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RECURSO EXTRAORDINÁRIO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
RECURSO EXTRAORDINÁRIO - ESPECIAL
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PRINCIPAIS ASPECTOS
RECURSO EXTRAORDINÁRIO - RECURSO ESPECIAL
Aspectos gerais
Tanto o recurso especial como o extraordinário devem ser interpostos no prazo de quinze
dias. Caso da decisão a ser recorrida caiba ambos os recursos, o recorrente poderá interpô-los,
devendo ocorrer de forma simultânea, para que não haja preclusão consumativa. Ademais, ambos
os recursos devem ser acompanhados de preparo e porte de remessa e retorno.
recurso especial quando cabíveis embargos infringentes contra o acórdão proferido no tribunal de
origem”. Não obstante os embargos infringentes não existirem mais no CPC, o sentido da súmula
207 permanece: não cabem recursos extraordinários, se cabíveis ainda os ordinários, que precisam
ter sido esgotados.
Outro requisito é que os recursos sejam interpostos contra decisão de única ou última
instância. Esta exigência é extraída das disposições dos arts.102, III e 105, III da Constituição Federal.
Ocorre que, há uma diferenças entre o recurso extraordinário e especial no tocante a este tema.
Enquanto no recurso extraordinário se exige que a decisão seja proferida em única ou última
instância, o recurso especial exige que haja causa decidida em única ou última instância por tribunal,
estadual ou federal. Uma aplicação prática desse fato é que das decisões proferidas pelos Colégios
recursais, será admitido recurso extraordinário, mas não especial, visto que os mesmos não possuem
natureza de Tribunal.
Além desses requisitos, cumpre frisar que o recurso especial e extraordinário não são cabíveis
para rediscutir matéria de fato. Nesse sentido, a Súmula nº 279 do STF: “Para simples reexame da
prova não cabe recurso extraordinário. No mesmo sentido, a Súmulas nº 7 do STJ.
Ocorre que, em diversos casos, mesmos que a parte tenha oposto os embargos de declaração,
o Tribunal não venha a sanar a omissão. Nesses casos, para o Supremo Tribunal Federal, basta a
oposição dos embargos, para que a questão constitucional considere-se prequestionada, ainda que
ela não seja efetivamente apreciada nos embargos. Logo, o Supremo admite o prequestionamento
ficto, já que pode não haver a apreciação da questão constitucional pelas instâncias inferiores. Já o
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STJ exigia o prequestionamento real e efetivo, ou seja, que o Tribunal de origem efetivamente se
manifestasse sobre a questão federal que seria objeto de recurso especial. Sobre o tema, são
esclarecedoras as palavras de Marcus Vinicius Rios Gonçalves (Direito Processual Civil
Esquematizado, p.1244,8º edição): “A solução dada pelo STJ era a seguinte: se, no julgamento dos
embargos de declaração, a questão federal fosse apreciada, teria ocorrido o prequestionamento,
bastando a interposição de recurso especial, com fundamento nela; se a questão não fosse apreciada,
a solução seria opor recurso especial, não com fundamento nela, mas na contrariedade ao art. 1.022
do CPC, que trata do recurso de embargos de declaração. O recorrente alegaria, então, que, quando
o tribunal de origem não examinou a questão suscitada nos embargos, contrariou aquele dispositivo.
O STJ examinaria esse recurso especial e verificaria se o órgão a quo deveria ou não ter apreciado a
questão suscitada. Em caso afirmativo, acolhê-lo-ia e determinaria que a instância inferior a
examinasse. O órgão a quo teria de apreciá-la, com o que, finalmente, haveria o prequestionamento
da questão federal, abrindo ensejo para que o interessado apresentasse agora um novo recurso
especial, desta feita fundado nela. Mas a Súmula 211 do STJ foi editada na vigência do CPC de 1973.
As dificuldades por ela trazidas preocuparam o legislador do CPC atual que, por meio de art. 1.025,
eliminou a exigência que decorria da sua aplicação. Esse artigo dispõe expressamente que
“Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante pleiteou, para fins de
prequestionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o
tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade”. Assim, deve
prevalecer, para ambos os tribunais, STF e STJ, a solução que era dada pela Súmula 356 do STF , e
não a da Súmula 211 do STJ. Uma vez que se consideram incluídos no acórdão os elementos
suscitados nos embargos, ainda que eles não sejam admitidos ou sejam rejeitados, não haverá mais
a necessidade de opor recurso especial por violação ao art. 1.022 do CPC. A questão suscitada nos
embargos de declaração considerar-se-á prequestionada, desde que o STF ou STJ considerem que, a
respeito dela, de fato o acórdão era contraditório, obscuro, omisso ou continha erro material.”
dispositivo constitucional ou legal violado. Atualmente, tanto o STJ como o STF admitem o
prequestionamento implícito, não sendo necessária a indicação do dispositivo legal violado.
Estes recursos devem ser interpostos no prazo de quinze dias perante o presidente ou vice-
presidente do Tribunal a quo, devendo a petição conter a exposição dos fatos e do direito, a
demonstração do cabimento do recurso interposto e as razões do pedido de reforma ou de
invalidação da decisão recorrida. Existindo algum vício formal que não seja grave, o STF ou o STJ
poderá desconsiderá-lo e determinar a sua correção, nos termos do § 3º do art. 1.029 do CPC. Na
mesma ótima, estabelece o art. 1.032 que, “Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender
que o recurso especial versa sobre questão constitucional, deverá conceder prazo de quinze dias para
que o recorrente demonstre a existência de repercussão geral e se manifeste sobre a questão
constitucional. Cumprida a diligência, remeterá o recurso ao Supremo Tribunal Federal que, em juízo
de admissibilidade, poderá devolvê-lo ao Superior Tribunal de Justiça”.
