Você está na página 1de 14

A METODOLOGIA DO ENSINO

RELIGIOSO NO CURSO DE
CIÊNCIAS DA RELIGIÃO/UEPA*
GT2: Metodologia do Ensino Religioso

*AILTON ARAÚJO PALHETA. GRADUADO EM CIÊNCI AS DA RELIGI ÃO (UEPA) E


PROFESSOR DE ENSINO RELIGIOSO NA SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇ ÃO DO
PARÁ (SEDUC/PA). E-MAI L: AI LTONPALHETA@HOTMAI L .COM
RODRIGO OLIVEIRA DOS SANTOS. MESTRANDO EM EDUCAÇ ÃO (PPGED/UFPA) NA
LINHA DE PESQUISA EDUCAÇÃO: CURRÍCULO, EPISTEMOLOGIA E HISTÓRIA. BOLSISTA
DA CAPES. LÍDER DO GRUPO DE PESQUISA EM EDUCAÇ ÃO E RELIGIÃO NA AM AZÔNIA
(GPERA). BOLSISTA DA CAPES. MEMBRO DO GRUPO DE PESQUISA EM FILOSOFIA,
ÉTICA E EDUCAÇÃO (GPFEE/UFPA) E HERMENÊUTICA, ANTROPOLOGIA E EDUCAÇ ÃO
(GPHAE/UFPA). E-MAI L: NAUMAMOS@YAHOO .COM.BR
ALUNOS E PROFESSORES NA ESCOLA
ADEMAR
APRESENTAÇÃO

• Assim como o Ensino Religioso (Leis nº 4.024/61 e


5.692/71), ocorria a formação desses professores
até o final da década de 80, sob a tutela das
confissões religiosas, em especial, a cristã católica
(CARON, 2007; JUNQUEIRA, FRANCARO, 2011).
• Os cursos de formação desses professores eram
amparados pela legislação educacional da época
(Lei nº 5.692/1971), que prezava pelo modelo
interconfessional ou teológico, privilegiando a
metodologia centrada na educação da
religiosidade dos alunos e na antropologia religiosa.
CIÊNCIAS DA RELIGIÃO E ENSINO
RELIGIOSO EM DIÁLOGO: A
EXPERIÊNCIA DA UEPA
• O caráter epistemológico das Ciências da Religião (CR)
está envolto em questões e problemas internos ao
campo disciplinar, envolvendo tanto seu objeto quanto
seu método de estudo (FILORAMO & PRANDI, 1999).
Sobre isso, os autores indicam quatro alternativas:
Quem fala de ciência da religião tende, de um lado, a pressupor a
existência de um método científico e, do outro, também de um
objeto unitário. Quem, ao contrário, como estes autores, prefere falar
de ciências das religiões, o faz porque está convencido do pluralismo
metodológico (e da impossibilidade de reduzi-lo a um mínimo
denominador comum) quanto do pluralismo do objeto (e da não
liceidade e até impossibilidade). Entre esses dois extremos há duas
soluções intermediárias. Assim, há quem fale de ciência das religiões
ou, então, quem preferi falar de ciências da religião (p. 13).
• Apesar dessas questões, para os autores, as CR no plural
não deixam de ser um campo disciplinar, com uma
estrutura aberta e dinâmica.
O CURSO DA UEPA

• Dentre os cursos de formação específica para o ER no


Brasil, para atender os anos finais do ensino fundamental
e médio, conforme o art. 33, § 1º (Lei 9.475/1997) e o art.
62 da LDBEN/1996, o Curso de Licenciatura Plena em
Ciências da Religião (CLPCR) da Universidade do Estado
do Pará (UEPA) foi o primeiro a ocupar o espaço de uma
Instituição de Ensino Superior (IES) pública.
• Esse processo teve sua origem no curso livre de
Educação Religiosa (PALHETA, 2007; NASCIMENTO, 2009),
ministrado pela Arquidiocese de Belém em parceria com
a Universidade do Federal do Pará (UFPA) entre as
décadas de 80 e 90 do século passado, sendo o curso
reconhecido pelas Resoluções nº 1.351/1986, 1.954/1991 e
2.127/1993 do Conselho Superior de Ensino e Pesquisa
(CONSEP), da UFPA.
ASPECTOS LEGAIS

• A base metodológica do curso livre de Educação


Religiosa encontrava na proposta da
interconfessionalidade os pressupostos para seu
desenvolvimento no espaço escolar, conforme a
Lei nº 5.692/1971, atualmente reconhecido pelo
CONSEP/UFPA, como curso de graduação
(Resolução nº 4.376, de 27/02/2013).
• O CLPCR da UEPA foi criado pela Resolução nº
361/1999, do Conselho Universitário
(CONSUN/UEPA), tendo seu funcionamento
autorizado pelo Parecer nº 372/2001 e a Resolução
nº 403/2001, do Conselho Estadual de Educação
do Pará (CEE/PA), de acordo o PP do CLPCR/UEPA
(2003).
PPCLPCR/UEPA

