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HYPOMNEMATA E PERFIL DO FACEBOOK: REFLEXÕES


SOBRE O SUJEITO

RESUMO
Este artigo discute o tema das redes sociais digitais, com foco no Facebook, procurando problematizar a
origem dessa prática e sua constância na sociedade atual. Inicia com a conceituação de Rede Social, conceito
sociológico que foi apropriado pelas distintas áreas da ciência, representando na atualidade um conjunto de
ferramentas comunicacionais. Apoia-se em autores da filosofia e da sociologia para compreender os aspectos
subjetivos envolvidos nessa prática. A partir do conceito de Hypomnemata de Foucault analisa as
similaridades entre o uso das redes sociais e a produção da escrita de si, enquanto modalidade de produção de
discurso e da preservação da memória. Problematiza considerando que um perfil na rede social digital é um
discurso de si próprio e essa prática pode estar se constituindo numa forma contemporânea de pensar-se a si
mesmo a todo tempo, pois ao postar frases, ideias, imagens, o sujeito compõe um mosaico de si próprio,
estabelece relações intra e intersubjetivas. Defende que as redes sociais digitais estão produzindo um novo
modo de existência, de circulação e de funcionamento dos discursos, pois com o crescimento vertiginoso
das mídias digitais assiste-se a uma revolução nos veículos tradicionais de comunicação. Igualmente vem
subvertendo os mecanismos de controle e de mercantilização de uma produção cultural de textos, música,
imagens. Esses aspectos, longe de se mostrarem como movimento passageiro, parece estar apontando para
uam configuração social sob novas práticas sociais, modificando as estratégias de produção de discurso.
Finalmente, entende que a prática de produção de um perfil nas redes sociais digitais coloca a possibilidade
do sujeito fazer sua biografia, de colocar-se socialemnte num ato discursivo, num gesto biográfico, não
submetido aos mecanismos de controle embutido no conceito de autoria e de assinatura, do direito autoral e
do mercado editorial. É talvez a possibilidade do sujeito da modernidade encontrar algum caminho por onde
possa existir ou fazer-se sujeito.

PALAVRAS-CHAVE
Redes sociais digitais; Hypomnemata; Escrita de si

ABSTRACT
This article discusses the digital social networks, focusing on Facebook, seeking to question the origin of this
practice and its constancy in today's society. It begins with the concept of Social Network, sociological
concept that has been appropriated by the different areas of science, representing today a set of
communication tools. It is supported by authors of philosophy and sociology to understand the subjective
aspects involved in this practice. It uses the concept of hupomnemata (Foucault) to analyze the similarities
between the use of social networks and the writing production itself, while speech production mode and
preserving the memory. Discusses whereas a profile on the online social network is a speech himself and this
practice may be constituted in a contemporary way of thinking to yourself because when posting phrases,
ideas, images, the subject makes up a mosaic of himself establishes intra- and interpersonal relations. It
argues that digital social networks are producing a new mode of existence, movement and operation of
speeches, because with the rapid growth of digital media we are witnessing a revolution in the traditional
media. It also comes subverting the control mechanisms and the commodification of cultural production of
texts, music, images. These aspects, far from showing how passenger movement, seems to be pointing to a
social setting under new social practices, modifying the speech production strategies. Finally, we understand
that the practice of producing a profile on online social networks raises the possibility of the subject to his
biography, to put up socialemnte a speech act, a biographical gesture, not subjected to the built-in control
mechanisms in the concept of authorship and signature of the copyright and publishing. It is perhaps the
possibility of the subject of modernity find some way which may exist or be subject..
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KEY WORDS
Digital social networks; hypomnemata; Writing itself

Facebook: Relatos da vida cotidiana

Um texto anônimo que se lê numa parede de rua terá um redator, mas não um
autor. (Foucault, 1992, p.46)
(...) a escrita constitui uma prova e como que uma pedra de toque: ao trazer á luz
os movimentos do pensamento, dissipa a sombra interior onde se tecem as
tramas do inimigo. (Foucault, 1992, p. 131)
Iniciamos com um trecho de um perfil no facebook.
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Pessoal 1: kkkkkk [...]...obrigado por voces existirem....


i) NESTE QUERO ME FAZER PRESENTE!
j) o fato de estarem juntos ja é muito
bommmmmmm.parabens a todos.
k) Que delícia!! Saudades dessa turma!! Tá
faltando gente! bjs
l) Oba, teremos mais festa!!! que coisa boa!
Comentário: ow Beiço, é vc ai cara?
kkkkkkkkkkkkkkkkkk Pessoa 10: adicionou uma foto de 1 de Maio de 2012 à
linha do tempo dela.
Pessoa 2: adicionou 3 novas fotos ao álbum Álbum Lago Igapó - Londrina!!!
sem título

Pessoa 11, Pessoa 12 e outras 13 pessoas curtiram isso.


