimos como proceder exploraçae. Trata-
E
—se agoia de itos dist.aaciaunos 00 libertarmos das iatr -mçõ
Finta 3 —
Probk:iàttJl recolhidas e de :Ii:a:7cs as tdeias reumdas pau
1’
giandes orientaç’e< da mvetigação e defliurmos na
eu elacionada Q! )nt j)eLgun:a dc partioa.

A problemátfca é. a abordagem ou a perspectiva teàj ice que.


4 A coasirução elo modelo de decidimos adoptar para tratarmos o problema formulado pela. per
gn:ita de pattda. E na maneia de interroar os feio a,:..
dados. Constitui ina e7un:-chati1era da investigasã’.
2 ao
u ia e a constru
A elaboração de uma problemática é nua operação ir-quente-
Etapa .2 — A. observação mente realizada em dois momentos.
-

Num primeiio iie .7e7d2 trata-se de explorar ç ‘‘m e


1 .
diversas enirevisa e de ‘acer o balanço (los di{ereiii’, a’’-
ptobleina que fo:a a e. :-mmm aios, Este trabalho coulem: ..‘
,,

amplamente encetado ao decurso da etapa anterior. Com efeito, à


medida das «salvas,> de leitura, foram sendo eomparado1 os coa—
4. teÚçlo5 de dfeiet e os pontos de vista por
As ennevistas ct-;’let e ar IS leituias, oern!ilinco; ‘:7
e, iortonasse co r,m :-d.nc aspe.ctos do biv
forçosamente seasível à partida. Agora trata-se de l.,rossedu7r e.ste
trabalho de maneira utais sistemática e aprofundada. Na veedade,
os dtversos as,ç7m5 :ehtema decorrem
ala.
euto- dii coesão da socicds
produtu de um erifuriquccrrro ind
r N d
i
uvi ia
ViS au dc oricu ucões teórimis diferentes que devem ser as solrdai ios e mais 5
unetuibros se tounarare utcu
ii ado’ouuto de olhe como obuecto de urro
vjtncadur5 la teor ri urra tuLÇ.it aor.:uprar uni sete realidade. Durkhem não esc cr550
...s-stuj uru usura rseauçulo, ri suuici auuifeliz conclusão d cair ‘a
vicia rias-aLui dii .iã: suicídio concebido, se •a, :urc-
rmi nad o aspecto uni facto social» especíti-’.
coroo um fenó:.amrua sociai) que evidencia dete de desespero, nua saiu e’uriic
e a reli gião e a trisa dos suicídios não pode ssu o
iJcasc eu5rterru (pra: cx:ta a elação catr ponto de vista, a ta’sa socrat uru dcic.s,
racato da elabora ção de uma prol. ele rdivisluais, que deri am, cada
dc sNridio). puiro pela soma dos suicídios i 55’H ‘.11
consist e, poi s, em faz eu O situe peo que eonstitu O
:u.ãticra ou da prsibieuaaiua.açdo de motivações j’t(’pi ias, ai-Is
. e me ucdar os sociedade, cuFa coesio é
aaia-c a das ,i itdreuutes riu icuodru Las ‘sessís-em social piotuudo: o etadu rIa
r nas suas itnpli so miv a anima.
se.crs tessuostos, em comuará -los e. ene reflectí CiO sustenta religio
tus
r
1 ão ’i pr lr >-- ..
_...e.);:.
ru:es E claro que isto não sicnitica que o suicídio
S olher e Tuas a us-ra
(rase que, mim secarrão usseirieruta. :Osieiiio esc oersjsectiva psicológica,
damente estudado sub aura
ão não é sem elhan .
a ietuta que Durkheuie vai
voam ruir a nossa própba prohieuodtica, Esta opç fotuna inédita de -e-tocar prob ‘SiiT’í
uru icas exp ostar riu. ieeiiconh’ainos osd’
as,oba e uaisrm di’ raii;as cirtre :riatto Ao leineosao Na dc Dar Plrei riais ultimos
nte em fun ção blemática. ainda que os
de unca ioa. FiaPo se roressivanie da elabcuação rI-rutrua uro
ão, apoi rued cu-sc nes se
da diadmica prouria do iaa.baiiio de iuvcstiguç possruti coufund a.- se
vas que se ali um a pos sí ações obtidas pela sua ri alua açrío
omiti anti ci Pico ia< rriv,asuu\. u:empcctr Pazetudo o haiarço rirur, rudortu
fon iiul ar udauacs
seis Na phitica, construir a sua problemática equivale a retifIca a existéticia de ir uda
gaç ão: a rias estatísticas, D,irkliemt só tl:uua -diii -,
esti su:crdio ciii nau
p.ru:._rpa:s parrtoa cc uc udi,ci,uiedricos da sua inv acerca das quais i!utui uivei) des
trabalho, os conceit os fun da hàu ; tutia diineiisão social. As r-ceairirida
ira ugaoua qae eOrutrrr-a Frealai ente individual. com- Lm
ios pin to a análise. lá para o sug eri rete Nu- e
:aautais e as ideias ger ais ciue estauístreas urhserv’ -las stão
dO (rL;e se trat a coitcre{anieire. COit teça ns :rbr’r’d-’’’ri;s
Pau, cairipucr uisle ’ ‘i a cri consideração váti
momento, poitarto. torui u o
unia proble a nova prlrcrteiiuaura
remos nor estudar dois exemnios de elaboração de rias quais é tini
síveis do suicideo. una
i, O Suilcál,o, :o social
aaatica. O põmeiro é dradu rio c’do de Durkliejiu suicídio entoo frmóuuer reen—
a. dep ois ulesc reseieiimus de seeiut:.io riost
sã sessado uncude som e e iusas So Optando poi esta 5 blemãtica o atitoi’, atual
ii a uma das ad
raçõ es a real izar em cad rttualizaçao desta ahordnircru o
âuama anis sistemática as ope Lo. toma ei aNus a couocr -‘
‘e .1’ -.‘
‘mal
‘iii us ri ídio cri elação coa r a
Pises dae. distir,cada suicídio, Ele vai colocar suic iacer ue,
danrctuues teóricos da sua d’or-
e, assure. estribcreae ros !u’,r ia de
blemática é aqu irias-
Adiuuitiarós u]uuare-iç ão dc pro
cooespoiideitdo ralivare:
1. DOiS CX.E-lI’EOS Di: CON’CEPÇ’.iO nata forma bastante guoseira. lrteu
r,c
1 ut
rdagem espeeíflea dc atua di
DE 1 IN IA PRO III 1 MATIE A Drirklueuiuu pelo nicHos a abo o 1 ‘ -e-o rei-
unia outra (a psicolosa
lrr sociurloaca) por oposaçao a recr ia’ :d:ra uuocnte
irto, a vairr agen i de
PIO do suicídio tear, nua eata crua
r blemática eculvale a raar ai ar
que a coilcepç:;o de :uiua pro ri-a
ecto de problema e a propu
Neste urabaii.ra. tàzmt.aar; avausecce encarar o seu obj nova forma de encarar um ’ ri tam que
dam enie dos eru aiul uosiã . O seg und o exe mp lo t arar
ia’-&stlqriçáo de surra furara ae sru decidu original à pcrg:inia de riarlida
o de uii ‘-era.
ídio •coiu io o resu ltad icas icudo diferente’-
pc-ccorridos. Onde se concebia o suic podem ser (IcurrIrrias pa obieiu’át
otog uca. que ped e esta r Her da a
iiu’ir asso de desestu trur-cu ursic uma uruesma discipirrira
a. vá Dur khe im o sint om a e o
ata sentimento ou rossiva de culp
desta t. muda da :eusctàrcta. vários itsvestta’tu
datam aquilo a qr.. ai e e -a loução dcrepuaaltiçã
assep tirar rnaa
Este seg do exemplo fo aqui usado por a turma de 5) abordar do ensino, isto é, a maneira atuo ele contribui para
ter evoluído considemavelmente ao mago destas últimas décadas. certa ordem soeiai. transnurnrlo hs novas geraçõ es as elseetições
donimantes da viu 1 cii i’’’e ‘fade. Para os protess r’’’.’:
N.àe etetide’nos der anil 3 canaceer ii totalidade das abordagens
r’
