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Cecília Menezes

Curso SUS (Sistema Único De Saúde)

Lei nº 8.080, de 19/09/1990

Organização das ações e serviços de saúde do SUS


De forma regionalizada e hierarquizada
Em níveis de complexidade crescente.

CAPÍTULO III
Da Organização, da Direção e da Gestão
Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seja diretamente
ou mediante participação complementar da iniciativa privada, serão organizados de forma regionalizada
e hierarquizada em níveis de complexidade crescente.

DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011.

DA ORGANIZAÇÃO DO SUS
O SUS é constituído pela conjugação das ações e serviços de promoção, proteção e recuperação da
saúde executados pelos entes federativos, de forma direta ou indireta, mediante a participação
complementar da iniciativa privada, sendo organizado de forma regionalizada e hierarquizada.

O Decreto 7.508/2011 institui mecanismos para a melhoria de acesso e da prestação de serviços no


Sistema Único de Saúde (SUS).

O decreto define e consolida o modelo de atenção regional, em que municípios vizinhos deverão se
organizar para ofertar atendimento de saúde às suas populações.

Cada uma das regiões identificadas em todo o país deverá ter condições para realizar desde consultas
de rotina até tratamentos complexos.

Caso não haja capacidade física instalada naquela região para a execução de determinado
procedimento, os gestores daquela rede têm de fechar parceria com outras regiões, que atenderão sua
demanda.

NORMA OPERACIONAL DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE / SUS - NOAS-SUS 01/02


O processo de regionalização deverá contemplar:
Uma lógica de planejamento integrado
Compreendendo as noções de territorialidade
Na identificação de prioridades de intervenção e de conformação de sistemas funcionais de saúde
Não necessariamente restritos à abrangência municipal
Mas respeitando seus limites como unidade indivisível

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De forma a garantir o acesso dos cidadãos a todas as ações e serviços necessários para a resolução de
seus problemas de saúde
Otimizando os recursos disponíveis.

Institui o Plano Diretor de Regionalização - PDR


instrumento de ordenamento do processo de regionalização da assistência em cada estado e no Distrito
Federal,
baseado nos objetivos de definição de prioridades de intervenção coerentes com as necessidades de
saúde da população e garantia de acesso dos cidadãos a todos os níveis de atenção.

DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011.

DA ORGANIZAÇÃO DO SUS
REGIÃO DE SAÚDE
Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes,
delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e
infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o
planejamento e a execução de ações e serviços de saúde.

REGIÃO DE SAÚDE
Espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes
Delimitado a partir de:
Identidades culturais, econômicas e sociais.
Redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados
Finalidade: integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde.

Região de Saúde - base territorial de planejamento da atenção à saúde, não necessariamente


coincidente com a divisão administrativa do estado, a ser definida pela Secretaria Estadual de Saúde, de
acordo com as especificidades e estratégias de regionalização da saúde em cada estado, considerando:
características demográficas, socioeconômicas, geográficas, sanitárias, epidemiológicas oferta de
serviços relações entre municípios, entre outras.

Dependendo do modelo de regionalização adotado, um estado pode se dividir em macrorregiões,


regiões e/ou microrregiões de saúde.

Por sua vez, a menor base territorial de planejamento regionalizado, seja uma região ou uma
microrregião de saúde, pode compreender um ou mais módulos assistenciais.

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Município A Município B Município C
Atenção básica Atenção básica Atenção básica
Laboratório Hospital
Radiodiagnóstico Ultrassonografia
Hospital de média Serviços de diálise
Complexidade

Região de saúde

DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011.

Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de


complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde.

ATENÇÃO À SAÚDE
SUS de A a Z

É tudo que envolve o cuidado com a saúde do ser humano, incluindo as ações e serviços de promoção,
prevenção, reabilitação e tratamento de doenças. No SUS, o cuidado com a saúde está ordenado em
níveis de atenção, que são a básica, a de média complexidade e a de alta complexidade.

Particularmente no caso dos pequenos municípios, isso pode ser feito por meio de pactos regionais que
garantam às populações dessas localidades acesso a todos os níveis de complexidade do sistema.

A prioridade para todos os municípios é ter a atenção básica operando em condições plenas e com
eficácia.

NÍVEIS DE ATENÇÃO

ATENÇÃO BÁSICA OU PRIMÁRIA


ATENÇÃO SECUNDÁRIA
ATENÇÃO TERCIÁRIA

Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde


Acordo de colaboração firmado entre entes federativos com a finalidade de organizar e integrar as
ações e serviços de saúde na rede regionalizada e hierarquizada, com definição de responsabilidades,
indicadores e metas de saúde, critérios de avaliação de desempenho, recursos financeiros que serão
disponibilizados, forma de controle e fiscalização de sua execução e demais elementos necessários à
implementação integrada das ações e serviços de saúde;

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Contrato organizativo da ação pública
O contrato organizativo da ação pública, como um instrumento da gestão compartilhada, tem a função
de definir entre os entes federativos as suas responsabilidades no SUS, permitindo, a partir de uma
região de saúde, uma organização dotada de unicidade conceitual, com diretrizes, metas e indicadores,
todos claramente explicitados e que devem ser cumpridos dentro de prazos estabelecidos.

CLÁUSULA PRIMEIRA
DO OBJETO
As cláusulas e condições deste CONTRATO têm por objeto a organização, o financiamento e a
integração das ações e dos serviços de saúde, sob a responsabilidade dos entes federativos na região
XXXX, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde dos usuários através da rede
de atenção a saúde para conformar o Sistema Único de Saúde (SUS).

DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011.

DA ORGANIZAÇÃO DO SUS
REGIÃO DE SAÚDE
Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes,
delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e
infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o
planejamento e a execução de ações e serviços de saúde.

Regiões de Saúde
Instituídas pelo Estado, em articulação com os Municípios, respeitadas as diretrizes gerais pactuadas na
Comissão Intergestores Tripartite - CIT.
Poderão ser instituídas Regiões de Saúde interestaduais, compostas por Municípios limítrofes, por ato
conjunto dos respectivos Estados em articulação com os Municípios.
A instituição de Regiões de Saúde situadas em áreas de fronteira com outros países deverá respeitar as
normas que regem as relações internacionais.

Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, no mínimo, ações e serviços de:
I - atenção primária;
II - urgência e emergência;
III - atenção psicossocial;
IV - atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e
V - vigilância em saúde.

A instituição das Regiões de Saúde observará cronograma pactuado nas Comissões Intergestores.

Regiões de Saúde
As Regiões de Saúde serão referência para as transferências de recursos entre os entes federativos.

As Redes de Atenção à Saúde estarão compreendidas no âmbito de uma Região de Saúde, ou de várias
delas, em consonância com diretrizes pactuadas nas Comissões Intergestores. ,

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Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de
complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde.

DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011.

Os entes federativos definirão os seguintes elementos em relação às Regiões de Saúde:


I - seus limites geográficos;
II - população usuária das ações e serviços;
III - rol de ações e serviços que serão ofertados; e
IV - respectivas responsabilidades, critérios de acessibilidade e escala para conformação dos serviços.

Ao usuário será assegurada a continuidade do cuidado em saúde, em todas as suas modalidades, nos
serviços, hospitais e em outras unidades integrantes da rede de atenção da respectiva região.

