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PRINCÍPIOS DE COMUNICAÇÃO II

Modulação em Largura de Pulso - PWM

O sistema PWM consiste em variar a largura do pulso da portadora, proporcionalmente ao sinal


modulante, mantendo constantes a amplitude e o intervalo de tempo a que os pulsos se repetem.

Podemos classifica o PWM como:


- PWM simétrico, quando temos variações em ambos os bordos do pulso.
- PWM assimétrico, quando temos variações em apenas um bordo de cada vez.

A figura abaixo mostra as formas de onda do PWM.

A largura instantânea do pulso é uma função do sinal modulante dada por:


τ (t ) = τ o + K × e m (t ) onde τ(t) é a largura instantânea do pulso;

K é a constante do circuito modulador, capaz de converter as


variações de tensão de em(t) em variações da largura de τ(t).
K= s/v (segundos por Volt)

Se utilizarmos um sinal modulante cossenoidal, com uma expressão do tipo:


e m (t ) = E m × cos ω m t

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Então teremos o seguinte desenvolvimento:
τ (t ) = τ o + K × E m × cos ω m t

 K × Em 
τ (t ) = τ o × 1 + × cos ω m t 
 τo 
Definimos o índice de modulação PWM:
K × Em
m= onde 0≤m≤1
τo
O formato ideal para a portadora trem-de-pulsos que vai ser modulada em PWM é com ciclo de
trabalho de 50%, ou seja, um trem-de-pulsos simétrico. Conforme demostrado pela equações abaixo:
τ (t ) = τ o + K × E m × cos ω m t

Quando cosωmt = 1 τ(t) = τmáx


τ máx = τ o + K.E m

Quando cosωmt = -1 τ(t) = τmín


τ mín = τ o − K.E m
Se considerarmos a máxima largura do pulso modulado coincidente com o período e a mínima largura
sendo nula, teremos:
τ máx = τ o + K.E m Resolvendo as duas equações, temos

To
τ mín = τ o − K.E m τo =
2

Um trem-de-pulsos desenvolvida em Série de Fourier, sendo descrito como:


E o .τ o 2 E o ∞
1 nπτ o
eo (t ) =
To
+
π
∑ n . sen
n =1 To
. cos nω o t

No caso do sinal modulado PWM, ao invés de τo, temos τ(t) na expressão final.
Então:
Eo .(t ) 2 Eo ∞ 1 nπτ (t )
e(t ) =
To
+ ∑
π n =1 n
.sen
To
. cos nω ot

Eo .τ o 2E ∞ 1 nπτ o
e(t ) = .(1 + m cos ω mt ) + o ∑ .sen .(1 + m cos ω mt ). cos nω ot
To π n =1 n To
Eo .τ o m.Eo .τ o 2E ∞ 1  nπτ o m.nπτ o 
e(t ) = + cos ω mt + o ∑ .sen  + cos ω mt . cos nω ot
To To π n =1 n  To To 

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Sendo que podemos definir os seguintes termos:
E o .τ o
1. valor constante, independente do tempo, é o valor médio do sinal modulado e(t).
To

m.E o .τ o
2. cos ω m t raia correspondente ao sinal modulante, pois está situada na velocidade wm.
To

2. E o ∞  n. π . τ o n. m. π . τ o 
3. . ∑ .sen  + . cos ω m t . cos nω o t que é a função de Bessel, e que desenvolve
π n =1  To To 
numa somátoria de cossenóides de velocidades angulares múltiplas de wm. Como essa parcela está
multiplicada por cos nω o t , teremos para cada valor n, um espectro semlhante ao do sinal modulado
em FM, centrado em um harmônico da portadora.