cio e.asitio fedas pe lua vesrigadat es, atas. apenas algumas delas, estas análises, já tão se ttat.va apenas de dar aulas ‘te
um ponto de vista pedagó gico, mas tattmt:éitx ele
suficientes: para fie nnoscons unta ideia da sua diversidade e das viva e eficaz de
dr a :1 etc
L.ltc,e.!Les piei’ n:. :a estar atenta ao me He’lógsee dos ersateú
un3t tlutn os a’ia a
’5 se ueec’.,nta de partida se uehruça sabre desenv olvem corre e a. 5:’.’: o esrírito ctitsco sio
is causa dos insucessos esseolares e que ainda não está bem definida. Mas hoje (mais ainda do que ontem) a escola deixou de deter
e os tmnais
evidente que isto não á recomendável, mas permitir—nos—á nos— o monopólio da dl. fusão dos conhecimentos. A televisão
a a’’
ellsarahttera::çãrs catre a pcre.iitua de parttda. as leituras e a inttotneterant-se rale. D’’nr’c-se o ntigratna da vésper
metce. i’ot ‘tire
itoL.iernática, ou entre amigos eas pcssoa. ttttotnlattt-se tnulitn
• do função
71 Se perguntarmos a uuaa ressoa escolhidá’ à sortd o que repre: guinte, já não plLleflms cm.mtutentar-nos -com o estudo
.-,
cai.-’’ -.e iett tttcout seettet t a
seara ‘‘ ett lhe rara eta, settt’ ius•rda, relera—se —á espo:traneanleute idcuiogtca di esci
apresEi :.gc.u de tottttação. E nisto que todos eiti etitão timfl’sls pmjeet us tio de asia.
dido fora dela. Aparec
eusetti:uida
enss’rtt em pi meiro lugar auando se fala de ensino. Os alunos que abordam este problema, tendo ciii conta as cottspl
e a de o,:ta’.t ‘‘‘a di’
Lá pura aprenderei ‘at na eraflssíio e para se educarem. eu— des e cottsões et’:r: a ;rJrJ’n ciu da escola
urna Os on’eSs res -d° naves rara lhes transniitireni os seus iatnrtlsaçtio.
cOti—
conhecimentos. Foi tantdémn assim que os investigadores começa Nesta pemsper’r iva, o insucesso escolar pode muito i.:,elx,
resulta do desta multip licidad e dos ir, ates de
ram pai: abordar o ensino, especialmente como objecto de estudos eehcr-se como o
ri pai-.oo riade de ahrutaa s tisctts, ,ees.— :a,it
í’adacagieas. Este cecteutr-se, ciii erande medida, a analisar os íonttação. da iticu
Ci.5
iuc cSaOS Oe aprelt’uiraaseut escolar, nomeadamente comparando culdade em integrd-las, Nesta probiettiáttea nãu e-a-ma ‘LCl
(quoci ente intelec tual, haeare ma :ultet
:ário:s métodos. de ensin.o, Nesta perspectiva, podem ser estudados causa na aptidões do aluno
I’L. o:
z.skes.sos e>: um.,ens alaçã’’ caiu a aptidões das crianças, ruI...). O sistema educas-a atithérm é intetpclado.
-‘ a
sus setuàs’ .33i: e excesso de aprendizagem e, a eeolare s tsli a
exemplo, petmsulsa:—no.s ai es na ucesac
n.ornta s cultura is e.
:::omeudairentc cai ri os várias métodos pedagógieos. cionados corri a possí.vel distância entre as
íliuc . ia eseoia.
VEns. alguns hivestirradores, entre os quais se contam muitos ideológicas da
.ecrte.s, iorat a-se ttstetessardo piocressis amente pelos conteúdos Dc outro pot:.o de ti—’.. ensino faz—se através tias
ltaphcitos do ensino, Deram•.se corta de que, a pietexto de exercí de. organi zações cttjo financi amento está condicionado por tiurnius,
a tanreructa
cios de gramática, de tilus de história ou até de ciéncias naturais, papéis. estatutos e time. hiearquia. Para certos autotos,
otgani
- za a.
aia cotlteúti> iaeolegi’’ era nsenstveimeiite comunicado aos ear eteez daí :,tr.oortsnes tentariam as 5
ler trisa’su deseas ,atae, não são apenas as línguas ou as incapazes de reajaunuiom stsquadatuettte às aecesa adt’.
s
ciáncia que são ensinadas, mas também concepções da natureza e de. una sociedade em rápida evolução. O ias’ teessei
‘lisa, tios t’:spe:s n:.s ;r’scfdnisniaos, do lugar das crianças escalar torna-se u -a! e<uhudu do sistema edue
s,nledade, doc.ncer semal ‘a nrulissional ou da vida politica O mdhar tatu -é-’’ p :: asrgtda rara rIta platai a
do mmtes,tso
atue são i isculcados aos alui tos seta o seu conheci nento e, em analisar os insucessos tinta estabelecimento escolar
eraaae medida, sem o comi Irei reata dos próprios pnEessores, Io-.o,e s,s lnterr’sea.utos acerca rIas dificul dades rural em-
E:.
‘Oigitiizas_’itiiiil. irata-se tuiuçao particui: e (à:: :‘a. ,]flt’ lambera >LE V’irse’a.
au ra,her Se ,‘‘(‘E4Eii7’a,P N’a e os eorr1Iortírrrieutos Se coribir na confunnidau.’ Eos’sueas cora os modeios cu;ics.r- a -a
e’açiiirdr’s ser rindo cri Finalmente. o rir:’» estires insistem no ciLa.:
sérios de com
1 ciência, se os programas são respeitados, etc. Resu ensino, que udo ãaluteurls urna enorme máquina do lei’Ev Hão dae
miado, 1tenoar-•aos-emnos sobre tudo o que condiciuna a eficácia desigualdades sociais, E composto por uni conjunto rIa organiza
da organização ções, a propósito das doais alguns autores sublinham (: rego rios
Se volta ame a ntc:rossar o nosso interlocutor, nas (lesta VCZ actores. Os actores di’ uma organização não são iruIciia :‘a’ deter
à UtStEiti:laçfi(_) da sucw— mnados pcla.s irias-a. estatutos e pErl’érs qsre amE’-’.. 5
na ‘oud’ :: .,-\t’clme:mm e. espomider-;mos-ã que a escola gentes e docere- drsrs”eT, de uma isareem Ele ir
.:
; poasoaai e sociai. Lura ‘.ez que derri aproveita: :‘a: :er:ig[r .15 çicfiecncras :1-’
nem toda a. gente po& cc notário, arquitecto, executivo, padeiro desigualdades ir e ele prol 1 rua
ou. canalizador, é preciso que haja algures uma selecção baseada, Paralelamente., os jovens também dispõem rle uniu l;:iuo’g,Ctl’l dc:
tanto quanto possível, nas competências.e qualidades morais inWs liberdade que ritilizarrià sima maneira, no quadro de proactos ou de
‘eioás eis. Essa ‘lecs.ão eeria assegurada pela escola, estratégias pesE-ris. E) reríodo dos estados é para eles ‘usa Pise ‘la
.,
esse pr:s. mastiees:,os escolares estarrarri ligados à “rita teria de ‘ilti .sexperre:mcras. mais ou use;;
Nu ;do eu eoeccão e 1 .e reormentação dos indmviduos nu Exoeriduciasce ‘oh, ;ie,iade e de conflito. de
rr:iade e de co;emtaç:.., se respeuto e çle :.;aesriemrru;a’; ‘—se mas
hc.s sus d Eiíaoor,.,r cN;a probrernatica equivaiera a torinidar o
quadro teórico e os conceitos que permitem conceber os resultados e dos princípios da escola.
escolares, já não como ii isucessos pessoais, mas como infonumações Resumindo, o jovem já udo é considerado o sujeito passivo de
úteis sobre as aptidões, isto é, como indicadores que contribuem uma formação concebida e. irteiranuente domuuarla prE’i’’s adultos.
.