Pessoa 3 e outras 2 pessoas curtiram isso.
Pessoa 4: Choveu muito essa semana aqui no
Pessoa 4: O Centro do Rio de Janeiro é coalhado de [...]....ontem, quando fotografei essa folha caída em
prédios históricos. Já derrubaram muitos, mas ainda cima do capô de um carro, foi num momento de trégua
tem uma boa coleção. Aqui, detalhe da porta de entrada que São Pedro deu.
do edifício do Centro Cultural da Justiça Federal, na
Cinelância. Neste edifício funcionou, até a mudança da
capital para Brasília, o Supremo Tribunal Federal.

Pessoa 2 e outras 8 pessoas curtiram isso.

Pessoa 6: :)
Pessoa 5 e outras 21 pessoas curtiram isso.
Comentário: a) Dragon Volan
b)Bem observado [...],boa foto!

Pessoa 6: "Esquenta" na casa do [...] e [...]. Maravilha


de reunião, de encontro e de sukiaki. Novo encontro de
todos, num mega evento já marcado para Julho na
Sociedade Rural de [...]. Aguardem.
Pessoa 7, Pessoa 8 e outras 7 pessoas curtiram isso. 1
compartilhamento
Comentários:
a)Cadê a [...], [..] e [...]...?hehehhehehehe Pessoa 12, Pessoa 14, Pessoa 15, e outras 3 pessoas
b)[...] chegou depois da foto tirada. A [...] curtiram isso. 1 compartilhamento
estava dodoi e a [...] na imaginação de cada Comentários: a) ela enfrenta até os crustáceos! Essa
um.kkkkkk menina vai longe...
c) hahahhahahaha b) É uma pena, [...]... Mafalda foi uma criação
d) Adorei a reunião de ontem! Muito a Tudo do cartunista argentino Quino e ele decidiu
de boomm! Nota mil para o casal anfitrião "matá-la" em 1973. Ela era uma menina de
e) Ambiente preparado com carinho e de seis anos de idade, que odiava sopa e adorava
muito bom gosto. Sukiaki delicioso, os Beatles e o desenho do Pica-Pau. Suas
f) companhia ótima, mil para Turma de [...]. publicações foram no auge das ditaduras
g) Concordo com minhas amigas, reunião argentina e brasileira, de 1964 até 1973,
maravilhosa!!!!!! quando, então, Quino resolveu não publicar
h) o encontro foi maravilha para os dois mais as tirinhas.
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c) Eu adoro a Mafalda até hoje.

Pessoa 16: Amanhã, segundo esta ecografia que acabei


de fazer, completo 39 semanas de gestação (se vcs
perceberem 40 semanas são 10 meses e não 9, como o
mito huahuahau enfim, isto n tem nada a ver) e também
amanhã tenho consulta médica no final da tarde, a
desta vez o médico não poderá mais me enrolar!!! De: Movimento dos sem namorados
enfim saberei o dia em que a minha filhotinha 7 pessoas curtiram isto.
chegará!!!!!!!!!!!!!! Comentários: a) essa é boa!!
b) Tô no time.
c) Tambem to dentro...rs