Na figura abaixo mostramos o espectro de amplitudes do sinal modulado PWM

Largura de Faixa Ocupada pelo Sinal Modulado

A largura de faixa de um trem-de- pulsos é dada por:


1
B=
τ
No caso de um sinal PWM, temos τ = τ (t ) e, para determinarmos a maior largura de faixa
ocupada pelo sinal modulado PWM, consideremos τ (t ) = τ min . Assim:
1
τ min = τ o (1 − m) e B= com m < 1
τ o (1 = m)

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Cicuitos Moduladores PWM

O principio básico para um modulador PWM é fazer com que uma variação de amplitude se
converta, de forma linear, em variação do espaço de tempo transcorridos entre dois eventos. Utilizando a
soma do sinal modulante com uma rampa, simétrica ou assimétrica, obtida a partir da portadora é possível
fazer essa modulação. Ver figura:

O circuito R2, C2 é um integrador que transforma a portadora em uma onda triangular que
acoplada por C3 e R3, soma-se ao sinal modulante (R1, C1) através do operacional A1. O divisor
resistivo formado por R6, R7 e P1 ajusta o nível DC da tensão de saída do somador, para torná-la
compatível com a tensão de disparo do Schmitt-Trigger.
O nível de disparo do Schmitt- Trigger é constante e dado pelos próprios componentes do circuito
e ao variarmos a posição do cursor P1 alteramos a profundidade de modulação dada a portadora. Podemos
deduzir que se fixados τo e EM, o potenciômetro P1 altera o índice de modulação, sendo responsável pelo
“K” do circuito. Na figura mostramos a analise do sinal em cada ponto do circuito.

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Na figura abaixo mostramos uma alternativa de modulador PWM assimétrico de bordo esquerdo e
um integrador para gerar PWM de bordo direito com seus respectivos sinais. Em ambos os integradores, o
resistor R13 é muito menor que R2, de maneira que a carga do capacitor seja lenta, feita somente por r2, e
a descarga é rápida, feita por R13 em paralelo com R2. O comportamento do segundo circuito é o inverso
do primeiro.

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Outro modo de geração do sinal PWM é através do CI 555 ou 556, conforme figura abaixo. A
portadora gerada internamente por esse modulador é um trem-de-pulsos com freqüência dada por:
1,44 R2
fo = e ciclo de trabalho ct =
( R1 + 2.R 2).C1 R1 + 2.R 2

Demodulação do Sinal PWM

A demodulação do sinal PWM pode ser feita por dois processos:


1.Utilizando um circuito detetor de envoltória com um filtro passa-baixas. O inconveniente deste
processo é que há uma inevitável interferência das bandas laterais relativas a fo, causando uma distorção

que só poderia ser eliminada se aumentássemos muito fo. Ocorre que esse aumento exigiria uma largura
de faixa muito maior que aquela calculada, tornando o sistema inviável em função da largura de faixa
ocupada.

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Então, a ser o aumento de fo até o ponto em que isso provoque uma distorção tolerável no sinal
recuperado, mantendo a largura da faixa originalmente determinada.
Tomando por base os valores de Bessel, podemos chegar a um conjunto de equações que definem
a freqüência mínima de portadora, em função do índice de modulação e da freqüência do sinal modulante,
tendo como parâmetro a distorção. Essas expressões, giraram em torno do intervalo 0 < m < 1.

Distorção de 1%:
fo ≥ fm . (3,5 + 2,5 . m)

Distorção de 2%:
fo ≥ fm . (2,9 + 2,2 . m)

Distorção de 5%:
fo ≥ fm . (2,2 + 2 . m)

Distorção de 10%:
fo ≥ fm . (2 + m)

Essas expressões levam em conta que o ciclo de trabalho da portadora é de 50%. Outros valores
do ciclo de trabalho provocam variações no termo que está multiplicando o índice de modulação.

Na modulação PWM, a observância restrita do Teorema da Amostragem (ou seja: fo = 2. fm)


provocará uma distorção no sinal recuperado seguramente maior que 10%.

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2.O outro processo é chamado de “Demodulação Indireta” e consiste em converter o sinal PWM
em PAM, fazendo posteriormente uma amostragem com retenção e uma filtragem passa-baixas, para
recuperar a informação. A figura abaixo mostra um diagrama de blocos básicos para este demodulador.

A figura abaixo mostra as formas de onda relacionadas aos pontos numerados no diagrama de

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blocos do demodulador.
Convém observar que a melhor opção do tipo de PWM a usar para esta demodulação é o
assimétrico de bordo direito, pois todos os instantes de sincronismo são obtidos em relação ao bordo de
subida do pulso modulado PWM. Outro detalhe é relativo às formas de onda nos pontos 6 e 7, que
supõem o circuito já em funcionamento, pois se este tivesse sido ligado em condições iniciais nulas, no
instante do início do gráfico, a forma de onda deveria iniciar em zero.

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