mau sedsstt LuLão c:b•:ecasa-r e õrtima dos iovens por funções Mau desta—se ;zr:a ‘e: anis como um sufetto ar’*.
‘ ‘;‘
e enies e:ieiaai aaequasia. pounuo srstem.. .e ‘‘eu e capaz de fazer cscoiita--
e nelas tEus dc deseiupmca dos liii is vei’ e ‘ essa’ ‘,ie se lhes opor.-\n;:;..:’._
,
75 i’tieilr
.
dos dos anos E)• lEõ, ara tomar evidente o carácter siurphsta insucesso para cadudo pode não ser mais do quc uma
desta visão das coisas, Muitos autc: res tirdianu já verildeado que esta interessante para o jovem. O insucesso escolar torna-eu aruui rela
se.lecção udo em a neutra nem, objectiva e que contribuía sobretudo tivo. Articula-se sobre unia outra problemática a , do acl’.r social
para reproduz .r os privilégios das c.lasses dominantes. da sua estratégia O insucesso pode ser quer urna exp:a i’Pucia rtae
‘; ‘alce
te facto, que o sucesso escolar iesSiiritC TI’Jili u: e-tiui’mS’J; ou numa proiecto pessoal.
ultra:‘a’
OrLOLi tiritas os/es Lis sI’migias económicos e culturais reserva tação da recusa -.le ‘;s. ‘astenia autoritáruo e
— ‘ ‘ *1 ‘;
..:.
5 ‘ra’asdi. indo em conta a netlïoeridade osrepetidos E: rc.rss; ;strtueum a estratégia nsaus t
global dos resultados das e;rianças do memo popular, haveria que ser rejeitado
a:dusitir, ou que estas eram congenitamente preguiçosas e estúpidas, Esta breve exposição é suficiente para mostrar a dus’urs idade de
ou, o que é iofinïtamentc mais provável, pre as oportunidades, à maneiras de coloca rui liestão do insucesso escolar, riu seja, as
partida, udo são ido igua is como se quer fazer crer problemáticas ‘ssis’cis lissas robierriáticas ruãi ‘‘: ,lo céu.
.5 .

