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Sobre destituição de Síndicos

Em tempos em que impeachment voltou a ser um termo popular,


muitos moradores de condomínios passaram a se questionar se os
mesmos efeitos poderiam ser aplicados ao Síndico que não cumpre
com suas funções de forma eficiente ou até mesmo comete alguns
atos ilícitos no exercício de sua autoridade.

O Síndico é exatamente como um político que eleito para administrar


uma cidade, estado ou país. A principal diferença esta na limitação
seus poderes que ficam restritos ao condomínio em que mora ou foi
contratado para gerir.

O Síndico é pessoa escolhida para administrar o condomínio, por


prazo não superior a dois anos, o qual poderá renovar-se. Ele pode
ser morador ou não do condomínio. Esta não é uma exigência legal.

Caso este administrator esteja praticando irregularidades, não


prestando contas, ou não administrando convenientemente o
condomínio, ele poderá ser destituído de suas funções desde que a
maioria absoluta dos condôminos votem neste sentido em
assembleia. É o que dispõe o artigo Art. 1.349 do Código Civil.

É função do síndico marcar as assembleias condominiais, acontece


que dificilmente ele iria concordar em realizar este ato que discutirá
a sua destituição.

Prevendo situações como estas, a lei determina que se o síndico não


convocar a assembleia, um quarto dos condôminos poderá fazê-lo.

Importante ressaltar que é preciso respeitar certo prazo entre a


convocação e a realização da assembleia. Este prazo normalmente
consta na Convenção de Condomínio. Se a Convenção não mencionar
o prazo, aconselha-se dez dias antes de sua realização.

O edital de convocação precisa especificar de forma clara o motivo


da convocação, não deixando dúvidas que trata-se da votação pela
destituição do síndico.
Assim, celebrada a assembleia e tendo a maioria absoluta dos
condôminos (não apenas dos presentes) votado por destituir o
síndico de suas funções, ele deverá entregar seu cargo
imediatamente.

Importante que a causa da destituição também seja apresentada e


fundamentada durante a reunião, além de ser registrada na Ata.
Assim evita-se alegações de que a causa não foi discutida para que a
votação fosse realizada. Isso se deve ao fato de que a destituição só
poderá ocorrer por uma motivação justa, no caso do Sindico praticar
irregularidades, não prestar contas, ou não administrar
convenientemente o condomínio.

Outro fato que precisa ser levado em consideração é sobre o uso de


procurações para votações. As regras para este caso estão
estipuladas na convenção de condomínio. Há casos em que é
possível apenas 2 procurações por condômino, e outros em que não
há limites. Nesta última situação pode ocorrer de no dia da votação o
síndico chegar na assembleia munido de resmas de procurações, o
que irá frustrar completamente as intenções dos moradores que
convocaram a assembleia, já que os documentos serão válidos, caso
não haja estipulação em contrário na convenção.

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