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Mandi-Pintado
Uma espécie com potencial de
cultivo para o rio Iguaçu
Fábio André Manz
Diretor da Editora
Conselho Editorial
Instituto Água Viva/GFM
Fábio Bittencourt, Zootecnista - Presidente
Instituto Água Viva
Adilson Reidel, Engenheiro de Pesca
Instituto Federal do Paraná Campus Foz do Iguaçu
Altevir Signor, Engenheiro de Pesca
Instituto Água Viva
André Gentelini, Engenheiro de Pesca
Universidade Federal de Alagoas Campus Polo Penedo
Josemar Raimundo da Silva, Economista
Universidade Estadual do Oeste do Paraná Campus Toledo
Wilson João Zonin, Engenheiro Agrônomo
Universidade Estadual do Oeste do Paraná Campus Marechal Cândido Rondon
Rafael Lazzari, Zootecnista
Universidade Federal de Santa Maria CESNORS
Alberto Feiden, Engenheiro Agrônomo
EMBRAPA Pantanal
Agradecimentos
Ao MDA/PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, pelo apoio ao projeto
de extensão que deu suporte a esta publicação.
À SETI – Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, pelo apoio aos projetos de
pesquisa e desenvolvimento tecnológico que permitiram o desenvolvimento dos produtos derivados de
peixes cultivados.
Dedicatória
Prefácio
Apoiar projetos para criar uma base técnico-científica estadual que
contribua para o desenvolvimento da sociedade paranaense é parte das políticas
públicas desenvolvidas pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior – SETI. Por meio da Unidade Gestora do Fundo de Ciência e Tecnologia e
da Fundação Araucária, a SETI apóia projetos que buscam aliar o conhecimento
gerado nas Instituições de Ensino e Pesquisa do Estado com as práticas
empreendedoras dos setores econômicos e sociais paranaenses.
Exemplo disso é o presente texto, resultado do trabalho de nossos
pesquisadores.
Um belo manual para conhecer, entender hábitos e a biologia de um
peixe que pertence a uma das três principais espécies nativas com potencial de
cultivo na bacia do rio Iguaçu.
Os autores descrevem minuciosamente como selecionar, manter e
reproduzir o chamado mandi-pintado, mesmo nas condições adversas ao seu
ambiente natural quando é cultivado em cativeiro. Assim, compartilham o
conhecimento acadêmico com aqueles que desejam iniciar-se, ou com aqueles que
têm na atividade pesqueira seu empreendimento, seja ele de mera subsistência ou
gerador de emprego e renda. Para aqueles que querem investir na atividade, os
detalhes expostos no livro são de enorme clareza, de modo a oferecer informações
absolutamente necessárias para suas análises quanto às incertezas e retorno do
investimento que se quer fazer.
Mais do que isso: colocam a ciência a serviço do homem, a serviço da
sociedade. Disponibilizam informações essenciais para os que vivem da pesca ou
para os que querem fazer dela uma atividade econômica complementar à sua
geração de renda.
Trata-se de um texto objetivo, ricamente ilustrado e que certamente fará
parte dos compêndios escolares bem como servirá como manual necessário para
quem quer compreender a espécie estudada com objetivos de empreender
atividade econômica ou subsidiar políticas públicas de repovoamento de rios com
espécies nativas. Políticas que apoiam iniciativas que buscam contribuir para o
equilíbrio ecológico das nossas bacias hidrográficas, preservando o meio ambiente.
Aldi Feiden
Possui graduação em Agronomia pela Universidade Estadual de Maringá
(1989); mestrado em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais pela
Universidade Estadual de Maringá (1999); e doutorado em Ecologia de Ambientes
Aquáticos Continentais pela Universidade Estadual de Maringá (2003). Atualmente
é professor adjunto da Universidade Estadual do Oeste do Paraná e Gerente de
Transferência e Popularização de Ciência e Tecnologia da Unidade Gestora do
Fundo Paraná, na Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
do Paraná. Tem experiência na área de Recursos Pesqueiros, com ênfase em
Aquicultura, atuando principalmente nos seguintes temas: piscicultura, tanques-
rede, criação de tilápias e peixes nativos, e alimentação e nutrição de peixes.
