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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE

DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ.

Autos de Agravo de Instrumento nº 0009662-40.2018.8.16.0000


Ação originária principal: autos nº 0001030-47.2003.8.16.0001
AGRAVANTE: ELIAS ALEXANFRINO DE SOUZA
AGRAVANTE: MARIA DE LIMA FATIMA VIDOTTI NUNES DE SOUZA
AGRAVADO: CONDOMÍNIO RESIDENCIAL MARQUES DO PARANÁ

CONDOMÍNIO RESIDENCIAL MARQUES DO PARANÁ,


pessoa jurídica de direito privado, com sede na Rua Guilherme Pugsley, nº 1.959, Água
Verde, na cidade de Curitiba – PR, neste ato representado por seu procurador judicial,
devidamente constituído, com escritório profissional na Rua Marechal Deodoro, 320, conj.
301/302, Centro – Curitiba, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,
apresentar RESPOSTA AO AGRAVO DE INSTRUMENTO, pelo que segue:

DOS FATOS E DO DIREITO

Os agravantes interpuseram Agravo de Instrumento com


pedido de efeito suspensivo contra a decisão que homologou os cálculos apresentados pelo
contador judicial e indeferiu a remessa dos autos ao núcleo de conciliação, autos nº 0001030-
47.2003.8.16.0001 de Ação de Cobrança em trâmite na 06ª Vara Cível do Foro Central da
Região Metropolitana de Curitiba – PR.

Alegam os Agravantes, em síntese, que o contador judicial não


apresenta pormenorizadamente a evolução dos cálculos dos valores pleiteados e que
supostamente configura-se excesso no cálculo, não sendo estipulado a periodicidade dos
juros, mencionam que o cálculo foi elaborado em desconforme a decisão transitada em
julgada e não observou a exclusão do período determinado na decisão de fl. 150/151.

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Pugna que seja concedido efeito suspensivo sob o argumento da
possibilidade de ocorrer dano de difícil reparação.
Entretanto, a RESPEITÁVEL DECISÃO PROFERIDA PELO
JUIZ “A QUO” DEVE SER MANTIDA, EM RAZÃO DE SEUS REPEITÁVEIS
FUNDAMENTOS.

CONTRARRAZÕES

Impugnam-se as razões dos Agravantes, visto que o presente


recurso tem apenas caráter protelatório.
Excelências os Agravantes aduzem que o cálculo elaborado pelo
contador está equivocado, mas sequer apontam ou comprovam de que forma “estaria”
correto, simplesmente jogam palavras ao vento de forma genérica sem apontar onde estaria
o excesso, se limitam a mencionar que não houve detalhamento da evolução dos cálculos,
que o cálculo foi elaborado em desconformidade da decisão de fl. 150/151.
Em Primeiro nota-se que o montante foi elaborado pelo contador
judicial, ou seja, pelo órgão capacitado para confecção de cálculos quando existe litígio ao
que tange a valores cobrados, ao decorrer da lide os autos foram encaminhados ao órgão
não uma, mas pelo menos 4 (quatro) vezes, da ultima vez foi o Agravado que pediu remessa
para atualização da dívida, poderia muito bem o Condomínio ter atualizado o montante, mas
a intenção foi justamente para evitar litígio, já que não há o que falar dos cálculos realizados
pelo contador, pois mesmo com uma quantidade infinita de cálculos para confecção em seu
órgão consegue realizar seu trabalho com eficiência.
Ademais não se pode apontar excesso em cálculo de forma
genérica, não é obrigatório juntar peças no presente recurso, no entanto certas peças são
necessárias para comprovar os fatos alegados, os Agravantes sequer dão o trabalho de
anexar documentos necessários para comprovar suas razões, assim estampado está que as
intenções é simplesmente procrastinar o processo.
Veja Excelências, além desta demanda que tramita a 15 (quinze)
anos cobrando as taxas referente ao período de agosto/1998 à dezembro/1998, março/1999
à outubro/1999, dezembro/1999 á janeiro/2001, abril/2001 à janeiro/2002, março/2003 à
outubro/2003, existe uma outra demanda que recentemente houve interposição de recurso
de Agravo de instrumento pelos Agravantes, cuja discussão naquele recurso se reflete em
relação ao valor da avaliação do imóvel, neste processo se cobra as taxas de
novembro/2003 à dezembro/2013, além das taxas de janeiro/2014 à abril/2018, essa
informação de nada altera nos presentes autos, mas o intuito é apenas demonstrar que a
intenção dos Agravantes é somente protelar o feito.
Não há outra razão, se não está, veja que os Agravantes pediram
remessa dos autos ao núcleo de conciliação, se não houve conciliação antes, haverá
conciliação agora? Os Agravantes não pretendem solucionar a lide, mas tão somente
protelar até onde podem, com inúmeros recursos acompanhados de alegações vazias e
infundadas, não há nenhuma intenção de solucionar, mas sim procrastinar até onde der, se

