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Texto áureo
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
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I – INTERPRETAÇÃO DA PARÁBOLA DOS DEZ TALENTOS
1. O contexto da parábola.
Na parábola anterior – a das Dez Virgens –, vimos que elas esperaram pelo
Senhor (noivo), aqui, na dos dez Talentos, são os servos que trabalham para Ele.
Notemos que a um servo foi dado cinco talentos, a outro, dois talentos, e a outro
ainda, um talento, logo a soma dos talentos dados totalizam oito talentos.
Destarte, por que essa parábola é conhecida como a dos Dez Talentos? Bem,
entre os estudiosos, ela ficou assim conhecida devido a que o primeiro servo
duplicou os cinco talentos recebidos, isto é de cinco foi para dez, corroborando esta
ênfase no versículo vinte e oito em que é dito: “Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao
que tem dez talentos”, embora o segundo servo também tenha duplicado os seus
dois talentos. Portanto, questão de ênfase, mesmo.
Pois bem, esta parábola não trata mais exclusivamente da vida interior de
cada cristão fiel, mas de seu labor exterior na causa do Mestre, aqui é posto uma
grande advertência contra a indolência que pode advir àqueles que servem ao
Senhor. Contudo, a Parábola das Dez Virgens precede a esta estudada, porque é
impossível um servo do Senhor Jesus Cristo trabalhar com eficiência, desvelo e
cuidado sem antes estar atento, vigilante mesmo, a todas as palavras proferidas
pelo seu Senhor. Logo se pode dizer que as virgens representam o elemento
contemplativo da Igreja, enquanto que os servos o elemento ativo. Assim, devemos
esperar o Senhor, porém sem nunca parar de trabalhar para Ele. Cada um deve se
esforçar e ter um cuidado redobrado para com os talentos que recebeu do Senhor,
segundo a sua capacidade (v. 15) em trabalhar e nunca por merecimento próprio.
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Aquela foi proferida por Jesus quando Ele se aproximava de Jerusalém, esta
sobre o Monte das Oliveiras. A primeira se endereçou à multidão e aos discípulos, a
outra, aos seus discípulos que deveriam continuar a obra de Cristo.
Tasker, apud Claiton Kunz na obra As Parábolas de Jesus e seu ensino sobre
o Reino de Deus, página 202, “informa que o talento, de que fala a parábola, não era
uma moeda, mas certa medida ou peso de dinheiro que às vezes era pago em
moedas cunhadas e ás vezes em barras de ouro ou de prata”. Ainda segundo este
autor, “não é necessário tentar determinar o valor exato do talento na circulação da
moeda moderna, para compreender-se a história. O ponto é simplesmente que
diferentes somas de dinheiro foram confiadas aos três servos”. (Tasker, 1991, p.
186).
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Rienecker, apud Kunz, vai dizer que “mesmo que seus ouvintes não
possuíssem pessoalmente tamanhas somas de dinheiro, eles tinham conhecimento
do sistema bancário e que, tendo-se uma boa soma de dinheiro, rapidamente podia-
se ganhar muito mais através de hábeis especulações”. (RIENECKER, 1998, p.
404).
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O insucesso indicaria apenas preguiça ou falta de amor para com o senhor. A
recompensa dependerá da fidelidade e do zelo de cada um para com o seu trabalho.
Ninguém pode reivindicar que tem agido de forma adequada sem a ajuda de
Deus. Ninguém é suficientemente competente para desempenhar as
responsabilidades do chamado de Deus por sua própria força. Sem a habilitação do
Espírito Santo, nosso talento natural pode nos levar somente até certo ponto. Como
testemunhas de Cristo, precisamos do caráter e da força especial que somente
Deus pode outorgar.
Kistemaker nos diz que este servo temeu investir seu talento, pois sabia que
seu senhor o exigiria ao voltar.
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Portanto, o medo descabido sobrepujou o amor, a confiança e a fé. Ora, como
alguém tem dito: o medo é o oposto da confiança ou da fé. Em Apocalipse 21.8
(ARA) assim está escrito: “Mas, quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos
abomináveis, e aos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a
todos os mentirosos, a sua parte será no lago ardente de fogo e enxofre, que é a
segunda morte”. Contudo, em 2 Tm 1. 7, assim ler-se: “Porque Deus não nos deu o
espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação.”
Jesus nos ensinou como devemos viver até que Ele venha. Devemos estar
vigilantes e atentos a Ele, trabalhar diligentemente e obedecer a seus
mandamentos. Tais atitudes são especialmente necessárias aos cristãos. Aqueles
que forem atentos e fiéis receberão cada vez mais oportunidades e
responsabilidades.
Destarte, Deus não nos julgará responsáveis por dons que Ele não nos tenha
dado, mas todos nós recebemos dons e deveres suficientes para nos mantermos
ocupados até a volta de Jesus.
Embora a vida eterna seja um dom gratuito, concedido com base na graça de
Deus (Ef 2. 8,9), cada um de nós ainda será julgado por Cristo. Ele nos
recompensará de acordo com o modo como vivemos e utilizamos os nossos talentos
ou dons.
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3. Recompensa no Tribunal de Cristo (1 Co 3. 12-15).
Perante este Tribunal, será determinado se uma pessoa foi fiel ou não às
instruções de Cristo. O bom trabalho será recompensado. O trabalho infiel ou inferior
será destruído. A frase: “Se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele prejuízo; mas
o tal será salvo todavia como que pelo fogo”, significa que aqueles que trabalharam
mal, mas foram fiéis ao Senhor, alcançarão a salvação, Contudo, as suas
realizações não servirão para nada.
CONCLUSÃO
Trabalhai e orai,
Na seara e na vinha do Senhor;
Meu desejo é orar,
E ocupado quero estar
Sim, na vinha do Senhor.