ara nos iuterrogtuirmos acerca (lOS estao ligadas: rIste’ :0 sucio—nistorrcos e iueol’uga -:
.

E.’2-.-- cxi t’,...:, Ze; aja. ‘La, c, cientes e nconscmeutcs, une irI .er
tm A seusrbrlrda, e os*c’ <ris de renrorl’tçaru iderul-’:
ç, 555 •c.s;*a sa Paseia sai’,
ais a. l;nt CCI itr parta l
, a
0 são empresarial da escola concebida Para realizar ccc icatai; cate este trabalho de elucidaçã t ceces
asa organização ciativa;ren te incapaz de atingir os seus súrio dispor de alguns punes dc referência sem os quais d
objectivos fez-se ouvir sobretudo nos anos 80, que correspondem pôr ordem no campo de análise com que se lida e. linaluccite,
ao período de racionalização económica e de questionainento da tomar decisões. Para apreender o alcance da soa escolha de proble
enerostdade do Estado-providência. Por fim, as abordagens do mática também é necessário saber a que outras pei :cdt erra se
>UcCSsO escoiar duo concc iccir a nt estatuto forte aos projectos
e renuncia e quais os ;not;ccs, O campo das possibclidade ai-a-- 1 icas
até:as dos adotes conespnnden a urna sensibilidade social e de unia disciplina como c- sociologia, a ciência política, a
política mais recente e mais ampla, que visa promover a autonomia logia ou a economia é muito extenso e nenhum investigador pode
do actor relativamente aos sistemas, dominá-lo inteiramente. Porém, é possível pedir a todos o ue
A escolha de unia problemática não depende, por conseguinte, estão empenhados num trabalho de análise que saibam si ar Os
ao acaso ou ila scrnpies insplnação pessoal do investigador. Ele limites da sua abo: inger A característica de uni cieTcii o t. q;c e
faz parte de anta é.aoca, com os seus problemas, os seus terá formado na siterná:.ç a ti nos fundamentos da sua di-
acontec irnentos marcantes, os seus debates, sensibilidades e cor não é saber tudo cessa cc. ciplina, mas antes, conto ai irma l’ierre
rentes. de pensamento em evolução. A investigação em ciências Bourdieu, «saber o que não sabe».
sociais contribui para produzir esses diferentes elementos de con Para dispor de tais poc tios de referência, o estudante cci cci á às
a ora >endo. nor sua vez. nfiuenccada por eles. E da responsabi suas aulas teóricas. P ar oac e lado, dispomos hoje em dia -la mcc-
idade do investigador elucidar o melhor possível tudo o que se lentes obras directamente consagradas a essa elucidaçã 5105
relaccona com as possibihdades quç se lhe oferecem. A1is, é con rentes maneiras de estudar o social. Com a sua ajuda, é pooivei
diçifo de. unia verdadeira criatividade. elucidar com facilidade as diferentes problemáticas que se desta—
caiu do trabalho exploratório. Pensamos, nomeadame ic te., rca obra
de Jeari—Marie Be:mh.eloi /. inreiligence da social Pari—, l’lol-,
2. OS DOIS MOMENTOS i)E UMA PROBLEMÁTICA 1990). sobretudo ns op. 6-2 85, nas quais o autor ap; csçii unIa
«tipologia dos esquemas de inteligibilidade>’; o esqueicca cai.i sal, o
LJ, 6 PRIMEiRO MOMENTOr FAZEI? O BALANÇO esquema funcional, o esquema estrutural, o esquema hcnnenóotico,
E .IUCHA4R As PR0BUiMÁTJcAS POSSÍvEIs o esquema actancial e o esquema dialéctico, Graças a sentei cante
cipologa, é possíve euree: der melhor os lundamenros das dita co
Tt a ia-se, por ccnsegu iate, de começar por fazer o balanço das tes abordagens e crraparú-ics coco ciutros.
diacasas. abordagens do proLileina e •.le elucidar as suas caracterís Assim, a abordagem cc suicídio por DurlWeini decorre dc tini
ticas dc base essenciais. Como vimos no caso do insucesso escolar, esquema causal onde uni fenómeno (a taxa de suicídio) é concebi
existem efectivamente várias maneiras de pensar o real e de estudar
do como função de outro fenóiiceno (a coesão sociah qc.ce lhe é
landinenos sociais, As diferentes perspectivas podem ser defini
logicamente anterier. Os estados clue questionam os crc Lcc a -
uns e dcstinguidus umas das outras a partir de Uma séfie de crité
da selecção escolar e :nostc aio que esta favorece as ela— <e’ -coo
conto a imagem da sociedade e do individuo que as subtende, inicaniente dominantes ocorrem num esquema de caiisià id:itka es—
trutural—
os conceitos-chave que estruturam o olhar lançado sobre os
fenó a não confundir com o esquema estrutural segundo o
menos, os enunciados centrais a partir dos quais a reflexão se qual um sistema (escolar) está sob a dependência de tiltro si--tema
oc’zaniza. etc. A partir desta elucidação é possível
escolher e definir (económico) que é trais fundamental. Os autores qu et’: ci e. aca o
iicihor o seu prónrio porto de vista com conhecimento de causa
e insucesso escolar pela sua função de selecção e de oiiai 1
’:icri- dos
dc cio campe teoria- da dsseiphna de que
depende. jovens no mundo l;-rofiss:tmi insctevem os seus tralacil tos ; cmii

