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Diego Araújo
Carnaval 2019
Apresentação / Justificativa
Ele – com seu velho chapéu de palha sob a cabeça – tinha o corpo
curvado sustentado por uma bengala de madeira e um cachimbo
que soltava uma branca fumaça. Ela – com um lenço branco que
cobria os cabelos -tomava um bocado de café servido em uma cuia.
– “Se achega, meu ‘fio’! ‘Nego véio’ tem história ‘pá’ ‘contá’. É o que
‘suncê’ veio buscar, né?”.
– “A bênça!”
Então, gentilmente ele me respondeu:
Foi então que pude ouvir inúmeros brados que pareciam índios nas
matas e tocadores de boi do sertão. Meu corpo se arrepiava
enquanto aquele humilde senhor saudava a chegada de outros
companheiros espirituais. Todos tinham o semblante sério,
pareciam não gostar de brincadeira. Rapidamente apareceram
cocares de penas coloridas e chapéus de couro. Então, o sábio me
disse:
– “Meu ‘fio’, Umbanda tem mistério. O povo que ‘cá’ chegou ‘trabaia’
nas matas, nas campinas e com as ‘foia’. Faz defumação,
beberagem, banho e reza firme!”
Aquele preto velho rapidamente me explicou que eram os caboclos
que chegaram no terreiro. Eles traziam consigo os mistérios das
folhas e sementes. Eram curandeiros, mandingueiros, donos de
valorosa sabedoria.
“Ê laroyê!
Exu jurou para Ogum
Que não traía Deus jamais
Exu essa casa é de Deus, Exu!
Exu não volta sua palavra atrás”
– “Um viva, ‘fio meu’, ao caboclo das 7 Encruzilhadas! Foi ele que
permitiu que cá nós estivéssemos, ‘pajuda’ ‘suncê’ e toda gente.”
– “E nessa banda ‘fio’, tem criança como ‘suncê’ que vem ‘trabaia’
também. Faz estripulia e bagunça, mas, ‘trabaia’! Tem, ‘fio’, o povo
das águas grandes da mãe sereia. Marinheiro e as ondina que vem
‘pra’ lavar todos as impurezas do corpo e da alma.”
Saravá, Umbanda!
Referências Musicais: