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AS DUAS ALMAS NO CORPO

Embora ocupemos o corpo, devemos saber que ele pertence a outrem.

Por Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami
Acarya­fundador da Sociedade Internacional da Consciência de Krishna

upadrastanumanta ca
bharta bhokta mahesvarah
paramatmeti capy ukto
dehe ‘smin purusah parah

“Contudo, neste corpo há um outro, um desfrutador transcendental, que é o Senhor, o 
proprietário supremo, que age como o supervisor e permissor, e que é conhecido como 
Superalma” – Bhagavad­gita 13.23. 

Existem dois purusas, ou desfrutadores. Um é a entidade viva (atma) e outro é a 
Superalma (Paramatma). Algumas vezes, os filósofos impersonalistas (Mayavadis) não 
vêm diferença entre atma e Paramatma. Contudo, a própria Personalidade Suprema de 
Deus explicou categoricamente que existem dois purusas. Um está desfrutando dos 
resultados das suas atividades – prakrti­sthah. Por estar influenciado pelas qualidades da 
natureza material (prakti), o primeiro é sad­asad­yoni­janmasu: aquele que nasce em 
diferentes tipos e espécies de vida. O outro desfrutador é upadrasta, o supervisor. Este 
simplesmente observa como o outro purusa atua. De acordo com a ação (ou karma) da 
entidade viva, o supervisor confere os resultados. O supervisor é a testemunha. 

Se a entidade viva age piedosamente, então ela adquire um certo tipo de corpo. 
Janmaisvarya­sruta­sri. Ela recebe um belo corpo, nasce numa família rica ou de 
pessoas eruditas, ou numa família de brahmanas. Ela obtém opulências, um belo corpo, 
uma boa educação. Estas prerrogativas aparecem porque Paramatma está observando as 
atividades do jivatma purusa. De acordo com o karma de cada alma e segundo seus 
desejos, a Superalma confere diferentes tipos de corpos. 

Em outro verso (Bhagavad­gita 18.61), afirma­se que isvarah sarva­bhutanam hrd­dese 
‘rjuna tisthati: a Suprema Personalidade de Deus como Paramatma (Antaryami) está 
situada no coração de todos. Bhramayan sarva­bhutani yantrarudhani mayaya 
(Bhagavad­gita 18.61): Ele está controlando maya (a energia ilusória), que dá a cada 
entidade viva um tipo especial de corpo, com o qual ela faz suas andanças. 

Por exemplo, de acordo com o preço, vocês podem comprar um carro, que pode ser um 
Rolls Royce, Chevrolet, Cadillac, Ford, Ambassador, Jeep e assim por diante. De 
acordo com seu poder aquisitivo, vocês compram um certo tipo de carro e com ele 
podem viajar. Da mesma forma, dependendo do seu karma bom ou mau, vocês obtêm 
um tipo de corpo. Existem 8.400.000 espécies de corpo e vocês podem obter uma delas 
para serem felizes ou sofrer. 

Tatha dehantara­praptih (Bhagavad­gita 2.13). Vocês precisam trocar de corpo. Mais 
tarde, vocês poderão obter o corpo de um cão ou gato, de uma árvore, ou um semideus 
(por exemplo, Brahma ou Indra), um corpo indiano ou americano, uma serpente, um 
inseto ou um pássaro – qualquer um. Não há qualquer garantia de quais corpos vocês 
terão. Isto será determinado por seu karma. Infelizmente, as pessoas não sabem disto. 
Assim como os animais, elas não sabem como conseguir um corpo melhor.

asitim caturas caiva
laksams tan jiva­jatisu
bhramadbhih purusam prapyam
manusyam janma­paryayat

“A vida humana é tão importante, que até mesmo os semideuses nos planetas superiores 
às vezes desejam adquirir um corpo humano nesta Terra, porque só no corpo humano a 
pessoa pode facilmente voltar ao Supremo”. 

Esta é uma afirmação encontrada no Padma Purana. Janma­paryayat: pela evolução, 
chegamos à forma do corpo humano e na forma humana temos a oportunidade de 
desenvolver a consciência de Krishna. Se não fizermos isto, estaremos desperdiçando a 
oportunidade.

Vocês terão seus próximos corpos de acordo com seu karma. Contudo, se aceitarem a 
consciência de Krishna com estes corpos e tentarem entender Krishna, então tyaktva 
deham punar janma naiti (Bhagavad­gita 4.9) – após deixarem estes corpos, vocês não 
precisarão aceitar outro corpo material. Este é o objetivo do movimento da consciência 
de Krishna. Estamos tentando educar as pessoas a se tornarem conscientes de Krishna, 
de forma que não precisem mais aceitar outros corpos materiais.

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