9-7
esquema funcional segundo o qual as exigências de funcionamento cam os fenómenos sociais por condições e factores extenos aos
do sistema social exigem que o fenómeno estudado (o insucesso próprios actores sociais, como no esquema causal siirnarianiente
escolar) cumpra uma ou mais funções úteis a esse sistema. As apresentado mais atrás. As explicações simplistas e lineares provo
investigações que vêem no insucesso escolar a marca dos projectos cam apreensões. Porém, são igualmente temidas as amálgamas e as
e estratégias dos actores (alunos, professores, direcção...) adoptam confusões. Nas conversas correntes, a palavra «caus; é efectiva-
o esquema actanelal sdgundo o qual o fenómeno estudado é o mente utilizada, se assim pode dizer-se, «a torto e a ,liirho>’, para
resultado do comportamento dos actores implicados. Para o esque significar nomeadamente «favorecer», «provocar», « ornar t’once
ma hermenêutico, um fenómeno ou um eomporlameiito é a expres bível», «constituir uma condição de...», etc.
são de um sentido que é necessário elucidar Por exemplo, o aban Para evitar essas amálgamas é possível chegar a um entendi
.‘
dono escolar seria a expressão de unia inadequação profunda entre mento acerca de duas ..oncepções diferentes da palavra
as aspirações dos jovens e aquilo que a escola lhes propõe. Para o Ou ela é entend;iâ no sentido restrito de antecedente :‘wl»r ao
esquema dialéctico. a realidade é atravessada por conuadições que seu efeito, que lhe esti igado por uma relação necc’ái a. Neste
requerem a sua superaçàc para que ela esteja sempre em devir. caso. referimo-nos ao e’quema causal no sentido estril.’. ti õ*iiO
Qualquer fenómeno (conto a deterioração das condições de vida é ilustrado por O SuicLh’c de Durldieim. Ainda titio a ichições
nas escolas) ocorre mim processo dialéctica (as contradições do causais possam ser cou:p!exas e afastar-se de uni mnudc•’ ‘le deter
sistema escolar ou da sociedade capitalista avançada e. portanto, niinação linear entre do:s eu mais fenómenos, lidaii;.’ r.’:n um
temporal (a evolução da sociedade e do ensino), constituindo um modo de explicaçãt, er.ue outros. Ou entendemos a j’;.;ni ••eausa»
• momento desse processo, incbmpreeflsível (‘ora dó conjunto quê no sentido amplo, onio o principio de piddução do iepn’rIicmu,’ que
•‘‘ que, de
ele representa. exige a explicaçào. A causa é então concebida coiwi
Cada um destes esquemas constitui, com efeito, um modo de uma maneira ou de outra, pertence à constituição di’ ícnúineno»,
explicação no sentido amplo do tenno, quer dizer, uma maneira de ou, por outras palavras, faz parte do processo por iiicio dc, qual o
estabelecer uma relação entre um fenómeno social (como a taxa de fenómeno é produzido (Ladritre, op. viL). Neste c;tso, é possível
insucesso escolar ou de suicidio) e outra coisa: um ou mais fenó falar de causalidade sistémica, funcional, estrutural, actancial, her
menos, um sistema do qual ele depende, um contexto, uma tendén menêutica, dialéctica, etc. Sendo assim, a ideia de causa 6 muito
eia, um sentido que ele oculta, estratégias ou um sistema de acção, aberta e pode afastar-se muito de um esquema determinista e linear.
um jogo dialéctica no qual é apanhado..., resumindo, uma maneira Nada decidiremos aqui sobre estas distinções episiemológicas
de «o fazer sair do seu imediatísmo e do isolamento que implica» (quer dizer, que incidem nas condições de produção e de validade
(3. Ladriêre, «La causalité dans les sciences de la nature et dans les dos conhecimentos científicos). Desejamos apenas mostrar que,
sciences humaines», iii R. Frank dir.), Faus-il chercher aux causes seja qual for o ponto de vista, mais vale, para evitar tn nialenten
une raison? L’Explicatio’z causale dans les selences wmaines, didos e os falsos dcba:es, dizer com simplicidade e c :eczi :iuuilo
1
Paris, Vrin, pp. 24S-274). E este relacionamento que torna o fenó de que se fala e explLí:ar o sentido das palavras utiliI;t:t.
meno inteligível. Sob este ãngulo. elaborar uma problemática equi Afinal, no ei.tcnder de Berthelot, através destes dit’’’utcs es
vie a definir conjuntamente três elementos: o que pretendemos quemas de inteligibilidade esboçam-se três abord.i!: p:.’:::rle
explicar, aquilo com o qual o relacionaremos e o tipo de relação mentares do social. A primeira acentua a estrutura dc que o tcnó
: .ie perspectivamos entre os dois primeiros elementos. meno constitui um elemento ciii interacção voai otitre . ..$ttlIdd
Geralmente, esta teação é pensada em termos de causa. A ideia vê o fenómeno cmo uma realidade em devir, ltrc’tl.t rt’la
de causalidade suscta muitas reticências em ciências sociais. Em acção dos seres htim::cs e pelas contradições inteina. mn’s siste
pzirneiro lugar. são teni:das as explicações detenuinistas que expli nias por eles construii.s A terceira encara o femuet:.’ o’ii,o a