Também atua na difusão de tecnologias pesqueiras, na organização da cadeia
produtiva do pescado cultivado em viveiros de terra e tanques-rede. É orientador do
Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da Unioeste, Campus de Marechal
Cândido Rondon, e do Programa de Pós-Graduação em Recursos Pesqueiros e
Engenharia de Pesca da Unioeste, Campus de Toledo, níveis de Mestrado.
Cesar Sary
Possui graduação em Zootecnia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná,
PUCPR (2008). Atualmente é mestrando no Programa de Pós-Graduação em
Zootecnia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Pesquisador do Grupo de
Estudo de Manejo na Aquicultura – GEMAq, da UNIOESTE. Tem experiência na
área de aquicultura, com ênfase em reprodução, nutrição e manejo de espécies
nativas, e Aquicultura Sustentável.
Micheli Zaminhan
Acadêmica do curso de Engenharia de Pesca na Universidade Estadual do Oeste
do Paraná (Unioeste), em 2006. Foi bolsista da Fundação Terra/EMATER nos anos
de 2006 e 2007, e também da Universidade sem Fronteiras em 2008 e 2009. É
parte do Grupo de Estudos de Manejo na Aquicultura (GEMAq) e sua experiência
engloba as áreas de hematologia e microbiologia, com atuação principal na área de
hematologia e bioquímica.
Odair Diemer
Formou-se Engenheiro de Pesca pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná -
UNIOESTE no ano de 2008. Atualmente é Mestrando em Zootecnia, na área de
nutrição animal, sendo também Pesquisador do Instituto Água Viva, "Pesquisa e
Extensão". Tem experiência na área de Recursos Pesqueiros e Engenharia de
Pesca, nas áreas de nutrição de organismos aquáticos, reprodução de peixes e
Limnologia.
Apresentação
A riqueza da ictiofauna brasileira é inquestionável, e muitas vezes
desconhecida. Isso se deve às características faunísticas de cada região. O Rio
Iguaçu apresenta desde sua nascente até sua foz cinco usinas hidrelétricas que
contribuem na ameaça à conservação da biodiversidade, caso em que há
endemismo de diversas espécies de peixes.
Como o mandi-pintado é uma espécie com potencial de cultivo para os
produtores que vivem na região do baixo Iguaçu, surgiu a ideia de elaborar um livro
que contemplasse o ciclo de vida desta espécie e seu processamento. Dessa forma
surge o livro “Mandi-pintado, uma espécie com potencial de cultivo para o rio
Iguaçu”, elaborado com a colaboração de diversos pesquisadores, em parceria da
Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior – SETI, durante
mais de um ano de trabalho e dedicação.
É com imenso e honroso prazer que disponibilizamos esta obra a toda a
comunidade. Desejamos que sirva para todas as classes, produtores, estudantes,
universitários, pesquisadores e a quem interessar.
Acreditamos que a partir de pequenos gestos podemos caminhar ao
desenvolvimento da aquicultura sustentável, passando por todos os alicerces da
comunidade, desde a capacitação de produtores até a coordenação e organização
de materiais que sirvam de auxílio para a concretização de um ideal.
Os Autores
Dezembro de 2009
Sumário
Conteúdo
Introdução .............................................................................................19
1.1 Características regionais e da ictiofauna.................................19
1.2 Área de ocorrência da espécie.................................................. 20
1.3 Biologia da Espécie ....................................................................... 20
1.4 Referências.....................................................................................21
Reprodução do mandi-pintado......................................................... 23
2.1 Considerações gerais ................................................................... 23
2.2 Seleção e manutenção de matrizes ......................................... 23
2.3 Indução e reprodução ................................................................. 24
2.3.1 Indução........................................................................................ 24
2.3.2 Coleta dos gametas e fertilização........................................ 25
2.3.3 Dados reprodutivos.................................................................. 25
2.4 Referências bibliográficas......................................................... 26
2.5 Figuras............................................................................................ 27
Avaliação quali-quantitativa de gametas de peixes ................ 29
3.1 Considerações gerais ................................................................... 30
3.2 Análise do sêmen.......................................................................... 30
3.3 Análise dos ovócitos .....................................................................31
3.4 Taxa de fertilização e eclosão...................................................31
3.5 Referências bibliográficas......................................................... 32
3.6 Figuras............................................................................................ 33
Desenvolvimento embrionário e larval do Mandi-Pintado....... 35
4.1 Introdução ..................................................................................... 35
4.2 Desenvolvimento embrionário ................................................... 36
4.3 Desenvolvimento larval ............................................................... 37
4.4 Considerações finais ................................................................... 38
4.5 Referências Bibliográficas ........................................................ 38
4.6 Figuras.............................................................................................41
Larvicultura do mandi-pintado........................................................ 43
5.1 Introdução ..................................................................................... 43
5.2 Salinidade ...................................................................................... 43
5.3 Densidade ...................................................................................... 44
5.4 Luminosidade................................................................................. 45
5.5 Alimento vivo em dietas para larvas de peixes ..................... 46
5.6 Processamento da dieta ............................................................. 48
5.7 Utilização de micronutrientes .................................................. 49
5.8 Considerações finais ................................................................... 50
5.9 Referências ................................................................................... 50
Cultivo do mandi-pintado em tanque-rede ................................. 53
6.1 Considerações gerais ................................................................... 53
6.2 Nutrição ......................................................................................... 54
6.3 Densidade de estocagem............................................................ 55
6.4. Manejo dos peixes em tanque-rede........................................ 55
6.4.1. Boas práticas de manejo......................................................... 55
6.4.2. Acompanhamento da produção ............................................. 56
6.4.3 Manutenção dos tanques-rede............................................... 56
6.5 Referências ................................................................................... 56
6.6 Figuras............................................................................................ 59
Processamento do Mandi-pintado...................................................61
7.1 Composição Centesimal e Valor Nutricional ............................61
7.2 Valor Tecnológico......................................................................... 62
7.3. Produtos Processados ................................................................ 63
7.3.1. Empanado de mandi-pintado .................................................. 63
7.3.2. Hambúrguer de mandi-pintado ............................................. 65
7.3.3. Defumação................................................................................. 67
7.4 Referências Bibliográficas ........................................................ 68
7.5 Figuras............................................................................................ 70
Histórico e atividades do GEMAq
Capítulo 1
1.Introdução
Aldi Feiden1
Dacley Hertes Neu2
Altevir Signor3
Bruno Estevão de Souza4
Figura 1. Distribuição geográfica de Pimelodus britskii para o rio Iguaçu. Adaptado de Garavello
e Shibata (2007).
1.4 Referências
Os reprodutores podem ser capturados nos rios no início do período reprodutivo ou,
também, selecionados nos tanques quando o piscicultor dispõe de um estoque de matrizes.
O período reprodutivo do mandi-pintado, P. britskii começa em novembro e termina ao
fim de janeiro. Este período para peixes silvestres pode ser influenciado por fatores ambientais
como a temperatura, chuvas, fotoperíodo, estresse ou algum outro fator. No caso de
reprodutores criados em cativeiro, a mesma influência dos fatores ambientais se soma a fatores
2.3.1 Indução
A coleta dos gametas deverá ser realizada após um período de 160 horas-grau
(somatória da temperatura da água em função do tempo). É aconselhável que os ovócitos sejam
coletados em primeiro lugar e, logo em seguida, o sêmen, evitando assim o sacrifício
desnecessário dos machos, caso a fêmea venha a não desovar.
Sendo assim, os reprodutores deverão ser contidos, o que geralmente é feito cobrindo
o reprodutor ou parcialmente (cabeça e nadadeira caudal) ou totalmente, com panos úmidos
para reduzir o estresse. Em seguida o mesmo deverá ser seco com panos e papel toalha. Com
a garantia de que a papila genital está seca, deve-se aplicar massagem na região abdominal do
animal, sempre no sentido céfalo-caudal (figura 5).
Os ovócitos deverão ser coletados em uma bacia plástica que deve estar
completamente seca, e é preciso ter cuidado para que não haja contaminação com urina ou
fezes durante o processo de extrusão. Só então o sêmen é adicionado sobre os ovócitos.
Como os machos do mandi-pintado P. britskii têm a característica de não liberar
sêmen, os mesmos devem ser insensibilizados e sacrificados para a retirada do testículo e das
gônadas, os quais devem então ser cortados em pequenos pedaços e colocados dentro de uma
peneira fina (figura 6), onde deverão ser macerados. O líquido resultante deve ser adicionado
sobre os ovócitos.