As Comissões Intergestores pactuarão as regras de continuidade do acesso às ações e aos serviços de


saúde na respectiva área de atuação.

Para assegurar ao usuário o acesso universal, igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde do
SUS, caberá aos entes federativos, além de outras atribuições que venham a ser pactuadas pelas
Comissões Intergestores:
I - garantir a transparência, a integralidade e a equidade no acesso às ações e aos serviços de saúde;
II - orientar e ordenar os fluxos das ações e dos serviços de saúde;
III - monitorar o acesso às ações e aos serviços de saúde; e
IV - ofertar regionalmente as ações e os serviços de saúde.

Comissões Intergestores - instâncias de pactuação consensual entre os entes federativos para definição
das regras da gestão compartilhada do SUS.

ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA

O Ministério da Saúde disporá sobre critérios, diretrizes, procedimentos e demais medidas que auxiliem
os entes federativos no cumprimento das atribuições que garantam o acesso universal e igualitário.

Lei nº 8.080, de 19/09/1990

Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo com o inciso I do art. 198 da
Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos seguintes órgãos:
I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;
II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão
equivalente; e
III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente.

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DA ORGANIZAÇÃO DO SUS
O SUS é constituído pela conjugação das ações e serviços de promoção, proteção e recuperação da
saúde executados pelos entes federativos, de forma direta ou indireta, mediante a participação
complementar da iniciativa privada, sendo organizado de forma regionalizada e hierarquizada.

Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes,
delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e
infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o
planejamento e a execução de ações e serviços de saúde.

IDENTIDADES CULTURAIS, ECONÔMICAS E SOCIAIS


IDENTIDADE DE REDES DE COMUNICAÇÃO
INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES COMPARTILHADOS

Lei nº 8.080, de 19/09/1990

Organização das ações e serviços de saúde do SUS


De forma regionalizada e hierarquizada
Em níveis de complexidade crescente.

CAPÍTULO III
Da Organização, da Direção e da Gestão
Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seja diretamente
ou mediante participação complementar da iniciativa privada, serão organizados de forma regionalizada
e hierarquizada em níveis de complexidade crescente.

DA ORGANIZAÇÃO DO SUS
O SUS é constituído pela conjugação das ações e serviços de promoção, proteção e recuperação da
saúde executados pelos entes federativos, de forma direta ou indireta, mediante a participação
complementar da iniciativa privada, sendo organizado de forma regionalizada e hierarquizada.

Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de


complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde.

ATENÇÃO À SAÚDE
SUS de A a Z
É tudo que envolve o cuidado com a saúde do ser humano, incluindo as ações e serviços de promoção,
prevenção, reabilitação e tratamento de doenças. No SUS, o cuidado com a saúde está ordenado em
níveis de atenção, que são a básica, a de média complexidade e a de alta complexidade.

Essa estruturação visa à melhor programação e planejamento das ações e serviços do sistema. Não se
deve, porém, considerar um desses níveis de atenção mais relevante que outro, porque a atenção à
Saúde deve ser integral. Nem sempre um município necessita ter todos os níveis de atenção à saúde
instalados em seu território, para garantir a integralidade do atendimento à sua população.

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Particularmente no caso dos pequenos municípios, isso pode ser feito por meio de pactos regionais que
garantam às populações dessas localidades acesso a todos os níveis de complexidade do sistema.

A prioridade para todos os municípios é ter a atenção básica operando em condições plenas e com
eficácia.

NÍVEIS DE ATENÇÃO
ATENÇÃO BÁSICA OU PRIMÁRIA
ATENÇÃO SECUNDÁRIA
ATENÇÃO TERCIÁRIA

NÍVEIS DE ATENÇÃO

Como um nível de atenção, a atenção primária é frequentemente representada como a base da


pirâmide da atenção em saúde.

A camada do meio é a da atenção secundária enquanto que a atenção terciária está situada no topo da
pirâmide.

A atenção primária é a resposta para os problemas inespecíficos e comuns de saúde, responsáveis pela
grande maioria das necessidades de saúde da população.

Problemas que exigem conhecimentos médicos mais especializados são tratados na atenção
secundária, nos hospitais ou em ambulatórios, enquanto que os casos raros e muito complexos são
abordados pelo nível terciário.

Atenção básica ou primária


Pelas características de seus serviços, a atenção primária é um tipo de cuidado ambulatorial e
diretamente acessível aos pacientes, com um caráter generalista, situado na comunidade a que serve e
com um foco sobre o indivíduo em sua situação domiciliar e contexto social.

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Atenção primária
Em vários países a experiência tem mostrado que a distância entre as necessidades da população e as
respostas institucionais pode ser enfrentada no ponto onde normalmente os pacientes ingressam nos
sistemas de saúde, no qual seus problemas de saúde sao analisados e as decisões sobre que recursos
devem ser mobilizados para resolvê-los são tomadas: esse lugar é a atenção primária.(OMS, 2002).

Declaração de Alma-Ata da OMS em 1978 com foco:


Na solidariedade e acesso equitativo ao cuidado em saúde;
Na proteção e promoção de saúde em vez da cura das doenças;
Na maior influência da população na atenção à saúde em vez do exclusivo domínio profissional;
Na ampla colaboração intersetorial ao se lidar com os problemas da comunidade.
(OMS, 1978)

Provisão de serviços de atenção em saúde, integrados e acessíveis, por profissionais que são
responsáveis por resolver a grande maioria das necessidades da atenção em saúde, desenvolvendo uma
parceria sustentável com pacientes e colocando-os em prática no contexto da família e da comunidade.

Refere-se ao primeiro contato de atenção ambulatorial, diretamente acessível, para problemas de


saúde não selecionados;

Oferece serviços diagnósticos, reabilitadores e paliativos como resposta ao volume desses problemas;
Oferece prevenção a indivíduos e a grupos de risco na população a que servem;

Considera o contexto pessoal e social dos pacientes;

É prestada por uma variedade de disciplinas;

Assegura aos pacientes a continuidade da atenção ao longo do tempo, assim como entre os
profissionais.

ATENÇÃO BÁSICA OU ATENÇÃO PRIMÁRIA


PORTARIA Nº 2.488, DE 21 DE OUTUBRO DE 2011 Aprova a Política Nacional de Atenção Básica,
estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia
Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS).

A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo,
que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a
reabilitação, redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção
integral que impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e
condicionantes de saúde das coletividades.

A Política Nacional de Atenção Básica considera os termos Atenção Básica e Atenção Primária a Saúde,
nas atuais concepções, como termos equivalentes. Associa a ambos os termos: os princípios e as
diretrizes definidos neste documento.

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A Política Nacional de Atenção Básica tem na Saúde da Família sua estratégia prioritária para expansão e
consolidação da atenção básica.

A qualificação da Estratégia de Saúde da Família e de outras estratégias de organização da atenção


básica deverão seguir as diretrizes da atenção básica e do SUS configurando um processo progressivo e
singular que considera e inclui as especificidades locoregionais.

É desenvolvida:

Por meio do exercício de práticas de cuidado e gestão, democráticas e participativas,


Sob forma de trabalho em equipe,
Dirigidas a populações de territórios definidos, pelas quais assume a responsabilidade sanitária,
Considerando a dinamicidade existente no território em que vivem essas populações.

