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Biodisponibilidade → indica o percentual da substancia que atinge a circulação sistêmica após a sua
administração, absorção e inativação por enzimas hepáticas (fenômeno de primeira passagem).
→ Agentes defensivos
Intoxicação aguda → É decorrente de uma única exposição ou de exposições múltiplas ao agente toxico, num
período de tempo aproximado de 24h.
Os efeitos surgem de imediato ou no decorrer de alguns dias (máximo 2 semanas)
Intoxicação crônica → Resulta de exposições repetidas com o agente tóxico, num período de tempo
prolongado, de meses ou anos. Efeitos lentos e graves, como mutagenicidade e carcinogenicidade
3- MERCÚRIO E CHUMBO
→ Mercúrio
O mecanismo de toxicidade do mercúrio se se deve á sua ligação covalente com grupamentos sulfidrilas das
proteínas e enzimas, interferindo no metabolismo e na função celular.
→ Chumbo
O envenenamento pelo chumbo é considerado a doença de origem ambiental mais comum em todo o mundo,
afetando principalmente crianças.
Fontes de contaminação:
Tinta – O carbonato de chumbo (branco) e o óxido de chumbo (vermelho) eram compostos que davam mais
durabilidade e cor às tintas usadas em pinturas de casas. O hábito comum de rastejar pelo chão e colocar o
dedo na boca é fator determinante da intoxicação de crianças. Além disso, um adulto absorve 10% do metal
ingerido, enquanto nas crianças a absorção chega a 40%.
Uísque clandestino (moonshine) – em que radiadores de automóveis são utilizados como condensadores
Brinquedos feitos de chumbo
Poeira de chumbo em galerias de tiro ao alvo
Cinzas e fumaça de madeira pintada
Água que passa por canos de chumbo
Formação de vapores e deposição de pó contendo oxido de chumbo em trabalhos de fundições e fábricas de
baterias para automóveis
→ Fisiopatologia
O chumbo não possui papel fisiológico no nosso organismo, sendo sua concentração ideal no corpo humano perto
de 0.
As principais vias de absorção são o trato gastrointestinal e o respiratório. O chumbo inorgânico distribui-se,
inicialmente, para os tecidos moles, sobretudo o epitélio tubular dos rins e o parênquima hepático. Com o tempo,
sofre redistribuição e deposita-se nos ossos (95%), unhas, dentes e cabelos.
Quando o chumbo se deposita no osso, fica sob a forma de fosfato de chumbo terciário, praticamente desprovido de
toxicidade (forma inativa). Na fase inicial da deposição, a concentração de chumbo é maior nas epífises dos ossos
longos. Os fatores que alteram a distribuição do chumbo são semelhantes aos do cálcio. Assim, o paratormônio e o
di-idrotaquisterol mobilizam o metal do esqueleto, aumentando sua concentração sanguínea e a sua excreção
urinária.
Pequenas quantidades de chumbo inorgânica são depositadas, também, no cérebro, geralmente na substancia
cinzenta e nos núcleos da base.
Quase todo chumbo circulante associa-se aos eritrócitos, promovendo pouca filtração glomerular. A meia-vida no
sangue é de um a dois meses, obtendo-se estado de equilíbrio dinâmico em cerca de seis meses. No homem, a
excreção urinária representa via de eliminação importante, e a concentração na urina é diretamente proporcional à
plasmática
→ Manifestações clínicas
As crianças, devido à imaturidade do sistema nervoso, são mais vulneráveis aos efeitos da intoxicação por chumbo.
O diagnóstico clínico pode ser desafiador, pois as manifestações podem ser inexistentes ou vagas, até mesmo em
estágios avançados.
Em adultos, sintoma importante é o aparecimento de sintomas gastrointestinais (dor abdominal, a clássica “cólica
saturnina”) e anemia. Na intoxicação crônica as manifestações mais prevalentes são as do SN: queixas de dificuldade
de concentração, alteração dos padrões de sono e mudanças do humor, tornando o diagnóstico complicado.
Intoxicação aguda – essa forma de intoxicação é rara e geralmente ocorre devido ingestão de compostos de
chumbo solúveis em ácidos ou da inalação de vapores.