Logo após este procedimento, é preciso que se adicione a solução ativadora (água da
incubadora) para que a fertilização dos ovócitos ocorra. Após a adição da água, é necessário
movimentar a bacia em círculos, com o intuito de promover uma melhor homogeneização do
sêmen com os ovócitos. Aproximadamente três minutos após a fertilização, é altamente
recomendável a adição de mais água na bacia, com a realização de uma troca parcial da água,
o que promove a limpeza do material fecundante excedente.
Quando a água da bacia estiver translúcida e os ovos hidratados, os mesmos deverão
ser transferidos para a incubadora (figura 7).
Tabela 1. Valores médios de peso, comprimento total e número de ovócitos por grama de
reprodutor fêmea de mandi-pintado P. britskii.
Peso Comprimento nº. ovócitos/g
(g) (cm) reprodutor
217,57 ± 28,47 26,9 ± 1,3 40,71 ± 25,24
Tabela 2. Valores médios de peso, comprimento total e peso das gônadas de reprodutor de
mandi, P. britskii.
Peso (g) Comprimento (cm) Peso das gônadas
135,50 ± 31,71 24,34 ± 1,19 1,36 ± 0,54
A taxa de fertilização (%) foi aferida 8 horas após a fertilização, no estágio em que,
após a fertilização, os ovos são adicionados em incubadoras com formato cilíndrico. Os valores
médios apresentados foram de 86,37 ± 5,79.
A eclosão das larvas ocorre 20h30min após a fertilização, quando a temperatura da
água das incubadoras é mantida em 24,0 ± 1,0ºC. As larvas eclodiram com comprimento total
médio de 3,59 ± 0,14mm.
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2.5 Figuras
Figura 6: Remoção dos testículos e gônadas dos manchos de mandi-pintado P. britskii para
obtenção de sêmen para fertilização.
Figura 7: Bacia com os ovos do mandi-pintado P. britskii hidratando antes de serem transferidos
para a incubadora.
Capítulo 3
Avaliação quali-quantitativa de
gametas de peixes
dacley_pesca@hotmail.com –Unioeste
Juliana Alice Lösch3
Dacley Hertes Neu4
Para a coleta dos gametas masculinos, deve-se inicialmente conter e secar os animais
com panos, principalmente na região da papila genital. Com a garantia de que a papila genital
está seca, é necessário aplicar massagem na região abdominal do animal sempre no sentido
céfalo-caudal. É importante descartar a primeira gota de sêmen para evitar contaminações, e o
restante deverá ser coletado com o auxílio de uma seringa descartável, com graduação de
0,1mL, para mensuração do volume liberado.
A motilidade espermática do sêmen consiste em se misturar 2,5µL de sêmen a 100µL
de água destilada. Concomitantemente à mistura, é preciso iniciar a contagem do tempo (com
um cronômetro) e logo retirar uma amostra de 2,5µL para observação sob microscópio óptico
em objetiva de 40X (figura 1). No momento em que todas as células perderem a motilidade é
hora de parar o cronômetro e aferir o tempo.
A avaliação do índice de sobrevivência espermática é realizada através do método de
coloração eosina-nigrosina (Murgas et al., 2003). Para a realização da mistura, no entanto, deve
ser utilizado 30µL de sêmen e 100µL de cada corante e, posteriormente, é feita a confecção do
esfregaço. Após o processamento das lâminas, o material vai para análise em microscópio de
luz, com objetiva de 40X, contado 200 espermatozóides. É necessário levar em consideração
espermatozóides mortos, células rosadas e vivas nas não-coradas.
A concentração espermática do sêmen é mensurada retirando-se uma amostra de 5µL
de sêmen e diluindo-o em 5mL de formol-salina tamponada (CBRA, 1998), resultando na
diluição de 1:1000. Após a diluição, uma câmara hematimétrica de Neubauer é utilizada para
contagem de células espermáticas, conforme Mataveli et al. (2007), (figura 2).
As análises morfológicas do sêmen são realizadas através de dois esfregaços, com o
sêmen diluído em formol-salina tamponada (CBRA, 1998), na proporção de 1:1500
(sêmen:solução diluente). Os esfregaços são corados pelo método de Rosa Bengala (Conn,
1918), corante recomendado para peixes por Streit Jr. et al., (2004), e, depois de secos, levados
ao microscópio de contraste de fase com objetiva de 40X. Assim, realiza-se o exame de 120
espermatozóides entre as lâminas feitas de cada amostra de sêmen, classificando-os em
normais, com patologias primárias ou secundárias, de acordo com Streit Jr. et al. (2008).