Uma vez recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado
para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao
presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá I – negar seguimento a) a recurso
extraordinário que discuta questão constitucional à qual o Supremo Tribunal Federal não tenha
reconhecido a existência de repercussão geral ou a recurso extraordinário interposto contra acórdão
que esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal exarado no regime de
repercussão geral; b) a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que
esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de
Justiça, respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos; II – encaminhar
o processo ao órgão julgador para realização do juízo de retratação, se o acórdão recorrido divergir
do entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça exarado, conforme
o caso, nos regimes de repercussão geral ou de recursos repetitivos; III – sobrestar o recurso que
versar sobre controvérsia de caráter repetitivo ainda não decidida pelo Supremo Tribunal Federal ou
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Ambos recursos são dotados apenas do efeito devolutivo, nos limites em que o recurso for
admitido. Ou seja, não possui efeito suspensivo.
Porém, é possível a concessão de efeitos suspensivo, nos termos do art. 1.029 § 5º, do CPC,
podendo ser concedido se relevante a fundamentação do recurso, quando a demora puder causar
dano irreparável ou de difícil reparação.
Por fim, frise-se que estes recursos não possuem efeito translativo, diante da exigência do
prequestionamento, que não possibilita o reexame de matéria não ventilada, ainda que de ordem
pública.
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O recurso especial será julgado pelo Superior Tribunal de Justiça, relativas as causas decididas,
em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do
Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida contrariar tratado ou lei federal, ou negar-
lhes vigência; julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; der à lei federal
interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
Sobre a primeira hipótese de cabimento (quando a decisão recorrida contrariar tratado ou lei
federal, ou negar-lhes vigência), cumpre frisar que a afronta há de ser de lei federal ou tratado, não
bastando que haja alegação de violação a enunciado de súmula (Súmula 518 do STJ).
No tocante à segunda hipótese, frise-se que só é cabível o recurso em caso de ato de governo
local. Se a decisão der pela validade de lei local contestada em face de lei federal, o recurso cabível
não será o especial, mas sim o extraordinário, na forma do art. 102, III, d, da CF.
Por fim, no tocante a hipótese “Der à lei federal interpretação divergente da que lhe haja
atribuído outro tribunal”, busca-se a uniformização da jurisprudência da lei federal.
O recurso extraordinário será julgado pelo Supremo Tribunal Federal, relativas as causas
decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida, contrariar dispositivo desta
Constituição; declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; julgar válida lei ou ato de
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governo local contestado em face da Constituição Federal; julgar válida lei local contestada em face
de lei federal.
Uma vez reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo Tribunal Federal determinará
a suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que
versem sobre a questão e tramitem no território nacional (art. 1.035, § 5º). Já o § 6º do artigo citado
possibilita que o interessado requeira ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal de origem, que
exclua da decisão de sobrestamento e inadmita o recurso extraordinário que tenha sido interposto
intempestivamente, tendo o recorrente o prazo de 5 (cinco) dias para manifestar-se sobre esse
requerimento.
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Nos termos do art. 1.036 do CPC, “sempre que houver multiplicidade de recursos
extraordinários ou especiais com fundamento em idêntica questão de direito, haverá afetação para
julgamento de acordo com as disposições desta Subseção, observado o disposto no Regimento
Interno do Supremo Tribunal Federal e no do Superior Tribunal de Justiça.” Nesses casos, o
presidente ou o vice-presidente de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal selecionará 2
(dois) ou mais recursos representativos da controvérsia, que serão encaminhados ao Supremo
Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça para fins de afetação, determinando a suspensão
do trâmite de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitem no Estado ou na
região, conforme o caso. Tratam-se das figuras do recurso extraordinário e especial repetitivos.
Avançando, passemos a análise da afetação. Esta é a decisão por meio da qual fica estabelecido
que o julgamento dos recursos paradigmas selecionados se realizará na forma do art. 1.036 do CPC,
possuindo eficácia de recurso repetitivo e efeito vinculante sobre os demais julgamentos em
território nacional, especificando-se a questão jurídica que será examinada.
Todavia, nos termos do § 9o, “demonstrando distinção entre a questão a ser decidida no
processo e aquela a ser julgada no recurso especial ou extraordinário afetado, a parte poderá
requerer o prosseguimento do seu processo.”
Uma vez decidida a questão relativa aos recursos que foram afetados, os órgãos colegiados
terão duas opções. Ou declararão prejudicados os demais recursos que versarem sobre idêntica
controvérsia, ou os decidirão aplicando a tese firmada.
Por fim, publicado o acórdão paradigma, o art. 1.040 do CPC determina que: o presidente ou o
vice-presidente do tribunal de origem negará seguimento aos recursos especiais ou extraordinários
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Bom, amigos e futuros Procuradores, encerramos este material por aqui. Esperamos ter
esclarecido dúvidas e abordadas as principais questões sobre o tema.
Nas próximas páginas, você encontrará questões objetivas sobre o tema. Afinal, o treino é o
caminho para perfeição.
Vamos juntos!
Equipe AprovaçãoPGE
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“Determine-se a nunca ficar à toa. É maravilhoso o quanto pode ser feito se estamos sempre
fazendo.”
- Thomas Jefferson
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02 - 2017 - FCC - TRT - 11ª Região (AM e RR) - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador
José ajuizou procedimento comum, mas a petição inicial foi indeferida por conter pedidos
incompatíveis entre si. Nesse caso, dessa decisão
a) caberá agravo de instrumento.
b) caberá apelação.
c) caberá agravo interno.
d) caberá recurso especial.
e) não caberá recurso.
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e) remeterá o processo ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, onde será
realizado o juízo de admissibilidade.
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GABARITO
1 – C; 2 – B; 3 – C; 4 – B; 5 – C
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