98 99
expressão de um sentido a des
c.obrir, aquele que os nu víduos
-1
ermos atribuem às scas experiê os análise é histórica e socta!tiente
situado. l, por exeinpl-’, e citi
orçensiva de IvIa x Weber
ncias (ao qual a sociologia com dio. o insucesso escalar, o funcion ci
amento de urna empi esa. pi
use mitigação pode revelar.
se esforça por aceder) ou aqu
ele que urna mas sociais, práticas ou compor obie —
tamentos, ruodificações de
As uitercntes perspect:vas teór cultural ou rioilna.tiva, corno ‘rtlern
se apresentam numa ou t’iii
fões concretas não se enquad
icas conservadas nas inv
estiga sociedades determinadas (geralm vár ias
ente a do investigador), n’n
noutra destas abordagens,
rara. de maneira uni voca, num
a ou mento determinado (geral mente u
o presente) ou no (Icem ‘‘s lo
mas conjugam geralmente diferen
tes tra— penodu deteriam i u ii
ns Com efeito, o snc tal e &
‘.
ao mesmo tempo, estruturaçã UJJL
accão :ransthnnad ora e sentido o, mularo seu projecto deinvestiga
, de modo que a compreensão de ção, articulando duas
tenómeno pode exigir que um que se conslTtiJiiiiiïïituaniente nele
essas três dimensões sejam tom : uma perspectiva teorica o
:.Jo5snicração conjuntain adas em ot1TleiLvestigaç,o concret uni
ente. o, ou ainda, ifiuiieiavcln;eaTL’:
Au tu boa investlgaçáo só pod olhoobjectoc-esihar. um
e ser realizada se atribuirmos
prioridade ao objecto e se uma Conceber u tna orobleasái ic a é
encararmos os recursos teóricos igualmente explic i tar o qt a Ito
aqur iu que são: meros insnun1 como cone md da sua investi irã
o, que dizer, escrevauipai
Iroens inteligível a realidad
cnt s, ainda que indispensáveis
, para dru
nctodo’ogi t pessoiWifiPsIn
e, mas instrumentos em prim
eiro precisar os conceitos fundamenta l’T ei
lugar! O trabalho teórico
1I
aão é desvalorizado, pelo contrár is e as relações que eles tin ciii
.isre essencialmeme em forn io, Con si, construir um sistema conceptual ie 51:.:
ecer os msntos de referência e adaptado ao objecto da i no>
cc força do trabalho de eluc as linhas tigação.
idação e está em permanente
posicão no decurso (leste pro recoin Concretamente, existem duas
cesso. E poi isso que & possíve maneiras de realizá-lo.
ano é dom investigador quem. l afirmar A primeira consiste em conservar
possiundo un4’sólida cultura
teórica, /,4 um quadro teórimicxnrio:i’e,
a L.c «esquecer a teoria» adafado ao problema estuda-
no decurso do seu trabalho do e cujos conceitos e inda»
os seus arcursos no momento para explorar m
preciso em que eles se imp
õem por sc ,e
1rble smas é- pos síve l
ten ü eoU nhadeE i organizações nu enil e -a -ii
partir do quadro tc-’n:co -i - a
proposto por Crozier
e Frietl bc ciii
2 >. : SEGU-VDQ M0é1& L’Acrenr et te sysrêicc (Pa: s,
VI-Q- A7íI3UlR-Sif Senil, 1977) e estruturar as ana
em torno de alguns conceit lises
[/4 PRO!3LEMÁ [/ os-chave dessa abordagem, e,
conceitos de racionzdicadc ltm -ir:o os
itada, de poder, de cstiatégta
-O segundo momento cons:st zona de incerteza. O-at: o exemp e dc
e na atrtbuição de urna pro lo: para estudar as potenciali
fl»a r si t nu da nv s’ip blerná— de circulação do vírus da sida dades
-
numa determinada puptilaçào
q m e ai» é \ pi oblu m ataca constitu
1’ i possível centrar as aaáiises em , é
turno do conceito de rede som
teorrea da investrgaçao. ai, a
:2 ai n Ir fou,a duf ir DATin
e tTaÇ5õ a ÇuTõéTênene
exemplo do que fizeram Lauinan
n e outros nos Estados Unidos
pottttJWUCWuh?r’WTI’ (lhe Social Organizetion o S’exna
im tr íçrurraraçnnáhçsse lity, Chicago, Univcrsitv ii
rnis-cn Clii
21° OfltO 2f!fltlI cago Press, 1994). Ou ainda,
para estudar as condutas de rrvn
ots»intnapttikraura csr nos bairros populares. é possive lta
o’hrt tinnotlent4Ç,cte l trabalhar directamente a pari
ir
uioa’fblação com o objecto oiK abordagem de actor social des
de estudo, o que implica envolvida por Dubet cru Lo cold
o» o es rtuenla de inteiigib:li a inserção Jewies eu sonde (Paris. Seu re
dade, corno os descritos por il,i 987), liste primeiro cenári
Ti,:» Lier-isso. não pode Berthelot, te em explorar o tneli:or possível
se r tomada em abstracto;
O 0k ‘n dev e rel acionar
uma problemática e meu a: ar-a
tos
-
p t guni au p til d r o teóricos que já deram provas eve
ntualmente adaptando -Os 1 ‘a
/
seu ooy co Este oby uto de
rigindo-os para os tomar mais apr e, tr -
opriados ao objecto dc