Taxas de eclosão acima de 85% podem ser consideradas como um bom resultado.
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3.6 Figuras
Figura 5: Avaliação da taxa de fertilização: larva pós eclosão (figura à esquerda) e larvas
fixadas em formol para contagem (figura à direita).
Capítulo 4
Desenvolvimento embrionário e
larval do Mandi-Pintado
4.1 Introdução
Alguns pesquisadores utilizam o termo larva para indicar o período da vida do peixe
compreendido entre a eclosão e o enchimento da bexiga gasosa (Woynarovich & Horváth, 1983;
Godinho, 2007). Outros afirmam que a fase larval termina com a reabsorção do vitelo e início da
alimentação exógena (Helfman et al., 2000). E há o grupo dos que classificam as larvas em 4
estágios seguindo a sequência de desenvolvimento da nadadeira caudal e seus elementos de
suporte, dividindo-os em: estágio larval-vitelino, pré-flexão, flexão e pós-flexão (Kendall et al.,
1983; Nakatani et al., 2001). De acordo com essa classificação, a larva passa a ser juvenil
quando os espécimes se parecem com pequenos adultos, com todos os raios de nadadeiras e
escamas formados; esqueleto completamente ossificado; e padrão de pigmentação e forma do
corpo similares ao do adulto (Kendall et al., 1983).
Em doze horas pós-eclosão (hpe), as larvas de mandi-pintado apresentam olhos mais
desenvolvidos e início de pigmentação no corpo (Figura 2D). Às 18 hpe já se visualizam os
barbilhões.
A absorção total do vitelo das larvas de mandi-pintado ocorre aproximadamente em 50
hpe, quando as larvas iniciam a alimentação exógena (Figura 2E). O período de absorção do
saco vitelino é vital para a larva, pois neste período, o sistema digestório ainda se encontra em
formação (Godinho et al., 2003). Esse período de transição da alimentação endógena para a
exógena é uma fase crítica do desenvolvimento inicial, apresentando, frequentemente, altos
índices de mortalidade (Gordon & Hecht, 2002). Para se obter alta sobrevivência nesta fase é
importante que a primeira fonte de alimento exógena seja composta por alimento vivo, como
cistos de artêmia e zooplâncton. Com 66 hpe, as larvas de mandi-pintado já se alimentam
normalmente, podendo-se observar alimento em seu trato digestivo (Figura 2F).
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4.6 Figuras
CG
Ep
A B
ag
C D
E F
Figura 1: Ovos de mandi pintado Pimelodus britskii em diferentes fases de desenvolvimento. A)
Fase de 2 blastômeros. B) Fase de 4 blastômeros. C) Fase de mórula. D) Fase de gástrula, com
50% do embrião recoberto e destaque para a formação do anel germinativo. E) Fase final de
gástrula, com formação do blastóporo (seta). F) Esboço do embrião, com definição das regiões
cefálica e caudal. Ep=espaço perivitelino, CG=camada gelatinosa, c=córion, ag=anel
germinativo.
v
v
A B
v
v
C D
Figura 2: Ovos e larvas de mandi pintado Pimelodus britskii em diferentes fases de
desenvolvimento. A) Embrião às 12 horas pós-fertilização. B) 18 horas pós-fertilização. C) Larva
recém eclodida. D) Larva às 12 horas pós-eclosão. E) Larvas às 50 horas pós-eclosão. F)
Larvas às 66 horas pós-eclosão, com destaque para a presença de alimento (artêmias) no
estômago. V=vitelo.
Capítulo 5
Larvicultura do mandi-pintado
5.1 Introdução
5.2 Salinidade
5.3 Densidade
Tabela 4. Valores de peso final (PF), comprimento final (CF) e sobrevivência (SO) para o mandi-
pintado P. britski cultivado em diferentes densidades.
Densidade (larvas/L)
Parâmetros CV (%)
0,25 0,5 1 2
PF (g) 0,1483ab 0,1517a 0,1120b 0,1145ab 13,72
CF (cm) 2,6046a 2,6312a 2,3491b 2,3401b 4,09
SO (%) 90,625a 98,333a 85,000a 85,000a 10,28
Médias na mesma linha seguidas de letras distintas diferem (P<0,05) pelo teste de Tukey.
