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As represtações da história oficial contada nos livros didáticos coloca o negro num lugar submisso, conformado e
incapaz; o que não corresponde com a real importância destes atores sociais na construção da história do Brasil.
O africano sequestrado de seu território, o guerreiro que recriou sua cultura e lutou por sua liberdade; as vitórias
dessas lutas, e principalmente a resistência desse povo que construiu nossa nação foi negligenciada. Essa distorção
de um passado distante reflete em nosso cenário atual, resultando na criação de uma lei que atendam essa demanda
social e ajude a diminuir as diferenças apontadas nos índices acima. A Lei 10.639, assinada em 2003, pelo ex-
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (alterada pela Lei 11.645/08 que reivindica as mesmas medidas para ensino da
História e Cultura indígena) determina a obrigatoriedade do ensino de “conteúdos referentes à História e Cultura
Afro-brasileira sejam ministradas no âmbito de todo o currículo escolar”.
Mesmo tendo sido aprovada há oito anos, a lei encontra várias barreiras para sua aplicação, que são tão invisíveis e
subjetivas quanto as diversas formas que o racismo se apresenta. A falsa democracia racial, que começa pela
negação da existência do racismo ainda latente no Brasil, racismo este que se mostra na maioria das vezes de forma
mascarada, torna o assunto mais difícil de ser discutido e, conseqüentemente, combatido. A luta para uma
sociedade menos desigual onde à educação de qualidade esteja disponível para todos está apenas começando.
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Observatório de Favelas 24/11/11 10:33
Desde 2004, existe uma produção de materiais didáticos que contam a História do negro não apenas como escravos,
ou situações de derrotas como aparecem nos livros escolares tradicionais. No entanto, essas publicações que estão
disponíveis no site do SECAD, não tem tido ampla aplicabilidade na maioria das escolas e universidades do país. Seja
pela falta de orientação e incentivo da coordenação, passando pela falta de interesse e preconceito do corpo
docente. A formação para os profissionais da área de educação é imprescindível para a queda do preconceito e
construção de uma nova pesquisa metodológica para a abordagem do tema: um novo olhar sobre a trajetória do
africano no Brasil.
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFRJ), no campus de São Gonçalo, o desde 2010, oferece a
pós-graduação no Ensino de História e Cultura Africana e Afro-Brasileira, que tem como objetivo formar educadores
para aplicabilidade da Lei 10.639/03 e estimular a produção de material pedagógico. O Curso de Pós é a
consolidação de um projeto de implementação de ações na área das relações étnico-raciais, visando colaborar
sobretudo na formação de profissionais da educação, iniciada primeiramente na área da extensão comunitária com o
Curso Brasil e África em Sala de Aula cuja primeira turma aconteceu em 2009, estando agora na sua 4a edição.
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