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RECURSO ESPECIAL

RECURSO EXTRAORDINÁRIO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
RECURSO EXTRAORDINÁRIO - ESPECIAL
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Amigos, vocês pediram, nós atendemos!


Diante dos inúmeros pedidos realizados no nosso
perfil no Instagram (@aprovacaopge), o direito
processual civil foi a matéria selecionada. Por
isso, o Dr. Rodrigo Peixoto Medeiros preparou um
material sobre os principais aspectos de dois
importantes recursos existentes no processo civil:
o recurso extraordinário e o especial.
Neste material foi feita uma análise conjunta de
pontos-chaves desses recursos.
Aproveitem esta oportunidade para se
aprofundar no tema.
Como já dizia Johann Goethe “Quando uma
criatura humana desperta para um grande sonho
e sobre ele lança toda a força de sua alma, todo
o universo conspira a seu favor.”
Vamos juntos nesta caminhada rumo à
aprovação!
Equipe AprovaçãoPGE
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PRINCIPAIS ASPECTOS
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Aspectos gerais

Os recursos extraordinário e especial compõe a categoria dos “recursos extraordinários lato


sensu”, uma vez que não visam precipuamente discutir a justiça ou a correção da decisão proferida,
e sim, manter a uniformidade da interpretação, de modo que se impeça que as decisões judiciais
venham a contrariar a Constituição Federal e as leis federais.

As suas hipóteses de cabimento estão previstas na Constituição Federal, podendo ser


interpostos contra acórdão proferido não só no julgamento de apelação, mas também de agravo de
instrumento ou agravo interno, nos termos da Súmula nº86 do Superior Tribunal de Justiça.
Outrossim, é importante aduzir que atualmente o Superior Tribunal de Justiça vem admitindo a
interposição do recurso especial contra acórdão proferido em remessa necessária.

Feitos esses breves esclarecimentos, vamos analisar os requisitos comuns de admissibilidade


destes recursos.

Tanto o recurso especial como o extraordinário devem ser interpostos no prazo de quinze
dias. Caso da decisão a ser recorrida caiba ambos os recursos, o recorrente poderá interpô-los,
devendo ocorrer de forma simultânea, para que não haja preclusão consumativa. Ademais, ambos
os recursos devem ser acompanhados de preparo e porte de remessa e retorno.

Em adição aos requisitos de admissibilidade acima expostos, os recursos especial e


extraordinários apresentam também outros importantes. Vejamos.

É requisito de admissibilidade que se tenham esgotado os recursos. Ou seja, se ainda houve


a possibilidade de interposição de algum recurso ordinário, não serão admissíveis o RE e o REsp.
Nesse sentido as Súmulas 281 do STF: “É inadmissível o recurso extraordinário, quando couber, na
Justiça de origem, recurso ordinário da decisão impugnada”; e a Súmula 207 do STJ: “É inadmissível
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recurso especial quando cabíveis embargos infringentes contra o acórdão proferido no tribunal de
origem”. Não obstante os embargos infringentes não existirem mais no CPC, o sentido da súmula
207 permanece: não cabem recursos extraordinários, se cabíveis ainda os ordinários, que precisam
ter sido esgotados.

Outro requisito é que os recursos sejam interpostos contra decisão de única ou última
instância. Esta exigência é extraída das disposições dos arts.102, III e 105, III da Constituição Federal.
Ocorre que, há uma diferenças entre o recurso extraordinário e especial no tocante a este tema.
Enquanto no recurso extraordinário se exige que a decisão seja proferida em única ou última
instância, o recurso especial exige que haja causa decidida em única ou última instância por tribunal,
estadual ou federal. Uma aplicação prática desse fato é que das decisões proferidas pelos Colégios
recursais, será admitido recurso extraordinário, mas não especial, visto que os mesmos não possuem
natureza de Tribunal.

Além desses requisitos, cumpre frisar que o recurso especial e extraordinário não são cabíveis
para rediscutir matéria de fato. Nesse sentido, a Súmula nº 279 do STF: “Para simples reexame da
prova não cabe recurso extraordinário. No mesmo sentido, a Súmulas nº 7 do STJ.

O prequestionamento é outro importante requisito de admissibilidade atinentes aos aludidos


recursos. Logo, se faz necessário que a questão constitucional ou federal a ser discutida no recurso
tenha sido ventilada nas instâncias ordinárias, isto é, suscitada e decidida anteriormente. Sobre o
tema, é oportuno citar o teor do art. 941, § 3º, do CPC, que dispõe que haverá prequestionamento
mesmo que a questão constitucional ou federal seja suscitada apenas no voto vencido. Ademais, caso
haja omissão no julgado sobre determinada questão constitucional ou relativa à lei federal
supostamente violada, caberá a recorrente opor embargos de declaração para saná-la. Estes
embargos servirão para prequestionar a matéria, não tendo caráter protelatório.