Utiliza tecnologias de cuidado complexas e variadas que devem auxiliar no manejo das demandas e
necessidades de saúde de maior frequência e relevância em seu território, observando critérios de risco,
vulnerabilidade, resiliência e o imperativo ético de que toda demanda, necessidade de saúde ou
sofrimento devem ser acolhidos.

É desenvolvida com o mais alto grau de descentralização e capilaridade, próxima da vida das pessoas.

Deve ser o contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e centro de comunicação da
Rede de Atenção à Saúde.

ATENÇÃO BÁSICA OU ATENÇÃO PRIMÁRIA


PRINCÍPIOS E DIRETRIZES

Universalidade
Acessibilidade
Vínculo
Continuidade do cuidado,
Integralidade da atenção
Responsabilização
Humanização
Equidade
Participação social.

A Atenção Básica considera o sujeito em sua singularidade e inserção sócio-cultural, buscando produzir
a atenção integral.

A Atenção Básica tem a Saúde da Família como estratégia prioritária para sua organização de acordo
com os preceitos do Sistema Único de Saúde.

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FUNDAMENTOS DA ATENÇÃO BÁSICA
Ter território adstrito sobre o mesmo, de forma a permitir o planejamento, a programação
descentralizada e o desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais com impacto na situação, nos
condicionantes e determinantes da saúde das coletividades que constituem aquele território sempre
em consonância com o princípio da equidade.

Possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade e resolutivos, caracterizados


como a porta de entrada aberta e preferencial da rede de atenção, acolhendo os usuários e
promovendo a vinculação e corresponsabilização pela atenção às suas necessidades de saúde.

O estabelecimento de mecanismos que assegurem acessibilidade e acolhimento pressupõe uma lógica


de organização e funcionamento do serviço de saúde, que parte do princípio de que a unidade de saúde
deva receber e ouvir todas as pessoas que procuram os seus serviços, de modo universal e sem
diferenciações excludentes.

O serviço de saúde deve se organizar para assumir sua função central de acolher, escutar e oferecer
uma resposta positiva, capaz de resolver a grande maioria dos problemas de saúde da população e/ou
de minorar danos e sofrimentos desta, ou ainda se responsabilizar pela resposta, ainda que esta seja
ofertada em outros pontos de atenção da rede.

A proximidade e a capacidade de acolhimento, vinculação, responsabilização e resolutividade são


fundamentais para a efetivação da atenção básica como contato e porta de entrada preferencial da
rede de atenção;

Adscrever os usuários e desenvolver relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e a


população adscrita garantindo a continuidade das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado.

A adscrição dos usuários é um processo de vinculação de pessoas e/ou famílias e grupos a


profissionais/equipes, com o objetivo de ser referência para o seu cuidado.

O vínculo, por sua vez, consiste na construção de relações de afetividade e confiança entre o usuário e o
trabalhador da saúde, permitindo o aprofundamento do processo de corresponsabilização pela saúde,
construído ao longo do tempo, além de carregar, em si, um potencial terapêutico.

A longitudinalidade do cuidado pressupõe a continuidade da relação clínica, com construção de vínculo


e responsabilização entre profissionais e usuários ao longo do tempo e de modo permanente,
acompanhando os efeitos das intervenções em saúde e de outros elementos na vida dos usuários,
ajustando condutas quando necessário, evitando a perda de referências e diminuindo os riscos de
iatrogenia decorrentes do desconhecimento das histórias de vida e da coordenação do cuidado.

Coordenar a integralidade em seus vários aspectos, a saber:


Integração de ações programáticas e demanda espontânea;
Articulação das ações de promoção à saúde, prevenção de agravos, vigilância à saúde, tratamento e
reabilitação e manejo das diversas tecnologias de cuidado e de gestão necessárias a estes fins e à
ampliação da autonomia dos usuários e coletividades;

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Trabalhando de forma multiprofissional, interdisciplinar e em equipe;
Realizando a gestão do cuidado integral do usuário e coordenando-o no conjunto da rede de atenção.

Coordenar a integralidade em seus vários aspectos...

A presença de diferentes formações profissionais assim como um alto grau de articulação entre os
profissionais é essencial, de forma que não só as ações sejam compartilhadas, mas também tenha lugar
um processo interdisciplinar no qual progressivamente os núcleos de competência profissionais
específicos vão enriquecendo o campo comum de competências ampliando assim a capacidade de
cuidado de toda a equipe.

Essa organização pressupõe o deslocamento do processo de trabalho centrado em procedimentos,


profissionais para um processo centrado no usuário, onde o cuidado do usuário é o imperativo ético-
político que organiza a intervenção técnico-científica.

Estimular a participação dos usuários como forma de ampliar sua autonomia e capacidade na
construção do cuidado à sua saúde e das pessoas e coletividades do território, no enfrentamento dos
determinantes e condicionantes de saúde, na organização e orientação dos serviços de saúde a partir
de lógicas mais centradas no usuário e no exercício do controle social.

A atenção básica deve cumprir algumas funções para contribuir com o funcionamento das Redes de
Atenção à Saúde (RAS), são elas:
Ser base
Ser resolutiva
Coordenar o cuidado
Ordenar as redes

Ser base: ser a modalidade de atenção e de serviço de saúde com o mais elevado grau de
descentralização e capilaridade, cuja participação no cuidado se faz sempre necessária;

Ser resolutiva: identificar riscos, necessidades e demandas de saúde, utilizando e articulando diferentes
tecnologias de cuidado individual e coletivo, por meio de uma clínica ampliada capaz de construir
vínculos positivos e intervenções clínica e sanitariamente efetivas, na perspectiva de ampliação dos
graus de autonomia dos indivíduos e grupos sociais;

Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e gerir projetos terapêuticos singulares, bem como
acompanhar e organizar o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção das RAS. Atuando como o
centro de comunicação entre os diversos pontos de atenção responsabilizando-se pelo cuidado dos
usuários em qualquer destes pontos através de uma relação horizontal, contínua e integrada com o
objetivo de produzir a gestão compartilhada da atenção integral. Articulando também as outras
estruturas das redes de saúde e intersetoriais, públicas, comunitárias e sociais. Para isso, é necessário
incorporar ferramentas e dispositivos de gestão do cuidado, tais como: gestão das listas de espera
(encaminhamentos para consultas especializadas, procedimentos e exames), prontuário eletrônico em
rede, protocolos de atenção organizados sob a lógica de linhas de cuidado, discussão e análise de casos
traçadores, eventos-sentinela e incidentes críticos, dentre outros. As práticas de regulação realizadas na

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atenção básica devem ser articuladas com os processos regulatórios realizados em outros espaços da
rede, de modo a permitir, ao mesmo tempo, a qualidade da micro-regulação realizada pelos
profissionais da atenção básica e o acesso a outros pontos de atenção nas condições e no tempo
adequado, com equidade; e

Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de saúde da população sob sua responsabilidade,


organizando as necessidades desta população em relação aos outros pontos de atenção à saúde,
contribuindo para que a programação dos serviços de saúde parta das necessidades de saúde dos
usuários.