Pessoa 18 adicionou 2 novas fotos ao álbum Euzinha


21 pessoas curtiram isto.
Comentários: a) Ficou lindissimaaaa
Pessoa 17 e outras 13 pessoas curtiram isso. "b) O" Corajosa!!! cortou mesmo?!
Comentários: a) haha! ela vai ficar de mal com a
gente iza...
b) Bom se puxar a mãe, fará tudo ao contrário, Pessoa 19: Minha filha [...] em três momentos (cidade
nascerá de 11 meses!!! kkkk 1 e cidade 2). Uma figura.
c) [...] está...chegando!!!! (imagem a filha)
d) Eu sei q eh meio dificil d ver...mas esse eh Pessoa 20 e outras 21 pessoas curtiram isso.
o rostinho dela d perfil Comentários: a) Que linda!!!!!!
b) Ela é linda [...]!!! Parabéns!!!
Pessoa 2: [cidade] ...9º graus
5 pessoas curtiram isto. Pessoa 20: Umas reclamam que são baixinhas...outras
Comentários: [cidade 2]: 10 graus!!! E diziam que que são altas e nunca compram o gostam, e sim o que
aqui não tinha inverno.... fui enganada!!! tem..difícil né [...] ...a mãe aqui é solidária...vamos dar
um jeito...Confia....
Pessoa 15: Vc. pode estar sem namorado/a ou tbém.
estar naquela condição de "ocasional" sabe?? Mas a Comentários: a) Melindres de miss, rs
campanha aqui vale pra gente viu??? Hahahahahaha b) Estava viajando e não curti a
Adote-me... vitória da [...]. Que linda e parabéns a
mãe da miss!!! rs
c) Obrigada...
Para entrar na discussão, tomei emprestada uma pequena parte de um dia na esfera virtual
comunicacional do Facebook, devidamente autorizado certamente. Deste excerto, diante de suas
características busquei referências na sociologia, na filosofia e mesmo da psicologia elementos para
pensar sobre a natureza dessa prática. Consideramos que as reflexões que Foucault nos provoca
com o seu texto “O que é um autor” são cada dia mais oportunas e instigantes em meio ao universo
comunicacional das chamadas, por alguns, de “novas mídias”. Essas ferramentas disponíveis à
população gratuitamente vem causando certo frisson nos meios acadêmicos e corporativos tendo em
vista, basicamente, dois aspectos: primeiro, pelo aumento vertiginoso de adeptos, e segundo, por ser
um veículo de propaganda altamente personalizado, e, portanto, capaz de atingir o público mais
adequado para os produtos que são ofertados nos perfis.
Para além das questões mercadológicas, o que se vê nos perfis do Facebook são
acontecimentos comuns, de pessoas comuns, inscritos numa cotidianidade. Com isso, partimos do
pressuposto que, primeiro, o que esses sujeitos realizam nessa ferramenta, de alguma maneira tem
estreita relação com sua subjetividade mediata ou imediata de uma maneira diferente. Não se trata
mais de pensar o sujeito consumidor de mídia a partir dos conceitos clássicos da comunicação –
sem entrar na discussão se esse consumidor é visto como passivo ou ativo. A questão dada é que
essa prática social inaugura um novo tipo de consumidor de mídia, talvez nos exigindo outro
“modelo” conceitual para compreendermos o processo comunicacional e relacional. Segundo
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pressuposto, essa prática está fundada sobre uma utopia humana. Essas duas questões foram se
delineando ao longo da pesquisa e, ainda que inacabada a discussão, este artigo traz algumas
reflexões sobre as Redes Sociais Digitais (RSD).
Sobre o conceito
O que motivou o início dessa pesquisa foi entender porque uma ideia, um conceito (Rede
Social) se transformou numa tecnologia (Rede Social Digital). E porque essa tecnologia, que teve
sua origem para uso empresarial e econômico, foi se transformando numa ferramenta de uso social.
É certo que consideramos que existe um fator econômico no negócio, contudo, pensamos que
somente isso não explica o fenômeno das redes sociais digitais. Também podemos creditar o fator
inovação no processo, de um “novo brinquedo”, sinal de status, mas será que isso poderá explicar as
experiências de mobilização social que se espalham ao redor do mundo?
Enfim, numerosas outras questões podem ser levantadas para tentar explicar o surgimento e
o fenômeno das RSD. Talvez as questões e o percurso aqui empreendido possam não explicar muita
coisa, mas nos propusemos a buscar elementos para pensarmos a questão.
A pergunta inicial colocada foi em torno do próprio conceito de Rede Social e a sua
materialização na sociedade atual. Vivemos numa sociedade em que todas as instituições – com
raras exceções – são organizadas a partir de uma estrutura hierárquica, contudo, as Redes Sociais
enquanto estrutura de relacionamento social não são necessariamente hierárquicas.
Tendo isso em mente, buscamos na história humana o surgimento do conceito de Rede