Ocorre que, em diversos casos, mesmos que a parte tenha oposto os embargos de declaração,
o Tribunal não venha a sanar a omissão. Nesses casos, para o Supremo Tribunal Federal, basta a
oposição dos embargos, para que a questão constitucional considere-se prequestionada, ainda que
ela não seja efetivamente apreciada nos embargos. Logo, o Supremo admite o prequestionamento
ficto, já que pode não haver a apreciação da questão constitucional pelas instâncias inferiores. Já o
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STJ exigia o prequestionamento real e efetivo, ou seja, que o Tribunal de origem efetivamente se
manifestasse sobre a questão federal que seria objeto de recurso especial. Sobre o tema, são
esclarecedoras as palavras de Marcus Vinicius Rios Gonçalves (Direito Processual Civil
Esquematizado, p.1244,8º edição): “A solução dada pelo STJ era a seguinte: se, no julgamento dos
embargos de declaração, a questão federal fosse apreciada, teria ocorrido o prequestionamento,
bastando a interposição de recurso especial, com fundamento nela; se a questão não fosse apreciada,
a solução seria opor recurso especial, não com fundamento nela, mas na contrariedade ao art. 1.022
do CPC, que trata do recurso de embargos de declaração. O recorrente alegaria, então, que, quando
o tribunal de origem não examinou a questão suscitada nos embargos, contrariou aquele dispositivo.
O STJ examinaria esse recurso especial e verificaria se o órgão a quo deveria ou não ter apreciado a
questão suscitada. Em caso afirmativo, acolhê-lo-ia e determinaria que a instância inferior a
examinasse. O órgão a quo teria de apreciá-la, com o que, finalmente, haveria o prequestionamento
da questão federal, abrindo ensejo para que o interessado apresentasse agora um novo recurso
especial, desta feita fundado nela. Mas a Súmula 211 do STJ foi editada na vigência do CPC de 1973.
As dificuldades por ela trazidas preocuparam o legislador do CPC atual que, por meio de art. 1.025,
eliminou a exigência que decorria da sua aplicação. Esse artigo dispõe expressamente que
“Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante pleiteou, para fins de
prequestionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o
tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade”. Assim, deve
prevalecer, para ambos os tribunais, STF e STJ, a solução que era dada pela Súmula 356 do STF , e
não a da Súmula 211 do STJ. Uma vez que se consideram incluídos no acórdão os elementos
suscitados nos embargos, ainda que eles não sejam admitidos ou sejam rejeitados, não haverá mais
a necessidade de opor recurso especial por violação ao art. 1.022 do CPC. A questão suscitada nos
embargos de declaração considerar-se-á prequestionada, desde que o STF ou STJ considerem que, a
respeito dela, de fato o acórdão era contraditório, obscuro, omisso ou continha erro material.”

No tocante ao prequestionamento, é salutar trazer algumas considerações sobre o


prequestionamento implícito. Nessa toada, a questão principal sobre o tema é saber se o acórdão
recorrido precisa enfrentar expressamente a questão constitucional ou federal que é objeto do RE
ou do REsp, ou se basta que tal questão seja apreciada implicitamente, sem indicação expressa do
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dispositivo constitucional ou legal violado. Atualmente, tanto o STJ como o STF admitem o
prequestionamento implícito, não sendo necessária a indicação do dispositivo legal violado.

Procedimento de interposição do RE e RESP

O art. 1.029 do CPC trata do procedimento de interposição do recurso especial e extraordinário.

Estes recursos devem ser interpostos no prazo de quinze dias perante o presidente ou vice-
presidente do Tribunal a quo, devendo a petição conter a exposição dos fatos e do direito, a
demonstração do cabimento do recurso interposto e as razões do pedido de reforma ou de
invalidação da decisão recorrida. Existindo algum vício formal que não seja grave, o STF ou o STJ
poderá desconsiderá-lo e determinar a sua correção, nos termos do § 3º do art. 1.029 do CPC. Na
mesma ótima, estabelece o art. 1.032 que, “Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender
que o recurso especial versa sobre questão constitucional, deverá conceder prazo de quinze dias para
que o recorrente demonstre a existência de repercussão geral e se manifeste sobre a questão
constitucional. Cumprida a diligência, remeterá o recurso ao Supremo Tribunal Federal que, em juízo
de admissibilidade, poderá devolvê-lo ao Superior Tribunal de Justiça”.

