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A força vital do futebol brasileiro depende de que essa cultura local, regional,
municipal do futebol siga sendo cultivada. Para que o futebol não morra,
assassinado pelo business, pelas modernizações desnecessárias, pelas negociatas
milionárias, a chama do futebol deve ser mantida acesa e os clubes pequenos
estão entre os melhores portadores dessa tocha.
Não deixa de ser vergonhoso que, na maioria dos estados brasileiros o time mais
popular seja algum do Rio de Janeiro ou São Paulo. É sinal do poder avassalador
que a mídia de massa, principalmente a Rede Globo, tem sobre a formação dos
gostos e das identidades.
Não afirmamos que não se deva gostar de times de outros lugares, mas que se
deve ter, ao menos, um mínimo de orgulho e amor ao próprio chão, levando
também no coração o time do seu estado, da sua cidade, do seu bairro. O time da
sua gente. O time do seu povo.
são tão "gente do povo" como nós mesmos, onde os jogadores muitas vezes tem
que jogar e ainda ter um outro emprego.
O que não se pode permitir é que o futebol vire apenas mais um negócio e perca
sua autenticidade.
Nos últimos anos, o cenário futebolístico tem passado por profundas mudanças, e
muitas delas, para pior. Essas mudanças são caracterizadas principalmente pela
financeirização e desenraizamento que os clubes de futebol vêm sofrendo.
Alguns clubes, devido às más administrações e a falta de apoio local, têm sido
entregues para grandes corporações. Apesar dos grandes investimentos que essas
marcas fazem, em termos práticos, elas utilizam os clubes de futebol como meros
manequins para expor sua marca ao público, gerando graves consequências para a
identidade da agremiação. Exemplo disso, é o que a Red Bull vem fazendo com
algumas equipes como o Bragantino e o Leipizig, que atualmente, são chamados
de “Red Bull Bragantino” e “RB Lepizig”. Ambas as equipes tiveram escudo, camisa
e estádio com a marca da Red Bull estampada.
Outro fator que tem sido bastante nefasto para as equipes de futebol é que a
figura do “dirigente torcedor” vem desaparecendo, cedendo essa posição para
“homens de negócios” que nada têm a ver com a identidade local em que o clube
de futebol está inserido. Tal prática pode ser visível em muitos países da Europa,
onde muitos dirigentes (e até mesmo donos!) das equipes são pessoas de fora,
que buscam única e exclusivamente, lucrar com o esporte. E se for preciso, eles
alteram o escudo e camisa (que carregam toda uma história e cultura local) do
clube para atender certos interesses econômicos.