5.4 Luminosidade
Tratamentos
Variáveis* CV (%)
1 2 3 4
PF (g) 0,63±0,07a 0,61±0,05a 0,10±0,04b 0,20±0,12b 22,43
CF (mm) 41,79±2,44a 41,24±3,32a 24,03±1,79b 29,44±4,73b 24,70
88a 18c 8d 74,01
*Médias na mesma linha seguidas de letras distintas diferem (P<0,05) pelo teste de Tukey. 1) Fotoperíodo
Natural alimentadas com Artemia, 2) Fotoperíodo Escuro alimentadas com Artemia, 3) Fotoperíodo Natural
alimentadas com Ração e, 4) Fotoperíodo Escuro alimentadas com Ração.
Tabela 7 - Valores médios dos parâmetros bióticos de larvas de Pimelodus britskii alimentadas
com diferentes dietas.
Variáveis* Tratamentos C.V.
1 2 3 4
Peso Final (g) 0,386±0,13a 0,090±0,05c 0,604 ± 0,17a 0,424±0,18b 12,4
Comp. Final
(mm) 36,34±3,98b 22,18±3,88c 41,51± 4,41a 36,58±6,03b 35,9
Sobrevivência
(%) 87,33a 40,00b 94,00a 85,83a 47,9
*Valores na mesma linha seguidos de mesma letra não diferem estatisticamente (P<0,05) pelo teste Tukey.
Tratamentos: 1) Artêmia; 2) Ração; 3) Artêmia + Ração e, 4) Artêmia por duas semanas e depois ração.
C.V. – Coeficiente de Variação (%).
Um dos motivos que explica a melhora no crescimento dos peixes através da dieta
extrusada moída é o fato de ela ter passado pelo processo de extrusão, que em si proporciona
maior estabilidade e disponibilidade de seus nutrientes devido às mudanças físicas que ocorrem
através do aquecimento (Signor, 2008). Além disso, a moagem, por tornar os grânulos menores,
faz com que os peixes tenham maior facilidade de se alimentar. Porém, esse processo acaba
elevando o preço devido ao maior tempo gasto, a mão-de-obra e ao maior consumo de energia
(Meurer et al., 2005).
5.7 Utilização de micronutrientes
5.9 Referências
César Sary1
Fausto Renato Weirich2
Junior Dasoler Luchesi3
Aldi Feiden4
6.2 Nutrição
6.5 Referências
Tabela 11. Composição centesimal dos filés de mandi-pintado (P. britskii), capturados no rio
Iguaçu em maio de 2009.
Parâmetro Média (%) CV (%)
Proteína 17,39 7,88
Lipídios 12,34 17,67
Cinzas 1,11 1,47
Umidade 68,71 2,57
O mandi-pintado apresenta uma carne com alto teor de lipídios, sendo então
considerado gordo, pois, segundo Bressan (2002), peixes com percentual de gordura acima de
1Nutricionista.
Juliana_veit@hotmail.com – Instituto Água viva
2Graduanda do curso de Engenharia de Pesca. jaquelinemarcela@ibest.com.br Unioeste
3Graduanda do curso de Engenharia de Pesca. lezinha_reis@hotmail.com – Unioeste
4Zootecnista. Dr. em Produção Animal. wrboscolo@bol.com.br - Unioeste
8% são assim classificados. Em geral, o alto teor de lipídios no pescado pode ser benéfico,
tendo em vista que esta característica torna a carne mais saborosa (Ogawa, 1999b). Além disso,
os lipídios são fonte de energia, constituintes de membranas, têm grande poder de saciedade e
são essenciais para a absorção das vitaminas lipossolúveis. São, portanto, fundamentais para o
desenvolvimento adequado e para a manutenção da saúde humana.
Tabela 12. Proporções corporais do mandi-pintado (P. britskii), coletados no rio Iguaçu em maio
de 2009.