Uma vez recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado
para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao
presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá I – negar seguimento a) a recurso
extraordinário que discuta questão constitucional à qual o Supremo Tribunal Federal não tenha
reconhecido a existência de repercussão geral ou a recurso extraordinário interposto contra acórdão
que esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal exarado no regime de
repercussão geral; b) a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que
esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de
Justiça, respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos; II – encaminhar
o processo ao órgão julgador para realização do juízo de retratação, se o acórdão recorrido divergir
do entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça exarado, conforme
o caso, nos regimes de repercussão geral ou de recursos repetitivos; III – sobrestar o recurso que
versar sobre controvérsia de caráter repetitivo ainda não decidida pelo Supremo Tribunal Federal ou
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pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme se trate de matéria constitucional ou


infraconstitucional; IV – selecionar o recurso como representativo de controvérsia constitucional ou
infraconstitucional, nos termos do § 6º do art. 1.036; V – realizar o juízo de admissibilidade e, se
positivo, remeter o feito ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, desde
que:

a) o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime de repercussão geral ou de


julgamento de recursos repetitivos;

b) o recurso tenha sido selecionado como representativo da controvérsia; ou

c) o tribunal recorrido tenha refutado o juízo de retratação.

Outrossim, se houver interposição de ambos os recursos, os autos serão enviados primeiro ao


Superior Tribunal de Justiça, para que seja examinado o recurso especial (art. 1.031). Julgado, será
necessário verificar se o extraordinário não ficou prejudicado. Em caso negativo, os autos serão
enviados ao Supremo Tribunal Federal, para que o RE seja julgado.

Demonstradas as principais características dos procedimentos de interposição dos recursos


extraordinário e especial, vamos analisar os efeitos destes recursos.

Efeitos dos recursos extraordinário e especial

Ambos recursos são dotados apenas do efeito devolutivo, nos limites em que o recurso for
admitido. Ou seja, não possui efeito suspensivo.

Porém, é possível a concessão de efeitos suspensivo, nos termos do art. 1.029 § 5º, do CPC,
podendo ser concedido se relevante a fundamentação do recurso, quando a demora puder causar
dano irreparável ou de difícil reparação.

Por fim, frise-se que estes recursos não possuem efeito translativo, diante da exigência do
prequestionamento, que não possibilita o reexame de matéria não ventilada, ainda que de ordem
pública.
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Características próprias do recurso especial

O recurso especial será julgado pelo Superior Tribunal de Justiça, relativas as causas decididas,
em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do
Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida contrariar tratado ou lei federal, ou negar-
lhes vigência; julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; der à lei federal
interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

Sobre a primeira hipótese de cabimento (quando a decisão recorrida contrariar tratado ou lei
federal, ou negar-lhes vigência), cumpre frisar que a afronta há de ser de lei federal ou tratado, não
bastando que haja alegação de violação a enunciado de súmula (Súmula 518 do STJ).

No tocante à segunda hipótese, frise-se que só é cabível o recurso em caso de ato de governo
local. Se a decisão der pela validade de lei local contestada em face de lei federal, o recurso cabível
não será o especial, mas sim o extraordinário, na forma do art. 102, III, d, da CF.

Por fim, no tocante a hipótese “Der à lei federal interpretação divergente da que lhe haja
atribuído outro tribunal”, busca-se a uniformização da jurisprudência da lei federal.

Nesses termos, “quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a


prova da divergência com a certidão, cópia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial ou
credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido publicado o acórdão divergente, ou
ainda com a reprodução de julgado disponível na rede mundial de computadores, com indicação da
respectiva fonte, devendo-se, em qualquer caso, mencionar as circunstâncias que identifiquem ou
assemelhem os casos confrontados”, em face do teor do § 1º do art. 1.029 do CPC.

Características próprias do recurso extraordinário

O recurso extraordinário será julgado pelo Supremo Tribunal Federal, relativas as causas
decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida, contrariar dispositivo desta
Constituição; declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; julgar válida lei ou ato de

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governo local contestado em face da Constituição Federal; julgar válida lei local contestada em face
de lei federal.

Sobre estas hipóteses, os principais pontos a serem fixados são os seguintes:

a) É possível que seja interposto recurso extraordinário quando o acórdão recorrido


der ao dispositivo constitucional interpretação divergente, mas não melhor do que
aquela que lhe haja dado outro tribunal.

b) A declaração de inconstitucionalidade de lei local, seja estadual, seja municipal, não


enseja recurso extraordinário, nos termos da súmula 280 do STF.