Social. Nos estudos da mitologia grega, história que remete às origens da formação e da construção
dos conceitos e do pensamento racional, aparece em todos os seus três momentos, uma sociedade
com hierarquia. Mesmo com a derrocada do mito e o surgimento de uma religiosidade fundada
sobre o monoteísmo, a estrutura de relações sociais era calcada sobre uma hierarquia. Portanto,
desde a sociedade mais primitiva, os grupos foram se organizando hierarquicamente (Brandão,
1986). Portanto, temos uma formação de nossa subjetividade fundada sobre a ideia de que, viver em
sociedade, pressupõe submeter-se a uma relação hierarquizada.
A ideia de uma sociedade de iguais, sem hierarquia, foi registrada primeiramente no século
XVI num momento histórico em que a sociedade ocidental se encontrava num verdadeiro caos.
Essa utopia está registrada primeiramente no livro “Utopia”, de Thomas Morus, de 1503. No seu
prefácio, na edição disponível online, afirma o autor:
Com semelhante panorama social diante dos olhos [Sec. XVI], compreende-se a dureza e
amargura das críticas de Morus contra uma sociedade tão profundamente desorganizada e
injusta. Thomas Morus, depois de ter na "Utopia" feito uma sátira a todas as instituições da
época, edifica uma sociedade imaginária, ideal, sem propriedade privada, com absoluta
comunidade de bens e do solo, sem antagonismos entre a cidade e o campo, sem trabalho
assalariado, sem gastos supérfluos e luxos excessivos, com o Estado como órgão
administrador da produção, etc. Embora o caráter essencialmente imaginário e quimérico da
"Utopia", a obra de Morus fica na história do socialismo como a primeira tentativa teórica
da edificação de uma sociedade baseada na comunidade dos bens. E o seu nome ficou
para sempre incorporado ao vocabulário universal como o significado do todo sonho
generoso de renovação social (Morus, 2001, p. 3).
Esse ideal, de uma sociedade sem hierarquia, enquanto uma utopia vem acompanhando as
gerações, contudo não por todos os grupos ou classes sociais. Em geral, o ideário de uma sociedade
sem hierarquia, sem privilégios de poder e de riqueza, é um ideal dos grupos e classes destituídos de
privilégio e de poder. Esse ideal animou vários outros pensadores dos séculos seguintes, que
formularam teorias sociais e políticas que visavam a construção de uma sociedade de iguais. Nos
séculos XIX e XX, alimentou movimentos sociais e levantes de tomadas de poder, dividindo o
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mundo em dois grandes blocos até fins do século XX. Contudo, ainda que a ideia de uma sociedade
de iguais estivesse no cerne das teorias e dos ideários políticos de um dos blocos, os socialistas, na
prática, eles atuaram sob um regime hierárquico (Adorno & Horkheimer, 1985; Marcuse, 1969;
Harvey, 1994).
Portanto, o argumento que queremos expor em primeiro lugar, é que uma sociedade fundada
sobre relações horizontais, sem hierarquia, entre iguais, esteve, até os dias atuais, na dimensão da
utopia. Não pensamos ser possível afirmar que nossa cultura e subjetividade carreguem
experiências alicerçadas em relações horizontais. Desde a socialização no grupo primário (família)
até o final da vida, o indivíduo passa por experiências coletivas baseadas em relações sociais
hierárquicas. Com isso, relações sociais organizadas em torno da horizontalidade (que é a estrutura
da Rede Social) são uma “utopia”, não uma realidade.
Outro argumento que queremos expor alinha-se com o desenvolvimento tecnológico. A
história humana nos conta que o movimento que impulsionou até então o desenvolvimento de
tecnologias foi, num primeiro momento, o atendimento de necessidades básicas de sobrevivência
(lança, roda, fogo etc.) e foi só muito posteriormente que o passou a ser impulsionado por um fator
econômico. Independente do fator econômico, toda tecnologia visa, ou substituir uma ação que
antes era realizada pelas mãos ou mente humanas ou ampliar uma capacidade humana.
Por exemplo, o carro amplia a capacidade de movimentar; a pá-carregadeira, a capacidade
de transportar; a calculadora, a capacidade de calcular, e a mídia, a capacidade de comunicar.
Especialmente em relação à comunicação – base para o estabelecimento de relações sociais
-, a experiência humana com a mídia até agora se organizou a partir de uma estrutura midiática
hierárquica, o que encontrava correspondência com as experiências vividas na sociedade: ambas
hierárquicas. Ou seja, a estrutura comunicacional mediada em nossa sociedade está fundada sobre
relações verticalizadas. Com isso, uma estrutura de comunicação mediada baseada numa estrutura