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realmente houvesse intenção de conciliação os mesmos não ficariam praticamente 20 (vinte)
anos utilizando das benesses do Condomínio morando de graça, sem pagar absolutamente
nada.
Os mesmos sequer dão o trabalho de pagar os Condomínios
mensais, o débito existe até hoje, se tivessem alguma intenção de resolver o litígio ao
menos pagariam o Condomínio do mês, mas nem isso se dão o trabalho de fazer, afinal de
contas pagar pra que? Se podem protelar morando de graça! Situação que fica cômoda, o
Judiciário não tem tempo para recursos infundados, ainda mais quando as alegações não
são verdadeiras, com tantos outros processos, incontáveis recursos para serem julgados, o
Judiciário se obriga a perder tempo com recurso evasivo.
Nota-se que mencionam que os cálculos estão em desacordo
com a decisão de fl. 150/151, ora! A decisão de fl. 150/151 excluiu os vencimentos de
maio/1998, janeiro/1999 e fevereiro/2001, determinou que as parcelas deveriam ser
corrigidas monetariamente, acrescidas de juros de 1% ao mês, a partir do vencimento, além
de multa de 20% até dezembro de 2002 e 2% a partir de janeiro de 2003 e foi justamente o
que o contador judicial fez, não existe nenhum excesso, o cálculo está exatamente conforme
os parâmetros da decisão.
Ademais suposto excesso já foi motivo de recurso pelos
Agravantes, cuja decisão de segundo grau manteve a decisão singular, o ônus da prova
incumbe quem alega, mas diferente dos Executados o Condomínio comprova tudo que aqui
mencionou, já que o Judiciário não tem condições de julgar recursos acompanhados apenas
de palavras lançadas ao vento.
Claro está que os mesmos agem de má-fé ao protelar o feito,
para tal conduta o artigo 80, inciso II, IV e VII do CPC menciona:
Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:
II. Alterar a verdade dos fatos;
IV. Opuser resistência injustificada ao andamento do
processo;
VII. Interpuser recurso com intuito manifestadamente
protelatório.

O artigo 77, inciso I, IV, § 1º e 2º do CPC menciona:


Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são
deveres das partes, de seus procuradores e de todos
aqueles que de qualquer forma participem do
processo:
I. Expor os fatos em juízo conforme a verdade;
IV. Cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais,
de natureza provisória ou final, e não criar embaraços

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à sua efetivação;
§ 1º Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá
qualquer das pessoas mencionadas no caput de que
sua conduta poderá ser punida como ato atentatório à
dignidade da justiça.

§ 2º A violação ao disposto nos incisos IV e VI


constitui ato atentatório à dignidade da justiça,
devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais,
civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável
multa de até vinte por cento do valor da causa, de
acordo com a gravidade da conduta.

E ainda o artigo 81, paragrafo 1º aduz:


Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará
o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser
superior a um por cento e inferior a dez por cento do
valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária
pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os
honorários advocatícios e com todas as despesas que
efetuou.
§ 1º Quando forem 2 (dois) ou mais os litigantes de
má-fé, o juiz condenará cada um na proporção de seu
respectivo interesse na causa ou solidariamente
aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária.

A litigância de má-fé se configura quando a parte deduzir


pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; alterar a verdade dos
fatos; usar do processo para conseguir objetivo ilegal; opuser resistência injustificada ao
andamento do processo; proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do
processo; provocar incidentes manifestamente infundados ou, ainda, interpuser recurso com
intuito manifestamente protelatório.
A eleição dessas circunstâncias decorre das obrigações
anteriormente explicitadas pelas próprias normas de processo civil que exigem da parte o
dever de expor os fatos conforme a verdade; proceder com lealdade e boa-fé; não formular
pretensões, nem alegar defesa, cientes de que são destituídas de fundamento; não produzir
provas, nem praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou defesa do direito e
cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não criar embaraços à efetivação de
provimentos judiciais, de natureza antecipatória ou final.
Dessa forma, qualquer conduta que ultrapasse esse limite será
considerada temerária e implicará nas consequências previstas da Lei Processual Civil, que

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autoriza o juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, condenar o litigante de má-fé ao
pagamento de multa, cujo valor não excederá a 1% do valor da causa.
Como ficou claro, os argumentos dos Agravantes não merecem
prosperar, e verifica-se que são protelatórios, que o único objetivo é afastar o momento do
pagamento do débito que deu causa, assim, sendo este o entendimento deste respeitável
Tribunal pede que os Agravantes sejam condenados a pagar multa, ou caso este não seja o
entendimento pede que haja condenação em caso de apresentação de novo recurso
protelatório.
Diante de todo acima exposto, mais pelo que dos autos consta, é
explícito o caráter protelatório do presente recurso, onde os Agravantes pretendem
beneficiar-se com a sua própria torpeza, o que por si só é defeso em lei e deve ser punido
com severidade por este Tribunal, sob pena de que a justiça seja conivente com as partes
que buscam procrastinar a solução dos litígios utilizando-se de subterfúgios processuais.
Requer-se seja afastado o pedido de efeito suspensivo, pois não
configurado risco de dano grave ou de difícil reparação, tendo em vista que o presente tem
apenas caráter protelatório, requer-se ainda a juntada das peças para comprovar o alegado,
bem como da procuração e ata de eleição de sindico.
PEDIDO

Diante de todo o exposto, e contando com os suprimentos de


Vossas Excelências, requer-se seja negado provimento ao presente recurso, mantendo-se
a decisão monocrática, e em caso de entendimento de Vossa Excelências requer-se a
condenação dos Agravantes ao pagamento de multa por ser medida da mais salutar
JUSTIÇA!!!

Termos em que pede deferimento.


Curitiba, 23 de abril de 2018.

ANDRÉ ZACARIAS TALLAREK DE QUEIROZ


OAB/PR 31.381

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