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PULSE WIDTH MODULATION

CONCEITOS E CIRCUITO-EXEMPLO
Albert Moreira
Thiago Negreiros
Marcos Portnoi

Introdução

De acordo o teorema da amostragem, um sinal limitado em faixa, isto é, um sinal


com largura de banda limitada em B Hz, é especificado completamente por seus
valores espaçados a intervalos uniformes de 1/(2B) segundos, ou menos. Ao invés
de transmitir todo o sinal continuamente, necessita-se transmiti-lo apenas em um
número finito de instantes (2B por segundo ou 2B Hz). A informação na amostra
pode ser transmitida usando modulação de pulso.

Existem várias formas de modulação de pulso, a saber:

Modulação por Amplitude de Pulso (PAM)

Modulação por Posição de Pulso (PPM)

Modulação por Código de Pulso (PCM)

Modulação por Largura de Pulso (PWM)

Esta pesquisa objetiva tratar a Modulação por Largura de Pulso (PWM)


qualitativamente e apresentar um exemplo de circuito modulador.

Modulação de largura de Pulso

Também conhecida por PWM, do inglês Pulse Width Modulation, este tipo de
modulação mantém a amplitude dos pulsos constantes e varia-se a sua largura
proporcionalmente aos valores de f(t) (sinal modulador) nos instantes
correspondentes, como mostra a Figura 1.
Figura 1: Modulação PWM.

Circuito Modulador PWM

O circuito aqui descrito na Figura 2 é um controlador de entrada DC e saída DC


tipo PWM, com alimentação de 12 volts, e foi projetado para ser basicamente um
controlador de lâmpadas (dimmer) ou de motores DC.

A grande vantagem do uso circuitos PWM como controladores contra os circuitos


resistivos é quanto a eficiência. Enquanto o PWM trabalha com eficiência quase 1
(menos de 1% de perda), para um circuito resistivo trabalhando a 50% da carga,
50% vai realmente para alimentação da carga e 21% é perdido em aquecimento
nos resistores. Isto é uma grande vantagem para fontes de energia renovável.

Uma outra grande vantagem é que, na modulação de largura de pulso, os pulsos


estão com o valor nominal de pico, gerando um maior torque nos motores. Um
controlador resistivo, já que deverá ter uma tensão reduzida, poderá causar
parada de um motor devido ao torque reduzido. Além disso, pode-se usar
potenciômetros menores para controlar uma variedade de cargas, ao contrário dos
resistivos que usam potenciômetros grandes e caros.
Uma das desvantagens do PWM é a complexidade e a possibilidade de gerar
interferência de rádio freqüência (RFI). RFI pode ser minimizada colocando o
controlador perto da carga e em alguns casos, usando filtros adicionais.

O circuito mostrado requer um oscilador estável para operá-lo. U1a e U1d formam
uma forma de onda quadrada/triangular com freqüência de aproximadamente
400Hz. Este sinal é que será comparado com o sinal de entrada (ver adiante) a fim
de produzir os pulsos variáveis em largura. A freqüência da onda triangular tem de
ser suficiente para produzir amostras bastantes do sinal modulador, de forma que
se possa reconstruí-lo na demodulação. Segundo o critério de Nyquist, a
freqüência do sinal comparador (onda triangular) tem de ser de pelo menos 2B Hz,
sendo B a largura de banda do sinal modulador. Para este circuito apresentado,
como o sinal de entrada ou modulador é um sinal DC, com variação através de um
potenciômetro, a freqüência de 400Hz é adequada. Ademais, não se tenciona
demodular o sinal PCM, de forma que uma reconstrução perfeita do sinal
modulador não é necessária.

U1c é usado para gerar uma referência de 6 volts, a qual é usada como um terra
virtual para o oscilador. Isto é necessário para que o oscilador opere com uma
única fonte ao invés de uma fonte de tensão simétrica, como é de praxe.

U1b é conectado em um circuito comparador e é a parte do circuito que gera a


largura de pulso variável. Um comparador é um circuito no qual a saída do
amplificador operacional (op-amp) é verdadeira ou falsa, dependendo de se a
tensão aplicada no pino positivo de entrada do op-amp for maior que a tensão
aplicada no pino negativo de entrada (verdadeiro) ou vice-versa (falso). O pino 6
do U1b recebe uma tensão variável de R6, VR1 e R7. Ista é comparado com o
pulso triangular do pino 14 da U1d. Quando a onda é superior à voltagem do pino
6, U1 produz uma saída alta. Quando a onda é mais baixa que a voltagem do pino
6, U1 produz uma saída baixa. Variando a voltagem do pino 6, os pontos
ligados/desligados são movidos para cima e para baixo da onda triangular,
produzindo um pulso de largura variável.

Os resistores R6 e R7 são usados para setar os pontos finais do controle VR1. Os


valores mostrados permitem ao controlador ter um valor máximo e mínimo com o
deslizar do potenciômetro. Estes valores dos componentes podem ser variados
para mudar o comportamento do potenciômetro.

Q1 é um transistor MOSFET canal-n. Ele recebe a tensão de pulso modulado na


largura no gate e chaveia a corrente da carga ora sim, ora não. Quando Q1 está
em ligado, ele fará com que um terra seja fornecido para a carga. Quando Q1 está
desligado, o terra da carga fica flutuando. Deve-se haver cuidado de forma que os
terminais da carga não estejam aterrados ou um curto-circuito irá ocorrer. A carga
terá a fonte de tensão no lado positivo durante todo o tempo.

O LED1 fornece uma luminosidade variável em resposta à largura do pulso. O


capacitor C3 suaviza a saída chaveada e remove algumas interferências de rádio-
freqüência (RFI), que é uma das desvantagens que podem ocorrer na modulação
PWM. O diodo D1 serve para cortar a tensão reversa de cargas indutivas dos
motores.

Os componentes chave S1, fusível F1, e toda fiação entre o FET, fonte e carga
deverão ser capazes de suportar a corrente máxima da carga.

Figura 2: Circuito-exemplo.
Considerações Finais

O funcionamento do circuito-exemplo, de posse de um oscilador, que permita ver


o sinal de entrada, o sinal comparador (onda triangular) e o sinal de saída, é
bastante ilustrativo para ter clara compreensão da Modulação por Largura de
Pulso (PWM). Sugere-se, em laboratório, acoplar os osciladores conforme
demonstrado na Figura 2, o que dará uma mostra interessante das formas de
onda e seu efeito na largura dos pulsos de saída.

Referências Bibliográficas

BARR, Michael. Embedded systems programming [online]. Embedded.com.


Disponível na Internet via URL:
http://www.embedded.com/story/OEG20010821S0096. Arquivo capturado em
07.07.2002.

COOK, G. Forest. Pulse width modulator [online]. Disponível na Internet via


URL: http://www.humboldt1.com/~michael.welch/extras/pwmhp75.pdf. Arquivo
capturado em 07.07.2002

INTEGRATED PUBLISHING. Pulse-time modulation [online]. Disponível na


Internet via URL: http://www.tpub.com/neets/book12/49k.htm. Arquivo capturado
em 07.07.2002.

LATHI, B. P. Modern digital and analog communication systems. 3ª. ed, New
York, Oxford University Press, 1998. p. 251 a 262.

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