horizontalizada, pode-se dizer que permaneceu não existiu de forma ampliada e industrializada.
Com isso, se tomamos como pressuposto que o que mobiliza, em primeiro lugar, os sujeitos
a criarem novas tecnologias é o fator econômico, podemos afirmar com bastante segurança que o
modelo econômico vigente não apresenta nenhum sinal de que busca ou defende uma estrutura
horizontalizada. Ao contrário: a estrutura econômica atual é altamente verticalizada. O que ela
adotou nas últimas décadas foi uma estrutura conectada por meio das tecnologias de comunicação,
que têm a internet na sua base estrutural. Primeira pergunta: por que a mobilização de pessoas e
empresas ao redor do mundo na criação de tecnologias para dar suporte a relações horizontalizadas?
A Rede Social para inspirar a organização de uma estrutura comunicacional nos intriga, pois vai de
encontro com as práticas sociais e com o modelo econômico atual. Mas vamos acrescentar mais
alguns elementos à reflexão.
De acordo com os dicionários Michaelis e Aurélio, as definições para o substantivo Rede
encontram-se relacionadas a três funções/situações: 1. Relacionado a algo ou alguma coisa com a
função de aprisionar, de limitar a movimentação; 2. Relacionado com a estrutura de comunicação e
transporte de alguma coisa e; 3. Relacionado com situações que envolvem a proteção mediante uma
delimitação entre o objeto e o meio externo.
Com isso, o termo Rede se aplica a situações em que existe uma ação que aprisiona (1), mas
também que liberta (2), portanto é uma contradição, bem como em situações em que a rede protege
(3), por delimitação, impedimento de contato.
Quanto ao adjetivo Social este está sempre relacionado com a dimensão coletiva da vida.
Com isso, podemos compreender que o conceito de Rede Social está relacionado a situações em
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que o sujeito num contexto coletivo pode ser submetido a situações de aprisionamento ou libertação
- no sentido de permitir o trânsito de alguma coisa entre dois ou mais pontos -, ou ainda de
proteção. Rede Social, portanto, liberta, aprisiona ou protege.
O conceito de Rede Social na história da ciência
Na história das ciências sociais e humanas, o conceito de Rede Social surgiu na primeira
metade do século XX. Contudo, naquele momento, “(...) o termo era sobretudo usado em sentido
metafórico: os autores não identificavam características morfológicas, úteis para a descrição de
situações específicas, nem estabeleciam relações entre as redes e o comportamento dos indivíduos
que as constituem.” (Portugal, 2007, p. 4)
Foi a partir da segunda metade do século XX que o conceito assumiu grandes proporções na
sociologia e sua construção desenvolveu-se em torno de duas correntes marcadamente distintas:
uma no campo da antropologia social por pesquisadores britânicos, após a II Guerra Mundial, e
outra, de origem americana, que se preocupava fundamentalmente com uma análise quantitativa a
partir de uma abordagem estruturalista (Portugal, 2007).
Na vertente britânica, antropólogos começaram a perceber as limitações do modelo teórico
estrutural-funcionalista clássico que se preocupava fundamentalmente com a normatividade dos
sistemas culturais, o que os impedia de explicar certos fenômenos percebidos na sociedade.
Segundo Portugal (2007), até aquele momento o conceito de Rede Social era utilizado pelos
pesquisadores no sentido metafórico e não como conceito explicativo de sistemas sociais, ficava
restrito na descrição de grupos fechados. Quando os pesquisadores se deparavam com contextos
mais complexos, encontravam dificuldades em utilizá-lo. Em função disso, a Antropologia britânica
mudou o foco dos sistemas culturais para os sistemas de Redes de Relações Sociais, chegando, em
decorrência, na formulação do conceito de Rede Social. Após esse período passaram a utilizá-lo de
maneira sistemática (Portugal, 2007)
Numa outra vertente investigativa, os estudos dos estadunidenses se voltavam mais para a
“forma” dos sistemas sociais levando-os a desenvolverem métodos quantitativos para descrever o
modelo de relações que os grupos estabeleciam. De acordo com Wellman (apud Portugal, 2007)
Da análise sociométrica, utilizada pelos psicólogos, e pioneira na quantificação de dados
relacionais, à teoria dos grafos dos matemáticos, os estudiosos das redes recolheram
vocabulário e modos de representação gráfica, inicialmente rudimentares, e, hoje, cada
vez mais elaborados, que lhes permitiram analisar quantitativamente as “estruturas
profundas que unem e separam os sistemas sociais” (p. 5-6)
Existe atualmente todo um debate se a Teoria das Redes na sociologia e antropologia poderia