-
121
se ii sie te
temática, nem sempre
Quando se expli. na a ent
vavelm e. sri á
ide sobre Ecos necessários e, pro
;ca da nossa :itroitagem inc todos os recursos te bi com tu na a i e ata—
No fim çje»ta uhtsq unia ‘l exemplo as lej tu ra s su plementares
s, Nela o leitor encontrará um ci so proceder a alga rr: der cai p1 t aii. idade
5
o absentismo dos estudante gar, sim, será possível apreen
tica e a maneira de lá che ção bem precisa. As defini r o na is ia di—
dc coastruçao da problenN rob ler nát ica consiste cm abordagem pretendida e
iir a su as ideias centrais da
A segunda maneira de constn noiiiJwc coucc:tos centrais.
nciárpssadae ciosamnente possíve es paz tida, as leita -
esmÉotteleré eígado. iubução da pergunta de
deverá ser explorada por inv Como se verifica, a for e a expie ti piífll u
rnse1Efa possibilidade se var todas 1aiaoljji ias e finalment
que aio se trata de conser tase as ejurevJs tp
flfln is c, -l
.s caperientes. E cv idcnte retudo, de ticajjAqagçrnjntin
na sua ota1idade nem, sob sua piobi é nuaN á cutar
essaS abordagens teóricas baseariam, nas outras num processo tine
ria qu a todas as outras se p’EïY&fl’ectir—se urnas ces 5so ó foi deva -ai—
cor seu ler nua «ntegatcr’ri a» ramente linear, O pro
de elucidação respectivo. ou em espiral do que est a
clarez da cx -uNção
arde. udo, assim, o seu poder orma lar as par uma questão (te
é também a ocasião de ref posto em etapas d:.strnt que as etapas ir’sscrn
Expltci Lar a sua probicmáuca da faturação, e não por
.E e de progressividude o que, mesa lema
a çiidea stituem ao Os•e ircuitos de retroacçã
Essa reformuíaçáu cun mre duas funções que con realmente autónomas. or i q e e -uni au
s -
uma etapa para a anteri
tricoTes tempo duas v.antagen seguinte, retrocedem de
pian
!ni rim corrente e inc ons ciente dos investigadores princi esse processo circular.
, rec olh er o má xim o
fazer demasiado
tes consiste cru pretenderem o obj ect o da inv es
o de uhrapuss’cm
de elementos inconeudo no risc ência
pro oie .rnática permite tomar consci
tg»tçio. A cxplicttuçfirs da a per gnu ta de par
las, ‘e formulando
d asa ibições intciais e á ti itá- po no obj ect o, na
idir ao mesmo tem
lda, Essa limitaçflo deve inc o no sen tid o res trit o.
o metodológic
a bordarem teónca e no dispositiv gun ta de par tid a bo a
tefot muiação da per
olvida
s termos da opção teórica desenv ldupu 2 — A exploração
os iC em explici rá-ia a tareia for mu lad a por A laia
a pergunta
na proulemática Po ‘cxc orlo pri me ira eta pa) está
a estudantil (v.
bá-ata ne a propósito da lut to de r
r
a aceinual, centrada no concei
Igada à sua abordagem teóric
movimento social. s, a
e a.ero andamentos sucessivo
Por meio destas Narificaçdcs e per gun ta cen tral
e-se-a verdadeirament a
lguau de partda teim tra bal ho. Por
umirá o objectivo do
la nvest:gação, na qual sr res bas tan te ger al,
exetuolo, em vez de oucstio
cou o explicar a impoi tmncia ina
aluada escola, a probiernatiza
oar, de urna maneira