O contato com a boca provoca sensação adstringente local, com sede e gosto metálico. É frequente o
aparecimento de náuseas, vômitos e dor abdominal, diarreia e constipação. Se absorção ocorrer muito
rapidamente ocorre síndrome de choque, em consequência da rápida perda de liquido através do TGI
A encefalopatia aguda, quase sempre uma doença de crianças, varia da ataxia ao estupor, convulsões e coma,
podendo deixar déficits irreversíveis, sequelas neurológicas permanentes, incluindo retardo mental, convulsões
crônicas, cegueira e hemiparesia nos casos em que o paciente sobrevive
→ Renais – pode se manifestar pelo distúrbio reversível dos túbulos renais (geralmente em crianças após
exposição aguda), e pela nefropatia intersticial irreversível (mais comum na exposição crônica)
→ Outros – pode ocorrer coloração acinzentada do rosto, tônus muscular deficiente e emagrecimento .
também pode ocorrer deposição ao longo das margens gengivais, causando a linha de Burton
Leve – mialgia, irritabilidade, parestesias, fadiga leve, dor abdominal intermitente, letargia
Moderada – cefaleia, vômitos, náuseas, fadiga grave, dor abdominal difusa e frequente, perda de peso,
redução da libido, constipação intestinal, tremores, mialgias, parestesias, atralgias, labilidade emocional,
dificuldade de concentração
Grave – encefalopatia, neuropatia motora, convulsões, coma, cólica abdominal aguda, linha gengival de
Burton, nefropatia
→ Diagnóstico
→ INSETICIDAS
PIRETRÓIDES:
Mecanismo De Ação: Alergênicos. Também atuam nos canais de sódio da membrana das células
nervosas, alterando a despolarização e a condução do impulso nervoso (estimulam o SNC e em doses
altas podem produzir lesões duradouras ou permanentes no sistema nervoso periférico).
Manifestações Clínicas: Dermatite de contato, urticária; secreção nasal aumentada (irritação de vias
aéreas), broncoespasmo; irritação ocular, lesão de córnea; em casos de intoxicação grave: manifestações
neurológicas como hiperexcitabilidade, parestesia e convulsões.
CARBAMATOS e ORGANOFOSFORADOS
Manifestações clínicas: Os principais sinais e sintomas da intoxicação aguda por inseticidas inibidores da
colinesterase podem ser agrupados didaticamente da seguinte forma:
Síndrome Intermediária: Após 24 a 96 horas da exposição a alguns OF, pode surgir fraqueza ou paralisia
muscular proximal (membros superiores e pescoço). Outros grupos musculares também podem ser
afetados, inclusive a musculatura respiratória (respiratórios acessórios),levando à parada respiratória. A
recuperação pode levar de 4 a18 dias. Pode ocorrer em intoxicações graves e está relacionado à inibição
irreversível da acetilcolinesterase.
Polineuropatia Tardia: Este quadro desenvolve-se 2 a 4 semanas após a exposição a inseticidas OF.
Caracteriza-se por fraqueza muscular distal, cãimbras musculares dolorosas, formigamento, reflexos
diminuídos e um quadro caracterizado por incoordenação motora, hipertonia ou espasticidade, reflexos
exageradamente aumentados e tremores (síndrome de liberação extrapiramidal – parkinsonismo). A
recuperação é variável. Esse quadro não tem relação com a inibição das colinesterases e relaciona-se com
exposições a alguns OF.
LABORATÓRIO: Os parâmetros bioquímicos mais utilizados para avaliação de intoxicação aguda por OF e
CARB são:
Medida de atividade da colinesterase: Plasmática (“pseudocolinesterase”) e Eritrocitária (indicador mais
preciso). Na intoxicação por CARB, esta dosagem tem valor diagnóstico reduzido, devido rápida reversão e
normalização dos níveis alterados (minutos a algumas horas). (Variáveis que aumentam a atividade da
acetilcolinesterase: alcoolismo, artrite, asma brônquica, bócio nodular, diabetes, esquizofrenia, estados de
ansiedade, hiperlipidemia, hipertensão, nefrose, obesidade, psoríase, tireotoxicose, exposição a
organoclorados; algumas variáveis que diminuem a ativ. da acetilcolinesterase: anemias crônicas,
carcinoma, desnutrição, enferm.hepáticas, epilepsias, febre reumática, infarto do miocárdio, infecções
agudas, anticoncepcionais orais, clorpromazina, corticóides, drogas anticâncer, fisostigmina,
neostigmina,Raios X, outros).
Creatino-fosfo-quinase (CPK)
Eletromiografia
Exames complementares: hemograma, radiografia de tórax, ionograma, gasometria arterial, uréia,
creatinina, eletrocardiograma, e outros.
PROGNÓSTICO: Morte usualmente por insuficiência respiratória devido fraqueza muscular e depressão
respiratória do SNC, agravados por broncoconstricção e excessiva secreção brônquica (efeitos
muscarínicos).
→ HERBICIDAS
Mecanismo de Ação: Os microssomas do fígado, pulmão e rim, são capazes de gerar radicais do paraquat e
produzir H2O2. Este último, em presença do superóxido, leva origem à formação de radicais livres de
oxigénio mais reativos e mais tóxicos para a célula, responsáveis pela perioxidação dos lípidos das
membranas celulares.
Manifestações clinicas: As primeiras manifestações são decorrentes da ação corrosiva do veneno sobre o
TGI. O paciente queixa-se de odinofagia, dor abdominal, vômitos e diarreia – quadro instalado 2 h após
ingestão.