ser encarada como um novo paradigma – no sentido adotado por Kuhn – ou se se trata de uma nova
corrente que se pretende mais adequada para explicar os fenômenos sociais coletivos e individuais.
Concordamos com Portugal de que, o que nos parece a maior contribuição da Teoria das Redes
Sociais para o entendimento da sociedade, é que ela articula os níveis macro-estrutural com o
micro-estrutural, ou seja, “(...) busca explicar o comportamento dos indivíduos através das redes
em que eles se inserem e explicar a estruturação das redes a partir da análise das interacções
entre os indivíduos e das suas motivações” (Portugal, 2007, p. 10).
Com isso, podemos inferir que a discussão e o conceito de Rede Social foi introduzido nos
debates acadêmicos em meados do século passado e, de alguma maneira passou a incorporar o
ideário de pesquisadores no desenvolvimento de ferramentas de comunicação com base na internet.
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E quanto ao conteúdo?
O trecho trazido no início do texto é de um usuário que fez seu perfil há uns dois anos e hoje
tem 317 amigos adicionados; o acesso é feito com certa frequência e sempre que pode, busca novos
amigos pela rede. Não é um usuário da Geração Z, que organiza a vida individual e coletiva por
meio da tecnologia digital, é da geração dos anos 1960. É interessante ressaltar que as pessoas
nascidas nesta década (1960) puderam acompanhar já na vida adulta o início da microinformática, o
surgimento da internet e as transformações pela qual estas tecnologias vêm passando. Isso os coloca
numa condição de possibilidade em que puderam experimentar o crescimento no Brasil das mídias
tradicionais (TV, rádio imprensa etc) como das novas mídias digitais. Considero uma geração
privilegiada. Além deste fato, podemos dizer que o usuário que nos emprestou parte de sua
“intimidade” na rede, tem uma boa interlocução com a tecnologia, utiliza-a, depende dela, gosta da
tecnologia, mas não é um entusiasta inebriado.
Posto essas questões iniciais, outro aspecto consideramos interessante para a reflexão
proposta. Que lugar e que função as Redes Sociais Digitais ocupam na vida cotidiana?
Um dos aspectos diferenciais em torno das “novas tecnologias digitais” são as facilidades de
produção e veiculação de conteúdos. Isso vem sendo apontado como uma característica para as
RSD terem se tornado um fenômeno mundial, conquistando adeptos em todos os cantos do planeta.
É inegável que essa ferramenta midiática carrega uma dupla face: comporta-se como mídia de
massa, contudo permite uma produção, em última instância, individual. Por isso, pensamos que a
junção numa mesma tecnologia de uma estrutura comunicacional horizontal e a integração das
linguagens e do suporte – que passa a ser o digital para todas as linguagens - introduz uma nova
questão na (já) complexa relação do sujeito com a mídia, pois agora além de
usuário/consumidor/espectador, o sujeito também é um produtor. Portanto, diante disso se sustenta a
necessidade das discussões em torno da autoria.
Nesta direção penso que o livro de Foucault “O que é autor?” e particularmente o texto “A
escrita de si” publicado no Brasil em 1983 tragam elementos para nossas reflexões. Este texto foi
escrito antes da pesquisa sobre sexualidade; tratava-se de discussões preliminares dos estudos sobre
“as artes de si mesmo”, sobre a estética da existência, cujo resultado foi publicado posteriormente
na sua obra História da Sexualidade, nos volumes II e III.
Neste livro a questão do autor para Foucault estava fundada em torno das possibilidades da
experiência humana historicamente determinada pela modernidade. Para ele, nas tramas dos
discursos aclamados, nos discursos científicos, na construção da verdade, nas estratégias de poder, o
autor, como uma categoria de análise, surge. Autor, na linha de interpretação de Foucault, é uma das
formas de expressão do sujeito, na liberdade da escrita, nas possibilidades do pensamento, mas
também a função do autor mostra as formas de controle e de coerção que a sociedade moderna
exerce.
Foucault contrapõe as biografias sem glória, sem “trono” na vitrine da vida cotidiana, e que
passam despercebidas e são esquecidas, com a autoria biográfica (como obra literária), em que a
biografia escrita e publicada surge como “representante” do sujeito. Para ele, a prática da escrita
biográfica, ao final, elimina o sujeito para construir o discurso do autor. Foucault nos traz à tona
nestas pesquisas o modo como o autor foi sendo individualizado pela modernidade, portador de
