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COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Estamos já em reta final, e desta feita chegamos à lição de número 12, com
um tema que suscita acirradas discussões e calorosos debates: afinal, o cristão
deve, ou não deve, se envolver em política? À bem da verdade, se envolver é uma
coisa, instruir-se sobre, é outra bem diferente, não é mesmo, distinto leitor!
Pois bem, eis o que vamos estudar nesta presente lição: Uma Perspectiva
Bíblica da Política; A Separação do Estado da Igreja: Uma Herança Protestante e
Como o Cristão Deve Lidar com a Política.
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I – UMA PERSPECTIVA BÍBLICA DA POLÍTICA
Num significado mais abrangente, o termo política pode ser utilizado como um
conjunto de regras ou normas de uma determinada instituição. Por exemplo, uma
empresa pode ter uma política de contratação de pessoas com algum tipo de
deficiência ou de não contratação de mulheres com filhos menores. A política de
trabalho de uma empresa também é definida pela sua visão, missão, valores e
compromissos com os clientes.
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1. Deus governa todos os aspectos da vida humana, inclusive o político.
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em todas as áreas de nossas vidas, até porque ser Cristão não é ser religioso
fanático, mas ter um modus vivendi equilibrado e responsável.
3. O Estado e a Política.
A ideia de Estado constituído por três elementos, quais sejam, povo, território
e governo soberano, ficou relegada ao plano das definições formais dos cursos de
Teoria Geral do Estado. A política, portanto, se exerce como atividade conduzida
pelo Estado, reconhecendo ou não legitimidade e liceidade1 aos movimentos da
sociedade civil. E naquilo que o governo interfere, ele o faz por meio do direito, do
aparelhamento da força que é peculiar (coerção). De modo que o direito vem
atender às opções políticas do Estado, e o conceito de éthos como toda a
normatividade produzida pelo meio se perde completamente, pois uma é a ordem
ética, outra é a política e uma terceira é o direito (ordem coerciva por excelência).
4. O Estado e a Bíblia.
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Liceidade é a qualidade e requisito do que é lícito; licitude.
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É importante dizer que Paulo não enumera as diversas formas como os
governantes chegam ao poder, mas destaca que o governo humano é uma
realidade sustentada por Deus, logo aqui está implicito o princípio de autoridade
outorgada às intituições governamentais e não às pessoas de per si. Neste caso,
este governo, ressaltado pelas palavras do apóstolo, estaria agindo de forma justa, e
as pessoas que resistissem a esse tipo dado de autoridade estaria resistindo à
ordenança do próprio Deus, portanto, sujeito a punição (13.2). Logo, essa autoridade
governante é serva de Deus, trazendo ira sobre o que comete mal (13.4). Neste
caso, sem o governo, conforme descrito em 13.1-7, haveria anarquia.
Destarte, o bem deve ser exaltado e honrado pelo governo (Rm 13.3;1 Pe
2.14); nós cristãos devemos demonstrar sujeição ao estado mediante o pagamento
de impostos (claro, estes deveriam ser justos e não abusivos) e do exercício da
cidadania, mostrando honra e respeito (Rm 13. 6,7). Contudo, este respeito e honra
não devem ser levado em conta se houver leve traço de adoração e exaltação de
um regente humano, pois isto contraria a Palavra de Deus e ao próprio Deus (Dn
3.18).
Como diz Wayne Grudem: “No tocante a algumas questões, creio que o
ensino geral da Bíblia é claro, direto e categórigo, como a ideia de que os governos
civis foram instituídos por Deus para punir o mal e recompensar o bem, ou como a
ideia de que as leis de uma nação devem proteger a vida das pessoas,
especialmente das crianças que ainda não nasceram”2
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GRUDEM, Wayne. Política segundo a Bíblia: princípios que todo cristão deve conhecer. São
Paulo: Vida Nova, p. 23, 2014
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não pertence ou não está sujeito a uma religião ou não é influenciado por ela. O
termo “laico” tem sua origem etimológica no grego laikós que significa “do povo”.
Está relacionado com a vida secular (mundana) e com atitudes profanas que
não se conjugam com a vida religiosa. Originalmente, a palavra laico servia para
descrever cristãos devotos, mas que não faziam parte do clero. Só a partir da
segunda metade do século XIX esta palavra ganhou o sentido de uma pessoa,
organização ou atividade autônoma e sem ligação à esfera da religião.