• Dessa forma, procuramos analisar alguns aspectos referentes ao


caráter metodológico do Projeto Pedagógico (PP), nas versões
de 1998, 1999, 2001 e 2003, sem querer emitir qualquer juízo
definitivo sobre a questão, sabendo que o Projeto em si, não
abarca toda a complexidade e dimensão do processo
formativo pelo qual se propõe.
• A versão de 1998 é não oficial e se estruturava a partir do
enfoque interconfessional cristã, principalmente, ainda
encampado sob a égide do curso livre de Educação Religiosa,
sendo intitulado PP de Licenciatura Plena em Educação
Religiosa (1998).
• O PP de 1999 é oficial, recebendo o nome de PPCLPCR, assim
como os demais (2001 e 2003), sendo que o último está sendo
reformulado atualmente.
• Nesse percurso, o CLPCR já foi avaliado por três vezes (2001,
2003 e 2011), onde na última avaliação obteve a renovação por
mais cinco anos.
TABELA 01: PROJETOS PEDAGÓGICOS
E METODOLOGIA
PPCLPCR/UEPA METODOLOGIA
Linha metodológica do curso
[...], o aluno deverá cursar, além das disciplinas básicas, as
disciplinas pedagógicas, inclusive a Prática de Ensino, sob a forma
de Estágio Supervisionado.
Define-se a linha de ação do curso, a partir de uma concepção de
formação profissional que integra a visão panorâmica da
Educação Religiosa, possibilitando, ao futuro professor, domínio dos
1999
conteúdos e conceitos das ciências, aplicados em situações
práticas.
Essa concepção proporciona ao licenciado, pelo curso, o
desenvolvimento da habilidade da linguagem das ciências
(Filosofia, Psicologia e Religião) e a compreensão de suas
aplicações práticas, contribuindo para a ação docente de boa
qualidade (p. 44).
2001 Idem (p. 40).
2003 Não apresenta.
ANÁLISE

• Entendemos que, a metodologia assume uma relação de


interdependência com os objetivos do CLPCR/UEPA, logo
precisaria explicitar tal aspecto, uma vez que eles teriam de
ser atingidos durante a formação desses professores.
• Para além de questões de articulação entre as atividades
curriculares, sejam estas teóricas ou práticas, não
conseguimos visualizar com propriedade o caráter
metodológico das CR, que vem sendo defendida como área
capaz de assegurar o caráter teórico-metodológico para a
formação de professores e modelo pedagógico para o ER
(SENA et al, 2006; PASSOS, 2007, JUNQUEIRA, 2008; SOARES,
2010).
• Esse caráter metodológico assume, em geral, o ER como o
estudo da religião ou do fenômeno religioso na escola, a
partir de vários enfoques (psicológico, sociológico,
fenomenológico, histórico, antropológico, dentre outros),
assim como uma multiplicidade métodos (abordagens) e
certa singularidade como área do conhecimento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

• Na história e legislação desse componente curricular, a


questão metodológica sempre fora uma questão
particular que esteve atrelada aos objetivos propostos,
tanto para a formação de professores como para a
práxis do ER.
• Compreender esse processo no contexto da educação
atual é tentar conceber esse componente curricular
como as demais áreas do conhecimento, que dispõem
de aportes teórico-metodológicos próprios para seu
estudo e ensino na escola, integrando, dessa forma, a
formação humana do cidadão.
• O ER não se encontra fora disso, por isso precisamos
encontrar o consenso entre a área que forma e a sua
práxis na educação básica, atendendo os objetivos
assumidos por esse componente curricular com o
devido apoio metodológico.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 9.394. Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Sancionada em 20 de dezembro de 1996. Publicada no Diário Oficial da União, em
23 de dezembro de 1996.
________. Lei nº 9.475, de 22 de julho de 1997. Brasília, 1997.
FILORAMO, G.; PRANDI, C. As ciências das religiões. São Paulo: Paulus, 1999.
FONAPER. Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso. Parâmetros curriculares nacionais ensino religioso. São Paulo: Mundo Mirim, 2009.
JUNQUEIRA, S. R. A. História, legislação e fundamentos do Ensino Religioso. Curitiba: IBPEX, 2008.
NASCIMENTO, D. A. Prática docente na educação superior: um estudo sobre a formação do professor de ensino religioso no curso de ciências
da religião da UEPA. 2009. 40 f. Monografia de Conclusão de Curso – Universidade do Estado do Pará, Belém, 2009.

PALHETA, A. A. A trajetória curricular do curso de licenciatura plena em ciências da religião da UEPA: Avanços e Desafios. TCC. UEPA. Belém:
2007.

PASSOS, J. D. Ensino religioso: construção de uma proposta. São Paulo: Paulinas, 2007.

SENA, L. (org.). Ensino religioso e formação docente: ciências da religião e ensino religioso em diálogo. São Paulo: Paulinas, 2006.

SOARES, A. M. L. Religião & educação: da ciência da religião ao ensino religioso. São Paulo: Paulinas, 2010.

UEPA. Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura Plena em Ciências da Religião. Belém: CCSE/UEPA, (1998, 1999, 2001, 2003).

________. Relatório de evolução do curso de licenciatura plena em ciências da religião para fins de renovação de reconhecimento (2008).
Belém: CCSE/UEPA, 2008.

UFPA. Resolução nº 1.351, de 02 de janeiro de 1986. Conselho Superior de Ensino e Pesquisa. Universidade Federal do Pará, 1986.

________. Resolução nº 1.954, de 19 de novembro de 1991. Conselho Superior de Ensino e Pesquisa. Universidade Federal do Pará, 1991.

________. Resolução nº 2.127, de 18 de outubro de 1993. Conselho Superior de Ensino e Pesquisa. Universidade Federal do Pará, 1993.

Você também pode gostar