Parâmetro Médias Desvio Pesos Desvio Rendimentos Desvio
s Individua padrão iniciais padrão (%) padrão
is (g)
CT (cm) 22,01 2,45 - - - -
Peso (g) - - 139,16 - - 41,96
TL (%) - - 76,84 25,38 55,11 6,70
GV (%) - - 1,81 0,71 1,38 0,65
PCAB (%) - - 37,83 14,59 27,35 7,79
Filé (%) - - 56,84 20,92 40,44 6,11
CT = comprimento total; TL = tronco limpo; GV = gordura visceral; PCAB = peso da cabeça.
Fonte: GEMAq (2009).
Tabela 13. Proporção corporal para o mandi P. britskii coletado no rio Iguaçu, no inverno e
no verão.
Estação
Parâmetros CV(%)
Inverno Verão
CT (cm) 23,10a 18,16b 9,78*
Peso (g) 111,23a 54,67b 24,97*
TL (%) 51,77a 47,58ª 14,63NS
GV (%) 1,24a 2,10ª 129,92NS
PCAB (%) 25,68a 26,77ª 16,23NS
Filé (%) 26,12b 30,06ª 21,91*
*Médias na mesma linha seguida de letras distintas diferem (p < 0,05) pelo teste de Duncan.
Os parâmetros observados no inverno e no verão demonstram que houve diferenças
(P>0,05) quanto a CT, Peso e Filé. A porcentagem de tronco limpo mostrou-se alta nas duas
estações, o que é importante resultado quanto ao potencial para industrialização, e encontra-se
dentro da faixa de outros pimelodídeos do rio Iguaçu.
Tabela 14. Proposta para formulação de empanado elaborado com filé de mandi-pintado (P.
britskii).
INGREDIENTES Porcentagem (%)
Filé de pescado triturado 83,0
Água gelada 4,0
Amido de milho 2,5
Proteína texturizada de soja 2,0
Isolado Protéico de soja 2,0
Sal 1,5
Cebola desidratada 1,5
Óleo de soja 1,2
Alho desidratado 0,8
Cebolinha desidratada 0,6
Salsinha desidratada 0,6
Glutamato monossódico 0,2
Pimenta branca 0,1
Total 100
Filé de mandi-
pintado triturado
Homogeneização da polpa
Mistura
Resfriamento
Moldagem
Empanamento
Pré-fritura
Embalagem
Congelamento
Tabela 16. Proposta para formulação de hambúrguer produzido com filé de mandi-pintado (P.
britskii).
INGREDIENTES %
Filé de pescado triturado 81,0
Água gelada 5,0
Proteína texturizada de soja 4,0
Amido de milho 3,0
Óleo de soja 2,0
Sal 1,5
Cebola desidratada 1,4
Alho desidratado 0,8
Salsinha desidratada 0,5
Cebolinha desidratada 0,4
Glutamato monossódico 0,2
Pimenta branca 0,2
Total 100
Filé de mandi-
pintado triturado
Homogeneização da polpa
Mistura
Moldagem
Empanamento
Pré-fritura
Embalagem
Congelamento
7.3.3. Defumação
A defumação, embora seja uma antiga técnica de conservação, atualmente tem sido
utilizada para melhorar a qualidade dos pescados, tendo em vista que a fumaça provoca
mudanças nos atributos sensoriais (aroma, sabor, coloração e textura) (Minozzo & Boscolo,
2007; Sigurgisladottir et al., 2000).
Dois métodos de defumação são comumente conhecidos: a frio e a quente Porém,
podem também ser utilizados a fumaça líquida, o método eletrostático e a elaboração de
produtos defumados condimentados (Minozzo & Boscolo, 2007).
A defumação a quente tem como principal objetivo proporcionar sabor característico.
Já na defumação a frio, o objetivo maior é o prolongamento da vida útil do produto. O tempo de
exposição à fumaça é menor na defumação a quente, em função da maior temperatura
empregada (Minozzo & Boscolo, 2007).
Alguns fatores influenciam na composição centesimal do pescado, tais como: idade,
peso, alimentação, sazonalidade, fase fisiológica, bem como as diferentes partes do corpo
(Minozzo & Boscolo, 2007). Como o mandi-pintado é um peixe gorduroso, seu teor de umidade
é proporcionalmente menor. Assim, após o processo de defumação, os teores de proteínas,
lipídios e cinzas aumentam, conforme a Tabela 18.
7.5 Figuras
A A
B C
Figura 5. Mandi-pintado inteiro defumado (A). Filés crus (B). Filés defumados (C).