ção
bitual dos insucesso s
poderá conduzir a questionar
as Jiatções des ses
num

ins
a

uce
de ter

sso
mie
s.
r
u;àa maneira mais prrrasa suais.são oca r obs tác ulo s à
sua rePutação, col s 1et
a ria cii e nu Ira—
par» essa escola cume ser a sso s res ult am manifesta entre estas tré
foi-aia esses insuce A interacção que se iut’,
sua dcinocratiaaçãe .) eu de que nta a i -ta’biemá
dil áre nte s categorias de actores dotados seguintes. Assim, a olo
1 de relações de força entre -se também nns etapas
tes, 1 03
de recursos e estratégias d i.feren
hcga xe :ncan ao a com a construção do modelo de noirci
1
udejnzer-se cai dois
Coneber uma pi 1. e átca’
ad tse (quarta etapa). A construção d su aguese da problematu
ilação pelo seu cardcter ope.rac.ional, porquanto a construção deve Num primeiro i mci t faz-se o balano das robtemátisai
e.rv ir de guia à observação (quinta etapa) $ivels, e uci ai e e m atam se as suas caracteri ti a. Pai a
A importância da proble.naãtica para a construção das etapas e e e eito, tar e se o resu tinos o tra a tio e p oratoiio Cm
a aj de otsd refetêncla (esquemas nttWibilli
seguintes é c!arament.e estabelecida por Jean-Marie Bcrthelot (op.
mo os de expli ação) firnecidos pelas aulas teóri as ou lii
Sr, pp. 39 e segs.) quaudo organiza a fórmula dc Popper nos
de referencia, a a a se esclarecer as perspectivas teóricas e e ul
doesquc ina secu ate e afIrma que «qualquer discurso de
tendem as
uaicciinciito com mteisocs ccnrificas deve poder ser recondu—
1 ia
csW esquei-aa»: ruirurn
qud teórico .re cunenha ao problema e sobre o qual EEiT.
(/‘ } um dominiu suficiente. Para e plicitar a sua tPtl3Ttra
redaE_seorelioissível o objecto da investigaçã , nem a
onde do o ângulo >b o u 1 se de ide abordá la e reformulm lo a
pergunta de p uda de modo que ela se torne a petgw t (ati 1
T designa um «sistema concep ual organizado» que ‘ da investigaçã ara lamente, ex õe se a orienta ão t dri 1
concsp onde nossa pfoblemática; colhida, reorg tu ad -a cio fu ão do obectô de hnestiras o,
um eoriicran de enu uciados explicauvos»auuc chama por forma a o ter um «sistema cOnceut3LfRfliZadU_JIo
aiOS liiuotcscs c inodc: de ar.sc ra quarta etapa; priaflo ao que se investiga.
aristi1iii ia ctasse de pliuaciacios empíricos» que são

efectivamente as feações observadas e as relações rormulação da pergann de pjtnida (que se torna ao longo sI tal’,’
e apincas coa ciaa’c o;c, cor., p. $1) é fornecida pelos Um a pergunta cent a: da ia esIigação, leituras, entrevistas e
e.aunciados explicativos (o). Na nossa abordagem, esses tórias e problemati a ao ccusutuem, efectivamente a cotnpíuu 111
enunciados empíricas são o produto da análise de informa— completa atares de in p oeeso em espiral onde s efectu i is 1 tui a
e onde s elabora ri o f idarnento do modelo de anali iju
ç&s (sexta etapa).
operacioaalizará a r pec t a e colluda,

Esta passagem mostra brio as implicações metodológicas da


zoacin cieatihca ore nanoL zada pelas etapas seguintes. TRAJIALIIO DE APLiCAÇÃO N.° 8
A ESCOLI1 FÁ EflI1CITAÇÀO DE UMA pgomnlÁ’rlca

te en aplicar à sua investigaçaO a


EsV exercício c a 3
RE’UMO DA tERCEIRA ETAPA latia à construção de uma problemática.
A PROI3LI-M&TICA
1. Q ais são as i reis e abordagen do problema revelei i li
robleniátiea é abo lagem ou a perspecüva teórica que se decide suas 1 duras pelas ei tievistas xploratorias
7
ar para trat r o prclbletna colocadc pela perguhta de partida. 2. De que modo le e hcação decorrem estas difereat a di
-
tua maneira de interro ar o f nómeno estudados Consiruir a mi geas? Soeorr da ,ulis teóricas ou de urna obt que t o>>
prol 1 ática quer drter sponder à pergunta «como you abordar este
nha urna tipolo ia do esquemas de inteligibilidade ou 1’ i
tanorneno?» dos de explic sçao di social.

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