Com o intuito de facilitar os princípios do acesso, do vínculo, da continuidade do cuidado e da


responsabilidade sanitária e reconhecendo que existem diversas realidades sócio epidemiológicas,
diferentes necessidades de saúde e distintas maneiras de organização das UBS, recomenda-se:

Para Unidade Básica de Saúde (UBS) sem Saúde da Família em grandes centros urbanos, o parâmetro
de uma UBS para no máximo 18 mil habitantes, localizada dentro do território, garantindo os princípios
e diretrizes da Atenção Básica; e

Para UBS com Saúde da Família em grandes centros urbanos, recomenda-se o parâmetro de uma UBS
para no máximo 12 mil habitantes, localizada dentro do território, garantindo os princípios e diretrizes
da Atenção Básica.

ATENÇÃO SECUNDÁRIA
Compõe-se por ações e serviços que visam a atender aos principais problemas de saúde e agravos da
população, cuja prática clínica demande disponibilidade de profissionais especializados e o uso de
recursos tecnológicos de apoio diagnóstico e terapêutico.

A atenção média foi instituída pelo Decreto nº 4.726, de 2003, que aprovou a estrutura regimental do
Ministério da Saúde.

Suas atribuições estão descritas no Artigo 12 da proposta de regimento interno da Secretaria de


Assistência à Saúde.

Os grupos que compõem os procedimentos de média complexidade do Sistema de Informações


Ambulatoriais são os seguintes:
1) procedimentos especializados realizados por profissionais médicos, outros de nível superior e nível
médio;
2) cirurgias ambulatoriais especializadas;
3) procedimentos traumato-ortopédicos;
4) ações especializadas em odontologia;
5) patologia clínica;
6) anatomopatologia e citopatologia;
7) radiodiagnóstico;
8) exames ultrassonográficos;
9) diagnose;

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10) fisioterapia;
11) terapias especializadas;
12) próteses e órteses;
13) anestesia.

ATENÇÃO TERCIÁRIA
A atenção à saúde de nível terciário é integrada pelos serviços ambulatoriais e hospitalares
especializados.

Ela é constituída por grandes hospitais gerais e especializados, que concentram tecnologia de maior
complexidade e devem oferecer à população atendimento de excelência, servindo de referência para
outros serviços, sistemas e programas em saúde.

As áreas hospitalares que compõem o atendimento de grande complexidade no Sistema Único de


Saúde (SUS) estão organizadas para a realização de procedimentos que envolvem alta tecnologia e/ou
alto custo, como oncologia, cardiologia, oftalmologia, transplantes, parto de alto risco, traumato-
ortopedia, neurocirurgia, diálise (para pacientes com doença renal crônica), otologia (para o tratamento
de doenças no aparelho auditivo).

A atenção terciária envolve também a assistência em cirurgia reparadora (de mutilações, traumas ou
queimaduras graves), cirurgia bariátrica (para os casos de obesidade mórbida), cirurgia reprodutiva,
reprodução assistida, genética clínica, terapia nutricional, distrofia muscular progressiva, osteogênese
imperfeita (doença genética que provoca a fragilidade dos ossos) e fibrose cística (doença genética que
acomete vários órgãos do corpo causando deficiências progressivas).

Entre os procedimentos ambulatoriais de alta complexidade estão a quimioterapia, a radioterapia, a


hemoterapia, a ressonância magnética e a medicina nuclear, além do fornecimento de medicamentos
excepcionais.

ATENDIMENTO DE ALTA COMPLEXIDADE

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PLANOS/PLANEJAMENTO

DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011.

Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à saúde do usuário no SUS;

Hierarquização
O acesso universal, igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde se inicia pelas Portas de Entrada
do SUS e se completa na rede regionalizada e hierarquizada, de acordo com a complexidade do serviço.

São Portas de Entrada às ações e aos serviços de saúde nas Redes de Atenção à Saúde os serviços:
I - de atenção primária;
II - de atenção de urgência e emergência;
III - de atenção psicossocial; e
IV - especiais de acesso aberto.

Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de saúde específicos para o atendimento da pessoa que,
em razão de agravo ou de situação laboral, necessita de atendimento especial.

Mediante justificativa técnica e de acordo com o pactuado nas Comissões Intergestores, os entes
federativos poderão criar novas Portas de Entrada às ações e serviços de saúde, considerando as
características da Região de Saúde.

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Os serviços de atenção hospitalar e os ambulatoriais especializados, entre outros de maior
complexidade e densidade tecnológica, serão referenciados pelas Portas de Entrada.

O acesso universal e igualitário às ações e aos serviços de saúde será ordenado pela atenção primária e
deve ser fundado na avaliação da gravidade do risco individual e coletivo e no critério cronológico,
observadas as especificidades previstas para pessoas com proteção especial, conforme legislação
vigente.

A população indígena contará com regramentos diferenciados de acesso, compatíveis com suas
especificidades e com a necessidade de assistência integral à sua saúde, de acordo com disposições do
Ministério da Saúde.

Ao usuário será assegurada a continuidade do cuidado em saúde, em todas as suas modalidades, nos
serviços, hospitais e em outras unidades integrantes da rede de atenção da respectiva região.

As Comissões Intergestores pactuarão as regras de continuidade do acesso às ações e aos serviços de


saúde na respectiva área de atuação.

Para assegurar ao usuário o acesso universal, igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde do
SUS, caberá aos entes federativos, além de outras atribuições que venham a ser pactuadas pelas
Comissões Intergestores:
I - garantir a transparência, a integralidade e a equidade no acesso às ações e aos serviços de saúde;
II - orientar e ordenar os fluxos das ações e dos serviços de saúde;
III - monitorar o acesso às ações e aos serviços de saúde; e
IV - ofertar regionalmente as ações e os serviços de saúde.

Comissões Intergestores - instâncias de pactuação consensual entre os entes federativos para definição
das regras da gestão compartilhada do SUS.

ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA

O Ministério da Saúde disporá sobre critérios, diretrizes, procedimentos e demais medidas que auxiliem
os entes federativos no cumprimento das atribuições que garantam o acesso universal e igualitário.

SUS
DESCENTRALIZAÇÃO COM DIREÇÃO ÚNICA EM CADA ESFERA

O SUS é formado pelo conjunto de todas as ações e serviços de saúde prestados por órgãos e
instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações
mantidas pelo Poder Púbico.

À iniciativa privada é permitido participar desse Sistema de maneira complementar.

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e
constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

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I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
assistenciais;
III - participação da comunidade.

DESCENTRALIZAÇÃO

CAPÍTULO II
Dos Princípios e Diretrizes

Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que
integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no
art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:

IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo:


a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;

Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo com o inciso I do art. 198 da
Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos seguintes órgãos:
I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;
II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão
equivalente; e
III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente.

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A direção do SUS é única, por esfera de governo (Art. 9º). Com esta determinação, objetiva-se evitar o
fracionamento das funções de saúde em uma mesma esfera de governo, como no passado ocorrera
com os Ministérios da Saúde e da Previdência.

Descentralização e Comando Único


Descentralizar é redistribuir poder e responsabilidade entre os três níveis de governo.

Com relação à saúde, descentralização objetiva prestar serviços com maior qualidade e garantir o
controle e a fiscalização por parte dos cidadãos.

No SUS, a responsabilidade pela saúde deve ser descentralizada até o município, ou seja, devem ser
fornecidas ao município condições gerenciais, técnicas, administrativas e financeiras para exercer esta
função.