uma biografia onde se cruzam vida e obra e, pensamos que nesta trilha de investigação possamos
encontrar pistas para pensar a relação do sujeito com as RSD. Por um lado, o sujeito ao interagir na
RSD se expressa na forma de textos, imagens e audiovisual, construindo um “discurso” sobre si
próprio e sobre a vida cotidiana. Alguns, organizados em grupos, constroem “discursos” em torno
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dos mais diversos problemas sociais, filosóficos, técnicos etc. O sujeito-autor deixa registrado no
seu perfil uma biografia.
Por outro lado, é importante salientar que Foucault ao analisar a função autor estabelece uma
crítica ao sujeito autor por entender que a constituição deste na modernidade é inseparável da
criação de espaços de normalização da subjetividade. Diz ele,
(...) a irredutível singularidade do indivíduo moderno é antes de mais fruto da
disciplinarização das condutas e que o modelo de sociedade inspirado nos ideais iluministas
de liberdade, igualdade e fraternidade se traduziu historicamente por uma gigantesca
máquina disciplinar. (Foucault, 1992, p. 23)
Consideramos, concordando com Foucault, que existe sim uma “máquina disciplinar”
presente nas práticas de uso das RSD. É um sistema de informação, um software que foi desenhado
e programado para funcionar dentro de um determinado escopo de funções. Permite algumas ações
e outras não. Mas essa regra também é válida para todos os demais espaços de interação, de
discussão e de produção de discursos com os quais convivemos. O que se mostra interessante na
discussão trazida por Foucault é que ele não discute a morte do sujeito ou do autor, mas das
condições de exercício da autoria e de constituição do sujeito na sociedade ocidental moderna.
Quais são as condições de autoria que as RSD colocam ao sujeito? Quais os mecanismos de
constituição da subjetividade estão presentes nas interações por meio das RSD?1
Podemos defender que um perfil na RSD é um discurso de si próprio. Produzir e manter um
perfil nas RSD pode estar se constituindo numa prática de pensar-se a si mesmo a todo tempo, pois
ao postar frases, ideias, imagens, o sujeito compõe um mosaico de si próprio, estabelece relações
intra e intersubjetivas. Neste sentido, consideramos que seja possível pensar nessa relação entre o
sujeito e a mídia a partir da função de autor como propõe Foucault. Segundo ele, a função autor:
(...) não se forma espontaneamente como a atribuição de um discurso a um indivíduo. É o
resultado de uma operação complexa que constrói um certo ser de razão que se chama de
autor. (...) Mas, na verdade, o que no indivíduo é designado como autor (ou o que faz de um
indivíduo um autor) é apenas a projeção, em termos sempre mais ou menos psicologizantes,
do tratamento que se dá aos textos, das aproximações que se operam, dos traços que se
estabelecem como pertinentes, das continuidades que se admitem ou das exclusões que se
praticam. Todas essas operações variam de acordo com as épocas e os tipos de discurso
(Foucault, 1992, p. 50).
Diz ainda que:
(...) um nome de autor não é simplesmente um elemento de um discurso (...); ele exerce
relativamente aos discursos um certo papel: assegura uma função classificativa; (...) o nome
do autor serve para caracterizar um certo modo de ser do discurso: para um discurso, ter um
nome de autor, o fato de se poder dizer ‘isto foi escrito por fulano’ ou ‘tal individuo é o
autor’, indica que esse discurso não é um discurso cotidiano, indiferente, um discurso
flutuante e passageiro, imediatamente consumível, mas que se trata de um discurso que
deve ser recebido de certa maneira e que deve, numa determinada cultura, receber um certo
estatuto (Foucault, 1992, p. 45).
Entre este autor – foucaultiano – e o autor das RSD, quais as aproximações e
distanciamentos? Até então, a sociedade se pautava por mecanismos de controle para selecionar os
sujeitos que poderiam ser considerados “autores”, entre outros, pelos mecanismos do mercado
editorial, dos direitos autorais etc. Foucault, em sua pesquisa acerca do surgimento da autoria,
discutiu o fato de que os textos começaram a ter efetivamente autores quando estes se tornaram
objetos passíveis de estabelecimento de punição, em função das regras. Originalmente, na nossa
cultura, os discursos não eram considerados um “produto”, preso num circuito de propriedade.
1
Em torno destas questões, não podemos deixar de considerar o conceito de alienação tratado por Marx e o de pseudoformação, tratado pelos teóricos
da Escola de Frankfurt. Contudo, são questões que faremos em outro texto, em outro momento.
10

