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AULA 1
Imagens da colonialidade.
Peter Lely (1650)
Anthony Van Dyck (1634)
Fotógrafo não identificado. Senhora da família Costa Carvalho na liteira com dois escravos,
Bahia, c. 1860
2. A Revolução Científica
“Nesse universo fechado e finito, cada ser possuiria uma natureza (‘uma
qualidade’) – que lhe é própria e que determinaria seu lugar nessa
hierarquia. Assim, todos os seres, dos mais aos menos perfeitos, teriam o
seu lugar próprio no universo, conforme sua qualidade.” (Maria Célia de
Moraes)
Aula 2
Pieter
Bruegel, o Velho – JOGOS INFANTIS (século XVI)
***
O que vocês devem ter compreendido, até este momento, é que a ideia de
um mundo cultural “fechado” dá lugar a um mundo culturalmente “aberto”.
Especificamente em relação ao universo, os astrônomos foram os primeiros
a criar um modelo de mundo, isto é, uma perspectiva nova que leva em
consideração dois elementos fundamentais: não há centro (ao menos de
modo absoluto) e o espaço é infinito (pois pode ser geometrizado).
Imagine, então, do ponto de vista da revolução cultural que tais elementos
suscitaram: o pavor do descentramento/não-centramento e o sentimento de
“vazio” e silencio como no poema de Paulo Leminsk:
O Silêncio de Pascal
“O silêncio desses espaços
infinitos me apavora "
Blaise Pascal
os pensamentos estraçalhados de
Pascal
são a crise de uma consciência
excepcional
no limiar de uma nova era
o místico Pascal
contempla o céu estrelado
numa vã espera de vozes
o céu calou-se
estamos sós no infinito
deus nos abandonou
"daquela estrela à outra
a noite se encarcera
em turbinosa vazia desmesura
daquela solidão de estrela
àquela solidão de estrela "
(leopardi via haroldo de campos)
nenhum ufo
no close contact of the third kind
a solidão " cósmica " de Pascal
é o pendant do vazio
de sua classe social
cuja hegemonia está para terminar
os germes da revolução francesa
que vai derrubar a nobreza
e colocar a burguesia no poder
já estão no ar
Pascal ouve nos céus
o tremendo silêncio
de uma classe que já disse
tudo que tinha a dizer
pela boca da história.
p leminski
Este Sujeito passa a ser o novo centro, pois é ele que constrói
matematicamente a cena do mundo. Eis o seu poder! O mundo é o
espetáculo criado por ele e para ele. Este Sujeito, porém, está sempre
ausente da cena (exterior em relação a ela)
Os exemplos, na Modernidade, são muitos. Politicamente, a figura “neutra”
do Estado; a figura abstrata e “desinteressada” do Cientista, e etc.
Olhamos o que o pintor quer que olhemos? A princípio, sim. Mas ele, assim
como aquele que produz conhecimento científico –– o Sujeito do
Conhecimento –– leva em conta produzir a imagem de tal modo a nos
concentrarmos na imagem, no realismo (objetividade ?) produzido pela
construção da perspectiva, que nos “ilude” prazerosamente com a
profundidade, com a atmosfera da paisagem. O pintor se “oculta” com seu
realismo. Mas esse quadro, do pintor de paisagens, o norte-americano
George Inness (1824 -1895) foi encomendado por uma companhia
ferroviária para servir de propaganda. Acontece que a ferrovia estava
inacabada. A solução do pintor foi esconder o inacabamento da ferrovia,
que não iria “cair bem” na propaganda, com os rolos de fumaça da
locomotiva. O filósofo brasileiro Charles Feitosa se pergunta: Mas estaria
a mentira nos trilhos de fantasia ou muito mais na tentativa de reduzir a
arte à propaganda, vendendo a imagem como se fosse uma reprodução fiel
da paisagem?
De qualquer forma esta pintura (ou propaganda?) é uma forma de
representação na qual é plenamente expresso todo o poder de uma
representação: quem a produz se oculta eficazmente pela técnica de não
aparecer como alguém que voluntariamente produziu...
3. O que é a Modernidade?
Olá, Laís
Muito obrigado pela ajuda! Peço-lhe um último favor: peça para um aluno
da turma B (com quem a sua turma dialogue...rsrsrs) me enviar algum sinal
de vida, isto é, se receberam os meus e-mails, ok?
Muito obrigado e