Descentralização
Os princípios do SUS apontam para a democratização das ações e dos serviços de saúde.
Estes deixam de ser restritos e passam a ser universais.
Deixam de ser centralizados e passam a nortear-se pela descentralização.

Significa que a gestão do sistema de saúde passa para os municípios, com a consequente transferência
de recursos financeiros pela União, além da cooperação técnica

DESCENTRALIZAÇÃO X DESCONCENTRAÇÃO

Municipalização
O Município, enquanto ente federado mais próximo da realidade da população, ganha a atribuição
fundamental, bem como os recursos para tanto, de responsabilizar-se pela melhor política de saúde
para a população local.

O município é o principal responsável pela saúde pública de sua população.

A partir do Pacto pela Saúde, assinado em 2006, o gestor municipal passa a assumir imediata ou
paulatinamente a plenitude da gestão das ações e serviços de saúde oferecidos em seu território.

Habilitação dos Municípios


Gestão plena da atenção básica: o município assume as responsabilidades e recebe recursos fundo a
fundo para a atenção básica à saúde.

Gestão plena do sistema municipal: o município responsabiliza-se pela totalidade dos serviços de saúde,
o que pressupõe alta capacidade técnica e administrativa, sendo que os recursos devidos também são
transferidos fundo a fundo.

Quando o município não possui todos os serviços de saúde, ele pactua (negocia e acerta) com as demais
cidades de sua região a forma de atendimento integral à saúde de sua população.

17 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?


Esse pacto também deve passar pela negociação com o gestor estadual.

Os municípios, então, devem ter todos os serviços de saúde?


Não.
A maior parte deles não tem condições de ofertar na integralidade os serviços de saúde. Para que o
sistema funcione, é necessário que haja uma estratégia regional de atendimento (parceria entre estado
municípios) para corrigir essas distorções de acesso.

Se pactuado entre todos os municípios de sua área de abrangência e a Secretaria Estadual, a gerência e
gestão do serviço de referência em média e alta complexidade pode ser repassada ao município em que
se localiza ou a consórcios municipais.

Esta última configuração também é prevista na Lei nº 8.080/90 (Art. 10), determinando que os
municípios poderão constituir consórcios para desenvolver em conjunto as ações e os serviços de saúde
que lhes correspondam.

REFERÊNCIA
CONTRARREFERÊNCIA

A porta de entrada do sistema de saúde deve ser preferencialmente a atenção básica (postos de saúde,
centros de saúde, unidades de Saúde da Família, etc.). A partir desse primeiro atendimento, o cidadão
será encaminhado para os outros serviços de maior complexidade da saúde pública (hospitais e clínicas
especializadas).

O sistema público de saúde funciona de forma referenciada.


Isso ocorre quando o gestor local do SUS, não dispondo do serviço de que o usuário necessita,
encaminha-o para outra localidade que oferece o serviço ou para outro nível de atenção.
Esse encaminhamento e a referência de atenção à saúde são pactuados entre os municípios.

No Sistema Único de Saúde, há o que se chama de referencialização. Na estratégia de atendimento,


para cada tipo de enfermidade há um local de referência para o serviço.
A entrada ideal do cidadão na rede de saúde é a atenção básica (postos de saúde, equipes do Saúde da
Família, etc.).
Um segundo conceito básico do SUS é a hierarquização da rede. O sistema, portanto, entende que
deve haver centros de referência para graus de complexidade diferentes de serviços.

TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS PARA ESTADOS E MUNICÍPIOS

Transferências fundo a fundo


Os fundos de saúde são remunerados automaticamente uma vez cumpridos os requisitos exigidos e
pactuados.

Estados e municípios recebem depósitos diretos e automáticos de recursos em seus respectivos fundos
de saúde provenientes do Fundo Nacional de Saúde.

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Repasse fundo a fundo
Prioriza a atenção integral à saúde
Atribui ao prefeito o papel de gestor do SUS
Estabelece planos de ações de saúde de acordo com a realidade local.

Não financia a doença como ocorre com a remuneração de serviços produzidos.

Com a edição da Emenda Constitucional nº 29, foi reforçada a exigência de que a utilização dos recursos
para a saúde somente será feita por um fundo de saúde.

Transferências fundo a fundo, portanto, são aquelas realizadas entre fundos de saúde (ex.:
transferência repassada do Fundo Nacional de Saúde para os fundos estaduais e municipais)

Os municípios são incentivados a assumir integralmente as ações e serviços de saúde em seu território.
Esse princípio do SUS foi fortalecido pelo Pacto pela Saúde, acertado pelos três entes federados em
2006.

A partir de então, o município pode assinar um Termo de Compromisso de Gestão.

Se o termo for aprovado na Comissão Bipartite do estado, o gestor municipal passa a ter a gestão de
todos os serviços em seu território.

A condição permite que o município receba os recursos de forma regular e automática para todos os
tipos de atendimento em saúde que ele se comprometeu a fazer.

Com o Pacto pela Saúde (2006), os estados e municípios poderão receber os recursos federais por meio
de cinco blocos de financiamento:
1 – Atenção Básica;
2– Atenção de Média e Alta Complexidade;
3 – Vigilância em Saúde;
4 – Assistência Farmacêutica; e
5 – Gestão do SUS.

Piso da Atenção Básica (PAB)


É calculado com base no total da população da cidade.

Além desse piso fixo, o repasse pode ser incrementado conforme a adesão do município aos programas
do governo federal.

São incentivos, por exemplo, dados ao programa Saúde da Família, no qual cada equipe implementada
representa um acréscimo no repasse federal.

As transferências são realizadas fundo a fundo

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Não há hierarquia entre União, estados e municípios, mas há competências para cada um desses três
gestores do SUS.

A relação entre a União, estados e municípios não possui uma hierarquização.

Os entes federados negociam e entram em acordo sobre ações, serviços, organização do atendimento e
outras relações dentro do sistema público de saúde.

É o que se chama de pactuação intergestores.

Ela pode ocorrer na Comissão Intergestora Bipartite (estados e municípios) ou na Comissão


Intergestora Tripartite (os três entes federados)

Responsabilidade pela prestação dos serviços de média e alta complexidade:


Município, quando este possui a gestão plena da atenção à saúde
Estado, quando se tratar de usuário de município que somente possui a gestão da atenção básica

Os procedimentos de média e alta complexidade não são realizados pelo Ministério da Saúde, mas sim
por meio dos gestores locais.

A União assume o papel de definir as políticas públicas e repassar regularmente os valores definidos no
limite financeiro dos Estados e Municípios com gestão plena, isto é, aqueles que pactuaram que irão
oferecer os serviços neste bloco de atenção.

Responsabilidade do governo municipal


A estratégia adotada no país reconhece o município como o principal responsável pela saúde de sua
população.

A partir do Pacto pela Saúde, de 2006, o gestor municipal assina um termo de compromisso para
assumir integralmente as ações e serviços de seu território.

Os municípios possuem secretarias específicas para a gestão de saúde.

O gestor municipal deve aplicar recursos próprios e os repassados pela União e pelo estado.

O município formula suas próprias políticas de saúde e também é um dos parceiros para a aplicação de
políticas nacionais e estaduais de saúde.

Ele coordena e planeja o SUS em nível municipal, respeitando a normatização federal e o planejamento
estadual.