Quando há contato com a pele, podem ocorrer: irritação, ressecamento, descamação, dermatites, eritemas,
bolhas e úlceras.
As principais manifestações clínicas são: odinofagia, diarreia, vômitos, disfagia, sede, taquipneia, oligúria, dor
epigástrica, dor retroesternal, hemoptise/ hematêmese, icterícia, cianose, agitação.
Fígado – há destruição de hepatócitos levando a quadro de icterícia que se instala nas primeiras 24h
Rins – são acometidos nas primeiras 48h, ocasionando rápida elevação de escórias renais e diminuição da
excreção do paraquat. Proteinúria, hematúria e piúria refletem injúria renal, enquanto oligúria/ anúria
indicam necrose tubular aguda.
Geralmente não há sintomatologia referente ao SNC. O coma pode ocorrer na fase final da intoxicação,
secundário à hipóxia.
Coração – lesão é encontrada em 40% dos casos graves. As alterações vão desde discretos sinais
eletrocardiográficos até arritmias e necrose micárdica maciça.
Pulmão – sua alteração tem inicio em torno de 7 a 10 dias após a intoxicação, e começa com consolidação
difusa, que após vários dias evolui para lesões císticas e fibrose. Podem ser suspeitadas por queixa de
dispneia, ausculta de creptações em bases pulmonares, diminuição da curva de saturação da hemoglobina,
diminuição da tolerabilidade aos esforços físicos e cianose periférica em uma fase tardia.
→ BENZENO
O benzeno é uma substância química orgânica que se apresenta na forma de um líquido incolor, volátil,
inflamável e de cheiro adocicado. Suas principais fontes são a cadeia de extração/refino do petróleo, as
indústrias siderúrgicas (através do gás de coqueria), a queima de combustíveis fósseis e florestas, as
emissões industriais, a evaporação de gasolina e a fumaça de cigarro. Além disso, o benzeno é largamente
utilizado nas reações de síntese orgânica da indústria química.
Mecanismo de ação: O benzeno é oxidado no citocromo P450 no fígado. Uma vez formado, o benzeno
oxidado e seus metabólitos, como as benzequinonas e os benzeno-epóxido, podem reagir com
proteínas celulares, alterando sua conformação. Metabólitos fenólicos, entre eles o 1,4-benzoquinona,
são transportados para o local onde causam grande dano, a medula óssea. Ao produzir substâncias
reativas ao oxigênio, eles afetam o DNA ou enzimas como a topoisomerase II, uma importante enzima
no processo de síntese do DNA, provocando dano cromossomal, como translocações e aneuploidia.
Danos nas células-tronco causariam uma reação leucemogênica.
Manifestações clinicas: Sintomas como dispneia, xerostomia e rinite alérgica são referidos
frequentemente, assim como hiperemia ocular . Extra-sístoles, taquicardia e arritmia também podem
afetar os trabalhadores em contato com esse agente. Sintomas mais vagos como mialgias e dor nas
pernas têm uma prevalência alta. Os sintomas relacionados à intoxicação do sistema nervoso central
incluem sonolência, cefaleia, vertigem e tremores. Em alguns casos, a inalação ou a ingestão de grandes
quantidades de benzeno pode resultar em morte. Com relação às alterações hematológicas periféricas
da exposição ao benzeno, podemos encontrar anemia, leucopenia, linfocitopenia e trombocitopenia,
doenças que acarretam uma série de alterações, como distúrbios de coagulação e infecções por
patógenos atípicos, além de infecções recorrentes.
Efeitos imediatos da exposição ao benzeno podem causar frequentemente sintomas irritativos das vias
aéreas, como tosse não produtiva, dispneia, sibilos noturnos, além de broncoespasmo severo, todos eles
proporcionais ao nível de exposição.
O benzeno é conhecido por alcançar o feto através do cordão umbilical em concentrações sanguíneas iguais
ou maiores do que as das mães. Em grávidas, a exposição ao ambiente contendo benzeno está associada a
uma maior prevalência de defeitos do tubo neural, sendo relacionada com a prevalência de espinha bífida
em recém-nascidos.
Os órgãos afetados são aqueles que participam do metabolismo desse agente: o fígado e a medula óssea,
além de alterações cromossômicas, proteicas e do sistema imune, decorrentes do seu efeito tóxico16.
Apesar de muitos aspectos da relação entre o benzeno e as neoplasias hematológicas permanecerem
obscuros, a sua toxicocinética está bem-definida.
Referencias
Benzeno. http://portalms.saude.gov.br/vigilancia-em-saude/vigilancia-ambiental/vigipeq/contaminantes-
quimicos/benzeno
Portal.anvisa http://portal.anvisa.gov.br/resultado-de-
busca?p_p_id=101&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-
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