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A dissolução do cosmos e o nascimento da ciência moderna

 A transição paradigmática: dissolução do cosmos e nascimento da ciência moderna:

 Períodos históricos da Filosofia: antigo, medieval, moderno e contemporâneo.

 Paradigmas pelos quais transcorrem: metafísico (filosofia antiga e medieval),


epistêmico (filosofia moderna) e linguístico (filosofia contemporânea).

 Ruptura/continuidade no interior do próprio sistema metafísico: physis x teos.

o Ponto que identifica o pensamento antigo e o medieval: a pergunta (a realidade, o ser,


a essência).

o Ponto que os difere: a resposta (antigo: a physis; medieval: a revelação).

o Traços principais do novo subparadigma:

1) Natureza como principiado, criatura, e não mais como princípio.

2) Centralidade da salvação: fé, prática dos mandamentos e do amor em Deus.

o Primórdios dessa “disruptura”: mundo antigo: questionamento da physis.

 Sofistas e Sócrates: inserção do homem na problemática filosófica.

 Platão: denúncia da irracionalidade do poder dos elementos materiais e defesa do


nous como inteligência organizadora de tudo.

 Aristóteles: críticas tanto aos physikoí como ao seu mestre:

¤ Aos físicos: não contemplação dos processos de geração e corrupção (princípio de


movimento), das quatro causas (formal, material, eficiente e final) e de conceitos
como essência e substância, etc.

¤ A Platão: várias à teoria das ideias, dentre as quais o argumento do terceiro homem.

o Novo papel da filosofia (Escolástica, séc. IX): a compreensão dos evangelhos, a


identificação da natureza “divinamente criada”.

o Como a Religião se sobrepôs à Filosofia Grega?

 No plano teórico: apropriação da cosmologia aristotélica (noção de ordem).

 No plano ético: nova resposta (fundada na fé) à questão estóica da salvação.

 Passagem do sistema metafísico ao epistêmico: mundo fechado e universo infinito.

o Traço importante: o objeto da indagação > o próprio conhecimento, e não mais o ser.

o A revolução científica.
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 O que a motivou? Renascimento cultural, surgimento da imprensa e Reforma.

 Aonde apontou? Ao “deslocamento de metas transcendentais para objetivos


imanentes”/o domínio PRÁTICO da natureza (observação e
experimentação)/construção ativa de leis, dar sentido ao mundo desencantado.

 Marcos importantes desse processo:

¤ O Renascimento: desconstrução do cosmos aristotélico > o homem como microcosmo.

 Nicolau de Cusa (1401 – 1464 d.c.):

> Todos os corpos se movem, inclusive a Terra, sem qualquer privilégio.

 O universo não tem centro.

 Nicolau Copérnico (1473 – 1542 d.c.): teoria heliocêntrica (cálculo):

> A Terra que gira em torno do seu eixo (rotação), e do sol (translação), num universo
finito e fechado.

 Giordano Bruno (1548 – 1600 d.c.):

> Base teórica: atomismo de Demócrito.

> O universo é infinito, sem centro e povoado por partículas minúsculas e indivisíveis, e a
Terra se move nele.

 A Terra não ocupa o centro, porque no vazio ou éter infinito não há região superior,
inferior ou intermediária.

¤ Galileu Galilei (1564 – 1642 d.c./Itália): crítico contumaz de Aristóteles. Teses:

 A Terra não era o eixo imóvel do universo (confirmação de Copérnico), porque em


torno de júpiter giravam 04 luas.

 Os julgamentos da natureza deveriam ser feitos somente mediante a mensuração.

> Por isso, demonstrou que: a) corpos em queda livre da mesma altura levam o mesmo
tempo; b) corpo parado tende a ficar parado; corpo em movimento, em movimento,
salvo interrupção (rudimentos da lei de inércia).

¤ Kepler (1571 – 1630 d.c./Alemanha): “Da Revolução dos Corpos Celestes”.

 “As órbitas dos planetas em torno do sol são elípticas, e não circulares – e o sol está
num dos focos, não no centro dessa elipse”.

> Os corpos se atraem: quanto + próximo do sol, + rápido é o planeta.


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¤ Descartes (1596 – 1650 d.c.): o universo é mecânico.

 A natureza é dinâmica, autogovernada, ordenada, impessoal, regida pela matemática,


infinitamente composta por partículas em colisão, sem vazio.

 Corpo em repouso tende ao repouso; em movimento, ao movimento, se em linha reta.

¤ Isaac Newton (1643 – 1727 d.c.): “Principia Mathematica” > ponto alto da revolução.

 Corpos: relação entre trajetória e velocidade x posição e forças sobre eles (base:
Kepler).

 Suas leis do movimento dotaram a física do caráter da previsibilidade;

 Sua teoria da força gravitacional unificou o problema do movimento dos planetas e da


queda dos corpos na superfície terrestre.

 OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA É EXPRESSÃO, E NÃO CAUSA,


DE UM NOVO CONTEXTO CULTURAL: o que fez foi simbolizar a ruptura com um quadro
teológico-metafísico e incrementar o senso crítico, contribuindo para colocar o homem
no lugar do cosmos e de Deus e dar coerência a um mundo sem a priori.

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