Pode estabelecer parcerias com outros municípios para garantir o atendimento pleno de sua população,
para procedimentos de complexidade que estejam acima daqueles que pode oferecer.

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Responsabilidade dos Municípios
O gestor do sistema municipal é responsável pelo controle, pela avaliação e pela auditoria dos
prestadores de serviços de saúde (estatais ou privados) situados em seu município.

No entanto, quando um gestor municipal julgar necessário uma avaliação específica ou auditoria de
entidade que lhe presta serviços, situada em outro município, recorrer ao gestor estadual.

Papéis dos Estados


Exercer a gestão do SUS no âmbito estadual.

Promover as condições e incentivar o poder municipal para que assuma a gestão da atenção à saúde de
seus habitantes, sempre na perspectiva da atenção integral.

Assumir, em caráter transitório, a gestão da atenção à saúde das populações pertencentes a municípios
que ainda não tomaram para si esta responsabilidade.

Promover a harmonização, integração e modernização dos sistemas municipais.

Responsabilidade do governo estadual


Os estados possuem secretarias específicas para a gestão de saúde.

O gestor estadual deve aplicar recursos próprios, inclusive nos municípios, e os repassados pela União.

Além de ser um dos parceiros para a aplicação de políticas nacionais de saúde, o estado formula suas
próprias políticas de saúde.

Ele coordena e planeja o SUS em nível estadual, respeitando a normatização federal.

Os gestores estaduais são responsáveis pela organização do atendimento à saúde em seu território

Responsabilidades da União
Exercer a gestão do SUS no âmbito nacional.

Promover as condições e incentivar o gestor estadual com vistas ao desenvolvimento dos sistemas
municipais.

Fomentar a harmonização, integração e modernização dos sistemas estaduais.

Exercer as funções de normalização e de coordenação no que se refere à gestão nacional do SUS.

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COMISSÕES INTERGESTORES

TRIPARTITE
BIPARTITES

DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011.

ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA

Comissões Intergestores

Comissões Intergestores - instâncias de pactuação consensual entre os entes federativos para definição
das regras da gestão compartilhada do SUS.

COMISSÕES INTERGESTORES
TRIPARTITE => no âmbito da União, vinculada ao Ministério da Saúde para efeitos administrativos e
operacionais;

BIPARTITE => no âmbito do Estado, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde para efeitos
administrativos e operacionais.

COMISSÃO INTERGESTORES TRIPARTITE – CIT


Instância de articulação e pactuação na esfera federal que atua na direção nacional do SUS, integrada
por gestores do SUS das três esferas de governo:

União,
Estados e DF
Municípios.

Tem composição paritária formada por 15 membros, sendo:


Cinco indicados pelo Ministério da Saúde (MS),
Cinco pelo Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e
Cinco pelo Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

A representação de estados e municípios nessa Comissão é regional, sendo um representante para cada
uma das cinco regiões no País.

Nesse espaço, as decisões são tomadas por consenso e não por votação.

A CIT está vinculada à direção nacional do SUS.

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COMISSÕES INTERGESTORES BIPARTITES – CIB
Espaços estaduais de articulação e pactuação política que objetivam orientar, regulamentar e avaliar os
aspectos operacionais do processo de descentralização das ações de saúde.

São constituídas, paritariamente, por:


Representantes do governo estadual – indicados pelo Secretário de Estado da Saúde

Representantes dos secretários municipais de Saúde – indicados pelo órgão de representação do


conjunto dos municípios do estado, em geral denominado Conselho de Secretários Municipais de Saúde
(Cosems).

Os secretários municipais de Saúde, por meio de seus espaços de representação, debatem entre si os
temas estratégicos, antes de apresentar suas posições na CIB.

Os Cosems são, também, instâncias de articulação política entre gestores municipais de Saúde, sendo
de extrema importância a participação dos gestores locais nesses espaços.

As CIBs foram institucionalizadas pela Norma Operacional Básica nº 1 de 1993 e instaladas em todos os
estados do País.

Lei nº 8.080, de 19/09/1990


COMISSÕES INTERGESTORES BIPARTITE E TRIPARTITE

Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite são reconhecidas como foros de negociação
e pactuação entre gestores, quanto aos aspectos operacionais do Sistema Único de Saúde (SUS).
(Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).

23 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?


As Comissões Intergestores pactuarão:

Aspectos operacionais, financeiros e administrativos da gestão compartilhada do SUS

Diretrizes gerais sobre Regiões de Saúde, integração de limites geográficos, referência e


contrarreferência

Diretrizes de âmbito nacional, estadual, regional e interestadual, a respeito da organização das redes de
atenção à saúde

Responsabilidades dos entes federativos na Rede de Atenção à Saúde

Referências das regiões intraestaduais e interestaduais de atenção à saúde

Lei nº 8.080, de 19/09/1990


COMISSÕES INTERGESTORES BIPARTITE E TRIPARTITE

Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite terá por objetivo:

I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e administrativos da gestão compartilhada do


SUS, em conformidade com a definição da política consubstanciada em planos de saúde, aprovados
pelos conselhos de saúde;

II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e intermunicipal, a respeito da organização das redes
de ações e serviços de saúde, principalmente no tocante à sua governança institucional e à integração
das ações e serviços dos entes federados;

III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito sanitário, integração de territórios, referência e
contrarreferência e demais aspectos vinculados à integração das ações e serviços de saúde entre os
entes federados.

DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011.


As Comissões Intergestores pactuarão a organização e o funcionamento das ações e serviços de saúde
integrados em redes de atenção à saúde, sendo:
I - a CIT, no âmbito da União, vinculada ao Ministério da Saúde para efeitos administrativos e
operacionais;
II - a CIB, no âmbito do Estado, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde para efeitos administrativos e
operacionais;
III - a Comissão Intergestores Regional - CIR, no âmbito regional, vinculada à Secretaria Estadual de
Saúde para efeitos administrativos e operacionais, devendo observar as diretrizes da CIB.

Nas Comissões Intergestores, os gestores públicos de saúde poderão ser representados pelo Conselho
Nacional de Secretários de Saúde - CONASS, pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de
Saúde -CONASEMS e pelo Conselho Estadual de Secretarias Municipais de Saúde - COSEMS.

24 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?


As Comissões Intergestores pactuarão:
I - aspectos operacionais, financeiros e administrativos da gestão compartilhada do SUS, de acordo com
a definição da política de saúde dos entes federativos, consubstanciada nos seus planos de saúde,
aprovados pelos respectivos conselhos de saúde;
II - diretrizes gerais sobre Regiões de Saúde, integração de limites geográficos, referência e
contrarreferência e demais aspectos vinculados à integração das ações e serviços de saúde entre os
entes federativos;
III - diretrizes de âmbito nacional, estadual, regional e interestadual, a respeito da organização das redes
de atenção à saúde, principalmente no tocante à gestão institucional e à integração das ações e serviços
dos entes federativos;
IV - responsabilidades dos entes federativos na Rede de Atenção à Saúde, de acordo com o seu porte
demográfico e seu desenvolvimento econômico-financeiro, estabelecendo as responsabilidades
individuais e as solidárias; e
V - referências das regiões intraestaduais e interestaduais de atenção à saúde para o atendimento da
integralidade da assistência.

DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011.

Serão de competência exclusiva da CIT a pactuação:


I - das diretrizes gerais para a composição da RENASES;
II - dos critérios para o planejamento integrado das ações e serviços de saúde da Região de Saúde, em
razão do compartilhamento da gestão; e
III - das diretrizes nacionais, do financiamento e das questões operacionais das Regiões de Saúde
situadas em fronteiras com outros países, respeitadas, em todos os casos, as normas que regem as
relações internacionais.

DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
A integralidade da assistência à saúde se inicia e se completa na Rede de Atenção à Saúde, mediante
referenciamento do usuário na rede regional e interestadual, conforme pactuado nas Comissões
Intergestores.

Da Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde - RENASES

A Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde - RENASES compreende todas as ações e serviços que
o SUS oferece ao usuário para atendimento da integralidade da assistência à saúde.

O Ministério da Saúde disporá sobre a RENASES em âmbito nacional, observadas as diretrizes pactuadas
pela CIT.

A cada dois anos, o Ministério da Saúde consolidará e publicará as atualizações da RENASES.

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios pactuarão nas respectivas Comissões


Intergestores as suas responsabilidades em relação ao rol de ações e serviços constantes da RENASES.

25 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?


Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão adotar relações específicas e complementares
de ações e serviços de saúde, em consonância com a RENASES, respeitadas as responsabilidades dos
entes pelo seu financiamento, de acordo com o pactuado nas Comissões Intergestores.

As Regiões de Saúde serão instituídas pelo Estado, em articulação com os Municípios, respeitadas as
diretrizes gerais pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite – CIT.
A instituição das Regiões de Saúde observará cronograma pactuado nas Comissões Intergestores.

As Redes de Atenção à Saúde estarão compreendidas no âmbito de uma Região de Saúde, ou de várias
delas, em consonância com diretrizes pactuadas nas Comissões Intergestores.

Mediante justificativa técnica e de acordo com o pactuado nas Comissões Intergestores, os entes
federativos poderão criar novas Portas de Entrada às ações e serviços de saúde, considerando as
características da Região de Saúde.

As Comissões Intergestores pactuarão as regras de continuidade do acesso às ações e aos serviços de


saúde na respectiva área de atuação.

Compete à Comissão Intergestores Bipartite - CIB pactuar as etapas do processo e os prazos do


planejamento municipal em consonância com os planejamentos estadual e nacional.

A integralidade da assistência à saúde se inicia e se completa na Rede de Atenção à Saúde, mediante


referenciamento do usuário na rede regional e interestadual, conforme pactuado nas Comissões
Intergestores.

O Estado, o Distrito Federal e o Município poderão adotar relações específicas e complementares de


medicamentos, em consonância com a RENAME, respeitadas as responsabilidades dos entes pelo
financiamento de medicamentos, de acordo com o pactuado nas Comissões Intergestores.

PARTICIPAÇÃO DA INICIATIVA PRIVADA NA SAÚDE

A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

Ao mesmo tempo em que o Estado possui o dever de garantir a saúde da população, o que faz por meio
do Sistema Único de Saúde, a Constituição Federal reconhece à iniciativa privada a liberdade de
desenvolver ações e serviços privados de saúde.

PARTICIPAÇÃO DA INICIATIVA PRIVADA:

COMPLEMENTAR => SUS

SUPLEMENTAR

A atuação da iniciativa privada na área da saúde pode ser suplementar ou complementar.

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SAÚDE SUPLEMENTAR
Compreende os serviços privados de saúde prestados exclusivamente na esfera privada.

Relação jurídica entre prestador de serviço privado de saúde e consumidor, organizada por meio de
planos de saúde.

Regulamentação através das Leis nº 9.961/2000, e nº 9.656/1998.

As ações e serviços de saúde não possuem vínculo com o SUS, exceto no que se refere à obediência das
normas jurídicas emanadas dos órgãos de regulação do Sistema, tais como Ministério da Saúde,
Secretarias de Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Agência Nacional de Saúde Suplementar.

Planos de saúde
Medicina de grupo
Cooperativas médicas
Sistemas de autogestão
Seguros de saúde

LEI Nº 9.961, DE 28 DE JANEIRO DE 2000


Cria a Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS

Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS


Autarquia sob o regime especial
Vinculada ao Ministério da Saúde
Prazo de duração indeterminado e atuação em todo o território nacional
Órgão de regulação, normatização, controle e fiscalização das atividades que garantam a assistência
suplementar à saúde.
A natureza de autarquia especial conferida à ANS é caracterizada por autonomia administrativa,
financeira, patrimonial e de gestão de recursos humanos, autonomia nas suas decisões técnicas e
mandato fixo de seus dirigentes.

SUS
Participação complementar da iniciativa privada

O Estado utiliza-se da iniciativa privada para aumentar e complementar a sua atuação em benefício da
saúde da população.

Lei nº 8.080, de 19/09/1990

27 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?


TÍTULO III
DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÙDE
CAPÍTULO I
Do Funcionamento
Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde caracterizam-se pela atuação, por iniciativa própria,
de profissionais liberais, legalmente habilitados, e de pessoas jurídicas de direito privado na promoção,
proteção e recuperação da saúde.

Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistência à saúde, serão observados os princípios éticos
e as normas expedidas pelo órgão de direção do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às condições
para seu funcionamento.

SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE

SERVIÇOS PRIVADOS DE SAÚDE

28 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?


SERVIÇOC PRIVADOS DE ASSISTÊNIA À SAUDE
Art. 23. É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou de capitais estrangeiros na assistência
à saúde, salvo através de doações de organismos internacionais vinculados à Organização das Nações
Unidas, de entidades de cooperação técnica e de financiamento e empréstimos.

§ 1° Em qualquer caso é obrigatória a autorização do órgão de direção nacional do Sistema Único de


Saúde (SUS), submetendo-se a seu controle as atividades que forem desenvolvidas e os instrumentos
que forem firmados.

§ 2° Excetuam-se do disposto neste artigo os serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, por
empresas, para atendimento de seus empregados e dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade
social.

29 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?


CAPÍTULO II
Da Participação Complementar
Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para garantir a cobertura assistencial à
população de uma determinada área, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá recorrer aos serviços
ofertados pela iniciativa privada.
Parágrafo único. A participação complementar dos serviços privados será formalizada mediante
contrato ou convênio, observadas, a respeito, as normas de direito público.

Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos terão
preferência para participar do Sistema Único de Saúde (SUS).

Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de serviços e os parâmetros de cobertura assistencial
serão estabelecidos pela direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), aprovados no Conselho
Nacional de Saúde.

§ 1° Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste e de pagamento da remuneração aludida neste
artigo, a direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) deverá fundamentar seu ato em
demonstrativo econômico-financeiro que garanta a efetiva qualidade de execução dos serviços
contratados.

§ 2° Os serviços contratados submeter-se-ão às normas técnicas e administrativas e aos princípios e


diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), mantido o equilíbrio econômico e financeiro do contrato.

§ 3° (Vetado).

30 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?


§ 4° Aos proprietários, administradores e dirigentes de entidades ou serviços contratados é vedado
exercer cargo de chefia ou função de confiança no Sistema Único de Saúde (SUS).