Estado laico, portanto, significa um país ou nação com uma posição neutra no
campo religioso. Também conhecido como Estado Secular, o Estado laico tem como
princípio a imparcialidade em assuntos religiosos, não apoiando ou discriminando
nenhuma religião. Um Estado laico defende a liberdade religiosa a todos os seus
cidadãos e não permite a interferência de correntes religiosas em matérias
sociopolíticas e culturais. Um país laico é aquele que segue o caminho do laicismo,
uma doutrina que defende que a religião não deve ter influência nos assuntos do
Estado. O laicismo foi responsável pela separação entre a Igreja e o Estado e
ganhou força com a Revolução Francesa.
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1. A união entre a Igreja e o Estado.
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nobreza mantinha-se no poder pelo vínculo de suserania e vassalagem. Nas
palavras de Dallari o Estado Medieval possui certas características as quais são:
Vale ressaltar que nos tempos antigos a Religião e o Estado formavam uma
instituição única, por exemplo, o faraó egípcio, antes de ser chefe de Estado era
considerado uma divindade. A Religião acabava assim, dominando o Estado, pois
ela escolhia os seus representantes.
Dos anos 700 a 1300 ocorreu a simbiose entre a Igreja e o Império. Dois
importantes fatos históricos aconteceram, o primeiro foi o Cisma, a separação do
Oriente em 1054, devido às dificuldades encontradas para manter a homogeneidade
da doutrina cristã, e o complicado relacionamento com a Igreja Bizantina, e o
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segundo foram as Cruzadas, que aspiravam como objetivo reconquistar a Terra
Santa (Jerusalém, Belém, Nazaré) das mãos dos infiéis muçulmanos.
A Constituição brasileira de 1988 garante que todo cidadão brasileiro deve ter
direito de praticar livremente seu credo religioso. A referida Carta Magna assegura a
todo cidadão brasileiro ainda a prestação de assistência religiosa nas entidades civis
e militares de internação coletiva como, por exemplo: Forças Armadas e presídios.
1. O perigo da politicagem.
Mas o que significa o termo politicagem? Pois bem, politicagem diz respeito
aquela “política” de troca de favores e de interesses e vantagens pessoais. Isto é,
cada um busca o que é melhor pra si, sem se importar com os que realmente
precisam de uma representação justa e equânime – o povo.
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Logo, este tipo de atitudes demonstra a falta de um caráter cristão, pautado
nas Escrituras, e realmente põe em “descrédito o Evangelho e a Igreja”. Como bem
escreveu Diego Windsor: “Um dos efeitos da politicagem é a degradação e
decadência espiritual das pessoas. Pois, quando um líder, seja ele pastor, bispo,
ancião, ou qualquer que seja a denominação dada, é ungido sem a direção de Deus,
todo o povo sofre”
Portanto, a Igreja deve manter a sua integridade num mundo hostil (Is 5.20).
Esta frase é verdadeira e deve ser bem explicada. Pois bem, é verdade e
justo que toda Igreja, qualquer que seja ela, tem de ser bem instruída em tudo, logo
o tema política também. Mas, entre uma instrução dada de um pastor ao seu
rebanho, e a ocupação do púlpito para motivos políticos, existe uma distância muito
grande. “Conscientização política é uma coisa, campanha política é outra”, diz o
comentarista da lição. Além do mais, a Lei n.º 9504/97, Artigo 37 § 4º, assim
prescreve:
Art. 37. Nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do Poder
Público, ou que a ele pertençam, e nos de uso comum, inclusive postes de
iluminação pública e sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes,
paradas de ônibus e outros equipamentos urbanos, é vedada a veiculação de
propaganda de qualquer natureza, inclusive pichação, inscrição a tinta,
fixação de placas, estandartes, faixas e assemelhados. (Redação dada pela
Lei nº 11.300, de 2006) (g.m.)
§ 4º. Bens de uso comum, para fins eleitorais, são os assim definidos pela
Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil e também aqueles a
que a população em geral tem acesso, tais como cinemas, clubes, lojas,
centros comerciais, templos, ginásios, estádios, ainda que de propriedade
privada. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009).
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E ainda:
Art. 13. Nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do poder
público, ou que a ele pertençam, e nos de uso comum, inclusive postes de
iluminação pública e sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes,
paradas de ônibus e outros equipamentos urbanos, é vedada a veiculação de
propaganda de qualquer natureza, inclusive pichação, inscrição a tinta,
fixação de placas, estandartes, faixas e assemelhados (Lei nº 9.504/97, art.
37, caput).
§ 2º Bens de uso comum, para fins eleitorais, são os assim definidos pelo
Código Civil e também aqueles a que a população em geral tem acesso, tais
como cinemas, clubes, lojas, centros comerciais, templos, ginásios, estádios,
ainda que de propriedade privada.
As Sagradas Escrituras dizem em Efésios 6.12: “Porque não temos que lutar
contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades,
contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade,
nos lugares celestiais”.
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CONCLUSÃO
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