A questão da repercussão geral no recurso extraordinário

O § 3º do art. 102 da Constituição Federal exige que no recurso extraordinário o recorrente


deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos
da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela
manifestação de dois terços de seus membros.

Na preliminar do recurso extraordinário, deve o recorrente demonstrar a existência da


repercussão geral da matéria. Para efeito de repercussão geral, será considerada a existência ou não
de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os
interesses subjetivos do processo, nos termos do § 1º do art.1.035 do CPC.

Uma vez reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo Tribunal Federal determinará
a suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que
versem sobre a questão e tramitem no território nacional (art. 1.035, § 5º). Já o § 6º do artigo citado
possibilita que o interessado requeira ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal de origem, que
exclua da decisão de sobrestamento e inadmita o recurso extraordinário que tenha sido interposto
intempestivamente, tendo o recorrente o prazo de 5 (cinco) dias para manifestar-se sobre esse
requerimento.

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Além disso, é importante mencionar que negada a existência da repercussão geral, “o


presidente ou vice-presidente do tribunal de origem negará seguimento aos recursos extraordinários
sobrestados na origem que versem sobre matéria idêntica” (art. 1.035, § 8º), cabendo dessa decisão
o agravo interno, previsto no art. 1.021, do CPC.

Recurso extraordinário e especial repetitivos

Nos termos do art. 1.036 do CPC, “sempre que houver multiplicidade de recursos
extraordinários ou especiais com fundamento em idêntica questão de direito, haverá afetação para
julgamento de acordo com as disposições desta Subseção, observado o disposto no Regimento
Interno do Supremo Tribunal Federal e no do Superior Tribunal de Justiça.” Nesses casos, o
presidente ou o vice-presidente de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal selecionará 2
(dois) ou mais recursos representativos da controvérsia, que serão encaminhados ao Supremo
Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça para fins de afetação, determinando a suspensão
do trâmite de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitem no Estado ou na
região, conforme o caso. Tratam-se das figuras do recurso extraordinário e especial repetitivos.

Avançando, passemos a análise da afetação. Esta é a decisão por meio da qual fica estabelecido
que o julgamento dos recursos paradigmas selecionados se realizará na forma do art. 1.036 do CPC,
possuindo eficácia de recurso repetitivo e efeito vinculante sobre os demais julgamentos em
território nacional, especificando-se a questão jurídica que será examinada.

Todavia, nos termos do § 9o, “demonstrando distinção entre a questão a ser decidida no
processo e aquela a ser julgada no recurso especial ou extraordinário afetado, a parte poderá
requerer o prosseguimento do seu processo.”

Uma vez decidida a questão relativa aos recursos que foram afetados, os órgãos colegiados
terão duas opções. Ou declararão prejudicados os demais recursos que versarem sobre idêntica
controvérsia, ou os decidirão aplicando a tese firmada.

Por fim, publicado o acórdão paradigma, o art. 1.040 do CPC determina que: o presidente ou o
vice-presidente do tribunal de origem negará seguimento aos recursos especiais ou extraordinários
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sobrestados na origem, se o acórdão recorrido coincidir com a orientação do tribunal superior; II - o


órgão que proferiu o acórdão recorrido, na origem, reexaminará o processo de competência
originária, a remessa necessária ou o recurso anteriormente julgado, se o acórdão recorrido
contrariar a orientação do tribunal superior; III - os processos suspensos em primeiro e segundo graus
de jurisdição retomarão o curso para julgamento e aplicação da tese firmada pelo tribunal superior;
IV - se os recursos versarem sobre questão relativa a prestação de serviço público objeto de
concessão, permissão ou autorização, o resultado do julgamento será comunicado ao órgão, ao ente
ou à agência reguladora competente para fiscalização da efetiva aplicação, por parte dos entes
sujeitos a regulação, da tese adotada.

Bom, amigos e futuros Procuradores, encerramos este material por aqui. Esperamos ter
esclarecido dúvidas e abordadas as principais questões sobre o tema.

Nas próximas páginas, você encontrará questões objetivas sobre o tema. Afinal, o treino é o
caminho para perfeição.

Vamos juntos!