PORTARIA Nº 1.034, DE 5 DE MAIO DE 2010


Dispõe sobre a participação complementar das instituições privadas de assistência à saúde no âmbito
do Sistema Único de Saúde.

Art. 2º Quando as disponibilidades forem insuficientes para garantir a cobertura assistencial à população
de uma determinada área, o gestor estadual ou municipal poderá complementar a oferta com serviços
privados de assistência à saúde, desde que:
I - comprovada a necessidade de complementação dos serviços públicos de saúde; e
II - haja a impossibilidade de ampliação dos serviços públicos de saúde.

§ 1º A complementação dos serviços deverá observar aos princípios e as diretrizes do SUS, em especial, a
regionalização, a pactuação, a programação, os parâmetros de cobertura assistencial e a universalidade
do acesso.

§ 2º Para fins de organização da rede de serviços e justificativa da necessidade de complementaridade,


deverá ser elaborado um Plano Operativo para os serviços públicos de saúde, nos termos do art. 7º da
presente Portaria.

§ 3º A necessidade de complementação de serviços deverá ser aprovada pelo Conselho de Saúde e


constar no Plano de Saúde respectivo.

Art. 3º A participação complementar das instituições privadas de assistência à saúde no SUS será
formalizada mediante contrato ou convênio, celebrado entre o ente público e a instituição privada,
observadas as normas de direito público e o disposto nesta Portaria.

Parágrafo único. Para a complementaridade de serviços de saúde com instituições privadas serão
utilizados os seguintes instrumentos:
I - convênio, firmado entre ente público e a instituição privada sem fins lucrativos, quando houver
interesse comum em firmar parceria em prol da prestação de serviços assistenciais à saúde;
II - contrato administrativo, firmado entre ente público e instituições privadas com ou sem fins
lucrativos, quando o objeto do contrato for a compra de serviços de saúde; e
III - contrato de gestão, firmado entre ente público e entidade privada qualificada como Organização
Social, com vistas à formação de parceria entre as partes para fomento e execução de serviços
assistenciais à saúde.

Art. 4º O Estado ou o Município deverá, ao recorrer às instituições privadas, dar preferência às entidades
filantrópicas e às sem fins lucrativos, observado o disposto na legislação vigente.

Art. 5º As entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos deixarão de ter preferência na contratação
com o SUS, e concorrerão em igualdade de condições com as entidades privadas lucrativas, no
respectivo processo de licitação, caso não cumpram os requisitos fixados na legislação vigente.

31 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?


§ 1º As entidades filantrópicas e sem fins lucrativos deverão satisfazer, para a celebração de instrumento
com a esfera de governo interessada, os requisitos básicos contidos na Lei nº 8.666, de 1993, e no art. 3º
da Lei nº 12.101, independentemente das condições técnicas, operacionais e outros requisitos ou
exigências fixadas pelos gestores do SUS.

§ 2º A licitação será dispensável, conforme o inciso XXIV, do art. 24 da Lei nº 8.666, de 1993, para a
contratação de Organizações Sociais.

Lei 12.101/2009
Art. 3o A certificação ou sua renovação será concedida à entidade beneficente que demonstre, no
exercício fiscal anterior ao do requerimento, observado o período mínimo de 12 (doze) meses de
constituição da entidade, o cumprimento do disposto nas Seções I, II, III e IV deste Capítulo, de acordo
com as respectivas áreas de atuação, e cumpra, cumulativamente, os seguintes requisitos:
I - seja constituída como pessoa jurídica nos termos do caput do art. 1o; e
II - preveja, em seus atos constitutivos, em caso de dissolução ou extinção, a destinação do eventual
patrimônio remanescente a entidade sem fins lucrativos congêneres ou a entidades públicas.

Parágrafo único. O período mínimo de cumprimento dos requisitos de que trata este artigo poderá ser
reduzido se a entidade for prestadora de serviços por meio de convênio ou instrumento congênere com
o Sistema Único de Saúde - SUS ou com o Sistema Único de Assistência Social - SUAS, em caso de
necessidade local atestada pelo gestor do respectivo sistema.

Art. 6º Após ter sido dada a devida preferência às entidades filantrópicas e sem fins lucrativos, e ainda
persistindo a necessidade de complementação da rede pública de saúde, será permitido ao ente público
recorrer à iniciativa privada, observado o disposto na Lei nº 8.666, de 1993.

Art. 7º O Plano Operativo é um instrumento que integrará todos os ajustes entre o ente público e a
instituição privada, devendo conter elementos que demonstrem a utilização da capacidade instalada
necessária ao cumprimento do objeto do contrato, a definição de oferta, fluxo de serviços e pactuação
de metas.

Parágrafo único. As metas serão definidas pelo gestor em conjunto com o prestador, de acordo com as
necessidades e peculiaridades da rede de serviços, devendo ser submetidas ao Conselho de Saúde
respectivo.

Art. 8º As instituições privadas de assistência à saúde contratadas ou conveniadas com o SUS devem
atender às seguintes condições:
I - manter registro atualizado no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde - CNES;
II - submeter-se a avaliações sistemáticas, de acordo com o Programa Nacional de Avaliação de Serviços
de Saúde - PNASS;
III - submeter-se à regulação instituída pelo gestor;
IV - obrigar-se a apresentar, sempre que solicitado, relatórios de atividade que demonstrem,
quantitativa e qualitativamente, o atendimento do objeto;
V -atender as diretrizes da Política Nacional de Humanização - PNH; e

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VI - submeter-se ao Controle Nacional de Auditoria - SNA, no âmbito do SUS, apresentando toda
documentação necessária, des-de que solicitado.

Art. 9º Os contratos e convênios firmados deverão atender aos seguintes requisitos:


I - os serviços contratados e conveniados ficam submetidos às normas do Ministério da Saúde e das
Secretarias de Saúde dos Estados e Municípios;
II - para efeito de remuneração, os serviços contratados deverão utilizar como referência a Tabela de
Procedimentos SUS; e
III - os estabelecimentos deverão ser identificados no contrato pelo código do CNES, de acordo com os
dados que constem nesse cadastro.

Art. 10. Os Estados, os Municípios e o Distrito Federal adotarão instrumentos de controle e avaliação
dos serviços contratados, além daqueles já previstos no âmbito do SNA, visando garantir o acesso da
população a serviços de saúde de qualidade.

Art. 11. Para efeito da contratação dos serviços de assistência à saúde, os Estados, os Municípios e o
Distrito Federal poderão suplementar o objeto desta Portaria, para atender às necessidades e
peculiaridades locais.

Art. 12. Os Estados, os Municípios e o Distrito Federal adaptarão seus contratos e convênios ao disposto
nesta Portaria, no prazo máximo de 1 (um) ano, a contar da data de sua publicação, não mais se
admitindo, transcorrido esse prazo, ajustes sem os respectivos termos de contrato ou convênio.
Parágrafo único. É obrigatório o preenchimento dos campos referentes ao contrato no Sistema de
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde - SCNES.

Art. 13. O Manual de Orientações para Contratação de Serviços de Saúde no SUS estará disponível no
endereço eletrônico do Ministério da Saúde (http://www.saude.gov.br/sas).

Art. 14. A Secretaria de Atenção à Saúde - SAS promoverá a articulação com as Secretarias de Saúde dos
Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, para a implementação do processo de contratação de
serviços de saúde.

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