Contudo, assim que se consolidou um conjunto de regras de autoria – nos séculos XVIII, XIX, com
direitos e deveres entre autores e editores, direitos de reprodução etc. – emergiu o sujeito autor.
Naquele momento, além do autor, surgiu a possibilidade de transgressão das regras de
autoria, e esta adquiriu cada vez mais o aspecto de um imperativo próprio da literatura. Isso nos faz
considerar que a função autor não foi e nem é exercida de uma maneira universal e constante para
todos os discursos, em todos os lugares e em todos os tempos. Portanto, com o advento da internet e
todos os recursos e ferramentas associados a ela, é possível pensar numa função autor que corrompe
o controle e mostra-se assim com uma “(...) característica de modo de existência, de circulação e
de funcionamento de alguns discursos no interior de uma sociedade” (Foucault, 1992, p. 46).
Diríamos então, de um novo modo de existência, de circulação e de funcionamento dos
discursos.
Com o crescimento vertiginoso das mídias digitais assistimos uma verdadeira revolução nos
veículos tradicionais de comunicação. Editoras, canais de televisão, estúdios de cinema buscam
alternativas diante do advento das ferramentas desenvolvidas para internet como o YouTube,
Facebook, Myspace, Flickr, Ipod etc. Essas e outras tantas ferramentas disponíveis gratuitamente
(em termos, é claro), estão permitindo burlar contundentemente os mecanismos de controle e de
mercantilização de uma produção cultural de textos, música, imagens etc.
Outro resultado de Foucault que nos parece interessante relacionar aos acontecimentos da
atualidade em torno do binômio mídia e sujeito diz respeito a prática da produção de conteúdo.
Foucault identificou uma prática da escrita na antiguidade na forma dos Hypomnemata, que são,
segundo suas pesquisas, indicações de uma dimensão subjetiva da escrita, como prática da escrita
de si. Os Hypomnematas eram usados como livros da vida, como guias de conduta, e seu uso foi
cultivado entre o público letrado na Grécia antiga. Segundo Foucault,
Constituíam uma memória material das coisas lidas, ouvidas ou pensadas; ofereciam-nas
assim, qual tesouro acumulado, à releitura e à meditação ulterior (Foucault, 1992, p. 135).
Não era um simples auxiliar de memória, tampouco destinados a substituir a recordação.
Não constituem também uma “narrativa” de si mesmos, nem objetivam trazer à luz as confissões da
consciência.
Antes constituem-se um material e um enquadramento para exercícios a efetuar
frequentemente: ler, reler, meditar, entreter-se a sós ou com os outros etc (Foucault, 1992, p.
136).[Pois,] (...) trata-se, não de perseguir o indizível, não de revelar o que está oculto, mas,
pelo contrário, de captar o já dito; reunir aquilo que se pôde ouvir ou ler, e isto com uma
finalidade que não é nada menos que a constituição de si (Foucault, 1992, p. 137).
Com isso, serviam os Hypomnematas para
(...)constituir para si próprio um logos boethikos, um equipamento de discursos a que se
pode recorrer, susceptíveis (...) de erguerem eles próprios a voz e de fazerem calar as
paixões. (...) E para isso é preciso que eles não sejam simplesmente arrumados como num
armário de recordações, mas profundamente implantados na alma, ‘gravados nela’, (...) e
que desse modo façam parte de nós próprios: em suma, que a alma os faça não apenas seus,
mas si própria (Foucault, 1992, p. 136-7).
Portanto,
Tal é o objetivo dos hypomnematas: fazer da recolocação do logos fragmentário e
transmitido pelo ensino, a audição e a leitura, um meio para o estabelecimento de uma
relação de si consigo próprio tão adequada e completa quanto possível (Foucault, 1992, p.
138).
Parece-nos que a relação de produção e de sentido dos Hypomnematas, construída pelos
sujeitos da Antiguidade, encontram eco hoje nas práticas de produção dos perfis das RSD. A
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facilidade com que agrupamos os mais diferentes formatos de linguagem (escrita, imagética,
audiovisual, sonora) de forma dinâmica e hipertextual, a partir das tecnologias e ferramentas da
informática ilustram, de maneira circunscrita, que se trata de uma prática que já existia, mas que foi
esquecida no tempo e agora retomada em função das tecnologias atuais.
Um perfil, tal como podemos exemplificar com o pequeno trecho citado no início deste
artigo, são traços do sujeito, frases colhidas de outros, imagens de si, de lugares, indicações,
proibições, críticas e tudo aquilo que um sujeito queira ou que considere pertinente de vincular à
sua imagem ao seu “perfil”. Quanto à prática antiga, “(...) a escrita dos hypomnemata é também
uma prática regrada e voluntária da disparidade. É uma escolha de elementos heterogêneos”
(Foucault, 1992, p. 140), que se opõe-se ao trabalho da produção literária clássica, e passa a ser
regido por dois princípios: “ a verdade local da máxima” e o seu “valor circunstancial de uso”.
Portanto, “Trata-se, por um lado, de unificar esses fragmentos heterogêneos por intermédio de sua
subjetivação no exercício da escrita pessoal” (Foucault, 1992, p. 142).
É uma forma de escrita em que, mesmo com elementos contrastante não perde sua
unicidade, pois, “Pelo jogo das leituras escolhidas e da escrita assimiladora, deve tornar-se
possível formar para si próprio uma identidade através da qual se lê uma genealogia espiritual
inteira” (Foucault, 1992, p. 144).
Com isso, pensamos que se os perfis das RSD, assim como os Hypomnematas na
antiguidade, podem contribuir para a formação de si por meio desses logoi dispersos, é porque “A
prática de si implica a leitura, pois não é possível tudo tirar do fundo de si próprio nem armar-se
por si próprio com os princípios da razão indispensável à conduta: guia ou exemplo, o auxilio dos
outros é necessário” (Foucault, 1992, p. 138-9).
Com isso, gostaríamos de finalizar este texto com uma reflexão sobre o papel que as RSD
cumprem hoje na economia psíquica do sujeito. O internauta, autor de um perfil é um autor-leitor,
distinto dos modelos clássicos tomados pela comunicação e pela literatura. Pensamos que a questão
aqui vai muito além da produção de um discurso para ser veiculado por uma mídia. Não há
produção do discurso midiático, há a produção do discurso de si, portanto, de um autor.
Entendemos que um perfil é objetivamente a possibilidade do sujeito fazer sua biografia, é
um ato discursivo, um gesto biográfico, mas que difere da autobiografia uma vez que não está
submetida ao poder policialesco quanto a autenticidade da autoria e da assinatura, do direito autoral
e do mercado editorial. É talvez a possibilidade do sujeito da modernidade encontrar algum
caminho por onde possa existir ou fazer-se sujeito. Talvez as facilidades e as possibilidades
colocadas pelas RSD a qualquer pessoa tenham trazido á tona duas utopias: a de uma sociedade
organizada com base em relações entre iguais e com formas e espaços comunicacionais de liberdade
e de autoria.
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