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“Determine-se a nunca ficar à toa. É maravilhoso o quanto pode ser feito se estamos sempre
fazendo.”
- Thomas Jefferson
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QUESTÕES OBJETIVAS PARA TREINO

01 - 2017 - CESPE - TJ-PR - Juiz de Direito


Assinale a opção correta no que concerne a ordem dos processos, incidentes e causas de
competência originárias dos tribunais.
a) Em razão de seu caráter vinculante, o mérito do incidente de resolução de demandas repetitivas
deve ser julgado pelo plenário ou órgão especial do tribunal de justiça em que tramite a causa que
der ensejo ao incidente.
b) Na hipótese de estabilização da tutela provisória antecipada em razão da não interposição de
recurso, será cabível ação rescisória para rever, reformar ou invalidar a tutela concedida, sendo de
dois anos o prazo para tal, contados da decisão que extinguir o processo.
c) O incidente de assunção de competência pode ter por objeto a solução de relevante questão de
direito material ou processual em hipótese em que não caiba julgamento de casos repetitivos.
d) Para o preenchimento do requisito do prequestionamento, a matéria suscitada no recurso especial
deve ter sido debatida no voto condutor do acórdão recorrido e não apenas no voto vencido, porque
este não compõe o acórdão para fins de impugnação.

02 - 2017 - FCC - TRT - 11ª Região (AM e RR) - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador
José ajuizou procedimento comum, mas a petição inicial foi indeferida por conter pedidos
incompatíveis entre si. Nesse caso, dessa decisão
a) caberá agravo de instrumento.
b) caberá apelação.
c) caberá agravo interno.
d) caberá recurso especial.
e) não caberá recurso.

03 - 2016 - FCC - DPE-ES - Defensor Público

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Sobre o sistema recursal no novo Código de Processo Civil


a) o Superior Tribunal de Justiça deverá negar seguimento ao recurso especial que suscite o
conhecimento de questão constitucional.
b) são cabíveis embargos infringentes contra acórdão não unânime que tenha reformado, em grau
de apelação, a sentença de mérito, ou houver julgado procedente ação rescisória.
c) os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em
sentido diverso, mas a apelação, como regra, tem efeito suspensivo.
d) as decisões interlocutórias que não se enquadram nas hipóteses de cabimento do agravo de
instrumento são irrecorríveis, razão pela qual podem ser atacadas por mandado de segurança contra
ato judicial.
e) o recurso especial tem seu juízo de admissibilidade realizado exclusivamente pelo próprio Superior
Tribunal de Justiça.

04 - 2016 - FCC - SEGEP-MA - Procurador do Estado


No processamento de recurso extraordinário e de recurso especial, findo o prazo para apresentação
de contrarrazões, os autos serão conclusos ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido
que
a) realizará o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeterá o processo ao Supremo Tribunal
Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, ainda que a matéria tenha sido submetida ao regime de
repercussão geral ou de julgamento de recursos repetitivos.
b) negará seguimento a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que
esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de
Justiça, respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos, e dessa decisão
caberá agravo interno.
c) negará seguimento a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que
esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de
Justiça, respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos, e essa decisão é
irrecorrível.
d) negará seguimento a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que
esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de
Justiça, respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos, e dessa decisão
caberá agravo ao tribunal superior.

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e) remeterá o processo ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, onde será
realizado o juízo de admissibilidade.

05 - 2016 - FCC - SEGEP-MA - Procurador do Estado


Considere as assertivas a seguir a respeito da apreciação e julgamento de recurso extraordinário e
de recurso especial.
I. Admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial por um fundamento, não se devolve ao
Tribunal Superior o conhecimento dos demais fundamentos para solução do capítulo impugnado.
II. Se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à Constituição afirmada no
recurso extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei federal ou de tratado, remetê-
lo-á ao Superior Tribunal de Justiça para julgamento como recurso especial.
III. Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender que o recurso especial versa sobre questão
constitucional, deverá conceder prazo de quinze dias para que o recorrente demonstre a existência
de repercussão geral e se manifeste sobre a questão constitucional.
IV. O Supremo Tribunal Federal, em decisão apenas recorrível por agravo interno, não conhecerá de
recurso extraordinário quando a questão constitucional versada não tiver repercussão geral.
V. O relator poderá solicitar ou admitir manifestação de pessoas, órgãos ou entidades com interesse
na controvérsia, considerada a relevância da matéria e fixar data para, em audiência pública, ouvir
depoimentos de pessoas com experiência e conhecimento na matéria, com a finalidade de instruir o
procedimento.
É correto o que se afirma APENAS em
a) III e IV.
b) I, III e V.
c) II, III e V.
d) II e IV.
e) I, II e V.

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GABARITO
1 – C; 2 – B; 3 – C; 4 – B; 5 – C

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